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Diário da Cuesta

Acompanhe as edições anteriores em:

Cecília Meireles

NÃO SOU ALEGRE

NEM SOU TRISTE SOU POETA

(7/11/1901 – 9/11/1964)

foi uma escritora, jornalista, pintora, poeta e professora brasileira Página 3

LANÇAMENTO LITERÁRIO

Neste sábado, 08/11/2025, nas lindas dependências da Pinacoteca – Fórum das Artes de Botucatu, às 20 horas, teremos o lançamento da 33ª Edição de lançamento da APEB – Associação dos Poetas e Escritores de Botucatu. Evento muito aguardado pelos escritores e poetas de nossa cidade, com apresentação de leitura de poesias, danças e cantos, seguido de gostoso coquetel. SUCESSO! AVANTE!

Um Poema de Cecília Meireles

Este poema da Cecília Meireles, para maiores de 200 anos de tempo quântico (relativo Einstein), é uma essência não do arquétipo do envelhecimento, mas do eterno amoral apaixonamento. À procura do tempo perdido, do corpo perdido, mas que traz a mensagem da nova semente, que teremos de resgatar pelas armas emocionais: em que peito se perdeu o meu coração? rasgarei todos o suspeitos, beberei gin cínico, não porto tristonho.

Em que espelho ficou perdida a minha face

“Às vezes acordo triste e nem sei o porquê dessa tristeza.

Uma angústia, um descontentamento, uma solidão interior...

Muitas vezes vem uma vontade de chorar, uma fragilidade que nada parece estar bom...

Nós, que já passamos dos 50, muitas vezes nos encontramos assim.

O mundo inteiro caminha normalmente, tudo está bem e vem essa tristeza.

Quantas vezes eu me olhei no espelho e me curti, me achei linda e saí dona do mundo esbanjando mocidade e vendendo alegria?

Quantas vezes fui elogiada, fotografada por olhares cheios de admiração ?

E no espelho desfilei caras e bocas...

Com a beleza que aos poucos foi se modificando, foi mudando de fases, foi se perdendo e dando lugar a um outro tipo de mulher : a mulher madura, aquela que muitas vezes ouve como elogio : você está conservada.

Que triste elogio !

Diga como vc está bonita, que linda vc está... soa melhor, engrandece a alma, que hoje já tem tantas cicatrizes.

Beleza está em todas as idades, conversem com seu espelho e descubra seu ponto forte, ele pode estar no seu interior.

Onde ficou perdida minha face ?

Não sei, só sei que vou passar o meu batom vermelho, rímel e lápis nos olhos, deixar meus cabelos ao vento, vestir meu vestido de festa e subir no salto, como sempre fiz e sair linda e maravilhosa curtindo os meus 63 anos.

Faça o mesmo vc de 50, 60, 70, 80, 90...

E não se entristeça vivendo do passado e tendo medo de aproveitar a vida.

Se não usar mais salto, coloque uma rasteirinha ou se preferir fique descalça na areia da praia.

Você é linda em qualquer idade.

Para nós mulheres.”

E também homens!

Against os profetas naftalínicos do futuro, não, o caminho nem sempre é para o devir abísmico, que bom procurar a casa onde nasci, o útero das fantasias, o faz-de-conta das brincadeiras, a força de um irreverente metal...

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

CECÍLIA MEIRELES

Nasceu no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nome completo era Cecília Benevides de Carvalho Meireles

Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias.

Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista.

No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas

Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das principais características de sua poesia).

Viúva, o novo casamento de Cecília aconteceu somente em 1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira.

No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras.

Cecília faleceu em sua cidade natal, aos 63 anos, no dia 9 de novembro de 1964.

Principais características do seu estilo literário:

- Cecília Meireles escreveu poesias, prosas, contos, crônicas e textos para o teatro Porém, foi no campo da poesia que mais se destacou

- Sua obra apresenta também, na primeira fase, características do simbolismo.

- Embora modernista, trabalhou com aspectos clássicos da poesia como, por exemplo, as rimas.

- Poesia social na segunda fase de sua produção literária, principalmente a partir da obra Romanceiro da Inconfidência.

- Na terceira fase, ela trabalha com questões ligadas ao processo de envelhecimento humano e a passagem do tempo. É uma fase mais intimista da autora.Reaberta no dia 11 de dezembro de 2014, a Sala Cecília Meireles guarda muitas histórias. O espaço (bastante elogiado após a reforma) foi inaugurado em primeiro de dezembro de 1965, no ano comemorativo do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro e um ano após a morte da poetisa, pintora, professora e jornalista que nomeia o prédio – e era muito amiga do então governador Carlos Lacerda.

Em 1961, o Cine Colonial (que a partir de 1941 passou a ser só cinema, deixando o teatro de lado) foi fechado. Três anos depois, em 1964, Andrade Muricy, que escrevia no Jornal do Commercio, criticou o fato de a cidade do Rio de Janeiro ter poucos espaços para a música clássica. Carlos Lacerda, governador do então Estado da Guanabara e ex-aluno de violino, entendeu o recado, desapropriou o espaço do antigo cinema e começou os trabalhos para que a música erudita tivesse uma casa no Rio

"A pena azul"

Imagine uma menininha de uns 6 anos, loirinha, cabelinhos longos, carinha em formato de coração.

Sol é seu nome.

Olhinhos grandes castanhos expressivos, já perdeu os dois dentes da frente, que deixou debaixo do travesseiro para a Fada do Dente que lhe regalou um dinheirinho.

Tem sempre um sorriso desdentado naquela carinha meiga.

A pequena Sol não fala desde que foi abandonada pela mãe muito jovem e que não a queria, e num acidente de carro acabou ficando sem o pai, que era tudo para ela.

Depois dessas tragédias, Sol não conseguia mais falar.

Só usava a linguagem dos sinais.

Ficou morando num orfanato.

Um dia de muito vento, ela estava brincando solitária no pátio próximo ao casarão do orfanato Madre Sofia, quando uma peninha de passarinho muito azul trazida pelo vento veio pousar na palma da sua mãozinha muito branca.

Sol pegou aquela peninha e ficou ali alisando com seus dedinhos.

Olhava para o céu procurando o passarinho dono da peninha.

Imaginava encantada ser da asinha de algum anjinho, quem sabe do seu anjinho da guarda.

E ao pensar isso sorriu com sua boquinha banguela.

Dias depois, enquanto estava com os coleguinhas na sala de aula, desenhou uma moça loura de cabelos longos.

Olhava muito para ela e imaginava ser a mulher que a adotaria.

O pensamento era tão agradável e forte que soprou no vento junto com a peninha azul.

Ela voou, voou longe e foi cair na manga do casaco branco de uma mulher jovem que passava em frente ao orfanato.

A mulher distraída não percebeu, mas entrou decidida pelo portão alto de ferro.

Queria adotar uma menina.

A velha e alta freira diretora a recebeu atenciosamente e depois de uma longa conversa, levou-a até o pátio mostrando as meninas.

No corredor da frente, cruzou com a pequena Sol e seus olhos se encontraram.

A senhora sorriu encantada para ela.

Sol devolveu o sorriso e veio até ela e solicita tirou a peninha azul que estava enroscada na manga do casaco da visita.

A freira diretora ficou olhando a cena preocupada,

pediu desculpas pela menina.

A menina brincava com a peninha.

A senhora quis saber seu nome e a freira diretora caminhando junto a ela, contou sua estória.

A mulher escutou preocupada e depois da visita foi embora.

O rostinho da pequena Sol não saia da sua cabeça. No dia seguinte voltou lá no orfanato e formalizou seu pedido de adoção.

Precisava de muitos documentos e levou algum tempo para que seu desejo se realizasse.

Ela sempre visitava Sol levava roupas novas e brinquedos.

Finalmente seu pedido foi atendido e elas saíram juntas e felizes pelo portão principal do orfanato rumo a sua casa.

Com o tempo e com o carinho recebido, um pouco de terapia e Sol voltou a falar.

Então contou para sua nova mãe adotiva que um dia a peninha azul veio pousar em sua mão, e ela sussurrou ao vento um pedido de uma mãe ao anjinho da guarda.

E que no dia que a senhora tinha vindo pela primeira vez ao orfanato, ela trazia a peninha enroscada na manga do casaco.

Seu anjinho da guarda atendeu o seu pedido.

Ao escutar a estória elas se abraçaram emocionadas e ficaram um bom tempo ali naquele momento mágico.

E como terminam as estórias encantadas, foram felizes para sempre.

Notas&Fotos Adelina Guimarães

COMEMORAÇÃO NO CAMPUS DA UNESP DE BOTUCATU

A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) realizou ontem, no Anfiteatro Casa da Arte, a Sessão Solene em comemoração aos 50 anos de formatura da 8ª Turma da FMV.

O Presidente da Cerimônia foi o diretor da FMVZ, professor Dr. Mário De Beni Arrigoni e o mestre de cerimônias, José Roberto de Lalla Junior. Contou com a presença do vice-diretor, professor Dr. Alexandre Secorun Borges, de Professores Eméritos, membros da Congregação, familiares e convidados.

Durante a solenidade, foi exibido um vídeo institucional que destacou a importância e o crescimento da faculdade ao longo dos anos. Na ocasião ocorreram pronunciamentos de docentes, do orador da 8ª turma, foram ho-

Dr.

Diretor e Vice da FMVZ, Professores Eméritos, Congregação FMVZ e ex-alunos da 8ª turma da FMV

menageados os ex-professores Dr. Aristides Cunha Rudge e Dr. Paulo Yamaguti e a entrega de certificados aos ex-alunos.

Esse reencontro foi marcado

Prof. Dr. Alexandre Secorun Borges

por momentos de muita emoção, homenagens e lembranças que reforçaram o vínculo dos profissionais com a instituição. E eternizados pelo plantio de uma árvore Sakura.

Dr. Paulo Lopes da 8ª Turma

Veterinários da 8ª Turma da Faculdade de Medicina Veterinária

Acacio Ferreira de Toledo

Aurora Terezinha Luccas Ferraz Benini

Carlos Eduardo Polo Sartori

Clara Izabel de Lucca Ferrari

Eric Antonius Van Leeuwen

Germano Francisco Biondi

José Eduardo Alves de Lima

Mário Correa Cortez

Minekazu Matsuo

Paulo Domingos Lopes

Paulo Roberto Silva

Renato Antônio Beneduzzi Ferreira

Roberto Calderon Gonçalves

Vladimir de Souza Nogueira Filho

Prof
Mário de Beni Arrigoni
Plantio da Árvore
Fotos: Silvio G. Santos Junior
Foto: José Roberto de Lala Junior

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