5º DOMINGO APÓS EPIFANIA
10 FEV 2019
PRÉDICA: 1 CORÍNTIOS 15.1-11 ISAÍAS 6.1-8 LUCAS 5.1-11
Beatriz Regina Haacke
Pela graça de Deus, sou o que sou
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Introdução
O texto da prédica (1 Coríntios 15.1-11) inicia a argumentação de Paulo em favor da ressurreição de Cristo e, por consequência, dos mortos, que segue no v. 12 em diante. O apóstolo faz questão de trazer à lembrança da comunidade de Corinto o ponto central do evangelho: Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou, tendo sido visto por muitas outras pessoas. Paulo se apresenta como um apóstolo, testemunha dessa verdade evangélica que o tocou profundamente. Ao mesmo tempo, reconhece não ser digno desse chamado. Mas é pela graça de Deus que agora ele faz tudo o que realiza. Isaías 6.1-8 relata a visão que o profeta teve em sua vocação. Quando colocado perante a santidade de Deus, Isaías afirma ter lábios impuros e estar perdido. Porém Deus o purifica e o convoca para ser porta-voz da sua palavra. Semelhante é com os discípulos de Jesus, que são confrontados com o seu poder no evento narrado como “a pesca maravilhosa”, em Lucas 5.1-11. Pedro fica prostrado diante dele, assumindo ser um pecador que não merece estar na sua presença. Após esse olhar para si mesmo, admitindo sua pequenez, Pedro é confortado (“não temas” – v. 10) e recebe o chamado para ser pescador de gente. Os textos previstos para este 5º Domingo após Epifania são perpassados por um pano de fundo em comum: no encontro com Deus, o ser humano se reconhece como pecador, indigno e não merecedor; no entanto, graciosamente, Deus o chama e capacita. O evangelho do perdão dos pecados e da ressurreição nos alcança e nos conduz para servir, tornando-nos testemunhas da boa nova.
2 Exegese Breves informações sobre a comunidade de Corinto – Por ser capital da província da Acaia e cidade portuária, Corinto caracteriza-se como um centro urbano, multicultural e plurirreligioso, com muitas pessoas ricas, mas também com muita desigualdade social. Paulo esteve presente na fundação da comunidade cristã de Corinto, o que deve ter ocorrido por volta do ano 49, e partiu de lá para atuar em Éfeso por volta do ano 51, local de onde escreve a carta, em torno de 54. A motivação para a redação está numa primeira carta enviada pelos coríntios a Paulo (7.1), com o pedido de resposta a questões práticas da vivência cristã. Além disso, ao que parece, havia contato intenso entre o apóstolo e membros da co-
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