Quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
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A HORA/ARQUIVO
Construções, antes usadas pelos visitantes, ficaram em ruínas. Local deveria ter sido preservado
Lei prevê exploração da Cascata Santa Rita Espaço passa a ser de interesse público e pode ser transformado em ponto turístico Estrela
O
s vereadores revogaram a lei de 2005 que tornava a Cascata Santa Rita um monumento natural. A partir de agora, o local de 1,64 hectare é de interesse público. A proposta de alteração de uso é do Executivo, que prevê a exploração da área para o criação de parque temático ou mesmo instalação de uma usina hidrelétrica. “Queremos remodelar o uso do local, mas vamos falar com a população primeiro”, afirma o secretário do Meio Ambiente, Hilário Eidelwein. Uma concorrência pública deve ser aberta no próximo ano, para contratar uma empresa que ficará responsável por
organizar, desenvolver e manter esse novo empreendimento, ainda indefinido. O vencedor deverá repassar percentual da arrecadação do Imposto de Renda para o Fundo Municipal da Cultura e três salários mínimos mensais para o Fundo Municipal do Meio Ambiente. Para Eidelwein, a reaproximação da comunidade com o local incentivará cuidados e preservação do local. “A exemplo do que ocorreu com a escadaria, que se tornou um ponto turístico, queremos tornar a cascata um espaço de lazer.” O local não estava mais sendo explorado para fins comerciais. O bar, antes mantido por um ecônomo, está em ruínas. “A lei proi-
biu o banho na cascata e qualquer aproximação das pessoas. Então, nada mais foi cuidado.” Sem movimento no antigo bar, diz Eidelwein, o espaço passou a ser usado como depósito de lixo ou por usuários de drogas. Ele
A exemplo do que ocorreu com a escadaria [...] queremos tornar a cascata um espaço de lazer
Hilário Eidelwein secretário do Meio Ambiente
admite que o município também não tomou atitude para preservar a cascata, pois não teria condições financeiras.“Precisava de cerca, segurança e manutenção. É uma utopia pensar nisso em áreas pequenas.”
Pedido negado Esses e outros problemas levaram a Secretaria Estadual do Meio Ambiente a negar o pedido do município para transformar a cascata em unidade de conservação. Outros motivos para a negativa foram a falta de uma equipe
para gestão; da realização de consultas públicas para a criação da unidade; e de delimitação do espaço. “Desde então começamos a discutir o que faríamos no local, e concluímos que a iniciativa privada é a melhor solução.”