Jornal O Semeador - Setembro 2025

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Informativo do Sínodo Espírito Santo a Belém

Notícias |

Nasce uma Nova comunidade no Sínodo Espírito Santo a Belém | p. 6

Fortalecendo a Missão da Igreja através da Música: 2º Fórum de Musicistas do SESB | p. 14

Vida digna: saúde e o cuidado integral

Estimada leitora, estimado leitor, Que bom que você tem em mãos e está lendo este jornal, impresso em papel, ao invés de surfar a tela de um aparelho celular. De acordo com as pesquisas recentes, a exposição prolongada nas telas de celular, tablet e outros aparelhos digitais, incluindo a televisão, tem afetado a saúde física, mental e social das pessoas. Por isso, ler um jornal impresso ou livro físico faz bem à saúde, conforme atestam as pessoas que trabalham na área da saúde.

Por falar em saúde, este é o tema desta edição do nosso jornal: Cuidando da Saúde. Nele vamos encontrar artigos que abordam a nossa saúde de uma forma integral, promovendo vida digna. Pois quando falamos de saúde, é bastante comum pensarmos nos planos de saúde ou no SUS (Sistema Único de Saúde), como se o atendimento clínico convencional fosse a única forma de cuidarmos da nossa saúde. Na realidade, as pessoas são muito mais do que seu corpo físico, e a qualidade da nossa convivência com outras pessoas ou a forma como praticamos nossa espiritualidade, entre outros, afetam a nossa saúde, tanto de forma negativa como positiva.

Destaco aqui, como exemplo, a vivência da espiritualidade como contribuição para uma vida saudável e digna. A leitura da Bíblia, a sós, em família ou em comunidade, desperta a criatividade para imaginar novas maneiras de pensar, sentir e agir. Quando lemos (ou ouvimos) a parábola sobre o rico fazendeiro que guarda para si a colheita farta, Jesus nos alerta para um estilo de vida egoísta, onde as coisas materiais têm mais valor do que as pessoas. O rico fazendeiro fala somente com ele mesmo. Em momento algum percebemos ele agradecendo a Deus pela colheita farta, ou falando com seus empregados para – quem sabe – até mesmo compartilhar um pouco da fartura com os empregados e suas famílias (Lucas 12.16-21). Por outro lado, ao oramos em conjunto a oração do Pai Nosso, as palavras de Jesus nos ajudam a abrir os olhos e ouvidos para perceber as pessoas ao nosso redor (Lucas 11.1-4). Jesus inicia falando do nosso Pai, ou seja, o Deus que nos criou para conviver com outras pessoas. Também Jesus menciona o pão nosso, palavras que nos fazem pensar e agir em favor da partilha do pão e outros alimentos necessários para a vida. Nesta mesma oração, Jesus fala de perdoar quem nos ofende, assim como nós também clamamos pelo perdão de Deus, perdão este que nos liberta para viver uma vida mais leve, sem mágoas e desejos de vingança.

Nestas breves referências ao ensino de Jesus, estão presentes a partilha, a comunidade, a oração, a confiança, o perdão, a esperança – todos estes elementos que ajudam as pessoas a ter uma vida mais digna, que incluem o pão que alimenta o físico, o perdão que fortalece os laços da família e comunidade, a confiança e a esperança no cuidado de Deus em nossas vidas.

Por isso, estimado leitor, estimada leitora, “tolle et lege” – “toma e lê” esta edição do jornal e coloque em prática os precisos ensinos que aqui você vai encontrar.

P. Me. Alexander R. Busch

Endereço | Rua Engenheiro Fábio Ruschi, 161 Bento Ferreira, Vitória – ES, CEP 29050-670

Telefone | 27 99719-0690 e 27 99788-6625

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O Semeador é uma publicação trimestral informativa destinada às Comunidades, Paróquias, Uniões Paroquiais e Instituições do Sínodo Espírito Santo a Belém (SESB), da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).

Correção | P. Adair Leomar Dockhorn, P. Alexander Roberto Busch, P. Ismar Schiefelbein, Miss. Franciele Kampke Esteves Borchardt, P. Ronei Odair Ponath, P. Stefan Krambeck.

Projeto gráfico | Willi Piske Júnior

Diagramação | Adriana Serrano

Conselho de Comunicação | P. Ismar Schiefelbein, P. Rubens Sthur, P. Joelmir Schanoski, P. Alexander Roberto Busch, P. Ronei Odair Ponath, P. Stefan Krambeck, Miss. Franciele Kampke Esteves Borchardt, Nilza Buss.

Colaboradores | P. Me. Alexander Busch, Ana Carolina Boueres Everton, P. em. Anivaldo Kuhn, Diác. Arilson Grunewald, Bianca Berger Amorim, Claudinei Dettmann, P. Edilson Claudio Tetzner, P, Günter Bayerl Padilha, P. em. Ido Port, Janete Pires Beilke, Pa Juliana Lohmann Lindner, P. Lohan Schulz Tesch, Maiken Scheuermann, P. Dr. Marcos Augusto Armange, Maiken Scheuermann, Maria Eduarda de Sousa Fernandes, P. Nelson Kilpp, P. Sidney Retz, P. Odair Braun, Sidnéia Ponath, Tatiane Berger Grunewald, P. Derly Foerste, Vinicius Ponath, P. Vitorino Reetz, P. Willian Kaizer de Oliveira. Distribuição e Correspondências | Sínodo Espírito Santo a Belém – IECLB Secretária/Administração | Nilza Buss

Tiragem | 7.098 exemplares

Os artigos assinados são de responsabilidade dos respectivos autores.

Orientações para enviar matérias para O Semeador

Para enviar uma matéria ao jornal O Semeador, procure seguir as seguintes orientações:

• Que a notícia mostre algo especial, incomum à vida da comunidade.

• Que as notícias dos acontecimentos possam cumprir uma função missionária, ou seja, que despertem e motivem para seguir a mesma ideia.

• Divulgar notícia de cunho histórico, como lançamento de pedra fundamental, inauguração, um encontro especial, algo que vá ficar registrado como momento único.

• Que a matéria traga, além da notícia em si, na medida do possível, uma reflexão sobre determinado tema abordado no evento;

• Que a notícia seja escrita de forma atraente, noticiando o essencial; evitar textos que tenham caráter de ata.

• Enviar fotos com boa resolução; isso dá mais qualidade à impressão. Esperamos contar com sua compreensão e colaboração para, juntos, melhorarmos cada vez mais a qualidade do nosso jornal!

Fechamento da próxima edição: 05/11/25 Mande informações, notícias e/ou fotos para o e-mail secretaria@sesb.org.br

E o Seu Coração, como vai?

Cuidados Essenciais para a Saúde Cardíaca

Prezados leito res e leitoras, Como médico, tenho a honra de compartilhar algumas reflexões sobre um órgão que, para além de sua função biológica vital, é frequentemente associado à nossa essência, sentimentos e fé: o coração. Ele pulsa em nós desde os primeiros instantes da vida, um verdadeiro milagre divino.

O Coração: Nosso M otor Incansável

Imagine uma bomba. Uma bomba que trabalha sem parar, dia e noite, desde o momento em que a vida se forma. Essa é a função do nosso coração. Por volta da terceira semana de idade do embrião, quando ainda somos minúsculos, um pequeno conjunto de células começa a vibrar ritmicamente, dando origem ao primeiro batimento. É um som ainda inaudível, mas que anuncia a chegada de uma nova vida e o início de uma jornada extraordinária.

Desde então, essa “ bomba ” ininterrupta tem a missão de impulsionar o sangue, rico em oxigênio e nutrientes, para cada célula do nosso corpo. Dos fios de cabelo à ponta dos pés, nada funciona sem o fluxo contínuo que o coração garante com sua força e precisão admiráveis. Ele se contrai e relaxa mais de 100 mil vezes por dia, incansavelmente, por décadas a fio. E assim como a vida se inicia com esse primeiro e singelo pulsar, a vida se encerra, em sua dimensão física, com o último batimento do coração. É um ciclo completo, do começo ao fim, guiado por esse órgão extraordinário.

Diante de tamanha responsabilidade e dedicação, não seria justo de nossa parte negligenciar os cuidados que esse motor da vida tanto merece. Cuidar do coração é zelar pela nossa própria existência e pela qualidade dos anos que De us nos concede.

Pilares para uma Saúde C ardíaca Robusta

Manter um coração saudável não é uma tarefa impossível ou reservada a poucos. É um conjunto de hábitos e escolhas que, incorporados ao dia a dia, podem fazer uma diferença gigantesca. Vejamos os prin cipais pilares:

1. Alimentação Inteligente: Nutri ção que Protege

O que colocamos no prato tem um impacto direto na saúde do nosso coração. Priorize:

• Alimentos integrais: Grãos, pães e massas integrais são ricos em fibras, que ajudam a controla r o colesterol.

• Frutas, legumes e verduras: São fontes inesgotáveis de vitaminas, minerais e antioxidantes que protegem as célu las do coração.

• Gorduras saudáveis: Azeite de oliva extravirgem, abacate, castanhas e peixes como salmão e sardinha (ricos em ômega-3) são ami gos do coração.

• Reduza o sal, açúcar e gorduras saturadas/trans: Esses são os grandes vilões, contribuindo para pressão alta, diabetes e aumento do colesterol “ruim”. Leia sempre os rótulos das embalagens!

2. Movimento é Vida: Mexa-se!

Nosso corpo foi feito para o movimento. A inatividade física é um dos maiores inimi gos do coração.

• Atividade física regular: Caminhadas, corridas leves, natação, ciclismo – 30 minutos na maioria dos dias da semana já fazem uma grande diferença.

• Encontre prazer no movimento: Seja dançar, cuidar do jardim ou brincar com os netos, o importante é não ficar parado. O exercício fortalece o músculo cardíaco, melhora a circulação e ajuda a co ntrolar o peso.

3. Mente Sã, Coração São: O Estresse e a Paz Interior

O estresse crônico pode ser tão prejudicial ao coração quanto uma al imentação ruim.

• Gerenciamento do estresse: Encontre maneiras saudáveis de lidar com as pressões do dia a dia. Meditação, oração, passatempos, tempo em família e com amigos podem aliviar a carga mental.

• Pratique o perdão e a gratidão: A fé nos ensina a importância desses sentimentos. Um coração leve, livre de mágoas, também é um coração mais saudável.

4. Adeus aos Vilões: Evite o que Prejudica

• Não fume! O tabagismo é um dos maiores fatores de risco para doenças do coração, atingindo vasos sanguíneos e o próprio músc ulo do coração.

• Moderação no álcool: O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode elevar a pressão arterial e causar danos ao mú sculo cardíaco.

5. A Importância do C heck-up Regular Muitas doenças cardíacas são silenciosas. Por isso, consultas médicas periódicas são essenciais.

• Monitore sua pressão arterial, colesterol e glicose no sangue: Conhecer esses números é o primeiro passo para agir p reventivamente.

• Siga as orientações do seu médico: Faça os exames recomendados e não hesite em tirar dúvidas.

6. Sono Reparador: O Descanso que o Coração Precisa Dormir bem é fundamental para a saúde cardiovascular. A privação do sono pode aumentar o risco de pressão alta, obesidade e diabetes, todos fatores de risco para doenças do coração. Procure ter de 7 a 9 horas de sono de quali dade por noite.

Envelhecer co m Saúde e Vigor

Investir na saúde do seu coração hoje é garantir um futuro com mais autonomia e qualidade de vida. Um coração bem cuidado permite que desfrutemos da sabedoria da maturidade, que tenhamos energia para acompanhar o crescimento dos filhos e netos, e que continuemos a contribuir para a família e a comunidade com vitalidade.

É a possibilidade de envelhecer não apenas em anos, mas com disposição para viver plenamente cada novo dia, realizando sonhos, cultivando relacionamentos e dedicando-se à fé. Afinal, a vida é um presente, e cuidar de nosso corpo, templo do Espírito Santo, é uma for ma de gratidão.

Uma Mensagem Final

Lembre-se, o coração é mais do que um músculo; é o símbolo da nossa paixão, da nossa capacidade de amar e de nossa conexão com o divino. Cuidar dele é um ato de amor-próprio e de respeito à vida que no s foi confiada.

Que possamos, com sabedoria e disciplina, proteger esse precioso dom, garantindo que ele continue a pulsar forte e saudável por muitos e muitos anos. Que Deus abençoe seu coração e sua jornada.

Com carinho e votos de saúde,

Dr. Nivaldo Kiister

Crônica

As moscas

A nossa mosca doméstica era a tal, mal falada, não desejada, mas presente em todas as festas.

Ela se sentia em casa, naqueles bons tempos de coisas doces em abundância, na época de Natal e Kerb, nos meses de dezembro e janeiro.

Os hunsbuckel, nossos antepassados, no antigo Hunsrück, quando podiam ter animais, como vacas e bois, moravam com estes sob o mesmo telhado. Naqueles tempos ainda não existia o moderno processo de calefação e a lenha era escassa. Nesta construção, uma espécie de galpão, bem fechado para os ventos e a neve, que vinham dos lados, não passar, dormiam os animais. Seu esterco era guardado a parte sob o mesmo telhado - servia como adubo orgânico, único disponível, pois ao adubo químico ainda não tinham acesso. No centro deste galpão, portanto, próximo aos animais, dormiam as pessoas em suas camas de palha. Pois sabiam que os animais, enquanto dormiam, liberavam muito calor, que aquecia os demais moradores da casa.

Neste galpão guardava-se também os cereais, como todos os mantimentos de uso humano, mas também de trato para os animais. Geralmente existia, também ali, um enorme sótão no qual era estocado muito feno. Este igualmente formava uma grossa camada de proteção contra o frio da chuva e da neve que vinha do alto.

Nossos antepassados no Brasil, vindos da Alemanha, trouxeram esta prática, mas como aqui era mais quente não moravam sob o mesmo telhado com os animais. Mas o que sempre me chamava atenção, nas propriedades mais antigas, era a proximidade da moradia com os estábulos. Era assim também em Linha Café - minha terra natal.

Quando aprendi a me conhecer, na década de 1940, portanto coisa de mais de 70 anos atrás, a economia dos meus pais era o feijão e os porcos. Também cavalos e bois estavam aí, mas estes mais como força para o trabalho. A estrebaria e a pocilga ficavam bem próximas à cozinha. Os animais viviam soltos. Os bovinos ficavam no potreiro cercado com arame farpado e os porcos num enorme curral cercado com um muro de pedras conhecido por taipa. As taipas eram construídas à base de pedras brutas de tamanhos irregulares, que lá havia em abundância, assentadas sem liga alguma.

Os bovinos - vacas e bois, mais os cavalos, dormiam em seus aposentos durante à noite, onde também as vacas eram ordenhadas. O esterco, que não era pouco, toda manhã era empurrado para fora através de uma abertura ao pé da parede dos fundos; ficava exposto ao sol e a chuva. Era um prato feito para as moscas de inúmeras espécies.

Os porcos eram presos na pocilga quando eram separados para a engorda. Inicialmente, as porcas criadeiras pariam seus filhotes fora no grande curral. Construíam, em algum esconderijo, um ninho com bastante folhas e cisco. Já numa época posterior elas eram separadas em repartições menores no chiqueiro, onde recebiam muita palha com a qual faziam seu ninho. Os porcos para engorda eram tratados com folhagens, frutas da época em abundância, abóboras, mandioca, sobras da cozinha e cereais à base de milho e, às vezes, eram feitos cozinhados num caldeirão enorme para o qual se aproveitava os inhames, especialmente cultivados para tal.

Tudo isso atraía insetos, moscas por excelência. O chiqueiro era limpo, tal qual a estrebaria, mas só uma vez por semana. Essa limpeza, não muito agradável, acontecia aos sábados logo antes do meio-dia. Por muitos anos era o meu serviço, herdado de meu irmão. Quando ele deixou a casa paterna eu tinha meus 11 anos e tive de assumir esta tarefa.

Em meio a este monte de esterco, palhas e sobras de comidas em boa fermentação, havia lugar bastante e próprio para as moscas porem seus ovos. Achava-se enormes ninhadas de larvas borbulhando sob a palha. Lá fora, atrás do chiqueiro, as galinhas banqueteavam-se. A estrebaria e o chiqueiro pulverizavam-se com uma água de creolina para diminuir a proliferação, mas pouco ou nada resolvia. Havia matéria orgânica demais para a mosca se multiplicar. Ela era versátil, se alimentava e procriava em qualquer imundície, mas acho que ela preferia lugares mais limpos.

Oh, gente! Como ela adorava nossa cozinha. Imaginem aquela mesa grande com fartura de cucas das mais variadas cores, recheios e sabores, as tortas

doces com aquelas coberturas, os bolos, os biscoitos enfeitados com aquelas bolotinhas coloridas... Lembro-me de épocas de Kerb - nossa festa de igreja, que elas vinham, na hora do café da tarde, em verdadeiros enxames casa adentro. Esfomeadas baixavam em cima da comida. Ao por algo doce na boca sempre era preciso tocar as moscas antes com a mão. A beirada do açucareiro de porcelana branca da mãe sempre estava preta de moscas esperando a vez. Não iam embora. Gostavam do calor da casa, fartas se sentavam na parede, em qualquer quina, no forro... Sobre o fogão lá no alto, ao alcance da mão, havia uma vareta de bambu presa ao teto com dois fios de arame. Nesta vareta se pendurava a linguiça, às vezes um cachinho de bananas para apressar sua maduração. Também maços de pipoca em espigas... E as moscas adoravam aqueles fios de arame que engrossavam e escureciam com o excremento delas no passar do verão.

A gente não comia moscas, claro que não. Ninguém gostava de moscas, mas não havia jeito de poder viver longe delas. A gente se defendia das moscas como podia e a tolerava também na casa dos outros. Ninguém deixava de comer por causa das moscas.

Num domingo desses - aos domingos sempre dava algo especial. Acho que até tínhamos visita. De qualquer forma, a mesa estava cheia de comilanças. A mãe trouxe aquela sopeira colorida, bonita - só usada aos domingos, cheinha de sopa. A sopa sempre era uma especiaria e aguardada com muito apetite.

A sopa estava quente e liberava naturalmente aquele vapor que subia espalhando seu cheiro, nisso veio uma dupla de moscas, em voo nupcial, rasantes sobre a mesa e nocauteadas pelo vapor quente caíram na sopeira. Todo mundo viu a tamanha desgraça e já pensando em ficar sem sopa. Antes que alguém desse algum palpite, a mãe mais rápida do que sempre, passou a mão numa colher e num rápido movimento socorreu as finadas na sopeira e fê-las desaparecer no balde da lavagem lá na cozinha. Voltou, sentou-se e se serviu. Todos se serviram. Ninguém reclamou - todos saborearam a gostosa sopa. Claro! Todos que estavam àquela mesa, naquele domingo especial, já morreram, mas muito tempo depois, e não por causa deste infeliz casal de moscas. O único sobrevivente, ainda vivo sou eu, para lhes contar o fato ocorrido num belo domingo em 1950.

Assim era a nossa vida em meio as moscas naqueles bons e sofridos tempos.

Mas a história e a vida com as moscas continuavam e seguem lembranças posteriores em tempos bem mais modernos e soberbos.

Muito tempo depois, mas muito tempo mesmo, eu já com um bom número de anos vividos e ter aprendido a conhecer um pouco deste grande mundão de Deus, tive uma experiência nada agradável em meio a um mundo de moscas.

Isso foi precisamente no dia 25 de dezembro de 2010, Dia de Natal, na enorme Igreja em São João, no interior do ES. Eu estava como pastor auxiliar preenchendo interinamente a vaga deixada pela Pastora anterior. Naquela manhã, estava agendado o Culto de Natal com a celebração eucarística. Estávamos em pleno verão a uma temperatura agradável para as pessoas e as moscas também. Não havia chiqueiro ou pocilga por perto, mas existiam enormes galpões das granjas avícolas, construídos lá longe nos morros, onde havia mais ventilação. Eram galpões que abrigavam milhares de galinhas presas, amontoadas em gaiolas. Sua finalidade era produzir ovos e muitos ovos e, para tal, careciam de comida balanceada, que estava ao alcance do bico o tempo todo, a vida toda. Naturalmente, este aglomerado de animais também liberava seus excrementos, cujos torrõezinhos, no passar dos dias, semanas e meses viravam montanhas nas quais as moscas tinham tudo como luz, calor e comida para sua missão multiplicadora.

Assim como acontecia uma boa produção de ovos, lá dentro, nos galinheiros também surgiam enormes enxames de moscas lá fora nas estrumeiras. Estas, não tendo mais espaço e nem comida suficiente debandavam, ao sabor da boa brisa, ao encontro da vila não muito longe dali. Entravam voando nas casas, nos botecos, nos restaurantes e também naquela manhã queriam participar da Santa Ceia na igreja.

Crônica

Encontrei-me numa situação delicada diante do Altar na hora da Consagração dos elementos - pão e vinho. Quando ergui o cálice para abençoar, as moscas, sem respeito, vieram descendo sobre ele. Para evitar que caíssem ou pousassem dentro dele, me defendia abanando incessantemente com a mão direita enquanto o segurava com a mão esquerda.

Imaginava-me, lá no meio do povo, na enorme igreja, vendo o Pastor que não parava de abençoar o cálice. Já que conviver com as moscas naquele ambiente também parecia a coisa mais natural.

A produção de ovos era a atividade que alavancava a economia daquela região. O esterco, um subproduto, virou mercadoria de valor e com grandes perspectivas de bons lucros. Virou adubo e para o seu transporte surgiram enormes caminhões, tipo basculantes, que transportavam o produto a céu aberto, passando pela cidade, ao seu destino nas lavouras. A mosca, um subproduto deste adubo, seguia de reboque, se perdendo nos caminhos, e a procura de boa comida invadia supermercados e padarias.

Felizmente, no passar dos anos para que os ovos das galinhas tivessem maior aceitação no consumo das multidões foram introduzidos delicados métodos de seleção, limpeza e higiene. As enormes carretas precisam cobrir com espessas lonas as suas cargas. Faltam ainda investimentos para transformar o cheiro desagradável em perfume especial e quem sabe mais um lucro extra.

A mosca faz parte da grande cadeia de criação do Senhor do Universo para um fim específico, e se multiplica exageradamente quando humanos facilitam o meio para tal.

(Extrato do livro não publicado - 24.01.2020. Memórias e Genealogia de Ido Port).

Jardim Camburi, 07 de julho de 2025

Reflexão

Saúde mental na infância

Como e quando surgem

“Livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu” (Salmo 142.6b).

Bullying é um termo da língua inglesa que comumente é traduzido por “ameaçar, amedrontar ou intimidar”. Ele passou a ser amplamente divulgado no mundo para designar um padrão de comportamento, nas relações entre crianças e adolescentes, que é agressivo, intencional e repetitivo: quando uma pessoa ou grupo exerce violência sobre outra pessoa ou grupo, sem que esta ou este tenha condições de se defender. Na língua portuguesa não existe uma palavra específica para designar este tipo de comportamento violento, mas podemos utilizar diferentes termos que nos ajudam a compreendê-lo, tais como: “apelidar, difamar, humilhar, discriminar, intimidar, excluir, assediar, agredir...”.

Ora, a prática de bullying vem muitas vezes disfarçada na forma de “brincadeira”, às custas do sofrimento da vítima, em manifesta expressão de um gozo perverso do agressor que controla e humilha o outro/a com o objetivo de causar dor e angústia. Portanto, bullying envolve ações repetidas de violência física e psicológica. Traduz um comportamento semelhante ao assédio moral, que acontece entre adultos no ambiente de trabalho. Ocorre que, em comparação com o assédio moral, o bullying afeta crianças e adolescentes em fase de desenvolvimento físico e psíquico, fase em que o social, isto é, o outro/a, desempenha importante papel na constituição das identidades. As consequências podem ser graves, levando crianças e adolescentes à insegurança, à baixa autoestima, à depressão, à síndrome do pânico, aos transtornos de ansiedade, transtornos alimentares e até mesmo ao suicídio.

A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar – PeNSE -, realizada pelo IBGE no ano de 2019, buscou delinear o panorama da saúde mental dos adolescentes entre 13 a 17 anos de idade, das redes pública e privada de escolas, entrevistando onze milhões e oitocentos mil estudantes. A pesquisa aponta que, nos 30 dias anteriores à pesquisa, 12% dos estudantes brasileiros, desta faixa etária, já praticaram algum tipo de bullying na escola e 23% afirmaram que, por duas ou mais vezes, se sentiram ofendidos ou humilhados pelos colegas, seja em ambientes de convívio presencial, seja em ambientes virtuais. Os três principais motivos das provocações dos colegas foram: a aparência do corpo (16,5%), aparência do rosto (11,6%) a cor da pele e a raça (4,6%).

Neste sentido, uma forma crescente de bullying é o cyberbullying, cometido por meio de comunidades virtuais, blogs, redes sociais e também

as doenças mentais?

mensagens em celulares. Um em cada seis estudantes brasileiros do ensino fundamental já foi vítima de bullying no mundo virtual. Os alvos são geralmente escolhidos por fugirem aos modelos que são comuns à turma e aos padrões de beleza e de comportamento da cultura – o gordinho/a ou o magricela, o calado/a, o estudioso/a, o recém-chegado/a, entre outros. Os meninos geralmente estão mais envolvidos com o bullying de violência física. Já entre as meninas, o bullying se caracteriza mais como prática de exclusão ou de difamação.

Pais e educadores precisam acompanhar de perto as crianças e os adolescentes e estar atentos aos sinais de mudança de comportamento. O diálogo favorece a identificação de possíveis manifestações de bullying, abre oportunidade para que tanto a vítima como as testemunhas das agressões ganhem coragem de relatar o que está acontecendo. É importante promover a conscientização sobre o bullying, ensinando sobre suas consequências e como identificar comportamentos agressivos. É também importante oferecer apoio emocional e psicológico às vítimas, ajudando-as a recuperarem a autoestima e a lidarem com as consequências deste tipo de violência.

O salmista, em sua oração, pede a Deus que Ele o ajude a ficar livre daqueles que o perseguem. Talvez essa também seja a oração de muitas crianças e adolescentes que experimentam perseguições dentro de ambientes que deveriam ser seguros como escolas, igrejas, lares, ambientes virtuais, casas de acolhida e outras instituições. Além do nosso olhar atento para identificar ações de bullying e da nossa prática de cuidado com a vida, somos também convidados a colocar em oração tanto aqueles/as que praticam como aqueles/as que são vítimas de violência, inclusive às de bullying.

Referências:

1 - Pesquisa PeNSE -, realizada pelo IBGE no ano de 2019 https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/ ad542e8a6ea81cd154e61fc7edf39d00.pdf

2 - Lei nº 13.185/2015, também conhecida como Lei Antibullying, estabelece medidas para prevenir e combater o bullying em escolas e em outras instituições. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/2015/lei/l13185.htm

P. em. Ido Port Jardim Camburi, 20 de abril de 2025
Pastor Dr. Marcos Augusto Armange

Nasce uma Nova comunidade no Sínodo Espírito

Santo

a Belém

No dia 3 de agosto de 2025 foi realizada a assembleia para a fundação da comunidade em Vila Schwanz, Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Rio Ponte, Domingos Martins – ES.

Depois de 35 anos de testemunho e fé, vivência e comunhão como ponto de pregação em Vila Schwanz, os membros se reuniram em assembleia para votar a fundação da sua comunidade. Antes da votação, uma das lideranças, Jaime Discher preparou um relato histórico sobre o ponto de pregação: “Tudo começou em 1991, com o Pastor Walter Kempim da Paróquia de Tijuco Preto, num período que não havia Pastor na Paróquia de Rio Ponte. O primeiro culto aconteceu na casa da dona Ana Kuhn Schwanz”, apontou Discher em seus relatos.

Após a explanação, a decisão foi aprovada por unanimidade e, com esse resultado, a Paróquia em Rio Ponte passará a ter quatro comunidades: Comunidade em Rio Ponte, Comunidade em Alto Rio Ponte, Comunidade em Rio Lamego e Comunidade em Vila Schwanz.

Comunidade Esperança – Barra do Tijuco Preto reinaugura Templo

A assembleia sucedeu ao culto celebrado pelo ministro local, Diácono Arilson Grünewald, que também presidiu a assembleia. Com a igreja cheia de pessoas, tanto o culto como a assembleia foram momentos importantes e de emoção para as pessoas em Vila Schwanz. Também se fizeram presentes o presidente da Paróquia Izidorio Marcelino Becker e o presidente da Comunidade em Rio Ponte Elerson Klein, que fizeram o uso da palavra apoiando a formação da nova comunidade.

Que o Espírito de Deus conduza com sabedoria a nova comunidade em Vila Schwanz, para que ela seja sinal da presença do Reino de Deus, onde a palavra é ensinada e praticada no dia a dia. Como lemos em Tiago 1.22, “Não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática”.

Diácono Arilson Grunewald

Pelo jubileu dos seus 30 anos de existência, a Comunidade Esperança, situada na Barra do Tijuco Preto e filiada à Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Tijuco Preto – Domingos Martins, celebrou culto de gratidão pela reforma de seu templo no dia 03 de agosto de 2025.

A comunidade é composta por 41 famílias membros e percebeu, no final de 2023, a necessidade de trocar o telhado. Ao iniciar a obra, constatou-se que não apenas o telhado, mas também o forro e as paredes exigiam intervenção. Foi neste momento que a membresia abraçou ainda mais a causa, decidindo preservar o fundamento, as pilastras e a torre com o sino; o restante foi todo reconstruído.

Ao longo de 2024 foram desenvolvidos muitos mutirões comunitários bem como ações para levantar fundos para a complementação do orçamento. Com a dedicação, o empenho e a disposição de cada membro, as novas portas do templo se abriram e muitas pessoas puderam ver a verdadeira transformação ocorrida no local.

A comunidade tem profunda gratidão por cada pessoa que sonhou junto e tornou possível tamanha obra. Fica o agradecimento aos ministros e à ministra que estiveram presentes no momento da celebração: P. Ismar Schiefelbein – Pastor Sinodal, Diác. Luciano Butske – ministro Paróquia de Melgaço, P. Robson Peters e Pa. Juliana L. Lindner – ministro/a local, Sr. Jordano Walker – presidente da paróquia Tijuco Preto, Sr. Roberto Strey – presidente da comunidade, Sr. Carlito Moreira Silva – representante dos construtores e ajudantes, bem como a cada pessoa que esteve, celebrou e se alegrou ao longo do dia, e ainda, com quem contribuiu tanto com esforços físicos como financeiros.

No dia, também foram dedicados a estante de leitura e a cruz, utensílios novos doados por membros da comunidade.

Sem a união das muitas ações em prol do servir ao reino de Deus, não seria possível a concretização da reforma deste local, onde busca-se o fortalecimento e amadurecimento da fé, da esperança e do amor.

Pa. Juliana Lohmann Lindner

120 anos de testemunho e fé

Comunidade em Rio LamegoParóquia de Rio Ponte

No dia 01 de junho a comunidade em Rio Lamego se reuniu para celebrar o jubileu de 120 anos de sua comunidade. O culto foi conduzido pelo ministro local, Diácono Arilson Grunewald que acolheu a comunidade com a palavra bíblica do Salmo 75.1: “Graças te rendemos ó Deus, graças te rendemos e invocamos o teu nome e declaramos as tuas maravilhas” Também estiveram presentes os ministros Diácono Luciano Butzke que participou na celebração e o Pastor Sinodal Ismar Schiefelbein que conduziu a prédica. O louvor ficou por conta dos músicos da comunidade e a participação do Coral Vozes da Paz da Comunidade da Paz - Paróquia de Melgaço, do Grupo de Canto Esperança da Comunidade de Rio Ponte e o Coral da Comunidade de Rio Lamego.

Um breve apontamento histórico na linha do tempo escrita pelo Pastor Joel Sandro Frederico foi lido pelo Diácono Arilson Grunewald.

Em 1903 um grupo de famílias se movimentam, expressando o desejo de ser comunidade cristã na região de Rio Lamego, na época ainda Município de Santa Leopoldina.

Já 1904 – Consta registrado no livro de ata de Jequitibá que os membros que faziam parte de Lamego, pediram abatimento no valor da construção da nova casa pastoral. Este pedido foi concedido em 1905, pois receberam o desconto parcial deste valor.

No ano de 1906, passaram então a contribuir com a Comunidade em Santa Maria de Jetibá, no valor correspondente a Rs13.500 réis. Ainda no mesmo ano, em 16 de dezembro é citada “Lamego” no livro caixa da Comunidade em Santa Maria de Jetibá. Este valor era correspondente para custear os trabalhos do pastor.

Na linha do tempo, em 1912, Rio Lamego recebeu ajuda para a construção de uma escola. Nove anos depois, já em 1921 – Iniciaram a construção da primeira capela, inaugurada em 18 de abril de 1922, que recebera o nome: “Capela da Bênção.” Segundo registros, isso aconteceu numa terça-feira da Páscoa.

Em 04 de dezembro de 1939, segundo domingo de Advento, foi inaugurado o segundo templo com a presença do Pastor Hermann Roelke.

Agora o ano já é 1953 surge o primeiro grupo de metais (trombonistas) com a participação de duas moças. O grupo logo se tornou muito ativo, colaborando na música e colocando seus dons a serviço da igreja.

Ainda em 1953, Karl Brumm, Franz Stuhr e Franz Schroeder se tornam presbíteros da Comunidade. O ano de 53 também teve seu foco no ensino e aprendizado. Franz Stuhr se torna professor da comunidade por vários anos e posteriormente quem assumiu seu lugar foi Karl Brumm.

Saltando para 1962, especificamente no dia 06 de junho foi inaugurado a terceira capela.

Assim escreve o Pastor Kalr Ernst Schneider: “A 6 de junho de 1962, após anos de tempo de construção, a comu-

nidade em Lamego, filial de Santa Maria, pôde inaugurar a sua nova Casa do Senhor. Uma bela e grande obra agora enfeita o monte, sobre o qual estava edificada a antiga capela. O senhor Gustavo Rogge fora o mestre de obras.

Desde cedo pela manhã deste dia festivo, uma grande multidão de visitantes de perto e de longe puderam maravilhar-se diante do trabalho realizado, contente pelo fato de que agora as grandes dificuldades haviam sido superadas; e que o esforço da comunidade havia chegado a um objetivo.

Após um momento de despedida na casa do vizinho Germano Waiandt, onde aconteciam os cultos durante o período de construção da capela, a comunidade seguiu para a nova igreja para a qual transferiu-se após sua abertura.

A inauguração fora conduzida pelo Pastor Regional, Hermann Roelke, que pastoreou esta comunidade por 37 anos e que iria se aposentar. E assim fora sua pregação de dedicação do templo como uma palavra de despedida desta comunidade que se tornou querida para ele ao longo dos anos.

O senhor Pastor Erich Ruff, que fora enviado como sucessor em seu lugar, apresentou-se à comunidade com marcantes palavras na pregação, baseada em Lucas 19, a história de Zaqueu. Também expressaram palavras de saudação e votos de bençãos para a nova igreja, os pastores Ulrich Fischer, de Jequitibá e Karl Ernst Schneider, de Rio Ponte.

O coro de trombonistas de Santa Maria e o coral de Rio Ponte auxiliaram com a sua música, durante e depois do culto, dando profundidade no louvor da comunidade a Deus.

Que o Senhor Jesus Cristo dê a sua bênção a todos, no que nesta nova igreja for dito, entoado e orado.

Pastor Karl Ernst Schneider”

Tradução da carta – Pastor Joel Sandro Frederico

Seguindo na linha do tempo, em 1963 iniciam-se os registros em Rio Ponte, ou seja, Rio Lamego passou a pertencer a Paróquia em Rio Ponte.

Chegando então em 1988, no dia 09 de dezembro foi inaugurada a torre com os sinos, que passaram a ecoar entre vales e montanhas, chegando a ser ouvidas até na localidade de Vila Schwanz. A torre fora construída por Alberto Zumach. O sino grande pesa 268 kg e o menor 186. Na ocasião o Pastor Karl Ernest Schneider fez a pregação usando o texto de Jeremias 22.29: “Ó terra, terra, terra! Escute o que o Senhor disse”.

Que a comunidade em Rio Lamego, após 120 anos continue anunciando o que o Senhor diz.

Grunewald

História

100 anos de história marcados por fé, resiliência e testemunho

Comunidade Luterana de Salvador celebra centenário

Na manhã de 27 de julho, a Comunidade Luterana de Salvador, Bahia, celebrou o centenário de sua fundação. A celebração, que reuniu a comunidade, representantes do movimento ecumênico e convidados, foi coordenada pelo Pastor Emérito Nelson Kilpp, pela Vice Pastora Sinodal do Sínodo Espírito Santo a Belém, Pastora Iraci Wutke e pelo 1º Vice-presidente da IECLB, Pastor Odair Braun. Esses 100 anos de história são marcados por fé, resiliência e testemunho.

As raízes da Comunidade de Salvador remontam aos pastores pioneiros Otto Arnold, Joachim Vahl e Karl Graeter, que cruzaram sertões e enfrentaram longas viagens para semear a Palavra de Deus por todo o Nordeste, chegando a São Luís do Maranhão, Belém e Manaus. Os primeiros tempos foram de vulnerabilidade: pastores itinerantes, recursos escassos e a solidão de uma comunidade pequena em um vasto território. A Segunda Guerra Mundial trouxe provações com a prisão de membros e do pastor, o fechamento da comunidade e a desestabilização da vida das frágeis comunidades que reuniam, antes da guerra, em torno de 1300 luteranos em toda a região. A reabertura só veio em 1957, com o apoio do então Sínodo Brasil Central e a determinada atuação do Pastor Walter J. Schlupp.

A história da comunidade ecoa a passagem bíblica de Lucas 10.1-11, onde Jesus envia setenta discípulos sem bolsa, alforje ou sandálias. “Assim foi com Salvador” , destacou-se ao longo da celebração do centenário. A comunidade experimentou a escassez, a dependência total de Deus e a necessidade do apoio mútuo. Muitas vezes, ela encontrou abrigo ecumênico nos braços de irmãos pres -

biterianos, batistas e, em especial, anglicanos, que cederam seus espaços para as celebrações dos membros luteranos.

A celebração do centenário não ignorou os desafios do presente. A mensagem central da missão dos setenta, “ o Reino de Deus chegou até vocês” , ressoa com urgência em uma Salvador marcada por discriminação e violência. “Qual é o nosso papel como igreja diante desta realidade?” , foi a pergunta que perpassou a pregação.

A resposta está na perseverança e na ação. A paz do Reino de Deus não é mera ausência de conflito, mas plenitude de bem-estar, reconciliação e justiça. A comunidade busca ser presença do braço estendido de Deus no mundo, promovendo essa paz de forma concreta: através do trabalho diaconal, com o Projeto Sementinha; pela participação em ações ecumênicas; por meio de orações incessantes e no apoio a campanhas promovidas pela IECLB. A paz se concretiza por meio do diálogo com outras tradições religiosas e culturais.

A celebração do centenário destacou que, nesses 100 anos de história, a Comunidade Luterana de Salvador sempre se soube sustentada pelo Bom Pastor. Seu legado é de uma fé que superou distâncias geográficas e culturais, perseguição e escassez. Para o futuro, a Comunidade é chamada a ser agente de paz, conciliação e anúncio do Reino de Deus, confiando que, mesmo que ela esteja de “bolsas vazias ”, as mãos de Deus estão cheias de graça para sustentar a missão.

Pastor Odair Braun e Pastor Nelson Kilpp

Celebrando a história da Comunidade em Alto São Sebastião

Lançamento de livro com resgate histórico emociona membros da comunidade

Com alegria e gratidão, a Comunidade em Alto São Sebastião celebrou 100 anos de inauguração da Capela Bethel, no dia 06 de julho de 2025. A Capela Bethel, casa de Deus, é símbolo de um tempo, de um lugar e de um povo que consagrou sua caminhada ao Senhor. A Capela, enquanto construção física, já não existe mais. Quem a construiu também já não está entre nós. No entanto, sua presença e testemunho, ao longo de todos esses anos, alicerçados na Palavra e na fé no Trino Deus, contribuíram para o que somos e temos hoje. A Capela Bethel é reflexo de um chamado maior: sermos Igreja de Cristo. E cada pessoa, em Cristo, é chamada a ser templo do Espírito Santo. Na Trindade Santa somos chamados a vivenciar e a testemunhar a generosidade da graça de Deus. A celebração de 100 anos de inauguração da Capela Bethel foi marcada pelo lançamento de um livro que registra parte da caminhada histórica da Comunidade. O livro contém um resumo da história da Pomerânia; a saída de lá e viagem até a Província do Espírito Santo com suas colônias, até a formação do Município de Santa Maria de Jetibá, a Comunidade São Sebastião enquanto filial das Paróquias em Jequitibá, Alto Limoeiro/ Jatibocas e Santa Maria de Jetibá, a Paróquia São Sebastião e a caminhada até início de 2025.

O livro pode ser adquirido por R$ 50,00. Contato P. Sidney Retz – 27 9 99120975.

Sínodo recebe mais um

“Música com Crianças”

Nos dias 14 e 15 de junho, o Sínodo recebeu mais um seminário importante promovido pela IECLB – Secretaria de Educação Cristã e Coordenação de Música, para a capacitação musical de lideranças atuantes com o Missão Crianças, Culto Infantil e Ensino Confirmatório. No sábado, em Belém, participaram cerca de 60 lideranças e no domingo na ADL, 50. A condução foi feita por musicistas que fazem parte do projeto “Música com Crianças” que desde 2023 compuseram 40 músicas, que foram gravadas, e agora estão sendo partilhadas nos seminários por todo o Brasil.

Ponath

Notícias

Exposição Nem Tão Doce Lar em Colatina

As violências contra crianças, mulheres, pessoas idosas e outras pessoas vulneráveis são apresentadas cotidianamente pelos meios de comunicação. A regularidade com que as pessoas são expostas aos relatos de violência tem como consequência a banalização dos atos violentos. As pessoas, geralmente, não se questionam sobre os motivos que as levam a cometerem barbaridades contra outros seres humanos.

Para sensibilizar as pessoas sobre as violências é que a Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Colatina, Diocese de Colatina, Núcleo Margaridas, Sindicato dos Trabalhadores de Colatina - São Domingos do Norte - Governador Lindeberg e Marilândia, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Colatina, NEPGENS (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidades) do Instituo Federal/ Campus Itapina e FLD (Fundação Luterana de Diaconia) organizaram a Exposição “Nem Tão Doce Lar”, que esteve disponível para a sociedade colatinense na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Colatina entre os dias 24 e 27 de junho de 2025.

A “Nem Tão Doce Lar” consiste em uma casa-exposição itinerante, uma réplica de uma casa com cozinha, sala, quartos abertos para a visitação. O público ao passar pelos diferentes ambientes é confrontado por sinais de violência contra mulheres, crianças, adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência e população LGBTQIAPN+ a. O nome “Nem Tão Doce Lar” faz uma contraposição à citação “Lar doce lar”, muito comum em casas brasileiras. A primeira montagem se deu em fevereiro de 2006, mesmo ano em que foi promulgada a Lei Maria da Penha (Lei 11.340), que este ano completa 19 anos de existência. No dia 24/06, ocorreu a “Oficina de Sensibilização sobre as Violências” para representantes da rede de apoio às vítimas de violências. Participaram desta formação representantes da Secretaria Municipal de Educação de Colatina, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Colatina - São Domingos do Norte - Governador Lindenberg - Marilândia, Conselho Tutelar, Delegacia da Mulher, Instituto Federal do Espírito Santo/Campus de Itapina, Procon, Diocese de Colatina, Núcleo Margaridas, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Colatina, Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Colatina, Centro de Referência Assistência Social e Centro de Referência Especializado de

Assistência Social do Município de Pancas. A importância da oficina foi constatada por Fernando, Psicólogo que atua na Delegacia da Mulher. Ele afirmou: “A Oficina foi importante porque reforçou a necessidade de humanizar o atendimento das vítimas que sofrem violência, porque, às vezes, o atendimento a elas é automático e burocrático.”

Nos dias 25 e 26 de julho, a “Casa Exposição” atraiu as pessoas que passavam defronte a sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Colatina. Algumas pessoas apenas olhavam os cartazes e banners e seguiam seu caminho, mas outras adentravam e se deixavam impactar pelas diferentes violências que são praticadas no ambiente doméstico. Importante foi a visitação dos grupos de colaboradores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da Guarda Municipal, responsáveis pelo programa “Escola Segura”. Além destes grupos, chamou atenção a visita de uma mulher que afirmou: “vim por causa da insistência de minha filha.”

No dia 27 de julho, ocorreu a programação especial para as mulheres cristãs. A roda de conversa com as mulheres cristãs valorizou a história das mulheres como protagonistas na sociedade e nas igrejas. Zenira Seidler, da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Cascatinha, pertencente a Paróquia em Colatina, testemunhou: “Fiquei feliz em saber que a nossa igreja está preocupada com a violência contra as mulheres”. A Presidente da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Colatina, Acleciana Zemke Bailke, afirmou: “Mais mulheres precisam ter este contato e essa reflexão (...) porque ficamos presas em nosso mundinho e não paramos para refletir(...) para mim foi fundamental e precisamos de mais rodas de conversas.”

A realização da Exposição “Nem Tão Doce Lar” revelou que as violências presentes no cotidiano merecem mais atenção por parte das autoridades políticas e eclesiástica. Isto porque as causas das violências precisam ser enfrentadas com seriedade para que elas sejam superadas em nossa sociedade. Portanto, o desafio é criar espaços seguros para que as pessoas possam refletir sobre as violências; e as vítimas das violências possam recuperar a dignidade de vida.

Pastor Günter Bayerl Padilha

SESB recebe novos candidatos ao Período Prático de Habilitação ao Ministério - PPHM

PPHMistas se apresentam

Maiken Scheuermann Olá!

Sou o Ministro Religioso Candidato Maiken Scheuermann, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Fui designado para o Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) na Paróquia São João de Laranja da Terra.

Sou gaúcho, natural da cidade de Paverama/RS, tenho 27 anos e sou gremista. Estudei Teologia na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Tive a oportunidade de participar de um intercâmbio e adquirir experiência com a língua alemã.

É uma alegria poder conhecer mais sobre o estado do Espírito Santo e sua cultura. Que esta seja uma caminhada rica e abençoada por Deus!

Claudinei Dettmann

DONS E VOCAÇÃO

Meu nome é Claudinei Dettman, tenho 26 anos e sou natural de Cacoal-RO. Sou Luterano desde muito novo. Neto de Capixaba e produtor de café. Aprendi com minha mãe e avó as orações de mesa, a participar nos cultos, a pertencer a uma comunidade de fé. Possuo genuinamente gratidão por cada pessoa que ao longo da vida lançou sementes do Evangelho. Como consequência essa semente tomou forma e se tornou um chamado de servir ao reino de Deus integralmente, a vocação Pastoral.

Desde muito novo sempre estive muito envolvido na comunidade de fé, culto infantil, comemorações, mutirões, grupo de Jovens, cultos e retiros. Em meio a esta realidade comunitária ouvi o chamado em compreender e anunciar o evangelho de Jesus Cristo. Parte deste processo de seguir o chamado foi perceber quais são as minhas potencialidades. E aceitar que eu não possuo todos os dons e nem preciso tê-los, pois o chamado é para a realidade comunitária, em que, cada um desses está a serviço de Deus e da comunidade de fé.

Em 1 Co 12, temos a preocupação do Apóstolo Paulo em evidenciar a necessidade da diversidade de dons. Em 1 Pd 4.10, o Apóstolo Pedro lembra que eles estão para o servir e estes são caminhos da “multiforme graça de Deus” em um mundo que ainda vive diante de uma realidade de sofrimento. A graça de Deus é também, evidenciada na medida que nos dispomos para servir ao próximo.

Tanto os dons, quanto a vocação estão intrinsecamente conectadas. Ambos oferecem oportunidades para a missão, o servir, a evangelização, e a edificação. Deus coloca em nosso coração o desejo e meios de realizá-los. A pergunta que todos somos convidados a responder é: Estamos dispostos a ouvir e seguir? Pois, em muitos momentos o chamado é: “ Largue tudo e siga-me” . Por vezes, não queremos largar a zona de conforto e não temos a ousadia de dar um passo à frente em nosso chamado. O medo, incer -

teza, a insegurança e tantos outros sentimentos acabam abafando a vocação. E nos iludimos ao pensar – “tem quem faça melhor” - e negligenciamos a nossa missão.

Percebam, Deus nos chama, nos dá os dons, nos capacita e ainda participa do processo de execução de sua missão. Deus continua chamando pessoas para cuidar de outras pessoas, Deus continua agindo através de nós. Deus continua chamando pessoas para os ministérios específicos: Pastoral, Catequético, Diaconal e Missionário, e também para o exercício “Sacerdócio Geral” de todos os que creem em Cristo. Deus Chamou um descendente de Capixaba do interior de Rondônia, plantador de café, para plantar o Evangelho pelo Brasil. E você está ouvindo o seu chamado? Tem utilizado os seus carismas?

E o meu desejo é que este período de PPHM, na Paróquia Aliança, em Santa Maria de Jetibá, possa ser um lugar de exercício e aperfeiçoamento das minhas potencialidades. Que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo nos acompanhe. Amém.

Lutero, um grande incentivador da música

Movimento da Reforma valoriza a música

No domingo de 29 de junho de 2025 foi realizada a primeira edição da “Tarde Musical Paroquial”, um encontro de formação que reuniu 17 musicistas das comunidades da Paróquia de Rio Possmoser. Organizada pela professora de música Sidnéia Ponath e Pastor Me. Alexander Busch, o objetivo do encontro foi proporcionar um momento de aprendizado, comunhão e ensino, culminando no culto com a comunidade, em que o grupo compartilhou o evangelho de Jesus através da música.

Durante a tarde, Pastor Alex compartilhou o tema “O Calendário litúrgico e a Música” , destacando alguns pontos sobre como o calendário litúrgico influencia a música e os hinos cantados na igreja. A professora Sidnéia Ponath assessorou o encontro com materiais complementares e trabalhou músicas novas, desafiando o grupo de musicistas a ampliar seu repertório e superar dificuldades técnicas com mais conhecimento e estudo. À noite, com a comunidade reunida, o grupo de musicistas conduziu o louvor através de hinos e apresentações musicais. Na prédica, P. Alex, citando palavras de Lutero, compartilhou a seguinte

reflexão, “Diversos membros da nobreza e certos indivíduos importantes são da opinião de que pouparam a soma de 3.000 florins (o dinheiro daquela época) ao terminar com seus grupos musicais; ao mesmo tempo, no entanto, eles esbanjam 30.000 florins em coisas sem importância. Reis, príncipes e senhores têm o dever de apoiar a música” . Esta palavra de Lutero é uma crítica às autoridades de sua época, que preferiam gastar dinheiro no que é menos importante, ao invés de valorizar os grupos de música e investir na formação de musicistas para bem conduzir o canto e a música na comunidade cristã.

A expectativa é organizar uma nova Tarde Musical e dar visibilidade à ação, de modo que mais paróquias e uniões paroquiais do SESB também sigam promovendo a música em suas áreas de atuação.

Musicista Sidnéia Ponath
Pastor Me. Alexander Busch
Fotos: Ana Paula de Mello

Culto de Instalação do Diácono Arilson Grunewald na Paróquia em Rio Ponte

No dia 30 de maio de 2025, foi instalado na Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Rio Ponte, o Diácono Arilson Grünewald, para assumir o Campo de Atividade Ministerial. O Culto de Instalação aconteceu numa noite chuvosa de sexta-feira, na Comunidade em Alto Rio Ponte, e contou com a presença do Pastor Sinodal Ismar Schiefelbein e Ministros da UP Jucu: Pastor Edivaldo Binow, Pastor Lucas Villan Arrue, Diácono Luciano Butske, Pastor Robson Peters, PPHMista Leonardo Eckhardt, a Pastora Elisabet Lieven, da Paróquia de Santa Maria de Jetibá. Como Assistentes de Instalação, o Diácono Arilson convidou o Diácono Luciano Butske e a Pastora Elisabet Lieven. A mensagem do culto foi dirigida pelo Diácono Arilson, que pregou sobre o texto de João 15.1-8, destacando em sua prédica: “Não há como pertencer à igreja de Jesus Cristo sem produzir frutos.”

O momento da Instalação foi conduzido pelo Pastor Sinodal Is -

ADL abre inscrições para cursos de Liderança Comunitária, Educação Social e Música em 2026

A Associação Diacônica Luterana (ADL), está com inscrições abertas para jovens e adolescentes interessados em participar de seus cursos a partir de 2026. São oferecidas 25 vagas, distribuídas entre os cursos de Liderança Comunitária, Educação Social e Música.

Os cursos oferecidos pela ADL são:

• Liderança Comunitária (3 anos): Preparação para liderar em contextos comunitários variados, integrando música, participação social e mobilização de base para fortalecer sua autonomia e criatividade.

• Educação Social (10 meses): Capacitação voltada à atuação em projetos sociais, instituições públicas e organizações da sociedade civil.

• Música (10 meses): Formação em teoria musical, percepção, harmonia, canto, regência e práticas instrumentais, preparando profissionais para coordenação de atividades artísticas e musicais em comunidades.

Além das aulas, os estudantes têm acesso a uma vivência diferenciada, oferta de moradia em ambiente comunitário, formação prática, intercâmbios com instituições parceiras e participação em grupos artísticos.

mar Schiefelbein, que acolheu a família do Diácono Arilson, sua esposa Tatiane Berger Grunewald e as filhas Sarah Berger Grunewald e Sofia Berger Grunewald. O Presidente da Paróquia Izidorio Marcelino Becker também desejou as boas-vindas a nova família ministerial. Foi um culto muito abençoado, que reuniu a comunidade local, lideranças e presbitérios das demais comunidades da Paróquia. Entre os visitantes se fizeram presentes vários membros da Paróquia de Santa Maria de Jetibá, na qual o Diácono Arilson teve uma bonita caminhada junto com sua família. Ao final da celebração foi servido um delicioso lanche preparado para todos os presentes. Que Deus abençoe o ministério do Diácono Arilson e a Paróquia em Rio Ponte para que possam testemunhar sua fé e compartilhar o amor de Deus.

Tatiane Berger Grunewald

A ADL não cobra mensalidade pelos cursos oferecidos. As famílias são incentivadas a colaborar com uma contribuição mensal voluntária para a alimentação do estudante.

Inscrições e Seleção

As inscrições devem ser realizadas diretamente no site da ADL (adl.org.br). Haverá encontro presencial na sede da ADL em 6 de dezembro de 2025 ou em 31 de janeiro de 2026, com atividades de integração, entrevistas e testes específicos.

Pré-requisitos:

• Liderança Comunitária: 13 anos ou mais e estar cursando a partir do 8º ano do ensino fundamental ou ensino médio.

• Educação Social: Idade mínima de 16 anos ou conclusão do segundo ano do ensino médio.

• Música: Ter 16 anos completos e conhecimentos prévios em teoria musical e prática instrumental.

Garanta sua vaga e venha fazer parte da ADL. Para mais informações, acesse adl.org.br ou entre em contato pelo telefone / Whatsapp (27) 99821-7060, de segunda a sexta, das 08h às 17h.

Notícias

Fortalecendo a Missão da Igreja através da Música: 2º Fórum de Musicistas do SESB

Entre os dias 19 e 22 de junho de 2025, aconteceu o 2º Fórum de Musicistas do Sínodo Espírito Santo a Belém (SESB), realizado dentro da programação da Semana de Canto da Associação Diacônica Luterana (ADL), em Serra Pelada, Afonso Cláudio (ES). O espaço da Semana de Canto, tradicional e querido por tantas gerações, oportunizou mais uma vez a vivência intensa da música comunitária, com oficinas, momentos de partilha, espiritualidade e integração de pessoas de diversas idades — em especial adolescentes e jovens que já atuam com música na igreja e que desejam se capacitar e fortalecer a rede de musicistas no Sínodo.

Aproveitando justamente a presença de tantas jovens lideranças musicais, organizou-se o Fórum que contou com a participação e reflexão de duas pessoas especialmente convidadas:

• Dra. Soraya Eberle, musicista e teóloga, de São Leopoldo (RS).

• Paulo Henrique Nass, musicista e advogado, de Vitória (ES).

Professora Soraya abordou o tema “Vocação para conduzir a música na Igreja”, destacando o como encantar e acolher novas lideranças para que encontrem na música comunitária um espaço de serviço, sacerdócio e vivência da fé. Paulo, por sua vez, como musicista e advogado, falou sobre a importância de valorizar o trabalho de música na comunidade através da contratação de musicistas, seja em caráter voluntário ou remunerado. Para tanto, compartilhou orientações sobre a organização da atuação profissional e voluntária, tipos de contratos, ajudas de custo e acordos justos entre musicistas e comunidades.

Entre os principais pontos debatidos no Fórum, destacam-se:

• Centralidade do Canto Comunitário na vida litúrgica e confessio-

nal luterana.

• Papel do/da musicista como gestor/a, articulador/a e o servir comunitário.

• Importância da animar o surgimento de novas lideranças e da formação contínua de quem está à frente do trabalho.

• Gestão, unidade e visão de projeto de música em contexto comunitário.

• Diferença entre “conduzir” e “puxar” o canto, com sensibilidade ao contexto local.

• A necessidade do apoio das comunidades e presbitérios ao ministério musical.

O Fórum reafirmou que todo o esforço e movimento em torno da música na Igreja quer promover a missão da Igreja e fortalecer o Canto Comunitário, marca da Reforma Luterana e herança que precisa ser constantemente cultivada e renovada.

Encerrando o encontro, surgiu a proposta de se criar um grupo de estudo para melhor organizar a rede de musicistas no Sínodo, fortalecendo a interação, o apoio mútuo e a valorização deste ministério que serve para anunciar a Palavra e edificar a comunidade. Pois a palavra bíblica, “Vamos trazer à memória o que nos pode dar esperança” (Lm 3.21) gera motivação para prosseguirmos cantando, servindo e formando novas lideranças para que a Igreja seja, cada vez mais, uma comunidade que canta e toca unida, para a glória e a missão de Deus.

P. Me. Alexander Busch

Vinicius Ponath

Assessoria de Música nas UPs

UP Vitória e UP Guandu levam formação para suas lideranças

musicais

Seminário de Liturgia e Música da UPGV

No dia 12 de julho cerca de 30 pessoas se reuniram na comunidade de Campo Grande para participar do Seminário de Liturgia e Música, conduzido pelo P. Em. Helmar Roelke e pelo musicista Vinicius Ponath. O tema abordou sobre a condução do culto, a história da nossa liturgia capixaba a partir do prontuário, e como celebramos o culto hoje com a liturgia oficial da IECLB. Trouxe também curiosidades importantes sobre os símbolos do espaço do culto, o significado do nosso jeito luterano de celebrar, a música da nossa liturgia, herança que promoveu e ainda promove uma identidade confessional para luteranos e luteranas que vivem no estado do Espírito Santo.

Formação Musical em Baixo Guandu

Nos dias 26 e 27 de julho a Paróquia de Baixo Guandu promoveu um final de semana de muita música, com a assessoria do musicista Vinicius Ponath. No sábado foram feitas atividades interativas para confirmandos e confirmandas que tiveram a oportunidade de cantar, tocar instrumentos, brincar e expressar toda sua musicalidade. No domingo lideranças e participantes de grupos musicais se reuniram para aprender músicas novas e refletir um pouco mais sobre a condução do canto comunitário de forma envolvente e animadora. Vinicius ainda enalteceu a qualidade e atuação de todos os participantes, bem como a existência do projeto da paróquia que, com lideranças ativas e engajadas, vem possibilitando que a Música chegue a tantas pessoas elevando a excelência da música no culto e na vida comunitária.

Pomerano

A Verdade e a Mentira Dai Wårhët un dai Loigen

Diz esse antigo conto que certo dia a Verdade e a Mentira se conheceram. A Mentira diz à Verdade: “Está muito bonito hoje”. A Verdade olha à volta, olha o céu, e constata que o dia está realmente bonito. A Verdade vê que nisso a Mentira não mentiu. Seguiram juntas até chegarem a um poço onde a Mentira então diz à Verdade: “A água está muito agradável, vamos tomar banho juntas?”. A Verdade, mais uma vez desconfiada, põe a pontinha do pé na água, e percebe que realmente a água está agradável e refrescante. Decide tirar suas roupas, entrar no poço e nadar. De repente, a Mentira sai da água, se veste com as roupas da Verdade e foge. A Verdade fica furiosa, sai do poço procurando por todos os lados encontrar a Mentira e recuperar suas roupas. Mas a essa altura, a Mentira já andava longe. O mundo inteiro vendo então a Verdade nua vira seu olhar com desprezo e raiva. A pobre Verdade, humilhada e triste, volta para o poço e desaparece para sempre, escondendo ali toda a sua vergonha.

Desde então, a Mentira viaja pelo mundo vestida com as roupas da Verdade, satisfazendo assim todos aqueles que não querem em nenhuma hipótese aceitar a Verdade, muito menos, nua.

Ain früüsch geschicht forteld dat aine dag dai Wårhët un dai Loigen sich kene lërte. Dai Loigen sägt taune Wårhët: “Hüüt is dat air sër hüpsch dag”. Dai Wårhët kikt sich üm, süüt de himel, un bestäit dat dai dag wirklig schöön is. Dai Wårhët süüt dat hijr dai Loigen ni låge hät. Soo gåe bëd t’hoop bet an aim dijk woo dai Loigen dun taune Wårhët säär: “Dat wåter is sër angeneem, wil man oos bëd as båre?” Dai Wårhët nog ais im twijwel, set dai spits fom faut ine wåter un fornimt dat dat wåter wirklig angeneem un frisch wäir. Sai trekt eer tüüg den uut, gäit ine dijk un swemt. Mit ais gäit dai Loigen uuter wåter ruuter, trekt sich dat tüüg fon dai Wårhët an un rit uut. Dai Wårhët wart ijwig, gäit uuter dijk ruuter un söcht ale weegen dai Loigen taum eer tüüg tröögkrijgen. Åwer tau dës tijd laip dai Loigen al wijd weg. As dai gans wild dai Wårhët nåkt loopen saig, drëge ale eer gesicht üm mit forachtung un wuut. Dai arm wårhët, ruunerpert un traurig, gäit tröög nam dijk, löt sich uuner for ümer un forstekt dår eer gans schåm.

Fon dår an rëst dai Loigen doir dai wild angetrekt mit dem tüüg fon dai Wårhët taum foir ale dai wat laiwer ain falsch angetrekt Loigen mage, as ain nåkt wårhët.

Vinicius Ponath
Pastor Anivaldo Kuhn
Oiwerseter Anivaldo Kuhn

Notícias

Encontro de Esposas de Ministros do Sínodo Espírito Santo a Belém

O evento ocorreu dia 21 de junho no sítio Pedra da Onça, em Itarana.

No dia 21 de junho no sítio Pedra da Onça, em Itarana, aconteceu o 7º

Encontro de Esposas de Ministros do SESB. Com a assessoria da psicóloga

Adriane Ramlow de Souza, de Vila Pavão, o grupo trabalhou com o tema “Ser inteira em meio a tantas metades: equilibrando vida pessoal, espiritual e social”. Estes encontros têm sua origem em 2013, quando algumas esposas de ministros expressaram o desejo de se reunirem para celebrar, ter comunhão e troca de experiências, visto que o ministério de seus esposos interfere na vida e convivência de suas famílias, de diversas maneiras e formas. No estado do Espírito Santo, o encontro de esposas de ministros já aconteceu praticamente em todas as UPs do Sínodo. O 1º encontro foi realizado na UP Jucu, em Domingos Martins, com o tema “‘Frau Pfarrer’ – Esposa do Pastor: Que lugar é esse?”, levando em consideração as expectativas que os membros da comunidade têm em relação à esposa de seu ministro e como isso tem sido tratado ao longo da história. O 2º encontro ocorreu na UP Santa Maria, em Santa Maria de Jetibá; e posteriormente os encontros aconteceram na UP Norte, em São Bento – Pancas; na UP Vitória, em Nova Almeida; na UP Guandu, na Parada da Serra. O 6º encontro, organizado pela UP Mata Fria, foi na Prainha, em Vila Velha.

A pandemia contribui para que os encontros deixassem de ser organizados. Finalmente, depois de alguns anos, um grupo de esposas teve coragem e ânimo para retomar este espaço de comunhão e reflexão mútua, e uma comissão mista com integrantes de todas as UPs no Espírito Santo organizou o 7º encontro. Foi um dia muito agradável em que pudemos conhecer novas esposas que chegaram no Sínodo, ter momentos de confraternização, comunhão, celebração e partilha de vida, em meio à natureza exuberante das Montanhas Capixabas. Nesses encontros, desejamos buscar forças e nos alegrar porque o lugar que ocupamos na família e na comunidade é muito especial. E o próximo encontro já está sendo aguardado com expectativas de que mais esposas de ministros participem.

Novos Projetos no Sínodo Recebem Apoio da Campanha Vai e Vem

A campanha Vai e Vem teve início no ano de 2008, como ação muito importante na IECLB para dar continuidade à missão da Igreja de Jesus Cristo. De forma especial, a Campanha Vai e Vem tem como finalidade alcançar e auxiliar, financeiramente, projetos missionários em nível nacional, bem como, a nível sinodal, incluindo o nosso Sínodo Espírito Santo a Belém.

Desde a sua implantação, a campanha tem se fortalecido devido ao empenho e compromisso de muitas paróquias e comunidades. A Vai e Vem também tem contribuído em muitos projetos missionários em nosso sínodo.

No ano de 2025 foram elaborados pelas paróquias e aprovados pelo conselho de missão, os seguintes projetos:

1) Projeto ACESA – Projeto de capacitação e formação de terapeutas populares nas uniões paroquiais Santa Maria, Mata Fria e Guandu.

2) Baixo Guandu - Projeto de música, com o objetivo de dar continuidade ao trabalho em crescimento, que tem cativado novas lideranças na música no âmbito da paróquia.

3) Barra de São Francisco – Projeto de música, dando continuidade ao projeto existente junto a lideranças musicais.

4) Paróquia de Criciúma - Projeto de música, visando auxiliar na aquisição de instrumento musical.

5) Campo Missionário em Teixeira de Freitas – Auxílio na aquisição e colocação do telhado do novo Templo da comunidade.

6) Projeto ADL – Projeto da Cantata de Natal, com perspectivas de adquirir melhor equipamentos de sonorização para as apresentações da cantata nas comunidades do sínodo.

7) Paróquia em Mata Fria – Projeto Missão Criança, com o objetivo de auxiliar na implantação da proposta do Missão Criança na paróquia.

8) Paróquia em São Luiz - Projeto Tocar-te, com auxílio no projeto de música na comunidade.

Os projetos aprovados pelo conselho de missão visam o fortalecimento da missão da Igreja de Jesus Cristo no nosso Sínodo. Que Deus abençoe e desperte cada pessoa cristã no desejo e compromisso em contribuir com os seus dons e doações financeiras na Missão de Jesus Cristo.

Fraternalmente,

P. Vitorino Reetz

Cuidar da criação é testemunho de fé

A XIV Assembleia Sinodal do Sínodo Espírito Santo a Belém, foi realizada nos dias 31 de agosto e 01 de setembro de 2024 sob os efeitos devastadores das enchentes no Rio Grande do Sul, que atingiram fortemente as comunidades da IECLB. Dentre as temáticas apresentadas na XIV Assembleia, foi abordada a emergência climática e a missão. O professor Walter Có abordou em sua palestra as consequências do aquecimento global no presente e para as futuras gerações. Ele alertou para a velocidade com que a temperatura do planeta vem aumentando nos últimos 40 anos e para o perigo do negacionismo que defende que as altas temperaturas sempre existiram. Então ele questionou: “Diante dessa realidade convém perguntar qual herança estamos deixando para os nossos filhos e netos?”.

Os delegados discutiram em grupo a necessidade de estabelecer estratégias missionárias e evangelísticas que contemplem o cuidado com a criação e a conscientização de que o planeta é a casa comum de todas as gerações humanas e não humanas, porque se o planeta sofre toda a criação de Deus geme. Por isso, as pessoas cristãs têm responsabilidades de cuidar da vida. Cuidar do meio ambiente não é opcional. É compromisso batismal de todas as pessoas que creem. Assim sendo, cada Paróquia assumiu o compromisso de implementar ações que visem conscientizar as pessoas acerca da necessidade de cuidar daquilo que Deus de maneira generosa criou e promover ações que diminuam o impacto destruidor do ser humano.

No âmbito da União Paroquial Norte do Espírito Santo, antes da XIV Assembleia, algumas paróquias tomaram a iniciativa de instalar “placas solares ”, realizar captação das águas e reduzir a utilização de descartáveis em suas atividades comunitárias. Além disso, A UPNES consolidou a Pastoral da Agricultura Familiar para oportunizar capacitações sobre a utilização de biodefensivos como alternativa no controle de pragas nas lavouras de café, cacau e outros cultivos.

A Pastoral da Agricultura Familiar da UPNES com parceria com o INCAPER e SEAG promoveram, nos dias 11, 12 e 13 de março de

2025, nas paroquiais de Pancas, Vila Valério e Vila Pavão, um Dia de Campo com palestra sobre cacau, café e biodefensivos. Após a palestra, realizaram também visita técnica em propriedades.

A União Paroquial Norte está procurando retomar um trabalho que no passado já era desenvolvido junto aos agricultores e agricultoras familiares através do projeto DENES. A Igreja sai da teoria e vai direto para a prática junto com os pequenos agricultores e agricultoras familiares.

Participaram mais de 200 pessoas nestes encontros de formação. Entre elas, estiverem presentes o Subsecretário da Secretaria de Agricultura do Espírito Santo, o Superintendente Federal do Desenvolvimento Agrário do Espírito Santo e Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar - MDA, o INCAPER, representes da BIOFUNGI, entre outros.

Os produtores ouviram explanação sobre os benefícios do uso de Biodefensivos na lavoura, como acessar a negociação de dívidas junto aos bancos e Pronaf, como conduzir o pé de Cacau e café desde o plantio até a formação da copa para ter uma produção mais elevada. No final do dia, ouviu-se relatos de que o dia foi muito produtivo com diversas informações e novos aprendizados no manejo do cacau e café. Teve o pedido para que a Igreja continue a apoiar esse trabalho de desenvolvimento na formação da agricultura familiar. Decidiu-se formar o grupo do WhatsApp, dos participantes desse primeiro encontro de formação, e, em breve, será marcado novo encontro para falar sobre boas práticas e diversificação dos plantios da agricultura familiar.

A UPNES compreende que somos Igreja de Jesus Cristo chamada a ter voz profética diante das realidades de sofrimentos e morte para que de fato a vida criada por Deus e a liberdade que Cristo Jesus nos presenteou sejam preservadas até a consumação dos tempos. Portanto, cuidar da casa-comum é nosso testemunho de fé!

UPNES

Conversando sobre saúde

Doação de Órgãos: Um ato de amor cristão

Nesta edição, o “Conversando sobre Saúde” nos convida a refletir sobre um tema delicado e muito importante: a doação de órgãos. O “Setembro Verde” é uma campanha brasileira de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos que acontece durante todo o mês de setembro. O objetivo principal da campanha é informar e incentivar a população a se tornar doadora, além de promover discussões familiares sobre o tema. O Dia Nacional da Doação de Órgãos é celebrado em 27 de setembro, mas a campanha Setembro Verde se estende por todo o mês.

No Brasil, a legislação exige a autorização familiar para a doação de órgãos e tecidos, mesmo que a pessoa tenha manifestado o desejo de ser doadora em vida. Por isso, é fundamental conversar com a família e amigos sobre a decisão de ser doador ou doadora, para que eles estejam cientes e possam autorizar a doação em caso de morte encefálica ou parada cardiorrespiratória.

O transplante de órgãos tem como objetivo principal salvar pessoas com doenças terminais, ou seja, situações em que a doença afeta órgãos vitais — como coração, rins, pâncreas e fígado, limitando a expectativa de vida da pessoa enferma. Também pode ser realizado para melhorar a qualidade de vida (como no caso de transplantes de ossos) ou com finalidades estéticas (como transplantes de pele). A doação de órgãos pode ter um impacto incalculável na vida da pessoa receptora, proporcionando sobrevida e qualidade de vida — sendo, muitas vezes, a única alternativa de tratamento. Há dois tipos de doador: o doador vivo que pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. O segundo tipo é o doador falecido. São vítimas de lesões cerebrais irreversíveis, com morte encefálica comprovada pela realização de exames clínicos e de imagem.

Pesquisas sobre a postura de diferentes grupos religiosos indicam que, salvo posicionamentos contrários expressos, a doação de órgãos costuma ser vista como um ato permitido e incentivado — um gesto de solidariedade. Ainda que essa postura seja mais passiva, muitos grupos têm adotado uma abordagem proativa nos últimos anos, incentivando que os fiéis reflitam e se preparem para esse tipo de decisão. Líderes religiosos são estimulados a estudar as posições doutrinárias de suas tradições sobre a doação e o transplante de órgãos, bem como outras questões éticas e biomédicas. Isso é importante porque, muitas vezes, os familiares dependem da orientação espiritual para tomar decisões bem fundamentadas. A falta de clareza pode gerar sentimentos de dúvida e culpa.

Como luteranos e luteranas, muitas vezes, em momentos de dor e luto, também nos deparamos com dúvidas sobre como a fé luterana se posiciona diante dessa prática. Como cristão luterano ou cristã luterana, posso doar meus órgãos a outra pessoa? Minha fé e minha igreja permitem? Existe alguma obrigação moral ou ética que me obrigue ou impeça de doar? Doar é pecado ou um ato de amor?

Mediante a essas questões, qual é, afinal, a posição da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB sobre este tema?

A fila de espera por órgãos no Brasil é extensa, com cerca de 78 mil pessoas aguardando por um transplante. Apesar de um aumento no número de transplantes realizados em 2024, o número de doações efetivas caiu, o que contribuiu para que a fila continuasse grande.

E você, como cristão luterano ou cristã luterana, doaria seus órgãos em caso de morte encefálica? Ou, se precisasse de um órgão para sobreviver, aceitaria a doação?

Um dos principais motivos de recusa à doação de órgãos, segundo pesquisas, está relacionado a crenças religiosas, à falta de conhecimento sobre o diagnóstico de morte encefálica e à dificuldade dos familiares em aceitar a manipulação do corpo do ente querido. Outro obstáculo é a falta de preparo de profissionais de saúde para lidar com diferentes crenças religiosas, o que limita o diálogo e pode dificultar o processo de doação. A morte de alguém próximo pode despertar reflexões espirituais profundas. Quando confrontados com a possibilidade de doar órgãos de um ente querido, a religião pode ganhar um papel central. Nessa hora, surge frequentemente a dúvida: “Qual é a posição da minha fé sobre a doação de órgãos e tecidos?”

A Bíblia não trata diretamente do tema, mas seus princípios orientam a solidariedade, a compaixão e o cuidado com o próximo. A maioria das denominações cristãs — inclusive a Igreja Luterana — incentiva a doação como uma expressão da compaixão e solidariedade cristã. Contudo, essa decisão é pessoal e nunca deve ser motivo de culpa ou arrependimento. A Bíblia não proíbe a doação de órgãos. Pelo contrário, os valores do Evangelho — amor ao próximo, compaixão, serviço — sustentam essa decisão da doação como um gesto nobre e cristão. A doação de órgãos deve ser compreendida como um ato de amor ao próximo. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” (João 15.13).

• Para a Igreja Luterana, a doação de órgãos é uma forma legítima de amor ao próximo. Deve ser voluntária, transparente e feita com responsabilidade. Deve ser discutida com familiares, médicos e lideranças religiosas.

• Considera a doação de órgãos por doadores falecidos um meio legítimo de contribuir para a saúde e o bem-estar da família humana.

• Reconhece que a doação de tecidos renováveis (como a medula óssea) e de órgãos por doadores vivos (como o rim) pode ser uma expressão de amor sacrificial ao próximo.

• Incentiva seus membros a refletirem sobre a doação de órgãos e a comunicarem seus desejos a familiares, médicos e instituições de saúde.

• Recomenda que aqueles que desejam doar tomem providências legais e familiares, como assinar um cartão de doador.

• Convida seus pastores a se familiarizarem com as questões éticas, legais e clínicas relacionadas à doação, a fim de aconselharem adequadamente seus membros.

• Estimula igrejas, sínodos e instituições a promoverem programas educativos sobre doação de órgãos.

• Solicita políticas públicas que incentivem doações voluntárias, evitem coerção, assegurem a distribuição justa e eficiente de órgãos e tecidos, e proíbam a comercialização desses itens.

Muitas pessoas não conhecem a posição oficial de sua religião sobre o tema. Se você tem dúvidas ou se sente inseguro quanto à visão da sua fé, converse com o ministro(a) de sua comunidade. A doação de órgãos salva vidas. Por isso, pense com carinho nesse ato de amor. Converse com sua família, busque orientação pastoral e manifeste sua vontade. Sua decisão de doar pode aliviar o sofrimento de milhares de pessoas que dependem de um transplante para sobreviver. Enquanto isso, muitos órgãos saudáveis são enterrados diariamente. Essa é, por si só, uma questão ética relevante. “De graça recebestes, de graça dai.” (Mateus 10.8b).

Pastor Derly Foerste Capelão Hospitalar Health First Medical Group Melbourne, Florida – Estados Unidos

Cinco gerações, um mesmo cuidado de deus

De Alberto Will (04.08.1927) e Marieta Jansen Will (02.06.1931), passando por Laura Will Uhlig (25.11.1957), Jacira Uhlig Ratunde (16.05.1976), Karoline Ratunde (29.08.1997) e chegando à pequena Celina Curti Ratunde (13.08.2024); a história desta família é um retrato vivo do cuidado divino que atravessa o tempo.

Entre datas e nomes, há vidas inteiras de amor, trabalho, fé e esperança. Há memórias que se encontram e novas páginas que se abrem.

Como diz o Salmo 100.5: “Porque o Senhor é bom; a sua misericórdia dura para sempre, e de geração em geração a sua fidelidade.”

Que este encontro de gerações seja mais que uma fotografia; seja testemunho da graça que permanece ontem, hoje e para sempre.

Pastor Yarlles Ramlow Klistzke

Homenagem Póstuma

Falecimento do casal Alvino Tesch e Laura Schroeder Tesch

É com pesar e saudade que os familiares comunicam o falecimento do casal Alvino e Laura Schroeder Tesch. Alvino nasceu no dia 25 de outubro de 1940 em Melgaço – Domingos Martins/ES, filho de Fritz Tesch e Luíza Görl Tesch. Foi batizado no dia 30 de dezembro de 1940 e confirmado no dia 27 de maio de 1954 com o versículo de Tobias 4.6: “Dein Leben lang habe Gott vor Augen und im Herzen. Und hüte dich, dass du in keine Sünde willigst und tust wieder Gottes Gebote.”

Laura nasceu no 21 de abril de 1946 em Melgaço – Domingos Martins/ES, filha de Franz Schroeder e Maria Kempin Schroeder. Foi batizada no dia 25 de maio de 1946 e confirmada no dia 26 de dezembro de 1958 com o versículo de Provérbios 16.9: “Des Menschen Herz erdenkt sich seinen Weg, aber der Herr allein gibt dass er fortgehe.”

Alvino e Laura casaram-se no dia 13 de janeiro de 1967 na Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Califórnia, Domingos Martins/ ES. A bênção matrimonial foi celebrada pelo Pastor Walter Adler com o versículo de 1 Coríntios 13.13: “Nun aber bleiben Glaube, Lie-

be, Hoffnung, diese drei; aber die Liebe ist die grösste unter ihnen”. Eles foram abençoados com um casal de filhos, Itamar e Italena. Sempre trabalharam na roça e foram participantes ativos na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana da Paz em Melgaço – Domingos Martins/ES.

Alvino atuou como Presidente, Tesoureiro e Orientador do Ensino Confirmatório. Também era conhecido e procurado por seus conhecimentos práticos em veterinária. Sempre era muito animado e gostava de ler o Jornal “O Semeador”. Aos poucos começou a perder a memória, sendo em março de 2022 diagnosticado com o Mal de Alzheimer. Apesar dos tratamentos, a doença se agravou, vindo a falecer em sua casa no dia 24 de julho de 2023 com a idade de 82 anos, 08 meses e 28 dias.

Laura foi participante ativa da OASE. Sempre animada, gostava de conversar. Conhecida como costureira da comunidade. Desde os 30 anos de idade sofria de pressão alta, precisando de medicação. Em 2016 descobriu que estava com diabete. Em 28 de maio de 2024 quebrou o fêmur direito, ficando internada 16 dias em Vitória. Recuperada voltou a andar sozinha. No final de outubro de 2024 também apresentou sinais de Alzheimer vindo a falecer no dia 03 de maio de 2025, também em sua casa, alcançando a idade de 79 anos e 11 dias.

Sepultados no Cemitério da Paz, em Melgaço, o casal Alvino e Laura estão guardados nas mãos de Deus para a feliz ressurreição para a vida eterna. A família agradece ao Diácono em funções pastorais na Paróquia de Melgaço, Luciano Butzke, e a todos que trouxeram o seu abraço de consolo e conforto nestes dois momentos de muita tristeza para a família Tesch.

Itamar Tesch

OASE

3º Encontro de Mulheres da União Paroquial Norte Nordeste

“Mulheres luteranas reafirmaram sua identidade, sua fé e seu papel ativo na construção de uma igreja que acolhe, liberta e transforma”.

De 16 a 18 de maio de 2025, a cidade de Olinda-PE foi cenário acolhedor e inspirador para o 3º Encontro de Mulheres da União Paroquial Norte-Nordeste da IECLB. Com o tema “Livres pela graça de Deus: mulheres luteranas e confessionalidade”, o evento reuniu 22 mulheres das comunidades de Salvador-BA, Gravatá-PE, Recife-PE, João Pessoa-PB, Fortaleza-CE, São Luís-MA e Belém-PA.

A abertura do encontro aconteceu na noite de sexta-feira (16), conduzida pela pastora Célia Gil Pereira, com um momento especial de acolhida e apresentação, inspirado no Salmo 96, que inicia com o convite: “Cantem uma nova canção a Deus, o Senhor. Cantem ao Senhor, todos os povos da terra!” (Sl 96.1). A assessora do encontro, pastora Marcia Blasi — executiva do Programa de Justiça de Gênero e Empoderamento de Mulheres da Federação Luterana Mundial — também conduziu uma dinâmica de interação entre as participantes. Desde o início, o ambiente foi marcado pela escuta sensível, troca de experiências e alegria no reencontro entre mulheres que atuam com coragem e dedicação em suas comunidades.

No sábado (17), a programação iniciou com a oração da manhã, conduzida pelo pastor Nicolau Paiva, que, a partir do texto de Lucas 13.10-13, convidou o grupo a celebrar a caminhada do encontro, que chega à sua terceira edição como espaço significativo de testemunho da fé. Ao longo do dia, sob a assessoria da pastora Marcia Blasi, as participantes refletiram sobre a liberdade cristã como expressão da graça de Deus, a partir da tradição luterana.

Os estudos abordaram a presença histórica das mulheres na igreja e na Bíblia — muitas vezes invisibilizada, mas sempre marcada por resistência, cuidado e contribuição essencial para a vivência da fé. A partir de uma leitura atenta das Escrituras e da tradição luterana, as participantes dialogaram sobre a confessionalidade como fundamento

teológico para promover justiça, igualdade de gênero e dignidade.

Um dos momentos mais marcantes foi a leitura e discussão do documento “Política de Justiça de Gênero da IECLB”, que evidenciou os compromissos concretos da igreja com a superação das desigualdades e com a valorização das mulheres em todos os espaços da vida comunitária e social.

Também foi abordada a importância da inclusão e acolhida nas comunidades de fé, como parte fundamental do compromisso com a justiça de gênero e com a dignidade de todas as pessoas. A reflexão evidenciou que a graça de Deus, que liberta e acolhe, chama a igreja a ser um espaço seguro, de respeito e amor.

Durante a tarde, o grupo realizou um passeio por Olinda, conhecendo mais sobre sua história e cultura. O dia se encerrou com um profundo momento de espiritualidade na oração da noite, conduzida pela pastora Franciele Vanessa Sander. Nessa atmosfera de comunhão e confiança, muitas participantes relataram sentir-se renovadas e encorajadas a seguir adiante, firmes na fé que liberta.

No domingo (18), o grupo celebrou com gratidão o culto de encerramento, seguido de almoço comunitário, na Comunidade do Recife. Após o culto, as participantes ainda desfrutaram de um passeio pelo Recife Antigo, celebrando a cultura, a história e a beleza do lugar onde se vive e se anuncia o Evangelho.

O Encontro de Mulheres em Olinda foi mais que um evento: foi um tempo de graça, coragem e comunhão. Mulheres luteranas reafirmaram sua identidade, sua fé e seu papel ativo na construção de uma igreja que acolhe, liberta e transforma. Porque, pela graça de Deus, todas as pessoas são chamadas a viver com dignidade, liberdade e justiça.

Pastor Lohan Schulz Tesch

Juventude Sinodal elege nova coordenação no CONGRESIJE em Colatina

No dia 31 de maio de 2025, às 8h da manhã, a comunidade de Colatina foi palco de um importante momento para a Juventude Evangélica: o CONGRESIJE, espaço de escuta, partilha e decisões, que contou com a participação de jovens representantes de todo o Sínodo Espírito Santo a Belém.

O ponto alto do encontro foi a eleição da nova Coordenação Sinodal da Juventude Evangélica (COSIJE), que atuará no período de meados de 2025 até o ano de 2027. Durante o evento, os jovens refletiram sobre os caminhos da juventude, reafirmando o compromisso com a missão e o engajamento comunitário.

A condução do momento ficou a cargo do Pastor Sinodal Ismar Schiefelbein, que destacou a importância da representatividade jovem nas instâncias decisórias da Igreja.

Ao final do congresso, foi apresentada a nova Coordenação Sinodal da Juventude, que assume o compromisso de continuar animando e promovendo o protagonismo juvenil no sínodo ao longo dos próximos dois anos.

A nova coordenadora eleita, Bianca Berger Amorim, expressou com entusiasmo o que significa assumir essa responsabilidade:

“Assumir essa função é um desafio, mas também uma grande oportunidade de crescimento e de pôr meu dons a serviço. Quero estar presente, contribuir com ideias, ações e ajudar para que a juventude do nosso sínodo continue sendo viva, participativa e cheia de fé. Sei que juntos vamos longe!”

O vice-coordenador, Roniel Henk Siqueira, também compartilhou sua motivação:

“Viver a Juventude Evangélica é viver, ao mesmo tempo, o chamado para trabalhar pela JE SESB e ser igreja de Cristo. Sou grato por continuar nos trabalhos da Juventude Sinodal, no mandato passado como tesoureiro e agora com o cargo de vice-coordenador. Com certeza continuaremos esse lindo trabalho dentro do Sínodo mostrando que a JE tem muita força e testemunhando ser Luteranos de Fé, amor, respeito e compaixão.”

Resultado da eleição do CONGRESIJE 2025-2027:

• Coordenadora: Bianca Berger Amorim

• Vice-Coordenador: Roniel Henk Siqueira

• Secretária: Natanaeli Briel Radinz

• Vice-Secretária: Stephany Gerhardt

• Tesoureiro: Carlos Vinicius Schaffel

• Vice-Tesoureiro: Diego Zilsck

• Representante Titular no CONAJE: Meirlyane Peters

• Representante Suplente no CONAJE: Ana Carolina Boueres Everon

• Representante no Conselho Sinodal de Educação Cristã: Waterson Gerke

• 1ª Delegada Titular no CONGRENAJE 2027: Juliana Reetz

• 2º Delegado Titular no CONGRENAJE 2027: Gabriel Berger Amorim

• 1º Delegado Suplente no CONGRENAJE 2027: Mateus Wellington

• 2º Delegado Suplente no CONGRENAJE 2027: Gabriel Raasch

COSIJE SESB

26º CONGRENAJE

Juventude

Evangélica do

SESB marca

presença

com mais de 350 jovens

Entre os dias 27 de julho e 1º de agosto, a cidade de Igrejinha (RS) acolheu o 26º CONGRENAJE – Congresso Nacional da Juventude Evangélica, reunindo mais de 1.300 jovens de todo o país para momentos marcantes de fé, reflexão, convivência e celebração.

A caravana do Sínodo Espírito Santo a Belém (SESB) marcou presença com força, alegria e entusiasmo: mais de 350 jovens participaram do encontro, representando diversas comunidades e paróquias do sínodo. Cada etapa da jornada, desde a preparação até o tempo vivido no congresso, foi permeada por comunhão, música, estudos e partilhas que reforçaram o compromisso da juventude com o Evangelho de Jesus Cristo e com a missão da Igreja.

A temática conduzida durante os dias de encontro foi “A partir do coração” , e o lema “Cada pessoa com o dom que recebeu, servindo umas às outras como boas administradoras da multiforme graça de Deus”, conforme 1 Pedro 4.10. Esse tema não foi apenas um título bonito: ele atravessou cada momento vivido, permitindo refletir que é realmente do coração que brotam os sonhos, a coragem, a fé e o impulso de servir.

Através de uma programação intensa e significativa, incluindo cultos temáticos, oficinas, rodas de conversa, atividades culturais e momentos de espiritualidade, o evento proporcionou vivências profundas de comunhão e afeto, que fortaleceram os vínculos entre os participantes e incentivaram o protagonismo jovem na caminhada de fé.

Entre os destaques da participação do SESB, esteve a caravana da

União Paroquial Norte Nordeste, que levou 13 jovens representando estados como Maranhão, Pará e Pernambuco. Vindo de uma realidade em que ser luterano muitas vezes parece solitário, encontrar mais de mil jovens de todo o Brasil foi como receber um abraço coletivo que dizia: “você pertence, você é Igreja”. A presença desse grupo, embora pequeno em número, foi grande em representatividade, entusiasmo e fé, enriquecendo ainda mais a diversidade do encontro.

Durante o evento, também foi marcante ouvir depoimentos de jovens das diversas UPs do SESB. Muitos compartilharam que “quem vai a um CONGRENAJE, nunca mais quer perder o próximo”, reforçando como essa experiência toca profundamente o coração, fortalece a fé e cria laços duradouros. O impacto do congresso vai além dos dias vividos lá; ecoa nas comunidades, nos grupos de jovens e no caminhar de cada participante.

A expressiva participação do SESB foi resultado de muita organização, apoio das lideranças locais, bem como de ministras e ministros e, sobretudo, do envolvimento comprometido de toda a juventude. Que os frutos dessa experiência continuem florescendo nas comunidades, renovando o serviço, a esperança e o amor que brotam sempre a partir do coração.

Ana Carolina Boueres Everton
Bianca Berger Amorim
Maria Eduarda de Sousa Fernandes

CONGRENAJE 2025

Não, não começou... nem terminou!

Não, o CONGRENAJE (Congresso Nacional da Juventude) não começou em 27 de agosto de 2025. Ele começou antes, no trabalho comunitário com as crianças, no Ensino Confirmatório, nos encontros de jovens, nos cultos e na vida comunitária. Ele começou quando jovens, animados a partir do coração com sua igreja, foram encorajados a esse grande encontro em Igrejinha/RS. Ele começou quando jovens se reuniram em mutirão para derriçar café e ajudar nos trabalhos de sua comunidade. Ele começou quando jovens da Comunidade de Paraju, Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Palmeira de Santa Joana, por exemplo, se reuniram aos sábados para colher café a fim de custear a viagem. O CONGRENAJE 2025 começou “A partir do Coração” . Ele começou quando comunidades, lideranças, ministros e ministras se mobilizaram para o sucesso desse congresso. O CONGRENAJE começou na saída de casa, no abraço de despedida, na lágrima da saudade que ainda não existia entre familiares e jovens quando se despediram.

A juventude canta e encanta, pula e vibra, ora e pensa. A juventude do Sínodo Espírito Santo a Belém anima e cativa jovens do Brasil inteiro quando participa do CONGRENAJE. Dessa vez, foram mais de 300 jovens. Da União Paroquial Guandu foram dois ônibus. É uma multidão de jovens cativada para servir a Cristo e as pesso -

as. Na preparação, o compromisso. Na viagem, a alegria e o canto. No encontro, a responsabilidade. No retorno, o coração fortalecido na fé, na esperança e no amor. E se alguém ainda perguntar: “Para que serve isso?” Nós já temos a resposta. Jovem é transformação. Jovem é presente e futuro da igreja e da sociedade.

O CONGRENAJE não terminou no dia 01 de agosto de 2025. Os jovens que fizeram mutirão para angariar fundos para viajar são os que agora farão um mutirão para ajudar um irmão que passa por dificuldades financeiras devido à falta de saúde, por exemplo. O congresso cativa esses jovens a servir ao próximo concretamente. Portanto o CONGRENAJE não terminou. Ele não terminou com o culto de encerramento. Ele não terminou com os abraços de despedida em Igrejinha/RS. Ele não terminou quando disseram: “Até o próximo CONGRENAJE”. Ele continua vivo “A partir do Coração” na vida de cada jovem. Afinal, ele não terminou com a chegada e o reencontro com os familiares. Ele não terminou com a lágrima que escorreu do rosto daquela mãe ao ver a chegada do filho. Ele está vivo na vida de cada jovem que experimentou e ousou viajar para o Rio Grande do Sul.

Pastor Edilson Claudio Tetzner

A sementinha

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A magia de ler histórias de Jesus

Olá crianças, vocês gostam das histórias de Jesus? Jesus tem ótimas histórias com ensinamentos importantes para nossa vida. Com certeza vocês já ouviram as histórias de Jesus no culto infantil, na escola e também nos encontros da nossa comunidade. Jesus contava histórias divertidas sobre amizade, companheirismo, fé e alegria.

São tantas histórias legais que seria bom se todo dia pudéssemos ouvi-las. Gosto muito da história de Jesus da multiplicação dos pães e peixes. Nessa história, graças a um menino generoso, uma multidão pode comer. Este menino era muito prevenido, pois saiu de casa com lanche na mochila.

Foi pensando no poder das palavras de Jesus que Martim Lutero incentivou as pessoas a lerem as histórias da Bíblia, especialmente dos evangelhos. Por isso que para os evangélico-luteranos é tão importante aprender a ler e a escrever; assim todo mundo pode ler as histórias de Jesus. Lutero disse que essa tarefa é primeiro dos pais e das mães, mas também da igreja e da escola. E com isso, animou as famílias a irem para a escola e a ler a Palavra de Deus juntas.

E olha que interessante: nos dias de hoje temos muitos livros com as histórias de Jesus. Eles têm desenhos e são escritos com palavras fáceis e divertidas. Peça a seu pai, a sua mãe ou vovó/ vovô para ler as histórias das bíblias infantis antes de dormir. A leitura tem um poder mágico: nos leva para muitos lugares. Outro poder mágico da leitura é o de chamar o sono. Quando ouvimos histórias de Jesus antes de dormir não temos pesadelos, somente sonhos alegres e divertidos.

E para poder guardar os ensinamentos de Jesus no coração, vamos desenhar duas histórias dele com Bobie Goods.

P. Willian Kaizer de Oliveira

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