Museus imprescindíveis em Espanha (Pt)

ÍNDICE

Ministério da Indústria e Turismo

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Capa: Museu do Prado, Madrid.

Foto: nito500/123rf.com

Contracapa: Museu Nacional de Arte Romana, Mérida.

Introdução

15 museus imprescindíveis

Museu Nacional do Prado

3

4

Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia

Museu Nacional Thyssen-Bornemisza

Galeria das Coleções Reais

Museu Lázaro Galdiano, Madrid

Museu Guggenheim Bilbau

Museu de Belas-Artes de Bilbau

Museu Picasso Barcelona

Institut Valencià d’Art Modern, IVAM

Teatro-Museu Dalí Figueres

Centro Botín, Santander

Museu de Arte Contemporânea

Helga de Alvear, Cáceres

Museu Nacional de Arte Romana, Mérida

Centre Pompidou, Málaga

Museu de Belas-Artes de Sevilha

Outros museus que te vão surpreender

INTRODUÇÃO

Espanha é o destino perfeito para desfrutar da arte. O nosso país conta com mais de 1600 museus com algumas das coleções mais importantes do mundo.

O cruzamento de culturas e civilizações na península deu lugar a um património cultural e artístico tão grande como valioso.

Aqui poderás conhecer o importante Passeio da Arte de Madrid, com três das melhores coleções pictóricas do mundo.

O Museu do Prado, o Museu Thyssen-Bornemisza e o Museu Rainha Sofia justificam por si só uma visita à capital de Espanha.

Nas suas salas, e nas de outros espaços tão fascinantes como o Museu Picasso de Barcelona, o Teatro-Museu Dalí em Figueres ou o Museu de Belas-Artes de Sevilha, desfrutarás de algumas das melhores obras dos grandes artistas da história de origem espanhola.

Desde a Hispânia romana no Museu Nacional de Arte Romana de Mérida até às últimas tendências da arte contemporânea no Institut Valencià d'Art Modern (IVAM) de Valência, o Guggenheim de Bilbau ou o Centre Pompidou Málaga, entrar nos nossos museus supõe experimentar uma enriquecedora viagem ao longo da história.

Entre o passado remoto e o presente mais promissor, desfrutarás das peças mais seletas de mestres ao nível de Velázquez, Murillo, Zurbarán e Goya, que marcaram a evolução da pintura nos séculos XVII, XVIII e XIX. Nos princípios do século XX chegaram os movimentos de Vanguarda e com estes protagonistas tão destacados como Picasso, Juan Gris ou Joan Miró. Seguiu-se o cubismo escultórico de Julio González, o surrealismo de Dalí e Maruja Mallo… e assim por diante até chegar às singulares obras de Eduardo Chillida ou Jorge Oteiza

Se queres aproveitar a tua viagem a Espanha para conhecer vários destes templos de arte, estás com sorte. O nosso país conta com uma excelente infraestrutura de transportes que te permitirá deslocar-te com grande facilidade, com várias ligações de avião, comboio de alta velocidade e a liberdade que a nossa extensa rede de estradas proporciona.

Vem e deixa-te surpreender por museus que são uma obra de arte por si só e pelos tesouros artísticos que te esperam no seu interior.

15 MUSEUS IMPRESCINDÍVEIS

MUSEU NACIONAL DO PRADO

Ao passear pelo Passeio do Prado e Bom Retiro, paisagem de artes e ciências declarada Património Mundial da UNESCO, vais aperceber-te imediatamente do alongado e monumental edifício do Museu do Prado. De estilo neoclássico e rodeado de jardins, vale a pena parar e admirar a sua fachada dórica, repleta de colunas, medalhões e esculturas femininas.

Muito perto vais encontrar a estátua de Velázquez, que dá nome a esta porta, cujo uso estava originalmente destina-

do aos monarcas e grandes personalidades.

Logo ao entrar, vais surpreender-te com a rotunda de colunas e com a sua cúpula, em cujo centro se destaca Carlos V e o Furor, uma enorme escultura de bronze do século XVI. A escassos metros começa a grande galeria, eixo central do museu e coração do Prado. Aqui convivem obras-primas de pintores europeus com esculturas e objetos decorativos.

Se tens o dia inteiro, o melhor é que te deixes submergir pelos detalhes de cada quadro e recanto. Caso tenhas tempo limitado, a página web do próprio museu oferece itinerários curtos para que não percas nenhuma das obras imprescindíveis. Ao adquirir um passe especial (para grupos de 12 a 30 pessoas), também podes percorrer o museu de forma exclusiva antes da abertura ao público.

O museu dispõe de grande parte da obra de Velázquez e de Goya O Triunfo de Baco, Cristo Crucificado e As Fiandeiras de Velázquez, ou A Maja Desnuda, A Maja Vestida e Três de Maio de 1808 em Madrid, de Goya, são uma boa amostra

de tal. Outros pintores espanhóis destacados na coleção são Murillo, Ribera, Morales e Sorolla.

Além de pintura espanhola, há obras dos melhores mestres italianos, flamengos, franceses, alemães, holandeses, britânicos… Algumas tão conhecidas como O Cavaleiro com a Mão no Peito de El Greco, As Três Graças de Rubens, O Jardim das Delícias Terrenas de Hieronymus Bosch e Adão e Eva de Durero. Junto a estas encontrarás obras de Tiziano, Caravaggio, Rafael, Fra Angélico e Rembrandt, por mencionar apenas alguns, que fazem do Prado uma das melhores coleções do mundo.

OBRA DE DESTAQUE

As Meninas, Velázquez

Para enriquecer a tua visita, dirige-te à ampliação do museu desenhada pelo arquiteto espanhol Rafael Moneo, onde se encontra a cafetaria, a loja e vários postos de informação.

Uma das zonas mais interessantes da ampliação é o restaurado claustro dos Jerónimos, um espaço singular onde podes admirar a excelente coleção de esculturas do Prado, assim como as novas exposições temporais. A porta exterior é uma obra de arte feita em bronze pela escultora Cristina Iglesias.

Pintada em 1656, trata-se de uma das obras mais importantes da arte espanhola e universal. Um marco de múltiplos planos e perspetivas, no qual o autor desafia as normas da época retratando-se junto à família de Felipe IV e aos seus servidores. É uma das maiores peças de Velázquez, na qual quis transmitir a sensação de vida e realidade capturando uma cena de um dia qualquer no Alcázar de Madrid. Goya inspirou-se nela para realizar, quase dois séculos depois, o seu famoso quadro A Família de Carlos IV, que também poderás ver aqui.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.museodelprado.es

MUSEU NACIONAL CENTRO DE ARTE RAINHA SOFIA

Muito perto da estação de Atocha e do Passeio do Prado, podes encontrar um dos melhores museus de Madrid. Pensado como continuação cronológica das obras que o Museu do Prado alberga, visita-o para contemplar arte moderna e contemporânea, enquanto percorres dois edifícios singulares ligados entre si.

A sede principal do museu encontra-se no edifício Sabatini, um antigo hospital de Madrid do século XVIII. A primeira coisa que te vai chamar a atenção são as duas torres de elevadores panorâmicos de vidro e aço. Prepara a máquina fotográfica, desde o cimo terás uma bonita vista da praça exterior e de parte da cidade.

No interior vais descobrir uma das melhores coleções de arte espanhola, com autores tão relevantes como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Joan Miró, Juan Gris ou Antoni Tàpies. Junto a eles, também vais encontrar valiosas peças de artistas de todos os continentes, em todos os formatos imagináveis, com obras de Kandinsky, Francis Bacon, Diego Rivera, Robert Delaunay ou Yves Klein

Algumas das joias que vais ver nas suas salas são Menina na Janela e O Grande Masturbador de Dalí, Homem com cachimbo e Pintura (caracol, mulher, flor, estrela) de Miró, Grelots roses, ciels en lambeaux (Guizos cor-de-rosa, céu em farrapos), de René Magritte, e Lying Figure (Figura Deitada), de Francis Bacon, entre muitas outras.

No centro do edifício, um maravilhoso pátio central com jardim, fontes e esculturas, convida a descontrair e descansar. Com as forças renovadas, dirige-te à nova sede projetada pelo francês Jean Nouvel, onde se destaca a enorme cobertura vermelha de forma triangular.

Na praça central, uma grande escultura de Roy Lichtenstein dá-te as boas-vindas. Daqui podes aceder à parte da coleção do museu que está instalada em dois dos seus pisos.

Além disso, o Rainha Sofia organiza numerosas exposições temporárias e atividades culturais durante todo o ano. Conta também com uma imponente biblioteca e centro de documentação de acesso público no rés-do-chão da ala Nouvel. Vai até à cafetaria-restaurante para sentir uma verdadeira experiência de cores e sabores, desfruta de um brunch na esplanada ou de um delicioso jantar com DJ num espaço único.

Guernica, Picasso

A obra mais famosa do museu é este quadro de grande formato, do qual também poderás admirar esboços e fotografias do processo de criação nas salas adjacentes. O motivo que impulsou Picasso a realizar a cena representada nesta pintura histórica foi o bombardeamento da aviação alemã e italiana (que combatiam ajudando os nacionalistas contra o governo da Segunda República durante a Guerra Civil espanhola) sobre o município que dá nome à obra. Um reflexo fiel de uma época e das suas dramáticas circunstâncias, a tela constitui um argumento contundente contra a barbárie e o terror da guerra, que se converteu num ícone reconhecido universalmente.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.museoreinasofia.es

MUSEU NACIONAL THYSSEN-BORNEMISZA

Quase no início do Passeio do Prado, muito perto da fonte de Neptuno, encontra-se o agradável jardim de acesso a este museu, que propõe um percurso completo pela arte ocidental e pela história da pintura. Estás no palácio de Villahermosa, uma antiga casa aristocrática recuperada por Rafael Moneo, que conseguiu criar um bonito espaço de museu totalmente adaptado aos novos tempos.

A coleção reflete o gosto dos seus artífices, a família Thyssen-Bornemisza, que ao longo dos anos foi reunindo peças destacadas de Rafael, Tiziano, Cézanne,

Van Gogh, Picasso, Juan Gris, Degas ou Hopper, por mencionar apenas alguns de uma impressionante lista de artistas de primeira classe. Também vais encontrar esculturas de Auguste Rodin, amigo íntimo da família.

Surpreende-te com o efeito tridimensional da Anunciação de Van Eyck O autor consegue criar a ilusão de maneira a que acredites que os personagens representados são autênticas estátuas de pedra. Admira a técnica do claro-escuro de Caravaggio na sua tela Santa Catarina de Alexandria, ou deixa-te surpreender pela pop art de Mulher no Banho

(Woman in Bath), de Roy Lichtenstein, que adotou a linguagem da banda desenhada para revolucionar a arte nos anos 60.

O museu oferece ainda vários percursos temáticos com guias áudio, como uma viagem pela evolução da moda, a arte da joelharia ou a gastronomia na pintura, itinerários alternativos para viver a coleção de uma forma única.

Com este museu completa-se o conhecido como Passeio da Arte. Compra o passe Paseo del Arte que permite fazer uma visita a cada uma das coleções permanentes do Museu do Prado, do Rainha Sofia e do Thyssen, evitando assim estar na fila em cada um deles.

A aplicação "Passeio da Arte Imprescindível" também costuma ser muito prática. É uma aplicação gratuita para dispositivos móveis que, em forma de guia áudio, propõe um percurso ao longo de 24 obras dos três museus.

OBRA DE DESTAQUE

A Bailarina, Edgar Degas

Os impressionistas pretendiam consagrar o momento, captar a luz, a cor e o movimento. Degas era um autêntico mestre em tal. Assim o demonstram obras como este quadro, pintado com os seus pastéis característicos sobre papel, entre 1877 e 1879. Muito interessado pelo ballet como estudo da figura em movimento, o pintor francês demonstra aqui a influência sobre a sua obra da gravura japonesa e da fotografia, propondo uma cena cortada como se fosse uma instantânea realizada desde um dos palcos do teatro.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.museothyssen.org

GALERIA DAS COLEÇÕES REAIS

MADRID

Embora ocupe uma área de cerca de 40 000 metros quadrados, o seu edifício é invisível a partir da esplanada que existe entre o Palácio Real e a catedral da Almudena. Isto deve-se ao facto de estar construído na vertical, como acabamento da cornija que dá para os jardins de Campo del Moro, o que facilita a perfeita integração do complexo do palácio. Um projeto fascinante, criado por Emilio Tuñón e Luis M. Mansilla, galardoado com uma dezena de importantes prémios de arquitetura.

O acesso principal encontra-se na praça da Armería, enquanto a entrada para

grupos se situa na Cuesta de la Vega. No interior, a luz natural e as vistas fantásticas de Campo del Moro e da Casa de Campo acompanham-te ao longo de um percurso extraordinário pela cultura e a história da monarquia espanhola, através das 650 obras que compõem a coleção permanente da Galeria das Coleções Reais.

Quatro imponentes colunas salomónicas de Churriguera, com seis metros de altura, dão-te as boas-vindas a uma visita descendente, onde pinturas, esculturas, tapeçarias, armaduras, coches, mobiliário e artes decorativas de grande

valor se sucedem ao longo dos pisos -1 e -2. O piso -3 é reservado às exposições temporárias e ao espaço imersivo El Cubo.

Não percas a mestria de Caravaggio e a sua Salomé com a cabeça de João Batista. Admira as belíssimas miniaturas do Políptico de Isabel, a Católica, uma obra de Juan de Flandres. Admira as requintadas tapeçarias, entre as quais descobrirás cenas criadas por Goya, como O Baloiço, ou o singular Cavalo branco de Velázquez, sem cavaleiro.

Poderás ainda conhecer, através de vídeos, maquetas e outros recursos, os Sítios Reais geridos pelo Património Nacional como, por exemplo, o Escorial, a Granja ou Aranjuez, bem como os importantes trabalhos de investigação, documentação e conservação que realizam.

OBRA DE DESTAQUE

O coche negro. É uma das carruagens mais antigas que se conservam. Pertenceu à rainha Mariana de Áustria, segunda esposa do rei espanhol Filipe IV. É um exemplar do modelo grand carrosse francês, que a corte de Luís XIV impôs em toda a Europa como paradigma de luxo. Além de admirar a talha delicada e a grande riqueza decorativa, poderás perguntar-te porque é negro. A sua madeira de nogueira foi tingida para imitar a cor do ébano, um material exótico e muito apreciado na época em que foi construído, o último terço do século XVII.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.galeriadelascoleccionesreales.es/

MUSEU LÁZARO

GALDIANO MADRID

A sede deste museu encontra-se no palácio de Parque Florido, um edifício do início do século XX situado na centralíssima rua Serrano. No interior, terás a oportunidade de conhecer a importante coleção de obras de arte reunida pelo editor José Lázaro Galdiano ao longo da sua vida, entre Madrid, Nova Iorque e Paris.

Antes de entrares, passeia tranquilamente pelos jardins e desfruta do exterior deste nobre palacete, que abriga as 12 600 peças que constituem a coleção. O museu exibe cerca de 4800, distribuídas pelos quatro andares. No piso térreo, encontrarás obras de autores como Teniers, Mengs, El Greco, Zurbarán, Reynolds ou Sánchez Coello, entre outros, além da deslumbrante Câmara do Tesouro, com uma das melhores exposições europeias de prataria civil e joalharia.

No primeiro andar, verás uma rica representação da arte espanhola dos séculos XV a XIV, que inclui pintura, escultura, mobiliário e artes decorativas. Ali espera-te o magnífico conjunto de telas de Goya, com obras tão representativas como El aquelarre ou Sabá das Bruxas Mais acima, as salas do segundo andar oferecem-te uma cuidada seleção de peças pertencentes às mais importantes escolas europeias. Poderás admirar excelentes pinturas como, por exemplo, São João Batista em Meditação de Hieronymus Bosch, O caminho de East Ber-

gholt a Flatford, de John Constable, ou O Menino Jesus adorado por São João Batista, de Lucas Cranach.

O último piso é dedicado ao chamado “Gabinete de curiosidades”. As vitrinas e gavetas exibem desde moedas e tecidos até medalhas ou armas. Também descobrirás peças delicadas de cerâmica, esmalte, marfim, vidro, bronze, esculturas e prataria. Não tenhas pressa e reserva tempo para o visitar. Desfrutarás da coleção da uma vida.

OBRA DE DESTAQUE

O Salvador adolescente, Giovanni A. Boltraffioo

Devido aos múltiplos interesses a que Leonardo da Vinci dedicou o seu talento, o número de pinturas com a assinatura do génio renascentista é muito reduzido. Na verdade, muitos dos “originais perdidos” habitualmente utilizados para explicar a criação das suas obras são desenhos, e não pinturas. Um exemplo é este requintado painel lombardo, realizado em finais do Quattrocento (século XV) por Boltraffio, o mais talentoso discípulo milanês de Leonardo, a partir de um desenho original do mestre e sob a sua supervisão direta.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.flg.es/

MUSEU GUGGENHEIM

BILBAU

Como um transatlântico de titânio ancorado à ria de Bilbau, o Museu Guggenheim vai-te surpreender. Cada um dos lados da fachada mostra uma faceta diferente, graças às intrincadas formas concebidas pelo arquiteto Frank Gehry. Uma estrutura escultórica perfeitamente integrada no tecido urbano de Bilbau e no seu entorno, que se converteu num ícone inquestionável da cidade.

O exterior do edifício é uma obra de arte. Dependendo da hora do dia e das condições meteorológicas, os brilhos metálicos da fachada refletem cores diferentes. Se as formas do Guggenheim te fascinam prepara-te para esculturas de tamanho gigantesco como Puppy, o icónico cão de Jeff Koons que está de guarda à frente do museu, ou A Grande Árvore e o Olho, uma criação de Anish Kapoor composta por 80 esferas de aço inoxidável.

Ao estares dentro, vais descobrir um museu único no mundo. Um átrio central organiza os três níveis em que o Guggenheim se divide. O titânio, o cristal e o calcário são, nas mãos de Gehry, uma oportunidade para ligar os diferentes espaços com passagens curvilíneas, elevadores e torres de escadas. No museu não há duas salas iguais. Isto fará com que o teu percurso seja uma surpresa constante, alternando obras de grande formato e amostras de carácter mais íntimo.

A coleção permanente parte da segunda metade do século XX, chega até aos nossos dias e pode definir-se como arte contemporânea com maiúsculas. Aqui vais encontrar, por exemplo, a imagem pop de Marilyn Monroe repetida em série por Andy Warhol, em oposição à expressividade de Barcaza, a grande tela em serigrafia de Robert Rauschenberg. A lista de artistas de primeira classe presentes no Guggenheim é grande: Miquel Barceló, Antoni Tàpies, Anselm Kiefer, Gerhard Richter, Jean-Michel Basquiat, James Rosenquist Aqui também tens à espera as esculturas dos mestres bascos Eduardo Chillida e Jorge Oteiza

Não percas a instalação A matéria do tempo, de Richard Serra. Oito enormes esculturas de aço que te convidam a rodeá-las e a visitar o seu interior com liberdade total. Percorrer os seus passeios estreitos e sinuosas curvas é uma experiência inesquecível. As obras situam-se numa grandiosa galeria sem colunas, a mais ampla de todo o museu. Deixa-te envolver pela sensação de movimento que cada peça emana e, em seguida, sobe ao miradouro do segundo andar para que as possas contemplar desde as alturas.

Para que a tua experiência seja o mais completa possível, o museu conta com uma sala de orientação para o visitante, loja-livraria, cafetaria, um restaurante tipo bistrot e um restaurante gastronómico com uma estrela Michelin onde podes degustar autênticas obras de arte culinárias.

OBRA DE DESTAQUE

Maman, Louise Bourgeois

Passar entre as afiadas patas da gigantesca aranha de bronze, aço e mármore que se encontra na parte posterior do museu é toda uma experiência. Detrás do seu inquietante aspeto escondem-se múltiplos significados. Segundo a artista francesa, simboliza as duas caras da maternidade e é, ao mesmo tempo, uma jaula e um refúgio.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.guggenheim-bilbao.eus

MUSEU DE BELAS-ARTES DE BILBAU

Situa-se a apenas 10 minutos a pé do Museu Guggenheim, junto ao parque Doña Casilda. Com mais de cem anos de história, o centro recebe os visitantes num edifício renovado, onde a arquitetura tradicional se conjuga com os equipamentos modernos dos museus contemporâneos.

No percurso pelas diferentes salas terás oportunidade de descobrir obras representativas dos principais autores, estilos e escolas da arte ocidental. Vais surpreender-te com a lista de mestres que

poderás ver: El Greco, Zurbarán, Murillo, Zuloaga, Goya, Sorolla, Gauguin, Francis Bacon, Eduardo Chillida, Antoni Tàpies, Miquel Barceló ou Richard Serra são apenas alguns dos nomes, entre muitos outros.

Poderás admirar desde as características cores e figuras alongadas de El Greco, em A Anunciação, até o virtuosismo de Zuloaga, com o Retrato da Condessa Mathieu de Noailles, passando por uma

magnífica Lucrecia, de Lucas Cranach, o Velho, ou a natureza morta Des potirons (As abóboras), de Miquel Barceló.

A coleção do museu, que inclui mais de 2000 pinturas e cerca de 500 esculturas, inclui também um grande acervo de desenhos, gravuras, pósteres e fotografias. Conta ainda com um conjunto de artes decorativas composto por cerca de 800 peças, onde se destacam especialmente a coleção de arte japonesa Palacio e uma série de cerâmicas de Manises, dos séculos XIV e XV.

OBRA DE DESTAQUE

Laveuses à Arles (As Lavadeiras de Arles), Paul Gauguin

Esta é a primeira pintura de Gauguin a entrar numa coleção pública espanhola. O artista pintou-a em 1888, durante a sua estada na localidade francesa de Arles, onde acorreu a pedido de Van Gogh. A obra reflete o seu interesse em expressar a sua visão pessoal da realidade para além da mera representação formal, característica que o levaria a deixar definitivamente o impressionismo. Diante da tela, observa os elementos mais marcantes, como a abstração dos fundos, a sensação de movimento e a influência da fotografia na composição e na captação do caráter efémero do momento.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.bilbaomuseoa.eus/

MUSEU PICASSO

BARCELONA

Ao passear pelas estreitas e mágicas passagens do bairro Gótico vais chegar à rua de Montcada, onde se situa esta pinacoteca imprescindível em qualquer visita à capital da Catalunha. O Museu Picasso ocupa cinco palacetes góticos dos séculos XIII e XIV, convenientemente restaurados e remodelados para te oferecer uma imersão total na vida e obra do génio malaguenho.

A infância e juventude de Picasso estiveram intimamente ligadas a Barcelona, cidade à qual Jaume Sabartés, o seu secretário e amigo, doou a sua coleção com obras dessa etapa de aprendizagem e dos seus últimos anos de vida.

O museu é uma oportunidade para descobrir o vínculo estreito de Picasso com a cidade. Vais ficar surpreendido com a firmeza e destreza do seu traço com apenas 15 anos, no primeiro dos seus autorretratos ou nos quadros em que retrata os seus pais.

À medida que percorras os diferentes espaços que integram estes cinco palacetes, avançarás junto a Picasso no seu domínio de técnicas e estilos pictóricos, com obras tão representantes da sua produção artística como Arlequim, Ciência e Caridade ou a série cubista de As Meninas, um estudo crítico sobre o célebre quadro de Velázquez.

Para prolongar a vista mais além das portas do museu, dispões de uma livraria com a oferta mais completa possível de livros, objetos e lembranças derivados das obras mais emblemáticas do génio malaguenho.

O Museu Picasso também pode servir como ponto de partida da rota de Picasso em Barcelona, um percurso pelos diferentes domicílios que ocupou com a sua família, o seu primeiro estúdio de pintor ou os Frisos dos Gigantes da fachada do Colégio de Arquitetos da Catalunha.

OBRA DE DESTAQUE

A espera (Margot), Picasso

Uma explosão de cor ambientada na vida noturna parisiense, que Picasso conheceu no princípio do século XX. Aproxima-te do retrato desta misteriosa mulher de vermelho e presta atenção às pinceladas grossas e à silhueta em preto da figura, influência de algumas obras de Van Gogh e Toulouse-Lautrec.

_ DETALHE DE “A ESPERA (MARGOT)”, PICASSO MUSEU PICASSO, BARCELONA

INSTITUT VALENCIÀ

D'ART MODERN, IVAM

Em frente ao parque linear dos jardins de Turia, o edifício do IVAM guarda no seu interior algumas das melhores obras da arte contemporânea espanhola. Passeia pelas suas salas diáfanas, muito luminosas graças às grandes janelas, e descobre ao teu ritmo as grandes obras de artistas como o escultor Julio González e Ignacio Pinazo, referentes fundamentais do início da modernidade em Espanha.

Se te interessa a arte contemporânea mais atual, as suas exposições temporárias oferecem-te as últimas tendências em videoarte e as tendências artísticas mais na moda. Se preferes algo mais clássico, a sua temática de vanguardas históricas é uma das mais relevantes reunidas em Espanha, com autores internacionais como Jean Arp, Alexander Calder, Paul Klee, Robert Delaunay… Não podia faltar a pop art e outras linguagens artísticas surgidas a partir dos anos 60 e 70.

Foto:

Todas as disciplinas artísticas cabem na coleção do IVAM. Além da pintura e da escultura, encontrarás salas dedicadas ao design gráfico, à fotomontagem e à fotografia dos grandes mestres do século XX, como Man Ray, Robert Capa e Brassaï

Mas talvez o espaço mais surpreendente do museu seja a Sala da Muralha, destinada a exposições temporárias. No centro deste local, cruzando-o de um lado ao outro em toda a sua longitude, conservam-se os restos da antiga muralha medieval de Valência. Um contraste que propícia o encontro entre o passado histórico da cidade e as obras contemporâneas que estão penduradas nas suas paredes.

Terminado o itinerário, nada melhor que beber algo na sua agradável esplanada com vistas para o ambiente verde dos jardins do Turia.

OBRA DE DESTAQUE

Mulher ao Espelho, Julio González

Esta escultura cubista resume todas as descobertas de Julio González, considerado como "o mestre do ferro". O artista, que colaborou com Picasso nos anos 30, joga com placas e barras de ferro trabalhadas de forma artesanal para verter todo o seu espírito imaginativo. Podes passar horas a contemplar esta obra fulcral da escultura moderna, na qual o perfil de uma mulher que se reflete no espelho se vislumbra entre formas abstratas e diferentes perspetivas.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.ivam.es

FIGUERES

Mais do que um museu, estás perante uma viagem alucinante à essência do

Entrar no Teatro-Museu Dalí é como espreitar o subconsciente deste artista genial pelo buraco da fechadura.

surrealismo, a obra de arte definitiva mais inclassificável dos artistas espanhóis.

Vais ver chover dentro de um carro, vais ver os lábios de Mae West convertidos num sofá e vais ficar deslumbrado com joias em forma de elefante. Um sonho, um delírio, o maior objeto surrealista do mundo? Tudo isto e muito mais.

Aqui nada é o que parece. Todas as obras têm duplo sentido, pequenos e grandes segredos que fazem parte da própria experiência de percorrer as suas salas sem itinerários predefinidos.

"Eu sou o surrealismo", declarou, e este espaço único assim o confirma. Projetado por ele mesmo sobre as ruínas do que outrora foi o Teatro Municipal de Figueres, a fachada com pães dourados e uma coberta da qual sobressaem uns ovos gigantescos preparam-te para o delirante mundo que te espera no interior.

Não procures painéis explicativos nem uma ordem cronológica para seguir o itinerário. Estão representadas todas as etapas da sua trajetória artística, desde as suas primeiras criações Impres-

sionistas, de Pontilhismo ou Futurismo, até às instalações Surrealistas e aos quadros dos últimos anos da sua vida. Na verdade, o próprio Dalí está enterrado aqui mesmo, na cripta do edifício, debaixo de uma grande laje de granito.

As surpresas são constantes: uma grande cúpula geodésica que se ilumina durante a noite, o retrato desconstruído

Deixa-te levar e vê tudo com os olhos de uma criança à procura dos brinquedos, símbolos e diálogos entre as diferentes obras que Dalí apresenta.

de Abraham Lincoln que se recompõe quando se observa através de uma lente, grandes manequins dourados em diferentes posturas… E evocações constantes a Gala, que foi a sua musa e companheira ao longo da vida.

Além das obras de Dalí, na Sala das Obras Mestras poderás contemplar parte da sua coleção privada, com peças de alguns dos seus artistas favoritos, entre eles Meissonier, El Greco, Marcel Duchamp e Bouguereau. O edifício contíguo alberga outro tesouro de valor incalculável: um conjunto de joias desenhadas pelo génio de Ampurdán, com pedras preciosas transformadas em fantásticos desenhos.

Sala Mae West, Salvador Dalí

A arte era um brinquedo nas mãos de Dalí. Aqui demonstra-o convertendo o rosto da atriz norte-americana Mae West num apartamento mobilado: dois quadros de Sena representam os olhos, uma lareira representa o nariz e um sofá converte-se na boca. Podes passear pelo apartamento para ver de perto cada detalhe ou subir por umas escadas e contemplar o retrato da estrela de Hollywood em três dimensões graças a uma lupa especial.

L Mais informação em: www.salvador-dali.org/es/museos/

CENTRO BOTÍN, SANTANDERR

Este centro de arte situa-se num local privilegiado da cidade, nos históricos jardins de Pereda, com vista para a baía de Santander. Luz e leveza são as principais características do edifício projetado pelo arquiteto, e prémio Pritzker, Renzo Piano. Concebido como um “molhe” sobre o mar, a sua estrutura apoia-se em pilares e colunas que se elevam até à altura das copas das árvores, integrando-se no ambiente e proporcionando vistas fabulosas sobre o mar Cantábrico.

O seu acervo é a coleção de arte da Fundação Botín, especializada em arte contemporânea, com obras realizadas em diversos suportes e formatos, como pintura, escultura, fotografia, desenho, vídeo e instalação. Conta com peças de artistas internacionais consagrados como, por exemplo, Tacita Dean, Antoni Muntadas, Mona Hatoum, Jannis Kounellis, Juan Uslé,

Cristina Iglesias ou Martin Creed, além de obras de bolseiros da fundação. Tudo isto compõe um mosaico onde convivem conceitos, percursos e gerações, testemunho da arte dos nossos dias.

Uma ideia refletida na programação de exposições temporárias, workshops e atividades culturais desenvolvidas pelo centro, tanto no interior como no exterior do edifício. Desfruta da arte ao ar livre nos jardins de Pereda e nas praças envolventes, convertidos em cenário de concertos e espetáculos de artes cénicas, ciclos de cinema, debates e projetos criativos para todos os tipos de públicos.

Junto à loja encontra-se o espaço gastronómico, o Café Centro Botín. Desfruta da experiência de saborear os seus pratos contemplando os jardins e o mar de Santander.

a SOÑÉ QUE REVELABAS. O CONVIDADO, JUAN USLÉ CENTRO BOTÍN, SANTANDER

OBRA ESTRELLA

Soñé que revelabas. El invitado

Juan Uslé

a CAFÉ CENTRO BOTÍN

«Soñé que revelabas» é a série que Juan Uslé pinta há mais de duas décadas. Fálo geralmente à noite, ouvindo o pulsar do seu coração no silêncio e aplicando as pinceladas ao seu ritmo. É assim que a pintura se torna um vestígio da sua vitalidade essencial e da passagem do tempo. Uma espécie de “autorretrato” que se relaciona com a história da abstração. Observe a paleta de cores, que evoca a escuridão da noite, e como as linhas funcionam como pontuação, fazendo lembrar partituras musicais.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.centrobotin.org/

a MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA HELGA DE ALVEAR CÁCERES

MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA HELGA DE ALVEAR CÁCERES

Como que para estabelecer uma via de comunicação entre o passado e o presente, o museu ocupa a linha imaginária que separa o centro histórico de Cáceres, declarado Património Mundial pela UNESCO, da parte mais moderna da cidade. A sede é um edifício de betão branco, feito à medida para albergar a mais importante coleção privada de

arte contemporânea internacional de Espanha, bem como uma das mais importantes da Europa.

Foi em 1967 que a colecionadora Helga de Alvear comprou a sua primeira obra de arte, dando início a uma coleção que conta atualmente com mais de 3000 peças e que se destaca pela qualidade, extensão e diversidade. Inclui

instalações e esculturas de grandes dimensões, pintura, videoarte e fotografia de artistas reconhecidos, como Olafur Eliasson, Louise Bourgeois, Doris Salcedo, Tacita Dean, Cristina Iglesias ou Ai Weiwei, entre muitos outros.

No hall de entrada, o icónico candeeiro Descending Light, de Ai Weiwei, dá início a um apaixonante percurso pela criação artística contemporânea. Nele poderás encontrar um dos famosos iglus do artista Mário Merz, intitulado La casa del giardiniere, ou a escultura de uma oliveira centenária de Ugo Rondinone, A Day Like This Made of Nothing and Nothing Else, no jardim exterior.

O museu exibe uma seleção semipermanente de cerca de 150 obras, que é alterada periodicamente para oferecer novas experiências aos visitantes. Ao longo do ano, também são realizadas exposições temporárias que oferecem novas perspetivas sobre a coleção, além de atividades como visitas guiadas, cursos e workshops para crianças.

OBRA DE DESTAQUE

Faux Rocks, Katharina Grosse

Esta instalação surpreende todos aqueles que a contemplam. Trata-se de um grande volume pintado que mede sete metros de largura e mais de três metros de altura. Para a autora, a artista alemã Katharina Grosse, a escala é muito importante. Por isso, uma das principais características das suas obras é o conjunto de relações possíveis que podem ser estabelecidas entre a obra, o espaço e o espectador. L Mais informações e compra de bilhetes em: www.museohelgadealvear.com/

MUSEU NACIONAL DE ARTE ROMANA MÉRIDA

A vanguarda arquitetónica e o passado remoto unem-se neste imponente museu projetado por Rafael Moneo. Aqui vais descobrir diferentes aspetos da vida quotidiana dos habitantes de uma das principais colónias da Hispânia romana, Augusta Emerita.

Denominada desta forma em honra ao imperador Augusto, Mérida ainda conserva nas suas ruas e principais monumentos a gloriosa memória da que chegaria a ser capital da Lusitânia. Trata-se de um conjunto arqueológico que, juntamente com o museu, foi declarado Património Mundial pela UNESCO. Muito perto do teatro e do anfiteatro romanos, e ligado a estes através de galerias, o Museu Nacional de Arte Romana (MNAM) vai-te surpreender com o contraste entre o laranja dos muros e as paredes de tijolo com as peças expostas.

Observa os amplos volumes do edifício e passeia pelo seu interior povoado por esbeltos arcos e iluminação zenital. Trata-se de uma posta em cena perfeita para desfrutar de um percurso através de estátuas dedicadas aos deuses romanos, bustos e retratos escultóricos imperiais, e todo o tipo de restos arqueológicos recuperados nas jazidas da cidade. Também se destacam os mosaicos, como o enorme Mosaico dos Aurigas. É um dos maiores que se encontraram em Mérida e é conhecido por esse nome porque representa, nos quadros laterais, dois car-ros puxados por cavalos.

Distribuído por quatro andares e 30 salas monográficas, o MNAM oferece experiências inesquecíveis. Uma vez atravessada a calçada romana, desce umas escadas para aceder à cripta ou entra na fiel reconstrução de um quarto romano com pinturas murais que representam espetáculos do circo romano.

Mosaico da Caça do Javali

Os mosaicos romanos serviam como pavimento das casas das famílias abastadas e de espaços públicos. Este enorme mosaico, encontrado na conhecida como "Vila das lojas", representa uma caça, um dos passatempos dos setores mais abastados da sociedade de Augusta Emerita. Aproxima-te para apreciar o tamanho das pequenas tesselas e os milhares de peças necessárias para completar a imagem.

L Mais informações e compra de bilhetes em: www.cultura.gob.es/ mnromano/home.html

CENTRE POMPIDOU, MÁLAGA

A Costa do Sol é conhecida em todo o mundo pelo clima incomparável, pelas praias de areia fina e pelos portos desportivos. Mas além destas atrações irresistíveis, a sua capital, Málaga, propõe museus tão sugestivos como o Centre Pompidou, primeira sucursal fora de França da célebre instituição parisiense.

Entre os bonitos jardins do Passeio Espanha, o azul do Mediterrâneo e a mo-

derna zona comercial do Muelle Uno, situa-se este edifício singular coroado por um vistoso cubo de vidros de cores. Desde as escadas até às grandes galerias subterrâneas para observar o cruzamento de todas as disciplinas artísticas. Aqui as obras são as protagonistas e poderás contemplá-las livremente ou contar com o aconselhamento especializado da equipa de mediadores deste centro vivo e com alma participativa.

Aqui, a arquitetura permanece num discreto segundo plano. E não é para menos, porque o percurso pela arte dos séculos XX e XXI que oferece nas suas diáfanas salas inclui artistas do calibre de Marc Chagall, René Magritte, Frida Kahlo ou Francis Bacon. E, claro, Pablo Picasso, nascido em Málaga e presente no Pompidou com obras como O Chapéu de Flores.

As mais de 70 peças da coleção permanente procedentes do Centre Pompidou de Paris convivem com as peças mais rompedoras da arte contemporânea. O percurso é renovado a cada cinco semestres e nutre-se anualmente de duas a três exposições temporárias. Assim, cada visita que faças será uma oportunidade para descobrir um novo mundo de sensações e experiências artísticas.

OBRA DE DESTAQUE

La vecchia dell'orto (A Velha do Jardim)

Frank Stella

O pintor e gravador norte-americano Frank Stella brinca com as formas esculturais de cones, pilares, curvas e outros elementos arquitetónicos nesta obra abstrata de meados dos anos 80. O profundo relevo da composição criada à base de tinta acrílica, laca gliceroftálica e tinta fluorescente sobre onze elementos e painel de alumínio alveolado vão deixar-te surpreendido.

L Mais informações e compra de bilhetes em: centrepompidou-malaga.eu

MUSEU DE BELAS-ARTES DE SEVILHA

Numa pequena praça com encanto do centro histórico de Sevilha alça-se este soberbo edifício, outrora convento da Mercê Calçada, que convida a descobrir, no seu interior, os grandes tesouros da pintura barroca espanhola.

O sossego dos seus pátios com fontes e colunas, os corredores e recantos gradeados e a imponente escada criam a atmosfera propícia para que admires alguns dos quadros e esculturas mais des-

tacados da arte religiosa do nosso país. O edifício é um espaço conventual que envolve e captura graças aos excecionais painéis de azulejos que revestem muros e paredes, as abóbadas e tetos profusamente decorados e as obras de, entre outros, três grandes representantes da arte espanhola do século XVI e do XVII, o conhecido como Século de Ouro: Zurbarán, Valdés Leal e, sobre tudo, Murillo

Dispostas por ordem cronológica, desde a Idade Média até ao século XX, as suas salas convidam a contemplar obras de grande formato, num itinerário no qual não faltam as artes decorativas, com peças de cerâmica, ourivesaria, armas ou mobiliário.

Na esplêndida sala V, deixa-te envolver pela beleza e pela força da pintura barroca de Murillo. A Imaculada Conceição (conhecida como A Colossal) demonstra o seu domínio do movimento giratório de corpos e trajes. Entre as joias da coleção permanente da pinacoteca também se destacam o retrato do filho de El Greco pintado pelo seu Pai, o quadro Cabeça de Apóstolo pintado por Velázquez ou um pequeno retrato de Goya

Além disso, a entrada é gratuita para cidadãos da União Europeia. Uma oportunidade única para conhecer em primeira mão as obras-primas da arte sacra espanhola.

CONCEIÇÃO, MURILLO

OBRA DE DESTAQUE

A Imaculada Conceição, Murillo Murillo, protagonista indiscutível do percurso, é o maior expoente da história da arte sevilhana. Nesta obra magistral, que fez parte do célebre retábulo do convento dos Capuchinos, o pintor brinca com a luz, a cor e uma composição na qual o celestial e o terreno se encontram.

L Mais informação em: www. museosdeandalucia.es/web/museodebellasartesdesevilla

OUTROS MUSEUS QUE TE VÃO

SURPREENDER

De arte abstrata, de ciências, de brinquedos, de miniaturas e até subaquáticos. Em Espanha há tantos museus e tão variados que qualquer viagem pela nossa geografia se converte numa oportunidade fantástica para mergulhar na nossa cultura.

O primeiro que chama a atenção no MUSAC (Museu de Arte Contemporânea de Castela e Leão) é a sua fachada, construída com vidros de cores. O edifício, vencedor de 2007 do prémio Mies van der Rohe, galardão europeu máximo em arquitetura, representa uma homenagem aos coloridos vitrais da catedral de Leão. No interior vais descobrir a atualidade da arte contemporânea e o nexo de união entre os artistas locais e as últimas tendências internacionais.

L www.musac.es

Quem poderia pensar que, no interior das Casas Colgadas (Casas Suspensas), os edifícios mais emblemáticos de Cuenca, Cidade Património da Humanidade, se escondem pinturas abstratas? Estas construções do século XV assomam as suas varandas de madeira ao vale do rio Huécar e guardam nas suas salas o Museu de Arte Abstrata Espanhola. A sua coleção de quadros e esculturas de artistas espanhóis da geração dos anos 50 e 60 contrastam com a paisagem histórica e natural de Cuenca.

L www.march.es/arte/cuenca

A cultura em Madrid é muito mais do que o Passeio da Arte. Ao caminhar pela cidade vais encontrar pequenas e grandes galerias de arte para todos os gostos. Alguns, como o Museu Sorolla, situado na casa familiar do pintor valenciano, são tão bonitos que não te vais conformar com apenas uma visita.

No jardim, desenhado pelo próprio Sorolla, vais encontrar um verdadeiro oásis afastado da azáfama da cidade. Para além de alguns quadros e desenhos mais relevantes, no edifício expõem-se os objetos que foi reunindo em vida, como esculturas, cerâmica, peças de joelharia e fotografias antigas.

L www.culturaydeporte.gob.es/msorolla/

Se estás à procura de surpresas, o complexo vanguardista da Cidade das Artes e das Ciências de Valência, o grande galeão do Museu Marítimo de Barcelona ou o esqueleto de uma grande baleia pendurada no teto do Museu Aquário de San Sebastián vão satisfazer as tuas expectativas. O Museu do Perfume de Barcelona, com mais de 5000 recipientes procedentes de todas as culturas e épocas, ou o Museu do Chocolate de Astorga (Leão) são alguns dos mais curiosos que encontrarás na península.

L www.cac.es

www.aquariumss.com

www.astorga.co/es

L Mais informações em:

www.mmb.cat/es

Mas talvez, o mais singular de toda a Espanha seja o Museu Atlântico de Lanzarote, nas Ilhas Canárias. Trata-se de uma galeria de arte subaquática, na qual terás que mergulhar entre cardumes de sardinhas, polvos e esponjas marinhas para conhecer as 12 instalações do artista norte-americano Jason deCaires Taylor. As figuras, inspiradas nos habitantes da ilha de Lanzarote, são uma chamada de atenção à defesa dos oceanos perante a poluição. Além disso, estão construídas com materiais de pH neutro para se adaptarem à vida marinha e, assim, gerar um recife artificial. A visita ao museu, assim como a certificação necessária para mergulhar a 15 metros de profundidade, é tratada através dos centros de mergulho de Lanzarote.

L Mais informação em: lanzaroteesd.com/oferta-deportiva/ buceo-en-lanzarote/