Pessoas e Bem-estar

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E nvelhecer com saúde

Com o fortalecimento de vínculos, mente ativa e corpo em movimento, envelhecimento ganha novo significado

”A nefrologia vai ter cada vez mais apoio na inteligência artificial”

A médica nefrologista Patrícia Feldens, 41, é especialista em Clínica Médica pela UFPel e em Nefrologia pela UFRGS. Formada pela Universidade Católica de Pelotas em 2008, possui ainda pós-graduação em Terapia Intensiva pelo Hospital Sírio-Libanês. Professora na Univates desde 2015, também atua no Hospital Bruno Born e na Clinefron, com atendimentos presenciais em consultórios nas cidades de Estrela e Lajeado, além de oferecer consultas online.

O que motivou sua escolha por essa carreira e como foi o começo da sua trajetória profissional?

O que me fez escolher a minha profissão foi o meu pai, que é médico-pediatra. Eu cresci vendo ele atender crianças. Sempre me inspirei muito nele. No segundo ano da faculdade na Universidade Católica de Pelotas, percebi que gostava muito de Nefrologia, de fisiologia renal, mas eu também queria ser pediatra, por causa do meu pai. Quando eu me formei, fiz a minha primeira especialização, que foi em clínica médica. Comecei a fazer alguns plantões em UTI também, e daí me formei na residência de Nefrologia. Depois acabei vindo trabalhar aqui no Vale do Taquari. Também sou professora da Univates desde as primeiras turmas.

Quais são os principais desafios enfrentados por quem atua nessa área atualmente?

A educação do paciente, porque 90% dos pacientes que têm problemas renais e evoluem com uma doença renal crônica são pacientes hipertensos e diabéticos que não se cuidam. Então, na verdade, como um todo, eu acho que falta um pouco de educação do paciente, acesso à saúde, entender a gravidade das doenças. O desafio é conseguir que o paciente se trate adequadamente. E o desafio médico é tentar se manter atualizada, com acesso a cursos, internet, inteligência artificial. Então, esse não é um grande desafio.

Como você enxerga o

EXPEDIENTE

cenário da profissão hoje e que avanços considera mais significativos?

A Nefrologia, eu acho que ela só vai crescer, porque com o momento da expectativa de vida, os pacientes estão vivendo mais e, com isso, estão tendo mais doenças crônicas. Está tendo mais paciente diabético, mais paciente hipertensivo, está surgindo mais doenças oncológicas, então o paciente está vivendo mais. Acho que a Nefrologia, assim como as outras especialidades, vão ter cada vez mais apoio na inteligência artificial, que ajuda nos diagnósticos, no tratamento adequado.

Há alguma história ou experiência com um paciente que tenha marcado sua trajetória

Textos: Bibiana Faleiro

EDITORIAL

Envelhecer

Falar sobre envelhecer sem parecer clichê não é fácil. E é inevitável falar sobre o tempo. Mas não apenas sobre o tempo que passa, e sim sobre o que se faz com ele. A geração que hoje atravessa os 60, 70 ou 80 anos vive uma realidade muito diferente.

profissional?

Quando eu era residente de clínica médica, eu tive a pandemia do H1N1. Então, a gente teve contato direto com pacientes internados. Foi uma fase bem marcante. Na minha segunda especialização, que foi em Porto Alegre, teve o incêndio da Boate Kiss, e a gente recebeu muitos pacientes. E depois, formada, atuando aqui em Lajeado, a gente trabalhou na pandemia de Covid-19. Foram períodos marcantes, assim como as enchentes. Também há histórias de pacientes, como uma senhorinha de 92 anos que sempre está lendo durante a hemodiálise, ou um jovem de 30 anos que trabalha durante as sessões e está sempre animado. São pacientes que nos ensinam.

Há mais informação, mais possibilidades de conexão. Mas, por outro lado, uma sensação diferente de solidão. O desafio não é apenas viver mais, mas seguir vivendo de forma saudável, mantendo boas relações.

A família, nesse cenário, deixa de ser apenas um suporte físico para se tornar presença emocional. Estar junto, mesmo à distância, é uma forma de cuidado. Ouvir histórias, incluir o idoso em decisões e conversas, permitir que ele siga exercendo sua autonomia são gestos que fortalecem a saúde mental e o senso de pertencimento.

Envelhecer com dignidade não é sinônimo de ser protegido, mas de continuar sendo reconhecido como alguém que ainda tem o que ensinar, escolher e criar.

A família, nesse cenário, deixa de ser apenas um suporte físico para se tornar presença emocional.”

O movimento, além do físico, também está em manter curiosidades acesas, em cultivar amizades, aprender algo novo, ocupar o tempo com propósito. As ocupações, sejam elas voluntárias, artísticas ou simples rotinas domésticas, não apenas preenchem o dia, mas dão ritmo à vida. O cérebro e o coração, afinal, respondem bem quando há sentido.

Envelhecer bem é uma construção coletiva. Começa no olhar de quem convive e se traduz nas pequenas atitudes que afirmam que a vida, em qualquer idade, continua sendo vida, com beleza e histórias que ainda merecem ser contadas. A longevidade é um convite a seguir em movimento.

Imagens: Paulo Cardoso Diagramação: Lautenir Junior Coordenação: Felipe Neitzke

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Remadoras superam o câncer e participam de travessia trinacional

Equipe de Lajeado representa o movimento Remadoras Rosa do Brasil e transforma o esporte em símbolo de força, união e esperança

Marcada pela superação, a equipe de remadoras Tchê Rosa, de Lajeado, participou da 6ª Travessia Trinacional, em Barra do Quaraí, na fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai, a mais austral do mundo. Sob

o lema “Sem Fronteiras, Sem Limites!”, o evento, nos dias 18 e 19, reuniu remadores dos três países em uma expedição de integração e aventura pelas águas dos rios Uruguai, Quaraí e Miriñay, celebrando a conexão entre povos e culturas.

A equipe Tchê Rosa é formada por mulheres que venceram o câncer de mama e encontraram no esporte Dragon Boat uma nova forma de vida e superação. O grupo é o primeiro do Rio Grande do Sul a integrar o movimento Remadoras Rosa do Brasil, que reúne equipes de sobreviventes em todo o país, conectando histórias de

recomeço por meio da remada.

A trajetória começou em 2020, quando algumas mulheres da região passaram a treinar em uma canoa. A prática era mais do que um exercício físico, era um reencontro com o próprio corpo, um respiro depois de tratamentos intensos e um espaço de apoio mútuo. Com a pandemia, os treinos foram suspensos e a embarcação foi vendida. Sem canoa, mas com o mesmo espírito de luta, o grupo se manteve unido e formalizou uma associação. A persistência começou a dar frutos em 2025. Em

Primeira equipe gaúcha do movimento

Remadoras Rosa do Brasil, grupo usa o esporte como forma de reabilitação, autoestima e união

abril, Lajeado sediou o primeiro Encontro Estadual de Remadoras Rosa do Brasil, reunindo as três equipes do Rio Grande do Sul. O evento não apenas fortaleceu os laços entre as remadoras, mas também trouxe resultados concretos. Graças à mobilização e à visibilidade do encontro, um grupo de empresárias doou à equipe o tão sonhado Dragon Boat, atualmente em produção

em Angra dos Reis (RJ). Quase simultaneamente, o grupo conquistou outro feito. Aprovou um projeto junto ao Sicredi, por meio de um fundo social, e garantiu recursos para adquirir uma OC6, canoa havaiana de seis lugares. A nova fase marca não só o retorno ao treino regular, mas também o fortalecimento da causa, que alia esporte, saúde e empoderamento feminino.

Equipe participou da 6ª Travessia Trinacional, remando pelas águas que unem Brasil, Argentina e Uruguai
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Os desafios da longevidade

Cuidar do corpo, da mente e das relações é o caminho para uma velhice ativa e com autonomia

Oaumento da expectativa de vida reflete conquistas da medicina e da mudança de hábitos nas últimas décadas. Mas também enfrenta desafios. Em 1940, o brasileiro vivia, em média, 45 anos. Hoje, essa média chega a 76, e ultrapassa os 80 anos entre as mulheres.

“Vivemos mais, mas precisamos viver melhor”, ressalta o geriatra Enrico Arthur Neiss, para quem o envelhecimento saudável signifi ca garantir bem-estar físico, mental, emocional e social.

Segundo o especialista, o país vive um processo de envelhecimento populacional acelerado. “Em 2000, tínhamos 8% da população com mais de 60 anos. Agora já são 15%, o que representa cerca de 33 milhões de pessoas. Em 2050, esse número pode chegar a 77 milhões, quase 30% dos brasileiros”, salienta.

O ritmo, segundo ele, é muito mais rápido do que o de países europeus ou nos Estados Unidos, onde o envelhecimento populacional levou quase um século. “Aqui, tudo está acontecendo em 25 ou 30 anos. É uma transição demográfica intensa, e o grande questionamento é: estamos preparados para isso?”

Cuidado individual

Neiss observa que o idoso de hoje é mais ativo e consciente, mas ainda enfrenta desafios relacionados ao acesso à saúde e à falta de estrutura adequada. “O idoso não é apenas um adulto mais

Envelhecer com qualidade envolve movimento, vínculos e propósito, pilares que garantem autonomia e bem-estar ao longo dos anos

velho. Ele tem necessidades específicas, e isso exige uma equipe multiprofissional preparada. E, principalmente, exige tempo e escuta”, destaca.

O geriatra reforça que o cuidado precisa ser individualizado e respeitar as histórias e os contextos de vida. “Não dá para tratar todos os idosos da mesma forma. Alguns são independentes, trabalham, viajam, usam redes sociais; outros estão mais fragilizados. A empatia é essencial para compreender suas limitações e potencialidades. Escutar o

que o idoso quer e o que ele sente é parte do tratamento.”

Entre as principais preocupações do envelhecimento, o geriatra cita a perda de autonomia e mobilidade. “O maior medo de quem envelhece é deixar de ser independente. E isso está diretamente ligado à atividade física e à preservação da massa muscular. O músculo é um órgão da longevidade”, enfatiza.

Ele explica que exercícios como a musculação, duas vezes por semana, são fundamentais para manter força, equilíbrio e autonomia. “Não é só caminhar. É preciso fortalecer músculos para chegar aos 90 anos andando sozinho, levantandose sem ajuda, amarrando o próprio sapato.”

O cérebro também precisa permanecer em movimento. O geriatra fala da chamada reserva cognitiva, construída ao longo da vida, e que pode ser estimulada em qualquer idade. “Ler, refletir, aprender algo novo, como usar o celular, tocar um instrumento, aprender um idioma, fazer cursos ou trabalhos manuais, tudo isso cria novas conexões neurais. Quanto mais conexões, maior

a proteção contra doenças como Alzheimer e outras demências.”

Atenção às emoções

A saúde emocional, para Neiss , é um dos pilares da longevidade, e um ponto de atenção, especialmente entre os homens. “O trabalho é o eixo de vida de muitos. Quando chega a aposentadoria, alguns perdem o sentido de pertencimento e entram em um vazio perigoso. É nesse momento que surgem

quadros de depressão, isolamento e adoecimento silencioso.”

Ele defende que envelhecer bem passa também por ressignificar o tempo e o papel social. “É preciso construir novos propósitos, novas formas de estar em grupo. Seja num trabalho voluntário, numa atividade comunitária, num clube ou numa horta. O idoso precisa se sentir útil, ter metas, sentir que ainda é parte ativa da sociedade. Isso é tão importante quanto o remédio.”

Qualidade de vida

Cada vez mais longevos, os brasileiros têm buscado envelhecer com qualidade, ativos física e mentalmente, e com autonomia preservada. No entanto, como observa o enfermeiro Fabiano Brandão, essa mudança de perfil ainda não foi acompanhada, na mesma velocidade, por políticas públicas e serviços estruturados para acolher essa nova geração de idosos.

“O envelhecimento que a gente está presenciando é um envelhecimento saudável, mas porque as pessoas procuraram se cuidar, buscaram qualidade de vida por conta própria”, afirma Brandão. Segundo ele, o que se vê hoje são homens e mulheres de 70, 80 anos pedalando, trabalhando, praticando esportes e participando da vida social com intensidade.

O enfermeiro, que atua diretamente com o público idoso, ressalta que o cuidado com essa faixa etária vai muito além da consulta médica. É um processo que envolve escuta, empatia e um olhar integral sobre a pessoa e sua história. “O profissional que trabalha com o idoso precisa gostar do que faz. Precisa escutar o paciente, escutar a família, entender o contexto, a cultura, a origem. Aqui na nossa região, por exemplo, muitos idosos falam em alemão ou italiano. Quando você tenta se comunicar na língua deles, cria uma ponte de confiança.” Nos últimos anos, ele tem observado avanços na criação de serviços especializados, como centros-dia e instituições de longa permanência que oferecem atendimento multidisciplinar.

Números da longevidade: Brasil e mundo

- 76 anos é a expectativa média de vida do brasileiro.

- 80,5 anos é a expectativa média de vida das mulheres no BR.

- 33 milhões de brasileiros têm mais de 60 anos.

- Em 2050, serão 77 milhões de idosos, quase 30% da população.

- Em 1940, a média era de 45 anos, um aumento de mais de 30 anos em oito décadas.

- O Brasil envelhece quatro vezes mais rápido que países europeus.

- Atividade física regular pode reduzir em 30% o risco de doenças crônicas.

- Manter o cérebro ativo reduz em até 40% o risco de demência.

O cuidado com o idoso vai além da saúde física, requer escuta, empatia e estímulo à participação ativa na vida social e familiar

Equoterapia como superação

Terapia com cavalos une corpo, mente e emoção, ajudando crianças, adultos e idosos a desenvolverem equilíbrio, coordenação, foco e autoconfiança

No silêncio do campo, o som compassado dos cascos quebra o ar. O cavalo caminha, e sobre ele, uma criança sorri — talvez pela primeira vez em muito tempo sem medo, sem tensão. A cena, comum para quem acompanha sessões de ecoterapia, carrega uma

força difícil de traduzir. Nesse ambiente onde a natureza é parte do tratamento, profissionais de diferentes áreas unem ciência e sensibilidade para transformar movimento em terapia. É o que fazem a fisioterapeuta Daisy Heechart, a educadora Viviane Beatriz Sontag, a fisioterapeuta Adriane

Profissionais de diferentes áreas unem ciência e sensibilidade para transformar movimento em terapia

da Silva Marques e o instrutor de equitação Marlon Martini, que compartilham o mesmo propósito: proporcionar autonomia, inclusão e qualidade de vida por meio do cavalo.

Para a fisioterapeuta e equoterapeuta Daisy Heechart, a ecoterapia é uma das

Viviane Sontag educadora

formas mais completas de reabilitação física e emocional. “O cavalo promove um movimento tridimensional que estimula o praticante como se ele estivesse andando. O corpo inteiro é acionado, e os músculos se reorganizam para responder ao deslocamento. É fisioterapia, mas é também vínculo, alegria e pertencimento”, descreve.

Cada sessão é cuidadosamente planejada para atender aos objetivos de cada pessoa — seja desenvolver o tônus muscular, trabalhar o equilíbrio ou estimular a comunicação. “Atendemos desde crianças com autismo até idosos com sequelas de AVC. Cada praticante é único, e o cavalo é nosso parceiro em adaptar o estímulo ao que cada um precisa.” Daisy destaca que o processo é tanto técnico quanto emocional. “Há um

momento em que o praticante se entrega. Quando percebe que o cavalo responde a seus gestos e emoções, algo muda. Ele se sente capaz. Esse empoderamento é o que faz a diferença.”

Além disso, ela reforça o papel do trabalho em equipe. “A ecoterapia é interdisciplinar. Ninguém trabalha sozinho. Precisamos do olhar do educador, do psicólogo, do instrutor. É essa união que torna o método tão potente.” Antes de o cavalo entrar na pista, há muito trabalho envolvido — e é aí que entra Marlon Martini. Com anos de experiência em equitação e comportamento animal, ele é responsável por treinar e preparar os cavalos para o ambiente terapêutico. “Cada cavalo tem uma personalidade. Precisamos de animais equilibrados, sensíveis e com uma passada que favoreça o movimento tridimensional. O treinamento é constante, feito com paciência e vínculo.”

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Daisy Heechart fisioterapeuta
Marlon Martini instrutor de equitação
Adriane Marques fisioterapeuta

Halloween com alimentos naturais

O halloween ou Dia das Bruxas tem origem antiga, para comemorar o festival de Samhaina, ou o fim da colheita e o início do inverno. Nesta época, as pessoas agradeciam pelos alimentos obtidos e acreditavam que os espíritos visitavam a terra e, por isso, acendiam fogueiras e deixavam ofertas de comida na porta de casa.

Com o passar dos séculos, a tradição se misturou com festas cristãs e se transformou no Halloween moderno, popularizado pelos Estados Unidos. O costume de “doces ou travessuras” nasceu quando as crianças iam de porta em porta pedindo guloseimas em troca de prometer bom comportamento.

“Hoje, o Halloween é uma celebração divertida, mas também uma oportunidade de repensar nossas relações com os alimentos”, destaca a nutricionista Cláudia Silveira. Os doces coloridos e ultra processados dominam a festa, mas é possível resgatar o significado original da colheita e da partilha de alimentos naturais.

Celebrar de forma saudável e criativa

- Preparando petiscos naturais em formato divertido;

- Decorando mesas com frutas, castanhas e vegetais, típicos do outono;

- Valorizando o alimento de verdade, como a abóbora, símbolo do Halloween e fonte de vitaminas, fibras e cor natural;

- incentivando o consumo de água e sucos naturais no lugar de refrigerantes.

Assim, o Halloween pode continuar sendo um momento de alegria, criatividade e sabor, sem exagerar no açúcar e com mais saúde e consciência alimentar.

Morceguinhos de brigadeiro de tâmara e cacau

Ingredientes:

1 xícara de tâmaras secas sem caroço 1/2 xícara de castanhas ou amêndoas

3 colheres de sopa de cacau em pó 100%

1 colher de sopa de óleo de coco

Gotas de chocolate amargo ou olhos de açúcar para decorar Biscoitos finos de chocolate ou bolacha Oreo sem recheio para as asas

Modo de preparo

Deixe as tâmaras de molho em água morna por 10 minutos. Escorra e reserve. Bata as tâmaras e as castanhas no processador até obter uma pasta grossa. Adicione o cacau em pó e o óleo de coco e processe novamente até ficar homogêneo. Leve à geladeira por cerca de 30 minutos para firmar. Com as mãos untadas, enrole pequenas porções da massa, formando bolinhas. Para as asas, quebre os biscoitos de chocolate ao meio e espete-os nas laterais das bolinhas. Use o chocolate derretido ou olhos de açúcar para fazer os olhos.

Perfis de alergia no Vale do Taquari revelam influência do clima e da vegetação

Estudo da Univates mapeia padrões de sensibilização a aeroalérgenos e aponta fatores ambientais e demográficos que afetam a prevalência de doenças respiratórias na região

Um estudo desenvolvido a partir de uma dissertação do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Univates traz novas evidências sobre o comportamento das alergias respiratórias na população do Vale do Taquari.

O artigo foi publicado no periódico internacional BioMed e apresenta uma análise dos perfis de sensibilização a aeroalérgenos, substâncias como pólen, poeira, ácaros e fungos, que estão entre as principais causas de doenças alérgicas.

O trabalho é assinado por Michelle Silva Szekut, Tatiana Jung, Ágatha Kniphoff da Cruz, Laura Marina Ohlweiler, Luiza Pedralli, Rafaela Wickert Witz, Fernanda Majolo e Guilherme Liberato da Silva, todos vinculados à Univates.

Sobre o estudo

A pesquisa analisou 995 testes de Imunoglobulina E (IgE), um tipo de anticorpo produzido pelo sistema imunológico em resposta a alérgenos e infecções, realizados em laboratório clínico da região, para mapear padrões de sensibilização e suas relações com idade, sexo e variação sazonal.

Como resultado, perceberam que a prevalência crescente das doenças alérgicas, como rinite, asma e dermatite atópica, tem despertado a atenção de profissionais da saúde em todo o mundo.

De acordo com o professor Guilherme Liberato da Silva, orientador do estudo, “compreender o perfil local de sensibilização a aeroalérgenos é importante para diagnósticos mais precisos e estratégias de prevenção mais eficazes. Cada região apresenta

Pesquisadores da Univates analisaram quase mil exames laboratoriais e identificaram como idade, sexo e exposição ambiental influenciam a resposta alérgica

particularidades relacionadas à vegetação, umidade e condições climáticas, que influenciam diretamente na exposição a agentes alérgicos”.

Metodologia e amostragem

As amostras dos testes foram agrupadas em seis categorias principais de aeroalérgenos: ácaros, poeira, epitélio de animais, fungos, gramíneas e pólen. Os dados também foram classificados conforme sexo, faixa etária e época do ano, permitindo identificar padrões e correlações estatisticamente

significativas.

Segundo os autores, o modelo de três classes apresentou melhor ajuste aos dados e forneceu uma visão mais clara das diferenças entre os grupos populacionais avaliados.

Entre os resultados, um dos aspectos mais relevantes foi a associação entre sexo, idade e níveis de sensibilização às gramíneas, categoria que inclui diversos tipos de pólen presentes na vegetação regional. O estudo mostrou que homens tiveram 65% maior probabilidade de apresentarem níveis elevados de IgE específica para esse tipo de alérgeno, quando comparados às mulheres.

Além disso, observou-se que a idade avançada também se correlaciona com maiores níveis de IgE, sugerindo que a exposição acumulada ao longo da vida pode influenciar a sensibilização.

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