

ALGARVE INFORMATIVO
22 de novembro, 2025




Paulo Cunha (pág. 12)
Mirian Tavares (pág. 16)
Nuno Campos Inácio (pág. 20)
João Ministro (pág. 24)
Carlos Manso (pág. 28)
Entrevista a Ricardo Veia Calé (pág. 32)
Barão de São João Walk & Art Fest (pág. 46)
XVI Feira da Perdiz em Martim Longo (pág. 54)
18.ª Loulé Cup (pág. 72)
«Maldonne» de Leïla Ka no Teatro das Figuras (pág. 94)
«Estar em Casa» do Teatro do Eléctrico no Cineteatro Louletano (pág. 114)
Algarve Music Series em Tavira e Faro (pág. 130)











Quero paz na Escola! Paulo
Cunha, professor
epois de regressar das aulas, recentemente, escrevi numa rede social um desabafo sobre a Escola e, como
habitualmente, recebi de alguns amigos alguns comentários muito interessantes, lúcidos e assertivos. Para melhor contextualizar o que convosco quero partilhar, aqui deixo a referida publicação:
- “Não frequentando a escola, todos têm opinião sobre o que lá se passa. É o caso do Bullying, que muitos dizem não ser nada mais, nada menos, do que as 'brincadeiras parvas' que os pais e os avós tiveram entre si, no ‘seu tempo’.
Não! Atualmente existe violência gratuita dentro das escolas. Nada parecido ao que eu e os meus colegas sentimos no tempo de estudantes.
Não queiramos tapar o sol com a peneira. Por muitos motivos, a escola está a transformar-se num espaço onde o medo se vem instalando entre os mais fracos e sensíveis.
Preocupa-me saber que muitos pais se interessam mais pela avaliação do que o comportamento, normalizando atitudes que tornarão os seus educandos ainda mais competitivos e agressivos.
Os proeminentes pedagogos recomendam o aumento da carga horária na disciplina de Cidadania. Tenho dúvidas que tal surta o efeito desejado, pois a escola reflete a sociedade. E a sociedade padece de muitas e várias maleitas.
Tal como uma doença, enquanto não se tratar da causa, o efeito continuará a piorar!”.
Só não vê quem não quer ver: o mau comportamento e a agressividade nas escolas são problemas sérios que afetam o ambiente educativo, prejudicando o bem-estar, o rendimento escolar e a saúde psicológica de alunos, professores e auxiliares! É fundamental tentar compreender as causas destes comportamentos para, em conformidade, desenvolver estratégias eficazes de prevenção e intervenção.
Os problemas de integração social podem potenciar o mau comportamento como forma de chamar a atenção ou como afirmação de grupo. Os défices de autocontrolo para gerir impulsos podem redundar em reações agressivas perante conflitos ou frustrações. As situações de violência doméstica e a ausência de comunicação podem ser reproduzidos em ambiente escolar. Os pais pouco presentes ou sem envolvimento nas atividades escolares podem contribuir para os comportamentos desajustados


dos filhos. As crianças e os jovens expostos a comportamentos agressivos em casa podem normalizar e replicar essas atitudes na escola. As situações de exclusão, discriminação ou de pobreza podem aumentar o risco de violência escolar. O acesso a conteúdos violentos na televisão, internet e videojogos pode banalizar a agressividade.
As escolas sem uma cultura de respeito, inclusão e diálogo tendem a registar mais conflitos e agressões. O desejo de aceitação e reconhecimento no grupo pode levar a comportamentos agressivos. A ausência de normas e consequências bem definidas tendem a dificultar a gestão de comportamentos. As salas de aula com muitos alunos e poucos adultos dificultam o acompanhamento individual e aumentam o stress. A falta de respeito pela autoridade dos professores e auxiliares pode potenciar comportamentos desafiantes e agressivos. A ineficaz comunicação entre adultos e alunos pode gerar mal-entendidos e conflitos. Professores e auxiliares sem formação adequada podem ter dificuldades em lidar com situações de agressividade.
O mau comportamento e a agressividade nas escolas resultam de uma combinação de fatores individuais, familiares, sociais e institucionais. A prevenção e a intervenção eficazes dependem do envolvimento de toda a comunidade escolar, do reforço de competências socioafetivas e socioemocionais, da promoção de um ambiente escolar positivo e do apoio às famílias. Só assim será possível tornar as escolas mais seguras e inclusivas. Assim o espero e desejo!
Foto: Daniel Santos


Quase Obra - Ricardo Cruzes X Rui Vargas
Mirian Tavares, professora
I will refer to the kind of art in which I am involved as conceptual art. In conceptual art the idea of concept is the most important aspect of the work. When an artist uses a conceptual form of art, it means that all of the planning and decisions are made beforehand and the execution is a perfunctory affair. The idea becomes a machine that makes the art.
Sol Lewitt
Referir-me-ei ao tipo de arte que desenvolvo como arte conceptual. Na arte conceptual, a ideia de conceito é o aspecto mais importante da obra. Quando um artista usa uma forma de arte conceptual, isso significa que todo o planeamento e todas as decisões são feitas antecipadamente e a execução é uma questão menos interessante. A ideia torna-se na máquina que faz a arte.
icardo Cruzes e Rui Vargas têm desenvolvido um trabalho conjunto que cruza a arquitetura com a pintura, com design e com o desenho – bidimensional e no espaço. Surgem, desse confronto, novas arquiteturas, formas disruptivas, maneiras diversas de se olhar para o mesmo. A arte é, para eles, o espaço do discurso sobre o mundo, mas o discurso da arte é, na conceção dos artistas, plástico, interventivo, muitas vezes cru e aparentemente inacabado, mas sempre em processo.
No final da década de 50 do séc. XX, vimos emergir um conjunto de obras, que podemos denominar de quase-obras –pelo seu carácter inacabado, pelo seu aspecto contingencial, pelas suas asperezas e alguns vazios. Os artistas acreditavam que a única maneira de a arte resistir contra a mercantilização, contra a habituação, contra uma cultura
Sol Lewitt
que se queria «agradável», era escolher desagradar, incomodar. Sem serem pioneiros, pois a herança duchampiana não pode ser esquecida, eram programaticamente diferentes. Os tempos do pós-guerra eram outros e a arte, como sempre, assumia a vanguarda da História.
A herança conceptual não chegou a converter-se verdadeiramente em herança, uma vez que se tornou, por necessidade da arte e dos artistas, num discurso que constantemente se atualiza. Às imagens perfeitas e consumíveis, a arte responde com ideias que se mobilizam, que são um vir-a-ser-obra realizado no tempo, na presença e da presença do espectador.
Da criação ao gesto, da conformação à desestabilização, do pronto-a-vestir ao projeto. Como afirmam os artistas acerca desta exposição: “Em Quase Obra, habitamos o intervalo entre o ser e o tornar-se. As estruturas ensaiam uma aparência de estabilidade, mas

permanecem provisórias”. A ideia de provisório enuncia a possibilidade de um vir-a-ser, de uma ideia feita arte, que se atualiza e que se ressignifica a cada nova montagem, a cada arrumação. Porque a obra de Cruzes + Vargas acontece no espaço, no lugar específico em que é instalada. Acontece também no espaço
em que as obras respiram e naquilo que elas insinuam, sem nunca o dizer de forma inequívoca. Faz-nos pensar e pensa por si mesma, porque vive do e no processo, porque não busca a estabilidade do feito, mas o devir do que se está, constantemente, a fazer.
Foto: Isa Mestre



Nuno Campos Inácio, editor e escritor
xistem pessoas sem idade.
Sentimos que são velhas, pelo legado que conseguiram criar; mas são novas, pelo muito que ainda esperamos delas.
Essas pessoas, sem idade, convertem-se num eterno presente, que corre de acordo com o tempo do tempo, mas imobiliza-se na memória dos outros. Ainda em vida convertem-se em eternidade.
Essas pessoas são raras como os diamantes. Por isso, a sua partida, mesmo quando esperada, é sempre surpreendente e sentida como uma perda irreparável.
António Magalhães Barros Feu foi um desses raros homens sem idade. A sua vida ficou a uma década de cumprir um século, mas foi uma personagem de referência na indústria, no desporto, no associativismo, na política, na sociedade, na cultura, em dois séculos. Anacronismos do próprio tempo…
A vida de António Feu espelha a evolução histórica (para o bem e para o mal), da sociedade portimonense, algarvia e portuguesa desde a II Guerra Mundial.
Nasceu na Praia da Rocha, na época em que esta era uma estância de luxo, do glamour dos chalets das famílias abastadas e do requinte do Casino. Portimão, a cidade, lá em baixo, cheirava a sardinha, da que era descarregada no cais e da que era enlatada para alimentação do mundo em guerra.
António Feu passou a infância entre estas duas realidades díspares, mas que se misturavam diariamente. Tanto poderia estar no meio perfumado da elite nacional, sentindo a brisa do mar numa esplanada, como na fábrica Feu, ao lado dos trabalhadores que tomavam banho ao domingo. Este confronto permanente com duas realidades sociais, moldaramlhe o ser, fazendo dele o que sempre foi ao longo da vida: um aristocrata no porte e no trato; um servidor para todos os que o rodeavam. Um combatente, que dá o máximo de si para obter vitórias; um humilde perdedor, quando a vida lhe trocava as voltas e era obrigado a resignar.
Entre os dois termos, era um criador, um impulsionador, um mecenas. «O que posso fazer para ajudar?» - Era uma forma de ser e de estar. Afinal, era um desportista nato, que praticava modalidades individuais, mas também despostos de equipa, como o basquetebol.
Espelhando a sociedade da sua terra natal, assistiu ao apogeu e à extinção da indústria conserveira. Resignou-se à substituição dos chalets de família, por prédios de apartamentos para veraneantes. Procurou alargar horizontes e novas oportunidades, que se abriam em Lisboa.
Aqueles que são eterno presente, têm visão de futuro. Sem dramatismos, assistiu ao apogeu e à falência da Fábrica Feu, inconformado soube criar um novo futuro para o legado que recebeu dos seus ascendentes, sensibilizando as entidades responsáveis para a importância da conversão da fábrica em museu. E conseguiu!
António Feu foi o praticante de motonáutica, que esteve entre os fundadores do Clube Naval de Portimão e foi o responsável pela conversão do Arade em pista para a realização de grandes prémios de motonáutica; o desportista, que foi dirigente do Sporting Club de Portugal; o mecenas, que esteve na fundação da Casa de Nossa Senhora da Conceição; o industrial, que dirigiu a Associação dos Armadores das Pescas Industriais; foi o apoiante de Ramalho Eanes, que esteve na fundação do PRD e chegou a Deputado da Assembleia da República; o portimonense que, sendo um dos nomes maiores da sua terra, aceitou ser membro da Assembleia Municipal, apenas para dar o seu contributo para a sua terra.
Homem sem tempo, eternamente jovem, apoiava a juventude e as novas ideias. Em 2013, quando soube que tinha sido criada uma editora regional, mesmo

sabendo que poderia publicar as suas memórias por qualquer grande editora nacional, escolheu a Arandis Editora, apenas porque se reviu no projeto e queria ajudar. Mais recentemente, abraçou a iniciativa de criação do Grupo dos Amigos do Museu de Portimão e da Confraria da Sardinha de Portimão, de que era um dos rostos principais.
Portimão, quando quer, sabe reconhecer e homenagear os seus melhores.
Estou convicto de que, no caso de António Feu, quererá e saberá fazê-lo.
Pela minha parte, tendo-o conhecido em 1989 e partilhado com ele, desde então, alguns momentos gratificantes, onde sempre aprendi algo de novo, restame prestar-lhe esta singela homenagem, de respeito e admiração.
OBRIGADO ANTÓNIO FEU!


Regresso ao Turismo
João Ministro, engenheiro do ambiente e empresário
egresso ao Turismo, tema tão especial no Algarve e frequentemente alvo de variadas reflexões no que ao seu futuro concerne. Abordo, novamente, a vertente da sustentabilidade que, como sabemos – ou deveríamos saber – é factor decisivo no garante desta actividade. O termo entrou definitivamente no léxico da actividade turística, muitas vezes sem a verdadeira assimilação do seu significado e urgência da sua integração. Começam, no entanto, a surgir bons exemplos que procuram interiorizar este conceito, tão diverso e importante, nas múltiplas dimensões da operação turística. Há, porém, muito ainda a fazer e urgentemente. Vamos a algumas notas sobre isto.
1. Já fomos confrontados, em algum momento, com este termo, seu significado e formas de aplicação. Mas ainda estamos longe, enquanto consumidores e, especialmente, enquanto promotores, da integração das dimensões de sustentabilidade na actividade turística. Prova disso é um estudo recente (1) desenvolvido pelo professor e investigador Xavier Font e outros colegas, sobre a percepção dos clientes face ao desempenho de sustentabilidade em alojamentos, analisada através das «eco-avaliações» registadas nas plataformas Booking.com e
Expedia. As conclusões mostram que a grande maioria das avaliações dos clientes resultam da sua satisfação geral pela estadia e não tanto pelas práticas de sustentabilidade dos espaços. Ou seja, pouco se está a conseguir ao nível da percepção dos clientes para essa dimensão. O estudo parece mostrar que as certificações e os «self-reports», pouco efeito exercem nessa assunção. Significa isto que há mudanças a fazer na forma como se aplica, integra e comunica a sustentabilidade nos alojamentos. Não basta emoldurar os sêlos e logótipos das certificações em cima de uma qualquer recepção.
2. Começam a ser regulares as notícias vindas a público sobre o excesso de turismo e os impactos do chamado «overtourism» - ou turismo de massasnos destinos. Mesmo que pontualmente e em sítios específicos. Também a relação do turismo com a qualidade de vida das comunidades locais tem sido alvo de maior atenção. O recente estudo produzido pela Fundação Manuel dos Santos, no âmbito do «Barómetro do Turismo» (2), revela algumas das percepções menos positivas dos habitantes nos locais mais procurados e intensamente utilizados pelos turistas. Independentemente das causas, origens e natureza da actividade, há algo que é consensual: é preciso gestão. Esta pode passar por medidas de regulação das actividades, impondo mesmo limitações

ou reduções, ou ainda por estratégias de dispersão. E isto, sejamos claros, obriga a planeamento municipal e até supramunicipal. Será que existe?
3. Recentemente tive oportunidade de participar numa conferência internacional, promovida pela Universidade do Algarve, em torno do Desporto e Turismo, onde se falou de diversos temas relevantes nessa relação. A minha intervenção focou-se, naturalmente, no que ao turismo de natureza e actividades ao ar livre diz respeito, mas com uma incidência na qualificação, tema que tenho igualmente partilhado noutros fóruns. É fundamental investir cada vez mais na qualificação, ao invés de continuar a criar novos produtos, novas infra-estruturas ou até mais na promoção. Não significa isto que devemos simplesmente parar estas acções. Não. Apenas que o foco deve orientar-se cada vez mais para a componente da qualidade: mais e melhor capacitação dos intervenientes na actividade turística, melhor gestão territorial, melhores infra-estruturas –não novas, mas melhorar as existentes –, melhor articulação e cooperação entre agentes, melhor optimização dos recursos locais, mais e melhor aposta na sustentabilidade, entre outras.
4. Ainda relacionado com o ponto anterior, importa efectivamente monitorizar a actividade turística na região. A este propósito, chamo a atenção para o que se mede no Observatório para o Turismo Sustentável no Algarve e por comparação, o que o mede o Observatório do Turismo
Sustentável do Turismo Centro. Enquanto o «nosso» mantém uma incidência nos tradicionais dados de chegadas e dormidas, bem como uma abordagem muito académica, o observatório do Centro tem medições do Turismo Activo, com os dados brutos das caminhadas e do cicloturismo por percursos ou localidades. Claramente, formas diferentes de encarar esta tão importante missão de conhecer o que se passa no território.
Um outro aspecto cada vez mais relevante na discussão em torno da indústria do turismo, prende-se com a necessidade de mais e melhor envolvimento das comunidades locais nos processos de decisão e gestão da actividade. Mas sobre isto falarei noutro momento.
(1) «Perceptions versus performance in hotel sustainability: Evidence from Expedia and Booking.com» (Eva Martin Fuentes, Juan Pedro Mellinas, Cèsar Fernández, Xavier Font, 2025)
(2) Barómetro do Turismo: https://ffms.pt/ptpt/estudos/barometros/barometro-doturismo


Inteligência Artificial: o novo consumidor voraz de energia e água
Carlos Manso, Economista e Membro da Direção
Nacional da Ordem dos Economistas
revolução da inteligência artificial (IA) promete transformar a economia global, mas esconde um custo silencioso: a pressão crescente sobre dois dos recursos mais estratégicos do planeta: a energia e a água.
A narrativa dominante em torno da IA tem sido de eficiência e inovação. Fala-se em produtividade exponencial, automação inteligente e tomada de decisão baseada em dados. No entanto, por trás da cortina de código e algoritmos, está a surgir um fenómeno de magnitude industrial: o consumo energético e hídrico associado à formação e operação dos grandes modelos de IA.
Segundo estimativas recentes da Agência Internacional de Energia (IEA), o consumo global de eletricidade dos centros de dados poderá duplicar até 2030. E, dentro dessa expansão, a inteligência artificial será o principal motor de crescimento. O treino de um modelo de linguagem de larga escala envolve milhares de processadores especializados, a funcionar ininterruptamente durante semanas, exigindo megawatts de potência e,
sobretudo, litros incontáveis de água para arrefecimento.
A mesma tecnologia que promete otimizar sistemas elétricos ou prever padrões climáticos está, paradoxalmente, a aumentar a pegada energética global. E quanto mais sofisticados se tornam os modelos, maior é a sua fome de energia. Um único treino de modelo de IA pode consumir eletricidade suficiente para abastecer centenas de habitações durante meses e milhares de litros de água potável para manter os servidores em funcionamento estável.
O impacto não é apenas ambiental; é também social e territorial. Em várias regiões dos Estados Unidos e da Europa, as comunidades locais começam a questionar o custo-benefício da instalação de gigantescos centros de dados. O emprego direto criado é reduzido, mas a pressão sobre as redes elétricas e sobre o abastecimento público é real. O caso do Texas é paradigmático: o consumo de água por data centers levou à contestação de agricultores e municípios que enfrentam escassez. O mesmo ocorre na Holanda, Irlanda e Escandinávia, onde a energia barata e o clima frio, outrora vantagens competitivas, estão a tornar-se focos de conflito ambiental e político.

As grandes tecnológicas, conscientes do risco reputacional, têm reagido. A Google, Microsoft e Amazon anunciaram compromissos de «zero emissões líquidas» e metas ambiciosas de energia 100 por cento renovável até 2030. A Google, por exemplo, afirma operar hoje com um índice de eficiência energética (PUE) médio de 1,09 próximo do limite físico de eficiência e aposta na energia nuclear para melhorar a eficiência energética. Contudo, mesmo com energia «limpa», o dilema mantém-se: a eletricidade verde é finita, e a sua procura massiva por parte da IA pode deslocar o consumo de outros setores ou encarecer a transição energética. A competição por eletricidade renovável entre indústria, transportes e data centers é uma nova forma de tensão económica.
Mais grave ainda é o fator água. O arrefecimento evaporativo continua a ser a solução dominante, sobretudo em regiões de clima seco, o que obriga ao uso de milhões de litros de água potável, por isso, empresas como a Microsoft já testam modelos «water-free» ou com recirculação fechada, mas são ainda exceções.
Enquanto isso, cada interação com um modelo de IA, cada pesquisa gerada por algoritmos generativos, carrega um custo hídrico invisível, um «litro digital» que poucos contabilizam.
O desafio que enfrentamos é duplo: como manter o ritmo da inovação sem comprometer a sustentabilidade energética e hídrica. A resposta não está apenas na tecnologia, mas também na política e na governação. Precisamos de métricas obrigatórias e transparentes, que indiquem o consumo energético, o uso de água, as emissões reais e auditadas por entidades independentes.
Devem ser criados mecanismos regulatórios que obriguem à reutilização de calor, à utilização de água reciclada e à integração de data centers em sistemas locais de energia renovável.
E, sobretudo, é necessário incluir as comunidades na equação: os benefícios da digitalização devem compensar os custos ambientais locais.
A inteligência artificial representa o maior salto tecnológico desde a internet. Mas, se não for acompanhada por uma gestão inteligente dos recursos naturais, arrisca-se a ser vítima do seu próprio sucesso.
O futuro digital, se quiser ser sustentável, terá de ser também energético e hídrico inteligente. Pensem nisto.
Nota: Este artigo de opinião apenas reflete a opinião pessoal e técnica do Autor e não a opinião ou posição das entidades com quem colabora ou trabalha.



“População acredita em nós para tomarmos as melhores decisões para o futuro
do concelho”, afirma Ricardo Veia Calé
icardo Veia Calé tomou posse, a 26 de outubro, como novo presidente da Câmara Municipal de Olhão, para um mandato de quatro anos em que possui maioria absoluta, tanto na Câmara como na Assembleia Municipal. Não se vislumbra, deste modo, turbulência política no horizonte, e ainda bem, porque os desafios são muitos, logo
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
a começar pela habitação e saúde, duas áreas onde foi necessário tomar decisões audaciosas.
A habitação é, sem dúvida, a principal prioridade para os próximos quatro anos, com vários entraves financeiros e burocráticos para enfrentar. “Este é o grande desafio que todos os autarcas têm em mãos e que nos obriga a tomar decisões que nem sempre são fáceis, mas a população olhanense votou em
nós porque acredita que temos o discernimento e a audácia para o fazer. Muitas vezes a destreza dos processos e as burocracias são contraproducentes àquele desenvolvimento que nós pretendemos e à dimensão e à velocidade que queremos dar aos projetos. Acontece na habitação, como acontece na saúde, como acontece noutros projetos”, lamenta o entrevistado, lembrando que o Parque Habitacional Público de Olhão é um dos maiores do sul do país, mas necessita de ser requalificado. “Na requalificação do Bairro Manuel Oliveira e do Largo da Feira estamos a falar de 3,4 milhões de euros em que em PRR teriam 100 por cento de financiamento. No entanto, as burocracias associadas a estes projetos são muito grandes e não conseguimos ir a tempo do PRR, pelo que vamos ter eventualmente um financiamento de 60 ou 70 por cento. Como a população de Olhão não pode estar presa às burocracias, precisamos ter a tal a audácia de tomar as decisões para fazer a diferença e vamos avançar com essa requalificação, mesmo que não esteja garantido 100 por cento de financiamento. Tentamos passar aquela parte que não é financiada para o Portugal 2030, não sabemos se isso vai ou não concretizar-se, mas as pessoas têm que viver em condições dignas”, declara Ricardo Veia Calé.
Ter meios financeiros para requalificar o parque habitacional existente é, de facto, um problema sério, mas outro, se calhar ainda maior, é ter mesmo habitação disponível, sendo que o projeto inicial da Litografia contempla 104 apartamentos para construção e venda a custos
controlados e mais 104 apartamentos para rendas acessíveis. “As pessoas são a prioridade, portanto, vamos lançar já a construção destes 208 apartamentos, mais uma vez sem termos a certeza se vamos conseguir ter o financiamento para os 104 de renda acessível”, adianta. Para tal, a Câmara Municipal de Olhão pretende contrair, junto da banca, um empréstimo de 40 milhões de euros, “na expetativa de que o Governo cumpra depois aquilo que prometeu de, na segunda fase das 26 mil casas que não foram financiadas, contemplar estas 104”. “O que me espanta é o Governo ter estas casas identificadas, mas não dar a certeza absoluta se vai ou não fazer o financiamento para a sua construção. E aí somos nós, os autarcas, que temos que tomar a decisão de assumir o risco, e aqui em Olhão nós vamos assumir esse risco”, reforça.
O risco vai ser assumido, mas sem colocar em causa a sustentabilidade financeira da Câmara Municipal, nem descurar outras áreas importantes de atuação, garante Ricardo Veia Calé. “A Câmara Municipal de Olhão tem uma empresa pública de habitação, a Fesnima, que não tem limite de endividamento, portanto, conseguimos contrair este empréstimo para construir habitação. Estamos a tentar também junto do Ministro da Coesão que se altere a Lei das Finanças Locais para que se excecione o limite de endividamento, mas, para não estarmos à espera dessa decisão, vamos fazer a construção de habitação pública através da Fesnima. E isto porque temos outros investimentos
importantes em curso, como o Hub Azul, a requalificação do Centro de Saúde, uma nova USF e o Bairro 16 de Junho Sul”, aponta o autarca. “Estes investimentos estão no PRR, contudo, se por alguma razão não cumprirmos com essas datas, então vamos estar a onerar o orçamento da Câmara Municipal de Olhão para o futuro.
Destes quatro investimentos, em três (Hub Azul, Centro de Saúde e USF) estamos a substituirmo-nos ao Estado Central, acreditando que ele era célere nas decisões. Na saúde, por exemplo, dão-nos a dotação orçamental para fazer as obras, mas nós temos que fazêlas de acordo com aquilo que o programa funcional nos dita e que preconizava um investimento muito superior ao valor que vinha do Estado Central. Perguntamos se fazíamos apenas parte da obra ou se aumentavam a dotação, porque não podia dizer aos munícipes que íamos usar fundos do erário público para nos substituirmos ao Estado Central. Não seria um bom gestor público para os olhanenses”, explica.
O governo aumentou então a dotação do PRR para o total do investimento necessário, mas Ricardo Veia Calé lamenta que estas decisões sejam sempre tomadas tardiamente. “Temos essa informação em agosto, o investimento vai a Tribunal de Contas, que depois nos avisa que esse calendário de obras já vai exceder o calendário do PRR. Então demora-se mais um bocadinho de tempo para alterar o programa de concurso da obra e, em simultâneo, temos que o levar à Assembleia Municipal para que autorize

essa alteração do plurianual. São questões que muitas vezes ultrapassam o conhecimento da população em geral, mas nós vamos executar estar obras, com todo o gosto, assim como iniciar a requalificação do Centro de Saúde e a construção da Loja do Cidadão. Claro que isto tudo vai criar desafios orçamentais, mas nós estamos aqui para os resolver, porque, no fim, a

população de Olhão estará muito melhor servida”, justifica o entrevistado.
Gestão do uso dos solos não facilita a construção de habitação
Está, assim, no bom caminho a construção de mais 208 apartamentos no concelho de Olhão, mas que não
conseguirão dar resposta a todas as necessidades existentes, sendo que outro problema que se coloca às autarquias é a própria disponibilidade de terrenos urbanizáveis. E uma questão em que os 308 autarcas do país estão perfeitamente alinhados prende-se, precisamente, com a gestão dos solos. “Se a habitação é um desígnio nacional, temos que estar todos no mesmo barco, mas o que acontece é que as entidades gestoras

do território, como a RAN – Reserva Agrícola Nacional e a REN – Reserva Ecológica Nacional, dizem-nos que, enquanto tivermos áreas urbanizáveis disponíveis, não faz sentido alterar-se o solo rústico na posse das autarquias para urbano. Contudo, as Câmaras Municipais, nestas operações de Plano de Pormenor, teriam acesso a solos rústicos a custo zero para construir habitação, ao passo que os solos
urbanos disponíveis são privados e temos que os comprar. Como é óbvio, este custo do solo vai influenciar fortemente o valor a que conseguimos colocar habitação a custos acessíveis no mercado. Não podemos ter uma política de habitação eficiente sem uma política do uso do solo mais adequada. Se estamos a burocratizar os processos não conseguimos ter a agilidade necessária para construir”, avisa o

presidente da Câmara Municipal de Olhão. “Se não houver uma verdadeira alteração do uso dos solos, não vamos conseguir ter habitação pública disponível nos próximos anos. Vamos estar todos a falar do mesmo, sem ninguém ter a coragem para resolver nada”.
A par da habitação, outra prioridade dos executivos municipais de Olhão tem sido
a educação, mas nem tudo está feito, pelo que um dos objetivos deste próximo mandato passa pela construção de mais 12 salas de aula para que todo o préescolar seja universal, acessível e gratuito. “Enquanto isso não sucede, apoiamos todas as famílias que pretendam ingressar no Ensino Público e que não o consigam em 50 por cento do valor do pré-escolar privado. Na área da saúde, não conseguimos fazer a gestão de médicos e enfermeiros, mas tentamos garantir os meios para que as pessoas se sintam motivadas para trabalhar bem. E isso passa por projetos novos ou pela requalificação dos espaços já existentes, para que os profissionais de saúde possam exercer a sua atividade de forma muito qualificada num espaço condigno”, diz o entrevistado. “Quando apresentamos o projeto da nova Unidade de Saúde Familiar conseguimos convencer um conjunto de médicos, enfermeiros e outros profissionais a estabilizarem-se numa nova USFE, o que nos permitiu ter médico de família para todos os habitantes. As instalações antigas necessitam de ser requalificadas e no PRR está precisamente um investimento de 1,8 milhões de euros no Centro de Saúde de Olhão. Vai ter que ser uma obra relâmpago para estar requalificado em oito meses”, reconhece.
Um novo executivo para um novo mandato que quer apresentar obra com celeridade, daí ter algumas propostas estruturantes no programa eleitoral que pretende implementar logo nos primeiros 100 dias de governança, e nas mais diversas áreas. E um dos projetos que

Ricardo Veia Calé quer concretizar até 26 de janeiro de 2026 diz respeito a «casas de função» para profissionais de saúde, de educação ou de forças de segurança. Ainda mais atenção será dada também à requalificação do espaço público, não apenas no litoral, mas também no interior, algo que não é propriamente uma novidade, como se constata com o Jardim Salgueiro Maia na Freguesia de Olhão, a Praça Major Castanheda na Freguesia de Moncarapacho ou o Parque de Merendas na Freguesia de Pechão. Ricardo Veia Calé admite, porém, que Olhão está a sofrer “as consequências de termos sido bons alunos”. “Não nos podemos esquecer que há dois Verões tivemos uma seca extrema no Algarve e que houve normativas nacionais que deram indicações a todos os 16 concelhos para fazerem uma poupança de água extrema, e que essa poupança
tinha que ser alcançada, acima de tudo, na rega dos jardins públicos. Os jardins deixaram de ser regados e, portanto, necessitam agora de ser requalificados, mas isso também nos permite fazer um investimento de forma mais estruturada e melhor programada”, entende o entrevistado. “Nos espaços públicos que têm alguma dimensão e que podem ter fruição pública de famílias, com jovens e crianças a brincar, nós vamos relvar. Noutros espaços poderemos optar por plantar espécies que tenham baixas necessidades hídricas”
Gerir a pensar nos olhanenses e não nos turistas
Gerir o território a pensar primeiros nos residentes é o que defende Ricardo Veia
Calé, com a convicção de que, quando esse trabalho é bem feito, esse território também se torna mais atrativo para os visitantes. “Não tomamos decisões de desenvolvimento urbano a pensar no turista, mas sim naqueles que cá estão, mas a verdade é que os turistas vão ficando agradados com o concelho e vão voltando. E Olhão representa apenas 1,8 por cento de todas as dormidas turísticas do Algarve. Ainda há muito potencial de crescimento, mas queremos que esse crescimento seja feito de forma muito organizada e concertada e apenas com grande qualidade”, frisa o edil. “Nós não queremos mais turistas, queremos melhores turistas. Queremos que todos os olhanenses beneficiem deste crescimento económico do concelho nas mais diversas áreas, no entanto, esta dinamização económica não pode gerar constrangimentos no futuro, como, por exemplo, maiores dificuldades no acesso à habitação. O acesso à habitação existe, mas não sentimos que foi criado pelos turistas”, afirma Ricardo Veia Calé. “No Centro Histórico da Barreta e do Levante, o que percebemos é que casas degradadas e que estavam totalmente abandonadas foram requalificadas e recuperadas por olhanenses e por cidadãos estrangeiros que decidiram vir viver para Olhão. Também sabemos que esta grande frente de mar tem apartamentos vendidos a preços muito elevados, mas estamos a falar de cinco ou seis polos que, antigamente, eram fábricas velhas, abandonadas, caídas, autênticos cemitérios industriais, onde não viviam olhanenses. A verdade é que a construção nestas zonas muito
pontuais nos permite ter receitas fiscais para depois construirmos boas infraestruturas para os olhanenses, seja mais salas do pré-escolar, requalificar as unidades de saúde ou construir mais habitação acessível”, destaca.
Ricardo Veia Calé dá o exemplo concreto do Bairro 16 de Junho Sul, que está a ser construído imediatamente ao lado de onde era antigo Bairro 16 de Junho e logo atrás de uma unidade hoteleira de 5 estrelas situada na frente ribeirinha. “Nós não segregámos. Quisemos construir habitação social no sítio onde as pessoas nasceram, cresceram e criaram as suas memórias, e este projeto não pode ficar apenas por aqui. Queremos utilizar os mecanismos legais que estão ao nosso dispor e nas Áreas de Reabilitação Urbana há a possibilidade de as autarquias fazerem a aquisição coerciva de imóveis que estejam abandonados há muitos anos e que os privados não façam a sua requalificação. Neste contexto, pretendemos adquirir uma bolsa de 10 casas na Barreta e Levante, reabilitá-las e depois colocá-las num concurso de custos controlados para jovens olhanenses. Com isto vamos trazer mais famílias olhanenses para a baixa, porque Olhão tem alma na sua traça arquitetónica, na sua história, na sua frente ribeirinha, na sua Ria Formosa, na sua grande ligação à pesca, aos pescadores e aos mariscadores, mas também tem a alma das suas gentes. Temos todos que defender esta alma olhanense de que tanto nos orgulhamos”.
Mais turismo de qualidade para Olhão é o que se deseja, mas o futuro passa por outras áreas estratégicas, como a inovação, o conhecimento e a investigação, e sem nunca tirar os olhos da Ria Formosa e do mar. “Há muitos anos que se fala na importância da diversificação da base económica do Algarve, que o Algarve não pode viver apenas do turismo de «sol e praia», e em Olhão temos projetos concretos a pensar precisamente nisso, como é o caso do Hub Azul que vai nascer na zona da lota, um complexo de desenvolvimento, investigação e tecnologia ligado ao mar. Depois, dois projetos de cariz privado: o Centro de Inovação Médica de Olhão, ali perto das Piscinas Municipais, mesmo atrás do Centro de Saúde, que terá investigação e tecnologia ligada à medicina estética; e o grande projeto dos 50 hectares do Parque de Inovação Tecnológica do Algarve, onde quase que irá nascer uma nova freguesia. É um conceito work, live and play, ou seja, vamos criar soluções onde as pessoas possam trabalhar, mas também ter a sua habitação e zonas de serviços e de lazer para as famílias”, salienta Ricardo Veia Calé. “O que dissemos àquele promotor privado foi que, por cada posto de trabalho criado, teria que haver também uma cama, para assim conseguirmos que estes trabalhos muito bem qualificados e remunerados não façam pressão no Parque Habitacional de Olhão. Mas nesta transformação do uso do solo também prevemos que seja criada uma grande bolsa de habitação pública para que, a par do investimento que vai ser feito em tecnologia e inovação, também seja criada uma zona

habitacional para que os olhanenses lá possam constituir a sua família e comprar ou alugar a sua casa”.
Trazer mais pessoas para viver e trabalhar para Olhão significa que elas também aspirem a ter momentos de lazer e a praticar desporto. Como está o concelho em matéria de infraestruturas na cultura e desporto, questionamos. “As novas tecnologias e a inteligência artificial hoje em dia estão muito

acessíveis e sabemos que é através da cultura e do desporto que o ser humano se poderá distinguir no futuro. Naquilo que for muito mecânico, a máquina vainos substituir, portanto, quem tiver grandes capacitações nas componentes desportivas e das artes, terá mais condições para ter sucesso … e nós temos que dar estas ferramentas às novas gerações”, manifesta Ricardo Veia Calé, lembrando que, no ensino préescolar e básico das escolas do Concelho
de Olhão existe a disciplina de Educação Física que é dada pelo Município. “Noutros concelhos do Algarve, os alunos só passam a ter Educação Física a partir do 5.º ano. Temos também o Conservatório de Música de Olhão e queremos dar o passo para conseguirmos ter o Conservatório de Ciência e Tecnologia de Olhão, para que esses jovens possam aqui criar as suas raízes e inovar”
Ricardo Veia Calé não duvida, entretanto, que a cultura nos permite abrir horizontes e ganhar outro tipo de qualificações, pelo que são esperadas algumas novidades nos próximos quatro anos. “O acesso à cultura é o acesso a outro mundo que os olhanenses têm que ter, desde os mais jovens aos menos jovens. Apostamos desde a cultura mais eclética à mais popular e, já nesta passagem de ano, vamos ter um grande concerto, assim como a Aldeia de Natal em dezembro”, indica o autarca. “Relativamente à vertente desportiva, a população está muito expectante para ver se vamos realmente conseguir construir 10 novas instalações desportivas em apenas quatro anos. Felizmente, em Olhão, temos clubes e atletas muito bons, de renome nacional e internacional, e as infraestruturas desportivas devem acompanhar essa qualidade. Olhão, por exemplo, precisa formar atletas de alto gabarito nos desportos náuticos, porque temos tudo para sermos uma referência nacional. Depois, há espaços mais simples, de menor dimensão, para o padel, ténis, petanca, columbofilia”
A julgar pela breve conversa, trabalho não falta para a equipa liderada por Ricardo Veia Calé, que pretende, conforme referido, prestar contas aos olhanenses no final do mês de janeiro do próximo ano. “Tivemos uma votação muito expressiva, foram 9 mil e 700 votos, a maior votação que o Concelho de Olhão já alguma vez teve. Isso trouxe-nos uma grande alegria, mas também acarreta uma grande responsabilidade. A população reconhece que nós somos muito

dedicados, que tentamos fazer sempre aquilo que achamos que é melhor e de forma mais qualificada, e que também estamos muito próximo da população”, salienta o presidente de câmara. “Olhão é um concelho com 45 mil habitantes, quase todos nos conhecemos uns aos outros, e nós vamos estar aqui durante muitos anos, quer os resultados

eleitorais sejam bons ou menos bons. Aconteça o que acontecer, a nossa equipa de vereação tem aqui a sua família, os nossos filhos andam cá na escola, portanto, vamos coabitar durante muitos e muitos anos. E isto é bastante saudável, significa que não somos paraquedistas e que não estamos apenas próximos da população
em tempos eleitorais”, considera. “A nossa história faz parte destes bairros e destas freguesias, foi isso que nos permitiu ter esta grande ligação à população, agora estamos cá para cumprir aquilo a que nos propusemos”, finaliza o presidente da Câmara Municipal de Olhão.



Três dias
a abrir caminhos
Nas marcas do fogo em mais um
Barão de São João – Walk & Art Fest
Texto: Daniel
oitava edição do Barão de São João – Walk & Art Fest realizou-se de 7 a 9 de novembro, com três dias de caminhadas, arte, workshops, música e atividades de descoberta de natureza para toda a família, em vários espaços da aldeia e da mata.
O festival fez-se, como sempre, de muitas iniciativas, incluindo caminhadas, passeios de BTT, workshops de artes, tertúlias, exposições, sessões de poesia e
de cinema, atividades de descoberta da natureza e práticas de bem-estar. Algumas novidades deste ano foram recebidas com entusiasmo, como as oficinas de impressão botânica e de origami, a caminhada cultural por Barão de São João, a experiência da pré-história ou as provas de orientação com mapa para pais e filhos.
A instalação artística, que todos os anos ocupa as ruas da aldeia e alguns espaços da mata com obras criadas especificamente para o festival, veio mostrar como a arte abre caminhos à reflexão e à regeneração de uma
Pina| Fotografia: Carlos Afonso / Município de Lagos e Vico Ughetto
comunidade. As obras, com o tema «Fogo!», testemunham a experiência vivida com o grande incêndio que destruiu parcialmente esta área de floresta, em setembro, mas apontam também para as diferentes formas de renascer depois das cinzas. Os 18 artistas participantes partilham, cada um à sua maneira, uma consciência renovada da fragilidade e da urgência de preservar os valores da natureza e da cultura em que vivem.
A atuação do Coro Primavera, que encheu a Igreja Matriz de Barão de São João, foi outro dos pontos altos do festival. Vozes de várias nacionalidades uniram-se a cantar um repertório de música tradicional portuguesa, mas
também temas da tradição argelina e sulafricana – uma escolha reveladora do espírito multicultural que anima esta aldeia. O mesmo espírito subiu ao palco do Centro Cultural durante a atuação dos Swing’n 125, com músicos de diferentes origens a aquecerem a noite com os sons suaves do jazz clássico.
No total, houve 1.665 inscrições nas 123 atividades programadas, com muitos a aproveitarem o fim de semana de sol para participar em mais do que uma atividade. Foi, mais uma vez, um festival marcado pela diversidade, com participantes de 24 países e de todas as idades a visitar Barão de São João. Entre os portugueses, além dos residentes no Algarve, o festival atraiu pessoas de


localidades como Braga, Porto, Coimbra ou Setúbal. O Centro Cultural de Barão de São João voltou a ser o local central do evento, funcionando como ponto de encontro e convívio, base do secretariado do festival e espaço de exposição e venda para os artesãos locais.
A preservação da natureza e a segurança nos percursos pedestres deram o mote à sessão de abertura do festival, no dia 7 de novembro, trazendo para cima da mesa alguns temas importantes para o turismo sustentável. Numa primeira intervenção, Ana Paula Martins, do ICNF, falou da crescente pressão que as áreas protegidas enfrentam devido à multiplicação de atividades de lazer, turismo ao ar livre e desportivas, ainda que muitas delas sejam compatíveis com a conservação. O desafio está em conciliar o usufruto
público com a proteção dos valores naturais e culturais destas áreas.
Luís Mendes, docente da Universidade de Lisboa e investigador do IGOT – Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, falou dos desafios da capacidade de carga turística, que representa o limite máximo de visitantes que um local pode receber sem que haja impactos negativos nos espaços naturais e nas comunidades locais, e sem comprometer a qualidade da experiência.





As pressões e desafios que o turismo implica foram analisados com algum detalhe, mas o investigador referiu também as oportunidades que surgem por exemplo com o turismo regenerativo e as parcerias público-privadas.
Alberto Ayora, especialista espanhol em gestão de risco, abordou a segurança em atividades de turismo de aventura, destacando a importância da prevenção, da identificação dos riscos, da certificação, e do planeamento de emergência, bem como da existência de códigos de boas práticas. “Que uma atividade seja aparentemente fácil não significa que não tenha riscos. Os perigos que não estão identificados podem ser os piores”, referiu Ayora, que mostrou também de que forma algumas tecnologias e sistemas de Inteligência Artificial podem contribuir para a gestão
de risco. Na segunda parte da conferência, os caminhos e desafios do pedestrianismo no Algarve foram debatidos numa mesa-redonda.
O festival é organizado pela Câmara Municipal de Lagos e pela Associação Almargem. Os eventos decorrem em vários espaços dentro e fora da aldeia – o Centro Cultural de Barão de São João, o Perímetro Florestal de Barão de São João, o edifício A Paragem e o espaço Barão ConVida, entre outros. O evento voltou a contar com várias parcerias, como empresas de animação turística e entidades oficiais que dinamizam grande parte das atividades.
Integrado no Algarve Walking Season, o Walk & Art Fest regressa de 6 a 8 de novembro de 2026, como parte integrante do calendário do Algarve Walking Season (AWS) onde se incluem



os outros quatro festivais de caminhadas existentes na Região. O AWS é uma iniciativa coordenada pela Cooperativa QRER – Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade, apoiada pelo Turismo de Portugal / Região de Turismo do Algarve.




Martim Longo recebeu
XVI Feira da Perdiz
Município de Alcoutim levou a cabo, nos dias 15 e 16 de novembro, a XVI Feira da Perdiz, que teve lugar, mais uma vez, na Avenida dos Almocreves, em Martim Longo. O evento anual, já consolidado no panorama regional, tem como objetivo principal a valorização e promoção das potencialidades turísticas e cinegéticas do concelho de Alcoutim, reforçando o papel da caça como um elemento de
dinamização económica e cultural no território.
A Feira da Perdiz constitui uma oportunidade de encontro entre caçadores, produtores, artesãos e visitantes, num ambiente que valoriza a tradição e o saber-fazer do mundo rural. “Neste fim-de-semana celebra-se todo o território de Alcoutim, as suas gentes, as suas tradições, o seu património natural, a sua cultura, a sua gastronomia, no fundo, é uma festa da identidade serrana. E, em determinadas áreas do nosso concelho, a atividade
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina




cinegética nas suas diversas vertentes desempenha um papel estruturante na vida rural, na gestão da biodiversidade, no turismo e na dinamização de vários setores da economia local”, começou por dizer Paulo Paulino, presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, no momento formal de inauguração do certame.
Consciente da importância e do potencial do setor da cinegética, a Autarquia de Alcoutim tem apostado no reforço de sinergias neste domínio, como é disso exemplo a garantia da continuidade do sistema de incentivos para as zonas de caça associativa, cujo protocolo, com o valor previsto de 145 mil euros, foi assinado, a 16 de setembro,
pelo Município e a Federação de Caçadores do Algarve com 27 associações deste território. “Este é um importante instrumento ao serviço da otimização dos recursos existentes, permitido cumprir objetivos, quer na área da cinegética, quer da proteção civil, através da instalação e manutenção de pastagens para fauna na rede de faixas de contenção de combustível e da beneficiação de caminhos agrícolas”, considera Paulo Paulino, lembrando que a Feira da Perdiz de Martim Longo é, atualmente, o terceiro evento organizado pelo município com maior orçamento. “Queremos melhorar as condições dos expositores e a zona de restauração, e elevar a qualidade da programação e a divulgação do evento, para atrairmos



mais público e melhorar as condições do certame”, justifica.
Paulo Paulino declarou que Alcoutim é um concelho com enormes potencialidades, contudo, “a sua condição periférica impede-nos muitas vezes de sermos o foco da atenção”
“As mesmas dificuldades sentem, infelizmente, os empresários, os artesãos, aqueles que investem no

território e transformam e comercializam os produtos da nossa região. Este certame é também uma mostra do que de melhor o mundo rural e o concelho de Alcoutim têm para oferecer. Esta é mais uma forma de divulgar a marca Alcoutim através dos nossos produtos e da nossa gente”, considera o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim.


































18.ª Loulé Cup trouxe a Loulé a nata da Ginástica de Trampolins
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
e 23 a 25 de outubro, o Pavilhão
Desportivo
Municipal Professor Joaquim Vairinhos, em Loulé, vibrou com a 18.ª Loulé Cup, uma das provas internacionais mais clássicas da Ginástica de Trampolins, organizada pela APAGL – Associação de Pais e Amigos da Ginástica de Loulé.
Ao longo de três dias de saudável convívio e intensa competição, centenas de atletas dos escalões mais jovens até aos seniores mostraram os seus dotes no
trampolim, duplo mini-trampolim e tumbling. Atletas provenientes de dezenas de países europeus e do resto do mundo, muitos deles detentores de medalhas de ouro, prata e bronze em Campeonatos do Mundo e da Europa destas exigentes modalidades, e que levaram ao rubro o muito público que encheu as bancadas do Pavilhão.
Foi, sem dúvida, um início perfeito de temporada e também um excelente último teste para os muitos ginastas que iam participar no Campeonato do Mundo de Trampolins que se realizou, na vizinha Espanha, de 5 a 9 de novembro.




























































































MOMI TROUXE AO TEATRO O FANTÁSTICO «MALDONNE»

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
TEATRO DAS FIGURAS «MALDONNE» DE LEÏLA KA

cidade de Faro voltou a acolher, de 6 a 9 de novembro, o MOMI – Festival Internacional de Teatro Físico –Algarve 2025, certame da responsabilidade do JAT – Janela Aberta Teatro de Miguel Martins Pessoa e Diana Bernedo que se tem vindo a afirmar como um dos mais relevantes palcos para a criação contemporânea em Portugal.
No dia 7, o Teatro das Figuras registou uma impressionante moldura humana para assistir a «Maldonne», um poderoso manifesto coreográfico onde a dança se transforma em grito e resistência. A coreógrafa Leïla Ka convoca cinco intérpretes e 40 vestidos para vestir identidades, atravessar papéis e questionar normas, numa performance eletrizante onde a feminilidade surge em
tensão constante: frágil e feroz, doce e insurgente. “O corpo é território de confronto, memória e desejo. Com uma linguagem crua e poética, «Maldonne» celebra a sororidade e liberta uma nova sonoridade – feita de gestos, ruídos e silêncios que ecoam lutas passadas e presentes. Uma peça carregada de simbolismo, emoção e urgência”, descreveu a organização.
Leïla Ka é uma das vozes mais marcantes da nova dança europeia. Com origem na dança urbana e contemporânea, coreografou para Beyoncé, para os Prémios César, Zaho de Sagazan e o Ballet Nacional do Chile. Com «Maldonne», foi nomeada para o International Dance Prize (Sadler’s Wells, Londres), tendo-se já apresentado em mais de 20 países. E que privilégio foi ter este espetáculo em Faro, pelas mãos do III MOMI do JAT.









































TEATRO DO ELÉCTRICO «ESTAR EM CASA»

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
ELÉCTRICO ESTREOU EM LOULÉ


Cineteatro Louletano recebeu, nos dias 14 e 15 de novembro, a estreia da nova peça de Ricardo Neves-Neves, um espetáculo teatral com música ao vivo, numa coprodução do Cineteatro Louletano com o Teatro do Eléctrico e a Culturproject.
Após o reconhecimento conquistado com trabalhos anteriores, o encenador apresenta «Estar em Casa», uma proposta que reafirma a sua marca artística: um teatro que conjuga o absurdo, o humor, a música e a emoção. “Interessa-me um teatro que não se limita a representar o real, mas que o interroga — e que, ao mesmo tempo, acolhe o humor e a ternura como
formas de resistência”, refere Ricardo Neves-Neves.
Inspirado na obra da escritora Adília Lopes, «Estar em Casa» é um espetáculo vibrante e inesperado, onde a música e palavra se cruzam num retrato poético da vida quotidiana. A atriz e cantora Sílvia Filipe dá corpo a uma mulher que transforma o banal em arte e a rotina em encantamento, num solo entre a brincadeira e a fantasia, enquanto os gatos brincam com as baratas. O texto de Adília Lopes serviu de ponto de partida para três sessões destinadas ao público em geral e uma só para escolas. Um espetáculo que celebra a liberdade criativa e o prazer de estar em palco, propondo uma viagem entre o real e o imaginário, onde a ironia e a ternura coexistem com lucidez e memória.
































ALGARVE MUSIC DESTAQUE EM TAVIRA

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Irina Kuptsova
MUSIC SERIES EM TAVIRA E FARO


10.º Algarve
Music Series aconteceu entre 1 de outubro e 16 de novembro, dividido entre as cidades de Faro, Loulé e Tavira. O ciclo nascido, em 2016, da vontade da violoncelista Isabel Vaz e
do pianista Vasco Dantas, apostou numa programação internacional que contemplou música de câmara, concertos sinfónicos, jazz e música folk.
Sob o tema «ECHOS», o festival propôs uma reflexão sobre a forma como a música ressoa no tempo e no espaço. Para tal, a programação articulou três dimensões: ecos da tradição e inovação,

que aproximaram música clássica, contemporânea, tradicional e eletrónica; ecos sonoros, que exploraram encontros inesperados de instrumentos, como a harpa com eletrónica ou o piano com marimba; e ecos geográficos, que levaram artistas e obras a diferentes palcos do Algarve.
No dia 17 de outubro, a Igreja da Misericórdia de Tavira assistiu a «Bach Mirror», um encontro surpreendente entre o piano de Thomas Enhco e a marimba de Vassilena Serafimova, onde a música de Bach se reflete em novas sonoridades, criando diálogos inesperados entre tradição e inovação. Thomas e Vassilena exploram a poesia, a energia rítmica e a intemporalidade de Bach, transformando cada peça num espelho contemporâneo da genialidade barroca. Foi uma noite de diálogo entre o barroco e o presente que aqueceu o coração histórico de Tavira.
No dia 18 de outubro, o Club Farense voltou a receber o Algarve Music Series, desta feita com «Para Além» com Isabel Vaz’co Dantas Duo. Uma noite dedicada à música lusa e brasileira, onde o violoncelo e o piano se encontraraam em diálogo poético. O programa incluiu obras de grandes compositores luso-brasileiros e a estreia de «Para Além», peça especialmente encomendada à compositora Anne Victorino d’Almeida para este concerto.
Isabel Vaz e Vasco Dantas trouxeram o lirismo, a intensidade e a cumplicidade da música de câmara, revelando a riqueza cultural que une os dois lados do Atlântico, num espaço histórico e intimista que guarda a memória do antigo «gentlemen’s club» e que hoje acolhe momentos artísticos únicos no coração de Faro.











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