ÚLTIMO DOMINGO APÓS EPIFANIA
03 MAR 2019
PRÉDICA: LUCAS 9.28-36(37-43) ÊXODO 34.29-35 2 CORÍNTIOS 3.12 – 4.2
Marcelo Jung
Caminhar para a cruz com o olhar para além da cruz
1 Introdução Epifania é um tempo em que a igreja lembra, de modo especial e proposital, a revelação de Deus em Jesus Cristo. Em Jesus Cristo Deus veio ao mundo e se tornou humano. Em Jesus Cristo Deus se manifesta e nos deixa conhecer quem ele é. O texto previsto para a prédica e as leituras bíblicas têm como tema comum conteúdos da revelação de Deus. A marca textual dessa relação é a menção do rosto resplandecente. Êxodo 34.29-35 menciona o rosto resplandecente de Moisés, reflexo da glória de Deus, quando desceu do monte Sinai trazendo, pela segunda vez, as tábuas dos mandamentos, o que servirá de referência para os discípulos entenderem o evento da transfiguração de Jesus, relatada em Lucas 9.28-36. Em 2 Coríntios 3.12 – 4.2 (ler até o v. 6), Paulo argumenta que a glória de Deus não resplandece nos corações dos cristãos por meio da face de Moisés (da lei), e sim da face de Cristo (o seu evangelho), o qual traz liberdade e transformação dos cristãos na imagem de Jesus; e vem a ser um desdobramento do que está no contexto da transfiguração e revelação de que os discípulos trilharão caminho semelhante ao de Jesus – serão, nesse caminho, a sua imagem. Combinando com o Último Domingo após Epifania, a revelação de Jesus dada na sua transfiguração é a última antes do caminho para Jerusalém; é a última estação antes do caminho da cruz. Os v. 37-43 do capítulo 9 de Lucas estão indicados como possibilidade para a pregação, mas neste estudo opta-se por delimitar o fim da perícope no v. 36.
2 Exegese A perícope inicia com a exigência de que se observem os acontecimentos relatados anteriormente, cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras. As palavras proferidas são as de Jesus após a confissão de Pedro a respeito de quem ele é: És o Cristo de Deus (9.20). Pela primeira vez no evangelho, os discípulos testemunharam reconhecer que Jesus é o cumprimento das promessas de Deus (no Antigo Testamento); o ungido (Messias/Cristo) que Deus enviara para restaurar aquilo que se rompeu no Éden, quando Adão e Eva pecaram; a paz e harmonia com Deus, a paz e harmonia do ser humano consigo mesmo, a paz e harmonia entre os seres humanos, a paz e harmonia com a criação de Deus.
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