3º DOMINGO DA PÁSCOA
30 ABR 2017
PRÉDICA: 1 PEDRO 1.17-23 ATOS 2.14a,36-41 LUCAS 24.13-35
Manfredo Siegle
O amor dignifica Deus aceita-nos por amor, assim como somos. No entanto, Ele não nos deixa assim como somos. Cada pessoa tem o direito de ser transformada e de viver a novidade de vida. O amor e a graça de Deus dignificam o ser humano e dão sentido ao mundo.
1 O texto 1.1 – Contexto A perícope faz parte da primeira parte principal de 1 Pedro. O trecho em análise é emoldurado pela constatação da pertença ao povo de Deus. O enunciado é desenvolvido de modo especial nos capítulos 1.1s e em 2.1-10; vida renovada acontece como vida em renascimento. A carta inicia com o hino de louvor a Deus. Ele é protagonista da salvação. 1 Pedro 1.13-2.3 aponta para a relação entre salvação e santificação. Vida transformada por Deus é existência que supera a transitoriedade, fato característico da vida humana, assim 1 Pedro 1.23-25. Vida sob a promessa da salvação e vida renascida acontecem sob o poder da esperança (1Pe 1.3,13,21); é a esperança que remete ao Cristo crucificado e ressuscitado. À semelhança do apóstolo Paulo, o autor aplica o esquema hermenêutico e parte do indicativo da ação salvadora de Deus, relacionando-a ao imperativo ético dos leitores. O evangelho ouvido requer uma resposta coerente. 1.2 – A situação Na segunda metade do século I, provável tempo da redação das cartas de Pedro, as comunidades cristãs estão em fase de construção e buscam a integração e aceitação no contexto social. Nessa busca enfrentam isolamento, discriminação; desconfiança, alienação, difamação e animosidade fazem parte da realidade. Os membros das comunidades cristãs obedientes a Deus destoam como se fossem estranhos no ambiente em que vivem. No mundo antigo do cristianismo, a vida de fé mais parecia uma provocação. A “carta” tem um forte interesse em levar consolo aos círculos cristãos diante do rol de sofrimento, acusações e calúnias. Os destinatários vivem em meio a uma sociedade hostil e são motivados a agir como missionários-apologetas. As ações devem demonstrar comprometimento com o evangelho transformador de Jesus Cristo. Enquanto sofredores, os membros das comunidades vivenciam novas forças, sentem-se fortalecidos pelas marcas do sofrimento de Jesus Cristo, autor da fé e da esperança. Jesus é celebrado como
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