SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO
19 ABR 2019
PRÉDICA: HEBREUS 4.14-16; 5.7-9 OSEIAS 5.15b – 6.6 LUCAS 23.33-49
Kurt Rieck
Jesus, o amor incondicional de Deus
1 Introdução
Sexta-Feira Santa, data que nos inquieta e nos faz silenciar perante a morte de Cristo na cruz. Eis os textos que impulsionam e conduzem à reflexão. Oseias 5.15b – 6.6 apresenta um diálogo entre Deus e o povo. Deus está aguardando que seu povo se arrependa e novamente o procure. No primeiro diálogo, o povo manifesta-se com uma oração, cheio de esperança, confiança, pedido de perdão e juras de amor. No segundo diálogo, Deus fala de um amor passageiro, do fogo de palha, das ofertas queimadas que para nada servem. O que Deus espera do seu povo é obediência verdadeira. Tão claro como a luz do sol, Deus apenas deseja que o amem. Somos convidados a nos entregar ao amor de Deus. A partir do Novo Testamento, o Cristo crucificado é o ápice da expressão do amor de Deus. A humanidade tem a tendência de achar que é preciso fazer um circo para alcançar a graça de Deus. Deus apenas quer que o amemos e o obedeçamos. Aqui reside a salvação. A leitura do Evangelho de Lucas 23.33-49 é indispensável. É impressionante a riqueza dos detalhes dessa descrição das últimas horas vividas por Jesus. Na cruz jaz um rei impotente. Ruiu seu projeto? Seus seguidores perderam a esperança? Instala-se um caos em torno da cruz. Zombaria, ódio, ridicularização. Jesus continua seu ministério, mesmo dependurado na cruz. Ele diz: Pai, perdoa esta gente! Eles não sabem o que estão fazendo. Uma fala tomada de puro amor incondicional. O milagre se deu. O horror não matou o amor. Aqui está o milagre do amor, a incompreensível misericórdia de Jesus. Queremos escutar novamente o nosso Senhor orando por todos aqueles que o crucificaram e ainda hoje o crucificam. Esse amor tem poder de salvar a humanidade.
2 Exegese O livro de Hebreus é uma literatura complexa, escrito por um autor desconhecido, erudito, conhecedor do Antigo Testamento e do sistema sacrificial do povo hebreu. A cultura de onde brota o texto pressupõe que “[...] as pessoas necessitam de um sacerdote perfeito e de um sacrifício perfeito; alguém que possa oferecer um sacrifício que de uma vez para sempre abra o acesso a Deus. [...] Cristo é o sacerdote perfeito porque é ao mesmo tempo pessoa perfeita e perfeito Deus. Em sua humanidade pode levar às pessoas a Deus e em sua divindade pode trazer Deus às pessoas” (Barclay, 1983, p. 11).
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