PRÉDICA: FILIPENSES 4.1-9 ISAÍAS 25.1-9 MATEUS 22.1-14
19º DOMINGO APÓS PENTECOSTES
15 OUT 2017
Renato Küntzer
1 Introdução O conjunto de textos indicados para o 19º Domingo após Pentecostes convida as comunidades para celebrar a vida a partir da revelação de Deus, que se caracteriza pela justiça que condena o opressor e salva o fraco e indigente, culminando com a promessa de uma experiência de comunhão universal de todos entre si e com Deus (Is 25.1-9). Essa esperança é recontada por Jesus de Nazaré por meio de uma parábola (Mt 22.1-14). As lideranças e autoridades religiosas e políticas, comprometidas com o sistema que privilegia os interesses pessoais, rejeitam o convite à festa de casamento que representa a aliança para a formação do novo povo de Deus. O convite é então dirigido aos pequenos, fracos e marginalizados. Inclusive a participação desses é condicionada a estar devidamente preparados. Há que se ter firmeza e sobriedade no testemunho da fé, porque esse nos é concedido por graça de Deus. Na comunidade, não há espaço para a banalização do testemunho, mas ela necessita estar animada a continuar firme o seu serviço.
2 Exegese Na opinião de vários exegetas, o texto indicado para a pregação reúne e mescla partes de duas cartas independentes escritas por Paulo à comunidade de Filipos. Os v. 2-7, em sua origem, seriam parte de uma segunda carta, enquanto os v. 1, 8-9 teriam sido parte de uma terceira e última carta. O texto é, portanto, resultado do trabalho redacional do autor final da carta, que agrupou, nesse texto específico, parte de duas cartas. Segundo a hipótese de que a Carta aos Filipenses é o resultado final da junção de três diferentes cartas, elas podem ser identificadas da seguinte forma: Primeira carta: Fp 4.10-20 Segunda carta: Fp 1.1-3.1a e 4.2-7,21-23 Terceira carta: Fp 3.1b-4.1 e 4.8-9 Parte do texto (4.2-7) pertence à segunda carta, escrita por Paulo a partir da experiência da prisão. É escrita sob a experiência da cruz, trazendo aspectos do receio da morte ou da esperança da libertação (1.22). Tem a preocupação central e a tarefa de deixar clara a verdade do evangelho, centrada na cruz de Cristo e nas consequências na vida missionária do próprio Paulo. A mais bela formulação desse evangelho encontramos no hino cristológico (2.6-11). Paulo aponta para o que define como a autenticidade do evangelho, motivo pelo qual está preso, pelo
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