O movimento de Luta pela Educação do Campo [...] tem defendido a importância de construirmos análises a respeito de temáticas que perpassem a Educação do Campo, a partir do levantamento de questões referentes a um projeto de escola e também a um projeto de sociedade [...]. Falar da “Arte” no Campo é um convite a pensar concretamente no processo de produção, nas intencionalidades e nas relações dos sujeitos do campo com a arte. Problematização
Prefácio
Maria Isabel Antunes-Rocha Organizadora da coleção Caminhos da Educação do Campo 9 788551 301807
PRÁTICAS ARTÍSTICAS DO CAMPO Cristiene Adriana da Silva Carvalho Aracy Alves Martins
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Da terra, matéria de arte coletiva, de tradição familiar e ancestral, de um povo simples e persistente, nascem os potes de barro modelados e pintados por mãos habilidosas em branco tabatinga e vermelho tauá, com instrumentos rudimentares, faquinhas, sabugos de milho, gravetos e penas. Expressão e sobrevivência plasmadas nos potes pela maestria das técnicas, no preparo do barro, no modelado, nas cores dos pigmentos extraídos da terra, na pintura em engobe, no preparo do forno para a queima, nas artimanhas das temperaturas de cozimento, a arte do povo do Vale do Jequitinhonha tem, na sua estética, a assinatura de muitas Petras... de uma cultura de resistência, do fazer compartilhado, do fazer história, da luta de um povo pela vida.
PRÁTICAS ARTÍSTICAS DO CAMPO
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sociais e sindicais, à educação básica e superior e ao contexto artístico propriamente dito poderão mergulhar na leitura desta obra e ver discutidas, com propriedade, temáticas atuais e prementes, como a mística, as artes manuais, visuais e digitais, a literatura, o cinema, a fotografia, a dança, a contação de histórias, a música, o rádio e o teatro. Aqui também está presente a preocupação em vincular artes e sujeitos. Artes como produção tecida em suas dimensões econômicas, políticas, sociais e culturais. Sujeitos que estão em luta, em um processo de resistência para garantir o direito de existir como grupo social, sujeitos em busca dos seus direitos. Os autores que construíram este livro também são plurais na formação acadêmica, na experiência com os povos campesinos e na lida diária com o trabalho tanto reflexivo quanto de escrita. Com muita sensibilidade e competência, cada um, em seu campo de atuação, presenteia os leitores com temáticas diversificadas e com textos bem-elaborados. Contando com prefácio e posfácio de quem tem a autoridade de uma prática acadêmica comprometida junto aos povos campesinos, este livro problematiza e aponta perspectivas para iluminar a Educação do Campo para a construção de saberes que sejam coerentes com seus princípios, vinculados à resistência, à luta e à transformação social na perspectiva de um projeto de sociedade emancipatório. Este livro é uma produção científica que espera contar com leitores que possam torná-lo uma obra aberta, capaz de provocar debates, proposições e práticas relevantes para a construção de um projeto de campo, de escola e de sociedade.
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Este livro integra a coleção Caminhos da Educação do Campo como o 8º volume publicado em quinze anos. A coleção tem como objetivo divulgar e socializar resultados de pesquisas, relatos de práticas, modelos didáticos e ensaios em torno de temas relevantes no contexto da construção de um projeto para a Educação do Campo. Tal projeto emerge a partir da compreensão de que atualmente a educação do campo é um tema de relevância para a formação de professores e de pesquisadores, bem como para o desenvolvimento das políticas públicas e das práticas pedagógicas. Já foram publicados os seguintes livros: Educação do Campo: desafios para a formação de professores; Escola de Direito: reinventando a escola multisseriada; Outras terras à vista: Cinema e Educação do Campo; Licenciaturas em Educação do Campo: registros e reflexões a partir das experiências piloto; Territórios educativos na Educação do Campo: escola, comunidade e movimentos sociais; Infâncias do Campo e Juventudes do Campo. Com esse conjunto de obras, a coleção se apresenta de forma pioneira no território nacional e vem cumprindo o objetivo de provocar e contribuir para a formação sociopolítica e cultural de crianças, jovens e adultos, em espaços coletivos, além de garantir a presença de trabalhos que articulam a pesquisa com as práticas educativas escolares e não escolares. O livro interroga as práticas artísticas no sentido de buscar reflexões e usos que possam colaborar para a construção de um projeto educacional comprometido com uma perspectiva emancipatória. As respostas surgem no título, nos temas trabalhados e no perfil dos autores que se envolveram com a tarefa. O título Práticas Artísticas chama atenção para a opção pelo plural, porque plurais são as práticas em que as populações campesinas vivem, se constroem, lutam e sonham. Sujeitos vinculados a órgãos públicos, a movimentos