its Teens Navegantes - 28

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Renata Bomfim

Gerente de projetos especiais

Neste aniversário de Navegantes, a revista its Teens celebra não apenas a história da cidade e suas tradições, mas também o papel transformador da educação na construção do futuro. Ter uma rede escolar protagonista, em diversas iniciativas, valoriza a identidade local, resgata memórias e aponta caminhos de inovação. Assim como os pescadores, que representam a força cultural e econômica da cidade, nossas escolas mantêm viva a tradição do conhecimento, da valorização da história e da construção de novos olhares sobre Navegantes. Projetos, exposições e produções literárias mostram que a educação navega em águas de criatividade, pertencimento e inovação.

Neste aniversário, mais do que olhar para trás, reconhecendo a trajetória, celebramos o presente e projetamos o futuro. Navegantes segue firme, com a educação como bússola e o mar como inspiração para continuar escrevendo sua história. Aproveite esta edição especial que chega até a sua escola!

MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI

IN MEMORIAM FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC

MARCELLO CORRÊA PETRELLI

PRESIDENTE GRUPO ND mpetrelli@ndtv.com.br

ALBERTINO ZAMARCO JR.

DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO albertino@ndtv.com.br

DERLY MASSAUD DE ANUNCIAÇÃO

DIRETOR DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA

GILBERTO KLEINÜBING

DIRETOR DE MERCADO gilberto.k@ndtv.com.br

LUÍS MENEGHIM

DIRETOR DE CONTEÚDO meneghim@ndmais.com.br

ROBERTO BERTOLIN

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SILVANO SILVA

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CRISTIAN VIECELI

DIRETOR REGIONAL ITAJAÍ E BLUMENAU cristian@ndtv.com.br

MICHEL MARIANO PIZZETTI

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FABIANA POSSATO

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JEAN FELIPE DE OLIVEIRA

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RENATA BOMFIM

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ANA CAROLINE ARJONAS REPÓRTER ana.arjonas@portalits.com.br

LETÍCIA MARTENDAL ASSISTENTE DE MÍDIA leticia.martendal@portalits.com.br

DAIARA CAMILO ESTAGIÁRIA contato@portalits.com.br

LUIZA MARTINS DA COSTA VIDAL DESIGNER GRÁFICO

MARIA FERNANDA AMARAL

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ANDRESSA DA ROSA LUZ GERENTE COMERCIAL FLORIANÓPOLIS andressa.luz@ndtv.com.br

CYBELLY REGINA DA SILVA MEIRA GERENTE COMERCIAL BLUMENAU cybelly.meira@ndtv.com.br

FELIPE MUCHENSKI GERENTE COMERCIAL ITAJAÍ felipe.m@ndtv.com.br

CRISTIAN TADEU GERENTE COMERCIAL OESTE cristian.santos@ndtv.com.br

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NORBERTO MORETTI JÚNIOR GERENTE DE PERFORMANCE norberto@ndtv.com.br

CAROLINE FERNANDES GERENTE DE MERCADO NACIONAL caroline.fernandes@ndtv.com.br

ANA CAROLINE ARJONAS
DAIARA CAMILO
LETÍCIA MARTENDAL Repórter
Estagiária
Assistente de Mídia

/conteúdo

Labirinto Uma escola, muitos caminhos

Notícias de Navegantes

Entre ventos e marés: a jornada de Navegantes

diário escolar conhecimentos gerais

Redes que contam histórias

Navegantes: essência escrita pela Educação

Navegando por novas ideias

Navegantes para além das praias

Histórias que navegam

Do rádio ao satélite: como funciona a comunicação marítima?

Navegantes, nossa terra, nossa história

Os animais fantásticos moram aqui ao lado

Manual de criação de corujas

Dengo Dengo: como surgiu o nome do transporte coletivo?

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Notícias de Navegantes

JEFERSON W. MUELLER

DO CEM PROFESSORA VILNA CORRÊA PRETTI

Publicado em 2018, contemplado pelo edital Vilma Mafra de Apoio à Cultura de Navegantes, o livro “Notícias de Navegantes” — obra da bibliotecária, arquivista e pedagoga Vera Lúcia de Nóbrega Pecego Estork e prefaciada pelo historiador Edson d’Ávila — apresenta importante contribuição à memória histórica do município.

Em suas 299 páginas, apresenta um apanhado de mais de 200 notícias de jornais datados de 1899 a 2008 acerca da emancipação e desenvolvimento de Navegantes e entrevistas com pessoas que participaram dos acontecimentos narrados.

O livro é organizado em 14 capítulos: Emancipação; Política; A Travessia; Luz Elétrica; Economia; Aeroporto; Festa de Nossa Senhora dos Navegantes; Educação; Cultura; Esportes; Saúde; Segurança; Mais Notícias; e Obituário. Recortes da história desde o final do século 19 quando o município pertencia a Itajaí e se chamava Arraial de Santo Amaro.

Personagens que emprestam seus nomes às ruas da cidade povoam as páginas do livro. Temas como a economia local, polêmicas relacionadas à travessia do Rio Itajaí, a ampliação do aeroporto, eleições, as primeiras escolas, acidentes aéreos e marítimos etc.

É um conteúdo cuidadosamente registrado. Além da atraente riqueza de informações, a obra sensibiliza a criação de um arquivo público municipal para salvaguardar documentos históricos e oferecer à comunidade acesso à informação.

O livro “Notícias de Navegantes” apresenta estética agradável, linguagem acessível e imagens dos jornais da época. Obra fundamental para pesquisadores, educadores e público interessado em conhecer a história de Navegantes.

ENTRE VENTOS E MARÉS: A JORNADA DE NAVEGANTES

POR REDAÇÃO ITS TEENS , COM REVISÃO DE RODRIGO CARVALHO DE MIRANDAASSESSOR ESTRATÉGICO DA FUNDAÇÃO CULTURAL DE NAVEGANTES

que viviam da pesca, caça e coleta, aproveitando a fartura das águas e matas. Com a chegada dos colonizadores portugueses e, mais tarde, de imigrantes açorianos, o lugar começou a ganhar novas construções, pequenas embarcações e o espírito aventureiro que até hoje é uma marca registrada.

A história de Navegantes poderia muito bem ser o enredo de um filme daqueles que a gente termina com vontade de revolucionar o mundo. Tem cenário natural incrível, um povo trabalhador, momentos tensos e viradas merecedoras de aplausos no fim. E como todo bom filme, a trama começa com um cenário que parecia simples, mas que guardava aventuras dignas de um roteiro de Hollywood. Antes de existir a cidade como conhecemos hoje, a região era ocupada por povos indígenas

EM ORDEM CRONOLÓGICA:

Inauguração da capela dedicada a Nossa Senhora dos Navegantes, que seria o início de umas das maiores festas religiosas da região.

1950 a 1960Clímax industrial: Fábricas de conserva de peixes e pequenas indústrias surgem, junto com o crescimento urbano.

1911Primeiro ponto dramático:

Colonizadores portugueses e imigrantes açorianos chegam. Surgem as primeiras comunidades, impulsionadas pela pesca artesanal e pelo cultivo do solo.

Primeiras décadas do século 19

26 de abril de 1962A grande virada: Navegantes conquista sua emancipação de Itajaí. Um momento de independência, autoconfiança e novos recomeços.

Expansão do comércio, fortalecimento do setor pesqueiro e turismo nascendo com força com a abertura das praias.

1970 a 1980Sequência de ação

1935 A cidade se consolida como referência na pesca de camarão e sardinha. Os motores dos barcos passam a ecoar diariamente.

1870 a 1900 A trama ganha ritmo e surgem nomes como Porto do Guatá e até pequenas embarcações que vão e vêm no Rio Itajaí-Açu. Navegantes começa a se destacar.

Século

18 Povos indígenas habitam o litoral e pescadores se aventuram entre o mar e a mata.

Anos 1990Cresce a infraestrutura: Calçadões e investimentos em serviços; o turismo toma conta do verão com trilhas, passeios e festas.

1985 A Festa de Nossa Senhora dos Navegantes atrai milhares; a procissão marítima se torna símbolo de fé e identidade. Anos mais tarde, essa celebração seria reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina, consolidando seu valor para a memória e a identidade catarinense.

O Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder é inaugurado. Navegantes se torna conexão entre o mundo e o Vale do Itajaí.

2000Novo personagem entra em cena:

Década de 2010 até hojeO roteiro se moderniza: A cidade equilibra porto ativo, turismo sustentável, cultura local, tecnologia e preservação ambiental.

Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, que atrai milhares de fiéis e turistas, e por ser um dos maiores polos pesqueiros do Brasil. É uma cidade que conseguiu equilibrar tradição e modernidade, guardando seu legado enquanto cresce e se transforma. E como em toda obra cinematográfica que deixa gancho para uma sequência, a história de Navegantes ainda está sendo escritae agora você faz parte dela.

Assim como em um bom filme, Navegantes também teve seus desafios: tempestades que destruíram embarcações, crises econômicas que afetaram o comércio e mudanças na pesca que exigiram adaptação. Mas, a cada obstáculo, a cidade encontrava uma nova forma de se reinventar. Hoje Navegantes é conhecida por suas belas praias, como a do Gravatá e do Centro, pela

Enquanto a cidade ainda dorme, antes mesmo do sol nascer, há um grupo de pessoas que já estão de pé para iniciar o dia: os pescadores artesanais. Aproveitando o mar calmo e o clima fresco, eles sentem a brisa enquanto conferem as redes e preparam o barco, prontos para encarar mais uma jornada de pesca e garantir o alimento na mesa dos moradores da região. Mais do que uma profissão, a atividade pesqueira é uma tradição passada de geração em geração e que mantém viva a cultura navegantina. Jogar as redes, puxar o peixe e separar o que foi capturado se tornaram símbolos daqueles que ajudaram

a construir a cidade como a conhecemos hoje. Não é à toa que Navegantes é considerada o terceiro maior centro pesqueiro da América Latina. O costume veio muito antes da emancipação do município, em 1962. Há registros em sítios arqueológicos que apontam que a pesca artesanal já acontecia desde o início da ocupação humana na região às margens do Rio Itajaí-Açu. E, ao longo do tempo, esse foi o principal meio de sobrevivência das famílias do local e o setor econômico mais importante, principalmente nos bairros de São Pedro e na Praia de Gravatá.

EXEMPLO A SER SEGUIDO IDENTIDADE MARÍTIMA

Foi em Navegantes, em 1968, que foi inaugurado um dos primeiros espaços regulamentados para a venda dos pescados em Santa Catarina, o Mercado do Peixe, no local hoje funciona o Estaleiro Municipal, a Carrera. Com a chegada desse espaço, os pescadores artesanais e os moradores deixaram de precisar atravessar o Rio Itajaí-Açu para vender ou comprar peixes. Com mais profissionais comercializando seus produtos em melhores condições, impulsionando a economia local e gerando mais empregos, a pesca foi consolidada como um dos pilares da cidade. A cultura pesqueira não é vista somente nos barcos atracados nas praias, mas também na gastronomia, com pratos à base de frutos do mar, e até mesmo em lendas sobrenaturais, como a da Mulher de Branco na Pedra da Miraguaia. Tudo isso torna essa tradição um patrimônio cultural imaterial da cidade.

Foi desse costume que surgiu até mesmo o nome da cidade. Habitada por trabalhadores ligados à navegação e à pesca, muitos eram devotos da Nossa Senhora dos Navegantes, considerada a padroeira dos pescadores e protetora daqueles que enfrentam o mar, influenciando a escolha do título do município.

A santa também originou um dos pontos turísticos da cidade: a Capela de Nossa Senhora de Navegantes, assim como a Procissão Marítima de Navegantes, que ocorre anualmente em fevereiro, uma forte tradição de regiões pesqueiras.

PESCA E ARTE

Em Navegantes, não faltam pontos turísticos que celebram a cultura pesqueira na região. Próxima à capela está uma estrutura de um barco em tributo a essa tradição. No bairro São Pedro, é possível admirar a escultura “Homenagem ao pescador”, de Ricardo Batista, com dois profissionais em um barco.

Neste ano, a fachada da Fundação Cultural de Navegantes ganhou uma cara nova, com dois murais em graffiti vibrantes, assinados pelo artista plástico Seth Dazrua, celebrando os pescadores. A obra destaca a importância da contribuição desses profissionais para a comunidade local e a economia da cidade.

O QUE VOCÊ

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POR AQUI:

conheça a história de uma das escolas mais antigas da cidade, com mais de 90 anos.

Tempo de leitura: 5 minutos

Uma escola, muitos caminhos

Criada em 1934, Escola

Municipal Professora Idília

Machado Ferreira supera desafios e se transforma em espaço comum para moradores e alunos

POR ANA CAROLINE ARJONAS

Um local que está em constante transformação, em que atividades e projetos são estruturados, permitindo que crianças e adolescentes tenham contato com novas culturas e até mesmo outras realidades. Pela descrição você pode ter imaginado alguns locais, mas os tópicos fazem parte da rotina daqueles que convivem na escola e sabem a importância desse ambiente para o desenvolvimento da cidadania.

É lá que temos os primeiros contatos com aqueles que pensam diferente de nós, com quem foi educado de outra maneira, além de ser o palco do conhecimento que levaremos por toda a vida. Em alguns casos, essas unidades são os primeiros espaços comunitários de um bairro, reforçando o papel da educação na transformação da sociedade. Em Navegantes, a Escola Municipal Professora Idília Machado Ferreira é um exemplo dessa junção, sendo uma das mais antigas do município. Tudo começou em 10 de fevereiro de 1934, quando o local ainda pertencia a Itajaí, recebendo o nome de Escola Mista de Pedreiras. Mesmo com as dificuldades, o foco era o aprendizado. “No início, a escola

não tinha água, luz ou banheiros, era uma construção simples. Transformar conteúdos em conhecimento era um desafio diário”, conta a diretora da unidade, Caroline Bortolato.

Com o passar do tempo e a emancipação de Navegantes, o espaço foi sendo ampliado, sem deixar de lado a conexão com a comunidade, que sempre encontrou no ambiente um local para se desenvolver. Até que mais uma novidade passou a fazer parte do cotidiano nos anos 2000. “Com muita alegria, passamos a ter o nono ano do Ensino Fundamental, permitindo que os alunos permanecessem até se formar”, diz a profissional.

Reforçando laços que são pautados no respeito e na dedicação, agora o espaço é aberto aos domingos, oferecendo aulas de capoeira, além de promover a Feira Literária e do Conhecimento, oportunidade para as turmas exporem trabalhos e novas ideias. “Antes atendíamos apenas a comunidade rural próxima.

Hoje, recebemos alunos de várias partes do Brasil e até de outros países”, fala Caroline.

Figuras inspiradoras

O nome da escola homenageia uma das primeiras educadoras da cidade, Idília Machado Ferreira, que ficou conhecida pela contribuição à educação e pelo empenho com o desenvolvimento dos alunos. Além dela, a história de outra profissional chama a atenção. “Neide Maria Bortolato estudou aqui quando criança, tornou-se professora e, depois, diretora da unidade, dedicando mais de 35 anos à educação”, finaliza Caroline.

Celebrando os 9O anos

Acompanhando as transformações do bairro Pedreiras, incluindo a chegada de novos moradores e daqueles que foram escolhendo a cidade como lar, a escola foi a estrela de uma festa em 2024. “Celebramos os 90 anos com uma grande festa para pais, funcionários e convidados”, relembra a educadora.

A escola promove aulas de capoeira aos domingos
O nome da unidade é em homenagem a educadora
Fotos: EM
Professora
Idília
Machado
Ferreira/Divulgação

Fotos: CEM Clarinda Maria

PROJETO VALORIZA OS SÍMBOLOS E BELEZAS DE NAVEGANTES

No mês que celebra os 63 anos da emancipação do município, os estudantes do Centro Educacional Municipal (CEM) Clarinda Maria Gaya exploraram de perto os pontos turísticos e os símbolos importantes da cidade no projeto “Descobrindo Navegantes: conhecer, reconhecer e valorizar”. O objetivo da atividade é descobrir as belezas naturais da região, entender como as áreas conhecidas fazem parte da história do município e valorizar a cidade onde moram. Alguns dos pontos visitados foram o aeroporto, o porto, a Praia Central, a Praça Nossa Senhora de Navegantes e a Pedra da Miraguaia. Já os aspectos culturais relembrados foram a coruja-buraqueira, a culinária e o esporte, como o surfe.

Os estudantes também participaram da construção de maquetes, trabalhos com argila e massinha, leituras de cordel, pinturas dos pontos turísticos e conheceram artistas e escritores locais. Para fortalecer o senso de pertencimento, as famílias também foram convidadas a participar do projeto. A exposição das atividades foi feita no dia 20 de agosto, com a presença da comunidade escolar.

ESCOLA COMEMORA 31 ANOS COM FESTA E TRADIÇÃO

Se tem uma área que acompanha o crescimento e a evolução de uma cidade, esta área é a educação. Com uma história que começa ainda nos anos 1980, o Centro Educacional Professora Maria de Lourdes Couto Cabral – CAIC teve sua inauguração oficial em 1994. E para celebrar os 31 anos da unidade, foram preparadas ações especiais com toda a comunidade escolar.

Pensadas para comemorar a trajetória da unidade e homenagear aqueles que fizeram parte do crescimento, as atividades envolveram a criação de um mural com mensagens positivas, a Corrida Rústica — que já faz parte da tradição da escola — e a produção de poesias. Um livro com as produções dos alunos será lançado durante a Feira Literária dos Anos Iniciais. As comemorações serão finalizadas na Feira Interdisciplinar dos Anos Finais, no início de setembro.

Com estudantes desde a Educação Infantil até os anos finais do Ensino Fundamental, incluindo também a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a unidade atende hoje cerca de 2.400 alunos. Uma novidade deste ano foi a instalação de duas salas no Projeto Maker, para atender o programa da educação em tempo integral em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi).

Fotos: Centro
Educacional
Professora Maria de Lourdes Couto Cabral –CAIC/Divulgação

POR ANA CAROLINE ARJONAS*

COM O AUMENTO DA DEMANDA E O CRESCIMENTO POPULACIONAL, O ENSINO

PASSOU A SER A PALAVRA-CHAVE PARA OS AVANÇOS DO MUNICÍPIO

Pensar na transformação de uma cidade e no desenvolvimento de um povo são atividades que só podem ser tiradas do papel quando entendemos e o incluímos na educação nesse processo. Responsável por apresentar novas possibilidades e por formar os cidadãos do futuro, é assim que a sociedade é modificada, por meio do ensino e da relevância que as pessoas encontram no conhecimento. No caso de Navegantes, a história não foi diferente. Com o passar dos anos e a ampliação dos espaços, a educação foi ganhando papel de destaque, seja com novas unidades ou até mesmo com ampliação na forma de ensino. Vale relembrar que a transformação da cidade está ligada à chegada dos portugueses e açorianos, que trouxeram a cultura, cantos e danças, por exemplo, como formas de expressão e educação.

Para relembrar essa trajetória e os pontos que fizeram a diferença no que conhecemos hoje, separamos alguns tópicos primordiais sobre o assunto. Confira os principais pontos em uma linha do tempo na educação em Navegantes.

*CominformaçõesdeRogério Pinheiro Leal Nunes (assistente de produçãodoArquivoPúblicoMunicipal/ FundaçãoCulturaldeNavegantes) eBrunodeFreitas(professorde História)

O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI:

principais tópicos da evolução da educação no município.

Tempo de leitura: 6 minutos

Por conta da alta procura e pelo crescimento populacional da cidade, a Escola Básica Municipal Professora Maria Ivone, criada em 1990, foi modificada para começar a atender à demanda do Ensino Fundamental;

Em 2003, o curso emergencial de pedagogia foi ofertado pelo poder municipal, em parceria com a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), funcionando na Escola Municipal Professora Elsir Bernadete Gaya Müller;

No ano de 2009, a quantidade de escolas já havia sido alterada, levando em consideração a demanda da cidade. Naquele momento eram 46 unidades, incluindo 23 de Educação Infantil, 19 de Ensino Fundamental, um Centro de Complementação Educacional e uma Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), atendendo um total de 14.024 alunos — os dados são das redes municipal e estadual;

Em 2019, o município passa a contar com “Currículo base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do território catarinense", oferecendo aos professores uma referência curricular oficial;

No ano seguinte, o município contava com oito creches e quatro Centros Educacionais do Bem-Estar do Menor (Cebem), que atendiam crianças de três a seis anos de idade;

Ainda em 2004, o Grupo de Pesquisa Educação, Estudos Ambientais e Sociedade (GEEAS) da Univali passou a acompanhar os profissionais nos processos de formação continuada em educação ambiental;

Em 2020, contava com 31 unidades de Educação Infantil (entre CEIs, creches e escolas municipais) e 20 unidades de Ensino Fundamental, com algumas oferecendo ambas as modalidades, atendendo uma média de seis mil crianças.

PRIMEIROS NOMES NA EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO

DESCENTRALIZADA

Por ser uma cidade com diversos bairros e com perfis distintos de alunos, somando os novos moradores que passaram a escolher Navegantes como lar nos últimos anos, uma das medidas é acreditar na descentralização da educação, com unidades em diversos bairros. Essa é uma forma de diminuir a desigualdade e oportunizar o mesmo acesso a todos.

BRINCADEIRAS E MEIO AMBIENTE

Além das ações mencionadas até o momento, também é importante citar o local de destaque das brincadeiras, uma das ferramentas utilizadas quando o assunto é a Educação Infantil e o conceito de aprender brincando. Outro fator a ser ressaltado está na proximidade dos profissionais com o meio ambiente, com formações continuadas e o incentivo aos temas nas salas de aula.

Outras figuras ficaram conhecidas por impulsionar a educação no município. Os bairros de Escalvados, Machados e São Pedro (Pontal) foram os primeiros a receber unidades escolares. A primeira escola estadual foi a Escola Pública Estadual dos Escalvados, seguida da Escola de Educação Básica Júlia Miranda de Souza, fundada em 1947, no Centro. Em 1971 surge a primeira unidade da rede municipal, com duas salas de aula.

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crianças aprendem sobre a história da cidade por meio do projeto “Naveguinha e os encantos de Navegantes –Homenagem à cidade”.

Tempo de leitura: 10 minutos

POR ANA CAROLINE ARJONAS

Criar e manter a conectividade e o senso de pertencimento com um determinado local ou cidade é um processo contínuo e que deve ser pensado a partir de diversas atividades e realizações. Isso porque o local em que estamos inseridos pode dizer muito da nossa cultura, costumes e até mesmo a forma como estamos habituados a enxergar a realidade. Desde pequenos aprendemos a aproveitar e utilizar os espaços que compõem um município, fazendo daquele local nosso lar.

Com o passar dos anos, compreendemos que é naquele ambiente que nos sentimos acolhidos, que evoluímos, fazemos amizades e nos desenvolvemos — quesitos que geram aquela sensação de pertencimento, como se ali fosse o melhor lugar do mundo. No caso de Navegantes, conhecida pela cultura e pelas belas paisagens, esse sentimento está sendo impulsionado desde cedo no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professor Robson Francisco Lopes.

Por lá, a professora Rita de Cassia Ribeiro Simões criou o projeto “Naveguinha e os encantos de Navegantes – Homenagem à cidade”, direcionado às crianças de até dois anos. O foco é apresentar aos pequenos a história e os diferenciais da cidade desde cedo, mostrando o que faz Navegantes ser

única. Além de reforçar o laço com a cultura, a medida também foi uma forma encontrada de homenagear o município, que celebrou seu 63º aniversário em agosto. “A inspiração surgiu do desejo de ver as crianças se conectando com a cidade onde vivem. Navegantes é cheia de encantos, e transformar esse carinho em um livro infantil seria uma forma linda de despertar o sentimento de pertencimento desde cedo”, conta a professora.

Para que as crianças pudessem vivenciar na prática um pouco das principais atividades que fazem parte da economia local, a educadora pensou em trazer das páginas do livro experiências reais por meio da criação de estações sensoriais. Assim, os pequenos tocaram e conheceram a areia, escolhendo conchas, além de entrarem em um barco e de entender o funcionamento do porto — todos em uma proporção menor, em sala de aula, mas com o objetivo de já incluir desde cedo a presença desses espaços na rotina dos menores.

Para a coordenadora pedagógica Rosicleia Soares do Santos, promover esses encontros é proporcionar novas histórias para os pequenos, que podem aprender por meio dos sentidos. “É fantástico, porque é uma vivência que desperta a curiosidade dos pequenos. E a gente está aqui para desenvolver eles de forma global: psicomotricidade, cognitivo, socioemocional e intersocial”, pontua a profissional.

As crianças aprendem a história da cidade por meio do livro

Os pequenos também entenderam como é o funcionamento de um porto na prática

ADAPTAÇÃO PARA OS PEQUENOS

O olhar de admiração de Rita por Navegantes começou a surgir aos poucos, nos momentos em que aproveitava as férias com a família na cidade — a educadora é de Mafra, no Norte de Santa Catarina. Após cada viagem, os pontos da cidade e o estilo de vida e cultura iam chamando a atenção, proximidade que originou o desejo de ter um livro para contar essa história e essa admiração para as crianças. “O maior desafio foi adaptar o conteúdo histórico e cultural para uma linguagem simples, divertida e envolvente, como se as crianças estivessem brincando ou ouvindo uma história de aventura”, menciona a professora.

Para que a narrativa envolvesse a turma e fosse capaz de despertar a curiosidade e interesse, a professora pensou em explorar a história a partir de um personagem principal que chega na cidade e descobre diferenciais e pontos turísticos importantes, como a praia e o porto. “A Naveguinha é uma barquinha simpática e curiosa, que guia os leitores por uma viagem encantadora por Navegantes, como uma amiga que convida os pequenos para um passeio cheio de magia e afeto”, conta a professora, que também fez a impressão da obra em tecido, para que o grupo pudesse tocar e segurar o livro.

Juan Miguel de Araújo Castellanos e Livia Zanatta Alencar descobriram novos materiais

Pedro Ana Cecilia e Alice a

Pedro Leona Soares Paixão,

Cecilia Oliveira da Silva

Alice Pieri vivenciaram emoção de estar em um barco

QUEM CONSTRÓI

A CIDADE TODOS OS DIAS

Quando pensamos em cultura, é difícil falar sobre o tema sem pensar que somos o resultado de todas as influências e daquilo que faz parte do nosso desenvolvimento. Por isso, algumas pessoas mantêm hábitos que podem ser considerados como diferentes, mas que fazem parte da criação daquele indivíduo.

O mesmo vale para quando pensamos nos profissionais que, dia após dia, transformam a cidade. “Além das paisagens naturais, achei fundamental destacar os costumes e o trabalho das pessoas que fazem Navegantes ser o que é. A cultura da pesca, a história do povo, o jeito de viver... tudo isso ajuda a formar a identidade da cidade.”

Com atividades lúdicas e sensoriais, mais do que o conhecimento sobre as características da cidade, esses são momentos em que os pequenos descobrem as novidades na prática. “Espero que elas olhem para Navegantes com mais atenção, carinho e orgulho. Que sintam curiosidade, amor pelo lugar onde vivem e a noção de que cuidar da cidade é um gesto de respeito com todos que fazem parte dela”, declara a profissional.

As crianças procuraram por conchinhas em um espaço que recriava a praia

63 ANOS DE HISTÓRIA

A atividade organizada pela professora Rita foi um dos trabalhos que evidenciaram o aniversário da cidade, celebrado em 26 de agosto. Com uma história recente, uma das principais ligações da cidade sempre foi com o mar, seja por conta da pesca ou até mesmo do porto.

As principais moradias e comércios começaram a surgir ao redor do rio Itajaí-Mirim e do porto, área primordial para a economia do local. Vale ressaltar que até 1962, a região pertencia ao município de Itajaí, que também já pertenceu a São Francisco do Sul.

NAVEGANDO POR NOVAS IDEIAS

Confira produções audiovisuais e obras de artistas criadas em Navegantes que vêm encantando espectadores e leitores

A inspiração para um filme, um livro ou qualquer outra obra cultural pode surgir das mais variadas maneiras. Não é necessário um grande estúdio hollywoodiano ou uma editora dona de dezenas de best-sellers para dar o pontapé inicial a uma criação artística — ainda mais hoje, com a possibilidade de fazer a arte chegar a um público grandioso pela internet. Por causa disso, também, artistas de regiões e cidades não necessariamente próximas aos grandes polos vêm

encontrando formas de distribuir seus trabalhos e encantar mais pessoas.

Um estúdio de animação, com foco em projetos autorais e parcerias internacionais, vem desempenhando um trabalho refinado há anos, dando vida a personagens em curtas e longas-metragens. Conheça quatro projetos da Dragão Studios produzidos em Navegantes e, em seguida, as obras de três artistas que vêm chamando a atenção na cidade!

Um pequeno acidente no sótão faz com que monstros aprisionados em um jarro misterioso sejam libertados. Cabe a Lucas, seu amigo Guto e a sua prima Iara irem atrás dessas feras. No curta-metragem “Caçadores de lendas”, financiado pelo prêmio

Catarinense de Cinema de 2019, vemos o começo dessa aventura.

Com a ajuda da vovó Yolanda, o trio parte a bordo de uma Kombi velha e adentra a floresta e explora habilidades para encarar uma das criaturas.

Encarando MONSTROS Trabalho

EM EQUIPE

Quatro super-heróis ecológicos se unem para ajudar a mãe natureza a resolver um problema envolvendo um rio poluído. No curta “Eco guardiões”, tudo começa quando diversas capivaras dão as caras na base da equipe, fazendo Felipe, Natália, Talita e Artur procurarem a causa da visita inesperada. Combinando os poderes, derivados dos quatro elementos, a equipe traz uma lição sobre os cuidados para preservar o meio ambiente. Se você estiver atento, vai perceber que até o Farol da Barra, um dos pontos turísticos mais conhecidos de Navegantes, aparece em versão animada!

“CAÇADORES DE LENDAS”
“ECO GUARDIÕES”

Herói nas

ALTURAS

Que tal pensar em um passado alternativo e, nesse devaneio, trazer como protagonista um dos maiores inventores brasileiros? Em “Santos Dumont e os jovens inventores”, o Pai da Aviação ganha uma versão animada, ambientada em uma era steampunk, repleta de engenhocas, mostrando as aventuras de sua juventude. O destemido herói desafia as limitações da época para enfrentar um povo que vive no ar e, para isso, trabalha em sua maior invenção, que o fará conquistar os céus.

“SANTOS DUMONT E OS JOVENS INVENTORES”

Colaboração além

DAS FRONTEIRAS

Muitas vezes os projetos de animação são resultado de parceria entre equipes de diferentes países. É o caso de “Nahuel e o livro mágico”, uma produção que reuniu animadores do Brasil e do Chile para dar vida às aventuras de um garoto que deve enfrentar os próprios medos para salvar o pai. Nesse longa-metragem, Daniel Cipriano foi responsável por cuidar da animação e direção de animação do time brasileiro.

A jornada é protagonizada por um garoto introvertido, que ajuda o pai na pesca, mas não se sente muito à vontade no mar. É aí que ele encontra um antigo livro poderoso, que se torna o objeto de interesse de um feiticeiro malvado, e segue para uma aventura em um arquipélago repleto de criaturas misteriosas.

“NAHUEL E O LIVRO MÁGICO” (2020)

Sentimentos em forma de palavras

Inspirada principalmente nas experiências e pessoas que a cercam, a jovem escritora catarinense Isabela Montagna já teve seus poemas publicados em algumas coletâneas de poesia. Seus trabalhos integram as antologias “Nesta janela”, “O ponto em que tudo se encontra” e “Divirta-se”. A lista de seus autores preferidos inclui Emily Dickinson, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana e Clarice Lispector.

Confira os trabalhos de três artistas de Navegantes cuja criatividade vem trazendo resultados.

Uma trama mística

Conexão com a sensibilidade

Aos 20 anos, Cristina Cabral já publicou dois livros, sendo o primeiro “Os tesouros da lua”, lançado quando a jovem tinha 13 anos. A obra surgiu após a autora, natural de Navegantes, se perguntar como seria ter poderes mágicos. Daí surgiram cenários, personagens e uma trama envolvendo aprendizados, uma profecia e uma importante missão. A história ganhou uma continuação, “Os tesouros da magia”, de 2021.

Foi por meio dos desenhos que Bruna Broering Martins Ribeiro passou a expressar suas emoções e pensamentos. Os trabalhos chamaram a atenção e renderam à jovem de 16 anos uma exposição na Galeria da Colônia dos Pescadores de Navegantes. “Uma jornada de emoções em cores e formas” reúne desenhos coloridos com uma abordagem natural, feitos com marcadores e evitando a caneta de contorno. A artista usa o pincel para esfumar e criar sombras, adicionando profundidade e delicadeza às obras.

COMO FUNCIONA A COMUNICAÇÃO MARÍTIMA?

Com torres espalhadas pela cidade e roteadores ligados em cabos de fibra óptica, é fácil conseguir fazer ligações ou entrar na internet pelo celular em casa ou ao passear pelo município. No caso das antenas, é possível cobrir em média uma raio de até 40 quilômetros para conectar aos aparelhos; já com o wi-fi, os dados em ondas de rádio alcançam distâncias menores e, por isso, demandam mais pontos de acesso. Mas se na terra funciona dessa maneira, como aqueles que estão em alto--mar conseguem se comunicar?

Seja em navios de carga, de pesca ou de passeio, é essencial que existam soluções tecnológicas que garantam a segurança dos tripulantes e o contato com a terra firme. Essa conexão é importante para fazer pedidos de socorro em casos de acidente ou pane, acompanhar mudanças no clima e receber alertas de tempestades para o monitoramento da posição da embarcação, comunicação com o porto, acessar informações e também conversar com pessoas fora do mar.

COMO ESSA CONEXÃO É FEITA?

Como não existem antenas de celular no alto-mar, a conexão é feita principalmente pelos satélites. Gravitando em órbita baixa (como no caso da Starlink) ou geoestacionária (em que sempre estão sobre o mesmo ponto da Terra), eles transmitem os dados para as antenas especiais dos barcos e os distribuem pela internet comum ou pelas redes de rádio.

Conheça algumas das tecnologias usadas nos navios e barcos:

RÁDIO VHF

De forma fixa ou portátil, essa tecnologia é usada principalmente para comunicação de curta distância, como entre o navio e estações costeiras ou entre embarcações próximas. Operando na frequência de 156 a 162 MHz (ou seja, esse é o número, em milhões, de oscilações por segundo usadas para transmitir e receber sinais), ele alcança geralmente de 30 a 50 quilômetros de distância e é essencial para realizar manobras portuárias e sinalizar situações de emergência próximas à costa.

Assim como nos walkie-talkies, é necessário pressionar o botão para conseguir falar e soltá-lo para ouvir. Outro detalhe é que todos que estiverem sintonizados na mesma frequência conseguem escutar o que está sendo comunicado no rádio.

SINAIS SONOROS

Além da conexão do rádio entre os navios, outra maneira de transmitir orientações e advertências são os sinais sonoros, que emitem sons e vibrações para chamar a atenção das outras embarcações. Conheça algumas sinalizações:

↗ Um apito curto, com cerca de um segundo, significa que o barco vai virar à direita;

↗ Três apitos curtos querem dizer que o barco vai dar marcha à ré;

↗ Um apito entre quatro e seis segundos deve ser emitido antes de entrar em uma curva;

↗ Cinco apitos curtos indicam que um barco não está compreendendo as manobras de outra embarcação;

↗ A cada dois minutos é preciso emitir um apito longo em áreas de nevoeiros.

RÁDIO HF/MF

Para as embarcações que precisam se conectar a médias e longas distâncias, o rádio HF/MF é o ideal. Enquanto as frequências mais baixas são de 300 kHz a 3 MHz, as mais altas vão de 3 a 30 MHz. Os dados podem parecer contraditórios, mas no caso das ondas de rádio, quanto menor o número, maior será o alcance. Essas ondas refletem na ionosfera (camada da atmosfera da Terra formada por partículas carregadas de eletricidade) e viajam por milhares de quilômetros, superando até mesmo a limitação da curvatura do planeta. Por isso, nesse caso, não necessitam dos satélites.

No entanto, em casos de tempestades solares, o sinal pode sofrer interferências e até apagões temporários.

GMDSS

O Sistema Global de Socorro e Segurança Marítima (nome em português para a sigla GMDSS, em inglês) é uma rede internacional obrigatória em navios comerciais e de carga acima de 300 toneladas. A tecnologia permite enviar alertas de emergência automáticos em qualquer lugar do mundo, mesmo que a tripulação não consiga acioná-las manualmente, e receber boletins meteorológicos de forma rápida e confiável.

Para isso, usa rádios VHF, HF/MF, terminais de satélite, balizas de emergência e dispositivos de mensagens importantes para a navegação.

O GMDSS é regulado pela Organização Marítima Internacional, uma agência das Nações Unidas que cria normas para garantir a segurança e a eficiência da viagem marítima, além da proteção ambiental.

Os animais fantásticos moram aqui ao lado

POR REDAÇÃO ITS TEENS COM AUXÍLIO DE TAMILY ROEDEL, PROFESSORA DA EM PROFESSORA MARIA IVONE MÜLLER DOS SANTOS

Se você pensa que para ver criaturas incríveis é preciso viajar para lugares distantes, é porque ainda não explorou de verdade Navegantes. A cidade — com suas praias, restingas e rios — abriga uma fauna que poderia facilmente estar dentro da mala absurdamente espaçosa do Newt Scamander, personagem do filme “Animais fantásticos e onde habitam”. Só que, aqui, todos são reais e fazem parte do equilíbrio natural da região.

São espécies com cores, hábitos e histórias que chamam a atenção tanto quanto os da ficção, mas que, na vida real, enfrentam desafios para sobreviver. E, como todo explorador, vale a pena saber onde encontrá-los e o que pode ser feito para protegê-los.

SIRI-AZUL (Callinectes danae)

Entre os crustáceos, o siri-azul é como aquele personagem ágil e astuto, sempre pronto para escapar. Sua carapaça colorida parece ter sido pintada à mão, e ele vive em áreas costeiras, ajudando a limpar o ambiente ao se alimentar de restos orgânicos. Mas, assim como um herói preso numa armadilha, enfrenta ameaças, como a destruição de suas tocas pela limpeza mecanizada das praias.

MONARCA-DO-SUL (Danaus erippus)

Com suas asas alaranjadas e pretas, a monarca-do-sul é uma viajante incansável da nossa história natural. Ela migra por grandes distâncias e depende da vegetação da restinga para se alimentar e reproduzir.

GAIVOTÃO (Larus dominicanus)

O gaivotão é o observador estratégico: do alto, acompanha tudo, pronto para mergulhar em busca de alimento. Sua presença é marcante nas praias, mas a retirada da vegetação e a urbanização da orla diminuem os lugares onde ele pode descansar e se alimentar tranquilamente.

CORUJA-BURAQUEIRA (Athene cunicularia)

Pequena e cheia de curiosidade, a coruja-buraqueira vive no chão, aproveitando buracos prontos ou cavando seus próprios ninhos.

PREÁ-BRASILEIRO (Cavia aperea)

Discreto e rápido, o preá-brasileiro é essencial para a cadeia alimentar, servindo de presa para várias espécies. Vive escondido entre a vegetação, mas perde esse abrigo quando a restinga é retirada.

GARÇA-BRANCA-GRANDE (Ardea alba) E GARÇA-BRANCA-AMERICANA (Egretta thula)

A garça-branca-grande, com seu porte imponente, e a garça-branca-americana, mais esguia e ágil, caçam pacientemente em águas rasas, movendo-se como se seguissem uma coreografia silenciosa. São excelentes pescadoras e têm papel importante no controle de populações de peixes e insetos.

LOBO-MARINHO-DO-SUL (Arctocephalus australis)

Visitante eventual, o lobo-marinho-do-sul é o personagem especial que aparece para surpreender. Durante suas rotas, ele escolhe as praias de Navegantes para descansar. A aproximação excessiva das pessoas e as redes de pesca abandonadas são riscos que podem transformar essa visita em um perigo.

O impacto da expansão urbana

Com mais ruas, prédios e comércios, a paisagem muda — e para os animais, essa transformação nem sempre é positiva. A retirada da vegetação de restinga, o lixo no mar e na areia, a pesca fantasma (quando animais marinhos ficam presos em equipamentos de pesca abandonados ou perdidos no mar) e a limpeza mecanizada das praias alteram profundamente o ambiente. Espécies que dependem de espaços tranquilos, como a coruja-buraqueira, ou de ecossistemas específicos, como a monarca-do-sul, ficam cada vez mais vulneráveis.

O QUE PODEMOS FAZER?

• Caso encontre animais feridos ou em risco, ligue para o Instituto Ambiental de Navegantes (47 3185-2015) ou o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (0800-642-3341).

• Mantenha distância e evite tocar nos animais.

• Participe de ações ambientais como o Juntos pelo Rio, que acontece anualmente no mês de março, e o Limpando o Mundo, em setembro.

À PROCURA DE BICHOS E SEUS HABITATS

Os estudantes da Escola Municipal Professora Maria Ivone Müller dos Santos, participantes do Clube de Cultura Oceânica, organizado pela professora Tamily Roedel, não ficam só na teoria. Além de estudarem dentro da sala de aula sobre a fauna local, participam de saídas de estudos para fazer levantamentos de espécies e conhecer de perto os “animais fantásticos e onde habitam” — e, em Navegantes, não é necessário encontrá-los dentro de uma mala mágica, mas pelo ecossistema da região.

como surgiu o nome do transporte coletivo?

Quem pensa que apenas os adultos podem trazer mudanças para o município está muito enganado. Em 2023, com a chegada do novo transporte coletivo municipal, os jovens eleitos vereadores mirins foram os responsáveis por sugerir nomes para batizar os ônibus. Os adolescentes foram desafiados a pensarem juntos em termos que representassem a cultura local. Para isso, conversaram com as famílias e as comunidades escolares para sugerirem nomes que fortalecessem a identidade do município. As propostas foram apresentadas para o prefeito e anunciadas à imprensa, e após essa etapa, algumas delas foram à votação pela comissão da Secretaria de Comunicação de Navegantes. Os 12 termos selecionados faziam referências a figuras importantes para a região, a elementos da cultura da cidade e às belezas naturais, como João Dias de Arzão (o primeiro sesmeiro da área), Coletivo Praia Mar, Viação Litoral Norte Catarinense, Planícies do Mar e Movimento Urbano.

O mais votado foi “Coletivo Dengo Dengo”. O nome, no entanto, não foi uma criação dos adolescentes — na verdade, já faz parte da cidade há muito tempo. Após a instalação de um sino na Igrejinha do Centro, atualmente onde está a Igreja Matriz e o Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes, o som que ecoava chamava a atenção dos moradores do outro lado do Rio Itajaí-Mirim.

O barulho ficou conhecido como “dengo dengo” e logo os habitantes de Navegantes, que ainda fazia parte de Itajaí, foram apelidados com o mesmo termo. Como o nome não possuía um tom pejorativo ou representava algo ruim, os moradores incorporaram o título, que passou a fazer parte da cultura regional.

Navegantes, essa cidade litorânea cheia de charme em Santa Catarina, é muito mais do que praias bonitas e boa comida. Quem mora na cidade ou visita para conhecer não imagina que, por trás das ruas e avenidas movimentadas, existe uma história que começou há séculos — e que ainda está viva nos bairros mais antigos da cidade. Vamos conhecer um pouco mais sobre a região e suas tradições.

Festa de Nossa Senhora dos Navegantes

Realizada no fim de janeiro e início de fevereiro, é a festa mais famosa da cidade. Mistura fé, cultura e emoção, com a procissão terrestre carregando o maior manto religioso do mundo, e a procissão fluvial, em que barcos enfeitados cruzam o Rio Itajaí-Açu. Um evento que emociona moradores e visitantes.

Festival gastronômico “Sabores

de Navegantes”

Realizado no inverno, é o paraíso para quem ama experimentar novos pratos. Restaurantes locais criam receitas especiais e oferecem promoções, tornando essa festa um verdadeiro tour gastronômico.

Bairro São Pedro

O berço de Navegantes! Foi lá que, por volta de 1700, chegaram os primeiros colonizadores, principalmente portugueses e açorianos. Naquela época, não havia prédios ou comércio como hoje. A vida girava em torno da pesca, das casas simples e do contato direto com a natureza.

Tradicional e acolhedor. Suas ruas guardam memórias, e a sensação de comunidade permanece forte até hoje, sendo parte importante da história local.

Bairro São Domingos

Centro

Antigamente chamado de “Bairro de Navegantes”, foi o ponto de partida para a cidade ganhar forma. As primeiras escolas, o comércio e a infraestrutura nasceram por lá. Hoje, continua sendo o coração da cidade, onde tudo acontece — e onde as histórias antigas se misturam com o movimento moderno.

Aniversário da cidade

No dia 26 de agosto, Navegantes se enche de shows, apresentações culturais e atividades especiais para celebrar sua história e união. É aquele momento de orgulho coletivo e muita diversão.

Confira um pouco do que aconteceu na rede municipal ao longo dos últimos meses.

Fotos

ELIANE

A trajetória das civilizações, ao longo do tempo, é marcada pelas contribuições de pessoas que decidiram navegar e pelo que elas encontraram e aprenderam em suas jornadas. Ao desbravar mares e terras desconhecidas, alargando suas fronteiras e expandindo seu horizonte, em busca de novas conquistas, a história deles, e de outros, ganhou rumos diferentes.

“Navegar é preciso” teria sido o lema usado para motivar navegantes em mares tempestuosos na Roma Antiga e inspirou a reflexão do célebre escritor Fernando Pessoa sobre a necessidade de pensar a vida, querendo “torná-la grande”. Eu diria que navegar é precioso, quando navegamos juntos, quando as diferenças nos enriquecem e nos mantemos unidos em um mesmo propósito: escrever uma história de contribuição, digna de ser lembrada.

A nossa cidade recebeu o nome de Navegantes e, assim como a trajetória dos desbravadores do passado, avançou crescendo e se transformando. Na comemoração de mais um aniversário, celebramos uma história que é enriquecida e entrelaçada com as memórias de famílias tradicionais, desde o seu início, e das novas, que aqui vão se formando. Essa história se consolida diariamente com a diversidade cultural, representada por sua população nativa e também dos que vieram de vários cantos do nosso imenso Brasil e até de outros países.

Parabéns a Navegantes, nossa “terra tão linda”, e aos navegantinos, de origem ou por escolha (como eu), pois juntos escrevemos, todos os dias, uma linda e grande história “neste solo amado” no qual queremos viver!

Se você já assistiu à saga Harry Potter, sabe que em Hogwarts as corujas são essenciais para enviar e receber mensagens (até porque lá não existe tecnologia) e, além disso, são ótimas companheiras. Já imaginou ter uma dessas em casa? Realmente seria mágico. Ter uma coruja do protagonista talvez seja impossível, mas nada impede de você mesmo fazer a sua.

passo a passo

Corte uma folha de papel em formato de quadrado;

Dobre no meio duas vezes (imagem 1); Escolha um lado e dobre mais uma vez, criando a marcação de seis quadrados (imagem 2);

Dobre na diagonal as pontas das marcações dos quadrados (imagem 3);

Dobre ao meio os lados onde as pontas estão dobradas (imagem 4);

Agora dobre, no sentido contrário, todo o retângulo até a ponta que possui um quadrado em cada canto (imagem 5);

Dobre as pontas em diagonal para fazer uma marcação (imagem 6);

Abra a parte de baixo e dobre novamente na diagonal, repetindo o processo do outro lado (imagem 7);

Una as pontas que possuem um quadrado ao centro — elas formarão os olhos — e dobre uma pequena parte do que ficou no meio, que será o bico (imagem 8);

Dobre tudo ao meio e, na ponta menor, faça uma dobra em diagonal para criar outra marcação;

Abra a coruja e perceba a marcação em formato de “V”. Dobre essa parte para dentro (imagem 9);

Abra novamente e pronto: você tem sua própria coruja.

Agora é só nomear e personalizar sua companheira — e com um pouquinho de imaginação e a conjuração de Piertotum locomotor (o feitiço de movimento no mundo do Harry Potter) ela ganha vida.

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