catalogo_circos_2025_ok.pdf

Page 1


AMPLIAÇÃO E CONTINUIDADE

EXPANSION AND CONTINUITY

A diversificada programação cultural do Sesc se realiza com a intenção de cumprir sua principal missão: contribuir para a qualidade de vida das pessoas trabalhadoras do setor de comércio de bens, serviços e turismo, de seus dependentes e da sociedade em geral. Essa perspectiva pressupõe o desenvolvimento de todas as atividades socioeducativas, culturais, de saúde e lazer, efetivadas pela presença da instituição em diferentes regionalidades, sendo 43 unidades no estado de São Paulo, distribuídas por 24 municípios, em constante processo de expansão e aprimoramento.

Nessa perspectiva, a realização da oitava edição do CIRCOS — Festival Internacional Sesc de Circo amplia a abrangência de atuação da instituição no atendimento a diversos públicos,

contribuindo para a formação de plateias em variadas localidades, além de reafirmar seu compromisso com o desenvolvimento social e econômico do setor cultural, impulsionando suas cadeias produtivas.

Tendo a excelência como valor institucional, a longevidade do festival o consolida como uma referência no calendário artístico, destacando-se enquanto ação que valoriza e promove a linguagem circense – o que reitera a intencionalidade de ampliação da desejada democracia cultural. Por meio dos diversos âmbitos das articulações com agentes, produções e organizações, a iniciativa expressa a potência de ações colaborativas que buscam beneficiar toda a sociedade.

ABRAM SZAJMAN

Presidente do Conselho Regional do Sesc São Paulo

President of the Regional Council of Sesc São Paulo

Sesc’s diversified cultural program is designed to fulfill its core mission: to enhance the quality of life for workers in the trade, services and tourism sectors, as well as for their dependents and society as a whole. This vision underpins the development of socio-educational, cultural, health, and leisure initiatives, brought to life through the institution’s presence across different regions, 43 units in the state of São Paulo, spanning 24 municipalities, in an ongoing process of expansion and improvement.

With this in mind, holding the eighth edition of CIRCOS — Festival Internacional Sesc de Circo [Circos— Sesc International Circus Festival] expands the institution’s scope by reaching diverse audiences, nurturing the formation of new cultural communities across multiple locations, as

well as reaffirming its commitment to the social and economic development of the cultural sector, invigorating its creative and productive networks.

With excellence as its institutional value, the festival’s longevity has firmly established it as a highlight in the artistic calendar, standing out as an action that values and promotes the circus art form — an embodiment of Sesc’s dedication to expanding cultural democracy. Through its various partnerships and collaborations with artists, productions and organizations, the initiative demonstrates the power of collective action in fostering benefits for society as a whole.

ENCANTAMENTO ALÉM DO TEMPO

ENCHANTMENT BEYOND TIME

Determinadas experiências se eternizam na memória afetiva das pessoas, e mesmo as mais simples e cotidianas tornam-se marcantes em cada trajetória humana. Há ainda vivências que ultrapassam o plano individual e passam a compor o imaginário coletivo de uma sociedade. O circo é uma dessas manifestações que atravessa gerações, sustentado por elementos lúdicos e virtuosos e que segue provocando emoções significativas ao longo do tempo.

Enquanto linguagem artística, as práticas circenses articulam sua trajetória por meio do diálogo contínuo entre tradições e contemporaneidade e, projetando o futuro, incorporam reinvenções. Seja nos picadeiros, praças ou teatros, as realizações reafirmam o poder agregador do circo, que permanece como uma das manifestações mais acessíveis em diversos contextos e territórios, acolhendo e encantando diferentes grupos sociais.

Em sua oitava edição, o CIRCOS — Festival Internacional Sesc de Circo reitera seu

compromisso com a vitalidade da cena contemporânea e destaca as diversidades culturais, técnicas e geográficas de produções nacionais e internacionais. Reunindo uma programação voltada para variados públicos, o festival propõe incentivar tanto a aproximação com essa linguagem quanto o hábito de participação em espetáculos, intervenções, instalações, além de atividades formativas.

Por meio dessa iniciativa, o Sesc mantém seu propósito com a democratização do acesso aos bens culturais, evidenciando as potencialidades criativas, estéticas e políticas das modalidades circenses e, consequentemente, de quem as realiza.

Com dedicação e entusiasmo — em várias fases da vida — pessoas envolvidas com as múltiplas fases de criação do circo asseguram que essa expressão continue mobilizando afetos e memórias individuais e coletivas, tendo como perspectiva o fortalecimento e desenvolvimento comunitário.

LUIZ DEOCLECIO MASSARO GALINA

Diretor do Sesc São Paulo

Director of Sesc São Paulo

Certain experiences are eternalized in people’s emotional memory and even the simplest and most everyday ones become important in every journey. There are also experiences that go beyond the individual level and become part of a society’s collective imagination. The circus is one such event that spans generations, sustained by playful and skillful elements, and continues to provoke significant emotions over time.

As an artistic language, circus practices articulate their trajectory through continuous dialog between traditions and contemporaneity and, projecting the future, incorporate reinventions. Whether it’s in circus rings, squares or theaters, the performances reaffirm the unifying power of the circus, which remains one of the most accessible manifestations in different contexts and territories, welcoming and enchanting different social groups.

In its eighth edition, CIRCOS — Festival Internacional Sesc de Circo [Circus — Sesc International Circus Festival] reiterates its commitment to the vitality of the contemporary

scene and highlights the cultural, technical and geographical diversity of national and international productions. Bringing together a program aimed at a wide range of audiences, the festival proposes to encourage both an engagement to this art form and the habit of participating in shows, interventions, installations, as well as training activities.

Through this initiative, Sesc maintains its commitment to democratizing access to cultural goods, highlighting the creative, aesthetic and political potential of circus disciplines and, consequently, of those who perform them. People involved in all stages of circus creation – with dedication and enthusiasm at every stage of life –ensure that this expression continues to mobilize individual and collective affections and memories, with a view to strengthening and developing the community.

SUMÁRIO CONTENTS

Ronaldo Aguiar 8 12 18 26 32 36 40 45

Entre espelhos e espirais — poéticas circenses de resistência e encantamento Between mirrors and spirals - circus poetics of resistance and enchantment

Ana Carla de Assis Ribeiro | Ari Felipe Miaciro Correia | Gilcemar Aparecido Borges | Julio Cesar Pompeo | Layana Peres de Castro | Marina Tomaz Zan | Natalie Ferraz Kaminski

O segredo da ilusão e a ilusão do segredo

The secret of illusion and the illusion of the secret

Alê Primo

Circo popular ou O bode na corda bamba

Popular Circus or The Goat on the Tightrope

Cibele Mateus

Escriturgências na contemporaneidade circense

Escriturgências in Contemporary Circus

Diocélio Batista Barbosa

Vetus Venustas: circo, envelhecimento e transmissão intergeracional Vetus Venustas: Circus, Aging, and Intergenerational Transmission

Leandro Mendoza

Empatando cordas e rebuscando acervos afetivos:

a Mina de ouro do circo brasileiro

Tying Ropes and Unearthing Affective Archives: The Gold Mine of Brazilian Circus

Marco A C Bortoleto

As fronteiras que caem (ou resistem) quando a arte fala mais alto que o passaporte

The Borders That Fall (or Resist) When Art Speaks Louder Than a Passport

Rogério Piva

Os desafios e potências da direção de espetáculos circenses hoje Challenges and strengths facing circus directors today

ENTRE ESPELHOS E ESPIRAIS — POÉTICAS CIRCENSES DE RESISTÊNCIA

E ENCANTAMENTO

BETWEEN MIRRORS AND SPIRALS -

CIRCUS POETICS OF RESISTANCE AND ENCHANTMENT

Ana Carla de Assis Ribeiro

Ari Felipe Miaciro Correia

Gilcemar Aparecido Borges

Julio Cesar Pompeo

Layana Peres de Castro

Marina Tomaz Zan

Natalie Ferraz Kaminski

Na contemporaneidade, em que fronteiras nascem e muros se erguem, a arte é fundamentalmente um espaço de resistência. Na oitava edição do CIRCOS — Festival Internacional Sesc de Circo, os corpos em movimento são imagens de lutas invisíveis em um mundo em colapso, que trazem o encantamento como modo legítimo de insurgência.

No cotidiano da produção artística circense, o sonho da itinerância romântica dá lugar a treinos exaustivos e uma realidade material endurecida. Ainda assim, o circo se ergue todos os dias como uma utopia cinética. E, quando o impossível se torna rotina, o riso é lei. No circo, ilusionistas suspendem a lógica, palhaços e palhaças calam as próprias dores para desarmar o sofrimento coletivo e trapezistas desenham no ar uma promessa de liberdade. Nessa arte pneumática, o fôlego que sai do peito dos artistas é tragado pelo público em forma de espanto. E é justamente nessa hora que todos firmam o pacto ancestral de que, por instantes, o encanto pode vencer a distopia.

Mesmo com a capacidade de suspender momentaneamente a realidade, e justamente por isso, o circo não está apartado da sociedade. Não está imune a sua dureza. Nessa dinâmica, as habilidades técnicas dos artistas não são apenas virtuoses individuais, mas metáfora de resistência coletiva. Então, o circo é sim um espaço lúdico e mágico, mas também é um espelho quebrado onde cada pedaço reflete um tensionamento.

Nesta edição do CIRCOS — Festival Internacional Sesc de Circo, o picadeiro se torna território de escuta, memória e insurgência. Celebra-se a diversidade cultural como potência criativa, abrindo espaço para vozes e estéticas não hegemônicas que desconstroem narrativas dominantes e hipnotizam o olhar. Os corpos que

In a contemporary world in which borders are born and walls are upraised, art is fundamentally a space of resistance. In the 8th edition of CIRCOS — Sesc International Circus Festival, bodies in movement become images of invisible struggles in a collapsing world, where enchantment is a legitimate form of insurgency.

In the daily life circus production, the dream of romantic itinerancy gives way to exhausting training and a harsh material reality. Even so, the circus rises up every day as a kinetic utopia. And when the impossible becomes routine, laughter is the law. In the circus, illusionists suspend logic, clowns silence their own pain to disarm collective suffering and trapeze artists draw a promise of freedom in the air. In this breath-based art, the breath comes out of the artists’ chests and is taken in by the audience in the form of astonishment. And it is precisely at this moment that everyone signs the ancestral pact that, for a moment, enchantment can overcome dystopia.

Even with the ability to momentarily suspend reality, and precisely because of this, the circus is not separate from society. It is not immune to its harshness. In this dynamic, the technical skills of artists are not merely individual feats of virtuosity, but a metaphor for collective resistance. So the circus is indeed a playful and magical space, but it is also a broken mirror where each piece reflects a tension.

In this edition of CIRCOS - Sesc International Circus Festival, the arena becomes a territory for listening, memory and insurgency. Cultural diversity is celebrated as a creative power, making room for non-hegemonic voices and aesthetics that deconstruct dominant narratives and mesmerize the eye. The bodies that age on stage don’t ask permission - they claim their place as living compositions that don’t control time, but rewrite the idea of virtuosity.

envelhecem em cena não pedem licença — eles reivindicam seu lugar como composições vivas, que não controlam o tempo mas reescrevem a ideia de virtuose.

A oitava edição do festival aposta no circo como ferramenta de transformação social, gerando encontros que ampliam horizontes e sensibilidades. E, ao avançar na formação de um público adulto, reafirma que o circo vai além da infância e da magia e provoca também pensamento, crítica e profundidade — uma arte viva que pulsa no presente e convoca futuros mais justos e plurais.

Esta edição também joga luz sobre a ocupação e ressignificação de espaços públicos, funcionando como instrumento de articulação e potência coletiva. Nesse sentido, a valorização da cidade como espaço artístico, reflexivo e de troca entre as pessoas é um princípio curatorial basilar. Assim, pela primeira vez um passeio turístico faz parte da programação do festival, convidando o público a ver e viver a cidade sob novas perspectivas. Juntas, essas experiências demonstram como a arte circense e performática pode ressignificar a cidade, tornando-a um território de encontro e reinvenção coletiva.

No contexto da produção artística atual, a obstinação em manter um projeto coletivo, assim como em sustentar um solo, são atos de coragem. E, em função deste reconhecimento, surge o Gira Latina, um mosaico pulsante de onze trabalhos solos de quatro países da América Latina — Brasil, Colômbia, Argentina e México —, que se conectam pela transversalidade de pesquisa da linguagem cênica.  Essa gira não se faz em círculos vazios e isolados, que acabam por dar sempre no mesmo lugar; pelo contrário, são espirais ascendentes carregadas de identidades, configurações políticas, conflitos e paixões.

The 8th edition of the festival focuses on the circus as a tool for social transformation, generating encounters that broaden horizons and sensibilities. And by advancing in the training of adult audiences, it reaffirms that circus goes beyond childhood and magic, to also provoke thought, criticism and depth - a living art that pulses in the present and calls for fairer and more sugestão: inclusive futures.

This edition also sheds light on the occupation and reframing of public spaces, acting as an instrument of articulation and collective power. In this sense, valuing the city as an artistic, reflective and exchange space between people is a basic curatorial principle. So, for the first time, a sightseeing tour is part of the festival program, inviting the public to see and experience the city from new perspectives. Together, these experiences demonstrate how circus and performance art can give new meaning to the city, turning it into a territory of encounter and collective reinvention.

In the current context of artistic production, the obstinacy of maintaining a collective project, as well as sustaining a solo show, are acts of courage. And because of this recognition, Gira Latina is born, a pulsating mosaic of 11 solo works from four Latin American countries, Brazil, Colombia, Argentina and Mexico, which are connected by their cross-cutting research into scenic language. This journey doesn’t go in empty, isolated loops that always lead back to the same place. On the contrary. It moves in upward spirals full of identities, political configurations, conflicts and passions.

Still in the field of solos, Cena Expandida features five lecture-shows that showcase scenic and biographical poetics that are intertwined with techniques and personal experiences. They are intimate chapters that generate universal discussions, in which each artist performs and discusses their work.

Ainda no âmbito dos solos, a Cena Expandida traz 5 espetáculos-palestras que evidenciam poéticas cênicas e biográficas enlaçadas em técnicas e vivências pessoais. São capítulos íntimos que geram discussões universais, nas quais cada artista se apresenta e discorre sobre seu trabalho.

Quando o mundo tenta segregar, o circo utiliza os corpos em um tratado de insubordinação. Nessa luta, o circo não é abrigo, é trincheira. E é assim que convidamos todas as pessoas a fazerem parte desse pacto de resistência em estado de graça.

When the world tries to segregate, the circus uses bodies in a manifesto of insubordination, and in this struggle, the circus is not a shelter, it is a trench. And so we invite everyone to join this pact of resistance, carried out in a state of grace.

Ana Carla de Assis Ribeiro é graduada em dança e bailarina. Ari Felipe Miaciro é arquiteto e urbanista, com pós-graduação em design gráfico. Gilcemar Borges é historiador especializado em artes plásticas, mágicas e manualidades. Julio Pompeo é graduado em artes cênicas e atuou como bonequeiro, ator e produtor cultural. Layana Castro é formada em linguística e ciências sociais, com mestrado em políticas públicas de memória. Marina Zan é formada em comunicação social e mestra em comunicação e cultura, atua na Gerência de Ação Cultural do Sesc São Paulo na área de circo. Natalie Ferraz Kaminski é formada em direito e ciências sociais, atua na Gerência de Ação Cultural do Sesc São Paulo na área de circo.

Essas pessoas integram os núcleos de programação do Sesc São Paulo e compõem a equipe curatorial desta edição do CIRCOS — Festival Internacional Sesc de Circo.

Ana Carla de Assis Ribeiro has a degree in dance and is a ballet dancer. Ari Felipe Miaciro is an architect and urban planner with a postgraduate degree in graphic design. Gilcemar Borges is a historian specialized in visual arts, magic, and handicrafts. Julio Pompeo holds a degree in performing arts and has worked as a puppeteer, actor, and cultural producer. Layana Castro has degrees in linguistics and social sciences, with a master’s in public memory policies. Marina Zan holds a degree in social communication and a master's in communication and culture; she works in the Cultural Action Management at Sesc São Paulo in the circus area. Natalie Ferraz Kaminski holds degrees in law and social sciences and also works in the Cultural Action Management at Sesc São Paulo in the circus area.

These individuals are part of the programming teams at Sesc São Paulo in the circus field and make up the curatorial team for this edition of CIRCOS – Sesc International Circus Festival

O SEGREDO DA ILUSÃO

E A ILUSÃO DO SEGREDO

THE SECRET OF ILLUSION AND THE ILLUSION OF THE SECRET

Era 2015, e o Tihany, um dos últimos grandes circos a fazer turnês mundiais, se apresentava pelo Brasil. O espetáculo tinha o título de AbraKdabra, que já indicava o destaque para a mágica. A imprensa alardeava que o circo trazia a grandiosidade dos shows de mágica de Las Vegas. Fui assistir ao espetáculo em 3 cidades da região Sul. O ponto alto da noite era o aparecimento de um helicóptero por detrás de um grande pano branco. A plateia, que em sua maioria filmava a grande ilusão, não conseguiu conter a emoção quando as longas hélices tomaram o palco, vindas do vazio. Palmas e gritos confundiam-se com o som do helicóptero e da música majestosa. Nas três

It was 2015, and Tihany, one of the last great circuses still touring the world, was performing across Brazil. The show was titled AbraKadabra, already hinting at its magical emphasis. The media buzzed, claiming the circus brought the grandeur of Las Vegas magic shows. I went to see the show in three cities in the southern region. The highlight of the night was the sudden appearance of a helicopter behind a large white curtain. The audience, most of whom were filming the great illusion, couldn’t hold back their emotions when the long blades emerged onto the stage from the void. Applause and shouts merged with the sound of the helicopter and the majestic music. Three times I saw

vezes em que assisti ao espetáculo, por três vezes meu encantamento foi o mesmo. Ainda que eu conhecesse o segredo, o profissionalismo dos artistas, da coreografia, da iluminação e da trilha fazia da ilusão um desafio à racionalidade. O aparecimento surpresa de um grande e pesado sólido no palco iluminado com fortes luzes brancas causava um deleite que lembrava à plateia, que chegara das aulas e do trabalho, que a magia ainda traz encanto e alívio à vida.

O Tihany foi embora do Brasil e eu ainda aguardo seu retorno triunfal. Temo, no entanto, que, com as mudanças nas formas de entretenimento da contemporaneidade, o Tihany tenha o mesmo fim de outros grandes circos itinerantes. Do mesmo modo, podemos questionar qual é o futuro das artes mágicas diante do consumo febril de vídeos curtos

no TikTok e do desinteresse por ilusões presenciais em tempos de efeitos digitais 3D e inteligência artificial.

A mágica, diferente de outras expressões artísticas, depende do segredo. Claro, o mágico não é mero operador de um dispositivo automático a cujo funcionamento secreto apenas ele teve acesso. O que há de arte é tudo o que extravasa o dispositivo manipulado (em inglês, prop).

A questão que emerge é: como podem as artes mágicas se desenvolverem, como novas mágicas e mágicos pode se formar, quando tal comunidade se esconde no sigilo?

Clubes e sociedades secretas não permitem a participação de não mágicos.

Novos membros precisam fazer seus cursos ou provar domínio da técnica. Com essa dinâmica, é preocupante observar que muitas associações de mágicos têm poucos jovens. Os associados estão envelhecendo.

the show—and three times, the enchantment was just as strong. Even knowing the secret, the professionalism of the performers, the choreography, the lighting, and the soundtrack made the illusion a challenge to rationality. The sudden appearance of a large, heavy object on a stage bathed in bright white lights brought delight that reminded the audience—coming straight from school and work—that magic still brings wonder and relief to life.

Tihany has left Brazil and I still await its triumphant return. I fear, however, that with the changes in contemporary forms of entertainment, Tihany may meet the same fate as other great traveling circuses. Likewise, we must question what the future holds for the magical arts in the face of the feverish consumption of short-form videos on social media and the waning interest in face-to-face illusions in an era of 3D digital effects and artificial intelligence.

Unlike other art expressions, magic relies on secrecy. Of course, the magician is not merely a machine operator with exclusive access to a hidden mechanism. What constitutes art is everything that goes beyond the manipulated device (the props).

This raises a question: how can the magical arts evolve, how can new magicians emerge when such a community hides in secrecy? Secret clubs and societies do not allow non-magicians to participate. New members must take their courses or prove their technical mastery. This dynamic is concerning when we observe that many magician associations have very few young members. The current members are aging.

Lembro-me de um debate online entre mágicos, no qual um participante da velha guarda praguejou, após compartilhar o vídeo de um artista de rua executando (muito bem, diga-se de passagem) efeitos clássicos: “Quem é este vagabundo fazendo mágicas?”. Quando se questiona quem tem o mérito de conhecer os segredos de uma arte de domínio de poucos, a própria arte perde seu sentido. Arte é para ser livre. A arte liberta. A mágica é para o público, não para os mágicos. O ancião também esquecia que a mágica não nasceu nos palcos de teatros glamurosos (onde aquele artista de rua certamente sonharia em se apresentar e teria todas as condições para tanto). Os mágicos nem sempre usaram fraque e cartola.

Aliás, a street magic (que deve muito a David Blaine) é um gênero importantíssimo. Será que só se pode aprender mágica de rua dentro das quatro paredes de uma sociedade secreta? Que curioso paradoxo!

A mágica não tem como preocupação crescer. É uma arte para poucos. É uma prática seleta. Cogita-se que quanto mais pessoas conhecerem os segredos, menos interesse haverá nos shows. Curiosamente, as mídias sociais não têm esse prurido. Vídeos curtos de números sendo performados e logo desvelados correm pela internet.

Não há dúvida de que o segredo da ilusão é fundamental para o deleite. Mas é preciso refletir com prudência. Vamos discutir como a mágica realiza o impossível e qual a importância do segredo. Permita-me filosofar um pouco.

O potencial é aquilo que pode acontecer, mas ainda lhe falta o acontecimento. Já o impossível não pode jamais acontecer, pois a ele faltam a possibilidade, as condições de realização. As artes mágicas subvertem os limites do que é factível. O assombro e o encantamento com a mágica emergem quando o impossível se realiza diante de

I recall an online debate among magicians where an old-timer grumbled, after sharing a video of a street performer executing classic tricks (skillfully, by the way): “Who is this guy doing magic?” When the question becomes who deserves to know the secrets of an art held by so few, the art itself loses meaning. Art is meant to be free. Art sets us free. Magic is for the audience—not the magicians. The old man also forgot that magic was not born on glamorous theater stages (where that street performer surely dreams of performing and is clearly capable of doing so). Magicians haven’t always worn tuxedos and top hats. In fact, today street magic—greatly influenced by David Blaine—is now a vital genre. Can you only learn street magic within the four walls of a secret society? What a curious paradox!

Magic is not concerned with growth. It’s an art for the few. A selective practice. It is believed that the more people know the secrets, the less interest there will be in the shows. Curiously, social media does not share this concern. Short videos of numbers being performed and then unveiled are all over the internet.

There is no doubt that the secret of illusion is essential to the delight. But we need to think carefully. Let us discuss how magic accomplishes the impossible and the importance of secrecy. Allow me to philosophize a bit.

Potential refers to what can happen but has not yet occurred. The impossible, however, cannot ever happen, as it lacks the possibility, the conditions for realization. The magical arts subvert the boundaries of what is feasible. Awe and enchantment of magic arise when the impossible happens before our very eyes—or even in our own hands. The amazement is such that the audience often shouts, stands up, moves abruptly, and claps enthusiastically. My hypothesis is that since we live in the realm of the potential—confined to the narrow limits of the possible, completing tasks, reaching goals,

nossos olhos ou até mesmo em nossas mãos. O maravilhamento é tal que a plateia não raro grita, se levanta, se movimenta de forma abrupta, aplaude efusivamente. Minha hipótese é que, como vivemos no registro do potencial, atuando nos limites estreitos do possível — cumprindo tarefas, buscando atingir metas, pagando contas, seguindo a rotina previsível do dia a dia —, quando o impossível se revela possível o deslumbramento vem à tona como alívio, como esperança, como deleite e fôlego em um mundo repetitivo. A surpresa do efeito mágico causa espanto e satisfação em um real no qual as surpresas costumam ser reveses.

É preciso reconhecer que faz parte do deslumbramento saber que a realização do impossível é uma ilusão. O sumiço de uma bola, que correu para debaixo do sofá, não causa deleite em um bebê ou gatinho. Já o sumiço e o aparecimento de bolas de esponja causam prazer quando elas são manipuladas por um mágico que soma à técnica o seu fazer artístico.

O segredo do mistério de desaparecimento e reaparecimento das bolinhas em outros lugares é parte do encantamento. A plateia sabe que se trata de uma ilusão. E reage com alegria: “Não é possível!”. Porém, quando a plateia vê as bolas de esponjas camufladas ou aprendem o “truque” no Instagram, a magia se perde. O impossível dá lugar à execução mecânica do potencial. O efeito despenca para uma série de instruções e a ilusão deixa de acontecer. Logo, sim: o segredo faz parte do show. Em tempo, as pessoas que vão a um show de mágicas e ficam tentando encontrar o “truque” não conseguem aproveitar o espetáculo.

Enfim, a proteção dos segredos dos efeitos mágicos não pode descambar para um apequenamento da arte, relegando-a à posse de poucos iniciados. O segredo deve ser uma estratégia para o deslumbramento, mas não uma ameaça ao crescimento das artes mágicas e de seus artistas.

paying bills, and following predictable routines— when the impossible becomes possible, it offers relief, hope, delight, and a breath of fresh air in a repetitive world. The surprise of a magic trick brings joy and astonishment in a reality where most surprises are misfortunes.

It is important to recognize that part of being dazzled lies in knowing that the impossible feat is an illusion. A ball rolling under the couch doesn’t delight a baby or a kitten. But the vanishing and reappearing of sponge balls brings joy when performed by a magician who adds artistry to technique. The secret behind the disappearance and reappearance in other places is part of the enchantment. The audience knows it is an illusion. And they respond with joy: “No way!” However, when they see the hidden sponge balls or learn the “trick” on Instagram, the magic is lost. The impossible gives way to the mechanical execution of potential. The effect collapses into a set of instructions, and the illusion ceases to happen. So yes, the secret is part of the show. And by the way, those who attend a magic show trying to figure out the “trick” rarely enjoy the performance.

Ultimately, the protection of magical secrets must not shrink the art, limiting it to the possession of a select few. The secret should be a tool for wonder—not a threat to the growth of the magical arts and their artists.

Como educadora, só posso pensar em como as práticas educativas podem promover a formação de novos artistas e o crescimento da mágica. Veja-se por exemplo a Coreia do Sul, que não tinha maior tradição em artes mágicas. Hoje, com cursos formais voltados para o aprendizado de mágica, os coreanos estão entre os melhores mágicos do mundo, especialmente no que toca à manipulação.

É preciso também formar novos públicos para espetáculos de mágica — boa parte dos profissionais ocupa-se de shows em festas de crianças. Isso depende de investimentos culturais e de editais que valorizem a mágica e a abertura de espaços para espetáculos, voltados também para um público adulto.

Apesar de todos os desafios, as artes mágicas farão como Houdini e conseguirão se libertar de todas as amarras para deleite do público agradecido.

Alê Primo é mágica, professora de publicidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pesquisadora de mídias sociais e doutora em informática na educação.

As an educator, I can only think of how educational practices can support the training of new artists and the growth of magic. Take South Korea, for example—a country with no significant tradition in magical arts. Today, with formal courses focused on learning magic, Koreans are among the best magicians in the world, especially when it comes to manipulation.

We must also develop new audiences for magic shows—most professionals today perform at children’s parties. This requires cultural investment and public grants that value magic and create spaces for performances, including for adult audiences.

Despite all the challenges, the magical arts will do as Houdini did and manage to free themselves from all restraints to the delight of the appreciative public.

Alê Primo is a magician, an advertising professor at Federal University of Rio Grande do Sul, a social media researcher, and holds a PhD in computer science education.

CIRCO POPULAR OU O BODE NA CORDA BAMBA

POPULAR CIRCUS OR THE GOAT ON THE TIGHTROPE

Cibele Mateus

Senhores, senhoras e senhorios, menines de todo lugar. Antes que nada, primeiro que tudo. Peço licença pra eu poder aqui falar, ou melhor, escrevinhar. Sobre o circo daqui e de acolá, o respeitado circo popular. E, pra começar esta conversa, uma memória-saltimbanco de infância vou aqui evocar. Memória feita de remendos catados, do que lembro, do que peguei emprestado e também um pouco do que inventei e tomei como existido.

Era começo dos anos 90, eu devia ter 5 anos de idade. Como algo vindo de outro mundo, apareceu um circo de lona montado num terreno baldio em São Bernardo. Ali, bem na

Ladies, gentlemen, and lordlies — kids from every corner. First of all, before anything else, I ask your permission to speak, or rather, to scribble a few thoughts. About the circus from here and there, the well-respected popular circus. And to start this conversation, I’ll evoke a saltimbanco memory from my childhood. A memory made up of scraps, what I remember, bits I borrowed, and a little of what I made up and took as real.

It was the early 1990s, I must have been around five. Like something from another world, a tented circus appeared on an empty lot in São Bernardo. Right there, on the edge of the

borda do campo. O carro de som passou no meu bairro, Parque Imigrantes, anunciando sua chegada. A atração principal era o show da “Angélica”. Imagine, um circo passando na nossa quebrada rural e trazendo uma famosa da TV! Minhas irmãs, minhas primas e eu ficamos alvoroçadas, vestimos nossa melhor roupa —, roupa de missa, como dizem os antigos — e fomos ao circo.

Sei que não vou surpreender ninguém dizendo que a Angélica não era a verdadeira, e sim uma sósia. Minha irmã mais velha, a Nêga, lembra que “fizeram a mancha na perna da sósia de ca-ne-ti-nha, toda torta, dava pra ver por cima da meia-calça, era falsa”. Eu não me lembro do rosto dela, mas a Lene, minha segunda irmã mais velha, disse que “a Angélica parecia mais a nossa vizinha Sandra, só que com o cabelo pintado de loiro”. E a Cíntia, minha irmã do meio, completou a colcha de memórias dizendo que a falsa Angélica chamava as crianças no palco para cantar, ela se esgoelou para participar, mas não foi escolhida. A Lene lembra bem que esse circo tinha animais e também promoveu um concurso de lambada.

Esse circo mambembe do qual não sei o nome, feito de gente com a cara da nossa vizinha, gente negramestiça, indígena, cigana, deficiente, trans... essa gente da chamada classe popular, é esse circo que caminha pelas estradas encantando os mais diversos cafundós dos Brasis, incorporando em suas apresentações, além de virtuosismos milenares do circo, o chamariz popular do momento. Na minha época era a lambada, a Angélica, a Xuxa, o É o Tchan. No desembrulhar do tempo para trás e para frente, já foram os artistas de feiras, o sertanejo, a comédia, o drama, Patati Patatá, Peppa Pig, Harry Potter e tantas outras atrações que pudessem/podem atrair o público, principalmente das classes subalternas, para dentro do espaço de apresentação.

field. A sound-equipped car came through my neighborhood, Parque Imigrantes, announcing its arrival. The main attraction was a show featuring “Angélica.” Imagine a circus rolling into our rural neighborhood, bringing a TV celebrity! My sisters, cousins, and I were ecstatic, put on our best clothes—“church clothes,” as the old folks say—and went to the circus.

I know I won’t shock anyone by saying Angélica wasn’t the real deal, but a look-alike. My older sister, Nêga, remembers: “They drew the birthmark on her leg with a mark-er! A botched job, you could see it through the pantyhose. It was fake.” I don’t remember her face, but Lene, my second oldest sister, said: “She looked more like our neighbor Sandra, just with dyed blonde hair.” And Cíntia, my middle sister, added to this patchwork of memories: the fake Angélica called kids onstage to sing, and though she screamed her lungs out trying to be chosen, she wasn’t picked. Lene recalls clearly that this circus had animals and even held a lambada dance contest.

This shoestring circus, whose name I don’t even know, was made up of people who looked like our neighbors—Black-mixed folks, Indigenous people, Romani people, people with disabilities, trans folks… These people from the so-called popular class. This is the kind of circus that roams the roads, charming far-flung corners of Brazil, weaving into their acts both ancient circus arts and the popular trends of the moment. Back then, it was lambada, Angélica, Xuxa, É o Tchan. Through time, it has featured fairground artists, sertanejo singers, comedy, drama, Patati Patatá, Peppa Pig, Harry Potter, and countless other attractions that could/can pull in an audience, especially from the working classes.

The artistic expressions that make up the circus: acrobatics, juggling, pyro, contortionism, stilts, etc., are manifestations that have existed in various ancient civilizations such as China,

As expressões artísticas que compõem o circo: acrobacia, malabarismo, pirofagia, contorcionismo, pernas de pau etc., são manifestações existentes em várias civilizações antigas, como China, Grécia, Roma e Egito, desde tempos imemoriais. Para alguns historiadores, o circo moderno começou no século 18, quando Philip Astley, um ex-militar da cavalaria britânica, “criou” um espaço fechado de madeira com uma pista circular e arquibancadas ao redor e incorporou às suas apresentações equestres números de artistas chamados de “saltimbancos”, que dominavam diversas linguagens artísticas e se apresentavam nas feiras, ruas e praças. E não só, o moço colocou de um tudo dentro desse espaço. Artistas de diversos teatros, artistas herdeiros da commedia dell’arte, ciganos, mágicos, bonequeiros, dançarinos, cantores, músicos, acrobatas, cômicos em geral, hipódromos. Era coisa, viu? Tudo para deixar as apresentações com ritmo, oferecer um entretenimento diferente ao público e fazer dinheiro, lógico, porque de bobo, nem o da corte. (ABREU, SILVA, 2009).

As primeiras manifestações circenses chegaram em terras Pindorama antes mesmo das famílias circenses europeias. Daniel Lopes e Eliene Benício1 nos contam que temos registos de artistas saltimbancos no século 18 no Brasil. Eram provavelmente ciganos, faziam números com cavalos, adestramento de ursos, e se apresentavam com pessoas que vão compor o universo circense, malabaristas, acrobatas e assim por diante.

Foi no século 19 que as primeiras companhias circenses, que tinham como modelo de apresentação o circo moderno de Astley, chegaram ao Brasil, sendo a família inglesa Southby a primeira de que temos registro oficial, em 1818, no Rio de Janeiro.

Uma das principais características da linguagem circense sempre foi a contemporaneidade, com uma capacidade de se mover fisicamente, por

Greece, Rome and Egypt since time immemorial. Some historians say modern circus began in the 18th century when Philip Astley, a former British cavalryman, “created” a wooden enclosed space with a circular arena and bleachers, adding performances by saltimbancos—multitalented street and fair artists. Not only that, he brought in everything—actors from theater, commedia dell’arte heirs, Romani performers, magicians, puppeteers, dancers, singers, musicians, acrobats, clowns, hippodromes. It was a lot! All to give rhythm to the show, offer unique entertainment, and—naturally—make money. Because no fool—not even a jester—works for free. (ABREU, SILVA, 2009)

Circus-like performances arrived in Pindorama (a name that some indigenous peoples of Brazil used to refer to the land before Portuguese colonization) even before the European circus families. Daniel Lopes and Eliene Benício1 tell us that we have records of saltimbanco artists in Brazil as early as the 18th century. They were probably Romani people, performing with horses, bear taming, and alongside jugglers, acrobats, and others that would shape the circus world.

It was in the 19th century that the first circus companies—modeled after Astley’s modern circus—arrived in Brazil. The first officially recorded troupe was the English Southby family, who performed in Rio de Janeiro in 1818.

One of the main characteristics of the circus language has always been its contemporaneity, both in its physical mobility—as a traveling art—and in its ability to adapt aesthetically, technically, and poetically, constantly absorbing what’s new. Like a rhizome, it embraces cultural multiplicity. Honoring that foundation, the circus in Brazil gradually forged unique relationships with social, political, economic, and cultural elements, slowly crafting its own identity.

seu caráter ambulante, e também de promover muitas movências estéticas, técnicas e poéticas, sempre agregando o que há de novo, como um rizoma que contempla multiplicidades de culturas. E é honrando esse fundamento que, ao chegar ao Brasil, o circo estabeleceu relações singulares com elementos sociais, políticos, econômicos e culturais, criando aos poucos uma identidade própria.

Na historicidade do circo no Brasil, temos diversas passagens que podem descrever como essa identidade foi e continua, pois não é estanque, muito menos única, se formando. A dança, a música, o teatro, a capoeira, o lundu e outras práticas culturais foram adentrando o circo durante os séculos, não somente como uma forma de agradar e trazer o público para suas apresentações, mas também como posicionamento político.

Um exemplo disso foram os campeonatos da capoeiragem,2 promovidos no Circo Spinelli em 1913, assim como a destinação de parte do dinheiro de duas apresentações do mesmo ano a João Cândido, líder da Revolta da Chibata.3 Ações que apontam a tecnologia de captação de público e demonstram como a produção do circo sempre esteve imersa e antenada com o seu período histórico (SILVA; LOPES et al., 2020).

A biografia de vários artistas brasileiros passa pelo circo, como a de Tonico e Tinoco, que, além de se apresentarem como cantores, também tiveram seu próprio circo, Irmãs Galvão, Tião Carreiro e Pardinho, Trio Parada

Dura e outros artistas da cultura sertaneja. Artistas do samba como Adoniran Barbosa também marcaram presença no picadeiro. Pixinguinha fez composições para circo. Grande Otelo começou a atuar em circos ainda criança. E não poderíamos deixar de mencionar Benjamim de Oliveira, que é considerado o primeiro palhaço negro de que temos registro e um importante artista

Throughout Brazil’s circus history, there are several moments that reflect how this identity was (and still is) formed. Dance, music, theater, capoeira, lundu, and other cultural practices have entered the circus over the centuries, not just to entertain or draw crowds, but also as political statements.

One example is the campeonatos da capoeiragem2 (capoeira tournaments), held at Circo Spinelli in 1913, and the donation of part of that year’s ticket sales to João Cândido, leader of the Revolt of the Lash3. Actions that point to the technology of attracting audiences and demonstrate how much circus production has always been immersed in and attuned to its historical moment (SILVA; LOPES et al., 2020).

Many Brazilian artists got their start in the circus: Tonico and Tinoco not only performed but also had their own circus. So did the Galvão Sisters, Tião Carreiro and Pardinha, Trio Parada Dura, and other sertanejo stars. Samba artists such as Adoniran Barbosa were also present at the circus ring. Pinxinguinha wrote compositions for the circus. Grande Otelo began acting in circuses as a child. And I couldn’t fail to mention Benjamim de Oliveira, who is considered the first black clown we have on record, and an important entrepreneurial artist who consolidated circus theater in Brazil. He wrote and directed texts and songs for numerous shows. So many other important figures—many whom this brief, unfinished text can’t even begin to name. Just like the many unknown names that history failed to record.

Like the Angélica from that circus on the outskirts of São Bernardo—who surely, besides playing the iconic character, was also a trapeze artist, tightrope walker, popcorn vendor, and ticket seller in that unknown traveling troupe.

Countless circus troupes—whether family-run or not, whether they came from abroad or were established here in Brazil—have not been, and

empreendedor, que consolidou o circo-teatro no Brasil, sendo autor e diretor de textos e músicas de diversos espetáculos. E muitos outros nomes importantes, que este pequeno texto inacabado não dará conta de escrevinhar, assim como tantos outros nomes desconhecidos que a história não cuidou de registrar. Como a Angélica do circo surgido na borda de São Bernardo, que, além de representar a personagem icônica, provavelmente era trapezista, equilibrista, pipoqueira e bilheteira desse grande circo desconhecido.

Inúmeras companhias e circos, familiares ou não, vindos do estrangeiro ou constituídos aqui no território brasileiro, não foram/são registrados. A grande Erminia Silva se dedicou com paixão a pesquisar e historiografar o circo, deixando um legado riquíssimo. Aponto aqui também o esforço sankofiano de Mariana Gabriel4 de olhar o passado para alavancar histórias de sua avó, Dona Maria Eliza Alves dos Reis, o palhaço Xamego, grande atração do Circo-Theatro Guarany nos anos 1940.

Em um processo de afetações culturais, percebo que não somente o circo incorporou expressões da cultura brasileira como, em outra via, manifestações tradicionais também aderiram ao imaginário circense. Isso se dá por exemplo na brincadeira do Cavalo-Marinho da Zona da Mata Norte de Pernambuco, onde encontramos as figuras5 do “Italiano e o Urso”. Assim como La Ursa, presente no Carnaval do Nordeste. Essas figuras podem revelar a presença de artistas mambembes independentes ou provenientes de circos, que chegaram a esses lugares com esse animal, que sabemos não ser originário do Brasil.

Acredito que o imaginário do/a/e palhaço/a/e do circo também tenha influenciado a nomenclatura de figuras cômicas presentes em manifestações afro-indígenas brasileiras, como a figura do Mateu,6 que no Reisado

often still are not, properly recorded. The great Ermínia da Silva dedicated herself passionately to the research and historiography of the circus, leaving us an invaluable legacy. Mariana Gabriel5 likewise carries on this Sankofian effort, looking to the past to reclaim and share the stories of her grandmother, Dona Maria Alves dos Reis, better known as Xamego the Clown, a star attraction of Circo Guarany in the 1940s.

Through a process of cultural interplay, I see that not only did the circus incorporate Brazilian traditions, but in turn, traditional expressions absorbed elements of the circus universe. Take for example the Cavalo Marinho folk play in Pernambuco’s Zona da Mata Norte, where you’ll find figures5 like “the Italian and the Bear.” Or “La Ursa,” a fixture in Brazilian Northeastern Carnival. These characters likely stem from independent circus artists who came through town with a bear—an animal clearly not native to Brazil.

I believe the image of the clown in popular culture also influenced the naming of comedic characters in Afro-Indigenous Brazilian traditions. Take the Mateu6in the Reisado de Congo from Ceará, often called “Mateu the Clown”, as the soldiers of Folia de Reis (traditional folk party from Ceará) also called “Folia clowns”. Though these figures have distinct foundations, their playfulness, physical expressiveness, jokes, and pranks resemble clowning.

Sebastião Pereira de Lima, known as Mestre Martelo, is the oldest active Mateu in Cavalo Marinho. When asked what it takes to be a Mateu, he said: “To be Mateu, you have to be Mateu and clown at the same time.” And added, “Just as there’s no circus without a clown, there’s no Cavalo Marinho without Mateu.” As Nêgo Bispo7 teaches us, Mateu and clown merge without overlapping.

Once, I watched Mestre Zé de Bibi’s Cavalo Marinho in Glória de Goitá, and was stuck by

de Congo do Ceará é chamado de “palhaço Mateu”, assim como as figuras dos soldados da Folia de Reis são chamados de “Palhaços da Folia”. Apesar de essas figuras terem fundamentos próprios, elas possuem o gracejo, a desenvoltura do corpo, piadas e presepadas que se assemelham aos do/a/e palhaço/a/e.

Sebastião Pereira de Lima, conhecido como mestre Martelo, é o Mateu de CavaloMarinho mais antigo em atividade. Ao falar sobre o que uma pessoa precisa para ser Mateu, ele diz que: “Para ser Mateu, você precisa ser Mateu e palhaço ao mesmo tempo”, e completa dizendo que: “Assim como não existe circo sem palhaço, também não existe Cavalo-Marinho sem Mateu”. Aqui, como nos ensina Nêgo Bispo,7 Mateu e Palhaço confluem sem se sobrepor.

Uma vez assisti ao Cavalo-Marinho do mestre Zé de Bibi, em Glória do Goitá, e fiquei impressionada com a figura do “Samba Aqui” e a similaridade com a estrutura da esquete clássica de palhaçaria “Aqui não pode tocar”.

Saloma Salomão conta que no Brasil, até os anos 1960, antes do rádio, da televisão e do futebol se tornarem as principais formas de entretenimento, eram os festejos populares, ao lado dos circos e lonas mambembes, as principais práticas de diversão e religiosidade das classes pobres. (SALOMÃO et al., 2024).

A professora Eliene Benício relatou em uma entrevista uma cena que viu em Itabuna, município da Bahia, terra onde ela nasceu. “Eu fui em um cirquinho bem mambembe e fiquei chocada de ver que os artistas colocaram o bode para atravessar na corda bamba.”

Um bode na corda bamba! Lá nas Europas tinha os hipodramas, um tipo de espetáculo teatral combinado com circo e cavalos, onde o cavalo muitas vezes era o ator principal. Mai mininu... Aqui a gente tem o bode na corda bamba!

the character “Samba Aqui” an the resemblance to the structure of the classic clowning skit “Aqui não pode tocar” (Here you can’t touch).

Saloma Salomão says that in Brazil, until the 1960s, before radio, television and football became the main entertainments, popular festivities, along with great and scrappy circuses, were the main forms of entertainment and religiosity of the poor people. (SALOMÃO, et. al 2024).

In an interview, teacher Eliene Benício recounted a scene she saw in Itabuna, a municipality in the state of Bahia, where she was born: “I went to a very ragtag circus and I was shocked to see that the performers put the goat on a tightrope. A goat on a tightrope! Back in Europe there were Hippodramas, a kind of theatrical show combined with circus and horses, where the horse was often the main actor. Oh boy... Here we have the Goat on a Tightrope!

I’ll stop here, as it’s about time for me to go, but like in every festivity, when the moment comes to say goodbye, I don’t really feel like leaving. I’ll just “write-and-live” one last little thing and slip away with the Caipora.

The fact is that the circus and its various agencies was, is and will continue to be popular. And I don’t mean that in a romanticized way. We know that the term popular has been and still is treated in opposition to what is called erudite, as “lesser” or artistically poor. The point is that without the popular — without the people who make the popular, those people belonging to the lowest layer of society, who have their own lingo, territories and cultures, who form the racialized foundation sustaining every colonized country — circus as a language would not exist in the world.

Popular circus is a constant creative power, it encompasses multiple forms of knowledge and is

Vou parando por aqui, que está dando a minha hora, mas, como em todo festejo, no momento da despedida não dá vontade de ir embora. Vou escreviver mais uma coisinha e saio com a caipora.

O fato é que o circo e seus diversos agenciamentos foi, é e continuará sendo popular. E não digo isso de forma romantizada. Sabemos que o termo “popular” foi e ainda é tratado em oposição ao que se diz erudito, como menor ou artisticamente pobre. A questão é que, sem o popular — sem o povo que faz o popular, essa gente pertencente ao estrato mais baixo da sociedade, que tem seus linguajares, territórios e culturas próprias e que é a base racializada que sustenta todo país colonizado —, o circo como linguagem não existiria no mundo.

O circo popular é potência inventiva constante, abarca múltiplos saberes e está sempre se atualizando. É o que faz essa arte ser tão reexistente, tão a cara da vizinha Sandra com o cabelo pintado de loiro.

Viva o circo popular! Viva o circo daqui e de todo lugar!

de motrizes e matrizes afrodiaspóricas e afroindígenas, tendo a rua como principal espaço de atuação. Vem fazendo sua trajetória de arte e vida com a pesquisa e prática da máscara de negrume da figura do Mateu, presente em diversas manifestações populares brasileiras. Organizou junto a Odília Nunes o livro Mateus de uma vida inteira, de autoria de mestre Martelo, de quem é discípula.

1 Referência retirada do podcast “O circo no brasil: um pouco de história para começar”, descrita nas referências bibliográficas.

2 Referente à capoeira, expressão afro-brasileira que mescla música, dança e luta, desenvolvida no Brasil por escravizados e descendentes.

3 A Revolta da Chibata foi um motim realizado por marinheiros no Rio de Janeiro em novembro de 1910, como protesto contra as más condições de vida e de trabalho nas Forças Armadas e o uso de chibatadas por oficiais navais brancos ao punir marinheiros negros.

4 Mariana Gabriel é jornalista e se dedica a pesquisar a origem de sua família circense. Realizou a série documental Guarany, Histórias do Circo dos Pretos, que apresenta a história de João Alves da Silva, fundador do Circo-Theatro Guarany e pai do palhaço Xamego, interpretado pela artista Maria Eliza, avó de Mariana.

5 Podemos associar a nomenclatura “figura” a personagem. As figuras utilizam máscara inteira, de couro, de papel machê ou pintura (de carvão ou farinha de goma) no rosto.

Artista da cena, diretora, educadora social e pedagoga, Cibele Mateus, desde 2005 desenvolve seus trabalhos cênicos a partir

REFERÊNCIAS

6 Figura cômica presente em diversas manifestações brasileiras, que pinta o rosto (máscara) de carvão ou tinta preta para saudar a ancestralidade africana.

7 Antônio Bispo dos Santos (1959-2023), popularmente conhecido como Nêgo Bispo, foi um filósofo, poeta, escritor, professor, líder quilombola e ativista político brasileiro. É considerado um dos maiores intelectuais do Brasil.

ABREU, Luiz Alberto de; SILVA, Ermínia. Respeitável público: o circo em cena. Rio de Janeiro: Funarte, 2009. Benício, Eliene; Dal Gallo, Fábio; Bolognesi, Mário Fernando (Orgs.). O circo: ontem e hoje. Cadernos do GIPE-CIT, n. 44, 2020.

CHICO, Vinícius; SARAIVA, Fagner; PEQUENINO, Mafalda (Org.). Comicidades e palhaçarias negras. 1. ed. São Paulo: Ed. dos autores, 2024.

LIMA, Sebastião Pereira de. Mateus de uma vida inteira. Org. Cibele Mateus; Odília Nunes. 1. ed. Pernambuco. Ed: dos autores, 2024.

O CIRCO NO BRASIL: UM POUCO DE HISTÓRIA PARA COMEÇAR (2ª TEMPORADA. EP.009). [Locução de]: Felipe Nickning. Entrevistada: Daniel Lopes e Eliane Benício. [S.l.]: Catavento companhia Circense; Spotify, 10 jan. 2003.

always being updated. That’s what makes this art so re-existent, so much like our neighbor Sandra with her dyed blonde hair.

Long live the popular circus! Long live the circus here and everywhere! Performer, director, social educator, and pedagogue, Cibele Mateus, since 2005, she has developed her theatrical work drawing on Afro-diasporic and AfroIndigenous matrices and impulses, with the street as her main stage. Her artistic and life journey has been shaped by the research and practice of the mask of negrume embodied in the character of “Mateu,” found in various Brazilian popular traditions. Together with Odília Nunes, she organized the book Mateus de uma vida inteira (Mateus of a Lifetime), written by Mestre Martelo, of whom she is a disciple.

1 Reference taken from the podcast “O circo no brasil: um pouco de história para começar”, detailed in the bibliographical references.

2 Refers to capoeira, an Afro-Brazilian expression that blends music, dance, and martial arts, developed in Brazil by enslaved people and their descendants.

3 The Revolt of the Lash was a mutiny carried out by sailors in Rio de Janeiro in November 1910, in protest against poor living and working conditions in the armed forces and the use of lashes by white naval officers when punishing black sailors.

4 Mariana Gabriel is a journalist dedicated to researching the origins of her circus family. She created the documentary series Guarany, Histórias do Circo dos Pretos (“Guarany, Stories of the Black Circus”), which tells the story of João Alves da Silva, founder of Circo Teatro Guarany and father of Clown Xamego, a character performed by the artist Maria Eliza, Mariana’s grandmother.

5 We can associate the nomenclature “figure” with character. Figures wear full masks, made of leather, papier-mâché or paint (charcoal or gum flour) on their faces.

6 A comic figure present in various Brazilian events who paints his face (mask) with charcoal or black paint to salute his African ancestry.

7 Antônio Bispo dos Santos, popularly known as Nêgo Bispo, was a Brazilian philosopher, poet, writer, teacher, quilombola leader and political activist. He is considered one of Brazil’s greatest intellectuals.

REFERENCES

ABREU, Luiz Alberto de; SILVA, Ermínia. Respeitável público: o circo em cena. Rio de Janeiro: Funarte, 2009. Benício, Eliene; Dal Gallo, Fábio; Bolognesi, Mário Fernando (Orgs.). O Circo: Ontem e Hoje. Cadernos do GIPE-CIT, n. 44, 2020.

CHICO, Vinícius; SARAIVA, Fagner; PEQUENINO, Mafalda (Org.). Comicidades e palhaçarias negras. 1. ed. São Paulo: Ed. dos autores, 2024.

LIMA, Sebastião Pereira de. Mateus de uma vida inteira. Organization: Cibele Mateus; Odília Nunes. 1. ed. Pernambuco. Ed: dos autores, 2024. O CIRCO NO BRASIL: UM POUCO DE HISTÓRIA PARA COMEÇAR (2ª TEMPORADA. EP.009).

[Voice-over by]: Felipe Nickning. Interviewed: Daniel Lopes and Eliane Benício. [S.l.]: Catavento companhia Circense; Spotify, Jan. 10, 2003.

ESCRITURGÊNCIAS NA CONTEMPORANEIDADE CIRCENSE

ESCRITURGÊNCIAS

IN CONTEMPORARY CIRCUS

Diocélio Batista Barbosa

Ao lançarmos nossas percepções em torno das cenas, festivais e atividades formativas circenses na contemporaneidade, é possível observarmos iniciativas produzidas por grupos, artistas e instituições que se relacionam com a noção de composição, seja a nível micro, no qual as subjetividades e os quereres pessoais são evidenciados durante a condução e a concepção dessas iniciativas, seja na dimensão macro, em que os desejos que envolvem a sociedade como um todo se tornam basilares na condução das atividades específicas de cada um dos três segmentos referenciados.

When we look at circus scenes, festivals, and training activities in contemporary times, we can observe initiatives produced by groups, artists, and institutions that relate to the notion of composition—both at the micro level, where subjectivities and personal desires are highlighted during the development and conception of these initiatives, and at the macro level, where the desires involving society as a whole become fundamental in shaping the specific activities of each of the three aforementioned segments.

Analisando a cena circense, é possível perceber aspectos recorrentes nas estruturas dramatúrgicas de algumas obras, tais como: 1. Camadas discursivas que versam sobre aspectos do ativismo das sujeitas e dos sujeitos em sociedade; 2. Depoimentos pessoais dos próprios corposperformers; e 3. Estruturas narrativas que são construídas a partir de documentos e arquivos pessoais ou públicos. Diante desse cenário, podemos constatar que o virtuosismo técnico não se torna o ponto de partida ou um fim em si mesmo no ato criativo desses e dessas artistas.

Portanto, são obras que aglutinam as habilidades como um dos muitos outros recursos disponíveis em um processo de composição dramatúrgica, o que, dessa forma, cria uma rede de diálogos entre os diversos elementos cênicos, dissipando aspectos hierarquizantes e dominantes tão presentes na história do circo. Dessa maneira, a tão almejada dramaturgia do risco se torna apenas uma dentre tantas outras que emergem dentro de processo composicional, o que amplia a artesania de uma cena que traz outras camadas para além de um viés meramente estético.

Contudo, é importante frisar que, com esta reflexão, não se quer anular o aprimoramento técnico, e sim expandir a sua ação no processo de composição das dramaturgias circenses.

Essas estratégias de composição dramatúrgica foram consideradas no estudo realizado por este autor e pela autora Maria Carolina Vasconcelos, intitulado Pluralidades

Dramatúrgicas nos Circos Contemporâneos (BARBOSA, OLIVEIRA, 2021), como sendo tendências contemporâneas circenses. Portanto, é nesse contexto que narrativas e subjetividades levadas à cena, que trazem consigo um desejo de ecoar as vozes discursivas dos próprios corpos-performers, venho denominando na minha pesquisa doutoral de Escriturgências.1

Analyzing the circus scene, we can notice recurring aspects in the dramaturgical structures of some works, such as: 1. Discursive layers that address aspects of social activism by the subjects; 2. Personal testimonies from the performerbodies themselves; and 3. Narrative structures built from personal or public documents and archives. Against this backdrop, we can observe that technical virtuosity is neither the starting point nor an end in itself in the creative process of these artists.

These are works that integrate technical skills as one among many resources within a dramaturgical composition process, thereby creating a network of dialogues among various scenic elements and dispelling hierarchical and dominant aspects so present in the history of circus arts. In this sense, the much-discussed dramaturgy of risk becomes just one of many approaches emerging within the compositional process, broadening the craftsmanship of a scene that brings layers beyond a merely aesthetic bias.

However, it is important to emphasize that this reflection is not intended to dismiss technical refinement, but rather to expand its role within the composition of circus dramaturgies.

These dramaturgical composition strategies were examined by this author and Maria Carolina Vasconcelos in the study entitled Pluralidades

Dramatúrgicas nos Circos Contemporâneos (BARBOSA, OLIVEIRA, 2021) as contemporary circus trends. In this context, narratives and subjectivities are brought to the stage, conveying a desire to echo the discursive voices of the performer-bodies themselves—what I have been referring to in my doctoral research as Escriturgências 1

We can notice that these divergent forms of dramaturgical writing provoke a sense of estrangement in audiences, perhaps because such works are often received through a lens steeped

O que se percebe é que essas formas desviantes de escritas dramatúrgicas provocam no público um sentimento de estranhamento, talvez porque receba essas obras a partir de uma perspectiva imersa em um imaginário romântico do circo; uma vez que ele não é contemplado, se efetiva esse fenômeno reativo. Este me parece ser um dos grandes desafios dos e das artistas na contemporaneidade: dialogar com a recepção, mas, ao mesmo tempo, não se deixar enclausurar em padrões hegemônicos de arte, ou ainda em modelos e normas rígidas preestabelecidas.

Vale salientar que essa busca não é mero estilo, investigação de linguagem ou ainda tentativa de tematizar uma obra; ao contrário, essas escolhas buscam um contraponto e um desvio dos modelos preexistentes, o que vem revelar dramaturgias com camadas de alteridades, ou seja, que se voltam para a existência de outras realidades narrativas, para além daquelas questões postas como estéticas imutáveis. Dessa perspectiva, os agenciamentos são bem mais complexos, uma vez que os discursos que os criadores e as criadoras trazem em suas obras são tensionados desde a gênese da concepção da obra, ou então nascem durante o processo de criação — de todo modo, isso acontece se há um processo investigativo profundo. Portanto, essas estratégias escritas não estão apartadas do processo de investigação prática e não são adotadas por mera casualidade, e sim devido a fatores conscientes que versam sobre aspectos do urgente e do emergente.

Venho percebendo que a noção de Escriturgências pode atuar como uma espécie de “guarda-chuva”, onde se abarca uma multiplicidade de tendências. Dessa forma, identifico em certas produções aspectos que caminham por narrativas autobiográficas, documentárias, políticas e ecoperformativas.

in a romanticized imaginary of the circus. When that expectation is not fulfilled, a reactive response may occur. This seems to be one of the greatest challenges for the contemporary artist: finding ways to connect with their audiences without getting boxed into hegemonic art standards or rigid, pre-set frameworks.

It is noteworthy that this pursuit is not merely about style, language experimentation, or thematization of a work. On the contrary, these choices aim to provide a counterpoint and a deviation from pre-existing models, revealing dramaturgies layered with otherness—in other words, oriented toward the existence of other narrative realities beyond those regarded as fixed aesthetic norms. From this perspective, the artistic agencies involved are much more complex, since the discourses that creators bring into their works are under tension from the very genesis of the creative process or emerge within it, thus implying a deep investigative process. These written strategies are therefore not separate from practical research processes, nor are they adopted by chance, but rather by conscious choices that respond to what is urgent and emergent.

I have come to understand that the notion of Escriturgências can function as a kind of umbrella, encompassing a multiplicity of tendencies. In this way, I identify in certain productions elements that align with autobiographical, documentary, political, and ecoperformative narratives.

On the other hand, it is important to emphasize that Escriturgências are not confined solely to the spectacular realm, nor limited to the dramaturgical structures of circus performances. This perspective can be expanded when we recognize these elements in the curatorial processes of circus festivals, for example. Today, circus festival programmers are broadening their concepts and ways of assembling their programs

Por outro lado, vale salientar que as Escriturgências não estão restritas apenas ao âmbito espetacular, isto é, cerradas nas estruturas dramatúrgicas dos espetáculos circenses. Podemos ampliar essa percepção ao encontrarmos esses aspectos no processo curatorial de um festival de circo, por exemplo. Programadores de festivais circenses na atualidade estão ampliando seus conceitos e formas de compor as programações quando se utilizam, como fontes basilares, de obras que apresentam escritas da urgência e da emergência dialogando diretamente com a nossa contemporaneidade.

A nível de exemplificação, podemos citar a sétima edição do Circos — Festival Internacional Sesc de Circo,2 realizada em 2023, que ofereceu em sua programação obras com tais perspectivas, para citar algumas: Yé – Água, do grupo Circus Baobab, da Guiné, que foca na desigualdade da distribuição de água potável no planeta; King Kong Fran, apresentado por Rafaela Azevedo, que por meio da palhaçaria feminina traz reflexões sobre sexualidade e distinção de gênero como construção social, e outros temas tabus; Circo de los Pies, com atuação da artista Emeli Bruna Barossi, obra que apresenta uma narrativa a partir das memórias, potências e limitações do corpo, discutindo questões como acessibilidade e inclusão; e por fim Colibri — Uma Fábula

Circense Latino-americana, do coletivo Um Café da Manhã, que trouxe em cena a parceria entre artistas do Brasil, México, Peru e Colômbia, para debater questões como decolonialismo e identidades latino-americanas.

No âmbito de um cenário formativo em que se estimula a criação de uma escrita autoral circense, as experiências que venho acumulando desde 2021 como provocador em um curso norteado pelas poéticas da Escriturgências me levam a perceber que existe uma facilidade na eclosão dessas narrativas,

when they prioritize works that present writings of urgency and emergency—works that directly engage with the issues of our time.

As an example, we can cite the 7th edition of CIRCOS – Sesc International Circus Festival2, held in 2023, which featured works that conveyed such perspectives. To name a few: “YÉ – ÁGUA”, by the Guinean group Circus Baobab, focuses on the unequal distribution of clean water across the planet; “King Kong Fran”, performed by Rafaela Azevedo, uses female clowning to explore themes such as sexuality, gender as a social construct, and other taboo subjects; “Circo de los Pies”, featuring artist Emeli Bruna Barossi, presents a narrative built around the memories, strengths, and limitations of the body, addressing issues such as accessibility and inclusion; and “Colibri – Uma Fábula Circense Latino-americana”, by the artist collective Um Café da Manhã, which brings together artists from Brazil, Mexico, Peru, and Colombia to reflect on decolonialism and Latin American identities.

Within a formative context that encourages the development of authorial circus writing, my experiences since 2021 as a facilitator of a course grounded in the poetics of Escriturgências have led me to perceive a readiness for the emergence of such narratives—artistic desires that seem to have already been poised to come to life. Perhaps what is needed is a broader dissemination of these dramaturgical composition methodologies within and for the circus. Believing in this hypothesis, I was motivated to promote the creation of an e-book entitled Dramaturgias Circenses: escritas em processo3, so that these experiences and methodologies could be shared. The book was launched after a collection of writings produced during a training activity held by SESC Avenida Paulista (SP) in 2021. The eighteen dramaturgies-in-process compiled in this publication deal with themes related to autobiography, autofiction, and politics, and

que de alguma forma se presentificam como desejos artísticos latentes, prontos para ganhar vida. Talvez o que se necessitaria seria uma maior difusão dessas metodologias de composições dramatúrgicas no/para o circo.

Acreditando nessa hipótese, fui impulsionado a estimular a criação de um e-book, intitulado Dramaturgias circenses: escritas em processo, para que essas vivências e metodologias fossem partilhadas. A obra foi lançada como uma coletânea de escritas emergidas durante uma atividade formativa promovida pelo Sesc Avenida Paulista, em São Paulo, no ano de 2021. Dessa forma, as dezoito dramaturgias em processo, compiladas nesse título que versa sobre questões relativas à autobiografia, à autoficção e à política, foram tramadas, trançadas, alinhavadas por autoras e autores latino-americanos que se relacionaram diretamente com um processo composicional cuja base metodológica foi a noção de Escriturgências como base metodológica para a criação dessas escritas.

Diante disso, o que se percebe é a existência de um devir dramatúrgico, no qual não há uma superação ou a crise de uma forma em detrimento de outras, o contemporâneo versus o tradicional; o que se estabelece é uma relação de recriação, de atualização, de um fluxo permanente que confirma a multiplicidade da linguagem circense. Portanto, se concretizam processos de composições de Escriturgências em uma cena circense plural.

were woven, braided, and stitched together by Latin American authors engaged in a compositional process that used the concept of Escriturgências as a methodological foundation.

From this, we can observe the emergence of a dramaturgical becoming—one in which there is neither a replacement nor a crisis of one form in favor of another, such as contemporary versus traditional. Rather, what is established is a relationship of recreation, of updating—a continuous flow that confirms the multiplicity of circus language. Thus, Escriturgências composition processes are materialized within a plural circus scene.

REFERÊNCIAS:

BARBOSA, Diocélio Batista; OLIVEIRA, Maria Carolina Vasconcelos (org.). Circo e comicidade: reflexões e relatos sobre as artes circenses em suas diversas expressões. São Paulo: Paco Editorial, 2021.

BARBOSA, Diocélio Batista (org.). Dramaturgias circenses: escritas em processo [livro eletrônico]. João Pessoa, PB: Diocélio Batista Barbosa, 2021.

Diocélio Batista Barbosa é doutorando na Universidade Federal da Bahia (UFBA), atorpalhaço, diretor, produtor cultural e possui formação em Dramaturgia Circense pelo CNAC/França.

1 Desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia – UFBA, sob orientação do Prof. Dr. Fabio Dal Gallo.

2 Disponível em: sescsp.org.br/circos.

3 Disponível em: arlequinoproducoes.com/ dramaturgiascircensesescritasemprocesso.

Diocélio Batista Barbosa is enrolled in the PhD program at UFBA. He is an actor-clown, director, cultural producer, and holds a degree in Circus Dramaturgy from CNAC/France.

1 Developed in the Graduate Program in Performing Arts at the Federal University of Bahia - UFBA under the guidance of Prof. Dr. Fabio Dal Gallo.

2 Available at: sescsp.org.br/circos.

3 Available at: arlequinoproducoes. comdramaturgiascircensesescritasemprocesso

REFERENCES:

BARBOSA, Diocélio Batista; OLIVEIRA, Maria Carolina Vasconcelos (org.). Circo e Comicidade: reflexões e relatos sobre as artes circenses em suas diversas expressões. São Paulo: Paco Editorial, 2021.

BARBOSA, Diocélio Batista (org.). Dramaturgias circenses: escritas em processo [electronic book]. João Pessoa, PB: Diocélio Batista Barbosa, 2021.

VETUS VENUSTAS : CIRCO, ENVELHECIMENTO E TRANSMISSÃO INTERGERACIONAL

VETUS VENUSTAS: CIRCUS, AGING, AND INTERGENERATIONAL TRANSMISSION

Leandro Mendoza

O projeto Vetus Venustas nasce de uma necessidade urgente: rever a velhice no mundo do circo contemporâneo. Não a partir de uma visão nostálgica nem condescendente, mas como um exercício de reconhecimento, reparação e transmissão de saberes. A reflexão se constrói sobre uma base clara: em muitas disciplinas artísticas — e especialmente

The Vetus Venustas project was born out of an urgent need: to rethink aging within the world of contemporary circus. Not through a nostalgic or condescending lens, but as an exercise in recognition, reparation and knowledge transmission. This reflection is built on a clear foundation: in many artistic disciplines — especially those that demand great physical

naquelas que exigem grande esforço físico —, os corpos envelhecidos tendem a desaparecer dos palcos. Essa ausência não é apenas consequência do desgaste físico, mas, sobretudo, de um sistema de valores que associa produtividade à juventude e à rentabilidade, excluindo aqueles que já não atendem a essas expectativas.

A proposta se foca em um fenômeno social mais amplo: a exclusão sistemática das pessoas idosas do campo cultural e da sociedade em geral. O que se expressa aqui não é somente uma questão artística, mas uma forma concreta de etarismo, uma marginalização baseada em critérios de idade. Muitos artistas veteranos foram deslocados, forçados a se retirar de sua profissão por falta de espaço, oportunidades ou visibilidade. Permaneceram à margem, como exilados de suas próprias trajetórias.

Ao mesmo tempo, o projeto observa outro fenômeno, desta vez entre as gerações mais jovens: a sensação de fracasso ou estagnação, a dificuldade de consolidar carreiras artísticas em um contexto econômico e social que prioriza a rentabilidade acima do valor simbólico ou social das práticas artísticas. Nesse contexto, o circo — uma disciplina que historicamente desafiou normas sociais e que continua confrontando preconceitos sobre o corpo, o risco e a diferença — torna-se um território especialmente sensível a essas tensões.

Vetus Venustas constrói uma ponte entre essas duas gerações, partindo de uma ideia fundamental: não pode haver futuro sem memória. O espetáculo convida a conhecer as trajetórias de artistas mais velhos, conhecer suas biografias e reconstruir seus caminhos de vida e profissionais. Essa dimensão antropológica — que reconhece a experiência individual como um bem coletivo — se torna o núcleo do projeto: transmitir não apenas técnicas, mas formas de vida, decisões éticas, modos de habitar o corpo e de entender a arte.

exertion — aging bodies tend to disappear from the stage. This absence is not merely the result of physical wear and tear, but primarily of a value system that equates productivity with youth and profitability, excluding those who no longer meet these expectations.

The project addresses a broader social phenomenon: the systematic exclusion of older people from the cultural sphere and from society as a whole. What’s at stake here is not just an artistic issue, but a concrete form of ageism — marginalization based on age. Many veteran artists have been displaced, forced to abandon their profession due to lack of space, opportunity, or visibility. They have remained on the margins, exiled from their own trajectories.

At the same time, the project observes another phenomenon, this time among younger generations: a sense of failure or stagnation, and the difficulty of building artistic careers within an economic and social context that prioritizes profitability over the symbolic or social value of artistic practices. In this context, the circus — a discipline that has historically defied social norms and continues to challenge prejudices about the body, risks, and differences — becomes a particularly sensitive terrain for these tensions.

Vetus Venustas builds a bridge between these two generations, based on a fundamental idea: there can be no future without memory. The performance invites the audience to discover the lives of older artists, to learn about their biographies and reconstruct their personal and professional journeys. This anthropological dimension — which regards individual experience as a collective asset — becomes the heart of the project: to transmit not just techniques, but ways of life, ethical choices, ways of inhabiting the body and understanding art.

O processo de criação do espetáculo baseou-se em pesquisa direta, troca de relatos, trabalho físico e reflexão coletiva. Emergiram temas como o medo, o cuidado, a dignidade, a fragilidade, o valor do ofício e a filosofia pessoal de cada intérprete. O que se propõe não é apenas um espetáculo para o público, mas uma experiência significativa para quem o cria. Nesse processo, as hierarquias habituais — baseadas na idade, na destreza ou na visibilidade — são desativadas, dando lugar a uma horizontalidade baseada no reconhecimento mútuo.

A metáfora cênica escolhida é o armazém: um espaço onde se guardam objetos velhos, empoeirados, considerados obsoletos ou descartáveis. É ali que os personagens habitam, reclusos em caixas, invisibilizados. O próprio espaço é um relato: um lugar de esquecimento que, no entanto, conserva a memória em cada um de seus elementos. Em cena, os personagens surgem dessas caixas — de um caixão, inclusive — representando não apenas o retorno à vida cênica, mas a reativação de uma memória coletiva. A imagem é clara: há vida, valor e sentido naquilo que foi descartado.

O resultado é uma peça que alguns espectadores definiram como “circo humanista”. O termo remete a uma prática artística que coloca no centro a dimensão humana, acima do espetáculo visual. Aqui, o foco não está na façanha física ou no virtuosismo técnico, mas na relação entre os corpos, nos gestos compartilhados, na emoção contida em um olhar ou em uma ação mínima. Não se trata de impressionar, mas de conectar, de gerar empatia e reconhecimento.

Essa conexão se estende ao público. Vetus Venustas provoca identificação, especialmente em pessoas que viveram a experiência do envelhecimento em seu entorno. As relações familiares, as transformações corporais, as

The process of creating the performance was based on direct research, the sharing of personal stories, physical work, and collective reflection. Themes such as fear, care, dignity, fragility, the value of the craft, and each performer’s personal philosophy emerged. The goal is not simply to produce a show for the audience, but to create a meaningful experience for those making it. In this process, traditional hierarchies — based on age, skill, or visibility — are suspended, giving way to a horizontal dynamic grounded in mutual recognition.

The chosen scenic metaphor is a warehouse: a space where old and dusty objects are kept, considered obsolete or disposable. This is where the characters live, confined in boxes, rendered invisible. The space itself is a narrative: a place of forgetting that, nonetheless, preserves memory in each of its elements. On stage, the characters emerge from these boxes — even from a coffin — symbolizing not only a return to stage life, but the reactivation of a collective memory. The image is clear: there is life, value, and meaning in what has been discarded.

The result is a show that some audience members have described as “humanist circus.”

The term refers to an artistic practice that places the human dimension at the center, above spectacle or visual dazzle. Here, the focus is not on physical feats or technical virtuosity, but on the relationships between bodies, on shared gestures, on the emotion contained in a glance or a small action. It’s not about impressing, but connecting — to generate empathy and recognition.

That connection extends to the audience. Vetus Venustas elicits identification, particularly among people who have witnessed aging in their families or communities. Family relationships, bodily transformations, losses, and life lessons are projected directly onto the stage. The performance does not seek to

perdas e os aprendizados se projetam no palco de forma direta. O espetáculo não busca comover por meio de recursos fáceis, mas através de uma exposição sincera e honesta da vida como trajetória comum. Isso o transforma, em termos antropológicos, em um dispositivo de mediação entre gerações, que permite abrir conversas necessárias sobre o tempo, o corpo, a dignidade e a arte.

Do ponto de vista da prática artística, o projeto levanta questões sobre como repensar os formatos cênicos para integrar a diversidade etária, como adaptar os processos criativos para incorporar diferentes ritmos e necessidades e como romper com o paradigma do novo como único valor estético. Também sugere uma redefinição do conceito de profissionalismo: ser profissional não é apenas ser ágil ou jovem, mas ter uma trajetória, um saber situado, uma perspectiva construída ao longo dos anos.

Vetus Venustas é uma intervenção cultural que propõe uma visão alternativa do circo, distante da lógica de mercado e centrada nos vínculos humanos. É uma aposta na permanência, na transmissão viva, na criação coletiva entre gerações. E é, sobretudo, uma advertência de que a arte não pertence apenas ao presente imediato, mas também àqueles que a construíram, viveram e continuam sustentando com seus corpos, suas histórias e suas memórias.

move the audience through easy resources, but through a sincere and honest portrayal of life as a shared journey. In anthropological terms, it becomes a device for mediation between generations, opening up necessary conversations about time, the body, dignity, and art.

From the perspective of artistic practice, the project raises questions about how to rethink performance formats to integrate age diversity; how to adapt creative processes to accommodate different paces and needs; and how to break with the paradigm of “the new” as the sole aesthetic value. It also suggests a redefinition of professionalism: being a professional is not only about being agile or young, but about having a trajectory, a situated knowledge, and a perspective built over time.

Vetus Venustas is a cultural intervention that proposes an alternative vision of circus — one that departs from market logic and centers on human connections. It is a commitment to continuity, to living transmission, to collective creation across generations. Above all, it is a reminder that art does not belong only to the immediate present, but also to those who have built it, lived it, and continue to sustain it with their bodies, stories, and memories.

Leandro Mendoza Artagaveitia é diretor cênico e dramaturgo argentino-espanhol, referência do circo contemporâneo e fundador da companhia Cíclicus.

Leandro Mendoza Artagaveitia is an ArgentineSpanish stage director and playwright, a leading figure in contemporary circus and founder of the company Cíclicus.

EMPATANDO CORDAS

E REBUSCANDO ACERVOS

AFETIVOS: A MINA DE OURO DO CIRCO BRASILEIRO

TYING ROPES AND UNEARTHING AFFECTIVE ARCHIVES: THE GOLD MINE OF BRAZILIAN CIRCUS

Quando as gêmeas nasceram, seu destino estava traçado: brilhar no espetáculo de circo da família Silva. No entanto, nem mesmo constituindo a tradição da quarta geração de uma família de circo itinerante foi suficiente para impedir uma mudança radical nesse destino. E, assim, Erminia Silva foi, já moça, direcionada por sua família a não ser artista

When the twins were born, their fate was sealed: they were destined to shine in the Silva family’s circus show. However, not even being part of the fourth generation of a traditional itinerant circus family was enough to prevent a radical change in that path. And so, while still a young woman, Erminia Silva was steered by her family away from the circus

circense, vindo a fixar residência, estudar e construir a vida na cidade de São Paulo.

Por anos se dedicou ao trabalho numa instituição bancária, embora o seu desejo de retornar às suas raízes a tenha levado a realizar mais uma radical mudança: a de tornar-se historiadora e, simultaneamente, pesquisadora do circo. Assim, a mulher com serragem nas veias se tornou mestre e doutora em História Social e da Cultura pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp), produzindo umas das obras mais prestigiadas da história do circo brasileiro: Respeitável Público… o circo em cena. Nos anos seguintes, edificou uma sólida e respeitadíssima carreira, transitando entre artistas, famílias circenses, organizações que construíam a reconhecida prática do circo social e também pelas universidades. Para ela, Mina, todos/as deviam ser considerados pesquisadores/as, de modo que ela sempre manteve sua sensibilidade e atenção abertas para qualquer pessoa que desejasse estudar o circo. Aliás, nunca discriminou as diferentes áreas do conhecimento e sua vinculação ou não à universidade, tendo até mesmo promovido um forte diálogo entre o circo e seus saberes com a área da saúde, juntamente com Emerson Merhy, seu companheiro de vida; o que importava — como me ajudou a lembrar seu discípulo mais próximo, Daniel de Carvalho Lopes — era o desejo de desvelar e transmitir os saberes e as histórias do circo.

Após contribuir para a construção da hemeroteca digital PindoramaCircus –Notícias do Circo Brasileiro, numa parceria com Verônica Tamaoki (recém-reconhecida como Doutora Notório Saber pela UFBA), fundou o maior e mais completo repositório digital de circo em português, o Circonteúdo, desta vez em parceria com Daniel Lopes (Circus/Unicamp) e Giane Daniela Carneiro.

arts, settling down, studying, and building a life in the city of São Paulo.

For years, she worked at a banking institution. Still, the desire to return to her roots led her to make yet another radical change: she became a historian and, simultaneously, a circus researcher. Thus, this woman with “sawdust in her veins” earned both her master’s and PhD degrees in Social and Cultural History at the Institute of Philosophy and Human Sciences of the State University of Campinas (IFCH/Unicamp), producing one of the most celebrated works on the history of Brazilian circus: Respeitável Público... o circo em cena (Esteemed Audience… the Circus on Stage).

In the years that followed, she built a solid and widely respected career, moving fluidly between artists, circus families, organizations engaged in social circus, and academic institutions. For her — Mina — everyone was to be considered a researcher, so she always kept her sensitivity and openness to anyone interested in studying the circus. In fact, she never discriminated against any field of knowledge or its affiliation (or not) with academia. She even fostered a deep dialogue between circus knowledge and the field of healthcare, alongside her life partner Emerson Merhy. What truly mattered — as her closest disciple, Dr. Daniel de Carvalho Lopes, reminded me — was the desire to unveil and share the stories and knowledge of the circus.

After contributing to the creation of the digital library archive “PindoramaCircus – Notícias do Circo Brasileiro”, in collaboration with Verônica Tamaoki (recently awarded the title of Doctor Honoris Causa by UFBA), she went on to found Circonteúdo — the largest and most complete digital repository on circus in Portuguese — this time in partnership with Daniel Lopes (Circus/Unicamp) and Giane Daniela Carneiro.

E, numa parceria cheia de cumplicidade e respeito, fundou comigo em 2006 o Grupo de Pesquisa em Circo (Circus), formalizado pela Faculdade de Educação Física da Unicamp junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), coletivo que se converteu em uma das principais referências latino-americanas no campo da pesquisa do circo.

Erminia nunca se aquietou. Passou alguns anos como professora associada no Programa de Pós-graduação em Artes da Unesp de São Paulo e atuou em muitas outras instituições, como a Escola Nacional de Circo Luiz

Olimecha (Enclo) e a Escola Livre de Palhaço (Eslipa). Levou ao pé da letra seu lema de dialogar com todas as formas de conhecimento e fazia questão de dizer, referindo-se ao poeta Manoel de Barros: “Repetir, repetir, até fazer diferente”. Foi, ademais, coorganizadora do grupo Psircos e recebeu inúmeros prêmios e homenagens, incluindo, em 2012, o Prêmio Governador do Estado de São Paulo para a Cultura, na categoria Circo. Desta forma, Mina foi e sempre será parte do grande coletivo de pessoas que vivem o circo!

É preciso lembrar, ainda, que ela nos presenteou com uma das mais densas e relevantes obras da história do circo brasileiro, Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil, aclamada produção, que em 2022 recebeu uma segunda edição revisada e ampliada, que destaca o palhaço Benjamim como um dos mais importantes multiartistas nacionais. Ainda que tenha conseguido tratar da sua própria família, como sempre desejou, ela não concluiu esse processo, deixando para todos nós uma tarefa que precisaremos retomar. Aliás, ela nos deixou muitos legados, dentre eles um desejo incansável de falar do circo, da sua história, das suas pessoas, de suas contradições e realizações.

In a relationship filled with complicity and respect, she also co-founded, with me, in 2006, the Circus Research Group (Circus), a research group officially recognized by the School of Physical Education at Unicamp and the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq). This collective would become one of the leading references in Latin America in the field of circus research.

Erminia was never one to stand still. She spent several years as an associate professor in the Graduate Program in Arts at UNESP in São Paulo and worked with many other institutions, such as Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha (Luiz Olimecha National Circus School - ENCLO) and Escola Livre de Palhaços (Open School of Clowns - Eslipa). She took her motto of engaging with all forms of knowledge literally and often quoted the poet Manoel de Barros: “Repeat, repeat, until it’s different.” She was also co-organizer of the Psircos group and received countless awards and honors, including, in 2012, the São Paulo State Governor’s Award for Culture, in the Circus category. Thus, Mina was — and always will be — part of the great collective of people who live the circus!

We must also remember that she gifted us one of the most profound and relevant works on the history of Brazilian circus: Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil, a landmark publication which received a revised and expanded second edition in 2022 and which firmly positions the clown Benjamim as one of Brazil’s most important multi-artists. Although she finally managed to write about her own family, as she had always wished, she did not finish this process — leaving us all a task we must take up. In fact, she left us with many legacies, among them an unrelenting desire to speak of the circus, its history, its people, its contradictions, and its achievements.

Orientando inúmeros trabalhos acadêmicos, impulsando o pensamento crítico e profundo sobre o circo, Erminia consolidou um prestígio incomum e uma admiração incondicional da comunidade circense nacional e internacional.

De fato, a pandemia reforçou que Erminia era uma gigante, pois os convites para participar de ações online eram diários e ela se tornou uma celebridade do circo virtual! E não podia ser diferente: Erminia e seus “cabelos vermelhos ou azuis” voando na internet e chacoalhando qualquer pré-conceito sobre o circo!

É certo dizer que Erminia formou inúmeros/ as outros/as pesquisadores/as por meio da formalidade e dos ritos universitários e a partir de seus poderosos escritos. Contudo, foi na oralidade — no bate-papo, na prosa séria quase sempre regada a risadas — que Mina formou novas gerações de artistas, pesquisadores/as, entusiastas e pessoas que melhor compreendem o fenômeno complexo e secular que é o circo. De fato, ela formou uma enorme família itinerante de alunos/as, discípulos/as e admiradores/as, oferecendo ao circo tudo o que ele deu a ela: família, paixão, arte e inspiração.

Viva a MINA de ouro do circo brasileiro!

Marco A. C. Bortoleto é professor doutor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do Grupo de Pesquisa em Circo (Circus).

By advising numerous academic works and fostering critical and in-depth thinking about the circus, Erminia earned uncommon prestige and the unconditional admiration of the national and international circus communities. The pandemic only confirmed that she was a giant — online event invitations became a daily occurrence, and she became a true celebrity in the virtual circus world! And how could it have been otherwise? Erminia, with her red or blue hair flying across the internet, shaking up every pre-conception about the circus!

It’s fair to say that Erminia educated countless other researchers through formal university settings and through her powerful writings. However, it was through oral exchanges — informal conversations, serious discussions almost always laced with laughter — that Mina educated new generations of artists, researchers, enthusiasts, and people who came to better understand the complex, centuriesold phenomenon that is the circus. In truth, she created a vast itinerant family of students, disciples, and admirers, giving the circus everything it had given her: family, passion, art, and inspiration.

Long live the Gold MINA of Brazilian circus!

Marco A. C. Bortoleto holds a PhD and is a professor at Unicamp, where he coordinates the Circus Research Group (Circus).

AS FRONTEIRAS QUE CAEM

(OU

RESISTEM) QUANDO A ARTE FALA MAIS ALTO QUE O PASSAPORTE

THE BORDERS THAT FALL (OR RESIST) WHEN ART SPEAKS LOUDER THAN A PASSPORT

Rogério Piva

Quando jovem, nunca pude imaginar que o mundo fosse tão extenso. Lembro a primeira vez que visitei o centro de São Paulo, aos catorze anos de idade, e tive um choque ao ver biótipos de pessoas que não eram tão comuns no lugar de onde vinha. Meu bairro, pelos fundões desta imensa cidade, foi formado por retirantes nordestinos, resistentes e

When I was young, I could never have imagined how vast the world truly was. I remember the first time I visited downtown São Paulo at the age of 14, and was struck by the diversity of people so unlike those from the outskirts where I came from. My neighborhood, in the depths of this immense city, was formed by retirantes (migrants who

sobreviventes de um Brasil de fronteiras. Eu começava a ter consciência da primeira fronteira dentro da minha cidade e de que, de alguma forma, estar no centro me fazia pensar estar em um filme de Hollywood. Quando fazia malabarismo pelas faixas de pedestre da avenida Brasil, avenida Nove de Julho, rua Groenlândia, cada carro, cada rosto, cada gesto era de um mundo que eu não conhecia e com o qual minha arte, nos primeiros passos que eu dava com ela, me colocava de frente. Carregando minha mochila com materiais de malabarismo feitos com garrafas e cabos de vassoura, trapos de figurinos de Carnaval, eu circulava por pontos da cidade, experimentando os semáforos, visitando os repentistas da Praça da Sé, o Homem da Cobra no Largo São Bento, pintores e cantores. A arte feita por pessoas com que eu me identificava, que se pareciam com meus vizinhos e que ali eu tinha como referências desse mundo novo.

Um jovem da periferia, com catorze anos de idade, desbravava o centro de São Paulo através da sua arte, que aprendeu em um projeto social. “Quantas fronteiras mais poderiam existir neste mundo?” Na minha cabeça, eu sabia que as fronteiras poderiam ser infinitas, mas que a grandeza da ousadia de um artista em formação, cheio de curiosidade, com seus instrumentos, seria a ferramenta necessária para essa cruzada.

Vinte e três anos depois daquele momento em que atravessei a fronteira entre o bairro periférico e o centro de São Paulo, eu já teria passado por 47 países. A arte me possibilitou cruzar diversas fronteiras espalhadas por este mundo. Mas, caro leitor, quero deixar claro aqui que as fronteiras às quais me refiro estão muito além das fronteiras geográficas.

Ao me tornar um artista reconhecido, passei a fazer parte de diversas companhias no mundo, trabalhei em grandes espetáculos, grandes

fled rural areas in search of survival), people from Brazil’s Northeast, and resilient survivors of a Brazil marked by its own borders. That day, I became aware of the first border I had crossed—one within my own city—and standing there in the center, I felt as though I were stepping into a Hollywood film. As I juggled at traffic lights on avenues like Brasil, Nove de Julho, and Groenlândia, every car, every face, every gesture seemed to come from a world I didn’t yet know. Yet through my art, still in its infancy, I was meeting these worlds head-on. Carrying my backpack filled with makeshift juggling props made from bottles and broomsticks, and carnival costume scraps, I wandered through the city—testing my skills at intersections, watching the street performers at Praça da Sé, the snake charmer at Largo São Bento, the painters and singers. They were artists who looked like my neighbors and who became my reference points for this new world.

A young boy from the outskirts of São Paulo, just 14, was beginning to navigate the city’s center through the art he learned in a social project. “How many more borders might there be in this world?” My mind knew that the boundaries could be infinite, but that the greatness of the daring of an artist in training, full of curiosity, with his instruments would be the necessary tools for this crusade.

Since that moment of crossing from the periphery into the heart of São Paulo, 23 years have passed, and I have now crossed the borders of 47 countries. Art has allowed me to cross countless boundaries around the world. But dear reader, I must make one thing clear: the borders I speak of go far beyond geography.

As I became a recognized artist, I joined international companies, performed in grand shows, major circuses, hotels, and prestigious events. The feeling of being a successful and acknowledged artist boosted my self-esteem—

circos, hotéis e eventos. O sentimento de artista bem-sucedido e reconhecido elevou minha autoestima e, claro, o ego também. Cruzar uma fronteira já não era um problema, pois eu era quase sempre convidado e o que eu fazia era o bilhete para qualquer lugar. É gostoso ser atração, estar em um grande palco, cheio de iluminação, com uma plateia lotada de um público que pagou caro para assisti-lo. Ainda assim, a origem de uma pessoa pode ser sempre uma grande barreira. A arte me fez transpassar cada uma delas.

Lembro que, certa vez, ao entrar na Suécia, fui barrado pelo agente de imigração, levado a uma sala e submetido a uma série de perguntas. Bastou que eles olhassem na internet o anúncio da minha participação no espetáculo de gala onde eu estaria e logo as perguntas cessaram, e vi um sorriso de encantamento na minha direção. Outro momento: ao tirar um visto de trabalho para os Estados Unidos, o agente me deu aprovação assim que viu o meu portfólio artístico e a foto do show que fiz para o papa Francisco no Vaticano. Ele olhou pra mim, me fitou de cima a baixo e perguntou se era realmente eu nas fotos. Um pouco pasmo, não fez mais nenhum questionamento e aprovou o meu visto. Quando no Timor Leste, ao ser convidado pelo presidente José Ramos-Horta para me apresentar no Palácio Presidencial, disse que minha condição era que a apresentação fosse aberta ao povo, e o pedido foi concedido.

Ainda assim, mesmo sendo um artista reconhecido continuo sendo latino, e isso também foi motivo para ser desacreditado ou classificado em muitos lugares como mão de obra barata, pois em muitas ocasiões definiam meu cachê pela minha origem étnica, como aconteceu em alguns circos na Europa. Também em um evento realizado por uma grande potência estrangeira nas ilhas Fiji, me disseram que não

and yes, my ego as well. Crossing borders was no longer a problem; I was almost always an invited guest, and my art was my ticket anywhere. It’s a thrill to be the star, to stand on a big stage, under dazzling lights, with an audience full of people who have paid a lot of money to watch you. And yet, one’s background can remain a barrier. Art allowed me to overcome every one of them.

I recall once entering Sweden, only to be stopped by an immigration officer. Taken to a separate room and subjected to a battery of questions, it wasn’t until they looked online and found an announcement for the gala show I was scheduled to perform in that the questions ceased, replaced by a smile of admiration. Another time, when applying for a U.S. work visa, the officer granted it immediately after seeing my artistic portfolio and a photo of my performance for Pope Francis at the Vatican. He stared at me, scanning me from head to toe, asked if it was truly me in the photos. A little dumbfounded—with no further questions—he approved my visa. In Timor-Leste, when invited by President José Ramos-Horta to perform at the Presidential Palace, I insisted it be open to the people, and the request was granted.

Still, even as a recognized artist, I remain a Latino—and that has often been a reason to be undervalued or dismissed. In Europe, some circuses set my fee based on my ethnic background. At an event organized by a major foreign power in the Fiji Islands, I was told they couldn’t pay me but it would be “a great opportunity to be seen.” I simply told the organizers that colonization had already ended. It’s not uncommon for a peripheral artist’s background to define the respect, the resources, and the pay they receive.

Perhaps the most striking border I ever encountered was at a large circus where I

poderiam me pagar, mas que aquela seria uma oportunidade de ser visto. Apenas respondi aos organizadores que a colonização já havia acabado. Não raro, ser um artista periférico define a atenção que se recebe, o recurso que se acessa e o cachê que lhe oferecem.

Acho que, até hoje, a fronteira mais divisora de águas com que me deparei foi quando, em um grande circo em que trabalhei, avistei uma família com 4 crianças que chegou à portaria do circo e teve de voltar para casa porque não tinha dinheiro suficiente para o valor dos ingressos. Naquele momento, me culpei por não ter feito nada, mas a maior reflexão foi lembrar que, quando eu era criança, meu pai também não teria dinheiro para pagar o ingresso desses espetáculos em que eu trabalhava. Ali, entendi que eu também havia me tornado uma mercadoria para quem pudesse pagar.

O aprendizado não foi apenas o de fazer o malabarismo, mas o entendimento do que eu poderia fazer com isso. Compreender o meu próprio contexto social foi uma das mais importantes fronteiras que precisei cruzar para poder tomar decisões cada vez mais conscientes em relação à arte que fazia.

Também percebi que não precisava estar somente dentro de grandes produções, pois eu era formado pela arte popular, pelo povo, pelos terreiros, pelas ruas, e passei a perceber o aprendizado naqueles circos mambembes que resistem bravamente como a bagagem mais importante. Foi com esse pensamento que os grandes palcos deixaram de ser prioridade, e passei a recusar convites para os circos famosíssimos para seguir meu caminho cruzando as mais diversas fronteiras pelos territórios periféricos do mundo. Queria que minha arte fosse cada vez mais livre, acessada por aqueles sem privilégio financeiro e geográfico, onde pouco se chega. Assim, me lancei para territórios rurais e periféricos na América Latina, África, Ásia, Oceania e,

performed. I saw a family with four children approach the entrance, only to turn back because they couldn’t afford the ticket price. I blamed myself for not doing anything, but more deeply,

I remembered that as a child, my father also couldn’t afford to take me to shows like those I now worked for. It was then that I realized I, too, had become a commodity for those who could pay.

It wasn’t just about learning to juggle; it was about understanding what I could do with that skill. Recognizing my own social context was one of the most crucial borders I had to cross in order to make increasingly conscious choices with my art. I also realized I didn’t need to be confined to grand productions—I was shaped by popular art, by the people, by the streets and terreiros (sacred space for Afro-Brazilian rituals and gatherings). The lessons I learned from small, resilient traveling circuses became my most valuable resource. With that understanding, I stopped prioritizing the biggest stages and began turning down invitations from famous circuses. Instead, I chose to keep crossing borders in peripheral territories across the world. I wanted my art to be more and more free, accessible to those without financial or geographic privilege. Thus, I threw myself into rural and peripheral areas in Latin America, Africa, Asia, Oceania, and of course, throughout this vast Brazil—reaching hundreds of communities where circus shows had never arrived. And there, the most exclusionary, dividing border shattered—the border of the ticket booth. The hat became my box office, adjusting to the community’s means, ensuring the continuity of the artist’s journey, and preserving the dignity of those able to pay what they could.

From all the lands I have traveled, the families I have shared with, the friends, the flavors, the loves—no grand company could have brought me to these encounters. The path I follow is neither new nor revolutionary; it is the same one popular artists and mambembe circuses

claro, neste imenso Brasil, onde cheguei em centenas de comunidades a que os espetáculos de circo nunca haviam chegado. Ali, a fronteira mais segregadora, mais excludente se rompia: a fronteira da bilheteria. Sendo o chapéu a minha bilheteria, ele se adequa à condição do povo, que colabora como pode, consciente da continuidade do artista, tendo ainda a dignidade de também poder pagar um ingresso.

Tantas terras por que andei, as famílias com que compartilhei, os amigos, sabores e amores: uma companhia gigantesca jamais me levaria a esses encontros. A forma como sigo minhas andanças não é nova e nem revolucionária, ela é o que os artistas populares e os circos mambembes sempre fizeram em toda a sua história, falando o idioma do povo. Mas nestes tempos modernos, a mercantilização e a indústria cultural têm reforçado essas fronteiras em um jogo perverso de ganância, competição e apropriação. Como artista popular, meu imenso conflito é não me deixar seduzir por essa maquinaria milionária de produções. Mesmo marginalizado, continuo nos meus caminhos, na tentativa de seguir minimizando as barreiras da ignorância, do abandono e da exclusão, vivendo a poesia de um saltimbanco que tem, na arte popular, o passaporte para todo tipo de fronteira.

have always walked: they spoke the language of the people. But in these modern times, the commercialization and cultural industry have reinforced these borders in a perverse game of greed, competition, and appropriation. As a popular artist, my greatest struggle is not to be seduced by this million-dollar machinery of productions. Even while marginalized, I continue on my path, striving to lessen the barriers of ignorance, neglect, and exclusion— living the poetry of a saltimbanco who finds in popular art the true passport to every border.

Rogério Piva é artista circense de São Paulo, autor de livros e acredita na arte popular como ferramenta de transformação social.

Rogério Piva is a circus artist from São Paulo, author, and advocate of popular art as a tool for social transformation.

OS DESAFIOS E POTÊNCIAS DA DIREÇÃO DE ESPETÁCULOS CIRCENSES HOJE

CHALLENGES AND STRENGTHS

FACING CIRCUS DIRECTORS TODAY

Ronaldo Aguiar

Atuo como diretor circense há mais de quinze anos. Nesse período, dirigi mais de vinte espetáculos e produções, trabalhando com famílias circenses tradicionais, artistas solos, palhaços, palhaças, palhaces e com várias trupes em todo o território nacional. Antes de falar sobre o processo de direção circense, preciso contextualizar alguns pontos históricos do circo, porque isso interfere diretamente no modo de criação.

I’ve been working as a circus director for over 15 years. In that time, I have directed more than twenty shows and productions, collaborating with traditional circus families, solo artists, clowns, and numerous troupes across Brazil. Before discussing the process of circus directing itself, I need to contextualize some historical aspects of the circus, as these directly influence creative practices.

O circo brasileiro tem uma influência europeia muito forte. Essa influência se dá pelas famílias circenses que aportaram no Brasil entre os séculos 18 e 19 — desde ciganos, famílias circenses e pequenas trupes que foram se espalhando pelo território latino-americano. No entanto, nos últimos quinze anos, vêm surgindo companhias e trupes circenses que trazem em seus repertórios uma busca por ancestralidade, nacionalidade e reparação histórica no picadeiro. Elas trazem para a cena uma identidade brasileira, sem cópias estereotipadas da Europa.

Espaços como a Escola Pernambucana de Circo, que é uma referência de circo social no Brasil, ou, em São Paulo, grupos como Prot{Agô}nistas, Trupe Catappum, Circo Di SóLadies/Nem SóLadies e Cia Fundo Mundo (uma companhia de pessoas trans, travestis e não binárias), apresentam em suas narrativas o protagonismo de pessoas que por séculos ficaram à margem da sociedade. Essa mudança começa a borbulhar no comportamento circense já no início dos anos 1980 de uma forma bem discreta, quando surgem as escolas de circo no Brasil, democratizando saberes que antes estavam centralizados nas famílias que viviam em circos itinerantes. Noto que os movimentos identitários têm trazido novos caminhos para o fazer circense. Surgem novas narrativas, novos protagonistas e outras formas de existir no picadeiro.

Esse movimento deu base para o surgimento de trupes que não estão ligadas às lonas de circo itinerante. Começa, nesse momento, uma busca por espaços alternativos, como teatros, ruas e praças. Isso muda o modo de produção. Eu mesmo sou um circense oriundo das escolas de circo social. Isso foi um avanço, mas ainda há resistência por parte de instituições que fomentam a cultura e ainda colocam o circo em uma caixinha de mero entretenimento.

The Brazilian circus has long been shaped by strong Eurocentric influences. These influences stem from circus families who arrived in Brazil between the 18th and 19th centuries — from Romani people to circus families and small troupes that spread across Latin America. However, over the past 15 years, we’ve seen the emergence of companies and troupes whose repertoires reflect a search for ancestry, national identity, and historical reparation within the circus ring. They bring to the stage a Brazilian identity, free from stereotyped copies of European models.

Places like Escola Pernambucana de Circo (Pernambuco Circus School), a national reference for social circus, and São Paulobased groups such as Pro{Agô}nistas, Trupe Catappum, Circo Di SóLadies/Nem SóLadies, and Cia Fundo Mundo (a company composed of trans, travesti, and non-binary artists) center in their narratives the protagonism of people who have historically been marginalized. This shift began bubbling in circus practices in the early 1980s, albeit quietly, with the founding of circus schools in Brazil — democratizing knowledge that had once been confined to families in itinerant circuses. I’ve noticed that identity-based movements have opened new paths for circusmaking. New narratives, new protagonists, and new ways of existing in the ring have emerged.

This movement gave rise to troupes no longer tied to the traditional traveling circus. At this point, a search began for alternative spaces such as theaters, streets, and public squares. This altered production models. I myself am a performer from social circus schools. That was a step forward, though resistance still exists, particularly within institutions that fund culture, many of which still put the circus in a box of mere entertainment.

O entretenimento faz parte da produção artística, mas o circo também é resistência. Foi uma das últimas artes a ser fomentada por políticas públicas. O Prêmio Carequinha, lançado pela Funarte em 2003, foi o primeiro edital público exclusivo para artistas circenses.

A produção circense enfrenta muitos desafios. Um deles é o espaço físico: a arte circense necessita de uma estrutura técnica onde se possa pendurar um trapézio, uma lira, um tecido, entre tantos outros aparelhos. Até hoje, artistas sofrem com a ausência de infraestrutura adequada para seu trabalho.

Além disso, há desafios estéticos. Considerando que o Brasil foi colonizado pela Europa, o olhar das curadorias e de boa parte da sociedade tende a ser mais receptivo a tudo que remete a uma estética eurocentrada. Tudo que foge disso — como as expressões da população negra e dos povos originários, historicamente marginalizados — é frequentemente colocado como “exótico” e até já foi proibido por lei.

Atualmente elas não são consideradas crime, hoje existem leis que garantem a existência de manifestações culturais de matriz africana e de povos originários no Brasil. Capoeira, frevo, samba, entre tantas outras manifestações que foram perseguidas, hoje ocupam os picadeiros e palcos brasileiros, reivindicando o direito de serem reconhecidas como uma arte estruturada e legitimadas socialmente. Para que uma transformação aconteça de forma sistemática, é preciso virar a chave, abrir espaços para novas narrativas na cena.

O espetáculo Circo Science, da Escola Pernambucana de Circo, é um exemplo disso: coloca a periferia do Recife em evidência, sem clichês, com diversidade de gênero, de classe social e com a luta antirracista. Esse é um lugar que me inspira artisticamente — um protagonismo de outras narrativas.

Entertainment is certainly part of artistic production, but circus is also a form of resistance. It was one of the last art forms to receive public funding in Brazil. Launched by FUNARTE in 2003, the Carequinha Award was the first public call dedicated exclusively to circus artists.

Circus production faces many challenges. One of them is physical space: circus art requires a technical structure where a trapeze, lyra, aerial silk, or many other apparatuses can be safely rigged. To this day, artists struggle with the lack of proper infrastructure for their work.

There are also aesthetic challenges. Given that Brazil was colonized by Europe, curators and large parts of society tend to be more receptive to anything that reflects a Eurocentric aesthetic. Anything outside of that — like expressions rooted in Black communities or Indigenous cultures, historically marginalized — is often labeled “exotic,” and has even been outlawed in the past. While no longer criminalized, such expressions now benefit from laws that protect the cultural manifestations of Afro-Brazilian and Indigenous peoples. Capoeira, frevo, samba — once persecuted — now claim space in circus rings and on stages across Brazil, demanding recognition as structured and socially legitimized art forms. For systemic transformation to take place, we must flip the script and open up spaces for new narratives on stage.

The show Circo Science by Escola Pernambucana de Circo is a great example: it highlights the outskirts of Recife, free of clichés, with gender and class diversity and an explicit anti-racist stance. This is the kind of work that inspires me artistically — a protagonism of other narratives.

Another example is Cia Beira da Serra, with whom I directed two shows: A Corda Januário and Circo da Cuesta. This group focuses on the rural life of São Paulo state — its modes of

Outro exemplo é a Cia. Beira Serra, para a qual dirigi dois espetáculos: Acorda, Januário! e Circo da Cuesta. Esse grupo tem como objeto de pesquisa o cotidiano da vida rural paulista, seus modos de produção e as relações sociais daquele território. A vida rural como objeto de investigação interfere diretamente na estética do grupo — a música, a poesia, as vestimentas — e é a forma como eles se comunicam com o mundo.

A direção circense no Brasil é desafiadora justamente por esses fatores apontados acima. Vivemos em um país continental, em que cada região tem suas particularidades, o que resulta em diferentes formas de atuação em cada encontro com companhias circenses.

Um ponto importante é que a formação de um diretor ou diretora se dá no aprendizado diário, com cada novo espetáculo. No Brasil, não existe um curso específico de direção circense. Existem profissionais que ministram workshops e oficinas pontuais, mas curso regular não há.

Esse é um ofício que se constrói ao longo do percurso de cada artista e de seu interesse em pesquisar esse modo de fazer artístico.

Ao longo do tempo, fui criando alguns tópicos que me ajudam no meu processo de criação quando estou na sala de ensaio:

1. Conhecimento histórico do circo;

2. Conhecimento técnico sobre o fazer acrobático circense;

3. Conhecimento sobre os aparelhos circenses;

4. A importância do espaço de treinamento técnico do artista circense;

5. A dramaturgia, a coreografia, a música, os figurinos e o cenário estão a serviço da linguagem circense;

6. Ser um grande mediador do processo criativo;

production and social relationships. By taking rural life as an object of inquiry, the group’s aesthetics are shaped by that reality — its music, poetry, costumes — and it is how they communicate with the world.

Circus directing in Brazil is challenging precisely because of these factors. We live in a continental country, where each region has its own particularities, requiring different approaches when engaging with circus companies.

It’s also important to note that a circus director’s training happens through lived experience — with each new show. In Brazil, there is no formal course in circus directing. There are professionals who offer workshops and short-term training, but there is no regular course. It’s a craft built over time, through each artist’s journey and their commitment to researching this mode of artistic creation.

Over time, I’ve developed a set of points that guide me during the creative process in the rehearsal room:

1. Historical knowledge of circus;

2. Technical expertise in circus acrobatic practices;

3. Familiarity with circus apparatuses;

4. The importance of the artist’s technical training space;

5. Dramaturgy, choreography, music, costumes, and scenography are all in service of circus language;

6. Acting as a key mediator in the creative process;

7. Being a catalyst for new possibilities and artistic directions in the performer’s creative process;

8. Deeply researching the subject we want to address, translating it into a form the audience can understand, and creating space for reflection between circus art and its spectators.

7. Ser um provocador de novas possibilidades e caminhos artísticos no fazer criativo do artista circense; 8. Pesquisar profundamente o objeto, aquilo que queremos falar, traduzir para o público de uma forma compreensível. Criar esse espaço de reflexão entre a arte circense e o público.

Esses são alguns princípios básicos do processo de direção — que não se resume a essa lista. Há muita complexidade em dirigir um espetáculo circense, mas esses eixos facilitam o percurso da criação. A direção circense é uma forma de colaborar com a qualidade dos espetáculos que chegam à sociedade, mas também é um ofício vivo. A sociedade evolui constantemente e apresenta novos assuntos o tempo todo. Por isso, um(a) diretor(a) deve estar sempre com os sentidos abertos, para não criar receitas prontas e datadas sobre o fazer.

Vivemos uma época de revoluções tecnológicas e de lutas identitárias, e ter um posicionamento político faz parte desse ofício.

Desejo que este pequeno texto alimente algumas inquietações, estimule diálogos e pesquisas.

Muito obrigado ao Sesc por este convite!

Ronaldo Aguiar é diretor circense, palhaço, coreógrafo e bailarino, um pernambucano radicado na cidade de São Paulo.

These are some of the basic principles in the directing process — though this list is by no means exhaustive. Directing a circus show is a complex endeavor, but these core ideas help guide the creation. Circus directing contributes not only to the quality of the shows presented to society but is also a living craft. Society is constantly evolving and introducing new issues. That’s why a director must always remain open — to avoid falling into formulaic, outdated models of making.

We live in a time of technological revolution and identity-based struggles, and taking a political stance is part of this craft.

I hope this brief text sparks some new questions, inspires dialogue, and encourages further research.

Many thanks to Sesc for the invitation!

Ronaldo Aguiar is a circus director, clown, choreographer, and dancer, born in Pernambuco and currently based in São Paulo.

ESPETÁCULOS SHOWS

A Maçã e Apple

William Seven - BRA (SP)

Ancrage

Compagnie SenCirk – SEN

Artifaces

Alejandro Muniz, Bruno Mariotti, Dr. Bona, Everton Machado, Maga Caro e Ortega – BRA (SP, MT, SC) / ARG

Assum Preto Black Bird

Marco Motta / Coletivo Instrumento de Ver - BRA (BA)/ ESP

Circo Science - Do Mangue ao Picadeiro

Circo Science From the Mangue to the Circus Ring

Trupe Circus da Escola Pernambucana de Circo – BRA (PE)

Dentro do Invisível –Magia na Escuridão Inside the Invisible –Magic in the Dark

Juan Esteban Varela – CHL/ESP

Dirty Laundry

Briefs Factory - AUS

Entre Bolhas e Borboletas Between Bubbles and Butter ies

Patty Pantaleão - BRA (SP)

Experimentos do Invisível

Experiments of the Invisible

Marcelo Moraes – BRA (SP)

EYJA: primeira parte, a ilha

EYJA: part one, the island

Multifoco Companhia de Teatro –BRA (RJ)

Goupil & Kosmao

Cie Monstre(s) - FRA

Glorious Bodies

Circumstances - BEL

Knitting Peace

Cirkus Cirkör - SWE

Les Voyages

Collectif XY - FRA

Maputo-Mozambique

Cia Thomas GuérineauBEN/FRA/MLI/MOZ

68 70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96

Memorável - Histórias Notáveis

Memorable - Remarkable Stories

Palhaços sem fronteiras - BRA

Mina - Corpo Multidão Mina - Crowd Body

Dir.: Camila Mota e Alessandra Brantes - BRA (SP)

Moko

Trupe Baião de 2 - BRA(SP)

Moya

Zip Zap Circus - ZAF

Ocho

Cirque Baraka – FRA/URY

Presidente

President

Colette Gomette - FRA

Vetus Venustas

Cia Cíclicus - ESP

Yongoyely

Circus Baobab - GIN

A MAÇÃ

WILLIAM SEVEN – BRA (SP)

THE APPLE

Renato
Michelsohn

William Seven incorpora a persona do mágico Nicolau Souberdes, um artista deslocado no tempo. Outrora aclamado, encontra-se agora afastado dos palcos, desprestigiado por seu público e frequentemente acometido por episódios de confusão, desorientação e sofrimento decorrentes de sua condição. Seria ele um gênio incompreendido ou alguém à beira da loucura? O que se passa, a nal, com Nicolau?

Por meio de uma abordagem lúdica, combinando ilusionismo e música, o espetáculo propõe uma re exão sensível sobre o universo da doença de Alzheimer. São retratadas situações recorrentes na vida de pacientes e familiares, como alterações súbitas de memória e comportamento, além da di culdade em realizar tarefas cotidianas, decorrente de uma desorganização mental que compromete a noção de tempo, espaço e até mesmo a identidade pessoal.

“Mais do que entreter, é fundamental promover a conscientização sobre a necessidade de medidas preventivas para essa enfermidade, que ainda não possui cura, além de incentivar o avanço da ciência e oferecer suporte efetivo aos que já convivem com ela”, destaca o artista.

William Seven embodies the persona of Nicolau Souberdes, a magician displaced in time who was once an acclaimed performer, but now nds himself alienated from the stage, discredited by his audience, and o en struggling with episodes where he feels confused, disorientated, and a icted as a result of a condition. Is he a misunderstood genius or someone on the verge of madness? What is going on with Nicolau anyway?

With a playful approach, combining illusionism, music, and stage performance, the show proposes a sensitive re ection on the experience of living with Alzheimer's disease and its impacts. It portrays recurring situations in the lives of patients and their families, like sudden changes in memory and behavior and struggling to carry out everyday activities as a result of disorganizing thinking that compromises the sense of time, space, and even personal identity.

“More than entertaining, it’s essential to raise awareness about the need for preventive measures for this disease — which still has no cure —, to encourage the advancement of science, and o ering e ective support to those already living with it,” the artist said.

William Seven é mágico e atua desde a infância em congressos e apresentações de ilusionismo no Brasil e na Argentina, integrando a turnê do Circo Orlando Orfei. Em 2017, venceu o Grand Prix FISM Latin America, campeonato latino-americano de mágica de proximidade, a chamada close up magic.

William Seven is a magician and lecturer who has been performing since childhood at illusionist congresses and shows across Brazil and Argentina, as a member of the Orlando Orfei Circus tour. He created the Magic Bar in Rio Claro (SP), where he has performed and given workshops. In 2017, he won the FISM Latin America Grand Prix, a Latin American close-up magic championship.

Artista/ Performer: William Seven | Produção/ Production: Salma Hernandez | Direção, texto e criação/ Direction, Text, and Creation: Salma Hernandez e William Seven | Produção musical/ Music Production: William Seven e Anselmo Henrique Carvalho | Artes gráficas/ Graphic Arts: Avner Bonifácio | Fotografias/ Photographs: Renato Michelsohn | Logotipo/ Logo: Luis Ulrich | Iluminação/ Lighting: Salma Hernandez e William Seven

ANCRAGE COMPAGNIE SENCIRK

– SEN

min
Michel
Françoise

Criada pela companhia senegalesa SenCirk, a montagem questiona a relação que os humanos têm com a natureza, por vezes desconectada e con ituosa. Nela, um homem se levanta e encontra uma outra criatura, vinda do ventre da terra. Eles se olham, se confrontam, se testam e tentam domar um ao outro para en m encontrar um ponto de ancoragem: um mundo novo, onde a natureza e os seres humanos se fundem, se enraízam e encontram a paz.

“Propomos um regresso ao essencial, às nossas raízes e à terra como procura da nossa própria identidade. Ancorar-nos no que há de mais profundo em nós, a m de melhor nos erguermos e de nos superarmos a nós próprios”, diz o diretor e intérprete Modou Fata Touré, que se inspirou em sua história de vida para desenvolver a dramaturgia.

O artista divide o palco com o acrobata Ibrahima Camara e, juntos, manipulam matérias-primas como palha, madeira e terra, criando aparelhos, oscilando entre peso, tensão e equilíbrio em uma dança acrobática que mescla elevações aéreas e equilibrismo.

Created by the Senegalese company SenCirk, the show challenges the o en alienated and con ictual relationship humans have with nature. A man rises and meets another creature from the womb of the earth. ey look, confront, test one another, attempting to tame each other untill they nd a point of anchoring: a new world where nature and humans merge, take root, and nd peace.

“We propose a return to the essentials, to our roots, and to the land as a search for our own identity. To anchor ourselves in what is deepest in us, in order to better rise up and overcome ourselves,” director and performer Modou Fata Touré, who drew inspiration from his own life story to develop the dramaturgy, says.

He shares the stage with acrobat Ibrahima Camara. e two performers manipulate raw materials such as straw, wood, and earth, creating devices, oscillating between weight, tension, and balance in an acrobatic dance that mixes aerial li s and balancing.

Fundada em 2006 por Modou Fata Touré, gura emblemática do circo africano contemporâneo, a SenCirk é a primeira companhia circense do Senegal. Criada em um centro de acolhimento para crianças em Dakar, hoje conta com cerca de 40 artistas do breakdance, ginástica acrobática e dança tradicional, que fundem suas especialidades e sua cultura senegalesa com a do novo circo.

SenCirk is Senegal’s rst circus company, established in 2006 by Modou Fata Touré, an emblematic gure of contemporary African circus. It was created in a children’s center in Dakar and today has around forty members of breakdancing, acrobatic gymnastics, and traditional dance, combining their specialisms and their Senegalese culture with new circus.

Criação e direção/ Created and directed by:  Modou Fata Touré | Elenco/ Cast:  Ibrahima Camara, Modou Fata Touré | Criação de luz/ Light Design:  Grégoire de Lafond | Operação de luz/ Lighting Operator: Myriam Adjalle | Criação sonora e musical/ Sound and Music Design:  Loïc Sagot | Olhares externos/External look:  Boureima Keinou, Nathalie Tarlet | Produção executiva/ Executive Producer:  Laura Petit

ARTIFACES

ALEJANDRO MUNIZ, BRUNO MARIOTTI, DR. BONA, EVERTONMACHADO,MAGACAROEORTEGA–

BRA(SP,MT,SC)/ARG

Seis artistas de diferentes estilos e trajetórias se unem em um espetáculo que celebra o ilusionismo em suas diversas expressões. A proposta é conduzir o público por um percurso sensorial em que mistério, surpresa e beleza se entrelaçam. Em cada ato, a mágica assume novas formas: ora lúdica e vibrante, ora enigmática e desa adora, ora poética e surreal.

Artifaces é um jogo entre o visível e o invisível, entre a lógica e o assombro, que vai além da simples execução de truques. O espetáculo propõe uma experiência de encantamento, despertando a imaginação, convidando o público a se abrir ao desconhecido e expandindo os limites do ilusionismo.

A montagem combina mágica, teatro, comédia, tecnologia, artes visuais, ciência e loso a. “O ilusionismo é mais do que enganar os olhos — é transformar o impossível em experiência, moldar a realidade com gestos sutis e intenções ocultas”, dizem os criadores.

Six artists with di erent styles and backgrounds come together in a show that celebrates illusionism in its many expressions. e goal is to guide the audience through a sensory journey where mystery, surprise, and beauty intertwine. In each act, magic takes on new forms: sometimes playful and vibrant, sometimes enigmatic and challenging, and other times poetic and surreal.

Artifaces is a dance between the visible and the invisible, between logic and wonder, going beyond simple trickery. e show o ers an enchanting experience, awakening the imagination, inviting the audience to embrace the unknown, and expanding the boundaries of illusionism.

e production combines magic, theater, comedy, technology, visual arts, science, and philosophy. “Illusionism is more than fooling the eyes — it’s about transforming the impossible into experience, shaping reality with subtle gestures and hidden intentions,” say the creators.

Alejandro Muniz, cofundador do Núcleo de Artes Mágicas, é professor com mais de trinta anos de experiência. Bruno Mariotti une ilusionismo a outras técnicas circenses. Everton Machado mistura mágica, comédia, tecnologia e arte. Maga Caro e Dr. Bona têm seus trabalhos reconhecidos no Brasil, na Espanha, Colômbia, Canadá e Argentina. Ortega, mágico desde 2009, pesquisa convergências teóricas entre ciência, loso a e arte mágica.

Alejandro Muniz, co-founder of Núcleo de Artes Mágicas, is an international teacher and lecturer with over 30 years’ experience. Bruno Mariotti combines illusionism with other circus techniques. Everton Machado combines magic, comedy, technology, and art. Maga Caro and Dr. Bona have had their work recognized in Brazil, Spain, Colombia, Canada, and Argentina. Ortega, a magician since 2009, investigates theoretical convergences between science, philosophy and magical art.

Elenco/ Cast: Alejandro Muniz, Bruno Mariotti, Dr. Bona, Everton Machado, Maga Caro e Ortega | Direção/ Directors: Juan Araújo e Alejandro Muniz

ASSUM PRETO

MARCO MOTTA/ COLETIVO INSTRUMENTO DE VER

BRA (BA)/ ESP

BLACK BIRD

João Saenger

Com dramaturgia em primeira pessoa, o espetáculo circense protagonizado por Marco Motta é inspirado nas canções “Assum Preto”, de Luiz Gonzaga, e “Black Bird”, eternizada na voz de Nina Simone. Ambas têm como gura central um pássaro negro impedido de voar. Estabelece um paralelo entre as músicas e as vivências de Motta como homem negro imigrante. A obra expressa sua percepção sobre os processos de desumanização que seu corpo enfrenta nos contextos sociais e políticos entre América Latina e Europa. “Às vezes me sinto mais criatura do que pessoa”, a rma.

Resultado de uma pesquisa sobre um circo afrocentrado, a performance propõe novos referenciais estéticos, políticos e étnicos para além da perspectiva eurocêntrica e integra habilidades do artista em contorção em aparelhos aéreos, danças e músicas afrodiaspóricas, que são executadas por uma banda ao vivo.

A montagem estreou em Madri em 2019 e já foi apresentada em Brasília e São Paulo, em 2023.

Brazilian artist Marco Motta, currently based in Spain, presents his circus performance inspired by the songs “Assum Preto,” by Luiz Gonzaga and Humberto Teixeira, and “Blackbird,” lauded in Nina Simone’s rendition. Both are centered around a blackbird that is not allowed to y.

rough rst-person dramaturgy, the show draws parallels between the songs and Motta’s experiences as a Black immigrant. It expresses his perception of the dehumanization his body experiences in social and political contexts across Latin America and Europe. “Sometimes I feel more like a creature than a person,” he says.

The show is an outcome of his research into an Afrocentric circus, proposing new aesthetic, political, and ethnic references beyond an Eurocentric perspective, integrating the artist’s skills in contortion on aerial apparatus, along with Afro-diasporic dances and music performed live by a band.

e show premiered in Madrid in 2019 and was presented in Brasilia and São Paulo in 2023.

Nascido em Salvador, Marco Motta iniciou sua trajetória com breakdance e capoeira. Aos 17 anos mudou-se para a Espanha, onde se tornou dançarino pro ssional e enveredou para as artes circenses. Seu trabalho combina aéreos, contorcionismo e danças afrodiaspóricas. Em parceria com o coletivo artístico Instrumento de Ver, criou o curta-metragem Assum Preto. Em 2017, venceu o prêmio especial do júri no Festival Cirque de Demain, na França.

Marco Motta was born in Salvador and began his career in breakdancing and capoeira. He moved to Spain when he was 17, where he became a professional dancer and started to dedicate to circus art. His work combines aerial acts, contortion, and Afro-diasporic dances. He created the short lm Assum Preto in partnership with the art collective Instrumento de Ver. In 2017, he won the Special Jury Award at the Cirque de Demain Festival in France.

Idealização e performance/ Conception and Performance: Marco Motta | Direção e Montagem/ Direction and Production: Cícero Fraga | Produção executiva/ Executive Production: Instrumento de ver | Produção/ Production: Julia Henning e Maíra Moraes | Fotografia/ Photography: Alan Schvarsberg | Técnico de voo/ Aerial Technician: Daniel Lacourt | Assistência de produção/ Production Assistants: Beatrice Martins e Ana Carla Malta | Trilha sonora e desenho de som/ Soundtrack and Sound Design: Padim | Cor/ Color: Luíza Herdy | Figurino e adereços/ Costumes and Props: Marco Motta | Apoio/ Support: Aico - Cinematic Actions, Association Beaumarchais-SACD | Distribuição/ Distribution: Buva Filmes

CIRCO SCIENCE - DO MANGUE

AO PICADEIRO

TRUPE CIRCUS DA ESCOLA PERNAMBUCANA DE CIRCO – BRA (PE)

CIRCO SCIENCE FROM THE MANGUE TO THE CIRCUS RING

O cantor e compositor Chico Science (1966–1997), seu álbum com a Nação Zumbi Da Lama ao Caos (1994) e os trinta anos do movimento manguebeat — conhecido pela fusão entre ritmos tradicionais, como maracatu, coco, ciranda, e gêneros urbanos, como rock, dub e hip hop — são homenageados em um espetáculo que mescla música, dança e números circenses.

Inspirado pelo pensamento crítico de Chico Science, a Trupe Circus partiu da provocação: “Se ele estivesse vivo, o que defenderia hoje nas periferias do Recife?”.

O espetáculo exalta a representatividade de corpos dissidentes no picadeiro e incorpora elementos da cultura popular contemporânea. A cenogra a traz estruturas metálicas, madeira evocando pala tas e projeções visuais que mostram o Recife dos mangues, da cidade e suas contradições sociais. A trilha sonora remixada reúne clássicos de Chico Science e ritmos urbanos como o brega funk, vogue, ballroom e outras expressões presentes nas periferias do Recife e de outras regiões do país.

Criada em 2002, a Trupe Circus é formada por jovens egressos da Escola Pernambucana de Circo. Com mais de quinze montagens autorais, tem o circo social e a educação popular como base de sua metodologia e ação sociopolítica e cultural, celebrando a diversidade cultural nordestina e a representatividade periférica, racial, de gênero e do movimento LGBTQIAPN+ na estética de suas apresentações.

e singer-songwriter Chico Science (1966–1997), his album with Nação Zumbi, “Da Lama ao Caos” (1994), and the 30th anniversary of the Manguebeat movement—known for its fusion of traditional rhythms like maracatu, coco, and ciranda with urban genres such as rock, dub, and hip hop—are honored in a show that blends music, dance, and circus acts.

Inspired by Chico Science’s critical thinking, Trupe Circus began with the provocation: “If he were alive today, what would he advocate for in the peripheries of Recife?”

e performance highlights the representation of dissident bodies in the circus ring and incorporates elements of contemporary popular culture. e set design features metallic structures, wood evoking stilt houses (pala tas), and visual projections that display the Recife of the mangroves, the city, and its social contradictions. e remixed soundtrack brings together Chico Science classics and urban rhythms like brega funk, vogue, ballroom, and other expressions present in the peripheries of Recife and other regions of Brazil.

Established in 2002, Trupe Circus is composed of young artists from the Pernambuco Circus School. With over 15 original productions, their methodology and sociopolitical and cultural actions are based on social circus and popular education, celebrating Northeastern cultural diversity and peripheral, racial, gender, and LGBTQIAPN+ representation in the aesthetics of their performances.

Produção/ Production: Escola Pernambucana de Circo | Realização / Play by: Trupe Circus | Elenco / Cast: Ítalo Feitosa, Maria Karolaine, Gabriel Marques, Bruno Luna, João Fernando, João Vítor | Roteiro e dramaturgia / Script and Dramaturgy: Fátima Pontes | Consultoria / Consultants: Louise França, Goretti França e Priscila Moreira | Direção / Director: Ítalo Feitosa | Assistência de direção / Assistant Director: Fátima Pontes | Músicas / Music: Chico Science | Direção musical / remixagem das músicas / Music Direction / Music Remixing: Vibra Dj e equipe (D Mingus, Magi Brasil e Ugo Barra Limpa) | Execução da sonoplastia / Sound Operator: Blau Lima (Everton Lima) | Preparação de elenco / Cast Coaches: Felipe Braccialli, Fátima Pontes, Lu Lopes (Palhaça Rubra) e Carol Melo | Coreografia / Choreographers: Patrícia Costa, Ítalo Feitosa e Trupe Circus | Figurino / Costumes: Marcondes Lima | Projeto de iluminação / Lighting Design: Felipe Braccialli e Tales Pimenta | Execução de iluminação / Lighting Operators: João Guilherme e André Xavier | Concepção de cenário / Set Design: Fátima Pontes, Bruno Luna, Ítalo Feitosa, Lu Lopes e Carol Melo | Confecção da estrutura circense cenográfica / Construction of Circus Set Structure: Diego Ferreira / Aerius Soluções em Alturas | Videocenografia / Video Set Design: Gabriel Furtado | Execução do figurino / Costume Construction: Maria Lima | Contrarregragem / Stagehands: Karen Persolino e Thalita Andrade | Fotos do centro de Recife / Photos of Downtown Recife: Nando Chiappetta | Tipografia Manguebats / Manguebats Typography: Leonardo Buggy, Plínio Uchôa Moreira, Gustavo Gusmão, Jota Bosco e Kboco | Fotógrafos / Photographers: Felipe Braccialli e Rogério Alves | Designer / Designer: Cláudio Lira | Textos / frases de Chico Sciense / Chico Science Quotees: acervochicoscience.com.br / - Acervo Virtual Familiar da memória escrita de pensamentos, poesias e ideias de Chico Science

DENTRO DO INVISÍVEL –MAGIA NA ESCURIDÃO

JUAN ESTEBAN VARELA – (CHI/ESP)

INSIDE THE INVISIBLE – MAGIC IN THE DARK

Ao olhar para o seu trabalho não apenas como um espetáculo, mas como uma experiência, o mágico Juan Esteban Varela se perguntou: “Por que ainda não existe uma montagem em completa escuridão? Tem que existir, ou a magia não está cumprindo sua promessa. A magia é uma metáfora dos nossos desejos e ela nos lembra que tudo é possível. O que parece impossível muitas vezes é uma ilusão”.

Após 10 anos de pesquisas testando fórmulas e truques, o artista estreou em 2010 Magia para Cegos, que desenvolveu 12 anos depois para Dentro do Invisível, uma proposta coletiva que acontece no mais completo breu.

Juan se apresenta vendado e conta que cegos, pessoas com baixa visão ou videntes são igualmente impactados pela força da magia e que não é necessário enganar todos os sentidos para que ela funcione: “Tudo o que você precisa é criar um mistério, estimular a imaginação e, nalmente, conectá-la à emoção. Em nenhum desses três aspectos está implícito que você precisa ver. A magia acontece para todos!”.

By looking at his work not just as a show, but as an experience, Chilean magician Juan Esteban Varela wondered: “Why isn’t there a show in complete darkness? ere has to be, or magic isn’t living up to its promise. Magic is a metaphor for our desires and it reminds us that anything is possible. What seems impossible is o en also an illusion,” he says.

A er 10 years of research testing formulas and tricks, the artist premiered Magic for the Blind in 2010, which developed 12 years later into Inside the Invisible, a collective, intimate proposal that takes place in complete darkness.

Juan performs blindfolded and says that blind people, people with low vision, or sighted people are equally impacted by the power of magic, and that it’s not necessary to fool all the senses for it to work: “All you need is to create a mystery, stimulate the imagination, and, ultimately, connect it to emotion. None of these three aspects implies that you need to see. Magic happens for everyone!”

Referência na mágica chilena, Juan Esteban Varela foi o primeiro pro ssional de seu país a ser contratado pelo Magic Castle de Hollywood, clube privado que funciona como sede da Academy of Magical Arts. Membro permanente das Jornadas Cartomágicas em El Escorial (Madri), prestigiado encontro de estudos da disciplina, o artista já apresentou seus espetáculos inclusivos em todos os continentes.

A leading gure in Chilean magic, Juan Esteban Varela was the rst professional magician from his country to be hired by the Magic Castle in Hollywood, a private club that serves as the headquarters of the Academy of Magical Arts. A permanent member of Jornadas Cartomágicas in El Escorial (Madrid)—a prestigious gathering for the study of card magic—he has performed his inclusive shows on every continent.

Criação e interpretação / Creator and Performer: Juan Esteban Varela | Direção/ Director: Miguel Bregante | Produção / Producer: Gabriel Gascon | Produção musical / Music Production: Camilo Salinas | Engenharia de som / Sound Engineer: Alberto Martínez | Produção local / Local Production: Giulia Nina (Espiral Agência de Cultura)

DIRTY LAUNDRY

BRIEFS FACTORY (AUS)

O coletivo queer Briefs Factory convida o público para uma festa-cabaré em uma noite de acrobacias ousadas, giros suspensos, malabarismo com bolas, performances com espumas de sabão, bambolê em chamas e até um número de striptease.

Liderados pelo coreógrafo e performer Fez Faanana (também conhecido como Shivanana), os Briefs Boys mesclam elementos do circo, da dança, do burlesco e da cultura drag queen com muito virtuosismo.

O espetáculo questiona padrões sociais preestabelecidos. “Celebramos as diferenças, as similaridades, a criatividade e a liberdade de ser quem se é, mesmo que isso pareça ridículo”, diz Faanana.

e queer collective Briefs Factory invites the public to a cabaret party for a night of daredevil acrobatics, aerial spins, ball juggling, soap bubble performances, aming hula hoops, and even a striptease performance.

Spearheaded by choreographer and performer Fez Faanana (also known as Shivanana), the Briefs Boys combine elements of circus, dance, burlesque, and drag queen culture with a lot of virtuosity.

is is a show that challenges established social standards. “We celebrate di erences, similarities, creativity, and the freedom to be who you are, even if it seems ridiculous,” Faanana says.

Criado em 2008, o coletivo australiano Briefs Factory elabora, desenvolve e exibe performances provocativas e irreverentes usando elementos de circo, dança, arte burlesca, música, comédia e cultura drag queen, para discutir as convenções de gênero. Além de Dirty Laundry, a companhia tem em seu currículo os espetáculos Jealouss!, e Second Coming, Bite Club e Brats Carnival.

Established in 2008, the Australian collective Briefs Factory creates, develops, and shows provocative and unapologetic performances using elements of circus, dance, burlesque, music, comedy, and drag queen culture to discuss gender conventions. In addition to Dirty Laundry, the company’s repertoire includes Jealouss!, e Second Coming, Bite Club, and Brats Carnival.

Direção artística/ Art Director: Fez Faanana | Direção/ Director: Fez Faanana | Produção/Administração/ Production/Management: Cluster Arts (Kate Malone) | Elenco/Cast: Fez Faanana, Mark Winmill, Dale Woodbridge Brown, Luke Hubbard, Dylan Rodriguez, Rowan Thomas, Matthew Pope | Produção de turnê/Tour Production: Sarah Platts | Técnica de palco/ Stage Technician: Rhiannon Cave Walker | Produção no Brasil/ Production in Brazil: Fernanda Vilela - .equi|ibre.

ENTRE BOLHAS

E BORBOLETAS

PATTY PANTALEÃO - BRA (SP)

BETWEEN BUBBLES AND BUTTERFLIES

Mestre na manipulação de bolhas de sabão, Patty Pantaleão une arte circense e performance em um espetáculo interativo que convida o público a entrar em um estado de sonho e leveza. “Quero aguçar o ser sensível de cada um na busca por novas possibilidades de criação da sua própria realidade. Em um mundo tão corrido, é preciso ter calma, uir, estar presente”, a rma a artista.

Combinando mágica, música, textos poéticos em o , iluminação cênica vibrante e outros efeitos especiais, Pattytransforma simples bolhas de sabão em criaturas dançantes. Mais do que um espetáculo, ela propõe uma experiência sensorial: “Quebro regras da mágica tradicional. Não sigo coreogra a xa, deixo a música e as bolhas me guiarem. Elas mudam com o clima, o espaço e a plateia. Cada apresentação é única”, conta.

Em cartaz desde 2023, o espetáculo já foi apresentado para mais de 4 mil pessoas.

Uma das pro ssionais de bolhas de sabão no Brasil, Patty Pantaleão atua também como atriz, mágica, palestrante e publicitária. Tendo como premissa “resgatar o poder criativo de cada um”, a artista explora diferentes vertentes artísticas para públicos de todas as idades em suas apresentações. Especialista em teatro de improviso, aprimorou suas habilidades com o artista Frank Totino, professor de atuação em Calgary, no Canadá, e também estudou palhaçaria e commedia dell’arte.

A master of soap bubble manipulation, Patty Pantaleão combines circus art and performance in an interactive show that invites the audience to enter a state of dream and lightness. “I want to sharpen each and everyone’s sensitivity in a search for new possibilities to create their own reality. In such a fast-paced world, we need to be calm, to ow, to be present,” the performer says.

By combining magic, music, poetic voice-overs, bright stage lighting, and other special e ects, Patty turns simple soap bubbles into dancing creatures. More than a show, she o ers a sensory experience: “I break the rules of traditional magic. I don’t follow a xed choreographed set — I let the music and the bubbles guide me. ey change with the atmosphere, the space, and the audience. Each performance is unique,” she says. e show has been running since 2023 and has been performed for more than 4,000 people.

One of Brazil’s leading soap bubble professionals, Patty Pantaleão is also an actress, magician, speaker, and publicist. Aiming to “bring out the creative power in everyone,” the performer explores di erent art forms for audiences of all ages in her presentations. She is a specialist in improvisational theater, has honed her skills with performer Frank Totino, an acting teacher based in Calgary, Canada, and trained in clowning and commedia dell’arte.

Concepção e roteiro / Concept and Script: Patty Pantaleão | Performer: Patty Pantaleão | Consultoria artística voluntária / Voluntary Art Consultant: Silvio Francisco | Produção executiva/ Executive Producer: Fabi Proença | Assistência de produção/campo/ Production/Field Assistant: Bruno Ferrais | Contrarregragem / Stagehand: Dayane Ellen | Assistência de palco 1 / Assistant Stage Manager 1: Max | Assistência de palco 2 / Assistant Stage Manager 2: Flavio Vargas | Iluminação / Lighting: Sylvie Layla | Sonorização/sonoplastia / Sound Design / System: Janice Rodrigues | Montagem/desmontagem e transporte / Assembly / Disassembly and Transportation: Gilson Genaro | Visagismo / make / Theatrical Makeup: Claudinei Hidalgo e Carol Fera | Figurinos / Costumes: Alex Fão | Trilha sonora / Soundtrack: Anselmo Henrique | Artes visuais / Visual Arts: Mauricio Melo | Cenógrafo / Set Designer: Fábio Carvalho | Assessoria de imprensa / Redes sociais / Mídias digitais / Press o ice / Social Media / Digital Media: D Comunica | Assessoria de projeto/ Project Consultant: Lilian Damasceno | Foto e vídeo/ Photo and Video: Jéssica Murta

EXPERIMENTOS DO INVISÍVEL

MARCELO MORAES – BRA (SP)

EXPERIMENTS OF THE INVISIBLE

Numa trama que mistura teatro e mágica, Experimentos do Invisível traz uma narrativa que borra os limites entre memória, realidade e cção. Um homem relembra a primeira performance de ilusionismo a que assistiu, com um mágico estranho e misterioso. Enquanto realiza os mesmos números que observou naquele primeiro espetáculo, com dados, baralhos e leitura de mente, suas memórias misturam realidade e imaginação, deixando uma dúvida: quem seria esse mágico misterioso?

Experimentos do Invisível traz a performance de mágica para dentro de uma trama ccional, da qual o espectador é convidado a participar ativamente, tomando decisões, manipulando objetos e até mesmo interpretando o papel do misterioso mágico, realizando as mágicas com suas próprias mãos.

Nessa mistura de realidade e cção, são abordados temas cientí cos e losó cos como o invisível, a memória, a imaginação e os tempos passado, presente e futuro.

Experiments of the Invisible combines theater and magic in a narrative that blurs the boundaries between memory, reality, and ction. A man recalls the rst illusionist performance he ever watched in his life, by a strange and mysterious magician. As he performs the same numbers he rst saw in that show, with dice, cards, and mind reading, his memories mix reality and imagination, raising a question: who could this mysterious magician be?

Experiments of the Invisible takes a magic performance into a ctional plot, in which viewers are invited to be active participants, making decisions, manipulating objects, and even playing the role of the mysterious magician, performing magic tricks with their own hands.

Scienti c and philosophical topics are addressed in this combination of reality and ction, including the invisible, memory, imagination, and past, present, and future.

Marcelo Moraes é ator e mágico, formado em Artes Cênicas pela Unicamp. É cofundador e integrante dos grupos teatrais Desembargadores do Furgão, onde iniciou sua pesquisa em mágica, e Núcleo Instável. Integra também o premiado grupo de teatro infantil A Fabulosa Companhia, além de ser mágico e trompetista da fanfarra Cornucópia Desvairada, premiada no Festival lnternational Cirque et Fanfares de Dole, na França.

Marcelo Moraes is an actor and magician with a degree in Performing Arts from the State University of Campinas. He is a co-founder and member of the theater groups Desembargadores do Furgão — where he rst began his research into magic — and Núcleo Instável. He is also a member of the award-winning children’s theater group A Fabulosa Companhia, and a magician and trumpet player in the fanfare band Cornucópia Desvairada, which won an award at the International Cirque et Fanfares Festival in Dole, France.

Direção/ Direction: Daniel Warren | Concepção, texto e performance/ Concept, Text, and Performance: Marcelo Moraes | Trilha sonora/ Soundtrack: Max Huszar e Thomas Huszar | Direção de arte/ Production Design: Julio Dojcsar | Iluminação/ Lighting: Marina Gatti | Fotos/Photos: Ricardo Avellar

EYJA: PRIMEIRA PARTE, A ILHA

MULTIFOCO COMPANHIA DE TEATRO – BRA (RJ)

EYJA: PART ONE, THE ISLAND

Em islandês, eyja signi ca “ilha” — tema do primeiro espetáculo da trilogia concebida pela Multifoco Companhia de Teatro, inspirada na erupção do vulcão Eyja allajökull ocorrida em 2010. Usando a linguagem do circo-teatro, tem como protagonista uma artista circense cega, buscando promover uma re exão poética e simbólica sobre a relação do ser humano com o desconhecido, a solidão e a natureza.

A encenação se desenvolve em uma grande jangada — metáfora de um território instável —; por meio de acrobacias, portagens, suspensões e colapsos, os personagens buscam reaprender a convivência, a partilha dos equilíbrios e a construção de coletividades, incorporando ainda elementos da audiodescrição como linguagem cênica.

Segundo o diretor Ricardo Rocha, “trata-se de um deslocamento de perspectivas para repensar o indivíduo e a coletividade, o sujeito urbano e o colapso do modelo de organização social das cidades. Lançamos mão da poesia, da musicalidade e da sicalidade acrobática para navegar por esses mares do pensamento”.

Sediada no Rio de Janeiro, a companhia tem quinze anos de trajetória em teatro, circo e dança contemporânea. Com 8 espetáculos autorais, o grupo investiga o corpo como instrumento narrativo e integra a acrobacia a elementos como cenário, gurino e iluminação para criar sua visualidade cênica. Entre suas atividades estão também projetos de formação e intercâmbio artístico.

Eyja is an Icelandic word meaning “island” — which is the topic of the rst show in a trilogy conceived by Multifoco Companhia de Teatro, inspired by the 2010 eruptions of the Eyja allajökull volcano. Using the language of circus-theater, it features a blind circus artist as the protagonist, aiming to foster a poetic and symbolic re ection on humanity’s relationship with the unknown, solitude, and nature.

e staging unfolds on a large ra —a metaphor for unstable territory—where through acrobatics, li s, suspensions, and collapses, the characters seek to relearn coexistence, the sharing of balance, and the construction of communities. e production also incorporates audio description elements as a scenic language.

According to director Ricardo Rocha, “it’s about a shi in perspective to rethink the individual and the collective, the urban subject and the collapse of the social organization model of cities. We use poetry, musicality, and acrobatic physicality to navigate these seas of thought.”

Based in Rio de Janeiro, the company has 15 years of experience in theater, circus, and contemporary dance. With 8 original productions, the group investigates the body as a narrative instrument and integrates acrobatics with elements like set design, costumes, and lighting to create its scenic visuality. eir activities also include training projects and artistic exchanges.

Elenco/ Cast: Analú Faria, Bárbara Abi-Rihan, Palu Felipe, Rodrigo Barizon, Vinícius Mousinho | Direção/Cenografia/Iluminação/ Director/Set Designer/ Lighting: Ricardo Rocha | Assistênciade direção/Visagismo/Operação de som/ Assistant Director/Theatrical Makeup Artist/ Sound Operator: Diogo Nunes | Supervisão coreográfica/ Choreography Oversight: Palu Felipe | Preparação corporal/Direção técnica/ Body Coach/Technical Director: Rafael Garrido | Colaboração artística/ Artistic Collaboration: Fábio Lacerda e Rodrigo Gondim | Trilha sonora e composições/ Soundtrack and Composition: Samantha Jones | Gravação e masterização/ Recording and Mastering: Sarah Abdala | Colaboração sonora/ Sound Collaboration: Vinícius Mousinho | Figurinos/ Costumes: Flavio Souza | Cenotécnico/ Theater Technician: Moisés Cupertino | Consultoria cenográfica/ Set Design Consultants: Alice Cruz, Cachalote Mattos, Daniele Geammal | Dramaturgia descritiva/ Audio Description Dramaturgy: Bárbara Abi-Rihan | Consultoria em dramaturgia descritiva/ Audio Description Dramaturgy Consultant: Nara Monteiro | Colaboração em dramaturgia descritiva/ Audio Description Dramaturgy Collaboration: Analú Faria e Clarissa Menezes | Produção executiva/ Executive Producer: Clarissa Menezes | Assistente de produção/ Production Assistant: Bárbara Abi-Rihan | Direção de produção/ Production Direction: Multifoco Produções Culturais

GOUPIL & KOSMAO

CIE MONSTRE(S) (FRA)

Etienne Saglio

Goupil é uma raposa de pelúcia que já foi estola de uma senhora fashionista. Transformada em assistente de palco pelo mágico Kosmao, resolve roubar a cena e atrapalhar a apresentação de seu chefe, não medindo esforços para chegar ao estrelato e ser a protagonista do cabaré.

Sem usar uma palavra sequer, e ao som de uma trilha de piano, mestre e marionete divertem a plateia com truques de magia e números de ilusionismo pensados para “confundir nossas mentes e abalar nossas referências”, como explica Étienne Saglio, idealizador do espetáculo.

Representante da chamada magie nouvelle (nova magia), movimento que incorpora às apresentações elementos do cinema, do teatro, das artes cênicas e visuais, Saglio traz ao palco também recursos de animação — uma homenagem aos estúdios Tex Avery (criador de personagens clássicos como Pernalonga e Patolino) e Pixar (produtora de sucessos de bilheteria como Toy Story, Procurando Nemo, Ratatouille e Up — Altas Aventuras).

O artista francês Étienne Saglio é mágico, ator e especialista na manipulação de objetos. Malabarista autodidata, frequentou o Lido, em Toulouse, e o Centre National des Arts du Cirque, em Châlons-en-Champagne, antes de formar sua própria companhia, a Monstre(s). Artista associado do éâtre du Rond Point, em Paris, tem entre seus projetos Le Soir des Monstres, Le Bruit des Loups, Nous e Vers les Métamorphoses.

Goupil is a stu ed fox who used to be a fashionista’s stole. It was turned into a stage assistant by the great magician Kosmao and decides to steal the spotlight and disrupt its boss’s performance, sparing no e ort to reach stardom and be the star of the cabaret.

Without using a single word, just to the sound of a piano track, master and puppet entertain the audience with magic tricks and illusionist acts designed to “confuse our minds and shake up our references,” as Étienne Saglio, the show’s creator, explains.

A representative of the so-called magie nouvelle (new magic), a movement that incorporates elements of cinema, theater, performing and visual arts into its performances, Saglio also brings elements of animation to the stage – a tribute to the studios Tex Avery (creator of classic characters such as Bugs Bunny and Da y Duck) and Pixar (producer of blockbusters such as Toy Story, Finding Nemo, Ratatouille, and Up).

French artist Étienne Saglio is a magician, actor, and object manipulation specialist. A self-taught juggler, he attended Le Lido in Toulouse and the Centre National des Arts du Cirque in Châlons before forming his own company, Monstre(s). An associate artist at the éâtre du Rond Point in Paris, his projects include Le Soir des Monstres, Le Bruit des Loups, Nous, and Vers les métamorphoses.

Criação/ Creator: Étienne Saglio | Interpretação/ Performer: Quentin Cabocel | Direção técnica/Technical Director: Benoit Desnos | Direção de cena/ Stage Director: Antoine Zavattero | Criação informática/ Computer Dreation: Tom Magnier | Criação de maquinaria/ Machinery Creation: Simon Maurice | Criação mágica/ Magic Creation: Antoine Terrieux | Figurinos/ Costumes: Élodie Sellier | Olharexterno/ External Look: Valentine Losseau, Raphaël Navarro | Fotografias/ Photographs: Étienne Saglio, Prisma Laval | Direção de produção, administração e difusão/ Production Management, Administration, and Distribution: AY-ROOP | Produção local/ Local Production: Caruá Produções (Marina Mioni) | Coordenação técnica no Brasil/ Technical Coordinator in Brazil: Mark Bromilow | Coprodução/ Co-productions: Le Carré, Scène Nationale de Château-Gontier no âmbito do Festival Onze - Biennale des Arts de la Marionnette et des Formes Manipulées, l’Agora à Boulazac, PNC Nouvelle Aquitaine, Mars / Mons arts de la Scène, Centre Culturel Jacques Duhamel, Vitré | Residências artísticas / Artist Residencies: Théâtre de Laval, Le Carré, Scène Nationale de Château-Gontier, Centre Culturel Jacques Duhamel - Vitré | Apoio/ Support: DRAC Bretagne, Conseil Régional de Bretagne, Ville de Rennes, Monstre(s) tem o apoio da Fondation BNP Paribas para o desenvolvimento de projetos, Étienne Saglio é artista associado do Théâtre du Rond-Point / is supported by Fondation BNP Paribas for project development; Étienne Saglio is an artist associated with Théâtre du Rond-Point

GLORIOUS BODIES

CIRCUMSTANCES (BEL)

Em Glorious Bodies, seis acrobatas idosos realizam uma performance de circo e dança que transcende a fronteira entre o circo clássico e o contemporâneo. Com movimentos solos, ancorados uns sobre os outros e/ou saltando nas alturas, eles investigam a gravidade, a estabilidade, a resistência e sobretudo o poder do corpo que envelhece.

Com carreiras pregressas no circo, os artistas demonstram vitalidade e domínio técnico. “Eles têm a história arquivada no corpo. O medo de errar faz parte do processo, mas já não é um grande problema. O treinamento é diário e divertido. No aquecimento, pulam corda e brincam de pega-pega. Existem muitos clichês sobre o envelhecimento, mas podemos oferecer uma perspectiva diferente, a nal, é algo que está acontecendo com todos nós, agora mesmo, neste momento. É uma circunstância”, diz o diretor Piet Van Dycke.

In Glorious Bodies, six elderly acrobats put on a circus and dance performance that transcends the boundaries between classic and contemporary circus. With solo movements, anchored on top of each other, and/or leaping into the air, the artists investigate gravity, stability, endurance, and, above all, the power of the ageing body.

With previous circus careers, the group shows vitality and technical mastery. “ eir stories are written in their bodies. e fear of making mistakes is part of the process, but it’s no longer a big deal. Training is daily and fun. During warm-ups, they jump rope and play tag. ere are many clichés about ageing, but we o er a di erent perspective, a er all, it’s something happening to all of us, right now, at this very moment. It’s a circumstance,” says director Piet Van Dycke.

A companhia de circo e dança belga fundada em 2021 desenvolve, produz e distribui a partir de e em diversas circunstâncias, com pessoas e para pessoas de todas as idades em palcos e espaços públicos. Elaboradas por uma equipe artística multidisciplinar, as criações acontecem a partir de atribuições, improvisação e pesquisa de movimento.

e Belgian circus and dance company founded in 2021 develops, produces, and performs in various contexts, with people and for people of all ages on stages and in public spaces. Composed of a multidisciplinary team of artists, their creations emerge from assignments, improvisation, and movement research.

Conceito e coreografia/ Concept and Choreography: Piet Van Dycke | Elenco/ Performers: Winfried Deuling, Astrid Schöne, Det Rijven, Thorsten Bohle, Paul Gri ioen e Johannes Fischer | Música/ Music: Kris Auwers | Instalação/ Installation: Arjan Kruidhof | Dramaturgia/ Dramaturgy: Marie Peeters | Figurinos/ Costumes: Oona Mampuys | Design de iluminação e tecnologia/ Light Design, Technique: Casper Van Overschee | Gerente de produção/ Production Manager: Sam Cunningham | Produção/ Production: Circunstâncias | Coprodução/ Co-production: PLAN, Festival Circolo, DansBrabant, Cirklabo, Circuswerkplaats Dommelhof, PERPLX, Perpodium | Agradecimentos/ Special thanks to: Miramiro, Destelheide, Wybren Wouda | Apoio/ Supported by: Governo Flamengo, Grensverleggers/deBuren (um esquema para apoiar colaborações culturais entre partidos na Flandres, na Província de Brabante do Norte, na Província de Limburgo e na Província de Zelândia) (a program to support cultural collaborations between parties in Flanders, in the provinces of North Brabant, Limburg, and Zeeland)

KNITTING PEACE

CIRKUS CIRKÖR (SWE)

TRICOTANDO A PAZ

Karolina Henke

Os artistas circenses muitas vezes se esforçam para alcançar o impossível. Seria essa busca o caminho para a felicidade? Lutar pela paz na terra é esforçarse pelo impossível? Ainda assim, esse esforço faria diferença? Como tecer a paz no mundo?

Com esses questionamentos losó cos, o espetáculo da companhia sueca, referência em circo contemporâneo, segue em turnê desde 2013. Nele, acrobatas se equilibram e evoluem entre os grossos brancos emaranhados, atados e des ados, além de cordas, linhas e tecidos, performando individualmente e entre si em números no solo e aéreos, em barras, plataformas suspensas, na corda bamba e em novelos gigantes de lã.

“Resolvi usar a tecelagem ao perceber sua natureza ancestral e como ela é comum nas casas das pessoas. Ela tornou-se uma obsessão e uma ponte capaz de desencadear centenas de momentos e misturas artísticas para dar um signi cado social à performance, que conta ainda com elementos do teatro, do canto e da dança”, conta a diretora Tilde Björfors. A música original, feita ao vivo e com violinos em cena, guia a apresentação.

Pioneira do circo contemporâneo escandinavo, seu trabalho é baseado em pesquisa artística, troca de experiências e colaborações interdisciplinares, com destaque para narrativas que trazem questões losó cas, sociais e políticas a seus espetáculos, apresentados em turnês regulares em todo o mundo.

Circus performers o en strive to achieve the impossible. Is this pursuit the path to happiness? Is striving for world peace an impossible goal? Would it still make a di erence? How can we weave peace into the world?

With these philosophical questions, this show by the Swedish company – a contemporary circus pioneer and international reference – has been on tour since 2013. In it, acrobats balance and evolve between tangled, knotted, and unraveled thick white threads, ropes, lines, and fabrics, performing individually and with each other in ground and aerial numbers, on bars, aerial platforms, tightropes, and giant balls of wool.

“I decided to use weaving when I realized its ancestral nature and how common it is in people’s homes. It became an obsession and a bridge that can unleash hundreds of art moments and mixtures to give a social meaning to the performance, which also includes elements of theater, song, and dance,” director Tilde Björfors says. e original music, performed live with violins on stage, conducts the performance.

Cirkus Cirkör – a play on the French words for circus and heart – is the name of the company founded 30 years ago by director Tilde Björfors.

A pioneer of contemporary Scandinavian circus, their work is based on artistic research, experience sharing, and interdisciplinary collaborations, with an emphasis on narratives that bring philosophical, social, and political issues to their shows, which are regularly toured all over the world.

Elenco/Cast: Alexander Weibel Weibel / Pietro Barilli: Lindan, acrobacias de equilíbrio, violino (equilibrist, violin); Joana Martinho/ Aino Ihanainen: parada de mão (handstand), manipulação ao vivo (livesticking); Nathalie Bertholio/ Sarah Lett: Roda Cyr, acrobacia de dança (Cyr wheel, dance acrobatics); Antonio Panaro/ Mikael Kristiansen: parada de mão, acrobacia de solo (Handstand, floor acrobatics); Joana Dias, Saara Ahola, Tiziana Prota e Mirja Jauhiainen: acrobacia aérea, canto, acordeão (Aerial acrobatics, singing, accordion) | Músicos/ Musicians: Samuel “Looptok” Andersson/ Thea Åslund | Montador de palco e engenheiro de palco/ Rigger and Stage Technician: Ariellah Winther | Engenheiro de iluminação/ Light Technician: Fredrik Ekström/ Lina Ståhl | Engenheiro de som/ Sound Technician: Therese Larsson | Tour Manager/Direção de palco/Stage Manager: Fredrik “Fefe” Deijfen | Equipe criativa/ Creative Team: Grundensemble 2013 | Cocriadores/ Co-creators: Aino Ihanainen, Alexander Weibel Weibel, Ilona Jäntti, Jens Engman, Matleena Laine, Niklas Blomberg, Quim Giron | Direção e ideia/ Director and Concept: Tilde Björfors | Composição e design de som/ Composer and Sound Design: Samuel “Looptok” Andersson | Assistência de direção/ Director’s Assistant: Alexander Weibel Weibel | Cenografia e figurinos de malha/ Knitted Set Design and Knitted Costumes: Aino Ihanainen | Cenografia/ Set Design: Fanny Senocq, Tilde Björfors, Stefan “Drake” Karlström, Joel Jedström e o conjunto / and the ensemble | Figurinos/ Costume design: Anna Bonnevier | Desenho da máscara/ Mask Design: Helena Andersson | Design de iluminação/ Light Design: Ulf Englund | Consultor coreográfico e treinador artístico/ Choreographic Advisor and Artistic Coach: Cilla Roos | Atributos e pintura de cenário/ Scenographic Painter & Props: Tomas Helsing | Coordenação técnica e construção/ Technical Coordination and Constructions: Stefan “Drake” Karlström, Joel Jedström | Construção de circo/ Circus Construction: Ulf “Poly” Nylin | Assistência de direção/ Assistant Director: Maria Wallin | Assistência de design de iluminação/ Assisting Light Design: Fredrik Ekström | Músico/ Musician: Samuel “Looptok” Andersson | Foto ao vivo/ Live Photo: Mats Bäcker | Foto do pôster/ Poster Photo: Mattias Edwall (2013), Karolina Henke (2022) | Produção/ Producer: Mirja Jauhiainen | Produção técnica/ Technical Producer: Henrik Enar | Touring e Relações internacionais/ International Relations: Irene Ramilli | Gerente de operações Arte e produção/ Head of Arts & Production Operations: Lena Kjellander Stockhaus | Produção executiva/ Executive Producer: Malin Brereton | Design gráfico/ Graphic Design: Karin Robérts | Chefe de marketing e comunicação/ Head of Marketing & Communications: Hillevi Berg Niska | Photo Program Sheet: Karolina Henke | CEO Cirkus Cirkör: Kajsa Giertz

LES VOYAGES

COLETIVO XY (FRA)

Fabrice
Dimier

Em Les Voyages, um grupo de acrobatas ocupa espaços públicos das cidades que visita e os transforma em um palco de experimentações. Entre praças e construções, e usando somente seus corpos como suporte, os artistas interagem com o público em uma performance que se propõe a carregar física e simbolicamente as pessoas.

Com gestos simples, como um sorriso ou aperto de mão, os artistas convidam o público a ser suspenso e carregado nos braços, levando quem aceita o convite à uma viagem por suas próprias memórias e sensações.

A proposta do trabalho, criado em 2018, é trazer uma nova perspectiva para o cotidiano urbano e para o poder transformador da con ança e ao mesmo tempo questionar a relação do indivíduo com um grupo ou dentro de determinado ambiente social. Assim, artistas e desconhecidos criam juntos uma obra coletiva efêmera, baseada na ideia de que sozinhos vamos mais depressa, mas juntos vamos mais longe.

O Coletivo XY é uma das companhias de circo mais aclamadas da França, referência internacional em acrobacia coletiva. Com cerca de 40 membros, é reconhecida por sua abordagem técnica inovadora e por sua capacidade de interação com o espaço público. Com mais de mil apresentações ao redor do mundo — incluindo o Brasil —, tem em seu repertório, além de Les Voyages, Laissez-porter (2005), Le Grand C (2009), Il n'est pas encore minuit (2014), Möbius (2019) e Le Pas du Monde (2025) os dois últimos continuam em turnê atualmente.

In Les Voyages, a group of acrobats occupy public spaces in the cities they visit and turn them into a stage for experimentation. Between squares and buildings, supported only by their own bodies, they interact with the audience in a performance that aims to “carry” people physically and symbolically.

With simple gestures, such as a smile or a handshake, the artists invite the audience to be suspended and carried in their arms, taking those who accept the invitation on a journey through their own memories and sensations.

is work was created in 2018 and aims to bring a new perspective to everyday urban life and the transformative power of trust, while also challenging the relationship between the individual and the group or within a given social environment. Artists and strangers, together, create an ephemeral collective work, based on the idea that we might go faster by ourselves, but we go further together.

Collectif XY is one of France’s most acclaimed circus companies and an international point of reference in collective acrobatics. It currently has around 40 members and is recognized for its innovative technical approach and ability to interact with the public space. With more than a thousand performances around the world, including Brazil, their repertoire includes Les Voyages, Laissez-porter (2005), Le Grand C (2009), Il n’est pas encore minuit (2014), Möbius (2019), and Le Pas du Monde (2025), the last two are currently still on tour.

Equipe artística/ Artistic Team: Julian Amiot, Thibault Bertias, Liz Braga, Liam Carmody, Camille de Truchis, Denis Doulon, Clémence Gilbert, Pedro Guerra, Pierre Le Goullaec, Otto Monedero, Marta Muñoz, Jordi Puigoriol, Guillaume Sendron, Pauline Talon, Antoine Thirion, Amaia Valle, Paula Wittib. | Fotografia/ Photographer: Samuel Buton | Produção geral/ General Production: Antoine Billaud | Criação/ Creation: Collectif XY | Olhar externo/ External Look: Olivier Comte | Produção/ Production: Collectif XY | Coprodução/ Co-production: Lieux Publics – Centre National de Création en Espace Public (Marselha) Le Phénix – Scène Nationale Pôle Européen de Création (Valenciennes); Le Boulon – Centre National des Arts de la Rue et de l’Espace Public (Residência técnica inicial no espaço Vieux-Condé) | Residências Artísticas/ Artist residencies: Assirk Assaghir – Escola de Circo de Naplouse (Palestina); EPPGHV – La Villette (Paris)La Faïencerie – Théâtre Creil Chambly; Lieux Publics (Marselha) Institut Français de Jérusalem (Nablus) | Produção no Brasil/ Production in Brazil: Difusa Fronteira | Apoio/ Support: Région Hauts-de-France; Com o apoio do Ministério da Cultura da França e da Fundação BNP Paribas/ With the support of the Ministry of Culture of France and BNP Paribas Foundation. Espetáculo que integra a Temporada França-Brasil 2025 / Show presented as part of the France-Brazil 2025 Season

MAPUTO-MOZAMBIQUE

CIA THOMAS GUÉRINEAU (BEN/FRA/MLI/MOZ)

Com mais de oitenta apresentações, artistas combinam malabarismo, dança, canto, música e percussão para criar um espetáculo visual e sensorial.

O grupo apresenta equilíbrio, ritmo e sincronicidade na manipulação de objetos como bolas, pinos e sacos plásticos em suspensão, criando assim coreografias, efeitos visuais e sonoros.

Cantos, percussões corporais e batuques em tambores como o rombo — instrumento utilizado em diversas culturas africanas para acompanhamento de danças, rituais e cerimônias — completam a produção musical e enriquecem a narrativa cênica, ao mesmo tempo que colocam em perspectiva os ritos e práticas artísticas de Moçambique, usando os estados do corpo como o núcleo dessa composição.

O espetáculo faz parte de uma pesquisa iniciada na década de 1990 pelo diretor francês omas Guérineau, idealizador do projeto. “Ela consiste no malabarismo musical, ou seja, a escrita e os sons compõem-se com os corpos e os objetos em movimento, em uma criação musical ao vivo e completamente acústica”, explica ele.

With more than 80 performances under their belt, artists simultaneously display their skills in juggling, dance, singing, music, and percussion to create a visual and sensory spectacle. e group presents balance, rhythm, and synchronicity as they manipulate objects including balls, pins, and plastic bags up in the air, creating choreographed performances and visual and sound e ects.

Songs, body percussion numbers, and drumming on instruments including the rombo – used in di erent African cultures in dances, rituals, and ceremonies – enhance the musical landscape and add depth to the stage narrative. e performance draws on Mozambique’s artistic traditions, using the body’s physical states as the foundation for this unique composition.

is show is part of a research project French director omas Guérineau rst conceived in the 1990s. “It’s about musical juggling – i.e. writing and sounds are combined with moving bodies and objects in a live and completely acoustic musical creation,” he explains.

Em 2011, Guérineau aceitou o convite do Centro Cultural Franco-Moçambicano para ministrar uma formação de malabarismo para jovens em Maputo. O trabalho se desenvolveu e culminou no espetáculo Maputo-Mozambique, que teve sua estreia no festival Africolor, dedicado desde 1989 a ser uma vitrine da diversa cultura africana.

In 2011, Guérineau accepted the invitation from the Franco-Mozambican Cultural Center to give juggling training for young people in Maputo. e work developed and culminated in the show MaputoMozambique, which premiered at the Africolor festival, dedicated since 1989 to showcasing the diverse African culture.

Concepção e direção/ Concept and Direction: Thomas Guérineau | Criação de luz/ Light Design: Christophe Schae er | Responsável técnica e de iluminação/ Technical and Lighting O icer: Nina Herbuté-Lafont | Artistas/ Performers: Fane Djénébou, Minhome Landry Prime Ezinse, Mariam Diakité, Jose Joaquim Sitoe | Responsável por agendamentos/ Booking Agent: Isabelle Prud’homme | Produção executiva/ Executive Production: Agathe Hautefeuille | Comunicação/ Communications: Elie Grebot | Produção/ Production: Compagnie TG | Apoio/ Supported by: Ministère de la Culture et de la Communication – DRAC Île-deFrance, Institut Français – Ministère des A aires Étrangères, Centre Culturel Franco-Mozambicain de Maputo, Ville du Bourget, Compagnie Sham, Conseil Régional Île-de-France, Le Plus Petit Cirque du Monde, La Maison des Jonglages / Centre Culturel de La Courneuve, Festival Africolor

MEMORÁVELHISTÓRIAS NOTÁVEIS

PALHAÇOS SEM FRONTEIRAS CLOWNS WITHOUT BORDERS – BRA

MEMORABLE - REMARKABLE STORIES

Tendo a música como o condutor, o espetáculo apresenta histórias vividas por integrantes do grupo Palhaços Sem Fronteiras no Brasil e em diferentes localidades do mundo. Com direção de Cristiane Paoli Quito, Memorável — Histórias Notáveis reúne no palco 4 artistas que alternam narrativas sobre as experiências em áreas de risco e instabilidade com números de palhaçaria e canções.

Elaborada a partir de depoimentos de integrantes do grupo colhidos durante a realização dos projetos, a peça é um convite para que crianças, jovens e adultos conheçam a organização que desde 1993 utiliza a palhaçaria e o circo como ferramentas de acolhimento, desenvolvimento socioemocional e auxílio diante de traumas e situações de violação dos direitos humanos. Com humor e ludicidade, a montagem promove uma re exão sobre a capacidade de transformação social proporcionada pela arte circense, com base em pesquisas desenvolvidas pela organização desde seu surgimento.

Palhaços Sem Fronteiras existem para que crianças e jovens tenham direito ao riso, à imaginação e ao brincar nas situações mais adversas do planeta. Criado originalmente pelo artista catalão Tortell Poltrona em 1993, o grupo está presente em treze países. No Brasil, as atividades são realizadas em 6 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Tocantins e Pernambuco.

Music is the driving force conducting this show featuring stories that members of the Clowns Without Borders group have lived in Brazil and in di erent parts of the world. Directed by Cristiane Paoli Quito, Memorable – Remarkable Stories brings together on stage four artists that take turns telling stories about their experiences in vulnerable and unstable areas through clowning numbers and music.

Based on stories of members of the group collected during the course of the projects, the play is an invitation for children, young people, and adults to get to know the organization — which since 1993 has used clowning and the circus as tools for providing comfort, socioemotional development, and aid in the face of trauma and human rights violations. e play humorously and playfully o ers a re ection on how circus art can promote social change, based on investigations the organization has carried out since its inception.

Clowns Without Borders exist so that children and young people have the right to laugh, imagine, and play amid the most hostile situations on the planet. e group was originally created by the Catalan artist Tortell Poltrona in 1993 and is currently active in 13 countries. ey work in six states across Brazil: São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Tocantins, and Pernambuco.

Direção/ Director: Cristiane Paoli Quito | Dramaturgia/ Dramaturgy: Ana Pessoa | Elenco/ Cast: Aline Moreno, Arthur Toyoshima, Renato Ribeiro e Tetê Purezempla | Coordenação de produção/ Production Coordinator: Aline Calahani | Figurino/ Costume Design: Claudia Schapira | Iluminação e cenário/ Lighting and Set: Marisa Bentivegna | Criação e direção musical/ Music Creation and Direction: Tetê Purezempla | Operação de luz/ Lighting Operator: Marina Gatti | Operação de som/ Sound Operator: Rafael Matede | Cenotécnica/ Theater Technician: Gisele Tressi | Comunicação/ Media O icer: Mariana Rodrigues | Fotografia/ Photography: Ricardo Avellar | Produção executiva/ Executive Production: GT Produções | Realização/ Organized by: Palhaços Sem Fronteiras Brasil

MINA – CORPO MULTIDÃO

DIR.: CAMILA MOTA E ALESSANDRA BRANTES - BRA (SP)

MINA – CROWD BODY

Em uma grande celebração, com lona de circo sobre o palco, projeções de vídeo e música ao vivo, Mina – Corpo Multidão é um tributo a Erminia Silva — Mina (1954–2023) —, escritora, historiadora, quarta geração de família circense e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Circo da FEF/Unicamp. A montagem reúne 37 artistas mulheres e de gêneros dissidentes em números de malabarismo, acrobacia, palhaçaria, mágica, aéreos e equilíbrio, acompanhados de uma banda ao vivo que compõe esse corpo-multidão, nascido da fonte — da mina fértil e generosa que foi Erminia.

É uma homenagem à memória e à presença das mulheridades no circo, construída a partir do diálogo com a trajetória, paixão, militância e saberes.

Mina – Corpo Multidão convida o público a beber da água da mina da lona do circo — que inspira, rega e abre caminhos. E brinda, com prazer, por cada gota servida dessa nascente eterna: Mina.

In a grand celebration complete with a grid top on stage, video projections, and live music, Mina – Corpo Multidão pays tribute to Erminia Silva, a.k.a. Mina (1954–2023), a writer, historian, fourth generation performer from a circus family, and coordinator of the Circus Research Group of the Physical Education School (FEF) of the State University of Campinas. e show features 37 women and gender-dissident artists performing numbers including juggling, acrobatics, clowning, magic tricks, aerials, and balancing, with a live band that makes up this crowd-body born from this spring — this proli c, generous source that Erminia was. It is a tribute to the memory and presence of womanhoods in circus, built from the dialogue with her story, passion, activism, and knowledge. Mina – Corpo Multidão invites the audience to drink from the waters of the circus big top, a source that inspires, irrigates, and opens pathways. And toasts, with pleasure, each drop served from this everlasting spring: Mina.

Mina – Corpo Multidão é um espetáculo coletivo feito por um núcleo criativo de artistas que homenageia a vida e o legado da pesquisadora e militante circense Erminia Silva (1954-2023). Estreado em 2024 no eatro Municipal de São Paulo, reúne artistas de diferentes formações numa celebração sensível e diversa da memória do circo brasileiro.

Mina – Corpo Multidão is a collective show by a creative group of artists celebrating the life and legacy of the circus researcher and activist Erminia Silva (1954–2023). It premiered in 2024 at eatro Municipal de São Paulo and brings together performers from di erent backgrounds in a tender and diverse celebration of the memory of Brazilian circus.

Direção geral do projeto/ General Project Management: Giulia Nina, Márcia Nunes e Rita Masini | Idealização e curadoria/ Conception and Curatorship: Alessandra Brantes, Erica Stoppel, Bel Mucci, Giulia Nina, Lu Menin, Maíra Campos, Márcia Nunes e Rita Masini | Direção artística/ Art Direction: Alessandra Brantes e Camila Mota | Direção musical/ Musical Direction: Simone Julian e Tetê Purezempla | Dramaturgia/ Dramaturgy: Giulia Nina e Letícia Coura | Coordenação aéreos/ Aerial Coordination: Bel Mucci e Erica Stoppel | Coordenação equilíbrio/ Balance Coordination: Lívia Mattos e Maíra Campos | Coordenação acrobacias/ Acrobatics Coordination: Marina Bombachini | Coordenação malabares/ Juggling Coordination: Laura Faleiros | Direção e criação de vídeo/ Video Direction and Creation: Ciça Lucchesi | Câmera ao vivo/ Live Camera: Cassandra Melo | Design de visuais e operação de vídeos/ Visual Designer and Video Operator: Carol Shimeji | Iluminação/ Light Designer: Miló Martins | Assistente de iluminação/ Lighting Assistant: Fernanda Guedelha | Técnica de som/ Sound Technicians: Bia Wolf e Lilla Stipp | Figurinos/ Costumes: Chris Galvan | Estruturas circenses e montagem/ Circus Structures and Assembly: Cia Barnabô | Contrarregras e riggers/ Stagehands and Riggers: Tum Aguiar e Patricia Rizzi | Produção artística/ Art Production: Giulia Nina | Coordenação administrativa/ Administrative Coordination: Rita Masini | Direção de produção/ Production Directors: Márcia Nunes e Rita Masini | Elenco/ Cast: Ana Luiza Bellacosta, Bibia Santos, Camila Cake, Dani Rocha-Rosa, Dani Siqueira, Fefê Camilo, Furcifer Scher, Giulia Nina, Jaqueline Macêdo, Julia Reis, Juliana Pereira, Jussara Freitas, Laura Faleiros, Li Medeiros, Livia Mattos, Lu Medeiros, Lu Menin, Luara Bolandini, Luciana Viacava, Mafê, Mai Yamachi, Maira Campos, Maria Isis, Marina Bombachini, Munique Tavares, Nath Calan, Noemí Isaete, Painé Santamaria, Paola Musatti, Rubia Neiva, Sandra Silva, Simone Julian, Tânia Oliveira, Tete Purezempla, Uriã de Barros, Vera Abbud e Vicky Roman. | Créditos das imagens e vídeos utilizados no espetáculo/ Footage and Photographs used in the Show: Centro de Memória do Circo, Emerson Merhy, Daniel de Carvalho Lopes, Circonteúdo, Marília Mattos de Oliveira, Terra Preta Produções, TOOLS Produtora, Renato Lopes, Rainhas do Radiador, Tariana Viajarte. Acervo Seres de Luz Teatro, Sesc São Paulo, Família Xamego, Sophía La Roja Hernández, Cafi Otta e as artistas e familiares que cederam gentilmente as imagens e áudios que compõem este espetáculo (and the performers and their families, who have kindly provided the pictures and recordings that make up this show)

TRUPE BAIÃO DE 2 - BRA(SP)

AL 50 min

Guilherme Awazu e Rachel de Boa celebram uma década de parceria artística com um espetáculo que se inspira na ancestralidade afro-indígena. O título do espetáculo evoca a gura do Moko Jumbie, um espírito curador ou protetor.

Dirigido por Ronaldo Aguiar, o espetáculo tem dramaturgia estruturada a partir do cosmograma bakongo, que simboliza as fases do ciclo da existência — concepção, nascimento, vida e morte —, posicionando o circo como expressão dos trânsitos e trajetórias humanas ao longo da história. “A obra transmite sensações e poéticas por meio da perna de pau — nossa ‘pernaturgia’ — para estabelecer subjetividades”, a rma Rachel.

Com o propósito de honrar o passado e promover um caminhar consciente no presente, a dupla revisita sua própria trajetória na arte circense, explorando técnicas como perna de pau e portagem, com trilha de Ivan Alves que mistura raízes africanas, cantos indígenas e ritmos pernambucanos.

Guilherme Awazu and Rachel de Boa are celebrating a decade of artistic partnership with a show inspired by Afro-Indigenous ancestry. e title of the performance evokes the gure of the Moko Jumbie, a healing or protective spirit.

Directed by Ronaldo Aguiar, the dramaturgy is structured around the Bakongo cosmogram, which symbolizes the phases of the cycle of existence—conception, birth, life, and death. It positions circus as an expression of human transitions and trajectories throughout history. “ e work conveys sensations and poetics through stilt-walking—our ‘stilt-dramaturgy’— to establish subjectivities,” states Rachel.

With the aim of honoring the past and promoting conscious steps in the present, the duo revisits their own journey in circus arts. ey explore techniques such as stilt-walking and adagio (partnering), accompanied by a soundtrack by Ivan Alves that blends African roots, Indigenous chants, and rhythms from Pernambuco.

Criada em 2013 pelo casal Guilherme Awazu e Rachel de Boa, a Trupe Baião de 2 é sediada no bairro do Bixiga, em São Paulo, e tem entre suas habilidades acrobacia de solo e em dupla, perna de pau e percha, integrando dança, teatro físico e música a seus trabalhos. Tem no portfólio os espetáculos Retirantes, Histórias de Papelão — sobre o qual há um documentário homônimo — e as coreogra as B-Stilt, Tucum e Conexão.

Created in 2013 by the couple Guilherme Awazu and Rachel de Boa, Trupe Baião de 2 is based in the Bixiga neighborhood of São Paulo. eir skills include ground and partner acrobatics, stilt-walking, and perch pole, integrating dance, physical theater, and music into their works. eir portfolio includes the shows Retirantes, Histórias de Papelão (about which there is a documentary of the same name), and the choreographies B-Stilt, Tucum, and Conexão.

Direção de produção/ Production Director: Gisele Tressi | Direção geral/ General Director: Ronaldo Aguiar | Composição e criação da trilha/ Composition and Soundtrack: Ivan Alves | Artistas criadores/ Creative Artists: Guilherme Awazu e Rachel de Boa | Preparação corporal em contato e improvisação/ Body Coaches in Contact Improvisation: Dresler Aguilera e Ricardo Neves | Preparação corporal em danças brasileiras/ Body Coach in Brazilian Dances: Alisson Lima | Cenografia/ Set Design: Clau Carmo | Figurino/ Costumes: Juliana Bertolini

MOYA

ZIP ZAP CIRCUS - ZAF

Joan Ward

Moya é um termo em zulu que signi ca “espírito”, “alma”, “sopro vital”, o que torna uma pessoa única e capaz de se (re)construir. Inspirada nesse conceito, a montagem celebra a história de Jacobus Claassen, conhecido como Trompie, que viveu nas ruas da Cidade do Cabo até encontrar refúgio e propósito na escola de circo social da Zip Zap Circus.

Trompie interpreta sua trajetória ao lado de outros artistas que passaram por jornada semelhante, superando desa os com criatividade e trabalho em equipe.

Vibrante e ao som de música ao vivo, a apresentação explora acrobacias individuais e em grupo, malabarismo, números aéreos, roda cyr, tecido, trapézio, equilíbrio e dança tradicional sul-africana, incluindo a gumboot e a pantsula, ilustrando no palco o sonho de Nelson Mandela de uma nação arco-íris formada por onze línguas e unida pela paz.

“Moya” is a Zulu term meaning spirit, soul, breath of life, what makes a person unique and capable of (re)building themselves. Inspired by this concept, the show celebrates the story of Jacobus Claassen, known as Trompie, who lived on the streets of Cape Town until he found refuge and purpose at the Zip Zap social circus school.

Trompie performs alongside other artists who have been through a similar journey, overcoming challenges through creativity and teamwork. A vibrant performance set to live music, it explores techniques including individual and group acrobatics, juggling, aerial acts, Cyr wheel, aerial fabric, trapeze, balancing, and traditional South African dance styles, including Gumboot and Pantsula, illustrating, on stage, Nelson Mandela’s dream of a rainbow nation made up of 11 languages and united by peace.

Extensão pro ssional da escola de circo social Zip Zap, a Zip Zap Circus é um projeto social e artístico que existe há mais de trinta anos na Cidade do Cabo, África do Sul. Para além dos espetáculos, a companhia é reconhecida como uma ferramenta de desenvolvimento para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, promovendo habilidades como autoestima, consciência corporal, disciplina e perseverança, ampliando oportunidades a todos os envolvidos.

A professional development program o ered by the Zip Zap social circus school, Zip Zap Circus is a social and art project that has been running for over 30 years in Cape Town, South Africa. e company is acknowledged not only for its shows, but also as a development tool for children and youth in situations of social vulnerability, promoting skills including selfesteem, body awareness, discipline, and perseverance, expanding opportunities for all those involved.

Criação/ Creation: Zip Zap Circus | Coprodução/ Coproduction: Productions Hors Jeu | Direção/ Director: Brent van Rensburg | Composiçãomusical/ Composer: Josh Hawks | Colaboradores/ Collaborators: Nikolas Pulka, Sabine van Rensburg, Brin Schoellkopf | Elenco/ Circus Performers: Jason Barnard, Luqmaan Benjamin, Bridgette Berning, Jacobus Claassen, Masizakhe Kovi, Vuyani Lottering, Akho Narwele, Phelelani Ndakrokra, Matthew Risk, Lukhanyo Samson | Coreografia/ Choreographer: Adele Blank | Figurinos/ Costume Designer: Catherine Lourioux | Assistente de figurino/ Costume Assistant: Beaura Jacobs | Produção/ Production: Daniel Galloway, Elizabeth Barnard-Scott, Xavier Gobin | Produção no Brasil /Production in Brazil: Cristiani Zonzini

CIRQUE BARAKA – FRA/URY

Francis

Em Ocho, o Cirque Baraka questiona a identidade através dos prismas do movimento e do tempo, partindo da ideia de que esses três elementos são indissociáveis. Em um momento em que migração e nacionalismo se chocam, Baraka questiona os processos de criação de identidade coletiva.

É em seu próprio funcionamento que a companhia mostra sua força, com componentes de diversas origens (uruguaia, italiana, francesa) que se revezam em números de mão a mão, dança suspensa, equilíbrio sobre a cabeça e portés acrobáticos, além de dança e canto em diferentes ritmos musicais.

In Ocho, Cirque Baraka questions identity through the lens of movement and time, based on the idea that these three elements are inseparable. At a time when migration and nationalism are colliding, Baraka challenges the processes involved in creating a collective identity.

e company shows its strength through the way it works, with members from di erent backgrounds (Uruguayan, Italian, French) taking turns in hand-to-hand numbers, aerial dance, head balancing, acrobatic li s, and dancing and singing to a variety of musical styles.

O Cirque Baraka é formado por artistas de diferentes origens que defendem o nomadismo. O primeiro encontro da equipe ocorreu em 2014, com o projeto franco-uruguaio Circo Tranzat, uma sala de espetáculos itinerante no Uruguai. Cabaret Baraka foi lançado em novembro de 2016, seguido, em 2017, por BARAKA, que unia circo, dança e música sob uma grande tenda e circulou por 7 países.

Cirque Baraka is made up of artists from di erent backgrounds who advocate nomadism. e troupe rst met in 2014 with the French-Uruguayan project Circo Tranzat, a traveling performance hall in Uruguay. Cabaret Baraka premiered in November 2016, followed in 2017 by BARAKA, which brought together circus, dance, and music under a large tent and toured seven countries.

Elenco/ Cast: Lise Cluzaud, Mariano Alvarez, Monica Costamagna, Hugo Ferron, Sandra Bonomi, Matias Muñoz, Nelly Donnat | Acompanhamento de direção/ Direction Support: Pascal Wyrobnik e Garniouze (Christophe Lafarge) | Criação de figurinos/ Costume Design: Raphaelle Weber | Composição e mixagem de música eletrônica/ Electronic Music Composition and Mixing: Alaskam | Concepção de iluminação/ Lighting Concept: Jack Verdier e Zoé Meslé-Thibaud | Equipe técnica/ Technical Team: Thibaut Herbreteau, Tristan Camporesi | Produção executiva/ Executive Production: Paul Ribière | Produção/ Production: Association La GNAC | Coprodução/ Co-production: Agora PNC Boulazac Aquitaine, Centre Culturel / CREAC – La Cité du Cirque de Bègles, Nil Admirari – Nil Obstrat, Ville du Mans & Pôle régional Cirque Le Mans, Pôle Spectacle Vivant – Communauté d’Agglomération de Saint Dié des Vosges, L’Azimut –Pôle National Cirque en Île-de-France, La Verrerie – Pôle National Cirque Occitanie, Pôle Culturel de Rochebelle, La Grainerie – Fabrique des Arts du Cirque et de l’Itinérance – Pôle européen de Production, Balma – Toulouse Métropole, A4 -Association Angérienne d’Action Artistique, Agence culturelle départementale Dordogne-Périgord, Canopée au Nantholia – Nantholia Espace Culturel | Apoio/ Supported by: ADAMI, DRAC Nouvelle-Aquitaine, OARA (O ice Artistique de la Région NouvelleAquitaine), Região Nouvelle-Aquitaine, Agence culturelle départementale Dordogne-Périgord, Ville de Grabels (34790)

COLETTE GOMETTE - FRA

Patrice Bouvier

Uma sátira ao poder político, Presidente é um espetáculo solo da palhaça Colette Gomette que mistura humor e crítica social. Na trama, a palhaça é contratada como segurança de um novo candidato presidencial francês e se lança na aventura política, atraída pelo desejo de riqueza e glória. Aos poucos, no entanto, é tomada pelos excessos desse universo: incompetência, arrogância, sedução, chantagem e corrupção.

Criado em 2015 por Hélène Gustin, o espetáculo utiliza a técnica do grammelot, uma linguagem teatral em que palavras de diferentes idiomas são misturadas e combinadas ao tom e expressão gestual para transmitir emoções e ideias.

O trabalho, movido a humor e crítica social, já foi apresentado em festivais internacionais de teatro em diversos países.

A satire on political power, President is a solo show by clown Colette Gomette that combines humor and social criticism. It features a character that is hired as a bodyguard for a new French presidential candidate and embarks on a political adventure, drawn by the lure for wealth and glory. Gradually, however, she is overtaken by the excesses of this world: incompetence, arrogance, seduction, blackmail and corruption.

Created in 2015 by Hélène Gustin, the show uses the grammelot technique, a theatrical language combining words from di erent languages with tone and gestural expression to convey emotions and ideas.

A piece driven by humor and social criticism, and it has already been presented at international theater festivals in several countries.

Palhaça-atriz, professora, preparadora e diretora, Hélène Gustin formou-se na École d’Art Dramatique

Charles Dullin, em Paris, em 1981. Atua como palhaça desde 1995 e já se apresentou em países como França, Bélgica, Portugal, Áustria, Ilhas Canárias, Chile, Brasil, Colômbia e Canadá, entre outros. Desde 1996, também atua na organização Rire Médecin, se apresentando para crianças internadas em hospitais. Criou seu primeiro espetáculo, Les Hommes Ont 2 Pattes de Moins que les Animaux (2005-2013), seguido por Présidente, que está em turnê internacional.

A clown/actress, teacher, cast coach, and director, Hélène Gustin graduated from the École d’Art Dramatique Charles Dullin in Paris in 1981. She has been a clown since 1995 and has performed in countries such as France, Belgium, Portugal, Austria, the Canary Islands, Chile, Brazil, Colombia, Canada, and others. Since 1996, she has also been part of the organization Le Rire Médecin performing for children in hospitals. She created her rst show Les hommes ont 2 pattes de moins que les animaux (“Men have 2 legs less than animals”), followed by Présidente, which is currently on an international tour.

Dramaturgia e direção/ Playwrights and Directors: Hélène Gusti e Ami Hattab | Colaboração/ Collaborator: Aude Maury | Figurino/ Costume Designers: Fabienne Desfèches e Martha Romero | Iluminação/ Lighting: Jocelyn Pras | Trilha sonora/ Soundtrack: Danny Elfman | Cenário/ Set: Charles | Produção no Brasil / Brazil Production: Ana Pessoa e Gisele Tressi

VETUS VENUSTAS

CIA CÍCLICUS - ESP

Em latim, a palavra vetus signi ca “antigo” e venustas, “beleza”. O espetáculo Vetus Venustas questiona as especi cidades do tempo e como ele é vivido no circo, documentando a trajetória de artistas e destacando a força e a resiliência que lhes permitiram voltar ao palco e re etir sobre o espaço que ocupam no mundo da arte e na sociedade.

A Cia Cíclicus apresenta sua perspectiva sobre o tema reunindo intérpretes de diferentes gerações. Na trama, objetos e artistas que a sociedade considera não serem mais produtivos e rentáveis são abandonados dentro de um armazém de artes e ofícios.

Artistas de 67 a 80 anos e jovens se encontram, com números aéreos, malabarismo, dança e humor, fortalecendo laços e abrindo novos caminhos na arte para todos. A montagem conta com apoio audiovisual e intercala imagens de arquivo pessoal com depoimentos, além de uma banda ao vivo.

e word “vetus” in Latin means ancient, and “venustas” means beauty. e show Vetus Venustas explores the nature of time and how it is experienced in the circus, documenting the journey of artists and highlighting the strength and resilience that have allowed them to return to the stage and re ect on the space they occupy in the art world and in society.

e Cíclicus troupe presents its perspective on the subject, bringing together performers from di erent generations. e plot features objects and artists that society considers to be no longer productive or pro table and that are abandoned in a warehouse of arts and trades.

Artists aged 67 to 80 and young performers come together through aerial acts, juggling, dance, and humor, strengthening bonds and opening new creative paths across generations. e production incorporates audiovisual elements, interweaving personal archive footage with testimonials. It also features a live band.

Criada em 2009 em Barcelona pelo dramaturgo Leandro Mendonza Artagaveitia e pela musicista

Tanja Haupt, a Cíclicus se dedica à produção e promoção das artes cênicas que destaca a ativa participação de um coletivo interdisciplinar envolvido do processo criativo às encenações. Além de Vetus Venustas, a companhia tem entre seus espetáculos Cíclicus (2010), La Tartana (2014) e Pals (2015), que integrou a edição de 2015 do CIRCOS - Festival Internacional Sesc de Circo.

Established in 2009 in Barcelona by playwright Leandro Mendonza Artagaveitia and musician Tanja Haupt, Cíclicus is dedicated to the production and promotion of the performing arts through the active participation of an interdisciplinary collective that is engaged from the beginning of the creative process to the nal performance. In addition to Vetus Venustas, their shows include Cíclicus (2010), La Tartana (2014), and Pals (2015), which was featured in the 2015 edition of CIRCOS – Sesc International Circus Festival.

Direção artística / Art Director: Leandro Mendoza Artagaveitia | Dramaturgia / Playwright: Joan Arque | Produção / Producer: Geraldine Sakuda | Elenco / Cast: Graziella Galán, M.A. Fernández “Tinga”, Leandro Mendoza, Pablo Nórdico e Iara Gueller | Música ao vivo / Live Musicians: Nacho López, Tanja Haupt e Celeste Alías | Direção musical / Music Director: Nacho López | Desenho de luz / Light Design: Anna Boix | Cenografia / Set Designer: Uli Weigel | Coreografia / Choreographer: Mónica Alsina | Audiovisual / Audiovisual Editor: Erol Ileri | Produção no Brasil / Producer in Brazil: Rita Masini

CIRCUS BAOBAB - GIN

M’Balia Camara (1929-1955) foi uma importante ativista pela independência da Guiné. Símbolo da luta contra o colonialismo, ela é uma das inspirações deste espetáculo, que re ete sobre a condição e o lugar das mulheres na sociedade africana.

Yongoyely leva ao palco 6 mulheres e 3 homens em performances de acrobacia e dança. Os artistas utilizam como equipamento principal pequenas toras de árvores guineenses, uma madeira usada para fazer arcos de caçador tradicionais, nos o su ciente para parecerem frágeis, mas exíveis e resistentes para nunca quebrarem.

No palco, esses pequenos troncos têm múltiplas funções: mastro chinês, barra russa e até mesmo uma corda para equilibrista. O chicote, aparelho circense tradicional, usado nas aldeias da Guiné para afastar os pássaros dos campos, também está presente. Assim como blocos de concreto que ecoam a concretagem que afeta a Guiné e toda a África.

O Circus Baobab é um coletivo de artistas da Guiné e da diáspora, que mistura os modos tradicionais de expressão do circo africano com as novas linguagens do circo contemporâneo. Fundado em 1998, teve como diretores Pierrot Bidon, Mory Diallo, Isabelle Sage e está, desde 2021, sob a liderança de Kerfalla Camara e Richard Djoudi. Além de suas criações e turnês, o Baobab oferece programas de apoio a jovens em vulnerabilidade social.

M’Balia Camara (1929–1955) was an a key gure in Guinea’s independence movement. A symbol of the ght against colonialism, she is one of the inspirations for this show, which re ects on the status and role of women in African society.

Yongoyely brings six women and three men to the stage in acrobatic and dance performances. e artists’ main equipment consists of small logs from Guinean trees, a type of wood traditionally used to make hunters’ bows, slender enough to appear fragile, but exible and strong enough not to break.

On stage, these small logs play multiple roles: as a Chinese pole without a padding, as a Russian bar, and even as an aerialist’s rope. e whip, a traditional circus apparatus used in Guinean villages to keep birds away from the elds, is also present, as are concrete blocks that echo the encroaching urbanization that a ects Guinea and the whole of Africa.

Circus Baobab is a collective of artists from Guinea and the diaspora, combining the traditional ways of expressing African circus with the new languages of contemporary circus. Founded in 1998, its directors have included Pierrot Bidon, Mory Diallo, and Isabelle Sage. It has been led by Kerfalla Camara and Richard Djoudi since 2021. In addition to its creations and tours, Baobab runs support programs for socially vulnerable youth.

Compagnie Circus Baobab | Direção artística/ Art Director: Kerfalla Camara | Direção cênica e cenografia/ Set Director and Set Design: Yann Ecauvre | Elenco/ Cast: Kadiatou Camara, Mamadama Camara, Yarie Camara, Mariama Ciré Soumah, M’Mah Soumah, M’Mah Sylla, Djibril Coumbassa, Amara Tambassa, Mohamed Touré | Preparação circense/ Circus Coaching: Julie Delaire e Mehdi Azéma | Criação musical e sonora/ Music and Sound: Yann Ecauvre e Mehdi Azéma | Coreografia coletiva/ Collective Choreography: Yann Ecauvre, Mehdi Azéma, Julie Delaire, Mouna Nemri e os artistas | Criação de luz/ Light Design: Jean-Marie Prouvèze | Figurinos/ Costume Design: Solenne Capmas | Produção delegada/ Delegated Production: R’en Cirque | Coprodução/ Co-production: Centre Culturel Franco-Guinéen, Archaos – Pôle National Cirque Marseille, La Verrerie d’Alès Pôle National Cirque Occitanie, Théâtre de Rungis | Residências artísticas/ Artist Residencies: Le Pôle – Scène Conventionnée, La Scala Provence, La Scala Paris, Centre Culturel Franco-Guinéen, La Verrerie d’Alès Pôle National Cirque Occitanie, Théâtre de Rungis | Apoio/ Supported by: FODAC (Fonds de Développement des Arts et de la Culture en Guinée), Ministère de la Culture, du Tourisme et de l’Artisanat de Guinée, Institut Français, AFD (Agence Française du Développement | Espetáculo que integra a Temporada FrançaBrasil 2025 / Show presented as part of the France-Brazil 2025 Season

CENA EXPANDIDA EXPANDED SCENE

Cinco expressões íntimas celebram o circo como espaço de encontro. Memórias de infância renascem em quintais; tradições de festas populares dialogam com contemporaneidade; histórias de estrada ganham corpo em malabares; lonas imaginárias acolhem sonhos urbanos; mastros marroquinos desenham poemas aéreos. Cada obra, gestada em processos colaborativos, revela técnicas ancestrais como pontes entre culturas. Após as apresentações, artistas e público compartilham inspirações: como a arte circense tece laços entre pessoas e territórios?

Five intimate expressions celebrate the circus as a space of encounter. Childhood memories are rekindled in backyard spaces; folk traditions dialogue with contemporary life; road stories come to life through juggling; imaginary big tops shelter urban dreams; Moroccan poles trace aerial poems. Each piece, shaped through collaborative processes, reveals ancestral techniques serving as bridges between cultures. After the performances, artists and audiences share inspirations: how can circus art weave connections between people and places?

100 102 104 106 108

A Saga de um Palhaço sem Lona

Circo de Mão - BRA (PE/SP)

A Vida de um Saltimbanco

Rogério Piva – BRA (SP)

Marrocos, Terra do Espetacular

Karim Troussi e Geneviève Pelletier – MAR/CAN

Palestra-Performance Por um Fio

Trupe Arlequin/Diocélio Barbosa – BRA (PB)

Vermelho, Branco e Preto

Cibele Mateus – BRA (SP)

A SAGA DE UM PALHAÇO SEM LONA

CIRCO DE MÃO - BRA (PE/SP) THE SAGA OF A CLOWN WITHOUT A BIG TOP

Em A Saga de um Palhaço sem Lona, Ronaldo Aguiar narra a trajetória de um palhaço em busca de um espaço para o seu circo dentro da cidade. A dramaturgia, com camadas autobiográficas, discute temas como memória, território e resistência nas artes circenses e mergulha na infância do artista e em seu primeiro contato com o picadeiro no bairro de Caetés I, em Abreu e Lima (PE), bem como na relação com a dança e o teatro como etapas de sua formação.

No espetáculo, as lembranças de Aguiar se entrelaçam com as experiências do palhaço Charlito e seus desafios, em um percurso costurado por comicidade e poesia. “Charlito é minha luta. É o circo inteiro que ilumina as ideias, o pensamento, o corpo que insiste em dançar. O circo de um palhaço é aquele dentro de cada um”, diz ele.

Desse encontro entre o artista e o palhaço emerge o impulso para a busca do circo que habita tanto o interior do sujeito quanto os espaços urbanos. O menino da periferia pernambucana que não pôde assistir ao circo permanece vivo no homem que, por meio do palhaço, reflete sobre a disputa por território para a arte circense nas cidades.

In A saga de um palhaço sem lona (The Saga of a Clown Without a Big Top), Ronaldo Aguiar tells the story of a clown searching for a place to set up his circus in the city. The narrative, layered with autobiographical elements, explores themes such as memory, territory, and resistance in the circus arts. It draws from the artist’s own childhood and his first contact with the circus ring in Caetés I, a neighborhood in Abreu e Lima (PE), as well as his formative experiences with dance and theater.

On stage, Aguiar’s memories blend with the journey of the clown Charlito and his challenges—intertwined together with humor and poetry. “Charlito is my struggle. He is the whole circus that lights up ideas, thoughts, and the body that insists on dancing. A clown’s circus lives within each of us,” he says.

From the encounter between artist and clown arises the impulse to seek a circus that inhabits both the interior of the subject and the urban spaces. The boy from the outskirts of Pernambuco, who once couldn’t afford to attend the circus, lives on in the man who, through the clown,reflects on the dispute over territory for circus art in the cities.

Ronaldo Aguiar é bailarino, coreógrafo, palhaço, artista e diretor circense. Iniciou seus estudos em Recife com dança popular, experimentando linguagens como balé clássico, dança contemporânea e acrobacia área. Formado em licenciatura em dança pela Faculdade Paulista de Artes, transita entre essa linguagem artística, o teatro e o circo, com apresentações no Brasil e nos Estados Unidos.

Ronaldo Aguiar is a dancer, choreographer, clown, artist, and circus director. He began his training in Recife with popular dance, later exploring ballet, contemporary dance, and aerial acrobatics. He holds a degree in dance from Faculdade Paulista de Artes and works across dance, theater, and circus, with performances in Brazil and the United States.

Atuação e pesquisa/ Performance and Research: Ronaldo Aguiar | Pesquisa, direção e dramaturgia/ Direction and Dramaturgical Guidance: Jhoao Junnior | Assistente de direção/ Assistant Director: Luciana Viacava | Preparação corporal/ Physical Preparation: Bruna Longo | Iluminação/ Lighting Design: Thiago Zanotta | Produção executiva/Executive Production: Damaris Santos | Orientação histórico-pedagógica/ Historical and Educational Guidance: Ermínia Silva e Daniel Lopes | Direção musical/Musical Direction: Alexandre Maldonado | Cenografia e figurino/ Set and Costume Design: Kleber Montanheiro | Adereços/ Props: Marcos Valadão | Fotografia/ Photography: Larry dos Anjos

A VIDA DE UM SALTIMBANCO

ROGÉRIO PIVA - BRA(SP)

THE LIFE OF A SALTIMBANCO

O malabarista Rogério Piva se define como um saltimbanco contemporâneo. Oriundo de projetos de circo social na periferia de São Paulo, construiu sua trajetória como artista mambembe, viajando sozinho pelo interior do Brasil em seu fusca laranja, o Pitanga, e se apresentando em mais de 40 países, entre circo e festivais, e também de forma independente, levando sua arte para territórios periféricos na América Latina, África, Ásia e Oceania.

No espetáculo A Vida de um Saltimbanco, ele narra com comicidade e poesia sua trajetória, suas lutas e conquistas, desde quando confeccionava seus próprios equipamentos com materiais simples, como cabos de vassoura e garrafas, até a apresentação diante do papa Francisco na praça São Pedro, durante o 30º Golden Circus Festival, em Roma, em 2014. Intercalando relatos e números de malabarismo, o artista compartilha vivências que moldaram sua arte. “Sou um viajante apaixonado em um mundo desigual e, ainda assim, maravilhoso, buscando equilíbrio e transformação por meio de uma arte livre e descentralizada para todos”, afirma.

Juggler Rogério Piva defines himself as a contemporary saltimbanco. Raised in social circus programs on the outskirts of São Paulo, he built his career as a wandering artist, touring solo through the Brazilian countryside in Pitanga, his orange Beetle. Over the years, he has performed in more than 40 countries, from traditional circuses and international festivals to independent shows in peripheral regions of Latin America, Africa, Asia, and Oceania.

In A vida de um saltimbanco (The Life of a Saltimbanco), he shares—with humor and poetry—his personal journey, from crafting his own juggling props out of simple materials like broomsticks and bottles to performing for Pope Francis in St. Peter’s Square during the 30th Golden Circus Festival in Rome in 2014. Blending storytelling and juggling acts, Piva reflects on the experiences that shaped his path: “I’m a passionate traveler in an unequal yet wonderful world, seeking balance and transformation through open and decentralized art accessible to all," he says.

O malabarista Rogério Piva começou no circo ainda criança em projetos de circo social na periferia de São Paulo. Hoje, com mais de 20 anos de trajetória e vivências em companhias e festivais em mais de 40 países, compartilha sua experiência em espetáculos e palestras. É autor do livro Diário de um malabarista e da Coleção Cordéis de Um Malabarista, com os títulos: Circo, a arte que me leva ao mundo, O crime de um artista de rua, O portão e Ver ou sentir, eis a questão.

The juggler Rogério Piva began his circus journey as a child in social circus initiatives in São Paulo’s outskirts. With over two decades of experience performing in companies and festivals across more than forty countries, he now shares his journey through performances and talks. He is the author of Diário de um Malabarista and the Cordéis de um Malabarista chapbook collection, including the titles: Circo, a arte que me leva ao mundo, O crime de um artista de rua and O portão e Ver ou sentir, eis a questão.

Artista/ Performer: Rogério Piva | Assistente de palco/ Stage Assistant: José Maria | Operador de som e luz/ Sound and Lighting Operation: Anderson Jefferson | Direção/ Direction: Rogério Piva | Produção/ Production: Pivete Produções

MARROCOS, TERRA DO ESPETACULAR

KARIM TROUSSI E GENEVIÈVE PELLETIER – MAR/CAN

MOROCCO, LAND OF THE SPECTACULAR

AL 90 min

O diretor e especialista em artes cênicas africanas Karim Troussi conduz o público por uma imersão na cultura marroquina. A partir do ritual do chá — expressão de hospitalidade e convivência —, ele convida à descoberta dos contrastes, tradições e manifestações contemporâneas do Marrocos, ressaltando o caráter espetacular das práticas artísticas locais. A atividade conta com a participação da convidada Geneviève Pelletier, atriz e diretora de teatro do Canadá, ampliando o diálogo sobre intercâmbios culturais com ênfase no fortalecimento de vínculos entre as Américas e a África.

Director and specialist in African performing arts, Karim Troussi, leads the audience through an immersive journey into Moroccan culture. Using the tea ritual — a symbol of hospitality and social connection — he invites participants to explore the contrasts, traditions, and contemporary expressions of Morocco, highlighting the spectacular nature of local artistic practices. The activity features guest Geneviève Pelletier, an actress and theatre director from Canada, broadening the dialogue on cultural exchange with an emphasis on strengthening ties between the Americas and Africa.

Karim Troussi, marroquino, é diretor de artes cênicas e circenses, professor e especialista em artes cênicas africanas. É diretor artístico dos encontros profissionais de Atababou(ls) no Marrocos e membro da comissão artística da Feira das Artes da Cena Africanas (Masa) na Costa do Marfim.Também trabalha com acrobacia, cinesiologia e massoterapia. Leciona na França e no Canadá.

Karim Troussi is a Moroccan director of performing and circus arts, professor, and specialist in African stage traditions. He is the artistic director of the professional Atababou(ls) gatherings in Morocco and a member of the artistic commission of MASA (Market for African Performing Arts) in Côte d’Ivoire. He also works across acrobatics, kinesiology, and massage therapy, teaching in France and Canada.

Geneviève Pelletier, a Canadian, is an actress, theatre director, and the artistic director of Théâtre Cercle Molière in the city of Winnipeg.

Geneviève Pelletier, canadense, é atriz, diretora de teatro e dirige o Théâtre Cercle Molière na cidade de Winnipeg. Concepção e conversa/ Concept and Talk: Karim Troussi | Colaboração/ Collaboration: Geneviève Pelletier

PALESTRA-PERFORMANCE POR UM FIO

TRUPE ARLEQUIN/DIOCÉLIO BARBOSA - BRA (PB)

LECTURE PERFORMANCE – POR UM FIO

Na palestra-performance Por um Fio, o artista paraibano Diocélio Barbosa apresenta uma obra autobiográfica e documental desenvolvida entre 2020 e 2024, durante residências artísticas no Brasil, no Chile e na França. Criado a partir da prática de site-specific, o espetáculo elege espaços não convencionais como ponto de partida para investigar relações entre corpo, matéria, memória e território.

A performance original, interativa, foi concebida no quintal da casa do artista com base em suas memórias e documentos pessoais e familiares durante a pandemia de Covid-19. Conta com depoimentos e apoio audiovisual, com destaque à voz em off da mãe do artista, Maria da Penha Barbosa, conferindo à cena uma camada de afeto e autenticidade.

A pesquisa que deu origem à palestraperformance integra o doutorado de Diocélio Barbosa em artes cênicas pela Universidade Federal da Bahia.

A Trupe Arlequin foi fundada em 2008 em João Pessoa (PB) e possui doze obras artísticas com espetáculos no Brasil e em países como Argentina, Colômbia, França, Portugal e Uruguai. Tem como foco as residências artísticas em seus processos de pesquisa e criação, fundindo as linguagens do teatro, do circo e da performance em seus trabalhos. Promove também atividades formativas e eventos, como o Festival Internacional Balaio Circense.

In the lecture-performance Por um Fio, artist Diocélio Barbosa presents an autobiographical and documentary work developed between 2020 and 2024 during artist residencies in Brazil, Chile, and France. Created using a site-specific approach, the performance uses unconventional spaces as a starting point to explore the relationships between body, matter, memory, and territory.

The original and interactive performance was conceived in the artist’s backyard during the Covid-19 pandemic, grounded in personal and family memories and documents. It features narration, audiovisual elements, and the recorded voice of the artist’s mother, Maria da Penha Barbosa, adding a layer of affection and authenticity to the scene.

The research that led to this lecture-performance is part of Barbosa’s PhD in performing arts at the Federal University of Bahia (UFBA).

Founded in 2008 in João Pessoa (Paraíba), Trupe Arlequin has produced twelve artistic works and performed in Brazil and in countries such as Argentina, Colombia, France, Portugal, and Uruguay. The company emphasizes artist residencies in its creative processes and merges theater, circus, and performance art forms in its work. It also promotes training activities and events such as the Balaio Circense International Festival.

Encenação, dramaturgia e performance/ Direction, Dramaturgy, and Performance: Diocélio Barbosa  | Participação especial/ Special Guest: Maria da Penha Barbosa  | Provocação dramatúrgica/ Dramaturgical Provocation: Janaina Leite e João Sanches  | Dramaturgismo e colaboração dramatúrgica/ Dramaturgy Support and Collaboration: Maria Carolina Vasconcelos Oliveira  | Provocação cênica/ Stage Provocation: Janaina Leite, Duílio Cunha e Renato Rocha | Interlocução corpográfica/ Corpographic Dialogue: Elisabete Finger, Alexandre Américo, Maira Aggio e Ana Marques | Preparação técnica em corda lisa/ Technical Training in Aerial Rope: Felipe Nicknig e Alex Ayala | Coordenação técnica/ Technical Coordination: Jonathan Silva | Desenho de luz/ Lighting Design: Marcus Lobo e Diocélio Barbosa | Operação de luz/ Lighting Operation: Marcus Lobo e Marinalva Rodrigues | Voz off e confecção de figurino/ Voice-over and Costume Making: Maria da Penha Barbosa | Figurino, materialidades e paisagem sonora/ Costumes, Materialities, and Soundscape: Diocélio Barbosa | Registro fotográfico e videográfico/ Photo and video documentation: Bruno Vinelli e Ronildo Nóbrega | Programação Visual/ Visual Design: Silvio Sá e Ronildo Nóbrega | Partnership/ Parceria: PPGAC-UFBA / PPGCOM-UFRB | Production/ Produção: Suelen Garcez e Arlequino Produções Artísticas | Realização/ Produced by: Trupe Arlequin de Circo Teatro

VERMELHO, BRANCO E PRETO

CIBELE MATEUS - BRA(SP) RED, WHITE AND BLACK

No solo Vermelho, Branco e Preto, Cibele Mateus apresenta a figura cômica afrodiaspórica Mateus, inspirada no folguedo popular Cavalo-Marinho (PE), em diálogo com as narrativas do Nego Fugido — manifestação do quilombo de Acupe (BA) que rememora lutas contra a escravidão — e com Macurá Dilê – O Tempo que Teve Início, Mas Não Tem Fim, que aborda aspectos da história e cultura brasileiras a partir das identidades negra, cabocla e colonial.

No espetáculo, a artista entrelaça narrativas caboclas (vermelho), críticas ao sistema colonial (branco) e o uso da máscara preta (negrume) como afirmação de identidade, ancestralidade e espiritualidade. O riso e a alegria se apresentam como fundamentos de sua expressão poética e política.

A obra é fruto de sua pesquisa de mais de 10 anos sobre a figura do Mateus e homenageia mestre Martelo, o Mateus mais antigo de Cavalo-Marinho em atuação, de quem é discípula.

In the solo piece Vermelho, branco e preto (Red, White, and Black), Cibele Mateus brings to life the Afro-diasporic comic figure Mateus, inspired by the traditional folk performance Cavalo-Marinho from Pernambuco. The piece also engages with the narrative of Nego Fugido—a performance rooted in the quilombo of Acupe, Bahia, that evokes the struggles against slavery—and Macurá Dilê – O Tempo que Teve Início, Mas Não Tem Fim (The Time That Had a Beginning but Has No End), which reflects on Brazilian history and culture through Black, Caboclo, and colonial identities.

Through this work, the artist weaves together caboclo storytelling (red), critiques colonialism (white), and the symbolic use of the black mask (negrume) as affirmations of identity, ancestry, and spirituality. Laughter and joy emerge as the poetic and political foundations of her expression.

The work is the result of over 10 years of research on the figure of Mateus and pays tribute to Mestre Martelo, the oldest active "Mateus" in "cavalomarinho", of whom she is a disciple.

Cibele Mateus é atriz, diretora, educadora social e pedagoga. Desde 2005 desenvolve trabalhos a partir de matrizes afrodiaspóricas, afro-indígenas e da arte de rua. Em sua trajetória, busca criar uma poética própria de comicidade negra por meio de pesquisa e vivências como Mateus (figura cômica que pinta o rosto de carvão) e atua em espaços formativos como Escola de Palhaças de São Paulo, Doutores da Alegria, SP Escola de Teatro e ESLIPA. Concepção e atuação/ Concept and Performance: Cibele Mateus | Direção/ Direction: Juliana Pardo | Assistência de direção/ Assistant Directors: Val Ribeiro e Vanessa Rosa | Preparação Corporal/ Physical Training: Val Ribeiro | Orientação dramatúrgica/ Dramaturgical Guidance: Salloma Salomão | Dramaturgia textual/ Textual Dramaturgy: Salloma Salomão e Cibele Mateus | Criação dramatúrgica/ Dramaturgical Creation: Cibele Mateus, Salloma Salomão, Alício Amaral e Juliana Pardo | Direção musical/ Musical Direction: Alício Amaral e Amanda Martins | Criação de trilha sonora/ Soundtrack Creation: Alício Amaral, Amanda Martins, Cibele Mateus e Rafa da Rabeca | Gravação e mixagem/ Recording and Mixing: Diego Techera | Orientação de Mateus/ Mateus Guidance: Mestre Martelo, Juliana Pardo e Alício Amaral | Orientação e treinamento em Cavalo-Marinho/ Cavalo-Marinho Guidance and Training: Juliana Pardo e Alício Amaral | Figurinos e adereços/ Costumes and Props: Juliana Naju | Cenário (rede)/ Set Design (Hammock): André Pastore | Criação de luz/ Lighting Design: Diego F.F Soares e Cic Morais | Operador de som/ Sound Operator: Dudu do Circo | Operador de luz/ Lighting Operator: Cic Morais

Cibele Mateus is an actress, director, social educator, and pedagogue. Since 2005, she has worked with Afrodiasporic, Afro-Indigenous, and street performance traditions. Her artistic journey centers on developing a unique Black comic poetics through research and experience in the role of Mateus —a figure who paints their face with charcoal. She has also collaborated with educational and performance institutions including the São Paulo Clown School (Escola de Palhaças), Doutores da Alegria, SP Escola de Teatro, and ESLIPA.

GIRA LATINA LATIN TOUR

Onze solos latino-americanos desdobramse como arquivos sensoriais. Cartografam corpos em resistência: do contorcionismo como metáfora política às palhaçarias que desmontam tabus. Heranças coloniais, identidades dissidentes e memórias ancestrais materializam-se em arames, gestos e objetos cotidianos transformados em armas poéticas. Cada artista constrói biodramas onde técnicas circenses fundem-se ao teatro físico, à dança e ao ativismo performativo. A lona torna-se espaço de cura coletiva, onde riso e vertigem confrontam invisibilidades. América Latina em estado puro: crua e magnética.

Eleven Latin American solos unfold as sensory archives, mapping bodies in resistance — from contortion as political metaphor to clowning acts that dismantle taboos. Colonial legacies, dissident identities, and ancestral memories take form in wires, gestures, and everyday objects transformed into poetic weapons. Each artist creates a biodrama where circus techniques merge with physical theater, dance, and performative activism. The big top becomes a space of collective healing, where laughter and vertigo challenge invisibility. Latin America in its purest form: raw and magnetic.

Contos de Cativeiro

Orum Aiyê Quilombo Cultural – BRA (GO)

De Tudo um Pouco

Ariadne Antico e A Casa das Lagartixas- BRA (SP)

Faminta

Natasha Jascalevich – BRA (RJ)

Fora

Alice Rende - BRA/FRA

Fuera!

Leticia Vetrano - ARG

Fumaça - Puro Visage

Daniel Satin - COL

O Salto

Ninha Almeida – BRA (BA)

Sisma

Lis Nobre - BRA (AM) / GRC

Tarântula Transita

Vulcanica Pokaropa – BRA (SP)

Variaciones sobre el Café

Mariana Blanco – MEX

Velar la Noche

Sofia Galliano - ARG

CONTOS DE CATIVEIRO

ORUM AIYÊ QUILOMBO CULTURAL – BRA (GO) CAPTIVITY TALES

O espetáculo solo de Marcelo Marques reúne histórias sobre a origem do mundo pelo olhar do povo Yorubá: suas lutas, a resistência no período de escravização e a capacidade de viver apesar das agressões que atravessam o tempo e a carne. Personagens como Zé Pilintra, orixás e a realeza se encontram em narrativas sobre alegrias, resiliência e fé, em performances que misturam as linguagens corporais do circo, da dança afro, da capoeira e de outros elementos da cultura negra brasileira.

In this solo show, Marcelo Marques shares stories of the world’s origins through the perspective of the Yoruba people, alongside tales of their struggles, resistance during slavery, and the ability to endure violence that cuts across time and flesh. Characters such as Zé Pilintra, orishas, and royalty appear in narratives steeped in joy, resilience, and faith. The performance blends physical languages from circus arts, AfroBrazilian dance, capoeira, and other elements of Black Brazilian culture.

Marcelo Marques atua há 19 anos como Pernalta do Orum na interpretação do orixá Xangô no bloco Ilú Obá de Min, em São Paulo. Com experiência no ensino superior, integrou os projetos de formação de profissionais de saúde Pronto Sorriso e Doutores da Gargalhada, que utilizavam o humor como ferramenta de cuidado. Como artista, participou de diversos festivais na Europa e no Brasil.

Marcelo Marques has portrayed the orisha Xangô as the Pernalta do Orun in the Ilú Obá de Min street carnival bloco in São Paulo for the past nineteen years. With experience in higher education, he took part in the Pronto Sorriso and Doutores da Gargalhada educational projects for healthcare professionals, which use humor as a tool for care. As an artist, he has participated in various festivals throughout Europe and Brazil.

Texto e atuação / Text and Performance: Marcelo Marques | Direção geral / General Director: Renata Caetano | Direção de coreografia / Choreography Director: Juliana Jardel | Direção de arte (cenário e figurino) / Art Director (Set and Costume Design): Raquel Rocha

DE TUDO UM POUCO

ARIADNE ANTICO E A CASA DAS LAGARTIXASBRA (SP) A BIT OF EVERYTHING

A palhaça Birita faz de tudo um pouco para permanecer em cena e transforma limitações em potência criativa. Com movimentos involuntários e um caminhar fora do eixo, convida o público a ver a vida sob outra perspectiva e, entre luzes que piscam, figuras em movimento, cheiros que remetem à infância, alguns tropeços e muitos encantamentos, reinventa o picadeiro com humor e poesia.

O espetáculo conta com recursos de acessibilidade integrados, amplia a experiência de todos os públicos e afirma a arte como espaço de encontro, inclusão e diversidade.

Clown Birita does a bit of everything to remain on stage, turning her limitations into creative power. With involuntary movements and an off-balance gait, she invites the audience to see life from a new perspective. Amid flashing lights, shifting figures, scents that evoke childhood, a few stumbles, and many moments of wonder, she reinvents the circus ring with humor and poetry.

The show features integrated accessibility resources, enhancing the experience for all audiences and affirming art as a space for connection, coexistence, and, consequently, antiableist resistance.

Ariadne Antico é palhaça, atriz, performer, produtora, palestrante, codiretora e artesã. Traz em seu trabalho dramaturgias, temas e situações que atravessam a vida de pessoas com deficiência. Integrante da Cia A Casa das Lagartixas, tem em seu repertório, além de De Tudo um Pouco, os espetáculos Muros e Grades São Invenções

Humanas, Birita Procura-se e a performance

Cuidado Frágil.

Ariadne Antico is a clown, actress, performer, producer, speaker, co-director, and artisan. Her work incorporates dramaturgies, themes, and situations that reflect the lived experiences of people with disabilities. A member of the company A Casa das Lagartixas, her repertoire includes, in addition to De Tudo Um Pouco (A Bit of Everything), the shows Muros e Grades São Invenções Humanas (Walls and Bars Are Human Inventions), Birita Procura-se (Birita: Wanted), and the performance Cuidado Frágil (Fragile - Handle with Care).

Palhaça e atriz / Clown and Actress: Ariadne Antico | Direção artística / Artistic Director: Fran Marinho | Audiodescrição integrada e roteiro / Integrated

Audio Description and Script: Paula Lopes e Diogo Cábuli | Consultoria / Consultant: Analú Faria | Consultoria de Libras / Brazilian Sign Language Consultants: Fábio de Sá e Kátia Fiorante | Dramaturgia / Playwright: Diogo Cábuli | Cenário e figurino / Set and Costume Designer: Teresa Sbardellati | Adereços cênicos / Props Designer: Lua Nucci | Operador técnico / Technical Operator: Renato de Sousa Junior | Trilha sonora original / Original

Soundtrack: Mannolo & Os Fumo de Rolo | Conceito / Concept: Ariadne Antico e Diogo Cábuli

FAMINTA NATASHA JASCALEVICH

- BRA(RJ)

Faminta é um espetáculo solo que explora a relação entre comida, violência e prazer feminino. Natasha Jascalevich convoca o público para participar da elaboração de um prato, revelando segredos fantásticos de sua comida ao longo do preparo. Misturando vivências pessoais com lendas afrodisíacas, a montagem oferece uma experiência sensorial em que a gula e a luxúria impulsionam a jornada da personagem em busca do prazer. Paixão, solidão e vingança são ingredientes dessa receita que traz luz para os desejos das mulheres em uma sociedade misógina.

Faminta (Famished) is a solo show that explores the relationship between food, violence, and female pleasure. Natasha Jascalevich invites the audience to take part in the making of a dish, revealing fantastic secrets about her cooking as she prepares it. Combining personal experiences and aphrodisiac legends, the show offers a sensory experience in which gluttony and lust drive the character’s journey in search of pleasure. Passion, loneliness, and revenge are the ingredients in this recipe that sheds light on women’s desires in a misogynistic society.

Artista desde os 10 anos, Natasha Jascalevich iniciou sua carreira no circo e no teatro. Atuou em mais de 15 espetáculos, participou de novelas e videoclipes. Em 2021 escreveu e dirigiu seu primeiro curta-metragem, O Peixe, premiado no 24° Festival de Cinema de Vitória e no 14° CineFantasy. Hoje, é reconhecida pela sua faceta multidisciplinar, transitando entre as técnicas de circo, dança, teatro e canto. Faminta é seu primeiro espetáculo solo.

Natasha Jascalevich began her career in circus and theater and has been a performer since the age of ten. She has performed in more than fifteen shows and has played parts in soap operas and music videos. In 2021, she wrote and directed her first short film, O Peixe (The Fish), awarded at the 24th Vitória Film Festival and the 14th CineFantasy Film Festival. She is known for her multidisciplinary approach in which she adopts different techniques ranging across circus, dance, theater, and singing. Faminta (Famished) is her first solo show.

Idealização, texto e atuação / Concept, Text and Performance: Natasha Jascalevich | Direção / Director: Duda Maia | Assistência de direção / Assistant Director: Juliana Medella | Direção musical e trilha sonora original / Musical Director and Original Soundtrack: Azullllllll | Cenário e figurino / Set and Costume Design: Miti | Design de luz / Lighting Design: Daniela Sanchez | Direção de produção / Production Directors: Laura Faleiros e Natasha Jascalevich | Produção executiva / Executive Producer: André Chaves | Programação visual / Visual Design: Patrícia Watson | Operação de som / Sound Operator: Sthephanye Corrêa | Operação de luz / Light Operator: Yasmim Lira | Interlocução com o texto / Text Collaboration: Cecília Ripoll | Composições e vozes / Compositions and Vocals: Natasha Jascalevich e Azullllllll | Gravação, arranjos, mixagem e desenho sonoro / Recording, Arrangements, Mixing and Sound Design: Azullllllll | Cenotécnica / Set Technician: Bira | Costureira / Seamstress: Irene Leal

Em Fora, Alice Rende reinventa técnicas de contorção dentro de uma caixa acrílica, usando o movimento como forma de resistência à dominação externa, abordando sensações de inadequação, desenquadramento social e o desejo de liberdade. Fruto de uma pesquisa com pessoas em situação de rua e instituições psiquiátricas, a artista cria um vocabulário físico que rompe códigos da contorção, unindo enterologia — encaixar o corpo em espaços minúsculos — e escapologia — libertar-se de amarras — em uma performance visceral.

In Fora (Out), Alice Rende reinvents contortion techniques inside an acrylic box, using movement as a form of resistance against external control. The piece explores feelings of inadequacy, social displacement, and the longing for freedom.

Born from research with people experiencing homelessness and individuals in psychiatric institutions, the artist develops a physical vocabulary that breaks with traditional contortion codes—merging enterology (fitting the body into tiny spaces) and escapology (freeing oneself from restraints) into a visceral performance.

Rende é doutora em artes da cena. Com a Compagnie Ar, fundada em 2022 em Aixen-Provence (França), investiga as técnicas de contorção como linguagem cênica, explorando seu potencial para contar histórias e questionar as pressões sociais que se impõem sobre os corpos. Sua prática artística está ligada à pesquisa acadêmica, com foco na noção de normalidade e no potencial político de colocar corpos diversos em cena.

Alice Rende holds a PhD in Performing Arts. With Compagnie Ar, founded in 2022 in Aix-en-Provence (France), she explores contortion techniques as a performative language, investigating their potential to tell stories and question the social pressures imposed on bodies. Her artistic practice is closely tied to academic research, focusing on the notion of normality and the political power of staging diverse bodies on stage.

Ideia original, concepção e interpretação / Original Idea, Concept and Performance: Alice Rende | Criação de luz / Lighting Design: Gautier Devoucoux | Criação sonora / Sound Design: Thomas Baudriller e Chloé Levoy | Consultoria em ilusionismo / Illusionism Consultant: Andrea Speranza | Olhar cúmplice / Artistic Support: Michel Cerda | Construção / Construction: Benet Jofre e Kob | Difusão / Distribution: Clémence Drack e Alina Yanikeeva | Produção / Production: Compagnie Ar | Acompanhamento de estruturação / Project Development Support: Studio PACT – Pépinière des Arts du Cirque de la Grainerie | Produção no Brasil / General Production in Brazil: Eu.Circ Produção e Difusão Cultural

Alice

LETICIA VETRANO - ARG

Misturando humor, drama e poesia, Leticia Vetrano dá vida à palhaça Maria Peligro, que nega a morte dos pais e ocupa os seus dias repetindo rituais cotidianos com a obsessiva ilusão de preservar o que se foi. No dia do seu aniversário, porém, decide romper a rotina e preparar uma festa com bolo, um pacote surpresa e até um convidado especial. Esse impulso vital inesperado transforma sua tristeza em um delírio cômico.

Fuera! está em cartaz desde 2007 e já passou por diversos festivais internacionais.

Leticia Vetrano combines comedy, drama, and poetry to bring Maria Peligro to life — a clown who denies her parents’ death and lives life by repeating everyday rituals with the obsessive delusion of preserving what is gone.

On her birthday, however, she decides to break away from her routine and organizes a party complete with a cake, a surprise package, and even a special guest. This unexpected surge of life turns her sadness into a comic delirium.

Fuera! has been running since 2007 and has played at several international festivals.

Leticia Vetrano é atriz-palhaça, ginasta, acrobata e contorcionista argentina, formada pela Escola Philippe Gaulier (França). Criou seu primeiro espetáculo de clown para rua em Bruxelas e se apresentou em diversos países europeus e no México. Em 2013, de volta a Buenos Aires, fundou o projeto Migra, plataforma de circo contemporâneo, mescla de lona de circo e teatro com atividades formativas.

Leticia Vetrano is an Argentinian clown-actress, gymnast, acrobat, and contortionist, trained at the Philippe Gaulier School (France). She created her first street clown show in Brussels and has performed in several European countries and Mexico. In 2013, back in Buenos Aires, she founded the Migra project, a contemporary circus platform that combines circus big top and theater with training activities.

Concepção e interpretação / Concept and Performance: Leticia Vetrano | Supervisão artística / Artistic Supervision: Michelini Vanderpoel | Coaching / Coaching: Kevin Booking | Figurino / Costume Design: Natalia Fandino | Desenho de luz / Lighting Design: Thil Benies | Cenografia / Set Design: Cia Projeto Maria Peligro e Micheline Vanderpoel | Produção / Production: Cia Projeto Maria Peligro e Paloma Lipovetsky | Produção no Brasil / Brazil Production: Rita Masini

FUMAÇA - P URO VISAGE

DANIEL SATIN - COL

Inspirado em sua experiência no projeto Hotel Spa da Loucura, que realizou residências e oficinas artísticas em um hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro, e em contos de Gabriel García Márquez e Franz Kafka, o artista colombiano Daniel Satin apresenta seu palhaço bufão em um espetáculo poético e irreverente. Transitando entre as noções de delírio e realidade, a montagem traz números de palhaçaria, bufonaria e cabaré e convoca o público a vivenciar essa realidade paralela criada pelo autor.

Inspired by his experience with the project Hotel Spa da Loucura—which held residencies and artistic workshops in a psychiatric hospital in Rio de Janeiro—as well as by short stories by Gabriel García Márquez and Franz Kafka, Colombian artist Daniel Satin presents his bouffon clown in a poetic and irreverent performance. Moving between notions of delusion and reality, the piece features clowning, bouffon, and cabaret acts, inviting the audience to immerse themselves in the parallel reality created by the author.

Daniel Satin é artista circense, cômico, palhaço bufão e diretor de teatro colombiano. Com mais de quinze anos de experiência, viajou por diversos países, nos quais se apresentou e estudou diferentes técnicas e estilos, como mímica, teatro físico, manipulação de objetos, palhaçaria, bufonaria e direção teatral. Além dos estudos, sua formação foi construída por meio da prática e da experimentação em ruas, praças, parques, teatros, lonas de circo e espaços não convencionais.

Daniel Satin is a Colombian circus artist, comedian, bouffon clown, and theater director. With over fifteen years of experience, he has traveled through various countries, performing and studying a range of techniques and styles, including mime, physical theater, object manipulation, clowning, bouffon, and theater directing. In addition to formal training, his artistic development has been shaped by hands-on practice and experimentation in streets, squares, parks, theaters, circus tents, and unconventional venues.

Artista criador / Creator Artist: Daniel Satin | Assessoria cênica / Stage Consultancy: Fernando Sampaio e Cibele Mateus | Sonoplastia / Sound Design: Camilo Barbosa | Iluminação / Lighting Design: Dodo Giovanetti | Figurinos / Costume Design: Natalia Munck | Cenografia / Set Design: Douglas Vendramini | Cenotécnica / Set Technician: Fagner Saraiva | Produção geral / General Production: Rita Masini

O SALTO

NINHA ALMEIDA – BRA (BA) THE LEAP

Em O Salto, a aramista e performer Ninha Almeida relembra a infância vivida na zona rural da Chapada Diamantina, convidando o público a conhecer histórias do Vale do Capão, na Bahia. O solo mistura comicidade, canto, música, teatro, dança e técnicas circenses, conectando memórias ao presente e inspirando resistência e preservação da cultura ancestral brasileira. O destaque é o equilíbrio em arame, técnica na qual Ninha é especialista, com formação em Paris.

In O Salto (The Leap), wire-walker and performer Ninha Almeida recalls her childhood in the rural area of Chapada Diamantina, inviting the audience to discover stories from Vale do Capão, Bahia.

This solo piece blends comedy, singing, music, theater, dance, and circus techniques, weaving together memories and the present while celebrating resistance and the preservation of Brazilian ancestral culture. The highlight is the tightwire walking act, a technique in which Ninha specializes, having trained in Paris.

Ninha Almeida é artista circense, atriz, arteeducadora, produtora, diretora e pesquisadora.

Nasceu e vive em Caeté-Açú, Vale do Capão, Chapada Diamantina (BA). Formada e educada em família circense, atua há mais de 18 anos junto à equipe do Circo do Capão, onde desenvolve uma formação continuada em artes circenses para crianças e jovens.

Ninha Almeida is a circus artist, actress, arts educator, producer, director, and researcher. Born and based in Caeté-Açu, in the Vale do Capão region of Chapada Diamantina (Bahia), she was trained within her family’s Circo do Capão, where she has been developing ongoing circus arts education programs for children and young people for over 18 years.

Intérprete, artista circense e atriz / Performer, Circus Artist and Actress: Ninha Almeida | Direção artística / Artistic Director: Lucas Mariani | Produção / Production: Tâmara Guerra | Comunicação e produção / Communication and Production: Ive Farias | Sonorização / Sound Design: Edson Dantas | Iluminação / Lighting Design: Jean Paul Galinski | Trilha sonora / Soundtrack: Ari Vinicius e convidados (and guests)

LIS NOBRE - BRA (AM) / GRC

No solo Sisma, Lis Nobre parte da imagem de uma ilha em deslocamento tectônico para refletir sobre seu corpo em trânsito. Com vocabulário cênico mínimo, atravessado por tensões, acrobacias aéreas e elementos circenses, a performance cria um espaço híbrido entre o real e o ficcional.

A obra simboliza os abalos identitários vividos em uma trajetória marcada por viagens, conexões, línguas e culturas diversas, revelando os impactos do movimento em sua construção pessoal e artística. “A ilha sou eu”, diz.

In her solo Sisma (Quake), Lis Nobre uses the image of an island affected by tectonic plate movement to reflect on her body in transit. With minimal scenic language, pervaded by tensions, aerial acrobatics, and circus elements, the performance creates a hybrid space between the real and the fictional.

This show symbolizes the identity ruptures experienced in a career marked by travel, connections, languages, and diverse cultures, revealing the impacts of movement on her personal and artistic construction. “The island is me,” she says.

Lis Nobre é diretora, dramaturga, coreógrafa, palhaça, performer e educadora com formação artística e acadêmica em circo, dança, teatro, comunicação social e filosofia. A artista já se apresentou em 15 países entre Europa, América do Sul e Central. Na última década vem se dedicando ao estudo prático e teórico da semiologia e dramaturgia da performance e linguagem circense e seu potencial transgressor.

Lis Nobre is a director, playwright, choreographer, clown, performer, and educator with an artistic and academic background in circus, dance, theater, social communications, and philosophy. She has performed in fifteen countries across Europe and South and Central America. Over the past decade, she has been dedicated to the practical and theoretical study of the semiology and dramaturgy of performance and circus language and their transgressive potential.

Concepção e atuação / Concept and Performance: Lis Nobre | Direção e concepção visual / Direction and Visual Concept: Xristo Kaouki | Dramaturgia / Dramaturgy: Xristo Kaouki, Juliana Pautilla | Cenografia dinâmica e objetos / Dynamic Scenography and Props: Xristo Kaouki | Coreografia / Choreography: Lis Nobre, Xristo Kaouki | Provocações coreográficas / Choreographic Provocations: Yara Costa | Direção musical e composição / Musical Direction and Composition: Thomas Pouliasis, Xristo Kaouki, Eliberto Barroncas | Desenho de luz / Lighting Design: Phil Hills | Iluminador / Lighting Technician: Dodô Giovanetti | Coordenação cenotécnica / Set Construction Coordination: Dodô Giovanetti | Produção executiva / Executive Production: Marina Mioni

TARÂNTULA TRANSITA

VULCANICA POKAROPA – BRA (SP)

TRANSITING TARANTULA

Tarântula Transita é uma fábula sobre sonhos de quatro amigas que, com apoio do público, enfrentam desafios rumo à ascensão. O espetáculo usa comicidade e elementos circenses — como bambolê, malabares, mágica e manipulação de bonecos.

Tarântula Transita (Transiting Tarantula) is a fable about the dreams of four friends who, with the audience’s support, face challenges on their journey toward emporwement.The show blends humor and circus elements—including hula hoops, juggling, magic tricks, and puppet manipulation.

Vulcanica Pokaropa é travesti, performer, artista visual, produtora cultural e fotógrafa. Formada em fotografia, mestra em teatro pela Udesc e doutoranda em artes cênicas pela Unesp sua pesquisa aborda a presença de pessoas trans nas artes do corpo. Integra a Cia. Fundo Mundo de Circo, formada exclusivamente por pessoas trans.

Vulcanica Pokaropa is a travesti, performer, visual artist, cultural producer, and photographer. She holds a degree in Photography, a master’s in Theater from UDESC, and is currently pursuing a PhD in Performing Arts at UNESP. Her research focuses on the presence of trans people in the performing arts. She is a member of Cia. Fundo Mundo de Circo, a circus collective composed entirely of trans artists.

Concepção e atuação / Concept and Performance: Vulcanica Pokaropa | Direção / Director: Cibele Mateus | Criação dramatúrgica / Dramaturgical Creation: Cibele Mateus, Vulcanica Pokaropa | Dramaturgia textual / Textual Dramaturgy: Vulcanica Pokaropa | Provocação em comicidade / Comic Provocation: Karla Concá | Sonoplastia / Sound Design: Caê | Produção mix e master / Mix and Master Production: Quixote 027 | Figurinos e adereços / Costumes and Props: Bioncinha do Brasil, Vulcanica Pokaropa | Cenário / Set Design: Bioncinha do Brasil, Igor Costacurta, Marcos Ferreira, Vulcanica Pokaropa | Direção de arte / Art Direction: Vulcanica Pokaropa | Produção / Production: Vulcanica Pokaropa | Colaboração cênica / Stage Collaboration: Fagner Saraiva, Noam Scapin, Lui Castanho | Projeto realizado pelo Proac - Secretaria de Cultura e economia criativa do estado de São Paulo / Project supported by Proac - Secretariat of Culture and Creative Economy of the State of São Paulo.

VARIACIONES SOBRE EL CAFÉ

MARIANA BLANCO - MEX

Variaciones sobre el Café entrelaça memórias e sensações da artista Mariana Blanco e de mulheres da montanha mexicana de Oaxaca, onde o café é símbolo de orgulho e identidade, mas também de trabalho árduo.

A montagem constrói um relato íntimo onde se embaralham vozes, desejos esquecidos, fragilidades que fortalecem e afetos compartilhados. Em cena, o som dos grãos de café, gestos como movimentos repetitivos com as mãos e lembranças maternas compõem uma dramaturgia sensível em que o corpo é território de trabalho e ancestralidade.

Variaciones sobre el Café interweaves memories and sensations of performer Mariana Blanco and of women from the mountains of Oaxaca, Mexico, where coffee is not only a symbol of pride and identity, but also of hard work.

The show builds an intimate story in a blend of voices, forgotten desires, strengthening vulnerabilities, and shared affections. On stage, the sound of coffee beans, gestures such as repetitive hand movements, and maternal memories make up a sensitive dramaturgy in which the body is a territory of labor and ancestry.

Mariana Blanco é atriz, criadora cênica e ativista, com obras que dialogam com a realidade sociopolítica atual. É codiretora da Companhia Mermejita Circus A.C desde 2009 e do Espaço Mermejita, que funciona como uma plataforma de criação e formação para artes cênicas interdisciplinares, com sede na região de Oaxaca, México. A artista investiga a inter-relação de diversas áreas criativas para conceber suas peças artísticas.

Mariana Blanco is an actress, creator, and activist, whose work engages with the current sociopolitical realities. She has been a co-director of the Mermejita Circus AC company since 2009 and of the Mermejita Space, a creation and training platform for interdisciplinary performing arts based in Oaxaca, Mexico. She investigates the interconnections between different creative areas to conceive her art.

Uma peça de Alicia Laguna e Mariana Blanco com a colaboração de um grupo de mulheres cocriadoras de Pluma Hidalgo / A play by Alicia Laguna and Mariana Blanco with the collaboration of a group of women co-creators from Pluma Hidalgo: Cocriadoras em Pluma Hidalgo / Co-creators in Pluma Hidalgo: Rosario Esteban, Catalina Merino, Francisca Hernández, Lidia Hernández, Griselda Ramos, Cecilia Santos, Betty Pérez, Alma Arrellanes, Serafina Pérez | Performer / Performer: Mariana Blanco | Performer e Técnica geral / Performer and General Technician: Nicolás Sandoval | Composição musical / Musical Composition: Juan Yanajara e Jesús Cuevas | Canção original “La noche” / Original song “La noche”: Jaramar | Versão adaptada por / Adapted version by: Jesús Cuevas | Desenho de luzes / Lighting Design: Martín Belotti e Leticia Martinez | Edição de peças audiovisuais / Audiovisual Editing: Marina Españ / Carolina Dagach | Produção geral / General Production: Atenas Scarlett / Mariana Blanco | Confecção de bolsas / Bag Making: Fátima Sierra Martínez | Impressões / Prints: María Luisa Santos Cuéllar | Produção no Brasil / Brazil Production: Marina Mioni – Caruá Produções | Rigger e coordenação de técnica de aéreo / Rigger and Aerial Technical Coordination: Pablo Nordio | Assistente técnico de som e luz / Sound and Light Technical Assistant: Emerson Fernandes

VELAR LA NOCHE

SOFIA GALLIANO - ARG

A10

50 min

Sofia Galliano investiga a herança inconsciente e a ancestralidade feminina no biodrama Velar la Noche, experiência cênica biográfica que transita entre a dança, o teatro físico e o circo, destacando suas habilidades em suspensão capilar.

O cabelo, elemento central e simbólico, torna-se passagem por memórias e afetos, e o corpo da artista, um território de figuras femininas em transformação. Com linguagem tragicômica, a performance reflete sobre o que é herdado, o que é próprio e os padrões que se repetem, propondo um rito de subversão ao destino imposto às mulheres.

Sofía Galliano investigates unconscious heritage and female ancestry in the biodrama Velar la Noche, a biographical stage experience that moves between dance, physical theater, and circus performance, where her hair hanging skills are in the spotlight.

Hair, as a central and symbolic element, becomes a way through which memories and affections are conveyed, while the performer’s body becomes a territory of transforming female figures. Using the language of tragicomedy, this performance reflects on what is inherited, what is one’s own, and patterns that continue to repeat, proposing a rite of subversion against the fate imposed on women.

Sofia Galliano é artista circense, psicóloga, professora e gestora cultural. Cofundadora de Cía. Nido, companhia de circo argentino-uruguaia, também faz parte da Proyecto Migra, cooperativa de circo contemporâneo teatral. Ministra workshops e seminários de trapézio fixo e suspensão capilar; além de laboratórios cênicos para acrobatas aéreos. Já se apresentou em países como Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Itália e Uruguai.

Sofía Galliano is a circus artist, psychologist, teacher, and cultural manager. She is a co-founder of Cía. Nido, an Argentine-Uruguayan circus company, and a member of Proyecto Migra, a contemporary circus theater cooperative. She teaches workshops and seminars on fixed trapeze and hair hanging, and stage laboratories for aerial acrobats. She has performed in countries including Argentina, Brazil, Canada, Chile, Italy, and Uruguay.

Autoria / Authorship: Sofía Galliano e Gabi Parigi | Intérprete / Performer: Sofía Galliano | Técnico de aéreo e rigging / Aerial and Rigging Technician: Diego Gonzalez | Música / Music: Tomás Rodríguez | Voz / Voice: Mariela Santucci | Figurino / Costume Design: Mariela Amoruso | Objetos e cenografia / Props and Set Design: Mariela Amoruso e Juan Fernández | Iluminação / Lighting Design: Laura Saban | Fotografia / Photography: Macarena De Noia | Vídeo / Video: Fernando Sánchez | Imagem e design gráfico / Image and Graphic Design: Lima. La imagen de les artistas | Produção / Production: Zoe Madera D'Addario e Sofía Galliano | Direção / Director: Gabi Parigi | Produção geral no Brasil / General Production in Brazil: Eu.Circ Produção e Difusão Cultural | Direção de produção Eu.Circ / Eu.Circ Production Direction: Marina Ferreira | Produção executiva Eu.Circ / Eu.Circ Executive Production: Ana Felipe

INTERVENÇÕES ARTÍSTICAS

A Borboleta

Cidade Brinquedo

Corp+s

Gigantes Sonhadores

Panorama Kino Theatre

Ponto de Partida - Travessia

Salto no Vazio

Fiotim - O Museu em Movimento

A BORBOLETA

SANDRA SILVA - COLETIVA HUMANAS - BRA (BA)

THE BUTTERFLY

Em A Borboleta, a artista Sandra Silva apresenta uma performance circense autobiográfica sobre a arte do encontro e das transformações que acompanham seu caminho. Da “infâncialagarta” ela passa pelo seu “trilhar-casulo” até o momento em que se apaixona pelo mundo circense, em que se encontra hoje, tornando-se uma “borboleta em voo livre”.

Com orientação cênica de Ricardo Rodrigues e trilha sonora original executada ao vivo, a artista performa sua história em números de parada de mão, equilíbrio, lira e aéreos, enquanto narra suas vivências.

Sandra Silva é performer, bailarina, atriz, dançarina e artista circense nas técnicas de acrobacia, parada de mão, equilíbrio, lira e aéreos. Graduada em licenciatura em teatro na UFBA, já participou dos espetáculos O Aviador e o Príncipe como atriz e acróbata, Cabaré Humanas, como acrobata, paradista e equilibrista, Obstáculo, como aerialista, paradista e dançarina e, no Circo Misterium, como aerialista e paradista.

In A Borboleta (The Butterfly), artist Sandra Silva presents an autobiographical circus performance about the art of connection and transformation. From her “caterpillar childhood,” through a “chrysalis” journey of growth, she finds herself today in love with the circus—taking flight as a "free-flying butterfly".

With stage direction by Ricardo Rodrigues and original live music, she narrates her story through handstands, balancing acts, and acrobatic movement.

Sandra Silva is a performer, dancer, actress, and circus artist specializing in acrobatics, hand balancing, balancing acts, aerial hoop, and aerial techniques. She holds a degree in Theater Education from UFBA and has appeared in O Aviador e o Príncipe (as actress and acrobat), Cabaré Humanas (acrobat, hand balancer, and equilibrist), Obstáculo (aerialist, hand balancer, and dancer), and Circo Misterium (aerialist and hand balancer).

Intérprete, dramaturgia e texto autobiográfico / Performance, Dramaturgy and Autobiographical Text: Sandra Silva | Trilha / Soundtrack: Danielle Siqueira | Produção / Production: Ju Kaneto

CIDADE BRINQUEDO

GRUPO ESPARRAMA - BRA (SP)

TOYTOWN

“E se a cidade fosse um brinquedo?” A partir dessa ideia, o Grupo Esparrama propõe um espetáculo itinerante e interativo, onde palhaços e crianças ocupam o espaço público brincando até a cidade virar brinquedo.

O trajeto é dinâmico, e a ação depende da participação do público. Para tornar a Cidade Brinquedo real, é preciso negociar com o atrapalhado Arquivaldo Regrário e seu misterioso chefe, descobrindo limites e propondo novos combinados para que todos os brincantes tornem essa ideia possível.

Criado em 2013, o Grupo Esparrama tem se dedicado a pesquisar a relação entre teatro, infância, educação e cidade. É criador do Teatro de Janela, que realiza apresentações de teatro na janela de um apartamento no centro da cidade de São Paulo, e também possui montagens concebidas para a sala teatral, como as peças 2POR4, FIM? e Detetives do Espavô (criado em parceria com a Trupe DuNavô) e Acorda!

“What if the city were a toy?” Based on this idea, Grupo Esparrama presents an interactive, itinerant show where clowns and children take over public space—playing until the city becomes a toy.

The route is dynamic, and the performance only unfolds with audience participation. To make Toytown real, children must negotiate with the clumsy Arquivaldo Regrário and his mysterious boss, redefining boundaries and proposing new rules so everyone can join in and make this idea possible.

Grupo Esparrama, created in 2013, is dedicated to researching the relationship between theater, childhood, education, and the city. Among other projects, the group is the creator of the Teatro de Janela (Window T heater), which stages performances from the window of an apartment in downtown São Paulo, and also features productions conceived for the theater stage, such as the plays 2POR4, FIM?, and Detetives do Espavô (created in partnership with Trupe DuNavô), as well as Acorda!.

Concepção / Concept: Grupo Esparrama | Dramaturgia / Dramaturgy: Bobby Baq e Grupo Esparrama | Direção / Director: Iarlei Rangel | Elenco / Cast: Fabiana Carqueijo, Laruama Alves, Lígia Campos, Kleber Brianez e Rani Guerra | Direção musical / Musical Direction: Rani Guerra | Trilha musical e músicas originais / Musical Score and Original Songs: Tô Bernado e Rani Guerra | Produção musical / Music Production: Estúdio Indlu | Criação e confecção dos bonecos e adereços cênicos / Puppet and Scenic Props Design and Making: Evelin Cristina e Rodrigo Barcena Mendes | Identidade visual dos bonecos, adereços cênicos e arte gráfica / Visual Identity of Puppets, Scenic Props and Graphic Art: Marina Faria | Assistente de pintura / Painting Assistant: Gabryela Duarte | Cenotécnico / Set Technician: Leandro Alves | Criação e confecção do brinquedo de som / Sound Toy Design and Construction: André Ryuji | Criação de figurino / Costume Design: Christiane Galvan | Costureiras / Seamstresses: Ana Griz e Nana Simões | Contrarregras / Stagehands: Venâncio Ramos e Dega | Técnica de som / Sound Technician: Mica Matos | Assessoria de imprensa / Press Office: Nossa Senhora da Pauta | Direção de produção / Production Direction: Paloma Alves | Obará Produções / Obará Produções | Realização / Production: Grupo Esparrama

CORP+S TROUPE GUEZÁ - BRA (SP)

Em CORP+S, artistas de diferentes gerações e identidades de gênero utilizam a acrobacia coletiva para exaltar união, superação e diversidade. A performance, marcada por saltos, voos e pirâmides humanas, propõe uma reflexão sobre a força, os medos e as potências de cada corpo, questionando padrões sociais, etarismo e preconceitos contra pessoas LGBTQIAPN+.

O título CORP+S remete à neutralidade de “corpo” e à soma de identidades e forças que se elevam coletivamente em busca de respeito e inclusão.

Fundada em São Paulo há 24 anos e idealizada por Rubia Neiva, a Troupe Guezá é formada por artistas circenses interessados nas práticas e pesquisas corporais acrobáticas em solo, coletivas e aéreas. Tem em seu repertório seis espetáculos: Petit Cirque, Era só o que faltava, Se vira na lona, ComPosições, ELA/ÉLÁ e ELA em todos os lugares. Os dois últimos, com foco no empoderamento feminino.

In Corp+s, artists from various generations and gender identities use group acrobatics to highlight unity, empowerment, and diversity. The performance, featuring jumps, flights, and human pyramids, reflects on the power, fears, and potencial of each body, while challenging social norms, ageism and prejudice against LGBTQIAPN+ people.

The title Corp+s (Bodies) alludes (or evoque) the gender-neutral term "body" and to the collective rise of multiple identities and shared strength in the pursuit of inclusion and respect.

Founded in São Paulo 24 years ago by Rubia Neiva, Troupe Guezá brings together circus artists dedicated to exploring and practicing ground, group, and aerial acrobatics. The company has created six shows: Petit Cirque, Era Só o Que Faltava, Se Vira na Lona, ComPosições, ELA/ ÉLÁ, and ELA em todos os lugares, with the last two focusing on female empowerment.

Elenco / Cast: Rubia Neiva, Rachel de Boa, Paô Ollitsak, Katrina Moura, Julia Reis, Munique Tavares, Sabrina Santos, Ester Ramada, Camila Cake, Priscila Florentino e Marcela Chacon | Direção de movimento e artística / Movement and Artistic Direction: Zuba Janaína | Direção acrobática / Acrobatic Direction: Rubia Neiva | Trilha sonora / Soundtrack: Ivan Alves | Produção / Production: TocA arT

GIGANTES SONHADORES

CARAVANA GIGANTES SONHADORES - BRA(RJ) DREAMING GIANTS

Gigantes Sonhadores é um cortejo cênico-musical que une música, teatro e circo para celebrar a cultura popular brasileira e a identidade caiçara, conectando tradições ancestrais com a vivência urbana contemporânea.

Idealizada e produzida por Raquel Potí, a experiência imersiva traz personagens míticos sobre pernas de pau, acompanhados por músicos e acrobatas que reverenciam culturas nômades. A trilha sonora original é baseada no repertório musical de festas populares brasileiras como o Carnaval e no carimbó.

Raquel Potí é licenciada em educação física, atriz, autora, produtora, diretora artística, educadora, pernalta, cantora e instrumentista. Atuou nas Olimpíadas da Grécia e do Brasil produzindo e coordenando o grupo musical e performático a convite do Comitê Olímpico Rio 2016. É artista na Companhia Horizontal de Arte Pública e no projeto Gigantes Sonhadores e fundadora da Fábrica de Gigantes, incubadora de projetos artísticos com impacto social.

Gigantes Sonhadores (Dreaming Giants) is a theatrical-musical procession that combines music, theater, and circus to celebrate Brazilian folk culture and (coastal communities), connecting ancestral traditions with contemporary urban life.

Created and produced by Raquel Potí, the immersive performance features mythical characters on stilts, accompanied by musicians and acrobats who pay tribute to nomadic cultures. The original soundtrack is based on the musical repertoire of popular Brazilian festivals such as Carnival and carimbó.

Raquel Potí is a performing artist, educator, stilt walker, singer, musician, and licensed physical education teacher. She has performed at the Olympic Games in Greece and Brazil, where she coordinated and produced a music and performance group at the invitation of the Rio 2016 Organizing Committee. She is an artist with the Companhia Horizontal de Arte Pública and the Gigantes Sonhadores project, and founder of Fábrica de Gigantes—an incubator for socially impactful artistic projects.

Concepção e direção artística / Concept and Artistic Direction: Raquel Potí | Direção musical / Musical Direction: Pablo Beato | Elenco / Cast: Aline Figueiredo, Bárbara Oliveira, Deni Lomeli, Dicoklen Brito, Elan Barreto, Francine Rosa, Bellas da Silveira e Raquel Potí | Músicos / Musicians: Shanso Araújo, Guga Spíndola, Mariana Serra, Pablo Beato, Santiago Galdino e Victor Hugo Swingão | Contrarregras / Stagehands: Lana Borges e Kley de Souza | Técnico de som / Sound Technician: Aratan Brasil | Fotografia / Photography: Xerel | Vídeo / Video: Larissa Lopes | Figurino / Costume Design: Alessandra Veiga | Produção / Production: Fábrica de Gigantes | Assistência de produção / Production Assistant: Caio Reis | Ônibus da caravana / Caravan Bus: Wipala | Condutor da caravana / Caravan Driver: Dom Nelson | Produção local / Local Production: Priscila Sayuri

60 min

PANORAMA KINO THEATRE

PANORAMA KINO THEATRE - SUI

Em Panorama Kino Theatre, um minicinema giratório é instalado no espaço público. Com o início da trilha sonora e o apagar das luzes, a cortina se abre, revelando o mundo exterior. Ao girar, a estrutura transforma a percepção da realidade, fazendo do entorno um cenário vivo onde parte do público assiste, de dentro da estrutura, a ações externas encenadas por artistas e transeuntes.

A proposta convida o público a repensar o espaço urbano e a se tornar co-autor de uma experiência imersiva, sensorial e coletiva.

Fundado em 2015 na Suíça, o Panorama Kino Theatre é um coletivo internacional que realiza espetáculos autorais, oficinas de desenvolvimento criativo e colaborações com artistas e instituições de ensino. Propõe um formato cênico interativo e site-specific, em que o público é convidado a participar de uma experiência imersiva, que envolve não só o espetáculo, mas o ambiente em que ele se encontra.

Panorama Kino Theatre features a rotating mini-cinema installed in public space. As the soundtrack starts and the lights go out, the curtain rises to reveal the outside world. While the structure spins, the environment becomes a live stage, where viewers inside the structure watch actions performed by artists and passersby.

The project invites the public to rethink urban space and become co-authors of a shared, immersive experience.

Founded in 2015 in Switzerland, Panorama Kino Theatre is an international collective that creates original performances, creative development workshops, and collaborations with artists and educational institutions. Their work is site-specific and interactive, inviting audiences to engage in immersive experiences that blur the line between performance and environment.

Direção artística e criação / Artistic Direction and Creation: Tom Greder | Produção e administração / Production and Administration: Tom Greder e David Berga | Distribuição Geral e Suíça / General and Swiss Distribution: Tom Greder | Distribuição internacional / International Distribution: David Berga | Elenco / Cast: Jessica Arpin, Serge Ayala, Anic Bürgisser, Veronica Del Vecchio, Riet Duri Strähle, Mateo Frau, Elmo Greder, Tom Greder, Adrien Gygax, Bea Insa, Natacha Kmarin, Céline Libeer, This Maag, Baptiste Raffanel, Ale Risorio, Kiki Vita Roldan, Andrea Tettamanti | Cenografia / Set Design: Uli Weigel, Clemens Wirz e Katarina Zalar | Música / Music: Jeremy Mage, Trent Arkleysmith e Rachel Johnston | Figurinos / Costume Design: Gordana Bobojevic | Mentores e apoio / Mentors and Support: Philipp Boë, Association Gigamphi, CulturL | O espetáculo Panorama é realizado com o apoio de / The show Panorama is supported by: Swiss Arts Council Pro Helvetia, CCHAR, SSA, FARS, Canton of Bern, City of Biel-Bienne, Corodis, Loterie Romande, CicaS e SIS.

PONTO DE PARTIDA - TRAVESSIA

JESSICA LANE - INAC (POR/BRA)

STARTING POINT – CROSSING

Ponto de Partida - Travessia é um projeto de investigação circense contemporânea que explora o funambulismo inspirado pela obra de Wassily Kandinsky. No alto do arame, nasce uma escrita poética e contemplativa, onde o gesto do funambulista cria uma ponte entre dois mundos, numa busca meditativa por significados, formas e cores.

O Instituto Nacional das Artes do Circo (INAC), em Portugal, é um polo internacional dedicado às artes circenses e à formação de artistas, incentiva novas estéticas e variedade de públicos. Jessica Lane é atriz e artista de circo especializada na técnica do equilíbrio sobre arame e pesquisadora do funambulismo.

Ponto de Partida (Starting Point - Crossing) is a contemporary circus research project that explores funambulism inspired by the work of Wassily Kandinsky. High above the wire, a poetic and contemplative language emerges, where the funambulist’s gestures create a bridge between two worlds, in a meditative search for meaning, forms, and colors.

The National Institute of Circus Arts (INAC), in Portugal, is an international hub dedicated to circus arts and artist training. It promotes new aesthetics and engages a wide range of audiences. Jessica Lane is an actress and circus artist specialized in tightwire walking and a researcher of funambulism.

Direção artística/Artistic Direction: Juliana Moura e Bruno Machado | Intérprete/Performer: Jéssica Lane | Standin/Stand-in: Julia Wanick | Música Original e Sonoplastia/Original Music and Sound Design: André Borges | Produção/Production: INAC | Suporte técnico do funambulismo/Funambulism Technical Support: Vincent Wauters - Centre Européen de Funambulisme | Técnicos de rigging/Rigging Technicians: André Freitas e Hugo Zanardi | Técnico de montagem/Setup Technician: Gabriel Marchini | Mestre de rigging/Master Rigging: Bruno Frenette | Assessoria de Imprensa/Press Office: Daniela Pinto | Coprodução/Co-production: Festival Imaginarius, Cupula Circus Village Festival, Dinâmico Festival, Festival Sul Filo del Circo, Festival Eutopia (Óbidos)

SALTO NO VAZIO ODACY OLIVEIRA – BRA (AM) LEAP INTO THE VOID

A performance de Odacy Oliveira, com trilha ao vivo de Ritamaria, acontece em árvores de espaços abertos. O corpo dança entre plantas e se suspende por uma corda, revelando as geometrias dos galhos e compondo imagens que unem arte, natureza, ancestralidade e resistência ambiental.

Em tempos de queimadas extremas, as árvores são as protagonistas da obra, determinando o ritmo e a espacialidade da performance e convidando o público à contemplação e a um novo olhar para os vazios, frestas e florestas ocultos nas cidades.

Odacy Oliveira é artista indígena urbano da cidade de Manaus (AM), licenciado em artes visuais, membro do Corpocontemporâneo21CC21 e integrante do coletivo (se)cura humana. Sua pesquisa artístico-corporal explora performance, dança contemporânea, videodança e pintura corporal com vivências nas cidades de São Paulo, Manaus e Buenos Aires.

Ritamaria, de São Paulo, é musicista e performer.

Performed in trees and accompanied by live music from Ritamaria, Odacy Oliveira's performance features a body in motion among plants, suspended by a rope and revealing the geometry of branches. The piece weaves together art, nature, ancestry, and environmental resistance.

In a time of extreme fires, trees are the protagonists of the piece, determining its rhythm and spatiality and inviting audiences to contemplate and take a new look at the voids, gaps, and forests hidden in cities.

Odacy Oliveira is an Indigenous artist from Manaus (AM), with a degree in Visual Arts. He is a member of Corpocontemporâneo21-CC21 and the collective (se)cura humana. His bodybased artistic research explores performance, contemporary dance, video dance, and body painting, with experience in São Paulo, Manaus, and Buenos Aires.

Ritamaria is a musician and performer from São Paulo.

Performance e direção artística / Performance and Artistic Direction: Odacy Oliveira | Música e performer / Music and Performer: Ritamaria | Técnica de aéreo / Aerial Technician: Alexandre Mesquita | Técnica de som e sonoplastia / Sound Technician and Sound Design: Felipe Zancanaro | Pintura corporal / Body Painting: Odacy Oliveira e Marcos Felip (assistência / assistant) | Produção de campo / Field Production: Lea Arafah | Produção executiva / Executive Production: Nathalia Migliatti | Produção executiva / Executive Production: Ritamaria e Odacy Oliveira

FIOTIM - O MUSEU EM MOVIMENTO

JORGE FONSECA – BRA(MG)

FIOTIM – THE MUSEUM IN MOTION

Misturando artes visuais, circo, teatro e literatura popular, Fiotim - O Museu em Movimento é uma intervenção urbana que questiona o sistema de arte e convida o público a refletir sobre o valor simbólico das obras de arte e o papel dos museus na sociedade contemporânea. Por meio da história do personagem Jorge K, um camelô que cria seu próprio museu em um trailer-instalação, o espetáculo transforma o espaço público em um ambiente de arte acessível, crítico e poético, com visual de parque de diversões antigo.

Blending visual arts, circus, theater, and folk literature, FIOTIM - O Museu em Movimento [FIOTIM – The Museum in Motion] is an urban intervention that challenges the art system and invites the public to reflect on the symbolic value of artworks and the role of museums in contemporary society. Through the story of Jorge K, a street vendor who creates his own museum in a trailer-installation, the show transforms public space into an accessible, critical, and poetic artistic space—evoking the atmosphere of an old amusement park.

Jorge Fonseca (1966) é natural de Conselheiro Lafaiete (MG). Artista autodidata. Já foi marceneiro e maquinista de trem. Realizou e participou de diversas exposições, individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, como Cotidiano Arte, no Itaú Cultural (SP); Arte Brasileira Hoje, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ e 11ª Quadrienal de Praga, na República Tcheca, entre outras. Sua obra está presente em importantes coleções particulares e em acervos institucionais, tais como Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), Museu Afro-Brasil (SP), entre outros.

Jorge Fonseca (b. 1966) is a self-taught artist from Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais. A former carpenter and train operator, he has created and participated in numerous solo and group exhibitions in Brazil and abroad, including Cotidiano Arte at Itaú Cultural (São Paulo), Arte Brasileira Hoje at the Museum of Modern Art in Rio de Janeiro (MAM-RJ), and the 11th Prague Quadrennial in the Czech Republic. His works are held in major private collections and institutional archives, such as MAMRJ and the Museu Afro Brasil in São Paulo.

Criação/Direção geral / General Creation/Direction: Jorge Fonseca | Produção executiva/Manipulação de bonecos e malabares / Executive Production/Puppet and Juggling Manipulation: Tábatta Iori | Ator/Assistente de produção / Actor/Production Assistant: Luiz Carlos Costa Sarto | Técnico de som, vídeo e iluminação / Sound, Video and Lighting Technician: Iohann Iori Thiago | Montagens e edição de vídeos e imagens / Video and Image Editing: Francisco Zanato de Francia Fonseca | Montagens e edição de som / Sound Editing: Dérik Agnus Aguiar Pinheiro | Mediadores da exposição / Exhibition Mediators: Adriana Silva, Alanna Glória, Antônio Centeio, Bruna Menezes, Du Sarto, Laiza Cardoso, Rodrigo Mattos e Victor Rocha

AÇÕES FORMATIVAS WORKSHOPS

Descobrindo a Comédia

Oficina de Acrobacia Coletiva CORP+S

Oficina de Palhaçaria

Oficina do Impossível

Oficina de Perna de Pau

Residência Artística - Les Voyages

Vivência Infantil: Banho de Diversão

Turismo Social: Circuito Circo no Centro

DESCOBRINDO A COMÉ DIA

TOM GREDER - CHE

DISCOVERING COMEDY

A18

180 min

A partir da ideia da brincadeira como expressão fundamental da criatividade humana e base de toda comunicação signi cativa, o workshop trabalha o fortalecimento da presença de palco dos participantes. Conduzida pelo performer, diretor e professor suíço Tom Greder, a atividade se destina tanto a artistas quanto àqueles que desejam aprofundar suas habilidades como contadores de histórias. A abordagem se concentra na relação entre a "pessoa", o "personagem" e o "artista" em todos nós, trabalhando essas vozes internas por meio do humor.

Tom Greder é um artista itinerante com foco em comédia física interativa e contextual. Nascido na Suíça e criado na Austrália, seu estilo é in uenciado pelas tradições europeias de apresentações de rua, circo e teatro. Formado como artista de circo e palhaço contemporâneo pela e Circus Space e pela École Philippe Gaulier, em Londres, Tom produziu de forma independente espetáculos solo de circo, teatro, cabaré e teatro de rua.

Grounded in the idea of play as a fundamental expression of human creativity and the basis of all meaningful communication, this workshop focuses on strengthening participants' stage presence. Led by Swiss performer, director, and teacher Tom Greder, the activity is designed for both artists and anyone wishing to deepen their storytelling skills. e approach explores the relationship between the "person," the "character," and the "artist" within each of us, working through these inner voices using humor.

Tom Greder is an itinerant artist specializing in interactive and context-based physical comedy. Born in Switzerland and raised in Australia, his style is in uenced by European traditions of street performance, circus, and theater. Trained as a circus artist and contemporary clown at e Circus Space and École Philippe Gaulier, in London, Tom has independently produced solo shows across circus, theater, cabaret, and street theater.

OFICINA DE ACROBACIA COLETIVA CORP+S

TROUPE GUEZÁ - BRA(SP)

COLLECTIVE ACROBATICS WORKSHOP CORP+S

A oficina pretende ser um espaço de experimentação e criação, um encontro de corpos reais. Um lugar seguro, onde o que importa não é se encaixar, mas se expressar. Mais que ensinar técnicas circenses, a atividade convida os participantes a descobrir adaptações acrobáticas para todos os corpos e níveis, com novas possibilidades de presença, força e criação. Não para provar algo, mas porque é libertador ocupar espaços improváveis. É treino, é coletivo, é troca, é afeto. É arte do circo em cada um.

Fundada por Rubia Neiva há 24 anos, a Troupe Guezá reúne artistas circenses interessados nas práticas e pesquisas corporais de acrobacias de solo, coletivas e aéreas. O grupo tem em seu repertório seis espetáculos, mas já realizou também produções para empresas, eventos, intervenções artísticas, oficinas e vivências corporais. Nos últimos anos ganhou destaque na coordenação de voos e direção de cenas acrobáticas em peças musicais e teatrais de grande porte.

This workshop aims to be a space for experimentation and creativity — a gathering of real bodies. A safe place where what matters is not fitting in, but expressing yourself. Rather than teaching circus techniques alone, the activity invites participants to explore acrobatic adaptations for all bodies and skill levels, opening up new possibilities for presence, strength, and creation. Not to prove anything, but because taking up unexpected spaces is liberating. It's about training, collectivity, exchange, affection. It's about the circus arts in each of us.

Founded by Rubia Neiva 24 years ago, Troupe Guezá brings together circus artists interested in physical practices and research involving ground, group, and aerial acrobatics. The group has created six full-length shows and has also developed productions for companies, events, artistic interventions, workshops, and movementbased experiences. In recent years, it has gained recognition for coordinating aerial rigging and directing acrobatic scenes in large-scale musical and theatrical productions.

OFICINA DE PALHAÇARIA

COLETTE GOMETTE (FRA)

CLOWNING WORKSHOP

Com personalidade singular e cativante, o palhaço é uma gura que vive no momento presente. Construído a partir da individualidade de cada artista, ele pode ser um personagem frágil, um anti-herói que vai na contramão do “vencedor” tão exaltado pela nossa sociedade. Considerando que a arte do palhaço é a arte de saber fracassar, a o cina trabalha técnicas para o fracasso focadas no jogo não verbal da comicidade física, com exercícios que incluem aquecimento, jogo de clown, brincadeiras, exercícios técnicos, improvisações solo, em dupla ou trio.

A atriz, professora, preparadora e diretora, Hélène Gustin, intérprete da palhaça Colette Gomette, formou-se formou-se na École d’Art Dramatique Charles Dullin, em Paris, em 1981. Atua como palhaça desde 1995 e já se apresentou em países como França, Bélgica, Ilhas Canárias, Chile, Brasil e Canadá entre outros. Desde 1996, também atua no Rire Médecin, organização francesa que promove visitas de palhaços a crianças em hospitais.

With a unique and captivating personality, the clown is a gure who lives fully in the present moment. Built from each artist’s individuality, the clown can be a fragile character, an antihero who de es the “winner” ideal celebrated by our society. Since clowning is the art of knowing how to fail, this workshop explores techniques of failure, focusing on nonverbal physical comedy through exercises such as warmups, clown games, playful activities, technical drills, and solo, duo, or trio improvisations.

e actress, teacher, actress, teacher, coach, and director, Hélène Gustin, interpreter of the clown Colette Gomette, graduated from the Charles Dullin School of Dramatic Art in Paris in 1981. She has been performing as a clown since 1995 in countries such as France, Belgium, the Canary Islands, Chile, Brazil, and Canada, among others. Since 1996, she has also been part of Le Rire Médecin, a French organization that brings clowns into hospitals to visit children.

OFICINA DO IMPOSSÍVEL

WILLIAM SEVEN – BRA(SP) WORKSHOP OF THE IMPOSSIBLE

Nesta oficina, William Seven abordará a origem da mágica, algumas teorias que fundamentam essa arte, como se dão os processos criativos e suas possibilidades, e, é claro, vai apresentar truques. O artista também tratará de temas como a profissionalização artística, elementos para a concepção de um ato de mágica e a mágica como ferramenta para a comunicação e criação de narrativas.

Nascido em uma família de mágicos, William Seven se apresentou em congressos de ilusionismo por todo o Brasil desde muito pequeno. Passou parte da infância em cidades argentinas como Córdoba e Buenos Aires, em turnê com o circo Orlando Orfei. Foi premiado em campeonatos de mágica na Argentina, na Coreia do Sul e no Canadá. Atualmente, ministra conferências e workshops para mágicos em diversos países e apresenta seus três espetáculos autorais em todo o Brasil.

In this workshop, William Seven explores the origins of magic, key theories behind the art form, creative processes and their possibilities—and, of course, performs some tricks. The session also covers topics such as professionalization in the arts, elements involved in developing a magic act, and the use of magic as a tool for communication and storytelling.

Born into a family of magicians, William Seven began performing at magic conventions across Brazil at a very young age. He spent part of his childhood touring with Circo Orlando Orfei in Argentine cities such as Córdoba and Buenos Aires. He has won awards at magic championships in Argentina, South Korea, and Canada. Today, he gives lectures and workshops for magicians around the world and performs his three original shows throughout Brazil.

OFICINA DE PERNA DE PAU

RAQUEL POTÍ - BRA (RJ)

STILT WORKSHOP

A oficina Perna de Pau, conduzida por Raquel Potí, apresenta o desenvolvimento técnico da perna de pau de forma integrada à exploração da consciência corporal e da expressividade artística. Fundamentada em raízes afro-diaspóricas, com uma abordagem lúdica e segura e bases na cultura popular, a atividade apresenta uma metodologia formativa destinada a um público abrangente e heterogêneo, independentemente de idade ou experiência prévia.

Raquel Potí é atriz, pernalta, produtora cultural, diretora artística, educadora e mãe. Caiçara de Pedra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, é licenciada em educação física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fundadora da oficina Perna de Pau e grande entusiasta da cultura pernalta no Rio. Fundadora da Fábrica de Gigantes, incubadora de projetos artísticos com impacto social, é também gestora dos blocos Terreirada e Amigos da Onça.

Led by Raquel Potí, the Perna de Pau workshop (Stilt-Walking Workshop) introduces the technical development of stilt-walking integrated with body awareness and artistic expression. The activity is grounded in Afro-diasporic roots and combines a playful and safe approach with elements of popular culture. It offers a formative methodology designed for a broad and diverse audience, regardless of age or previous experience.

Raquel Potí is an actress, stilt walker, cultural producer, artistic director, educator, and mother. A caiçara from Pedra de Guaratiba in Rio de Janeiro, she holds a degree in Physical Education from the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ). She is the founder of the stilt-walking workshop and a passionate advocate of stilt culture in Rio. She also founded Fábrica de Gigantes, an incubator for socially impactful artistic projects, and manages the carnival groups Terreirada and Amigos da Onça.

RESIDÊNCIA ARTÍSTICALES VOYAGES

COLLECTIF XY - FRA

ARTIST RESIDENCY - LES VOYAGES

O Coletivo XY realiza uma imersão no território urbano, desenvolvendo ações a partir da escuta atenta da cidade e de seus habitantes. A residência articula três dispositivos: Protocolos, Canvas e Sessão de Fotos. Nos Protocolos, acrobatas abordam o público disposto a viver um breve encontro: carregar ou ser carregado. Já os Canvas são criações cênicas breves, de 20 a 30 minutos, que dialogam com a paisagem urbana e revelam novas formas de perceber o entorno. Por fim, a Sessão de Fotos, conduzida por Fabrice Dimier, registra poeticamente o vínculo entre corpo, arquitetura e memória local.

O Coletivo XY é uma das companhias de circo mais aclamadas da França, referência internacional em acrobacia coletiva. Com cerca de quarenta membros, é reconhecida por sua abordagem técnica inovadora e por sua capacidade de interação com o espaço público. Já realizou mais de mil apresentações ao redor do mundo, incluindo o Brasil, onde também ministrou masterclasses.

Collectif  XY embarks on an immersive exploration of the urban landscape, developing actions based on careful listening to the city and its inhabitants. The residency unfolds through three components: Protocols, Canvas, and Photo Session. In Protocols, acrobats invite passersby to share a brief encounter: to lift or be lifted. Canvas are short scenic creations (20 to 30 minutes) that engage with the urban landscape and suggest new ways of perceiving the surroundings. Finally, the Photo Session, led by Fabrice Dimier, poetically documents the relationship between body, architecture, and local memory.

Collectif XY is one of France’s most acclaimed circus companies and a global reference in collective acrobatics. Comprising approximately forty members, the group stands out for its innovative techniques and its ability to engage deeply with public space. It has delivered over a thousand performances across the world, including Brazil, where it has also offered masterclasses.

VIVÊNCIA INFANTIL: BANHO DE DIVERSÃO

PATTY PANTALEÃO - BRA (SP) CHILDHOOD EXPERIENCE: FUN BATH

Banho de Diversão é uma vivência lúdica e sensorial voltada ao público infantil, que transforma o banho em um momento encantado, com espuma, bolhas gigantes e desafios mágicos. A atividade estimula o autocuidado e os vínculos afetivos, mostrando que higiene também pode ser puro encanto e diversão!

Patty Pantaleão é atriz, publicitária, artista de bolhas, mágica e palestrante. É a primeira profissional da arte das bolhas de sabão no Brasil, com experiência em vivências sensoriais e interativas para a infância.

Banho de Diversão (Fun Bath) is a playful, sensory experience designed for children, turning bath time into a magical moment filled with foam, giant bubbles, and enchanting challenges. The activity promotes self-care and emotional bonding, showing that hygiene can also be full of joy and wonder!

Patty Pantaleão is an actress, advertising professional, bubble artist, magician, and speaker. She is the first professional bubble artist in Brazil, with extensive experience in sensory and interactive activities for early childhood.

CIRCUITO CIRCO NO CENTRO

GRUPO ESPARRAMA - BRA (MG)

CIRCUS CIRCUIT IN THE CENTER

Com a intenção de re etir e difundir a memória e a cultura circenses, passeios a pé conduzidos pelo Grupo Esparrama visitam lugares do centro da capital paulista que compartilham a história do circo na cidade.

O roteiro 1 inicia em frente às futuras instalações do Sesc Galeria, com a apresentação do espetáculo CORP+S, segue pelas ruas Barão de Itapetininga e 24 de Maio e passa pelo Centro de Memória do Circo, incluindo visita educativa e apresentação da intervenção A Borboleta. O roteiro termina no Largo do Paissandu, importante local para a história das artes circenses no país.

O roteiro 2 também começa em frente às futuras instalações do Sesc Galeria, com a apresentação do espetáculo CORP+S, segue pela rua Barão de Itapetininga, com apresentação do espetáculo Salto no Vazio, depois pela rua 24 de Maio, Centro de Memória do Circo, passa pelo Largo do Paissandu e termina em frente ao Teatro Municipal, com a apresentação do espetáculo Ponto de PartidaTravessia.

With the aim of re ecting on and disseminating the memory and culture of the circus, walking tours led by Grupo Esparrama visit locations in downtown São Paulo that share the city's circus history.

e tour 1 begins in front of the future facilities of Sesc Galeria, with the presentation of the show CORP+S, continues along Barão de Itapetininga and 24 de Maio streets, and passes through the Circus Memory Center, including an educational visit and a performance of the intervention A Borboleta. ( e Butter y). e walking tour ends at Largo do Paissandu, an important site in the history of circus arts in Brazil.

e tour 2 also starts in front of the future facilities of Sesc Galeria, with the presentation of the show CORP+S, continues along Barão de Itapetininga street with a performance of the show Salto no Vazio (Leap into the void), then proceeds through 24 de Maio street, the Circus Memory Center, passes by Largo do Paissandu, and ends in front of the Municipal eater, with the performance of the show Ponto de Partida –Travessia (Starting Point - Crossing).

PROGRAMAÇÃO / SCHEDULE

SESC 14 BIS

9/8, sábado

10h30 | Vivência infantil

Banho de Diversão

15h | Espetáculo

Entre Bolhas e Borboletas

16h | Intervenção

A Borboleta

10/8, domingo

10h30 | Vivência infantil - Banho de Diversão

15h | Espetáculo | entre Bolhas e Borboletas

16h | Intervenção | A Borboleta

19/8, terça 15h | O cina

Acrobacia Coletiva CORP+S

20/8, quarta 15h | O cina

Acrobacia Coletiva CORP+S

21/8, quinta 19h | Espetáculo

Maputo-Mozambique

22/8, sexta

20h | Espetáculo

Maputo-Mozambique

SESC 24 DE MAIO

12/8, terça

16h | Espetáculo Experimentos do Invisível

14/8, quinta

20h | Espetáculo Experimentos do Invisível

15/8, sexta

18h | Espetáculo

Artifaces

16/8, sábado

20h | Espetáculo Artifaces

17/8, domingo

18h | Espetáculo

Artifaces

20/8, quarta

18h | Espetáculo

EYJA: Primeira Parte, a Ilha

21/8, quinta 20h | Espetáculo

EYJA: Primeira Parte, a Ilha

SESC AV. PAULISTA

9/8, sábado

17h30 | Intervenção

Cidade Brinquedo

10/8, domingo

17h30 | Intervenção

Cidade Brinquedo

12/8, terça

11h | Cena Expandida

A Saga de um Palhaço sem Lona

13/8, quarta

11h | Cena Expandida

Marrocos, Terra do Espetacular

14/8, quinta

10h30 | O cina

Descobrindo a Comédia

11h | Cena Expandida

A Vida de um Saltimbanco

15/8, sexta 10h30 | O cina

Descobrindo a Comédia

16/8, sábado

15h e 20h | Gira Latina

Fora 17h30 | Gira Latina

De Tudo um Pouco

17/8, domingo

13h | Intervenção

Gigantes Sonhadores

17h30 | Gira Latina

De Tudo um Pouco

19/8, terça

11h | Cena Expandida

Vermelho, Branco e Preto

21/8, quinta

11h | Cena Expandida | Palestraperformance Por um Fio

SESC BELENZINHO

9/8, sábado

21h | Espetáculo

Ancrage

10/8, domingo

18h | Espetáculo

Ancrage

13/8, quarta

14h às 20h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

18h | Espetáculo

Ocho

14/8, quinta

14h às 20h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

18h | Espetáculo

Ocho

15/8, sexta

14h às 20h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

16/8, sábado

10h às 20h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

17/8, domingo

14h às 18h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

19/8, terça

14h às 20h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

20/8, quarta

10h às 20h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

PROGRAMAÇÃO / SCHEDULE

21/8, quinta

10h às 20h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

22/8, sexta

14h às 20h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

23/8, sábado

10h às 20h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

24/8, domingo

10h às 18h | Instalação

Fiotim – O Museu em Movimento

SESC BOM RETIRO

12/8, terça

20h | Espetáculo

Circo Science – Do Mangue ao Picadeiro

13/8, quarta

20h | Espetáculo

Circo Science – Do Mangue ao Picadeiro

16/8, sábado

12h e 15h | Espetáculo

Goupil & Kosmao

13h | Intervenção CORP+S

17/8, domingo

12h e 15h | Espetáculo

Goupil & Kosmao

19/8, terça 17h e 20h | Espetáculo

Dentro do Invisível - Magia na Escuridão

20/8, quarta

17h e 20h | Espetáculo | Dentro do Invisível - Magia na Escuridão

SESC CONSOLAÇÃO

9/8, sábado

20h | Espetáculo

Vetus Venustas

10/8, domingo

18h | Espetáculo

Vetus Venustas

15/8, sexta

20h | Espetáculo

Glorious Bodies

16/8, sábado

20h | Espetáculo

Glorious Bodies

SESC GALERIA (FUTURA UNIDADE)

11/8, segunda

13h30 às 16h30 | Turismo Social Circuito Circo no Centro (roteiro 1)

18/8, segunda 12h | Intervenção

Ponto de Partida - Travessia 13h30 às 17h | Turismo Social Circuito Circo no Centro (roteiro 2)

19/8, terça 12h e 16h30 | Intervenção

Ponto de Partida - Travessia

SESC INTERLAGOS

9/8, sábado

12h e 15h | Intervenção

Panorama Kino eatre

10/8, domingo 11h e 14h | Intervenção

Panorama Kino eatre

SESC IPIRANGA

13/8, quarta 15h e 20h | Intervenção

O Salto

15/8, sexta 15h e 20h | Intervenção Contos de Cativeiro

17/8, domingo 13h e 17h | Intervenção

Variaciones sobre el Café

20/8, quarta 15h e 20h | Intervenção Sisma

22/8, sexta

15h e 20h | Intervenção Velar la Noche

SESC PINHEIROS

15/8, sexta

21h | Espetáculo Knitting Peace

16/8, sábado

21h | Espetáculo

Knitting Peace

17/8, domingo 18h | Espetáculo Knitting Peace

19/8, terça 14h30 | O cina do Impossível

20h | Espetáculo

A Maçã

20/8, quarta 14h30 | O cina do Impossível

20h | Espetáculo | A Maçã

22/8, sexta

20h | Espetáculo

Mina – Corpo Multidão

23/8, sábado

20h | Espetáculo

Mina – Corpo Multidão

PROGRAMAÇÃO / SCHEDULE

SESC POMPEIA

12/8, terça 15h e 20h | Gira Latina Tarântula Transita 21h | Espetáculo Presidente

13/8, quarta 21h | Espetáculo Presidente

14/8, quinta 15h e 20h | Gira Latina Fumaça – Puro Visage 16h | O cina de Palhaçaria

15/8, sexta 16h | O cina de Palhaçaria

19/8, terça 15h e 20h | Gira Latina Fuera!

20/8, quarta 21h | Espetáculo Dirty Laundry

21/8, quinta 15h e 20h | Gira Latina Faminta 21h | Espetáculo Dirty Laundry

22/8, sexta 21h | Espetáculo Dirty Laundry

SESC SANTANA

20/8, quarta 21h | Espetáculo Assum Preto

21/8, quinta 21h | Espetáculo Assum Preto

23/8, sábado 12h | Espetáculo Memorável – Histórias Notáveis

24/8, domingo 12h | Espetáculo Memorável – Histórias Notáveis

SESC VILA MARIANA

8/8, sexta 20h | Espetáculo Moya

9/8, sábado 15h | Espetáculo Moko 20h | Espetáculo Moya

10/8, domingo 15h | Espetáculo Moko

18h | Espetáculo Moya

13/8, quarta 20h | Espetáculo Yongoyely

14/8, quinta 20h | Espetáculo Yongoyely

16/8, sábado 13h | Intervenção Gigantes Sonhadores

17/8, domingo 15h | Intervenção

Salto no Vazio

20/8, quarta 11h | O cina Diálogos sobre Festivais com Programadores

23/8, sábado 15h | Intervenção Cidade Brinquedo

24/8, domingo 15h | Intervenção Cidade Brinquedo

PARQUE DA INDEPENDÊNCIA

16/8, sábado 11h e 14h | Intervenção

Panorama Kino eatre

17/8, domingo 11h e 14h | Intervenção

Panorama Kino eatre

23/8, sábado 15h | Espetáculo

Les Voyages

24/8, domingo 15h | Espetáculo

Les Voyages

PRAÇA DA SÉ

13/8, quarta 11h e 14h | Intervenção

Panorama Kino eatre

CONTATOS CONTACT INFORMATION

Espetáculos / Shows

A Maçã williamseven.com.br @ilusionistawilliamseven

Ancrage sencirk.com/general-5 @sencirk_

Artifaces @lamagacaro @dr_bona @evertonmago @bruno.mariotti @ortega_nami

Assum Preto @instrumentodever @marcomottaart

Circo Science do Mangue ao Picadeiro escolapecirco.org.br @escolapecirco

Dentro do Invisível –Magia na Escuridão @insidetheinvisible

Dirty Laundry @briefsfactory

Entre Bolhas e Borboletas @pattyinspira

Experimentos do Invisível @o.marcelomoraes

EYJA: Primeira Parte, a Ilha multifocociadeteatro.com @multifocociadeteatro

Goupil & Kosmao @natashajascalevich

Glorious Bodies circumstances.be @circumstances____

Knitting Peace cirkor.se @cirkuscirkor

Les Voyages ciexy.com @collectif_xy

Maputo-Mozambique thomasguerineau. commaputo-mozambique

MemorávelHistórias Notáveis @palhacossemfronteiras

Mina @mina.corpomultidao

Moko @trupebaiaode2

Moya temalproductions.com/en/ spectacles/moya @zipzapcircus

Ocho cirquebaraka.com @cirquebaraka_87

Presidente colettegomette.com @colette.gomette

Vetus Venustas ciclicus.com @ciclicus

Yongoyely temalproductions.com/fr spectacles/yongoyely @temalproductions

Cena Expandida / Expanded Scene

A Saga de um Palhaço sem Lona @circodemao

A Vida de um Saltimbanco rogeriopiva.com @rogeriopiva.malabarista

Marrocos, Terra do Espetacular karacena.art/atabadoul @troussi_karim @brahimechchibi @pelletier9906

Palestra-Performance Por um Fio trupearlequin.com.br @trupe.arlequin

Vermelho, Branco e Preto @cibele_mateus

Gira Latina / Latin tour

Contos de Cativeiro @contosdecativeiro @orumaiyecultural

De Tudo um Pouco @ariadne_dida @acasadaslagartixas

Faminta @faminta_ @natashajascalevich

Fora @compagnie_ar

Fuera! @leticiavetrano @ciamariapeligro

Fumaça - Puro Visage @payasosatin

O Salto @osaltoespetaculo @ninhacapao

Sisma @projetosisma @lis_nobre

Tarântula Transita @vulknik

Variaciones sobre el Café @marianablancoarias

Velar la Noche @velar.la.noche @galliano.sofia

Intervenções Artísticas / Artistic Interventions

A Borboleta @sandrinhasilvac

Cidade Brinquedo @grupoesparrama

Corp+s @troupegueza

Gigantes Sonhadores @raquelpoti @fabricagigantes_ @oficinapernadepau

Panorama Kino Theatre kinopan.com @pankinotheatre @tomgreder

Ponto de PartidaTravessia inac.com.pt @inac.instituto @jesscalane

Salto no Vazio @corpocontemporaneo @odacy_oliveira

Ações Formativas / Workshops

Descobrindo a ComédiaTom Greder @tomgreder

Oficina de Acrobacia Coletiva CORP+S – Troupe Grezá @troupegueza

Oficina de PalhaçariaColette Gomette @colette.gomette

Oficina do ImpossívelWilliam Seven williamseven.com.br @ilusionistawilliamseven

Oficina Perna de PauRaquel Potí @raquelpoti @oficinapernadepau

Residência ArtísticaCollectif XY ciexy.com @collectif_xy

Vivência Infantil: Banho de DiversãoPatty Pantaleão @pattyinspira

Instalação / Installation

Fiotim - O Museu em Movimento @museufiotim @jorgekfonseca

Turismo Social / Social Tourism

Grupo Esparrama @grupoesparrama

SOBRE O SESC / ABOUT SESC

O Sesc – entidade privada com nalidade pública, criada por iniciativa do empresariado do setor de comércio de bens, serviços e turismo – tem como missão contribuir para a qualidade de vida dos trabalhadores dessas categorias, seus dependentes e da sociedade em geral. Fundada em 1946, desde então a instituição tem elaborado propostas que efetivam uma atuação educativa continuada no campo da cultura em sua diversidade.

No estado de São Paulo, o Sesc conta com uma rede de 43 unidades, incluindo centros culturais e esportivos, bem como unidades especializadas. Oferece, ademais, atividades de turismo social, programas de saúde, educação para sustentabilidade, para a diversidade e para acessibilidade, alimentação, programas especiais para crianças, jovens e pessoas idosas, além do Sesc Mesa Brasil –programa institucional de combate à fome e ao desperdício de alimentos.

O Sesc desenvolve, assim, uma ação de educação não formal permanente com o intuito de valorizar as pessoas ao estimular a autonomia, a convivência e o contato com expressões e modos diversos de pensar, agir e sentir.

Sesc – Social Service of Commerce is a private, non-pro t institution with a public purpose created by entrepreneurs in the trade of goods, services, and tourism. Its mission is to enhance the quality of life for workers in these sectors, their families, and society as a whole.

Established in 1946, Sesc has since developed a continuous educational e ort in the eld of culture in all its diversity. In the state of São Paulo, Sesc operates a network of 43 locations, including cultural and sports centers as well as specialized facilities. It also o ers programs in social tourism, health, sustainability, diversity, and accessibility, along with food services and special initiatives for children, youth, and older adults. Sesc also coordinates Mesa Brasil, an institutional program dedicated to combating hunger and reducing food waste.

Sesc thus carries out a permanent non-formal education initiative aimed at valuing individuals by fostering autonomy, social interaction, and contact with diverse forms of expression and ways of thinking, acting, and feeling.

COMO SE CREDENCIAR

HOW TO REGISTER

Trabalhadores, estagiários, temporários ou aposentados em empresas do comércio podem fazer sua Credencial Plena gratuitamente. Acesse o app Credencial Sesc SP ou o site centralrelacionamento.sescsp.org.br para emitir ou renovar a Credencial Plena, ou procure uma de nossas unidades. Mais informações sescsp. or.br/credencialplena.

Com a Credencial Plena, as pessoas titulares têm acesso prioritário a uma série de benefícios, incluindo descontos na programação do Sesc e em serviços pagos, como atendimento odontológico e cursos. Também podem aproveitar oportunidades de viagens, excursões e hospedagens em hotéis e pousadas do Sesc em todo o Brasil.

Você pode se inscrever online pelo aplicativo Credencial Sesc SP ou pelo site centralrelacionamento.sescsp.org.br. Também é possível agendar um atendimento presencial em uma Central de Atendimento do Sesc por meio dessas plataformas — ou, se preferir, comparecer diretamente a uma unidade do Sesc sem agendamento.

e Full Sesc Membership (Credencial Plena) is available to formally registered workers, interns, temporary employees, retirees, and individuals who have been unemployed for up to two years, provided they were previously employed in the trade, services, or tourism sectors. Eligible family dependents may also apply.

With the Full Membership, cardholders have priority access to a range of bene ts, including discounts on Sesc programming and paid services such as dental care and courses. Members can also enjoy travel opportunities, excursions, and accommodations at Sesc hotels and inns throughout Brazil.

You can apply online via the Credencial SescSP app or at centralrelacionamento.sescsp.org.br. You can also schedule in-person appointments at a Sesc Customer Service Center through these platforms—or, if you prefer, visit a Sesc location directly without an appointment.

SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO

SESC – SOCIAL SERVICE OF COMMERCE REGIONAL ADMINISTRATION OF SÃO PAULO STATE

Presidente do Conselho Regional Chairman of the Council

Abram Szajman

Diretor do Departamento Regional Director

Luiz Deoclecio Massaro Galina

SUPERINTENDÊNCIAS/ DEPUTY DIRECTORS

Técnico-Social/Social and Programming

Rosana Paulo da Cunha

Comunicação Social/Communication

Ricardo Gentil

Administração/Administration

Jackson Andrade de Matos

Assessoria Técnica e de Planejamento/ Technical Planning

Marta Raquel Colabone

Assessoria Jurídica/Legal

Carla Bertucci Barbieri

Gerências/Managers

Ação Cultural/Cultural Action Érika

Mourão Trindade Dutra Educação para Sustentabilidade e Cidadania/Education for Sustainability and Citizenship Denise

Baena Segura Estudos e Desenvolvimento/ Studies and Development João Paulo

Guadanucci Alimentação e Segurança

Alimentar/Feeding and Food Security

Mariana Barbosa M. Ruocco Artes Grá cas/ Graphic Design Rogério Ianelli Atendimento e Relacionamento com Públicos/Customer Service and Relationship Patrícia Piquera

Centro de Produção Audiovisual/ Audiovisual Production Center Wagner

Palazzi Perez Desenvolvimento de Produtos/ Product Development Évelim Moraes Difusão e Promoção/Publicity and Promotion Ligia

Moreira Moreli Sesc Digital/ Digital Sesc

Fernando Amodeo Tuacek Contratações e Logística/Hiring and Logistics Marcia da Silva Mitter Patrimônio e Serviços/ Property and Services Adriana Mathias Desenvolvimento de Pessoas/People Development Cecília Camargo Maman Engenharia e Infraestrutura/Engineering and Infrastructure Elias Albano da Silva Conformidade Institucional/Institutional Compliance Raquel Claro Vargas Assessoria de Imprensa/Press Relations Ana Lúcia de La Vega Assessoria de Relações Internacionais/ International A airs Heloisa Pisani 14 Bis Emerson Pirola 24 de Maio Paulo Casale Avenida Paulista Daniel Hanai Belenzinho José Roberto Ramos Bom Retiro Monica Machado Carmo Doris Larizzatti Consolação Antonio Martinelli Galeria Robson Luiz dos Santos Interlagos Eduardo Uhle Ipiranga Luciana Itapema Pinheiros Jayme Antonio Paez Filho Pompeia Kelly Adriano de Oliveira Santana Fernanda Gonçalves Vila Mariana Renata Cristina Salvador

CIRCOS – FESTIVAL INTERNACIONAL

SESC DE CIRCO

CIRCUS – SESC INTERNATIONAL CIRCUS FESTIVAL

Coordenação/Coordination

Marina Tomaz Zan, Natalie Ferraz Kaminski Curadoria de Espetáculos/Artistic Curatorship

Ana Carla de Assis Ribeiro, Ari Felipe Miaciro, Gilcemar Aparecido Borges, Layana Peres de Castro, Marina Tomaz Zan, Natalie Ferraz Kaminski

Equipe/Team Sesc

Alcimar Frazão, Aline Ribenboim, Ana Luisa

Sirota de Azevedo, Ana Paula Feitosa, André Conceição, André Queiroz, Barbara C. R. do Nascimento, Bárbara Iara, Bruna Damasceno, Bruna Marcatto, Carol Rios, Carlos Rocha, Carolina Vidal Ferreira, Caroline Zeferino, Charles Moura,Chiara Regina Peixe, Christi Lafalce, Cinthya de Rezende Martin, Claudia Garcia, Claudia Regina de Souza Santos,Cristiane Komesu, Danilo Jose Bertasso Branzan, Elaine Cristina Marques, Edmar Rodrigues de Fátima Junior, Érica Dias, Fabio Mattos, Fábio Saraiva Teles, Fábio Vasconcelos, Fabricio Floro, Fernando Almeida Bisan, Francisco Manoel Santinho, Fred Zarnauskas, Gabriela da Silva Neves, Gabriela Borsoi, Gabriela Graça Ferreira, Greg Lixandrão, Guilherme Barreto, Gustavo Rodrigues de Freitas, Ian Herman, Igor Pirola, Ioná Damiana de Souza, Isabela Palhao Martini, Ivy Granata Delalibera, Jane Sucena, Jacqueline Alves Coutinho Abe, Je erson Santanielo, Joana Eça de Queiroz, José de A. Sandim, José Henrique O. Coelho, Juliana Ramos, Julia Parpulov, Karina Camargo Leal, Laura Magalhães, Leandro Nunes Coelho, Livia Morellato, Luciano Quirino Bueno, Marina Villar, Marcia Lemos, Maria Fabiana F. Guerra, Marcio Donisete Lopes, Marina Reis, Mauro Lucas, Naiara Cândido Sacilotto, Priscila Nunes, Rodrigo Losano, Ronaldo Domingues, Rubens Lutero, Sandra Leibovici, Silvia Aguilhar da Cruz, Silvia Eri Hirao, Silvio Basilio, Silvio Miron, iago Machado, Ticiana Parisi,

Vanessa Fidalgo, Vinicius de Oliveira, Vitor Penteado, Viviane Machado Lemos, Wellington Silva Santos

Catálogo/Catalog

Produção e edição de textos/Text editing and production Grená Agência de Criação (Adriana Ferreira Silva, Cristiane Batista e Leticia de Castro) Projeto grá co e diagramação Renato Valderramas Identidade visual Estúdio Meio[ ]Fio Tradução de textos Aline Scátola Lopes e Liz Stern Revisão de textos Mariana Del ni

Agradecimentos

Acknowledgments

Representation O ce In São Paulo Of e Ministry Of Foreign A airs And Consulate General Of Brazil In Marseille.

FICHA CATALOGRÁFICA

Festival que integra a Temporada França-Brasil 2025

Organizadores

Apoio

Realização

Papel

capa Supremo Alta Alvura 350g/m2 miolo Couche Fosco 115 g/m2

Fontes Spirala e Minion Tiragem 1000 exemplares Agosto 2025

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.