3. Princípios Fundamentais e Metodologia ............................................................
3.1. Princípios para a construção e exploração de roteiros literários .....
Vamos verificar os conhecimentos?
4. Os Recursos e a Inventariação
4.1.
4.2.1. Fichas de inventariação ......................................................................
Vamos verificar os conhecimentos?
5. Metodologia para a Construção de Roteiros Literários
5.1.
5.1.1.
5.2. Modalidade
5.2.1.
5.2.2.
5.2.3. Material a disponibilizar ....................................................................
Vamos verificar os conhecimentos?
6. Tipos de Roteiros Literários: Processos de Construção...............................
6.1.5.
7.1.1.
7.1.5.
7.2.
7.2.4.
7.2.5.
7.2.6.
Agradecimentos
Agradecemos os contributos generosos e inspiradores de todas as pessoas que, de diferentes formas, enriqueceram este trabalho. Um obrigado muito especial a: Alexandre Bataller, Ana Maria Miranda, Aquilino Machado, Bernardo Quinteiro, Diomira Faria, Dora Tormenta, Elsa Cavaco, Josete Sousa, Juliana Menezes, Margarida Aboim Borges, Mariana Aboim Borges, Martim Quinteiro, Mónica Cruz, Nuno Cacilhas, Pedro Aboim Borges, Ronaldo Alves de Oliveira, Teresa Viegas, Tiago Viegas e Veronica Baldassa.
Sem o vosso entusiasmo, partilhas e apoio, este livro não teria sido o mesmo.
Prefácio
O que turismo e literatura têm em comum? A viagem! O desejo de uma pessoa em viajar. Seja ela fruto de um movimento no espaço, onde desloca-se fisicamente para ir de um lugar ao outro, ou através do movimento dos olhos ao acompanhar as páginas dos livros que capturam a imaginação.
Tendo a viagem como eixo, as autoras decidiram investigar como o turismo e a literatura se complementam, se alimentam e se recriam. Ambas se arriscaram a buscar, noutras áreas do conhecimento, interfaces da literatura com a viagem que ela proporciona. O turismo foi um porto seguro, ao verificarem o fluxo de pessoas que saem pelo mundo em busca de vestígios de obras que as emocionaram ou de escritores com os quais se identificaram. Pioneiras na pesquisa sobre a interface turismo e literatura, a primeira publicação de Sílvia Quinteiro sobre o tema foi lançada no ano de 2007, com o título Viagens com Manuel Teixeira Gomes, na revista Dos Algarves. Por sua vez, Maria Mota Almeida publicou, em 2018, um artigo denominado: “Viajar com Branquinho da Fonseca: a obra literária e fotográfica como recurso patrimonial para a valorização de um local”. Desde então, inúmeras são as obras das pesquisadoras sobre a interseção entre as duas áreas de conhecimento, denominada de turismo literário.
Uma das potencialidades refere-se aos roteiros turísticos literários. Os roteiros turísticos incentivam as pessoas a viajar e conhecer o património material e imaterial de diferentes sociedades, organizados de forma a conectar pessoas e lugares em redes de história e património compartilhado (López, 2006). Os roteiros turísticos literários visam dar visibilidade a escritores/as em locais específicos, sejam estes a terra natal dos autores, local de trabalho ou morte, cenário das suas obras ou dos seus personagens. Os roteiros vinculam pontos simbólicos e físicos das vidas dos escritores ou de suas obras e levam os visitantes a uma viagem através de espaços reais e fictícios, assim como a visitar um lugar, um atrativo, um destino turístico. Para o crítico de arte John Ruskin, o mundo moderno – e podemos acrescentar o mundo pós-moderno – cria um vazio que precisa ser preenchido com imaginação e utopia. Para fortalecer a imaginação deve-se aproveitar das metáforas e dos mitos (Hanley & Walton, 2010). A literatura cabe bem a este propósito e ao utilizá-la, unida ao turismo, propicia camadas de interpretação a um mesmo objeto, lugar ou paisagem. Servir-se da literatura como mediação de lugares, costumes e
cultura possibilita incorporar emoções e sentimentos ao conhecimento, criando uma experiência memorável para os visitantes de um determinado lugar. Oliveira et al. (2016) ao realizarem um estudo sobre estratégias de mediação utilizadas pelos guias turísticos no Palácio Nacional de Mafra, averiguaram que, além das informações históricas oficiais, incorporaram-se trechos do romance Memorial do Convento do Prémio Nobel de literatura, José Saramago. Os autores constataram que, embora tenha sido um desafio para os guias turísticos, a introdução da ficção trazida pelo romance mostrou-se altamente produtiva, permitindo aos guias maior liberdade discursiva e aos visitantes uma experiência mais diferenciada e envolvente do local.
Ao realizar uma viagem ao interior do Brasil, especificamente na região inserida no cerrado do estado de Minas Gerais, o viajante irá deparar-se com uma área denominada “sertão”. O escritor João Guimarães Rosa reconstrói o Sertão numa tensão permanente em que liga e religa o real ao Sertão poético. O espaço-tempo do Sertão de Rosa é tratado ao mesmo tempo como categoria empírica, da linguagem e mítico-poética. Compreende-se a cultura sertaneja a partir do registo dos destinos coletivos e movimentos de conjunto (Araújo et al., 2017). A visita ao sertão brasileiro conduzida pela narrativa do escritor proporciona uma ampliação de conhecimento e uma educação à sensibilidade.
Mas, como elaborar um roteiro literário? De onde partir para exercer a potencialidade de inserir a literatura em prol do turismo ou vice versa? A presente obra pretende, de forma didática e eficaz, suprir a lacuna sobre o passo a passo para a construção e exploração de roteiros literários. Com uma introdução conceitual, o livro expõe as noções fundamentais sobre o turismo e roteiros literários, para em seguida se debruçar sobre a essência do tema proposto, qual seja, a construção de roteiros. Entre o conteúdo apresentado destaco duas particularidades fundamentais: a noção de lugar literário e a preocupação com o público visitante. Para as autoras, “assinalar um lugar literário é, pois, lê-lo à luz de uma ressignificação em função da sua conexão com o universo da literatura”. Esclarecem que um mesmo ponto geográfico pode conter vários significados a partir do olhar de diversos escritores. A riqueza de uma região, um lugar, um ponto no universo proporcionado pela literatura.
O outro aspeto que destaco refere-se à atenção com o público. Novamente recorro ao texto: “Tal como sucede com a criação de qualquer outro produto, também no caso dos roteiros literários é essencial definir o público-alvo e as suas necessidades, adaptando-o às características específicas dos participantes”. A confluência entre o produto turístico e o público permite que as camadas de significado de
lugares literários sejam compreendidas e resultem em experiências memoráveis. Mas estas são apenas algumas singularidades que ressalto num universo de itens fundamentais revelados por Sílvia Quinteiro e Maria Mota Almeida para a elaboração de um roteiro literário.
Convido todas e todos a lerem, usufruírem e consultarem este livro, na certeza de construírem roteiros literários que muito agregarão à experiência turística. Boa leitura!
Diomira Faria
Professora associada de Turismo e Estudos do Lazer da Universidade Federal de Minas Gerais
Referências
Araújo, M. L. G., Faria, D. M. C., & Faria, S. D. (2017). Espaço e tempo: o turismo e a valorização do patrimônio histórico-cultural desde o sertão roseano. Revista Rosa dos Ventos – Turismo e Hospitalidade, 9(4), 589–604. http://dx.doi.org/10.18226/21789061.v9i4p589
Hanley, K., & Walton, J. K. (2010). Constructing cultural tourism. Channel View. López, Á. (2006). Ruta de Washington Irving: itinerario cultural del Consejo de Europa. Fundación (2.ª ed.). El legado andalusí.
Oliveira, M., Leal, M. C., Roque, M. I., Forte, M. J., Sousa, S., & Correia, A. (2016). The mediating role of literary tour guides: José Saramago versus Mafra’s National Palace. International Journal of Tourism Policy, 7(4).
Introdução
Até há relativamente pouco tempo, o turismo literário era pouco conhecido ou, pelo menos, raramente identificado com essa designação específica. Atualmente, contudo, afirma-se como um nicho em franco crescimento, como o demonstra a proliferação de eventos, itinerários e roteiros literários que têm vindo a multiplicar-se a um ritmo acelerado. De naturezas diversas, com diferentes objetivos e dimensões muito distintas, estes produtos turísticos têm, desde logo, em comum, o facto de se desenvolverem a partir das ligações possíveis entre os lugares reais e o universo da literatura.
À semelhança do que sucede com outras fronteiras, também a que separa realidade e ficção é porosa, gerando, neste caso particular, um interespaço, um mundo único e admirável onde turistas, escritores e personagens se encontram e dialogam. O apelo desta nova forma de descobrir o território e a literatura não passou despercebido aos profissionais do turismo, aos municípios, às entidades oficiais do setor, nem ao meio académico. Consequentemente, nas últimas décadas tem-se vindo a prestar uma atenção redobrada ao património literário associado a cada localidade: escritores, livros, casas-museu, estátuas e outros lugares agora reconhecidos e referidos como literários.
Tendo em conta o interesse crescente por atividades ligadas ao turismo literário, observou-se o surgimento de uma diversidade de produtos e experiências, muitas vezes desenvolvidos com base em abordagens empíricas e com suporte teórico ou metodológico ainda pouco estruturado. Entre as ofertas atualmente disponíveis, os roteiros literários – integrados ou não em rotas – ocupam um lugar de destaque. Estes roteiros têm vindo a multiplicar-se em várias partes do mundo, frequentemente concebidos a partir das motivações e objetivos dos seus criadores. Tal cenário parece evidenciar, de forma gradual, a importância de se refletir sobre a criação de uma metodologia que possa orientar e qualificar esses processos.
Turismo Literário – Construção e Exploração de Roteiros tem como objetivo propor uma metodologia clara, versátil e adaptável aos diferentes tipos de roteiros, baseada na experiência adquirida pelas autoras desta obra no acompanhamento e na construção de roteiros literários em diversos países e contextos. Assim, na Parte I,
são explorados os princípios básicos1 do turismo literário, incluindo a sua definição e breve história, os seus produtos e experiências, centrando-se depois nos roteiros literários e explicando quem são os potenciais promotores e públicos. A Parte II é dedicada à construção e exploração desses roteiros, partindo dos princípios pelos quais se devem reger, explicando a necessidade da inventariação de recursos (textos e lugares) e como o fazer, e propondo uma metodologia para a sua elaboração. A secção final desta parte é dedicada a um conjunto de recomendações e sugestões de ordem prática que se entende poderem ajudar os criadores/promotores de roteiros a antecipar e a ultrapassar alguns obstáculos frequentes, bem como a melhorar os seus produtos e a proporcionar uma melhor experiência ao público. Publica-se, assim, esta obra com o intuito de apoiar quem se dedica à construção de roteiros literários e de incentivar práticas que valorizem, de forma respeitosa, os escritores, as obras e os territórios envolvidos.
Imagens
Todas as imagens deste livro são um importante suporte ilustrativo de apoio à fundamentação e metodologia apresentadas pelas autoras, através das quais se procura que o leitor perceba melhor os conteúdos apresentados. Para um melhor entendimento das mesmas, quer do contexto, quer de cores e outras características, as imagens são acompanhadas de códigos QR que remetem o leitor para as suas versões a cores ou para os links de vídeos ilustrativos.
Como fazer a leitura de um código QR no meu iPhone, iPad ou dispositivo Android?
A maioria dos smartphones já têm leitores de QR integrados nas suas câmaras, mas alguns dispositivos mais antigos podem exigir uma aplicação especial para fazer a leitura dos códigos QR, que podem ser facilmente encontradas na Apple App Store e no Google Play. Para fazer a leitura do código QR:
1. Abra a câmara do seu smartphone ou a aplicação do leitor de código QR.
2. Aponte-o para o código QR. Independentemente do ângulo da câmara, deve conseguir receber as informações necessárias e os dados serão instantaneamente mostrados no visor.
1 Para um conhecimento mais aprofundado da teoria subjacente ao turismo literário, consulte o guia Working definitions in literature and tourism: a research guide, consultado em acesso livre (Quinteiro & Marques, 2024).
TURISMO LITERÁRIO: NOÇÕES FUNDAMENTAIS
1.1. O que é o turismo literário?
Abordar a relação entre literatura e turismo, particularmente enquanto objeto de investigação conjunta, suscitou, durante muito tempo, estranheza e até mesmo desconfiança por parte dos amantes da literatura e investigadores da área. Afinal, que conexão poderia existir entre a clássica, antiga e solene literatura e uma indústria recente, regra geral associada à massificação, a formas de lazer pouco ou nada ligadas a atividades intelectuais e a uma imagem estereotipada do turista como um “ser em festa”?
Na verdade, essa conexão existe há muito tempo. A primeira manifestação registada deste fenómeno remonta à peregrinação realizada por Petrarca ao sul de Itália, em meados do século xiv, tendo como destino os lugares evocados na obra do poeta Virgílio. Este tipo de viagens multiplica-se a partir de finais do século xvi com o advento do Grand Tour: um circuito, realizado por jovens aristocratas europeus até finais do século xix, com objetivos educativos e culturais, funcionando como uma etapa formativa que visava consolidar conhecimentos, ampliar contactos e reforçar o estatuto na sociedade.
Nas viagens do Grand Tour, os jovens “turistas” seguiam roteiros planeados de forma cuidadosa, que incluíam visitas a cidades icónicas da Europa, como Paris, Roma, Veneza e Florença. Nestes destinos, dedicavam-se ao estudo das artes, da arquitetura, da literatura clássica e de línguas estrangeiras – práticas que associamos ao turismo cultural e, em parte, também ao turismo literário. Estas práticas, embora centradas apenas na figura do
Para saber mais:
A Rua dos Douradores, no coração de Lisboa, é uma artéria emblemática da cidade e uma referência literária na obra de Fernando Pessoa, em particular no Livro do Desassossego (2000), escrito sob o heterónimo Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros que vive e trabalha nesta rua. Localizada no bairro da Baixa, esta rua histórica serve de cenário para várias reflexões e descrições do poeta. Na obra de Pessoa, a rua é um espaço simbólico que representa tanto a vida agitada da cidade como o vazio existencial e as inquietações do indivíduo. Ao percorrer a rua, o visitante é convidado a mergulhar não apenas na cidade, mas também na complexidade do próprio ser, tal como retratada na obra. A Rua dos Douradores é igualmente cenário da adaptação do livro ao cinema, no Filme do Desassossego (2010), de João Botelho.
1.2.3. Visitas aos lugares dos livros
As visitas aos lugares dos livros envolvem a exploração de espaços que desempenham um papel central na promoção e celebração da literatura. Esses lugares incluem livrarias e bibliotecas famosas (Figuras 13 e 14), onde os visitantes podem descobrir, conhecer e interagir com obras literárias de relevância histórica ou cultural. Além disso, englobam feiras do livro e festivais literários, eventos nos quais os visitantes têm a oportunidade de contactar com autores, editores e profissionais do setor (Figura 15). Incluem-se, ainda, nestas visitas, as idas a festivais de turismo literário, que reúnem leitores, turistas, escritores, investigadores das áreas da literatura e do turismo e profissionais de turismo, como é o caso do LiterÁrea: Festival de Turismo Literário do Alentejo e Ribatejo.
Figura 21
Quarteirão Jorge Amado, Ilhéus, Brasil
Vista exterior de dois lugares que foram cenário de Gabriela, Cravo e Canela. A Casa de Cultura Jorge Amado foi residência do autor que ali escreveu o seu primeiro livro, O País do Carnaval (1931) (A). O Café Vesúvio frente ao qual foi colocada uma estátua de Jorge Amado sentado num banco que convida a uma fotografia com o autor (B) e o Bataclan, antigo bordel que é hoje um restaurante (C).
Para saber mais:
Cordisburgo é uma pequena cidade localizada no interior do estado de Minas Gerais, que se tornou famosa pela sua forte ligação ao escritor João Guimarães Rosa. Nascido em Cordisburgo, em 1908, o autor é frequentemente associado à cidade, considerada o berço da sua obra literária. Diz-se que o pequeno João se sentaria debaixo do balcão da venda de Seo Fulô, seu pai, na casa onde nasceu, a ouvir as histórias de viajantes, vaqueiros e cangaceiros2, que teriam marcado o imaginário presente na obra.
A vivência em Cordisburgo parece ter influenciado os seus textos, povoando-os com imagens de rios, matas, veredas e do sertão, com as suas flora e fauna características, além de personagens e linguagens singulares. Entre as muitas histórias que escreveu, destaca-se a sua maior e mais conhecida obra: Grande Sertão: Veredas (1956). Este romance, inspirado nas paisagens e nas pessoas do sertão mineiro, foi eternizado no monumento Portal do Sertão.
1.2.8. Participação em refeições literárias
A participação em refeições literárias envolve a vivência de experiências gastronómicas que celebram a literatura, muitas vezes com o objetivo de homenagear um autor, uma obra ou uma temática literária. Estes eventos podem ocorrer em jantares, almoços, lanches ou piqueniques, nos quais a comida serve como forma de evocar o universo literário, com ementas que remetem para obras ou personagens. Além disso, podem incluir leituras, encenações teatrais ou tertúlias sobre o autor ou a obra em questão, criando uma atmosfera imersiva que une gastronomia e literatura. Em restaurantes, cafés e bares com temática literária (Figuras 28, 29 e 30), o ambiente e o menu são pensados com a finalidade de transportar os clientes para o mundo dos livros, criando uma experiência que vai além da simples refeição e proporcionando uma verdadeira viagem sensorial e cultural.
2 Salteador que percorria o sertão do Nordeste do Brasil, geralmente em grupos armados.
“Maninho sorri, todo ele se deixa encharcar de sol na ruela, olha-lhe e eu sei o que ele está a dizer-lhe nesse riso: que, da nossa terra de Luanda, eu gosto só os sítios poucos; que, da nossa terra de Luanda, chamo só Luanda à rua dos Mercadores, à rua das Flores, à Calçada dos Enforcados, aos musseques do antigamente…” in Vieira, L. (2004). Nós, os do Makulusu. Editorial Caminho, p. 11.
Quando organizados em função de uma determinada temática e articulados entre si, os roteiros literários dão, então, origem às rotas literárias. Tal como os roteiros, também as rotas são elementos estruturantes do território, mas numa escala maior. Uma rota é constituída por vários roteiros, ou seja, por vários trechos que podem ser realizados de forma independente, embora estejam interligados.
A título de exemplo, são rotas literárias:
` “Rota Literária do Algarve” (Direção Regional de Cultura do Algarve [DRCA]);
` “Rota Literária Saramago no Algarve” (DRCA) (Figura 35);
` “Roteiro Levantado do Chão” (Câmara Municipal de Montemor-o-Novo);
` “Kwazulu-Natal Literary Route” (University of Kwazulu-Natal) (Figura 36);
` “RuTIC: Literatura y paisaje mediterráneo” (Universidade de Valência);
` “Rotas Literárias” (EmbraturLab);
` “Rota Literária de Cascais” (Câmara Municipal de Cascais);
` “Rota Turística Literária – Viagem do Elefante” (Turismo de Portugal);
` “Escritores a Norte – Vidas com obras em casas d’escritas” (Direção Regional de Cultura do Norte).
Ainda que num formato e suporte distinto dos restantes, consideramos também nesta categoria o podcast Fernando Pessoa Tour, de Sofia Saldanha, lendo cada episódio como um roteiro e o seu conjunto como uma rota.
Os lugares dos textos
São os lugares que estão diretamente ligados aos que são referidos nos textos literários. Cabem dentro desta categoria (i) os lugares do território presentes na literatura (Figura 42), ou seja, os lugares que inspiraram a criação de cenários e paisagens literárias, bem como aqueles que são mencionados e/ou descritos nos textos literários. A esta categoria correspondem não só as frações do território que são transportadas para a literatura, mas também (ii) os lugares da literatura presentes no território, isto é, os lugares que resultam do transporte da ficção para o espaço físico; (iii) os lugares território-literatura-território, expressão que usamos para designar os lugares em que as fronteiras entre território e literatura se tornam permeáveis, permitindo à realidade adentrar a ficção e à ficção materializar-se no território.
Constituem exemplos deste tipo de lugar:
` Os lugares diretamente ligados aos referidos nos textos literários:
Ì A Pena Ventosa/Sé do Porto, em Morro da Pena Ventosa (2024), de Rui Couceiro;
Ì Alfama, n’O Último Cabalista de Lisboa (1996), de Richard Zimler;
Ì Santa Engrácia, n’O Judeu de Santa Engrácia (2025), de Tiago Salazar;
` Lugares da literatura presentes no território:
Ì A Casa de Sherlock Holmes, em 221B Baker Street, Londres;
Ì A Estátua da Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen, em Langelinie, Copenhaga;
Ì A Rua O Primo Basílio, em S. Domingos de Rana, Cascais (Figura 43);
` Lugares território-literatura-território:
Ì A Casa Grande de Romarigães – Quinta do Amparo (Figura 44), cuja trajetória entre o território real e a ficção literária revela uma relação particularmente intrincada. Inicialmente, a Quinta do Amparo, que serviu como cenário literário, foi rebatizada no romance de Aquilino Ribeiro, no qual surge como A Casa Grande de
Ficha 5.1. Exemplo de uma ficha preenchida
Ficha levantamento de recursos a partir do poema Toada de Portalegre, de José Régio
Categorias Descrição
Título do texto Toada de Portalegre
Autor(a) José Régio
Ano de publicação 1941
Género literário Poema lírico-descritivo
Contexto Régio foi cofundador da revista Presença. Viveu entre 1928 e 1967 em Portalegre, onde foi professor no Liceu Nacional de Portalegre. A cidade, que ao princípio estranhou, tornou-se fonte de inspiração. Explorou temas como solidão, fé, introspeção e impacto da paisagem.
Síntese do conteúdo A Toada de Portalegre, que dedicou ao seu amigo Francisco Bugalho, é uma descrição poética e intimista da vida em Portalegre, destacando a paisagem natural, a casa e os sentimentos contrastantes de solidão, isolamento e esperança, que vivenciou.
Lugares mencionados
Ì Portalegre (cidade no Alto Alentejo);
Ì A casa de Régio (agora Casa-Museu José Régio);
Ì O Largo do Cemitério;
Ì Elementos naturais e paisagens, como a Serra de S. Mamede, os penhascos, as oliveiras, os sobreiros e a cor dos campos nas diferentes estações do ano.
Elementos simbólicos
Ì A casa velha (memória e história);
Ì O vento suão (sofrimento);
Ì A acácia (renovação e esperança);
Ì A varanda (elemento de contemplação do exterior).
Região
Locais de interesse
Atividades propostas
Parque Natural da Serra de S. Mamede (Alto Alentejo)
Ì Paisagens mencionadas no poema (Serra de S. Mamede, oliveiras, sobreiros e penhascos);
Ì Largo do cemitério, representado no poema.
Ì Visita guiada à Casa-Museu José Régio, explorando a vida e obra do escritor;
Ì Passeios pelos penhascos e serra, descritos no poema;
Ì Experiências sensoriais que liguem história e natureza;
Ì Visita ao Hotel José Régio, instalado no Edifício Facha onde, em 1955, foi inaugurado um café, local de tertúlia e Régio era presença assídua. Em cada quarto há um poema do escritor;
Ì Oficina de escrita poética.
(continua)
público escolher o seu próprio ritmo e percurso. É também a opção adequada para entidades sem fins lucrativos, que pretendem oferecer um produto de acesso livre;
` Guiado – um mediador conduz o grupo, enriquecendo a experiência com informações adicionais, interpretação dos locais e contacto direto com o público. Esta abordagem oferece uma experiência mais rica e pode ser ideal para grupos organizados ou eventos específicos, sendo a opção mais adequada para empresas.
Cada modalidade requer diferentes níveis de planeamento e recursos. Um roteiro guiado, por exemplo, necessitará de guias-intérpretes e de uma preparação logística para a coordenação do percurso. Um roteiro preparado para ser realizado de modo autónomo implica um maior investimento na construção dos materiais de apoio, em plataformas para divulgação e disponibilização do produto ao público, assim como na colocação de sinalética nos pontos de paragem, que é dispensável num roteiro guiado.
5.2.2.
Avaliação dos recursos existentes
Boa parte das decisões a tomar na construção de um roteiro literário prende-se com os meios disponíveis. Além de bibliotecas, arquivos, espólios de autores, mapas literários e outros materiais cuja existência poderá facilitar o processo e deve ser verificada nesta fase, é essencial identificar os meios disponíveis tanto em termos de financiamento como de equipa:
` Financiamento – este fator determina o alcance e a sofisticação do roteiro. A disponibilidade de um financiamento adequado permite, entre outros, a criação de páginas web, de aplicações digitais, a inclusão de realidade virtual (RV), o recurso a contratação de tradutores e guias especializados (se necessário), a criação de material de divulgação, a colocação de sinalética, a oferta de formação à comunidade e a realização de eventos associados;
` Equipa – a existência de uma equipa multidisciplinar facilita o desenvolvimento de um roteiro bem organizado. A ausência de recursos
escolas, bibliotecas e associações culturais. Estes parceiros podem apoiar na organização das visitas e na manutenção do roteiro, assegurando a sua continuidade e visibilidade.
Quadro 3. Etapas da construção de roteiro do tipo 2.
1. Reunir e ler textos do poeta
2. Reunir informação sobre o poeta
3. Selecionar um conjunto alargado de textos
4. Fazer a primeira visita ao local
5. Desenho do trajeto e articulação com os poemas
6. Redigir a primeira versão da narrativa
7. Realizar o primeiro teste
8. Rever e ajustar a primeira versão da narrativa
9. Testar com voluntários
10. Introduzir alterações com base no teste com voluntários
11. Produzir material de suporte
12. Divulgar
13. Dinamizar
6.1.3. Tipo 3 – A partir do espaço geográfico
Tipo 3:
` O ponto de partida é um espaço geográfico;
` Destina-se a turistas nacionais e estrangeiros;
` Pretende-se que os turistas o possam realizar de forma autónoma.
A construção deste roteiro passa pelas seguintes etapas:
` Realizar uma primeira visita ao local – a primeira visita ao espaço permite explorar o local, identificar pontos de interesse e recolher informações iniciais. Explora-se o território, identificam-se áreas com valor histórico ou estético e faz-se uma análise dos acessos, infraestruturas e condições gerais. Nesta primeira visita deve privilegiar-se o
imagens ilustrativas e informações úteis. Esses materiais são essenciais em roteiros de realização autónoma;
` Divulgar – para atrair o público divulga-se o roteiro nas páginas oficiais de entidades culturais e nas redes sociais. Também se distribuem brochuras em locais estratégicos e oferecem-se sessões de esclarecimento junto da comunidade para promover o roteiro;
` Dinamizar – para manter o roteiro ativo e envolvente é necessário dinamizá-lo. Tal só é possível através do estabelecimento de parcerias com entidades locais, como autarquias, bibliotecas e associações culturais, e, eventualmente, com empresas particulares (bares, cafés, restaurantes e agências de viagens). Esses parceiros podem ajudar na divulgação, na organização de visitas e sessões especiais com música ao vivo, e na manutenção da relevância do roteiro, integrando-o na oferta cultural e turística do território.
Quadro 7. Etapas da construção de roteiro do tipo 6.
1. Escolha e análise do(s) poema(s) musicado(s)
2. Pesquisa sobre os autores e o contexto histórico-cultural
3. Selecionar um conjunto de versos
4. Realizar a primeira visita ao local
5. Fazer a primeira seleção de lugares e criar a primeira narrativa
6. Realizar o primeiro teste
7. Rever e ajustar a primeira versão da narrativa
8. Testar com voluntários
9. Rever e ajustar a segunda versão da narrativa
10. Produzir material de apoio
11. Divulgar
12. Dinamizar
Conclusão
Propusemo-nos, com Turismo Literário – Construção e Exploração de Roteiros, disponibilizar uma metodologia clara, coerentemente estruturada e versátil, desenvolvida a partir de uma vasta experiência e de um longo percurso de investigação na área científica da Literatura e Turismo. Considerando o crescente interesse que o mundo fascinante do turismo literário tem vindo a suscitar, acreditamos que esta obra poderá constituir um valioso recurso para todos aqueles que pretendam desenvolver e implementar roteiros literários de qualidade.
Ambicionamos, pois, que este livro seja um contributo para o êxito dos profissionais, investigadores e entusiastas que se dedicam a esta área, ajudando-os a transformar o encontro entre textos e lugares em experiências memoráveis e a desenvolver roteiros que respeitem e dignifiquem os escritores, as suas obras e os territórios envolvidos.
Se este guia puder servir como uma ferramenta útil para aqueles que pretendem aliar literatura e turismo de forma rigorosa, criativa e apelativa, então terá cumprido o seu propósito.
Fazemos votos de que este seja apenas o início de muitas viagens literárias bem-sucedidas!
Posfácio
Quando Turismo e Literatura se fundem numa experiência de Turismo Literário, pode acontecer algo especial. Com efeito, se a dimensão da viagem é já por si mesma transformadora, a Literatura torna-a ainda mais profunda, por vezes reveladora. Contudo, há um “se”: tal acontece se, e apenas se, a experiência de Turismo Literário é facultada e produzida com sabedoria. Sim, porque Turismo Literário não é apenas colocar livros nas estantes dos quartos de um hotel ou na mesa de um restaurante. Nem apenas imprimir t-shirts (ou sabonetes) com a cara deste ou daquele poeta. Muito menos é fabricar merchandising através de citações (várias vezes, apócrifas) encontradas nas redes sociais. Os maus exemplos poderiam continuar, mas o que importa acima de tudo é afirmar que o Turismo Literário é possível e de sucesso só quando é consubstanciado no profundo conhecimento, não só do Turismo, mas também – na mesma medida ou até maior – da Literatura. As razões são múltiplas. Em primeiro lugar, a Literatura é um património artístico e cultural exatamente como o são, por exemplo, a Arquitetura, as Artes Plásticas ou a Música. Alguém que não soubesse nada sobre Botticelli poderia alguma vez realizar uma visita guiada credível à Primavera, na Galleria degli Uffizi? Quem não conhecesse Arquitetura, História e Religião, poderia oferecer uma visita guiada profissional no Mosteiro dos Jerónimos? Evidentemente, não. Ora, o mesmo acontece com a Literatura. Não nos engane o facto de ser um património aparentemente menos material ou tangível: a Literatura não é evanescente, não é decorativa, nem tão maleável até ao ponto de ser dobrada para as mais várias e alheias finalidades. Pelo contrário, a Literatura tem história, tem técnica, e tem, ou melhor transmite, sobretudo, ideias, e por detrás das ideias há pessoas, culturas, línguas e civilizações, cada uma delas com uma poderosa e própria força de transformação. Em segundo lugar, mas não sendo menos importante, é o facto de o turista literário ser um tipo de turista, ou de viajante, que não se contenta com experiências superficiais e prêt-à-porter, quando se trata de Literatura. Este turista sabe que a Literatura pode e deve tocar os corações, as mentes, as almas e até as sociedades e o céu, logo está à espera de que o Turismo Literário lhe proporcione tal envolvente e desassossegante mergulho. Não só, trata-se de um turista tendencialmente culto, crítico, muitas vezes conhecedor do património literário que quer visitar ou revisitar pelo Turismo. O turista literário demanda e exige qualidade, autenticidade e
credibilidade. O operador de Turismo Literário só pode atender a estas exigências através do conhecimento. Não há atalhos possíveis. Quem quiser criar e implementar um projeto de Turismo Literário tem de saber muito bem da Literatura que está a tratar, de um autor, de uma obra ou, por exemplo, de um movimento estético. Nem os desafios do Turismo Literário acabam aqui (felizmente). Há pelo menos mais três componentes necessárias, além do conhecimento da matéria literária. Trata-se, em particular, da paixão, uma paixão contagiante que faz do operador turístico-literário um verdadeiro mediador cultural, capaz de dar vida e substância ao património literário, principalmente através do sincero interesse que nutre pela matéria e das excelentes capacidades comunicativas, que são imprescindíveis no Turismo e ainda mais num turismo da palavra. É ainda preciso ter outras competências, digamos, transversais: produção, criatividade, organização, gestão, divulgação, marketing, formação e desenvolvimento. Finalmente, o trabalho no Turismo Literário não é solipsístico, é um trabalho em rede, em equipa, feito de parceiras, abertura e diálogo com o mundo cultural, nomeadamente com escritores e operadores literários (livrarias, bibliotecas, etc.), e não só. Nesta rede, cada ator tem de saber aprender dos e com os outros, com humildade, foco e entusiasmo. Conhecimento, paixão, competências transversais e rede. São estas as primeiras (mas não as únicas) palavras-chave que fazem um bom operador e um bom projeto ou produto de Turismo Literário.
Como aprender isso tudo? E de quem? Eis que o presente livro, Turismo Literário – Construção e Exploração de Roteiros, nos vem ajudar com uma ferramenta particularmente útil: um guia para a construção e a realização de roteiros turístico-literários que é feito a partir do conhecimento de casos concretos, situados, experienciais e já realizados. Ou seja, não se trata de um volume apenas teórico, fechado na investigação académica. É o fruto da experiência e do estudo de casos de sucesso e de boas práticas de Turismo Literário em Portugal e noutros países. Casos que as autoras conhecem por terem sido e por serem, elas próprias, turistas literárias que experienciaram os roteiros. Com olhar crítico e sábio, as autoras propõem metodologias, produtos e experiências, apresentados e descritos para inspirar novos e velhos operadores, e que constituem, ao mesmo tempo, uma fotografia dinâmica do Turismo Literário em Portugal no primeiro quartel do século xxi.
Tanto o setor público, através do meritório trabalho do Turismo de Portugal e das Escolas de Turismo e Hotelaria, como vários atores privados, num esforço comum e criativo, têm vindo a desenvolver projetos de Turismo Literário que animam o panorama da oferta turística através da redescoberta da poesia, dos romances e dos autores, por vezes esquecidos, mas representativos de uma aldeia ou vila,
cidade ou terra (e mar). Portugal está na vanguarda europeia e internacional no que respeita ao Turismo Literário, com vários projetos já ativos e em preparação. Por isso, é ainda mais oportuno haver um manual como este, para se começar a mapear o Portugal do Turismo Literário. Não sendo esta a principal finalidade do livro, acaba por ser uma mais-valia considerável.
Quanto ao objetivo declarado desta obra, a saber, fornecer um guia prático para realizar e explorar roteiros turístico-literários, o leitor encontrará, neste manual, uma abordagem metodológica relativa a vários roteiros, em vários sentidos: rotas regionais e percursos mais específicos; plataformas digitais e visitas guiadas “ao vivo”, projetos ambiciosos e integrados, ao lado de pérolas que podem inspirar o turismo local e fora dos circuitos habituais. Porque Portugal é um país literário que não se reduz – mesmo assim, imprescindíveis – aos grandes nomes da literatura mundial, como Pessoa e Saramago, nem às capitais como Lisboa e Porto. Há poesia em todo o lado, por terras e por mares, de norte a sul, em verso e em prosa, no Portugal que é também o de Camões, de Sophia, de Rui Belo e de al-Muʿtamid.
É preciso, dado este potencial enorme, profissionalizar cada vez mais os operadores de Turismo Literário, e o presente volume é uma excelente iniciativa neste sentido.
A quem objetasse que o Turismo Literário é apenas um nicho e que não vale a pena esforçar-se tanto para uma percentagem de turistas literários puros e duros que se calculam ser uma minoria, diga-se: turista literário é potencialmente todo o turista que visita Portugal, porque viajar por Portugal sem respirar poesia é um contrassenso, estando ela em toda a parte, inclusivamente na própria génese e na substância da língua portuguesa. De um ponto de vista teórico e prático, é também um facto que, se o “Turismo Literário é o Turismo motivado ou caracterizado pela Literatura”, então a missão dos operadores turísticos é fornecer ocasiões para que o turista, perante uma experiência literária que passa a caracterizar a sua viagem, venha tornar-se num turista literário para o presente e o futuro, através do surgimento de uma dinâmica motivacional ativada in loco e da oferta turística-literária, e não necessariamente antes de chegar ao destino turístico. Tais considerações se aplicam, evidentemente, a outros países e culturas, não apenas a Portugal. Para finalizar, uma advertência: o Turismo Literário é técnica e é prática, teoria e metodologia, contudo, é sobretudo “alma e coração, pela relação humana mediada através da palavra”. Há, neste campo de trabalho, algo que é impossível ensinar nas academias e nos manuais. O Turismo Literário, toca os corações, transforma horas e dias, e pelos dias memoráveis se transforma a vida das pessoas. O Turismo Literário é então um trabalho de responsabilidade, conhecimento e amor. Amor à
vida, aos humanos e à Literatura. Turismo literário é servir estas três potências. A técnica e os case studies vêm depois e são a elas subordinados.
O trabalho de Sílvia Quinteiro e Maria Mota Almeida, duas notáveis especialistas e docentes no âmbito turístico e do Turismo Literário, põe-se ao serviço desta tríade, acrescentando o valor da experiência crítica e da reflexão académica, traduzida para a dimensão prática e pedagógica. Assim, saudemos esta iniciativa editorial da PACTOR, como sendo uma preciosa oportunidade para se fortalecer a aliança entre Turismo e Literatura, nomeadamente num país, Portugal, que se destaca pela excelência nestes campos.
Fabrizio Boscaglia
Professor na Universidade Lusófona
Docente de Turismo Literário no Turismo de Portugal