Foucault e Barthes, entre cercadinhos e lives: O caos nosso de cada dia, embrulhado em personagens que poderiam ser de ficção, mas que invadem a nossa realidade e tomam conta da cena política João Henrique Moreira de Faria1 Mas, o que há, enfim, de tão perigoso no fato de as pessoas falarem e de seus discursos proliferarem indefinidamente? Onde, afinal, está o perigo? Michel Foucault (...) a língua, como desempenho de toda linguagem, não é nem reacionária, nem progressista; ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer. Roland Barthes (...) nenhum poder jamais conseguiu se libertar completamente do Carnaval e de seu espírito subversivo. Ao longo de séculos, esse espírito percorreu infatigavelmente as ruas para se estampar nos panfletos e nas caricaturas dos jornais populares. Até reaparecer, mais recentemente, nas sátiras dos shows de TV e nos ataques dos trolls na internet. Mas só muito recentemente o Carnaval deixou, por fim, sua praça preferida, às margens da consciência do homem moderno, para adquirir uma centralidade inédita, posicionando-se como o novo paradigma da vida política global. Giuliano Da Empoli
1. Mineiro de Cataguases, jornalista, professor, consultor e estrategista político. Proprietário da Fator Consultoria, empresa especializada em Marketing Político - Eleitoral e Governamental. Atuou no Legislativo e no Executivo. Participou como estrategista em quase uma centena de campanhas eleitorais.
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