1º DOMINGO APÓS NATAL
31 DEZ 2016
Véspera de Ano Novo
PRÉDICA: MATEUS 25.31-46 ECLESIASTES 3.1-13 APOCALIPSE 21.1-6a
Wilhelm Sell
Boas obras, liberdade e juízo na perspectiva de Deus
1 Introdução Estamos em época de festividades. O tempo de Natal é cheio de luzes, cores, brilhos, festas, encontros com familiares e amigos, viagens. Em meio a isso, para a maioria, é tempo de descanso, com um sentimento de alívio diante de mais um ano que encerra, mas também de expectativas diante de um novo ano que inicia. Sendo assim, é aquele tradicional tempo de fazer planos, desejar coisas boas, pensar os próximos passos. É nesse tempo que somos brindados com os textos indicados. Eles precisam ser vistos e refletidos no intuito de iluminar esse tempo de encontros, festas e descanso, mas também ajudar no planejamento, a refletir os próximos passos neste próximo ano na perspectiva do Reino. Nesse sentido, somos lembrados do conhecido texto de Eclesiastes 3.1-13, que fala do tempo. Interessante lembrar que, no pensamento hebraico, o tempo é associado com a vida e seus eventos, que podem ser tanto positivos como negativos, mas diante dos quais o dom de Deus nos propõe a optar entre a vida e a morte, entre o tempo e a eternidade, nas escolhas concretas e diárias. Essas, por sua vez, devem ser percebidas à luz do novo céu e da nova terra, onde habitaremos com Deus e onde Ele mesmo enxugará dos olhos todas as lágrimas, onde não haverá mais morte nem luto ou pranto, pois tudo isso terá passado (Ap 21.1-6a). É encontrar-se no tempo, mas com a perspectiva do tempo de Deus. O texto do Evangelho de Mateus 25.31-46 lança um desafio profundo em meio a este tempo, proporcionando uma reflexão importante e colocando Cristo como mediador de toda a vida e obras.
2 Exegese Segundo a tradição uniforme da igreja primitiva, o autor do Evangelho de Mateus foi Levi, também conhecido como Mateus, coletor de impostos que se converteu, abdicou de sua posição e riqueza e integrou o grupo dos doze apóstolos (Mt 9.9-13; 10.3; Mc 2.13-17). Por sua profissão, é bem provável que fizesse parte de uma minoria letrada entre toda a população. Suas frequentes citações de passagens do Antigo Testamento também mostram que, embora trabalhasse de forma ao menos indireta para as forças romanas de ocupação, não deixara de ser judeu. Seu público-alvo eram, predominantemente, cristãos judeus que viviam em Antioquia da Síria e seus arredores, com o interesse de mostrar como um judeu pode encontrar
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