Contato, outubro de 2025: Viver com alegria

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A ALEGRIA DO SENHOR

Nossa esperança e força

Há alegria no descanso

Aprendendo a desacelerar Caminhando com meu amigo

Passeio com Jesus

Volume 26, Número 10

CONTATO PESSOAL

do pesar à felicidade

Um dos meus alunos navegava pelas águas lamacentas entre o desânimo e a depressão. Durante as aulas, apesar dos esforços que ele empreendia, mal conseguia se concentrar o bastante para aprender até mesmo os mais básicos conceitos. Às vezes, chegava a se irritar com o livro didático, como se fosse um adversário! Com era difícil ter uma conversa significativa com esse aluno, as aulas particulares com ele se tornaram bastante monótonas.

Com o tempo, a névoa que o envolvia se desfez e seus pensamentos se tornaram mais claros. As dificuldades para aprender diminuíram e seu progresso se tornou fonte de ânimo para ele. Passou a compartilhar pensamentos profundos e a contribuir de maneira significativa para as aulas. Em pouco tempo, tornaram-se comuns as risadas e conversas sobre os mais diversos temas. As sessões se tornaram prazerosas e um tempo que ambos desfrutávamos. Ficou claro para mim que a felicidade e a melancolia existem em extremos opostos.

Alegria. Esse é o encantador tema desta edição! O artigo principal, “A Alegria do Senhor”, traz uma reflexão profunda sobre o verdadeiro significado do que a Bíblia nos oferece sobre o assunto. Nossos colaboradores compartilham reflexões e experiências pessoais que dão vida a esse conceito.

Um dos paradoxos da vida é que a alegria muitas vezes pode ser encontrada mesmo nas circunstâncias mais difíceis e é justamente nesses momentos que a alegria do Senhor nos fortalece (Veja Neemias 8:10). Quando isso ocorre, a alegria é muito mais que um simples pensamento positivo ou uma estratégia de autoajuda, mas a força necessária nas adversidades e uma manifestação da graça de Deus em nossas vidas. Estabelece um contraste que evidencia a beleza de Sua presença e, então, vivenciamos “a paz de Deus, que excede todo o entendimento” (Filipenses 4:7).

Quer você esteja vivendo “o melhor dos tempos” ou “o pior dos tempos”, como Charles Dickens descreveu em “Um Conto de Duas Cidades”, a alegria pode ser sua companheira constante. A Bíblia nos diz: “Alegrem-se sempre. Orem continuamente. Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1 Tessalonicenses 5:16–18). Esses versículos nos ensinam que, em todas as situações, é vontade de Deus que oremos, nos alegremos e sejamos agradecidos — e isso nos permitirá sempre extravasar a alegria do Senhor!

Gabriel e Sally García

Equipe Editorial da Contato

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Diagramação por Gentian Suçi.

A menos que indicado o contrário, todas as referências às Escrituras na Contato foram extraídas da Biblia Sagrada, Nova Versão Internacional®, NVI® Copyright © 1993, 2000 por Biblica, Inc.™

Minha receita de contentamento

O inimigo número um da minha paz interior sempre foi o medo —do passado, do futuro, do que as pessoas pensam de mim, de ser rejeitada, de decepcionar os outros, de adoecer. Em resistência, criei o hábito de orar logo ao acordar e depositar todas as minhas preocupações nas mãos de Deus. É como se eu tirasse das costas uma mochila pesada e a colocasse sobre os ombros largos de Jesus. Então, sinto-me mais leve e passo o dia com mais ânimo, vencendo o medo com fé.

Outro adversário da minha felicidade tem sido o hábito de me comparar e invejar. Penso: “Olha como aquela pessoa está bem. Veja tudo o que ela conquistou. Jamais poderia comprar um carro como o dela” — e por aí vai. Para combater essa mentalidade, mantenho um diário de gratidão, no qual escrevo pelo menos três bênçãos que Deus me concedeu nos últimos dias. Geralmente são coisas simples, como o sol brilhando ou os passarinhos cantando.

O efeito positivo da gratidão sobre a mente está sendo cientificamente comprovado, pois a tecnologia permite identificar mudanças no comportamento do cérebro quando nos mostramos gratos. É um sentimento que me traz esperança e pensamentos positivos. Faz com que eu

olhe para Deus, em vez de para os outros, recorda-me da Sua bondade e misericórdia para comigo.

O terceiro ladrão da minha felicidade tem sido o ressentimento. Penso: “Olha o que fulano disse ou fez comigo! Tomara que algo aconteça com ele para saber como dói... Opa, pare!” Perdoar quem nos prejudicou é uma forma de protegermos nosso próprio coração e nossa mente, além de deixar aberta a porta do arrependimento e da reconciliação. O perdão nos leva à maior fonte de felicidade e contentamento: o amor. Deus é amor (1 João 4:8) e precisamos proteger e cultivar nosso relacionamento com Ele.

Esta é a minha receita para o contentamento: combater o medo com a fé. Mantenho sob controle minha tendência a me comparar, crendo que o Senhor e eu, juntos, podemos realizar grandes coisas. Peço a Jesus que encha meu coração com amor e com a graça de perdoar os outros — o que resulta em grande alegria e contentamento!

Rosane Cordoba vive no Rio de Janeiro. É escritora, tradutora e produtora freelance de materiais infantis baseados na fé e para a formação de caráter. ■

A alegria

do Senhor: nossa esperança e força

A busca pela felicidade é o tema recorrente em artigos, redes sociais, livros, podcasts, programas de TV e filmes. É comum repetirem a mensagem de que devemos seguir nossos sonhos e buscar a realização pessoal para sermos felizes. No entanto, os cristãos conhecem a verdadeira fonte da alegria duradoura, capaz de resistir às tempestades da vida e permanecer firme mesmo diante das circunstâncias instáveis do mundo em que vivemos.

Jesus Se referiu de forma específica à Sua alegria apenas duas vezes nos Evangelhos ( João 15:11; 17:13), mas é algo que permeia Sua vida e os ensinamentos bíblicos. Encontramos 173 menções e exemplos de alegria, júbilo e regozijo no Novo Testamento — e centenas no Antigo. No Livro de Neemias, aprendemos que a alegria do Senhor nos fortalecerá (Neemias 8:10). Nos Salmos, lemos sobre a “alegria da salvação” e sobre a “alegria plena” que encontramos na presença de Deus (Salmos 51:12; 16:11).

A Bíblia nos ensina que o reino de Deus é “justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17). Na lista dos frutos do Espírito feita pelo apóstolo Paulo, a alegria vem logo após o amor (Gálatas 5:22–23), mostrando

ser uma parte essencial da vida cristã. Mas a que tipo de alegria a Bíblia se refere?

Em português, alegria e felicidade são palavras muitas vezes tratadas como sinônimas, mas, no Novo Testamento, os termos usados no original grego não têm significados tão semelhantes. Na verdade, as palavras gregas que indicam felicidade eram pouco usadas. Segundo os teólogos e dicionaristas Ralph P Martin e Peter H Davids, alegria, como o termo é usado na Bíblia, significa “um estado mental estável marcado pela paz” e “uma maneira confiante de encarar a vida, profundamente enraizada na fé, em uma consciência forte e confiante de que o Deus soberano Se revelou em Jesus Cristo”.

E de onde vem essa alegria? Ela está enraizada na nossa salvação — conquistada pela vida, morte e ressurreição de Jesus — e na certeza de que nossos nomes estão escritos nos céus (Lucas 10:20). Alegramo-nos porque temos a esperança de uma herança eterna, garantida por Deus pelo Seu Espírito, que habita em nossos corações (2 Coríntios 1:22).

Temos alegria porque olhamos para o futuro distante, certos de que, apesar das dificuldades e decepções que

enfrentarmos nesta vida, viveremos para sempre com Deus. O exemplo de Jesus nos ensina a olhar além das provações presentes e nos concentrarmos na eternidade: “Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus” (Hebreus 12:2).

Nossa alegria resulta da presença de Deus em nossas vidas, por meio de Jesus, que assumiu a forma humana e viveu entre nós ( João 1:14). Os relatos do nascimento de Jesus são repletos de alegria: quando Isabel ouviu a saudação de Maria, seu bebê — João Batista — saltou de alegria em seu ventre (Lucas 1:44). O anjo que apareceu aos pastores na noite do nascimento de Jesus anunciou: “Estou trazendo boas-novas de grande alegria, que são para todo o povo” (Lucas 2:10). E quando os sábios viram a estrela, “encheram-se de júbilo” (Mateus 2:10).

A presença de Deus traz alegria àqueles que nEle creem. Torna-se parte da nossa vida quando somos cheios do Espírito Santo, que está diretamente ligado à alegria: “Os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo” (Atos 13:52). Está associada à esperança: “Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo” (Romanos 15:13). Adorar e louvar ao Senhor desperta a alegria dentro de nós: “Eles o adoraram e voltaram para Jerusalém com grande alegria” (Lucas 24:52).

Qual é a fonte da nossa alegria? Emana da fé nas Escrituras, do Gênesis ao Apocalipse. Deus é nosso Criador. Criou a humanidade à Sua imagem (Gênesis 1:26–27). Embora tenhamos nos afastado

dEle por causa do pecado, podemos ser redimidos e reconciliados com Deus pela morte de Jesus na cruz, que nos trouxe perdão quando cremos e O recebemos em nossos corações. Assim, “Deus nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor, reservada para nós nos céus” (1 Pedro 1:3–5). O céu é descrito como um lugar de alegria, amor e paz eternos, onde não haverá

mais dor, tristeza, sofrimento ou solidão (Apocalipse 21:4).

A alegria do Senhor não depende das nossas circunstâncias. Pode florescer mesmo em meio à dor, sofrimento, perda e luto. A Bíblia afirma que “nos gloriamos na esperança da glória de Deus. Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações” (Romanos 5:2–3). Não é fácil nos alegrarmos nas adversidades nem é natural ter um espírito alegre todo o tempo. Mesmo assim, somos instruídos: “Alegrem-se sempre no Senhor” (Filipenses 4:4).

Quando as ondas, os ventos e as tempestades da vida nos atingem, podemos encontrar alegria na certeza de que Deus nunca nos abandona e que Ele tem um plano e propósito para nossa vida, mesmo quando não conseguimos enxergá-lo. Encontramos consolo e fé para suportar as dificuldades e vencê-las ao nos apegarmos às promessas da Palavra de Deus. Ao lermos a Bíblia, o Espírito de Deus fala ao nosso coração por meio das Escrituras, trazendo consolo, direção, fé e esperança — que são os degraus que nos levam à alegria.

Cultivamos a alegria ao confiar em Deus e permanecer nEle e em Sua Palavra, para que Sua alegria esteja em nós e a nossa alegria seja completa ( João 15:10–11). Nossa alegria cresce na medida da nossa gratidão, independentemente da situação em que nos encontremos, pois a Bíblia nos orienta: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1 Tessalonicenses 5:18).

Sejam nossas circunstâncias boas ou ruins, somos chamados a sermos gratos. Isso não significa que devemos agradecer pelas dificuldades, mas que devemos dar graças em meio às dificuldades. Podemos ser gratos pela certeza de que o Senhor está agindo em cada situação para o nosso bem. Sabemos que Ele não nos dará fardos além do que podemos suportar e que Sua graça é suficiente para nos fortalecer (2 Coríntios 12:9).

A alegria é uma resposta à presença constante de Deus em nossa vida — à Sua bondade, bênçãos e promessas; ao relacionamento que temos com Ele, e ao privilégio de sermos Seus filhos ( João 1:12–13). Reconhecer e agradecer pelas bênçãos de Deus nos ajuda a andar em Sua alegria no dia a dia e a desenvolver uma atitude positiva diante da vida. Ao agradecer-Lhe e louvá-lO, vivenciamos a alegria que Cristo nos deu por herança e nos fortalece!

Peter Amsterdam e sua esposa, Maria Fontaine, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã de fé. Adaptado do artigo original. ■

MOTIVO PARA A ALEGRIA

Em teoria, sei que a felicidade não depende das circunstâncias e que a alegria é uma dádiva de Deus que podemos vivenciar independentemente da situação. Mas saber disso e viver essa verdade são coisas bem distintas.

Hoje mesmo, enquanto me preparava para escrever este artigo sobre alegria, algo aconteceu e — num piscar de olhos — minha alegria se esvaiu. Puff, sumiu! Pode algo que deveria habitar minha alma escapar assim tão depressa? Às vezes, parece que sim.

Gálatas 5:22 diz que a alegria é um fruto do Espírito de Deus habitando em nós. Em Romanos 15:13 lemos: “Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo”. Portanto, a alegria não é algo que resulta de meus esforços, mas uma dádiva que posso receber.

A Palavra de Deus nos diz para nos alegrarmos, para buscarmos motivo de grande alegria, mesmo em situações improváveis, a louvar e dar graças. São expressões que

remetem a movimento e ação, o que coloca diante de nós a possibilidade de, quem sabe, a alegria ser uma escolha. Escolhi me alegrar hoje, quando meu humor foi afetado pelas circunstâncias? Não. Meu sentimento era justamente o oposto da alegria. Precisei contrariar a maneira como eu me sentia, da mesma forma que, às vezes, tenho de me forçar a sair da cama e ir para a academia me exercitar.

Não sei quantas vezes já me obriguei a fazer exercício quando o que mais queria era ficar na cama ou no sofá, mas não me lembro de nenhum treino do qual tenha me arrependido. Sempre me sinto melhor depois do que antes de começar.

Da mesma forma, nunca me arrependi de ter escolhido a alegria. Jamais pensei: “Ah, devia ter continuado emburrada ou triste!”

Ler esses versículos foi como o reset da minha mente. Pedi a Deus que me enchesse de alegria e paz, para que eu transbordasse de esperança e fiz o que se espera de quem deseja alegria: alegrei-me intencionalmente. E quer saber? Está funcionando.

Amigos, se vocês perderam a alegria, eu entendo. Não olho para o mundo com óculos cor-de-rosa. A vida é dura e há fases que parecem intermináveis — longas, solitárias e arenosas. Se é aí que você se encontra agora, oro para que Deus encha seu coração com Sua alegria e paz, para que, pelo poder do Espírito Santo, você transborde de esperança.

Se há fôlego em seus pulmões, então há motivo para louvor. Comece por aí — e veja aonde isso o leva.

Marie Alvero foi missionária na África e no México. Atualmente, vive uma vida feliz e ocupada com seu marido e filhos no Texas, EUA. ■

CONTEMPLANDO AS ESCRITURAS

Minha esposa e eu dedicamos de 30 a 45 minutos todas as manhãs para estudar a Bíblia, ler um livro devocional cristão e revisar os versículos que memorizamos. Esse tempo de estudo e reflexão se tornou vital para nós e nos ajuda a andar em harmonia com Deus.

Também adotei um método de fazer anotações. Escrevo com minhas próprias palavras um conceito, lição ou inspiração que encontro na Palavra de Deus. Com um pouco de prática, isso se tornou fácil e até um hábito: buscar um versículo ou reflexão que me inspire a me aproximar de Deus e, então, parafraseá-lo por escrito para expressar meus sentimentos e pensamentos.

Por exemplo, certa manhã, li uma passagem bem conhecida, Filipenses 4:4–7, que diz: “Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez digo: alegrem-se. … Não andem ansiosos por coisa alguma; mas, em tudo, pela oração e súplicas, com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que transcende todo entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus”.

Foi isso que escrevi no meu diário: “A confiança gera paz. Colocar tudo nas mãos de Deus me alivia da ansiedade. Cada provação que enfrento é uma oportunidade para depositar minha confiança em Deus e

crescer na fé. Ao cultivar a confiança, posso colher muitas bênçãos, sendo a paz uma das maiores. A alegria também desempenha um papel importante, pois, à medida que me alegro no Senhor, meus fardos parecem se tornar mais leves e fáceis de suportar.”

Devemos cultivar o hábito de encontrar alegria na Palavra de Deus, descobrir passagens que aumentem nossa fé, aproximem nossos corações dEle e dos outros, falem conosco ou nos mostrem no que devemos melhorar. Sua Palavra nos traz promessas das quais podemos nos apropriar para quando a adversidade bater à porta.

Experimente fazer isto: procure uma passagem das Escrituras que lhe traga alegria ou o inspire a se aproximar do Senhor e se proponha a memorizá-la. Para absorvê-la ainda mais, escreva-a ou expresse-a com suas próprias palavras. Não precisa ser nada sofisticado e deve vir direto do coração. Aquela mensagem ficará com você ao longo do dia e, com o tempo e algumas revisões, aquela Palavra se tornará parte de você.

Gabriel García Valdivieso faz parte da equipe editorial da Contato e é membro da Família Internacional. Ele é escritor, tradutor e podcaster, e mora no Chile com sua esposa, Sally. ■

PASSEIO COM MEU AMIGO

Durante uma caminhada à noite, eu me sentia um pouco desconectado do Senhor. Então, orei: “Meu querido Senhor, ajude-me a vê-lO, a estar mais perto de Você e sentir Sua presença”. Foi então que ouvi Jesus falar de forma muito doce para mim.

Você sabia que gosto que nossos corações estejam conectados? Lembre-se quando disse aos Meus discípulos: “Já não os chamo de servos, porque o servo não sabe o que seu senhor faz; mas tenho-vos chamado de amigos, pois tudo o que ouvi de Meu Pai, tenho-vos feito conhecer” ( João 15:15)?

Respondi: “Mas, Jesus, Você é tão poderoso e importante. Por que quer ser meu amigo?”

Quero estar com você como Eu estava com Meus discípulos. Sei que não entende isso, mas posso ajudar. O que fazem os amigos? Caminham juntos, assim como estamos fazendo agora. Gostam da companhia um do outro e de fazer coisas juntos. Dividem o que sentem.

Respondi: “Tudo bem, vou Lhe contar o que está no meu coração hoje. Tenho enfrentado alguns problemas...” E contei pra Jesus algumas dificuldades que estava enfrentando. No final, eu disse: “Era isso, Senhor, que eu tinha a dizer. Você quer me falar algo?”

E enquanto eu caminhava, Ele passou a me mostrar algumas coisas lindas na Sua criação ao meu redor, nas árvores e seus frutos, com todas as suas cores e fragrâncias distintas.

Agora, quando saio para caminhar, conversamos, e lhe peço: “Pode compartilhar Seu coração comigo, meu querido Amigo?”

Ricardo Hurtado tem feito trabalhos humanitários cristãos na Colômbia, Venezuela e Brasil. Atualmente, reside com sua esposa nos Estados Unidos e tem um ministério online. ■

O Senhor diz: “Eu te guiarei pelo melhor caminho para a sua vida. Eu te aconselharei e zelarei por ti.”

Salmo 32:8 NTLH

E Ele anda comigo, e Ele fala comigo, E Ele me diz que sou Seu, E a alegria que compartilhamos enquanto lá permanecemos, Nenhum outro jamais conheceu. C. Austin Miles

Se você ainda não recebeu Jesus como Salvador, pode fazê-lo fazendo a seguinte oração: Querido Jesus, creio que Você é o Filho de Deus e que morreu na cruz por mim para que, pelo Seu sacrifício, eu possa viver para sempre com Você no céu. Peço que perdoe os meus pecados. Abro a porta do meu coração para Você. Por favor, encha-me com Seu Espírito Santo e ajude-me a viver de uma forma que O glorifique. Guie minha vida como um Amigo, e ajude-me a segui-lO. Em Seu nome eu oro. Amém.

Há alegria descansono

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mateus 11:28).

Como alguém que sempre foi um tanto viciada em trabalhar e perfeccionista, sempre lutei para equilibrar trabalho e descanso. Mas aprendi que priorizar o autocuidado não é um luxo — é uma necessidade.

Ainda sorrio quando lembro de como cuidava do meu primeiro filho. Toda noite, eu preparava suas roupas passadas para o dia seguinte, lustrava seus sapatos de couro e garantia que a área de brinquedos e a casa estivessem impecáveis. Eu me orgulhava de ter uma casa limpa, quase “perfeita”, e de ver meu primogênito sempre bem arrumado.

Quando o segundo chegou, eu não mantinha tudo tão arrumadinho, mas digamos que as roupas eram passadas a cada dois dias e os sapatos eram lustrados com menos frequência.

Com o terceiro, eu me esforçava para manter alguma aparência de ordem, e as crianças ainda pareciam arrumadas e limpas, mas a perfeição foi por água abaixo. Não preciso nem contar o que aconteceu quando os números quatro, cinco e seis chegaram.

Então, quando pensei que já havia terminado com a carreira de mãe, a vida me trouxe um novo desafio: cuidar do meu neto.

Tentei ao máximo resgatar aqueles dias de perfeição e manter as coisas em ordem. Mas meu neto provou ser um desafio maior do que qualquer um dos meus filhos havia sido. Na época, eu não sabia, mas depois descobri que sua hiperatividade e os frequentes choros eram devido ao autismo, que foi diagnosticado quando ele tinha três anos.

Demorei um pouco para assimilar a notícia sobre suas habilidades diferentes, ou “diferenciais”, como gosto de chamar. Contudo, assim que aprendi mais sobre o autismo e a importância da intervenção precoce, meu impulso pela perfeição ressurgiu. Eu estava determinada a fazer o meu melhor por ele e seguir cada instrução dos seus professores e terapeutas à risca.

Também li todo livro, blog ou artigo que encontrava e tentei participar de todas as atividades sociais da melhor maneira que podia.

Com o tempo, ficou claro que eu não dava conta fisicamente e emocionalmente, de tudo que envolve o cuidado de uma criança autista. Eu estava no limite.

Felizmente, conheci uma mulher maravilhosa que atua na defesa da causa e se tornou uma querida amiga. Como tem uma filha autista, ela entendeu pelo que eu estava passando e me aconselhou: “Pegue mais leve!”

Eu sabia que ela tinha razão, mas minha situação estava complicada. O dinheiro era pouco e eu não

tinha a quem recorrer nem como tirar uma folga de vez em quando. Mas era o que eu precisava e precisava já!

O primeiro passo foi reconhecer que eu precisava mudar minha atitude mental. Querer fazer tudo com perfeição era estressante demais e insustentável. Graças à oração e à reflexão, percebi que, mesmo se eu deixar de fazer alguma atividade ou fazer algo mais simples, como sentar no quintal com uma xícara de chá e colocar os pés para cima enquanto meu neto persegue borboletas e coleta insetos. Além de não lhe fazer mal, fará bem a nós dois.

Aprender a pedir ajuda e aceitá-la quando oferecida me ajudou a encontrar um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Sempre me sentia mal por pedir a contribuição dos outros e com frequência não aceitava a ajuda que me daria a chance de fazer uma pausa. Demorei a perceber que as pessoas querem ajudar e que aceitar a ajuda fortalece nossos relacionamentos.

Além de não querer sobrecarregar os demais, percebi que tinha a ver com confiar nas pessoas. Sempre senti que poderia fazer as coisas melhor. É verdade, outras pessoas fariam as coisas de forma diferente da minha, mas ao ser tão protetora, acabei me privando do descanso tão necessário.

Depois que aceitei que o autocuidado não é apenas “algo legal de se fazer quando possível”, mas uma necessidade real que demanda dedicação regular, comecei a me sentir muito melhor. Os desafios ainda existem, mas consigo lidar melhor com eles e hoje levo algumas coisas com mais tranquilidade.

Pela tentativa e erro, também busquei e descobri maneiras pequenas, mas eficazes, de cuidar melhor de mim mesma sem negligenciar minhas responsabilidades. O autocuidado não precisa ser demorado nem caro. Caminhar, escrever em um diário, ter tempo para ler, orar e meditar, ou tomar um café com uma amiga me proporcionam pequenas pausas e me ajudam a me revitalizar.

Para aqueles que estão passando por um momento difícil e se sentindo sobrecarregados, lembrem-se: independentemente das circunstâncias, cuidar de si mesmo não é egoísmo — é necessário. Não pode dar de si quem não tem o que oferecer. Ao priorizar o descanso, você será mais forte e mais feliz para aqueles que precisam de você.

Lilia Potters é escritora e especialista certificada em recursos do autismo. Mora nos Estados Unidos. ■

A árvore caída — uma parábola

O Senhor cumprirá o seu propósito para comigo; o teu amor leal, Senhor, dura para sempre. Não abandones as obras das tuas mãos. — Salmo 138:8

Uma árvore foi atingida pela adversidade — um vendaval, uma enchente, um deslizamento de terra — e estatelou-se no chão.

Acostumada a balançar suavemente aos impulsos da brisa, tão logo atingiu a terra úmida provocando um grande estrondo, seus instintos disseram à árvore que jamais se reergueria.

Tomada por dor, tristeza, raiva e frustração, a árvore viu suas pares ainda de pé e chorou. Ficou ali por muito tempo, cercada por seus galhos quebrados, dormente, como se meditasse sobre o que fazer com seu corpo colossal.

Então, timidamente, produziu alguns brotos, que se tornaram ramos e, então, galhos que se estendiam em direção ao céu, como se tentassem recuperar, em certa medida, a natureza aérea original. Tendo feito tudo a seu alcance, a outrora frondosa árvore deixou o resto a cargo do tempo e logo descobriu novos propósitos.

Crianças pequenas passaram a procurar a gigante caída para brincarem de “cavalinho” ou fingiam que ela era um castelo. A árvore tombada que se tornou um cenário favorito para fotos, encosto para os cansados e refúgio para os reflexivos, também servia de ponte para caminhantes e esquilos passarem para o outro lado do riacho. E foi assim que a árvore encontrou uma nova vida, uma vida feliz — embora muito diferente da anterior — e percebeu que esse era seu destino.

Choveu muito desde então, e a árvore caída ainda está deitada no chão, oferecendo seus galhos. Musgo cobriu-lhes as feridas causadas pela queda e, com o tempo, tornou-se um belo e importante elemento da paisagem, tanto que os construtores a levaram em consideração ao projetar o parque.

De vez em quando, a árvore recorda, reflete e agradece pelo dia em que o destino a derrubou em sua fúria. Embora jamais tenha recuperado seu estado original nem voltara a ser como as outras árvores, está contente, pois encontrou seu lugar e propósito e sabe que seu futuro está nas mãos do Criador.

Poderia esta ser também nossa história? Embora nossas vidas costumem não atender às expectativas da juventude, o resultado pode ser algo mais rico, profundo e significativo, se deixarmos Deus usar as tempestades como Lhe parecer melhor.

Deus obtém algumas das maiores vitórias de aparentes derrotas.

Jorge Solá tem nove filhos e é desenvolvedor. Integra o conselho da organização sem fins lucrativos Arriba las Manos, na Colômbia, que se dedica a melhorar a educação nas comunidades litorâneas e promover programas de desenvolvimento pessoal para crianças desfavorecidas. ■

A APARÊNCIA DA ALEGRIA

Timmy se alegrando com as crianças esperando na fila para receber cestas-básicas.

Joy (em inglês, alegria) é literalmente o meu nome do meio. Sinceramente, porém, tipicamente não sou o que muitos consideram um bom exemplo de alegria. Não que eu seja rabugenta ou infeliz, só que nem sempre sou animada e positiva. Minha tendência é ser egoísta e introvertida. Sei que são fraquezas inerentes ao ser humano, mas não é desculpa.

Timmy, meu irmão, sim, deve ser reconhecido como um exemplo de alegria. Ele tem Síndrome de Down e dizemos que é a estrela da nossa família. Vê o mundo com muita simplicidade, pureza e otimismo.

E ele é alegre. Muito alegre! Se eu conto uma piada, ele ri como se eu tivesse feito uma apresentação inteira de comédia. Se ele faz algo que achamos engraçado, ele repete, repete e repete, porque adora nos fazer sorrir. Quando praticamos um esporte ou fazemos qualquer coisa que seja motivo de celebração, ele festeja com toda a equipe, e não dispensa um high-five de cada jogador.

Claro, ele também tem seus momentos ruins. Odeia acordar na hora certa (quem não odeia?) e às vezes fica de mau humor. Mas, nunca o vi ter um dia ruim. Timmy é simplesmente imbatível.

A alegria é absurdamente contagiante, especialmente a que vem de Jesus. As vezes em que vi Timmy transformar os rostos mais carrancudos e sérios em sorridentes são incontáveis. Quando distribuímos alimentos em comunidades pobres, ele dá abraços, dança com as pessoas que estão na fila e às vezes até canta. Ele não se acanha nem se importa com a opinião dos outros, mas é amigável, gentil,

alegre e isso muda as pessoas. Elas adoram! Elas também se alegram.

Então, embora Joy (alegria) seja o meu nome do meio, Timmy é quem me mostra como viver sendo uma fonte de alegria. Eu quero ser como ele.

Amy Joy Mizrany nasceu e vive na África do Sul, onde é missionária em tempo integral com a organização Helping Hand e membro da Família Internacional. No seu tempo livre, ela ensina violino. ■

A vida é umaPRAIA

“A vida é uma praia”, lemos em um adesivo popular, cuja imagem é um convite para relaxar na praia, bebericando uma bebida fresca.

Na realidade, quem vive no litoral sabe que as praias podem ser perigosas. De férias no Mar Vermelho, conhecemos um guarda-parque que nos contou sobre seu encontro com a morte quando acidentalmente pisou em um peixe-pedra e ficou inconsciente por vários dias no hospital, lutando pela sobrevivência. Ele disse: “Foram as orações da minha esposa que me trouxeram de volta à vida”.

Os perigos das áreas costeiras incluem águas-vivas, tubarões, peixes-leão, arraias, ouriços e uma infinidade de outros predadores, e animais peçonhentos. Talvez a vida seja mesmo como uma praia: possivelmente perigosa e tumultuada, com muitas emoções e tombos.

Meu filho Richard compartilhou uma experiência que, embora não tenha relação com praias, nos lembrou de como a vida é cheia de surpresas que colocam nossos problemas em perspectiva. Segue o relato em suas palavras:

“Em uma via de acesso para a rodovia, parei para deixar dois caminhões passar. Eu poderia ter acelerado para passar na frente deles, mas decidi diminuir a velocidade.

“Naquele dia, eu estava desanimado. Meu filho de três anos ainda não falava e precisaria de terapia, eu estava

com problemas no relacionamento e o dinheiro estava curto.

“Por que a minha vida é tão difícil? Perguntei a Deus, não esperando realmente uma resposta.

“Passados alguns minutos, um caminhão que vinha no sentido contrário colidiu com um daqueles que que eu deixara passar. Os dois veículos explodiram em chamas, lançando detritos por todo lado, passando muito perto do meu carro.

“Parei o carro e peguei um extintor de incêndio para tentar apagar as chamas, mas estava tão quente que não consegui chegar perto do acidente. O socorro não demorou, mas os motoristas já haviam falecido. Foi um choque perceber que, se eu tivesse acelerado, poderia ter morrido naquele incêndio.

“Aquela experiência colocou meus problemas em perspectiva. Só estar vivo me fez sentir como se tivesse ganhado na loteria e comecei a contar minhas bênçãos.”

Nada ajuda a sermos mais gratos pela vida do que ver a morte cara a cara. A vida pode ser como uma praia, mas tem muitos desafios. Felizmente, Deus pode nos ajudar a superá-los e, por eles, nos tornar mais fortes.

Curtis Peter van Gorder é escritor freelance e artista de mímica, tendo passado 47 anos realizando atividades missionárias em 10 países diferentes. Ele e sua esposa Pauline moram atualmente na Alemanha. ■

O sol ainda brilha

Por muito tempo detestei os dias nublados, especialmente no inverno. Davam a impressão de serem intermináveis e sem esperança, congelando tanto o corpo quanto a alma.

Contudo, reconhecendo que fazem parte da vida, decidi aprender a gostar deles — e agora eu gosto. O meu segredo? Na verdade, tenho vários.

Às vezes, aproveito os dias cinzentos para cozinhar um doce gostoso para saborear com o meu café. A casa fica com o cheiro de café fresquinho e guloseimas caseiras, o que cria uma sensação acolhedora e feliz.

Descobri também que posso ajudar a iluminar o dia com a roupa que escolho, como o meu suéter colorido favorito ou algumas bijuterias bonitas.

Acima de tudo, aprendi a agradecer a Deus por esses dias. Ainda não são meus favoritos, mas tenho uma casa aquecida, uma cama confortável, comida na mesa e alguém com quem dividir as minhas bênçãos.

Não faz muito tempo, estava fora de casa em um desses dias nublados. Como a previsão não era de chuva, não levei o guarda-chuva, mas no meio da manhã fui pega por um aguaceiro. Apesar de ter chegado em casa encharcada, um banho quente e um bom almoço fizeram todo o incômodo desaparecer e eu me senti muito melhor.

Enquanto estava na chuva, orei por todas as pessoas que foram vítimas de desastres. Não me refiro a problemas como queimar o jantar, mas um desastre de verdade, como perder a casa em uma catástrofe natural, e passaram a viver em abrigos improvisados, sem o menor conforto e segurança.

Quando algum evento negativo nos desanima, orar por aqueles que estão em situação pior coloca as coisas em perspectiva e faz bem à alma, assim como um banho quente aquece o corpo depois de ser pego pela chuva, ou o cheiro de um bolo caseiro dissipa a tristeza de um dia escuro. Lembrar que temos um Deus muito grande, que tudo vê e tudo sabe, que nos ama profundamente e que nunca nos deixará ser testados além do que Ele sabe que podemos suportar com a ajuda dEle (1 Coríntios 10:13), eleva o espírito, como o aroma do café fresco.

Mesmo quando o céu está nublado, o sol ainda brilha. As nuvens podem nos impedir de vê-lo, mas ele está lá, tão brilhante como sempre. Quando a escuridão nos cerca, a luz do amor de Deus ainda está lá, constante como sempre, esperando o momento certo para irromper das nuvens e aquecer nossas almas novamente.

Com Amor, Jesus

Louvor no dia-a-dia

Hoje é um novo dia que criei — 24 horas para você se alegrar e se regozijar (Salmo 118:24)!

Esteja atento a cada passo, para não deixar escapar nenhuma manifestação do Meu amor e oportunidade de se alegrar.

Olhe pela janela e contemple a beleza da criação — esse é o Meu amor por você. Pense na sua família e nos seus amigos — eles também expressam Meu amor por você. Ao longo do dia, pense em tudo o que é bom, belo e verdadeiro e permita seu coração se encher de alegria por essas manifestações do Meu amor (Filipenses 4:8).

Se hoje parece um dia tempestuoso, lembre-se de que Minha alegria estará com você em cada hora e lhe dará força e esperança para enfrentar os desafios ( João 15:11). Não importa quão escuro ou nublado esteja o seu dia — a Minha alegria está sempre presente em seu coração e não depende das circunstâncias ao seu redor.

Toda vez que você Me louva e adora, reconhece a Minha presença e o Meu poder, declara sua fé em Mim e expressa seu amor por Mim. Quando eleva a voz para Me louvar em meio à turbulência do mundo, torna-se uma luz que brilha na vida das pessoas, como um raio de luz na escuridão. Coloque sua confiança em Mim. Prometo enchê-lo de toda alegria e paz, para que você transborde com o Meu Espírito (Romanos 15:13).

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