23 de agosto, 2025

23 de agosto, 2025
Carlos Manso (pág. 12)
Júlio Ferreira (pág. 16)
João Ministro (pág. 20)
Sílvia Quinteiro (pág. 24)
Paulo Neves (pág. 28)
Dia do Município de Albufeira (pág. 32)
Descarga da sardinha em Portimão (pág. 42)
37.º Festival do Marisco de Olhão (pág. 54)
Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires em Castro Marim (pág. 66)
XX Feira Medieval de Silves (pág. 78)
Da Weasel em Portimão (pág. 98)
Noites no Mirante em Monchique (pág. 116)
Mayra Andrade em Tavira (pág. 132)
Numa altura em que Portugal discute a sustentabilidade das contas públicas, o crescimento económico e a eficiência do Estado, há uma pergunta que continua sem resposta clara: as políticas públicas que aplicamos funcionam mesmo?
Todos os anos, o Estado investe milhares de milhões de euros em programas, subsídios, incentivos e obras públicas, mas raramente se avalia, de forma rigorosa e transparente, se essas medidas produzem resultados concretos na vida das pessoas e no tecido económico nacional.
Executam-se orçamentos, elaboram-se relatórios de atividades, contratualizamse metas físicas, mas o impacto real, o valor acrescentado, a sustentabilidade das políticas públicas, continuam a ser questões secundárias ou até ignoradas pelos sucessivos governos e pela população em geral.
Portugal tornou-se, nos últimos anos, um país mais preocupado em cumprir o
Código dos Contratos Públicos do que em decidir bem. A obsessão com o formalismo, com o «cumprir a regra», transformou-se num fim em si mesmo, já que cumprimos regulamentos, relatórios, normas e checklists, mas nem sempre nos perguntamos se aquilo que decidimos é o que faz mais sentido para o país, para as pessoas e para o futuro.
A legalidade não garante, por si só, qualidade e uma política pode estar juridicamente irrepreensível e, ainda assim, ser socialmente ineficaz, economicamente desajustada ou até mesmo contraproducente.
A avaliação de políticas públicas não é um luxo tecnocrático, é uma ferramenta essencial de boa governação permitindo saber o que funciona, corrigir o que falha e canalizar recursos para onde geram maior impacto económico e social.
Existem vários exemplos noutros países, onde a avaliação está no centro das decisões públicas. A título de exemplo, no Canadá, as políticas federais são avaliadas por equipas especializadas ligadas diretamente ao orçamento. No Reino Unido, nenhuma grande despesa
pública avança sem uma análise custobenefício séria. No Chile, os programas governamentais são avaliados todos os anos, com relatórios públicos que influenciam decisões orçamentais.
No entanto, em Portugal continuamos a confundir execução com eficácia e eficiência. O cumprimento do CCP não é suficiente e gerir bem é mais do que adjudicar legalmente. É transformar positivamente o país.
Uma democracia saudável exige responsabilização política e cívica, accountability. Mas como pedir contas a um governante se não sabemos o impacto das suas decisões?
Sem avaliação, perpetuam-se programas ineficazes e medidas inócuas, protegidas por relatórios formais que nada dizem sobre os verdadeiros resultados. Já a avaliação bem feita obriga à transparência, ao escrutínio e à melhoria contínua. Um acionista de uma empresa sabe perfeitamente qual o valor
que a sua participação lhe rende e decide racionalmente sobre os investimentos presentes e futuros com base na sua rentabilização. Os eleitores deverão começar a fazer o mesmo relativamente às políticas públicas.
Precisamos de um Observatório Nacional de Políticas Públicas, com autonomia técnica, mandato transversal e ligação institucional ao Parlamento, não com o propósito de substituir os governos, mas para apoiar decisões com base em evidência, avaliar políticas em curso e dar visibilidade pública aos seus resultados.
Este observatório deve ter acesso a dados administrativos e estatísticos; produzir avaliações ex ante, durante e ex post; articular-se com universidades, centros de investigação e o Tribunal de Contas; publicar relatórios acessíveis, independentes e úteis para o debate público.
Com os desafios que enfrentamos, maiores desigualdades sociais, transição digital, dificuldade no acesso à habitação, envelhecimento da população, coesão territorial, não podemos continuar a desperdiçar recursos por falta de avaliação séria. Não basta fazer políticas legais, é preciso fazer boas políticas.
Avaliar não é travar decisões, é garantir que são as decisões certas. Pensem nisto.
Nota: Este artigo de opinião apenas reflete a opinião pessoal e técnica do Autor e não a opinião ou posição das entidades com quem colabora ou trabalha.
Júlio Ferreira, inconformado encartado
ortugal está outra vez a arder. E quando digo arder, não falo apenas das serras e pinhais — ardem casas, memórias, vidas inteiras que levaram décadas a erguer e que, em poucas horas, ficam reduzidas a pó e silêncio. Todos os anos o cenário repete-se: helicópteros que não chegam, viaturas insuficientes, bombeiros sem descanso e famílias que veem os seus sonhos desfeitos em cinza. Mas a paciência do povo vai-se esgotando perante o estrondoso falhanço do Estado.
Lembro-me, na primária, de uma pergunta feita pela professora: “O que gostavas de ser quando fores grande?”. Não me recordo da minha resposta, mas lembro-me de muitos colegas dizerem com orgulho: “Bombeiro”. Hoje, olhando para trás, percebo o que isso queria dizer: que ser bombeiro é um dos maiores atos de coragem que alguém pode escolher. Eu, mesmo em miúdo, sabia que não tinha dentro de mim essa força quase sobre-humana de arriscar a própria vida por desconhecidos. E é precisamente por isso que os admiro ainda mais.
Já fiz parte da Direção da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Portimão e tenho a honra e o privilégio
de ter muitos amigos bombeiros. Já os admirava antes, mas foi no contacto direto com essas grandes mulheres e homens que percebi de verdade o que significa: ser bombeiro é assumir o risco de morrer em troca de nada — ou melhor, em troca de tudo. Em troca de salvar vidas, de resgatar animais, de proteger um pedaço de terra que ainda nos dá oxigénio.
Em Portugal, há milhares de profissionais, mas também muitos voluntários que vestem a farda, não por dinheiro nem por estatuto, mas porque acreditam que o mundo precisa deles. E isso devia envergonhar-nos a todos: precisamos mais deles do que eles de nós. Mas mais vergonha ainda deviam sentir os políticos que, independentemente do partido, dizem uma coisa na oposição e fazem exatamente o contrário quando chegam ao governo. Essa gente não é digna dos bombeiros que tem.
Nos Estados Unidos, os bombeiros são tratados como heróis. Por cá, continuam a ser vistos como «gente boa», mas quase invisíveis para a maioria dos políticos, como se a coragem fosse uma banalidade. E não é. Nada há de banal em passar dias sem dormir, a correr contra o vento e contra o fogo, com a vida pendurada por um fio.
a pó, matam animais indefesos, roubam casas, memórias e futuro. Põem em risco a vida de inocentes e obrigam homens e mulheres de coragem a enfrentar o inferno que eles acenderam com um isqueiro barato. Deviam sentir na pele o mesmo fogo que lançam, todos os dias, até compreenderem a monstruosidade do que fizeram. E depois há a segunda vergonha: juízes que, poucas horas após serem apanhados em flagrante delito, os mandam de volta para a rua. Como se destruir vidas fosse apenas uma travessura sem importância. Essa impunidade queima tanto quanto as chamas.
E depois há o outro lado: os incendiários. Criaturas que ateiam fogos por vingança, por dinheiro, por estupidez ou, pior ainda, apenas pelo prazer do caos. Não são só criminosos — são covardes da pior espécie. Transformam o verde em cinza, reduzem séculos de vida
Quando um bombeiro morre numa frente de incêndio, morremos todos um pouco. Porque uma parte de nós estava ali, protegida por ele. Porque, no fundo, sabemos que nenhum de nós teve a coragem de ocupar o seu lugar. E é precisamente por isso que dói ainda mais assistir à indiferença criminosa do poder político. Critiquei muito ao longo destes anos, com particular ênfase após a tragédia de Pedrógão, e volto a fazê-lo
agora. Desta vez é a Ministra da Administração Interna que, pasme-se, demora doze horas a apresentar oficialmente as condolências pela morte de um herói nacional. Doze horas! Esse silêncio não é atraso, é desprezo. É um murro no estômago dos bombeiros e de todos nós, contribuintes que lhe pagamos o ordenado. E se isso, por si só, já não fosse motivo para a sua imediata demissão, a forma como se esconde nas conferências de imprensa — fugindo às perguntas com um insolente e cobarde “Vamos embora!” — expõe tudo: falta de empatia, falta de dignidade e, acima de tudo, falta de vergonha. O povo pode aceitar a tragédia da natureza, mas não pode, nem deve, aceitar a tragédia da indiferença política. E a história de Portugal já provou, vezes sem conta, que o povo não esquece os «filhos da pu…lítica» (como tão bem lhes chamou o humorista Guilherme Duarte) que o traem quando mais precisa. Um povo pode perdoar erros, pode até perdoar incompetência; o que nunca poderá perdoar é a indiferença.
E escrevo isto num Verão em que vemos um Primeiro-Ministro de férias na praia e em festas, enquanto, ao mesmo tempo, se perdem vidas, casas e sonhos. Como é possível? Como pode alguém defender isto? Como pode um país inteiro arder e o chefe do governo continuar a sorrir para fotografias, copo na mão, como se nada fosse com ele? Onde estão os conselheiros, os assessores, a consciência mínima que devia dizer: “Agora não, senhor Primeiro-Ministro. Agora é tempo de luto, de trabalho, de estar ao lado do povo. É hora de mostrar que é líder!”? O que nos disseram aqueles brindes e
sorrisos de plástico? Que as casas queimadas não passam de números em relatórios? Que as mortes de bombeiros são apenas estatísticas para encher tabelas frias? Se é isso que pensam, então já não governam pessoas — governam cinzas. É esta a liderança que temos: ausente, desligada da realidade, uma elite cega e protegida, enquanto o país real arde, chora e enterra os seus heróis.
Não encontro palavras suficientemente fortes para agradecer a todos os que vestem aquela farda. Obrigado por carregarem o capacete, a máscara e os pulmões cheios de fumo, quando nós, cá fora, só conseguimos carregar a angústia de ver o país em cinzas. Obrigado por terem a coragem que nos falta.
Eu nunca quis ser bombeiro — mas quero sempre ajudar-vos. Já interrompi férias para carregar águas, fazer sandes, o que fosse preciso. E faria tudo de novo. Porque há profissões que não são para todos, só para gigantes.
Que este Verão não traga mais mortes. Que vos poupe, o mais possível, da crueldade das chamas e da indiferença política. Mas, quando tudo acalmar, não vos deixemos outra vez esquecidos, como tantas vezes acontece. Porque Portugal não pode continuar a viver eternamente à custa de heróis maltratados.
Obrigado por existirem.
um recente estudo publicado pela Universidade de Derby*, Inglaterra, chegou-se à conclusão que o ser humano esta cada vez mais desconectado da natureza. Desde o ano 1800 a ligação do Homem ao meio natural declinou em 60 por cento, ao mesmo tempo que palavras como «rios», «musgo» ou «floração» quase desapareceram dos livros. Este fenómeno irá continuar o seu caminho e, segundo modelos matemáticos, os níveis de desconexão irão aumentar caso não ocorram mudanças profundas na sociedade, nomeadamente ao nível da educação infantil ou da renaturalização das cidades.
De acordo com o autor do estudo, é vital fortalecer essa ligação, seja através de estímulos aos cuidados parentais na fase de desenvolvimento das crianças ou pelo aumento «radical» de zonas verdes nas cidades, acções estas a implementar nos próximos 25 anos, se quisermos reverter este cenário.
Vem isto a propósito do que tem sido a nossa realidade nos últimos tempos. A leveza com que se cria uma reserva natural local e ao mesmo tempo se permitem construções massivas com a consequente degradação do património que supostamente seria para proteger, ou
ainda o que se está hoje a assistir com mais uma terrível vaga de incêndios florestais, são apenas alguns exemplos de como temos vindo, lentamente, a desligar-nos da natureza e a desprezar o seu valor. Só assim se compreende a ausência de políticas fortes, de longo prazo, para revitalizar os espaços naturais, o interior das regiões, a transformação das cidades – algo tão óbvio e fundamental face ao que serão os impactos das alterações climáticas – ou ainda ao nível da pedagogia para o ambiente.
Tal como refere o autor do referido estudo, a conexão com o meio natural é de uma importância vital para a nossa saúde, seja ela mental ou física, ou ainda para o nosso bem-estar enquanto sociedade. É preciso, contudo, uma transformação se queremos recuperar e fortalecer essa ligação. Resta saber se realmente a queremos fazer.
*Human connection to nature has declined 60% in 200 years, study finds | Environment | The Guardian
Sílvia Quinteiro, professora
stavam certos aqueles que previram que a nova ponte para a Ilha de Faro traria grandes desgraças. E nem eles imaginavam a maior de todas. Não, não falo do facto gravíssimo de ter agora duas faixas. Claro que era muito melhor só com uma. Cheguei mesmo a pensar em listar aqui algumas vantagens do antigamente, mas as crónicas querem-se curtas, terá de ficar para outra oportunidade. Também não me refiro ao desgosto de termos perdido a velha graçola de família: “Vamos lá ver se é hoje que a ponte cai e vamos todos a boiar até à Barrinha”. Ah, que saudades desses belos tempos! Mas a verdadeira tragédia, aquela que aqui evoco, foi a construção da ponte ter trazido consigo o surgimento de uma nova espécie invasora.
Todos sabemos que a ponte foi construída por uma empresa espanhola e que os malandros dos espanhóis ainda não desistiram de tomar Portugal de assalto. Durante meses, vimos ali os seus barcos, as gruas, o gigantesco batelão. Sempre sob a vigilância atenta da polícia. Muito suspeito. Tanto que, à falta de melhor explicação, só posso concluir que foi assim que a criatura aqui chegou. Tal como as lapas, as algas e outras pragas que ninguém encomendou, veio agarrada ao casco de uma embarcação e ficou à espreita. Sorrateira. Silenciosa. A planear o ataque em época balnear. Falo-vos, pois, do peão selvagem.
Esta espécie apresenta hoje uma elevada taxa de ocupação do tabuleiro da ponte, onde parece ter encontrado o seu habitat preferencial. Presumo que se reproduza no lodo e trepe os pilares, fazendo uso de garras retráteis. Uma vez entre os humanos, o seu comportamento consiste em deslocações repetidas, para a frente e para trás, numa cadência ritual. Os avistamentos solitários são raros. A espécie manifesta um claro comportamento gregário e tende a formar pequenos agrupamentos ou pares estáveis. Não deve ser confundida com outras duas espécies morfologicamente semelhantes, porém com padrões comportamentais distintos: o peão pasmado e o peão distraído. Um barco que passa, um pôr-do-sol mágico… quem nunca?
Já o peão selvagem apresenta características dignas de registo. O pobre bicho sofre de uma miopia tipo toupeira: as placas de sinalização, as bicicletas que se aproximam...nao vê nadinha. E, a piorar a situação, a acuidade auditiva não é melhor. Quando alguém lhe pede para se desviar, o ente fica baralhado: abranda o passo ou fica imóvel. Andar e ouvir ao mesmo tempo é pedir muito e, como sabemos, a evolução das espécies é lenta. Há, contudo, uma forma de o tirar deste alheamento do mundo: uma campainha de bicicleta. Nem mais. Estimulado pelo toque da campainha, o peão selvagem desperta subitamente. Dá-se a
metamorfose: eriça-se-lhe o pelo, ruge como um leão e liberta o repertório linguístico limitado e rasteirinho que o caracteriza.
Outras espécies invasoras, como o caranguejo-azul ou o lagostim-vermelho, ainda se redimem no prato: podem engrossar um arroz de marisco gourmet, dar uma nota exótica a uma cataplana reinventada ou elevar um xarém à categoria de prato de assinatura. Já o territorial e bravio peão selvagem, nem para isco serve, quanto mais…
Inútil, agressivo e emissor compulsivo de grunhidos e impropérios, o peão selvagem é uma excrescência absolutamente dispensável. Impõe-se, portanto, a intervenção urgente das autoridades no
controlo desta praga. Atendendo às semelhanças com o igualmente invasor cágado-americano, parece-me que não seria descabido aplicar-lhes idêntico tratamento: recolher os espécimes, confiná-los e, quem sabe, esterilizá-los. Admito que tal medida pudesse ferir algumas suscetibilidades, e por isso proponho uma solução mais suave: domesticá-los. Se até os ursos conseguem aprender a andar de bicicleta, não vejo porque razão o peão selvagem não poderá dominar truques elementares como desviar-se numa ciclovia ou ceder passagem sem lançar insultos. Caso a tentativa falhe, restará apenas reconhecer que a construção da nova ponte foi um erro, demolir a obra e admitir que, afinal, foi de uma prudência visionária ter deixado a velhinha ponte ali ao lado.
Paulo Neves, «ilhéu», mas nenhum homem é uma ilha
m título, acrescentado dos parêntesis, está o nome da aplicação que, desde 1 de janeiro de 2025, prossegue a cobrança a veículos de matrícula estrangeira que entrem em Portugal pela ponte internacional do Guadiana.
Leu bem. O sinal, enorme, a azul, que indica no lado da faixa de rodagem, de sentido obrigatório, aos veículos de matrícula estrangeira, para se dirigirem para o estacionamento na bolsa e linhas de transito até às «máquinas registadoras» está lá mesmo.
Dúvidas? Consulte https://www.portugaltolls.com/#easytoll
Já consultou? Então vamos a factos: quando se regista tem de pagar 0,74 cents de taxa de adesão e este valor não é reembolsável, mesmo que não utilize autoestradas com portagens em Portugal. Se for incauto e aceitar débito (nessa máquina registadora) uma quantia em euros vai sendo debitada (mais uma taxa de 0,36 cents por viagem além do valor da portagem) mas só se vier a utilizar vias portajadas (exemplo a A2 até Lisboa).
Mesmo que só pense em circular no Algarve (sem portagens) a seguir, percebendo que não havia necessidade,
terá de reclamar para cancelar e ou pedir devolução se tiver autorizado limite de débitos.
Mas os 0,74 cents de adesão já lá ficaram.
Aviso, ao fim de 30 dias, o serviço é cancelado. Regressando ao Algarve depois desse período pagará nova adesão…0,74 cents e mais débitos que autorizar.
Um condutor estrangeiro, comum, que o «obriguem» a acostar para este cerimonial, fará o que o instruírem entrando em território de outro país e com tanta sinalética para o induzir a uma ação. Ação essa que, na Via do Infante, com os pórticos instalados, vai dar a ideia que, sim, estão a descontar ou debitar o valor que aceitou na máquina e, portanto…não vai reclamar. Se pedir cancelamento do serviço que não utilizou… tem a taxa.
Um bom engodo montado. Acha que não resulta? Desde janeiro regressei três vezes por essa entrada no meu país e fiquei atónito com as filas (duas) de carros encostados, cumprindo o que o sinal manda para entrar numa via não portajada. A segunda vez que regressei, vim à boleia com um condutor com viatura de matrícula estrangeira que… fez o sinal luminoso para encostar. Disse-lhe
Foto: João Neves dos Santos
que não era necessário etc etc etc porque ele iria regressar, sem sair do Algarve.
Encostou mesmo porque estava lá o sinal com a indicação para os carros com
matrícula obrigatória se dirigirem para aquele chamariz. Sob minha responsabilidade e insistência, seguiu sem se registar, mas ficou sem perceber se teria feito bem.
Compreendem que se os nossos vizinhos espanhóis colocassem uma indicação igual à entrada da Andaluzia, mesmo que só viéssemos a pagar portagens se quiséssemos depois seguir até Cádiz ou Madrid, nós ficaríamos atormentados na fila, sem necessidade, desconfiados e a dizer mal da organização de nuestros hermanos com este modo de nos acolher em turismo ou negócios.
Digo eu que não é maneira de receber ninguém. «Obrigar» a filas sem necessidade e ainda para mais «convidar» a registar cartão de crédito ou débito etc etc sujeito a débito e pagando taxa.
Sempre se dirá que a máquina do sistema é útil para quem seguir depois para Lisboa e mais além, se vier a optar pela A2 para norte, em Albufeira. Mas então coloquem a máquina antes dessa praça de Portagens e não atormentem as famílias dos veículos estrangeiros que escolheram o Algarve para fazer despesa nas férias.
Assumo que aquela sinalética é manifestamente abusiva, enganadora e está lá porque a IP Infraestruturas de Portugal e a respetiva tutela que conhece o assunto, continua a permitir o engodo.
Mesmo que não nos importemos com o conforto dos nossos visitantes, aos milhares, que passam nas filas, questiono: - quem, afinal, recebe as taxas de adesão/registo no sistema? O Estado, a Concessionária? A Easy Toll(os)? 300 mil viaturas/ano… estarei muito errado (só por defeito)?
Vamos assumir agora, o contrário. Eu não tenho razão nenhuma e os viajantes ficam na fila, sabendo que não precisam e fazem registos desnecessários e autorizam os débitos no sistema e são taxados e que, mesmo não utilizando, seria todo integralmente devolvido (menos os 0,74 cents de adesão) … Há qualquer coisa que está a falhar neste meu raciocínio, certo? Ninguém é tolo. Apenas o fazem, como eu faria, por receio de ser alvo de uma contraordenação, sancionada com coima, no estrangeiro.
Como já escrevi sobre este assunto três vezes, agora fico à espera, no Algarve Informativo, ter que me retratar por estar a dar informações e a articular sobre uma situação que afinal não está a acontecer, como aqui relato, desde janeiro.
Nunca me registei, pois tenho viatura nacional, mas tenho amigos estrangeiros e compatriotas emigrantes que, começam as férias, desviados e parados para a berma à entrada de Portugal e pagam.
Ao menos arranquem/transfiram a placa pf.
Basta de dar a imagem que não queremos receber bem quem nos visita, logo à entrada da nossa casa.
elebrou-se, a 20 de agosto, o Dia do Município de Albufeira, que evoca a data da concessão do Foral a Albufeira, por D. Manuel I, em 1504. As comemorações oficiais arrancaram com a habitual cerimónia do Hastear da Bandeira nos Paços do Concelho, com o toque do Hino Nacional pela Banda da Sociedade Musical e Recreio Popular de Paderne e com a
Guarda de Honra dos Bombeiros Voluntários de Albufeira e da Fanfarra. Já no Salão Nobre dos Paços do Concelho, José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, deu a conhecer o vasto leque de obras que estão a decorrer um pouco por todo o concelho, bem como os vários projetos que estão concluídos e prontos para avançarem para a fase de concurso público.
O primeiro destaque foi para a reabilitação do atual edifício do Centro de Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
Saúde de Albufeira e construção de um novo edifício, uma obra de grande dimensão, no valor de 7 milhões de euros, essencial para a população de Albufeira, já aprovada e com lançamento do correspondente procedimento para breve. O Gabinete da Juventude, orçado em 300 mil euros, é outra obra considerada estratégica para o futuro do concelho e em construção está já um edifício em madeira, no Porto da Baleeira, para apoio à atividade piscatória. Orçada em 8 milhões de euros, a intervenção contempla a instalação de 12 casas em madeira, a reabilitação e pavimentação da via de acesso, o alargamento da rampa de acesso das embarcações, a edificação de uma zona de armazenamento e a colocação de um guincho.
No topo norte do Estádio Municipal de Albufeira vai nascer o CADA – Centro Associativo e Desportivo de Albufeira, um investimento na ordem dos 2 milhões de euros que será constituído por um espaço museológico, um centro de alto rendimento desportivo para ginástica, e sedes para o movimento associativo e clubes desportivos do concelho. O equipamento vai compreender ainda um centro de apoio ao atletismo e um auditório, entre outras valências.
Um investimento de 5 milhões de euros na Escola EB2,3 de Ferreiras vai aumentar a capacidade dos atuais 630 para os 1.044 alunos (288 para o 1.º ciclo e 756 para o 2.º e 3.º ciclo). Na Escola EB1 de Ferreiras, um investimento de 730 mil euros vai permitir a construção de um novo bloco de salas de aula e a remodelação do espaço exterior. Na Escola Secundária de
Secundária o investimento é bastante superior, 15 milhões de euros, que se traduzirão na construção de novos blocos de salas de aulas, na ampliação do refeitório e do Pavilhão Desportivo. Obra semelhante vai acontecer na Escola EB2,3 Dr. Francisco Cabrita, no montante de 8 milhões de euros.
Para o Jardim de Infância de Correeira estão destinados 2 milhões de euros para aumentar a capacidade de 125 para 200 crianças. O projeto pretende destinar o edifício multiusos exclusivamente a jardim de infância, a construção de uma sala polivalente e de mais três salas de atividades com arrumos e respetivas instalações sanitárias e de instalações para educadores e auxiliares de educação. De 50 para 125 crianças vai aumentar a capacidade do Jardim de Infância de Vale Rebelho, num
investimento de 1,4 milhões de euros que inclui a ampliação da sala de prolongamento, cozinha e refeitório existentes, bem como do espaço exterior, assim como a criação de mais três salas de atividades, de uma sala polivalente e de salas para o corpo docente e não docente.
13 milhões de euros vão ser aplicados no Conjunto Habitacional das Fontainhas, com a construção de um conjunto de 69 fogos composto por 7 blocos de apartamentos com tipologias T2 (37), T3 (30) e T4 (2). A Habitação Quinta do Barros justifica um investimento de 5 milhões de euros, na construção de 22 apartamentos de tipologia T2, 2 apartamentos de tipologia T1, espaço polivalente e de uma casa de apoio. O projeto contempla igualmente a restruturação do parque de
estacionamento pertencente ao mercado municipal, tal como de todos os acessos viários e percursos pedonais.
Quase concluído está o Lar, Apoio Domiciliário e Centro de Dia das Fontainhas, um investimento de 8 milhões de euros que se traduz num equipamento com capacidade para acomodar até 131 utentes, 61 em regime de estrutura residencial para idosos, 20 em centro de dia e 50 em apoio domiciliário. O edifício terá uma área de mais de 5 mil metros quadrados e está a ser construído num terreno municipal com uma área total superior a 15 mil metros quadrados. A Unidade de Cuidados Continuados da Guia, no montante de 4 milhões de euros, terá uma
capacidade de internamento até 40 pessoas, à qual acrescem 20 camas na modalidade de Centro de Dia. Com a conclusão da obra, Albufeira duplicará a sua capacidade de prestação de cuidados de saúde e de apoio social de forma continuada e integrada a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência.
Finalmente, o Cemitério de Ferreiras, no valor de 1,5 milhões de euros, vai ser construído num terreno nas imediações da Igreja de São José, com boas acessibilidades, tráfego reduzido e condições favoráveis ao recolhimento e à espiritualidade. Ao todo, os projetos apresentados por José Carlos Rolo implicam um investimento, em 2025, de 80 milhões e 930 mil euros, aos quais se somam 2 milhões de euros para a requalificação da Avenida Sá Carneiro e
zonas envolventes, e 13 milhões de euros para a primeira e segunda fases da requalificação da baixa da cidade, designadamente, para o Largo Eng.º
Duarte Pacheco, Rua Cândido dos Reis, Travessa Cândido dos Reis, Avenida 25 de Abril, Praça dos Pescadores e Rua Alves Correia.
Três milhões de euros é quanto custa a requalificação da Rua do MFA e arruamentos adjacentes, a par do intercetor pluvial de Meia Encosta Nascente. A requalificação da Estrada da Nora está orçada em 900 mil euros, ao passo que a requalificação do Parque de Estacionamento da Nora custará 1,5 milhões de euros. Outras obras rodoviárias destacadas por José Carlos
Rolo são a requalificação da Rua António Aleixo (5 milhões de euros), a Estrada das Sesmarias (2,3 milhões de euros) e a rotunda Guia / Mercado (350 mil euros). Feitas as contas, a intervenção na rede viária, ao longo de 2025, resulta num investimento total de 36 milhões e 550 mil euros.
No final da apresentação de José Carlos Rolo, e mantendo uma tradição de há vários anos, os trabalhadores do Município de Albufeira que perfazem 15, 25 e 35 anos de serviço público foram homenageados com as respetivas medalhas de bronze, prata e ouro.
recriação, na manhã do dia 5 de agosto, da descarga da sardinha no Cais Gil Eanes voltou a marcar o arranque do Festival da Sardinha e levou muitas pessoas à Zona Ribeirinha de Portimão para viver a atmosfera vibrante da faina. Este ano, o Museu de Portimão decidiu inovar e elevar ainda mais esta experiência cultural, apresentando também o alar da rede como um novo elemento deste regresso ao passado.
Ao som do canto de trabalho do «Arribalé», a recriação mostrou a forma como um dos mais importantes instrumentos de trabalho da faina era puxado para dentro da embarcação pela tripulação. Uma iniciativa que teve como base o trabalho de campo realizado por Michel Giacometti e que contou com a participação da comunidade, do Grupo Coral Adágio e da tripulação do «Travesso», embarcação ainda em atividade e que, que após a conclusão da descarga da sardinha, deu forma a este momento.
A recriação continua a ser uma experiência sem igual, onde intervêm sete dezenas de elementos das associações locais e voluntários, envergando trajes, empregando dizeres e usando meios de transporte da época, mais uma vez sob encenação do ator Vítor Correia, para que este episódio seja memorável e um retrato daquela que é uma importante atividade do passado do concelho. Para que tal seja possível, além dos figurantes, roupas e equipamentos, é sempre necessária uma grande quantidade de pescado. Por isso, foram utilizados também na recriação 600 quilos de sardinha fresca, oferecida no próprio dia pela Docapesca – Portos e Lotas S.A., parceira deste evento âncora, quantidade que foi repartida pelas traineiras «Arrifana» e «Portugal Jovem».
A intenção é recordar uma atividade bastante característica de Portimão, que se perdeu desde que o Porto de Pesca transitou para a margem oposta do Rio Arade. O esforço do Município de Portimão através do seu Museu em manter viva na memória de toda a população esta importante vertente da história local foi reconhecida, logo em 2020, com uma menção honrosa por parte da APOM – Associação Portuguesa de Museologia, na categoria «Inovação e Criatividade».
Assim, são evocadas neste dia as atividades da lota e da pesca do cerco, das quais se destaca a chegada da traineira carregada de sardinha, anunciada pela sirene que tinha como função chamar os compradores. Era acompanhada pelo bote com o homem que baldeava a embarcação, vendendo o
«peixe da companha» na muralha do cais. Pertencente aos pescadores, este peixe não passava pelo leilão «oficial». Era levado para as escadas do cais, onde era vendido aos interessados que estavam de «olho» no mesmo, por ser mais barato. Entretanto, os compradores, obedientes ao som da sirene, já se tinham dirigido ao pontão para avaliar a qualidade do peixe. Seguia-se então o leilão «à boca», uma ladainha de números cantada por ordem decrescente, apenas interrompida com a ordem de compra «Chui!».
Era nesta altura que se seguia a descarga do peixe, uma espécie de coreografia aperfeiçoada pela experiência, na qual os homens faziam voar canastras cheias de pescado, do convés da embarcação até ao recebedor
que as apanhava na muralha, sendo este despejado em caixas de imediato. Era gelado ou salgado e transportado em bicicletas, carrinhas, triciclos e motorizadas para o seu destino, enquanto as crianças desviavam sardinhas, gerando algazarra entre os presentes. Todo esse ambiente, com dinâmicas e interações próprias, atraía curiosos e turistas, proporcionando o convívio entre protagonistas e mirones, especialmente quando descarregadores de peixe assavam sardinhas para o almoço e convidavam os visitantes a provar esta iguaria tão típica da região.
A lota, espaço muito masculino, contou, no entanto, sempre com a presença feminina, quer fosse das mulheres que aí salgavam algum peixe, quer das que
estavam ligadas às primeiras tabernas e aluguer de fogareiros, de uma ou outra compradora de uma tecazinha de peixe ou turista que por lá passava. A estes juntaram-se também os rapazes que tentavam furtar umas sardinhas, fosse para o consumo caseiro, fosse para tentar realizar pequenos negócios onde poderiam retirar proveitos para si e para as suas famílias. Havia ainda algum apontamento de mendigagem e de figuras que «andavam ao cais», realizando pequenos trabalhos. E a acompanhar tudo isto a bonita melodia do «Fado de Portimão».
Se há histórias que merecem ser contadas e bem registadas, a recriação da descarga da sardinha é com certeza uma
delas. A lota do cerco surge na Zona Ribeirinha de Portimão no início do século XX, primeiro com os galeões e, mais tarde, com as traineiras. Aí funcionou até 1987, altura em que passa para a outra margem do Rio Arade. Por isso, a recriação da descarga do peixe é uma celebração dessa memória, não correspondendo a uma década específica, mas a um período em que se conjugam as principais histórias relatadas por quem trabalhou e conheceu bem a lota. Nesta edição, a recriação envolveu, então, duas traineiras que estão na atualidade em atividade – a «Arrifana» e o «Portugal Jovem», assim como o «Travesso» e a enviada «Moira».
Festival do Marisco de Olhão
voltou a encher de vida o Jardim
Pescador
Olhanense entre os dias 9 e 14 de agosto, naquela que foi considerada por muitos a melhor edição de sempre. Durante seis noites, perto de 50 mil pessoas juntaram-se para saborear os melhores mariscos e bivalves, ao som de um cartaz musical de luxo, que contou
com nomes como D.A.M.A, Nininho Vaz Maia, Xutos & Pontapés, Ivandro, Richie Campbell e Menos é Mais.
Este ano, o Festival do Marisco superou todas as expectativas, consolidando-se como referência incontornável do verão algarvio e reafirmando o estatuto de maior evento gastronómico do sul do país. Para oferecer uma experiência melhorada aos visitantes, a organização alargou a área do recinto, garantindo maior conforto, circulação facilitada e Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Município de Olhão
uma experiência ainda mais agradável ao longo dos seis dias. A presença da Rádio Comercial conferiu ainda mais visibilidade ao festival, em especial durante o concerto do Ivandro, que foi objeto de transmissão em direto.
No final do evento, o presidente da Fesnima e vice-presidente da autarquia, Ricardo Calé, afirmou que a 37.ª edição do evento voltou a ser uma aposta ganha, uma vez que “o festival reafirmou o papel central de Olhão enquanto polo de valorização da cozinha e cultura
algarvias” “A combinação da gastronomia de excelência com um cartaz musical variado resultou numa experiência única e memorável para todos quantos por aqui passaram ao longo destes seis dias”, reforçou
O certame organizado pelo Município de Olhão e pela Fesnima contou, como é costume, com uma inauguração oficial bastante concorrida de entidades públicas e encabeçada, este ano, pelo Ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Município de Castro Marim
Zona Envolvente à Casa do Sal, em Castro Marim, foi mais uma vez o palco principal das Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires, que decorreram entre 12 e 17 de agosto, com uma programação que incluiu concertos, cerimónias religiosas, desporto e artesanato.
As atividades religiosas tiveram início, no primeiro dia do evento, com uma Procissão das Velas pelas ruas da vila de Castro Marim. No dia 14 de agosto abriram-se as portas da Mostra de Artesanato e o palco foi estreado com um baile popular a cargo de Zé Aníbal. Depois, as Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires acolheram o regresso da Orquestra Sérgio Peres a Castro Marim, 25 anos depois da sua última atuação na vila, bem como os
Raya de Sevilha, uma referência da música espanhola, que animaram o muito público presente com a sua energia contagiante.
O Dia de Nossa Senhora dos Mártires, 15 de agosto, começou com o tradicional hastear da Bandeira Nacional no edifício dos Paços do Concelho, seguido da apresentação de um Tapete de Sal, na Praça 1.º de Maio, com a assinatura da Associação Cultural Amendoeiras em Flor. Deu-se depois o pontapé de partida da sétima edição do Torneio de Futsal em memória de Nelson Solá, no Pavilhão Municipal José Guilhermino Anacleto, em Castro Marim. As cerimónias religiosas incluíram recitação do terço e a missa solene, na Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Mártires.
Após a abertura da Mostra de Artesanato aconteceu o ponto alto destas festividades, a procissão em Honra de Nossa Senhora dos Mártires, que percorreu as artérias principais de Castro Marim num momento único de fé. A música teve lugar na Zona Envolvente à Casa do Sal com a dupla Só Nós Dois e o cabeça de cartaz deste evento, o reconhecido artista português Rui Veloso, que celebrou em Castro Marim os seus 45 anos de carreira. A terminar, a música eletrónica ganhou destaque com uma Neon Night Party a cargo dos DJs Gustavo Vera e Jonny V.
No dia 16 de agosto, após a abertura da Mostra de Artesanato, subiu ao palco o grupo de dança ARUTLA, do Clube
Recreativo Alturense, que demonstrou novamente o seu enorme talento em várias faixas etárias, após celebrar 25 anos em 2024. O cabeça de cartaz deste dia foi o cantor algarvio Dino d’Santiago, que proporcionou um espetáculo único, repleto de música portuguesa e origens africanas, seguido do DJ e voz da Rádio Comercial, Wilson Honrado. As festividades terminaram com o concerto de verão da Sociedade Recreativa Popular – Banda Musical Castromarinense, no dia 17 de agosto, no Revelim de Santo António.
O evento foi organizado pelo Município de Castro Marim, em parceria com a Junta de Freguesia de Castro Marim e a Paróquia de São Tiago.
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
e 8 a 16 de agosto, as ruas da cidade de Silves voltaram a trajar-se a rigor para receber a XX Feira Medieval de Silves. Ao longo de oito dias, a imponente XILB (Silves), a cidade mais importante do extremo ocidental do al-Andalus, regressou ao passado e reviveu a sua «Conquista Final», tema que marcou a edição dos 20 anos da Feira Medieval de Silves.
Desta feita levou-se o visitante até ao ano de 1248, altura em que D. Paio Peres
Correia, Mestre da Ordem de Avis e a mando do rei D. Afonso III, conquistou a cidade ao império Almóada, que ali reinou por mais de cem anos. Através das muitas recriações, os visitantes tiveram a possibilidade de experienciar a atmosfera única de outrora e fazer uma verdadeira viagem no tempo, conhecendo o quotidiano das populações que ali viviam: as suas alegrias, as suas tristezas e, sobretudo, a insegurança de quem se sentia ameaçado pela pressão da conquista cristã, que já antes havia ocorrido quando, no ano de 1189, no reinado de D. Sancho I, a cidade tinha caído nas mãos dos cristãos.
A Feira Medieval de Silves celebrou 20 anos de história, autenticidade, cultura e recriações históricas com a chancela de um evento impactante, carregado de rigor histórico, qualidade artística, que alia o entretenimento à valorização do património, com um cuidado minucioso dos detalhes, que vão desde os trajes de época, decorações, gastronomia até aos ofícios tradicionais. “A Feira Medieval de Silves é já um verdadeiro símbolo de identidade cultural do Concelho de Silves”, destaca a Presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma. E o evento trouxe, de facto, o deslumbramento à zona histórica da Cidade de Silves num cenário de fantasia e puro encantamento, com sons de outras épocas, aromas exóticos, muita animação histórica, contando com a presença de mais de uma centena de expositores, incluindo artesãos,
mesteirais, doceiros, místicos e mercadores, transformando-se, assim, num palco vivo da Idade Média.
O Cortejo Medieval marcou o início diário da atmosfera mística da Feira e, vestidos a rigor, os participantes desfilaram pela Medina e pelos Arrabaldes. A Praça Al-Mut’amid foi palco dos Jogos de Guerra e esta edição especial foi também marcada pela estreia do espetáculo de vídeo «Xilb, a Derradeira Conquista», que reviveu os últimos momentos da antiga Silves muçulmana; e, na Sé Catedral de Silves, o recital de música espiritual e contemplativa «De Al-Andalus à Pérsia de Rumi», que proporcionou uma viagem sonora pelas composições sonoras das três culturas e religiões que conviveram pacificamente em Al-Andalus (cristãos, muçulmanos e judeus-sefarditas).
ilhares de pessoas encheram, no dia 14 de agosto, a zona ribeirinha de Portimão para o segundo dia do Festival Mar Me Quer, que contou com as atuações de Deejay Rifox, Bispo e os muito aguardados Da Weasel.
Depois de uma noite de abertura com mais de 12 mil pessoas, o Festival Mar Me Quer voltou a receber uma grande afluência no segundo dia, marcado por momentos de celebração e pelo reencontro do público com uma das bandas com os hinos mais icónicos da música portuguesa. Os Da Weasel deram
um espetáculo que juntou êxitos intemporais e a energia que sempre os caracterizou e não defraudou as enormes espectativas da moldura humana que os aguardava.
O concerto começou com uma entrada dramática e muitas luzes a piscar enquanto entrava cada membro da banda e, na plateia, já se sentia o chão a tremer dos saltos de toda a multidão. Músicas como «Retratamento» e «Dialectos de Ternura» foram recebidas em coro e levaram o público a aplaudir mais forte que nunca. Entre muito hip hop português e um concerto que durou de mais de duas horas, a banda liderada por Carlão e Virgul provou que continua a ocupar um lugar muito especial no coração dos seus fãs.
Àsemelhança do que tem sucedido nos últimos verões, Monchique voltou a oferecer uma programação onde a cultura, o desporto e a música proporcionou momentos de diversão e de lazer para quem visita o concelho. E um dos destaques foi a quarta edição das Noites no Mirante, que tiveram lugar, nos dias 8 e 9 de agosto, no Largo de S. Sebastião em Monchique.
O Festival arrancou de forma extraordinária com Break Free Long Live
The Queen, uma banda italiana de tributo aos Queen, seguindo-se o reggae
explosivo de Richie Campbell e a música mais agitada dos Karetus. No segundo dia subiram ao palco o tributo a Amy Whinehouse, os Clã e a festa M80, que marcou novamente presença no festival, mas com uma apresentação diferente para encerrar da melhor forma esta edição. O Festival proporcionou ainda uma zona de tasquinhas com comida local e muita animação.
Considerando toda a oferta de festivais de verão que acontecem pelo país fora, o «Noites no Mirante» destaca-se por todo o cenário natural, particular da Serra de Monchique, e que confere ao evento uma envolvência diferente.
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Município de Tavira
ayra Andrade subiu ao palco do Parque do Palácio da Galeria, em Tavira, no dia 30 de julho, num concerto dedicado ao seu último trabalho «reEncanto».
Após cinco álbuns a explorar uma pop tropical e viajante, de cores vivas, múltiplas camadas e arranjos ricos, a inebriar o mundo com uma
imprevisibilidade calorosa que reflete a sua vida aventureira, cantada em crioulo cabo-verdiano, inglês, francês e português, Mayra Andrade sentiu o momento de voltar à essência do seu processo criativo. Em «reEncanto», acompanhada apenas pelo guitarrista Djodje Almeida, a artista revisita, a uma luz mais despojada e intimista, canções de álbuns anteriores como Navega, Storia, Storia, Lovely Difficult e Manga. Iluminada ela mesma pela experiência de ter sido mãe, Mayra reencantou o público tavirense com a magia das coisas simples.
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