O Limão Siciliano de Botucatu

Botucatu está entre os maiores produtores de limão siciliano do Estado de São Paulo
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Botucatu se consolidou como um dos principais municípios paulistas na produção e comercialização de limão siciliano, segundo dados da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP).





























Diário da Cuesta

Botucatu está entre os maiores produtores de limão siciliano do Estado de São Paulo
Cidade aparece em terceiro lugar no ranking da CEAGESP e se destaca com o menor preço do fruto nos últimos 12 meses
Botucatu se consolidou como um dos principais municípios paulistas na produção e comercialização de limão siciliano, segundo dados da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP). A cidade aparece em terceiro lugar no ranking estadual, com 1.318 toneladas comercializadas, representando 18,5% de toda a oferta do Estado. O levantamento aponta ainda que o limão

siciliano registrou o menor preço dos últimos 12 meses, sendo cotado a R$ 2,90 por quilo no início desta semana. O valor representa uma queda anual de 44,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o quilo custava R$ 5,19. Na comparação mensal, a redução foi de 42,1%. A produção da fruta, predominante em municípios paulistas, tem como principais polos São José do Rio Pardo, Arthur Nogueira e Botucatu, que juntas concentram mais de 80% do volume total comercializado na CEAGESP.
Origem e características
Originário do sudeste asiático, o limão siciliano tornou-se símbolo da região da Sicília, na Itália, por seu sabor marcante e aroma característico. No Brasil, é muito utilizado na culinária, especialmente em pratos doces e molhos, e na indústria de cosméticos e óleos essenciais. Além do valor gastronômico, o fruto é rico em vitamina C e antioxidantes, ajudando na imunidade, saúde cardiovascular e digestiva.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
Oferta e consumo
A colheita ocorre entre agosto e dezembro, período de maior oferta e queda natural nos preços. Em 2024, o Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) registrou a entrada de 7.121 toneladas de limão siciliano, com predominância do produto paulista.
Maiores municípios produtores de limão siciliano (CEAGESP):
São José do Rio Pardo – 3.066 t (42,2%)
Arthur Nogueira – 1.422 t (20,0%)
Botucatu – 1.318 t (18,5%)
Mogi Mirim – 383 t (5,4%)
Araraquara – 362 t (5,1%)
Paulínia – 298 t (4,2%)
(Fonte: Leia Notícias)
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“Faz de conta”

Maria De Lourdes Camilo Souza
Quando menina a gente brincava de “faz de conta”.
A brincadeira começava assim: a gente juntava as coisas do baú como lençóis, toalhas de mesa, flores de plástico, bibelôs de louças, as roupas de bebê guardadas, véu que se usava na igreja e até as cintas do meu pai entravam naquela ciranda.
Olhava as caixinhas de joia da minha mãe, pegando algumas que iam virar os adereços.
Nem os vasos e as bandejas escapavam.
Olhávamos aquilo tudo, pensava, e pensava, e aí vinha a frase: faz de conta que...

A velha mala surrada das viagens de trem também contavam estórias.
Tinha uma flor de enfeite que ficava num dos vasos grandes da casa. Tinha uma haste longa e parecia um penacho.
Aí a gente pegava um lenço e amarrava na cabeça com o penacho atrás, e fazíamos com os lençóis e toalhas aquelas roupas das dançarinas de cancan.
Claro que era do nosso jeito.
Mas a gente imaginava e dançávamos imitando, cantarolando músicas que ouvíamos no cinema, nas matinês dos domingos.

Gostava de pegar um caderno, sentava em frente da escrivaninha do meu pai, com as canetas bico de pena, me fazia de escritora.
Rabiscava a folha como se soubesse o que estava fazendo, olhando sonhadora para as paredes caiadas de branco, mordiscando a pontinha fina da caneta, sempre com o Pitoco sentado aos meus pés, pedindo um cafuné na sua cabecinha.
Faz de conta ...
O tempo passou na janela e quando me vi no espelho pendurado na parede da sala, meu rosto tinha mudado, os cabelos branquearam, mas, eu continuo no mundo do faz de conta!
Hoje homenageio os escritores, todos aqueles seres fantásticos que me inspiraram a contar as minhas estórias que começaram bem aqui, nessa página.
Começou com as memórias pandêmicas e já vamos para o final de 3 anos.
Tentando sempre fazer de conta, esperando que fadas e duendes tragam magia para cada estória nova.
Viagens # Fé

Gesiel Júnior
Na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis
A Basílica de Santa Maria dos Anjos representa, por assim dizer, o coração da espiritualidade franciscana e um destino essencial para peregrinos que visitam Assis, na Itália. Construída entre 1569 e 1679, por ordem do Papa Pio V, a basílica foi criada para conter a Porciúncula, mas também a Capela do Trânsito, a antiga enfermaria do convento onde São Francisco morreu após concluir o Cântico das Criaturas.
O templo guarda o Jardim das Rosas, palco de um dos mais famosos milagres do Poverello. Foi construída com linhas limpas e essenciais. O seu projeto original é de autoria do arquiteto Galeazzo Alessi (1512-1572) e seguia uma estética simples e austera, em sintonia com o ideal franciscano de pobreza.
No entanto, terremotos que atingiram a Úmbria em 1832 causaram danos severos ao edifício. Após um longo período de restauração sob a supervisão do arquiteto Luigi Poletti (1792-1869), a basílica foi reaberta ao culto em 8 de setembro de 1840
A sua fachada passou por uma reformulação no século XX, sendo totalmente redesenhada pelo arquiteto Cesare Bazzani (1873-1939) para conferir ao santuário uma monumentalidade mais marcante. Inaugurada em 8 de junho de 1930 a mesma recebeu no topo uma impressionante estátua da Virgem Maria em bronze dourado


culos. Neste espaço simples e austero, o fundador passou seus últimos momentos, despido e deitado sobre a terra nua, em perfeita sintonia com sua espiritualidade. Dentro da capela há relíquias preciosas, como um pedaço da túnica e o cinturão de Francisco, doado ao santuário pelo Papa Beato Pio IX.
No centro do templo encontra-se a pequena igreja que São Francisco restaurou com suas próprias mãos, a Porciúncula, berço da Ordem Franciscana. Seu interior conserva a simplicidade primitiva e mantém as pedras grosseiramente talhadas pelo próprio santo. O seu altar é adornado pela Tavola di Prete Ilario, uma sequência de cinco quadros que narram a história do Perdão de Assis.
Já a indulgência plenária concedida ao Francisco após uma visão de Cristo e da Virgem Maria, tornou a capela um local de grande peregrinação ao longo dos sé-
A estátua central, em terracota esmaltada, é obra do escultor Andrea della Robbia (1435-1525) e transmite a expressão de serenidade e humildade do santo, que segurava o Evangelho e a cruz como símbolos de sua vida e missão.
Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 56 livros sobre a história regional.