(1) CENTRO DE SAÚDE INFANTIL ESPECIALIZADO NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

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NEUROARQUITETURA

CENTRO DE SAÚDE INFANTIL ESPECIALIZADO NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

UNIFEOB

Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos Curso de Arquitetura e Urbanismo

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

Trabalho final de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos, na cidade de São João da Boa Vista - SP, como requisito final da disciplina de TFG e conclusão de curso.

Orientador: Msc José Edwalto de Lima Junior Orientando: Katherin Marques Teixeira Mansini

São João da Boa Vista - SP 2021

“A emoção da ciência traduzida em técnica pelo homem é a mesma comunicada pela obra de arte. Equilíbrio, estrutura, rigor, aquele mundo outro que o homem não conhece, que a arte sugere, do qual o homem tem nostalgia.”

Lina Bo Bardi

AGRADECIMENTOS

Agradecendo sempre em primeiro lugar a Deus, por me proporcionar experiências tão magníficas, por me mostrar que sempre que eu penso em desistir, ou, em um pequeno momento, cogito a vigia dele por mim, ele me surpreende e mostra que nunca me desamparou e nunca deixou de olhar por mim, sempre me cuidando e mostrando que o melhor caminho é ele quem traça, e ele sempre sabe o que é o melhor para mim.

Agradeço a minha mãe, Cristiane Marques Teixeira, que sempre esteve ao meu lado, me cuidou sozinha, me mostrou o lado do bem, me incentivou a traçar caminhos diferentes, me fez ser forte, me fez ser sempre confiante e acreditar nos meus sonhos, agarrar as oportunidades que a vida nos dá e valorizá-las como se fossem as únicas, e sempre, com a maior das importâncias. Ela é meu espelho e a tudo lhe devo.

Ao meu Padrasto, Robson Reginaldo Sbravatti por todo o apoio, paciência e cuidados ao longo destes anos me ajudando a cumprir essa jornada.

Aos meus avós, Dorotheu Virissimo Teixeira (em memória) e a Edméa Marques Teixeira, meus pais do coração, que junto com a minha mãe, cuidaram minimamente do meu caminho, me proporcionando um lar, ensinando sobre os valores da vida, sobre nossas lutas, nossa felicidade em receber uma vitória e nossa força a continuar lutando após encarar tropeços, além de tudo, sempre me fazendo ser uma pessoa melhor.

Aos meus tão amados amigos, Andressa Ribeiro, Luciano Candido Ferreira, que fizeram a faculdade se tornar uma jornada mais leve, que mesmo com todo o desespero com entregas de trabalho, projetos e crises de ansiedade, sempre me proporcionando ótimas risadas e momentos inesquecíveis.

Aos meus professores durante os 5 anos de faculdade, Ricardo, Frederico, Gabriel, Valdir, Eliane, Caio, Fabricio, Poliana, Isabela, Claudia, Marina, Luciana e ao meu orientador de TFG José Edwalto de Lima Júnior, que compartilharam seus conhecimentos, mostrando inúmeras possibilidades de crescimento pessoal e profissional, me incentivando a sempre ultrapassar nossos limites.

Agradeço aos meus tios, Júnior e Paula, que em um momento difícil antes do início da minha vida universitária, me ajudaram com o coração, e me incentivaram a não desistir e que que devemos aprender a conviver com elas, mas nunca deixa-las decidir quem nós somos.

Um agradecimento especial ao Ricardo Simon Ciaco, o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, que no começo da minha jornada acadêmica foi peça fundamental e principal para eu estar aqui hoje e eu serei eternamente grata.

RESUMO

O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno global de desenvolvimento, podendo ser apresentado em crianças antes dos 3 anos de idade. Com sintomas afetando sua comunicação verbal, gesticular/motora e seus sentidos, o que deixa o tratamento sendo sensorial e cognitivo em sua maior parte. Durante anos o transtorno do espectro autista foi nomeado de diversas formas, possuiu alguns tratamentos e ganhou uma lei que determina os direitos destas crianças no Brasil, porém, não é isso que encontramos atualmente. O presente caderno aborda temas da doença, formas de tratamento e as ligações que a arquitetura traz junto ao TEA para ajudar a desenvolver o Centro de Saúde Infantil especializado no transtorno do espectro autista, que será localizado em São João da Boa Vista, SP, um local de tratamento que aguce o desenvolvimento cognitivo e os sentidos sensoriais das crianças da cidade e da região, fazendo com que a experiência, aprendizagem e suas intervenções sejam além das salas de profissionais aconselhados.

Palavras chave: Autismo, Infantil, Tratamento, Desenvolvimento

ABSTRACT

Autism Spectrum Disorder (ASD) is a global developmental disorder that can be presented in children before the age of 3. With symptoms affecting their verbal communication, gesticular/ motor and their senses, which leaves the treatment being sensory and cognitive for the most part. For years autistic spectrum disorder has been named in several ways, has some treatments and won a law that determines the rights of these children in Brazil, however, that is not what we find today. This booklet addresses issues of disease, forms of treatment and the links that architecture brings with ASD to help develop the Children’s Health Center specialized in autism spectrum disorder, which will be in São João da Boa Vista, SP, a treatment site that enhances the cognitive development and sensory senses of children in the city and the region, making the experience, learning and their interventions are beyond the rooms of advised professionals.

Keywords: Autism, Child, Treatment, Development

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 1 - Dados do CDC 2020 / 17

Imagem 2 - Insidência por sexo / 18

Imagem 3 - Dados OPAS/OMS / 18

Imagem 4 - Pirâmede Etária de São João da Boa Vista / 20

Imagem 5 - Mapa de Hospitais e Saúde de São João da Boa Vista / 22

Imagem 6 - Santa Casa de Misericórdia Dona Carolina Malheiros / 23

Imagem 7 - Unimed Leste Paulista de São João da Boa Vista /24

Imagem 8 - Caps I de São João da Boa Vista / 25

Imagem 9 - Caps I Sala de Atendimento / 27

Imagem 10 - Caps I Sala Sensorial / 27

Imagem 11 - Caps I Pátio Central / 27

Imagem 12 - Mapa de cidades da região / 29

Imagem 13 - Esquema ilustrativo sobre procedimentos metodológicos / 32

Imagem 14 - Linha do tempo, história e evolução dos estudos sobre TEA - 37

Imagem 15 - Profissionais e terapias ideais / 39

Imagem 16 - Opções de tratamento / 40

Imagem 17 - 6 fases de tratamento PACS / 41

Imagem 18 - Sentidos / 43

Imagem 19 - Vendo o espectro, uma história do Autismo / 46

Imagem 20 - Núvem, Arquitetura e Autismo /

Imagem 21 - Localização, terreno / 55

Imagem 22 - Centro Nacional de Educação para o Autismo, implantação / 55

Imagem 23 - Associados do escritório Penoyre & Prasad LLP / 56

Imagem 24 - Programa de necessidades / 57

Imagem 25 - Centro Nacional de Educação para o Autismo - Detalhes construtivos/ 58

Imagem 26 - Circulação / 58

Imagem 27 - Centro Nacional de Educação para o Autismo - Detalhes de materiais e cores / 59

Imagem 28 - Setorização / 60

Imagem 29 - Corte Esquemático, Ventilação e Iluminação / 60

Imagem 30 - Detalhes Internos - Ventilação e Iluminação / 60

Imagem 31 - Implantação e classificação de vias / 63

Imagem 32 - Teuba Arquitetura / 64

Imagem 33 - Sesc Jundiai - Detalhes internos / 65

Imagem 34 - Setorizações / 66

Imagem 35 - Corte Esquemático / 67

Imagem 36 - Sesc Jundiai - Detalhes Construtivos / 68

Imagem 37 - Sesc Jundiai - Detalhes Externos e Internos / 69

Imagem 38 - Sesc Jundiai - Corte Esquemático Ventilação / 70

Imagem 39 - Implantação - Classificação de Vias / 73

Imagem 40 - Stanley Beaman & Sears / 74

Imagem 41 - Nemours, detalhes internos / 75

Imagem 42 - Setorização / 76

Imagem 43 - Nemours Fachada / 77

Imagem 44 - Nemours - Detalhes Internos / 77

Imagem 45 - Corte esquemático, vetilação e iluminação / 78

Imagem 46 - São João da Boa Vista / 82

Imagem 47 - Setorização de São João da Boa Vista + Áreas Verdes / 83

Imagem 48 - Terreno 01 / 86

Imagem 49 - Terreno 02 / 87

Imagem 50 - Terreno 03 / 87

Imagem 51 - Terreno 04 / 88

Imagem 52 - Consicionantes Ambientais / 89

Imagem 53 - Cheios e Vazios / 90

Imagem 54 - Gabaritos / 91

Imagem 55 - Uso e Ocupação do Solo / 92

Imagem 56 - Vias + Mobilidade / 93

Imagem 57 - Vistas Terreno / 94

Imagem 58 - 01 Vistas Terreno /94

Imagem 59 - 02 Vistas Terreno / 94

Imagem 60 - 03 Vistas Terreno / 95

Imagem 61 - 04 Vistas Terreno / 95

Imagem 62 - 05 Vistas Terreno / 95

Imagem 63 - Plano de Massas / 104

Imagem 64 - Volumetria Prédio Principal / 112

Imagem 65 - Volumetria Prédio Alimentação / 112

Imagem 66 - Volumetria Prédio Baias e Apoio / 112

Imagem 67 - Implantação / 113

Imagem 68 - Vegetações / 114

Imagem 69 - Prédio Principal / 115

Imagem 70 - Setorização Principal / 116

Imagem 71 - Corte AA Principal / 117

Imagem 72 - Corte BB Principal / 117

Imagem 73 - Setorização Alimentação / 118

Imagem 74 - Circulação Alimentação / 118

Imagem 75 - Corte AA Alimentação / 119

Imagem 76 - Corte BB Alimentação / 119

Imagem 77 - Setorização Baias e Apoio / 120

Imagem 78 - Circulação Baias e Apoio / 120

Imagem 79 - Corte AA Baias e Apoio/ 121

Imagem 80 - Corte BB Baias e Apoio / 121

Imagem 81 - Entrada Principal / 122

Imagem 82 - Entrada Principal / 123

Imagem 83 - Jardim Prédio Alimentação / 124

Imagem 84 - Jardim Prédio Alimentação / 125

Imagem 85 - Jardim Prédio Alimentação / 126

Imagem 86 - Playground / 127

Imagem 87 - Playground / 128

Imagem 88 - Prédio Baias e Apoio / 129

Imagem 89 - Lateral Prédio Principal / 130

Imagem 90 - Quadra de Esportes/ 131

Imagem 91 - Recepção / 132

Imagem 92 - Acessos aos Consultórios / 133

Imagem 93 - Recepção Secundária / 134

Imagem 94 - Lavabo e Acesso as Terapias e ADM/ 135

Imagem 95 - Consultório Padrão / 136

Imagem 96 - Consultório Padrão / 137

Imagem 97 - Brinquedoteca / 138

Imagem 98 - Brinquedoteca / 139

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Sentidos / 44

Tabela 2 - Área administrativa / 99

Tabela 3 - Área de diagnóstico e terapias / 100

Tabela 4 - Área de cuidados ao cuidador / 101

Tabela 5 - Área externa / 101

Tabela 6 - Área de apoio para área externa / 102

Tabela 7 - Infraestrutura / 102

Tabela 8 - Diagrama de proximidades / 103

Tabela 9 - Vegetações / 114

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1.1 O Transtorno........................................................................16

1.2 Contextualização.................................................................17

1.2.1 Autismo no Brasil..........................................................18

1.2.2 Contextualização da Saúde em São João da Boa Vista, SP ...........................................................................................19

1.3 Problemática.......................................................................28

1.4 Objetivo Geral......................................................................30

1.4.1 Objetivo Especifico.......................................................30

1.5 Justificativa.........................................................................31

1.6 Metodologia.......................................................................31

REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Concepções do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ......................................................................................36

2.2 Crianças Autistas e seus Espectros...................................38

2.2.1 Diagnóstico - Neuropediatria.......................................39

2.2.2 Tratamento...................................................................39

2.2.3 Entendimento Sensorial...............................................42

2.3 Paciente e Familía...............................................................45

2.4 Autismo e Arquitetura........................................................46

2.4.1 Arquitetura com Aspectos Sensoriais..........................50

2.4.2 Arquitetura com Aspectos Construtivos.......................53

ESTUDOS DE

3.4 Hospital Infantil Nemours.................................................74

3.5 Considerações Finais Estudo de Caso...............................82

LEVANTAMENTO GEOGRÁFICO

4.1 São João da Boa Vista.........................................................86

4.2 Clima...................................................................................88

4.3 História................................................................................88

4.4 Economia.............................................................................88

4.5 Mobilidade..........................................................................88

4.6 Localização do Terreno - Intervenção....................................89

4.7 Leis de Uso: Bairro + Terreno ..............................................92

4.8 Levantamento Fotográfico ..................................................98

PROPOSTA

5.1 Diretrizes Projetuais..........................................................102

5.2 Conceito e Partido............................................................102

5.3 Programa de Necessidades...............................................102

5.4 Diagrama de Proximidades...............................................107

5.5 Plano de Massas...............................................................108

5.6 Leitura Plano de Massas...................................................109

6.1 Consepção e Forma...........................................................112

6.2 Implantação - Acessos e Circulação...................................113

6.3 Implamtação - Paisagismo................................................114

6.4 Sistema Construtivo..........................................................114

6.5 Prédio Principal..................;..............................................116

6.6 Prédio Alimentação...........................................................118

6.7 Prédio Baias e Apoio...........................................................120

6.8 Imagens 3D........................................................................122

6.8.1 Desenhos Técnicos .........................................................140

6.9 Considerações Finais..........................................................150 PROJETO

1. INTRODUÇÃO

1.1 O TRANSTORNO

Autismo, uma palavra que quando dita, provavelmente a imagem que surgirá em sua cabeça será a de uma criança isolada em seu próprio mundo, introspectiva, que brinca de forma diferente das outras crianças, que balança o corpo pra lá e pra cá e que alheia tudo e todos. Quando alguém se refere a crianças autistas, geralmente associamos a uma criança diferente das outras, que vive de uma forma mais limitada e que pra ela, nada faz muito sentido, porém, não é bem assim!.

São impressões estreitas sobre o autismo, onde limitamos as habilidades absolutamente reveladoras de crianças que podem nos fazer refletir sobre quem de fato vive alienado.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos 3 anos de idade, e se prolonga por toda a vida, o que faz com que os profissionais da saúde se empenhem ao máximo para conseguir o diagnóstico precoce, pois, quanto antes o TEA for diagnosticado, mais eficaz é a forma de tratamento (GAIATO, 2012, p. 04).

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas com o transtorno, sendo que, quando revertemos esse número para a população infantil, acaba sendo mais comum que câncer e diabetes.

O psiquiatra Paul Eugen Bleuler (1908) foi o primeiro estudioso responsável por utilizar o termo “autismo” descrevendo como sendo a fuga da realidade, o que era muito observado em pacientes esquizofrênicos (RODRIGUES; SPENCER, 2010, p. 18).

Sintomas de TEA são bem acentuados e afetam áreas da socialização, comunicação e comportamento, sendo diagnosticado por testes neurológicos, sendo classificados pelo DSM-V - Manual Diagnóstico Estatístico dos Transtornos Mentais - como tendo 3 níveis;

Considerado autismo leve: Crianças que possuem todos os sintomas, porém, como o nome diz, sintomas leves, conseguem ter um bom funcionamento e possuem necessidade de tratamento em uma intensidade menor;

Considerado autismo moderado: Essas crianças já necessitam de um tipo de tratamento mais intensivo, elas conseguem ter um bom funcionamento, porém, precisam de ajuda e de cuidados;

Considerado autismo severo: São crianças totalmente dependentes de ajuda, elas precisam de tratamento intensivo e muitas delas, não conseguem nem ter comunicações verbais, são as que precisam de mais suporte.

Todos esses níveis têm três sintomas muito característicos, o primeiro é a habilidade social e a dificuldade em interpretar os sinais sociais e intenções das demais pessoas, o que impede a percepção recorrente sobre situações no ambiente cotidiano. O segundo sintoma recorrente é a comunicação verbal e não verbal. O terceiro é sobre as inadequações comportamentais. Crianças com TEA apresentam muito interesse sobre atividades que são restritas e repetitivas e têm dificuldades de lidar com o novo, com o inesperado e acabam demonstrando pouca flexibilidade para mudança de rotina.

O Transtorno do Espectro Autista não possui diagnóstico por exames clínicos e laboratoriais. Além do mais, cerca de 70% das crianças que possuem o Transtorno do Espectro Autista possuem demasiados problemas neurológicos incluindo epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). (BRASIL; OPAS/OMS, 2017)

Conseguimos fazer uma analogia entre o autismo e um jogo de quebra-cabeça. Quando olhamos para o jogo com suas peças bagunçadas, sem uma forma definida, ficamos confusos e não conseguimos imaginar a imagem que as peças formariam. A mesma coisa é o TEA, se avaliarmos os sintomas de formas distintas, não conseguimos entender o que ele forma e como ele afeta o paciente, mas se conseguirmos ir cuidando corretamente da criança, podemos nos surpreender com o resultado obtido. Pode não ser fácil montar esse quebra-cabeça, fazer cada peça se encaixar cuidadosamente, a fim de buscar uma lógica que possam se transformar em uma bela imagem.

Assim como um jogo de quebra-cabeça, o portador do autismo muitas vezes, desempenham a tarefa de montá-lo com muita maestria, já que eles possuem uma visão extraordinária

dos detalhes e, em muitas situações, se destacam com atividades que traduzem beleza e arte.

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO

Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o diagnóstico de TEA contínua em todas as classes, raças e etnias. Nos Estados Unidos, os novos números de prevalência do TEA estão em: 1 para 54 crianças. Os dados estatísticos foram publicados dia 26 de março de 2020 pelo próprio CDC. Segundo a estatística que é divulgada a cada dois anos, o aumento é de 10% em relação ao número anterior, de 2014, que era de 1 para 54 crianças (Imagem 1).

Imagem 1: Dados do CDC, 2020.

1 á cada 54 crianças possuem TEA segundo CDC (Fonte: Elaborado pela autora, 2021).

Os estudos mostram ainda que a incidência de crianças com TEA ainda continua o mesmo, sendo 1 menina para 4 meninos sendo diagnosticados (Imagem 2). O que ainda não tem uma explicação científica.

A estatística refere-se a crianças de 8 anos de idade, com pesquisas feitas em 11 estados dos EUA. Esses dados estatísticos foram coletados em registros educacionais e de saúde pela Rede de Monitoramento de Autismo e Deficiências do Desenvolvimento do CDC.

Imagem 2: Insidência por sexo.

(Fonte: Elaborado pela autora, 2021).

1.2.1 AUTISMO NO BRASIL

Quando transferimos esses números para o nível nacional, vemos que os números no Brasil são significamente diferentes (menores), segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma a cada 160 crianças são portadoras de TEA (Imagem 3), o que equivale a um pouco mais de 1% da população infantil, sendo esses, 2 milhões de crianças portadoras de TEA. Os estudos epidemiológicos também apontam que nos últimos 50 anos, o

aumento dos diagnósticos de TEA estão aumentando globalmente. As possíveis explicações para esse aumento, vem da conscientização sobre o tema, a expansão dos critérios de diagnósticos juntamente com melhores ferramentas de diagnóstico e o aprimoramento das informações reportadas. (BRASIL, OPAS/ OMS, 2017).

Imagem 3: Dados OPAS/OMS

1 á cada 160 crianças possuem TEA

(Fonte: Elaborado pela autora, 2021).

O Autismo no Brasil foi sendo compreendido e tendo seu espaço pouco a pouco, por conta da percepção de uma necessidade de suporte maior às pessoas que sofriam de TEA, em 8 de Agosto de 1983 foi fundada a primeira Associação de Amigos dos Autistas (AMA), em São Paulo, com a mentoria do Dr. Raymond Rosenberg (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

Nos anos 80, logo após a fundação do AMA, aconteceu a reforma da psiquiatria no país, o que passou a ser um marco, pois a avaliação de fontes para assistência das pessoas portadoras de TEA passaram a ser notadas, com o intuito de melhorar a qualidade dos cuidados das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista. Segundo Mundo Singular, livro escrito para orientação sobre o autismo, o exemplo da fundação AMA foi seguido e hoje existem outras instituições por todo o Brasil, que são reunidas pela Associação Brasileira de Autismo (ABRA).

Leis também foram criadas para a proteção da cidadania e melhor atendimento e cuidados de pessoas com TEA. Em 06 de Abril do ano de 2001, a Lei de nº 10.216 estabelece o direito e proteção de pessoas portadoras de transtornos mentais, e estabelece assistência em saúde mental (BRASIL, 2001). Em 27 de Dezembro de 2012, surge a Lei de nº 12.764 onde ela “Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista” (BRASIL, 2012).

Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, a maior parte dos atendimentos relacionados ao público infantil portador de TEA acontece no Sistema Único de Saúde (SUS). Dessas 2 milhões de crianças portadoras de TEA no Brasil, 300 mil se localizam só no estado de São Paulo.

1.2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÚDE EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP.

São João da Boa Vista, localizada ao Centro-Leste do estado de São Paulo, com área territorial de 516,399 km² e 42,825 km² de área urbana. Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, possuía uma população de 83.639 mil habitantes, o que em é alterado conforte a população estimada do estudo, que em 2020 passou para 91.771 mil habitantes, sendo a população infantil de 0 á 14 anos de 15,718 mil (entre sexo masculino e feminino) (Imagem 4).

Baseando a cidade de São João da Boa Vista nas pesquisas do IBGE, conseguimos perceber que a população tem tido um grande aumento nos últimos anos, considerando também, a quantidade de crianças que nascem conforme os anos. Sendo assim, os usos de instituições de educação e saúde serão cada vez mais utilizados, o que nos faz pensar que a necessidade de São João, de investir em um aumento desses serviços.

Imagem 4: Pirâmede Etária de São João da Boa Vista - SP

(Fonte: Site Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBGE 2010, 2020)

Dessas 15,718 mil crianças nascidas em São João da Boa Vista, 76 delas, possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou seja, 2,3%. Se acrescentarmos os números de crianças com mais problemas neurológicos, chegamos ao número de 1.560 crianças, com transtornos diversos.

Quando olhamos o sistema de saúde de São João da Boa

Vista de perto, conseguimos observar que a cidade conta com dois hospitais principais, sendo a Santa Casa de Misericórdia

Dona Carolina Malheiros (Imagem 6) e a Unimed Leste Paulista (Imagem 7). Além dos dois hospitais, São João da Boa

Vista conta com os serviços públicos prestados por cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS) e oito Unidades de Saúde da Família (USF), serviços que são prestados por especialidades médicas, sendo: Clínico Geral, Pediatria e Ginecologia e especialidades de apoio, como Enfermeiro, Psicólogo e Dentista. Tanto a UBS como a USF estão localizadas em bairros espalhados da cidade.

A saúde de São João da Boa Vista também conta com um Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS-I), que tem atendimento exclusivo a saúde infantil, sendo elas de especialidades médicas: Enfermeiro, Psicólogo, Pedagoga, Terapeuta Ocupacional, Fonoaudióloga e Educador Físico. Junto com o CAPS-I, a cidade possui também, um Centro de Atenção Psicossocial Adulto (CAPS-II), um Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras drogas (CAPS-AD), além de um Centro de Especialidades Médicas (CEM), um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), uma Farmácia Central, um Laboratório Municipal, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), um Serviço de Atendimento Especializado (SAE), um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), um Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e o Prédio Sede do Departamento de Saúde (Imagem 5).

A Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Unidade de Avaliação e Controle (UAC), Coordenadoria de Enfermagem, Coordenadoria de Programas da Saúde, Serviço de Distribuição de Materiais e Medicamentos e Serviço de Transporte e Remoção. Todas as unidades descritas aqui, podem ser conferidas no site da Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista.

Nos referindo ao Sistema Único de Saúde, o tratamento oferecido por todos os órgãos citados são múltiplos, como as UBS, USF e o SAE, que possuem tratamentos médicos como: Clínico geral, pediatria e ginecologia, sendo esses para o acompanhamento e tratamento de pequenos traumas de pacientes que já passaram, ou não, pela UPA e pela Santa Casa de Misericórdia Dona Carolina Malheiros (Imagem 6). A UPA funciona como pronto atendimento, sendo eles de emergência, contendo médicos clínicos gerais, pediatria e a realização de pequenas cirurgias. O Centro de Especialidades conta com os serviços de médicos com especialidades como: gastrocirurgia, oftalmologia, doença respiratória da infância, neuroclínica, tisiologia, dermatologia, ortopedia, gastroclínica e urologia, porém, não realiza cirurgias de grande porte, como o AME, que possui especialidades do tipo acupuntura, cardiologia, cirurgia geral, cirurgia vascular, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia mastologia neurologia, obstetrícia de alto risco, oftalmologia, ortopedia/ traumatologia, otorrinolaringologia, pneumologia, reumatologia e urologia, porém, o Ambulatório não faz cirurgias de grande porte em todas as suas especialidades. Por fim, temos o NASF, que possui especialidades médicas do tipo educador físico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo e farmacêutico.

As crianças que possuem o Transtorno do Espectro Autista e demais transtornos neurológicos são tratadas no CAPS I (Imagem 8), que possui atendimento de psicólogo, pedagoga, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e educador físico.

Imagem 5: Mapa de Hospitais e Saúde de São João da Boa Vista (Fonte: Elaborado pela autora, 2021).
Imagem 6 - Santa Casa de Misericórdia Dona Carolina Malheiros
São João da Boa Vista - SP
(Fonte: Jornal O Municipio, 2019)
Imagem 7 - Unimed Leste Paulista
São João da Boa Vista - SP
(Fonte: Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, 2020)
Imagem 8 - CAPS - I
São João da Boa Vista - SP
(Fonte: Imagem tirada pela autora, 2021)

CAPS I - São João da Boa Vista

Conversando com Leonardo, psicólogo responsável do CAPS I, foi esclarecido que o local possui atendimento encaminhado por assistentes sociais, conselho tutelar, UBS, USF, UPA ou atendimento via portas abertas, ou seja, a própria pessoa pode procurar o CAPS I buscando auxílio.

Segundo ele, as crianças são triadas na sala de acolhimento principal (Imagem 9) para consultas e tratamento dependendo do grau de autismo que elas possuem, ou seja, crianças que possuem o grau leve do autismo tem atendimento á cada 15 dias na unidade, já as crianças que possuem o grau moderado da doença, tem atendimento semanalmente, e por fim, atendimento realizado em crianças com o grau severo de autismo possuem tratamento diariamente, o tratamento é nomeado como oficina terapêutica, na qual a criança que possui esse quadro progressivo e permanente tem atendimento com psicólogo, pedagoga, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e educador físico.

O psicólogo ainda disse que as crianças que possuem atendimento ali, ficam em uma sala (Imagem 10) que possui jogos e oficinas dinâmicas, eventualmente passeios externos são realizados para ajudar no desenvolvimento das habilidades das crianças com TEA. O tratamento físico feito pelo educador físico é realizado no próprio pátio do CAPS I (Imagem 11), o qual atualmente serve como sala de espera a céu aberto para a espera de consultas.

Leonardo acredita que se cada profissional que trabalhasse ali tivesse a sua própria sala, com equipamentos específicos de cada demanda relacionada aos tratamentos, salas sensoriais bem trabalhadas e com maiores recursos, um espaço adequado

para atividades externas e físicas e uma sala de reunião para eles conseguirem se reunirem para discutir os casos e trabalhá-los melhor seria o ideal, além do mais, segundo ele, a quantidade de crianças portadoras de TEA atendidas no CAPS I seria maior e com o aumento da frequência necessária que elas precisam o desenvolvimento cognitivo trabalhado seria o ideal.

Imagem 9 - CAPS - I

Sala de Atendimento Principal

Imagem 10 - CAPS - I

Imagem 11 - CAPS - I

Pátio Central

(Fonte: Imagem tirada pela autora, 2021)
Sala Sensorial
(Fonte: Imagem tirada pela autora, 2021)
(Fonte: Imagem tirada pela autora, 2021)

1.3 PROBLEMÁTICA

Apesar do sistema de saúde de São João da Boa Vista parecer bem completo, quando analisado de perto, percebe-se algumas dificuldades da saúde para o seu funcionamento acontecer plenamente. Um dos problemas principais que envolvem a saúde da cidade é em relação ao principal hospital aqui localizado, a Santa Casa de Misericórdia Dona Carolina Malheiros, que vem apresentando um grande problema financeiro, uma dívida milionária com o Governo Federal, o que faz com que o hospital corra o risco de ser fechado.

O atendimento em hospitais de São João da Boa Vista e Tambaú ( corre risco de parar por conta de dívidas milionárias Na Santa Casa de São João, o dinheiro repassado pelo governo do estado e pelas prefeituras dos oito municípios que a instituição atende soma R$ 1 5 milhão, porém a despesa mensal é de R$ 2 5 milhões Por conta da diferença, os débitos com fornecedores e funcionários chegam a cerca de R$ 30 milhões Para complicar, no início do ano, o repasse do estado foi suspenso por falta de um documento A situação foi resolvida e o repasse voltou a ser feito, mas até agora não se sabe como vão ficar os retroativos Cerca de 30 médicos estão com os salários atrasados há três meses. (G 1 GLOBO, 2017)

Atualmente a Santa Casa de Misericórdia Dona Carolina Malheiros ainda possui dívidas, porém, com valor maior do que o citado pelo G1 em 2017. Hoje, segundo documentos oficiais e jornais locais, a Santa Casa está com uma dívida de R$ 43 milhões.

Com uma dívida de mais de R$ 43 milhões, a Santa Casa Dona Carolina Malheiros de São João da Boa Vista vem enfrentando várias dificuldades para se manter e recentemente contratou um diretor-geral, cargo criado para acomodar o executivo Carlos Guisasola, professor universitário com vários cursos superiores em gestão, que terá como principal tarefa tirar a entidade da crise. (GAZETA DE VARGEM GRANDE, 2021)

O CAPS I - Centro de Atenção Psicossocial Infantil faz o atendimento de crianças adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes, o CAPS I também realiza o atendimento de crianças e adolescentes que fazem o uso de drogas como crack e álcool. O serviço é público e de caráter comunitário que é indicado para municípios com uma população acima de 70 mil habitantes.

Levando em conta os dados levantados no Departamento de Saúde de São João da Boa Vista, sabemos que 1560 crianças possuem transtornos mentais graves e persistentes e que 76 delas são portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA), todas elas, são tratadas no CAPS I da cidade.

Quando esse número é analisado, entende-se que ele é alto para a estrutura que São João da Boa Vista comporta e quando analisado no quesito regional, vemos um problema ainda maior. Colocando um raio de 50Km (Imagem 12) no entorno da cidade, localiza-se 19 cidades vizinhas, que entre elas, 17 cidades não possuem mais de 70 mil habitantes, consequentemente não possuindo também, um CAPS I ou um centro de apoio para portadores de TEA. Das duas cidades restantes que possuem mais de 70 mil habitantes, temos Poços de Caldas - MG e Mogi

Guaçu - SP que possuem CAPS I, porém, apenas para atendimento municipal. Quando pesquisada a quantidade de crianças autistas no Brasil, chega-se ao número de 2 milhões, esse número alcança 300 mil só no Estado de São Paulo. O que mostra que apesar de numerosos, o tratamento adequado para portadores de TEA é difícil de ser encontrado.

Imagem 12 - Mapa de cidades da região de São João da Boa Vista - SP

(Fonte: CalcMaps editado pela autora, 2021).

1.4 OBJETIVO ESPECÍFICO

O desenvolvimento de um Centro regional de saúde infantil especializado no tratamento de crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista em São João da Boa Vista - SP.

1.4.1 OBJETIVO GERAL

• Compreender e aplicar os conceitos e características do Transtorno do Espectro Autista.

• Trabalhar a neuroarquitetura, trazendo sensações sensoriais e conseguir definir a importância do papel da arquitetura inclusiva, proporcionando um olhar diferenciado, promovendo atenção, proteção, cuidados, acolhimento e estimulação, sensações que só a arquitetura consegue transmitir.

• Com a junção de toda a equipe de saúde responsável para conseguir proporcionar a tratamento adequado para essas crianças, proporcionando estímulos cognitivos, afetivos e psicomotores necessários para um tratamento eficaz

1.5 JUSTIFICATIVA

Analisando o número de crianças que possuem o Transtorno do Espectro Autista em São João da Boa VIsta, juntamente com as estatísticas relacionadas ao Estado de São Paulo, conseguimos definir uma linha de prioridade, fazendo com que a cidade de São João comporte e seja sede de um Centro Especializado no Transtorno do Espectro Autista, atendendo pacientes não só da cidade, assim como da região, fazendo com que o sistema público regional “desafogue”.

Conseguimos entender que São João da Boa Vista, se comparando a 19 cidades, é uma das maiores e mais bem estruturadas, o que faria com que a cidade facilmente conseguisse comportar um Centro Especializado no Transtorno do Espectro Autista, visto que, das 19 cidades, 17 delas tem déficit com o tratamento de crianças com deficiência mental com enfoque no TEA.

São crianças que existem em São João da Boa Vista e região que precisam de um tratamento digno e eficaz, sendo focado para o transtorno do espectro, podendo se tornar um centro de referência regional, e talvez, estadual.

São João da Boa Vista se beneficiaria socialmente e economicamente com a estadia do Centro Especializado no Transtorno do Espectro Autista na cidade.

1.6 METODOLOGIA

Diferentes métodos foram adotados para a concepção do trabalho final de graduação TFG (Imagem 13), a coleta de dados pertinentes para chegar ao resultado final são de extrema importância para a coerência e andamento de todo o trabalho.

Pesquisas bibliográficas, coletas de informações individuais e coletivas, com o auxílio de entrevistas e informações encontradas online, estudo a fundo do transtorno do espectro autista, estudo da região em que o centro especializado no espectro autista fará parte, estudos da melhor maneira de introduzir a arquitetura em todos os tópicos estudados e fazendo com que ela seja um estímulo motivador e inovador para o tratamento das crianças que serão acolhidas no empreendimento.

Imagem 13 - Esquema Ilustrativo sobre os procedimentos metodológicos.

(Fonte: Elaborado pela autora, 2021).

PESQUISA DIGITAL E BIBLIOGRÁFICA

As pesquisas relacionadas ao TEA e o embasamento teórico sobre o tema precisa ser de fundamental importância para o melhor entendimento do transtorno, a descoberta de características, de tratamentos e como a arquitetura influencia positivamente para o melhor cuidado e desenvolvimento dessas crianças, sendo assim, referenciais de trabalhos de graduação, teses de mestrado e artigos científicos foram de extrema importância para a construção teórica. Leis também fazem parte do estudo, e são as principais para assegurar o direito dos autistas, como a Lei 10.216 (2001) e Lei 12.764 (2012).

Dados de levantamento estimativos e quantitativos tambem foram levantados, estes pelo IBGE (2010/2020), CDC (2020), OPAS (2017) e OMS (2017), com a finalidade de conseguir dados numéricos de crianças com TEA.

VISITA TÉCNICA, VIRTUAL E ENTREVISTA VIRTUAL

A fase de visitas técnicas sendo na parte presencial, será de visita aos terrenos, para melhor análise e melhor escolha para o projeto do Centro de Saúde Infantil Especializado no Transtorno do Espectro Autista. Já a visita virtual, será realizada através dos sites como Google Maps e Google Earth, também para maior e melhor visualização dos terrenos de análise. Já quando falamos de entrevista virtual, se trata de ligações e emails enviados para órgãos públicos municipais a respeito de dados de crianças com TEA e um melhor entendimento sobre o atendimento de São João da Boa Vista e região.

ANÁLISE DE NORMAS E PROJETOS

Pensando no conforto térmico e acústico, na implantação, acessos, estrutura, sensações, composições volumétricas e no propósito de compreender melhor os espaços de tratamento infantil relacionado ao TEA, foram pesquisadas normas, como NBR 9050 para especificações de acessibilidade, NBR 6492 para representações de projeto de arquitetura, NBR 15575, para melhor conforto térmico e acústico e RDC 29, que oferecem espaços de tratamento voltado para pessoas com uso de substâncias psicoativas, entre outras.

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO

Analisando a problemática e ressaltando pontos que merecem atenção especial relacionando o problema das crianças portadoras de TEA com soluções da arquitetura, sempre desenvolvendo o projeto com cuidado e com a ajuda do estudo de normas, levantamento de terreno/visitas, levantamento do local, estudo urbanístico, programa de necessidades e pré levantamento, definição de conceito e partido arquitetônico, desenvolvimento do projeto e proposta final.

2. REFERÊNCIAL TEORICO

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