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Síndrome respiratória dispara entre crianças em MS
from Midiamax Diário | 24 de março de 2023 | Cortes nas linhas de ônibus deixam usuários até 1 hora a mai
Clayton neves
PrisCilla Peres
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Mato Grosso do Sul tem atualmente 1.226 pessoas hospitalizadas por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), das quais 50% são crianças entre 0 e 9 anos. Surto de doenças respiratórias em crianças pressiona o sistema de Saúde da Capital.
“Isso não é uma condição única de Campo Grande e nem de Mato Grosso do Sul, tem acontecido no Brasil como um todo esse aumento de SRAG”, disse a secretária-adjunta de Estado de Saúde, Christine Maymone.
Diante do cenário por vezes caótico, Maymone e autoridades em Saúde retomam orientação para que moradores não deixem de se vacinar também contra a gripe.
“Temos vacinas e temos de compreender que a ciência vem para nos auxiliar. Durante a pandemia da Covid-19, lutamos muito por evidências científicas e para que a vacina fosse
Gripe
Em junho do ano passado, a campanha de vacinação contra a gripe foi encerrada em Campo Grande com menos de 40% da meta atingida. O prazo já havia sido prorrogado e o público-alvo ampliado justamente por conta da baixa adesão de moradores.
criada, da mesma forma deve ser com a SRAG, que a vacina já existe há algum tempo e não precisa ter nada que impeça o morador de ir a uma unidade de Saúde onde uma vacina está disponível”, acrescentou a adjunta da SES.
O imunizante é alternativa para prevenção de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Entre os públicos prioritários, foram vacinados apenas 38,34% do total, que representa 108.011 pessoas entre 281.732 que poderiam procurar os pon- tos de vacinação. Os dados refletem tanto a imunização oferecida pelo SUS como doses válidas aplicadas pela rede particular. A meta do Ministério é de 90%.
Dentre os grupos, o maior índice de vacinação foi entre trabalhadores de saúde, com 52,81% de imunização. Na sequência, professores de ensino básico e superior, com 40,77%. Os menores índices foi entre pessoas com deficiência permanente (1,32%) e forças armadas (5,55%).
Após a campanha, a vacina conra a gripe seguiu disponível para todos os moradores. (EC e AG)
Vacina contra a Covid não foi tomada por 40% das crianças Estado tem 1.226 hospitalizados
Apenas 10% da população de Mato Grosso do Sul está com esquema vacinal completo contra a Covid-19, mas a situação se agrava entre as crianças. Em relação às 175.731 entre 5 e 11 anos que tomaram a primeira dose, apenas 36,2% estão protegidas com 2 doses. Segundo dados da SES, 40% ainda não tomaram nem a primeira dose da vacina. (CN e PP)
Com total de 1.226 pessoas hospitalizadas no Estado, Campo Grande lidera o ranking com 658 casos, incidência de 71,8 a cada 100 mil pessoas. Na sequência aparecem Corumbá com 78, Dourados com 49 e Três Lagoas 34. (CN e PP)
Atenção primária
O cenário e as reclamações em UPAs se repetem dia após dia. Dezenas de pessoas, entre crianças, adultos e idosos, aguardam atendimento por horas, por vezes sentados no chão e se exaltando com servidores.
Campo Grande vive um “surto” de doenças em crianças, que fez a demanda aumentar 30% nas unidades de Saúde Pública nas últimas semanas. Mas o cenário é parecido em hospitais particulares, que também vivem dias de superlotação, principalmente na área pediátrica.
Na quarta-feira (22), diante de mais um dia de muita espera
De acordo com a classificação de risco, casos leves levam em torno de 4 horas para serem atendidos na saúde, como explica a Secretaria Municipal de Saúde. Porém, pacientes relatam que, atualmente, este é o “tempo mínimo” de espera.
Leitores do Jornal Midiamax relatam tempo de espera que gera até desistência no atendimento. “Estou indo embora indignada, pois meu filho não foi atendido, nem passa- e reclamações de pacientes na UPA Universitário, a prefeitura respondeu ao Jornal Midiamax que, diariamente, média de 20 profissionais são deslocados para dar suporte nas 10 unida- ram ele pela triagem e ele está com fome. Não tem nem cadeira para sentar, você fica lá a Deus dará, com criança no colo em pé até que eles decidam atender”, diz leitora que esperou por 4 horas no UPA Coronel Antonino.
Outra leitora relatou pessoas esperando no chão. “A pediatria da unidade está superlotada de pessoas com suas crianças sentadas no chão e com espera superior há 3 horas. São poucos des de urgência e emergência, ou seja, apenas 2 médicos para reforçar a equipe daquela determinada unidade de saúde.
“As equipes de apoio são acionadas para suprir eventual falta médicos trabalhando no limite de sua capacidade, já teve até a invasão de um dos consultórios por uma mãe desesperada”, disse.
Reforçando equipes
Diante da situação caótica, a prefeitura disse estar reforçando o quadro clínico das unidades com a convocação de novos profissionais aprovados em concurso e em processo simplificado.
A prefeitura diz que 60% dos pacientes que procuram as UPAs e CRSs poderiam ser atendidos na Atenção Primária. “A orientação é para que pacientes que não apresentem patologias mais graves, como parada cardiorrespiratória, sintomas de infarto, AVC, falta de não programada no quadro funcional da unidade ou até mesmo reforçar o atendimento, como ocorreu na UPA Universitário, onde quatro profissionais estavam fazendo o atendimento in- ar intensa, intoxicação, suspeita de fratura, queimaduras, entre outros, procure as Unidades Básicas e de Saúde da Família mais próxima da sua casa”, disse a Sesau. As unidade podem fazer consultas de rotina, injeções, curativos, retirada de pontos, troca de sondas e renovação de receitas” entre outros procedimentos. (PP) fantil e, diante da demanda muito alta, foi deslocado mais um profissional da equipe de apoio para dar suporte no atendimento destes pacientes”, explicou prefeitura em nota.

Equipes
Dessa forma, teria chamado quase 400 profissionais nos últimos dias.
“Somente nos últimos 45 dias foram convocados 32 enfermeiros, 60 técnicos de enfermagem e 228 médicos para reforçar o atendimento nas unidades. Inclusive, nesta quarta-feira (22), mais 68 médicos de diferentes áreas de atuação e especialidades foram convocados”, diz a nota, sem detalhar se tais profissionais já estão atuando.
A Sesau reforça que as UPAs e CRSs concentram pacientes nas enfermarias que ficam em observação aguardando transferência para um hospital e precisam ser assistidos pelos profissionais que se revezam entre o atendimento “interno” e “externo” –ou seja, entre os pacientes que estão em observação e os do saguão, o que pode incorrer numa falsa impressão de que não há atendimento nas unidades. (PP)