OJB EDIÇÃO 34 - ANO 2025

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ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901

Notícias do Brasil Batista

Ser líder de jovem é...

Líderes de jovens Batistas compartilham suas impressões sobre o ministério

Notícias do Brasil Batista

Parceria

Irmã Carmita mobiliza para o 25° Congresso Nacional da Maturidade

Notícias do Brasil Batista Missões Mundiais

29+

Coordenadoria da JBB lança e-book gratuito para jovens a partir de 29 anos de idade

Batismos na Europa

Missões Mundiais conta a história do batismo de duas mulheres na Itália

EDITORIAL

Valorizar quem cuida da nova geração

No quarto domingo de agosto, celebramos em todo o Brasil o Dia do Líder de Juventude Batista. Esta data é mais que uma lembrança, é um convite à reflexão e ao reconhecimento do papel fundamental daqueles que têm dedicado tempo, energia e coração para conduzir adolescentes e jovens em suas jornadas de fé.

Em muitas de nossas Igrejas, esses líderes não atuam em tempo integral. São homens e mulheres voluntários que, entre compromissos de trabalho, família e estudo, ainda assumem a responsabilidade de

pastorear uma geração marcada por desafios intensos: questões emocionais, pressão acadêmica e profissional, influências culturais e espirituais diversas. Mesmo diante desse cenário, eles permanecem firmes, oferecendo discipulado, aconselhamento e direcionamento espiritual, muitas vezes sem a formação ou os recursos ideais.

O Dia do Líder de Juventude Batista foi criado justamente para que a Igreja reconheça esse esforço e reafirme que o ministério com juventudes não é um estágio ou uma

tarefa secundária, mas um chamado legítimo, que exige amor, maturidade e visão espiritual. Celebrar esta data é, portanto, valorizar, investir e cuidar de quem cuida, garantindo que líderes estejam preparados e fortalecidos para continuar conduzindo jovens no caminho do discipulado de Jesus.

Nesta edição de O Jornal Batista, você encontrará reflexões e testemunhos na seção “Ser líder de juventude é…, com testemunhos de líderes de juventude de todo o Brasil, conhecerá o livro do 29+, uma das coordena-

doria da Juventude Batista Brasileira, e terá acesso a notícias, artigos e recursos que mostram como Deus tem usado a Juventude Batista Brasileira em diferentes contextos.

Convidamos você, leitor, a unir-se em oração e apoio aos líderes de juventude de sua Igreja local, de sua Associação, estado e da obra nacional. Que cada um deles continue sendo instrumento para a formação de discípulos fiéis e comprometidos com a missão de Cristo.  n

O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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FUNDADOR

W.E. Entzminger

PRESIDENTE Paschoal Piragine Jr.

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A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOS

W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946);

Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOS

Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).

ARTE: Oliverartelucas

IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA

A alegria extraordinária de Deus em nós

Guilherme Girão Sul

“Purifica-me de minha impureza, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais branco que a neve. Devolve-me a alegria e a felicidade! Tu me quebraste; agora, permite que eu exulte outra vez. Não continues a olhar para meus pecados; remove as manchas de minha culpa. Cria em mim, ó Deus, um coração puro; renova dentro de mim um espírito firme. Não me ex -

pulses de tua presença e não retires de mim teu Santo Espírito. Restaura em mim a alegria de tua salvação e torna-me disposto a te obedecer” (Sl 51.7-12).

Davi escreveu este salmo após ser confrontado pelo profeta Natã, quando caiu em pecado. Ele estava profundamente arrependido e, em meio à sua oração, encontramos um pedido sincero e poderoso: “Devolve-me a alegria da tua salvação e

sustenta-me com um espírito pronto a obedecer” (Salmo 51.12).

Aqui, Davi nos revela uma verdade muitas vezes esquecida: a alegria verdadeira, plena e extraordinária não vem das circunstâncias, do sucesso ou dos prazeres temporários, mas do Senhor, da Sua presença e da certeza da salvação.

Quando o pecado entra, ele não apenas mancha nossa consciência, mas também rouba a nossa alegria. Davi percebeu que não era só o per -

dão que ele precisava, mas também a restauração da alegria de estar em comunhão com Deus.

O Senhor não oferece uma alegria qualquer, mas uma alegria extraordinária, sobrenatural, que não depende do que está acontecendo ao nosso redor. Ela nasce de um coração purificado, de um espírito renovado e de uma vida alinhada com o Senhor. A fonte da verdadeira e eterna alegria sempre estará em Deus.  n

A alegria de servir a Deus no cotidiano

“Sirvam ao Senhor com alegria; apresentem-se diante dele com cântico” (Sl 100.2).

Na correria da vida, com agendas apertadas, demandas que se acumulam e tantas pressões diárias, servir pode parecer só mais uma obrigação, mais um item na lista a ser riscado. Mas, o chamado de Deus para o serviço não é um fardo pesado. É um presente que nos aproxima do coração de Jesus.

Jesus, o Filho de Deus, o Senhor sobre todas as coisas, escolheu se esvaziar e assumir a forma de servo (Filipenses 2.7). Ele lavou pés empoeirados, acolheu os desprezados, repartiu pão com os famintos. O Rei do universo serviu com humildade, ternura e alegria. Quando servimos, mesmo nas tarefas mais simples, refletimos o caráter d’Aquele que deu tudo por amor.

O Salmo 100 nos convida a servir ao Senhor com alegria. Não com peso. Não por obrigação. Mas com um coração grato, cheio de propósito. Pois, quando o amor a Deus e ao próximo

nos move, o que parecia pequeno se torna extraordinário. Arrumar uma sala antes do culto, montar uma lista de louvor, ouvir um amigo em silêncio, acolher um visitante com um sorriso sincero, servir uma refeição para alguém em situação de rua, na Cristolândia — tudo isso, quando feito com alegria e entrega, manifesta a glória de Deus no cotidiano. Às vezes, pensamos que o serviço para Deus precisa de palco, microfone ou milagres espetaculares. Mas o extraordinário, muitas vezes, se revela na fidelidade silenciosa de quem serve, semana após semana,

sem aplausos, mas com amor. Servir ao Senhor com alegria é confiar que Ele vê aquilo que ninguém mais enxerga. É agradecer por poder participar da obra dEle com o que temos e somos. Quando nosso coração está cheio da Palavra de Cristo (Colossenses 3.16), o serviço deixa de ser cansativo e se transforma em adoração. Jesus é o nosso padrão. Ele não serviu para ser notado, mas porque amava. E amar é servir. Se hoje você estiver cansado ou desanimado, lembre-se: seu serviço não é em vão. Deus está vendo. E, onde há fidelidade, há extraordinário. n

Maria

A maior revelação

“Que a palavra de Cristo habite plenamente em vocês…” (Colossenses 3.16a).

Antigamente, antes dos smartphones e da câmera digital, o processo de revelar uma foto era muito complicado: o laboratorista fotográfico era o responsável por manusear o filme e, depois de muitos processos químicos, a foto aparecia como uma mágica. Era ele quem sabia de eventuais problemas que o processo de revelar a foto poderia trazer para a foto final e o que, na verdade, importava para o cliente que as encomendou.

Eu e você conhecemos o “laboratorista fotográfico” responsável pela maior revelação já vista pela humanidade. Deus escolheu se revelar de uma maneira cotidiana para nós, de forma que podemos conhecê-lo todos os dias, seja folheando as páginas da

Bíblia ou lendo versos que nos transformam e nos mostram os feitos grandiosos de Deus.

Em Colossenses 3.16, Paulo recomenda que os cristãos sejam habitados de forma plena pela Palavra de Deus, pois ela é o nosso guia de fé e prática. É por meio dela que Deus nos mostra como Sua glória se revela: por meio da criação (Salmos 19.1), de Suas grandes obras (Êxodo 40.34-35) e por meio de Cristo (João 1.14).

Da mesma maneira que o laboratorista trabalha naqueles filmes difíceis para que eles fiquem da maneira como ele quer, Deus se revela por meio de nós quando a Palavra dEle habita plenamente em nossos corações. A glória dEle é manifestada em nós quando cumprimos aquilo que a Palavra nos manda fazer e entendemos que o extraordinário é falar da Palavra de forma ordinária, pregar o extraordinário, que é Cristo, fazer o bem aos domésticos da fé, amar o nosso próximo, comunicar a verdade

pastor
Primeiro, o Reino de Deus e a Sua justiça

“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

Jesus ensinou Seus discípulos sobre o nível do valor espiritual que deve caracterizar a nossa vida cristã: “Ponham em primeiro lugar, na sua vida, o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e Ele lhes dará todas essas coisas. Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades” (Mt 6.33-34).

A carta de Paulo aos cristãos que viviam em Roma é bem cla -

que é vida, entre outras coisas. Líder de juventude, cuide do seu tempo com a Bíblia e do seu tempo de oração, pois o reflexo desse tempo será

ra quando revela: “Se Deus está do nosso lado, quem poderá nos vencer? Ninguém! Porque o próprio Deus declara que eles não são culpados. Será que alguém poderá condená-los? Ninguém! Pois foi Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem foi ressuscitado e está à direita de Deus. E Ele pede a Deus em favor de nós. Então, quem pode nos separar do amor de Cristo? Serão os sofrimentos, as dificuldades, a perseguição, a fome, a pobreza, o perigo ou a morte? Como dizem as Escrituras Sagradas: em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor” (Rm 8.38-39).

evidente nos seus liderados. Jovem, que a Palavra de Deus habite plenamente no seu coração e que você transborde a verdade que te alcançou. n

“Por isso eu afirmo a vocês: quando vocês orarem e pedirem alguma coisa, creiam que já a receberam, e assim tudo lhes será dado” (Mc 11.24).

A oração tem o poder que Deus tem. A distância entre o que Deus

pode fazer e o que pedimos a Ele se chama fé. Quem se convence pela força das circunstâncias duvida do poder de Deus. Incredulidade é a conformação com a falta de resultados sobrenaturais. A descrença se parece com a humildade.

Jesus afirma que Deus responde às orações. O que Ele fala gera a fé. Além de ler o que Ele disse, é preciso

A fé e o extraordinário controle de Deus: a porta do extraordinário

ouvi-lo. A fé determina a densidade da influência de Deus em nós. A dúvida apaga a fé de quem alimenta a mente com o que Deus não está fazendo.

O desafio da fé não é o impossível, é o cotidiano. É preciso ter a mesma fé tanto para mover o monte quanto para subi-lo. É impossível realizar algo com a fé sem antes realizar-se inteira-

mente nela. O otimista cria um mundo de possibilidades. A pessoa de fé tem todas as possibilidades no mundo. Aquele que ora já tem a solução no seu coração. A fé cresce quando entra em ação. Creia no extraordinário controle de Deus. Ele não apenas ouve, mas dirige tudo com poder e precisão. Ore sempre. Viva em fé. Que Deus te abençoe! n

Olavo Feijó
& professor de Psicologia

Dia do Líder de Juventude Batista

Jéssica Martins

coordenadora Nacional da Juventude Batista Brasileira

Se pararmos para pensar, ministério com juventudes é algo “recente” em nossas Igrejas e, por isso, seus desdobramentos, configurações e proposta de atuação também. Além disso, a maneira como a perspectiva geracional tem mudado tão rapidamente e a compreensão de que a juventude é um público com demandas bastante específicas torna cada vez mais urgente uma atenção especial para o cuidado desse público na Igreja local. Isso nos leva a uma pessoa que tem papel fundamental nessa questão: o líder de juventude. Seja ele pastor integral ou parcial, seminarista voluntário... a maneira como esse líder atua, cuida da galera e direciona o ministério, vai ser determinante para o desenvolvimento da vida espiritual e a consequente formação dos discípulos adolescentes e jovens em nossas Igrejas.

Olhando para a realidade de grande parte das nossas Igrejas no que tange à tamanho e estrutura, a grande maioria dos nossos líderes de jovens e adolescentes é voluntária, dividindo a liderança com as demandas do tra-

balho e, muitas vezes, com a liderança até mesmo de outros ministérios. Essa grande maioria, pela experiência que adquirimos ao longo desses anos, conhecendo o Brasil, acabou “caindo de paraquedas” na liderança, aceitando o desafio de servir e cuidar sem necessariamente receber algum tipo de capacitação específica para lidar com as demandas desse público tão desafiador.

A maioria esmagadora desses líderes vai ensinar e falar sobre discipulado sem necessariamente compreender na prática os desafios e implicações, por não terem vivido isso sob a direção de outra liderança mais madura.

As questões emocionais, agendas lotadas, desafios familiares, vida escolar/universitária e as ofertas do mundo são dalguns dos desafios enfrentados por jovens e adolescentes em nossas Igrejas e muitas vezes, para além de todos eles, espera-se que a liderança da juventude promova eventos atrativos que mantenham o público entretido e mais presente na Igreja.

São muitas nuances e desafios para viver um ministério com juventudes que entenda a realidade e o contexto específico, tenha foco no que na verdade importa e seja biblicamente saudável e equilibrado.

Pensando em tudo isso, entendemos a necessidade e importância de que a Igreja tenha um olhar atento e amoroso para a liderança das nossas juventudes, não só pensando na valorização e investimento em sua capacitação, como também no cuidado com sua vida de maneira integral. Ainda mais importante, que a Igreja esteja atenta a quem serão as pessoas a quem esse ministério será confiado. Este não é um ministério de segunda classe em que as pessoas fazem um estágio para testar suas habilidades e, caso dê tudo certo, serão promovidas a um ministério de “categoria maior”. Em nome de Jesus, que esse tipo de pensamento seja sempre repreendido e extinto de nosso meio.

Para trabalhar com adolescentes e jovens tem que ser chamado para isso. Precisa amar esse público, mesmo com todos os desafios que estão envolvidos. Precisa ter visão dos céus para direcionar a nova geração com amor, firmeza, equilíbrio e maturidade espiritual.

O Dia do Líder de Juventude Batista foi proposto justamente para lembramos de tudo isso, e como Igreja valorizarmos, apoiarmos e cuidarmos de nossas lideranças. Nessa fase de

grandes decisões, que é a juventude, os ministérios têm auxiliado o pastorado na orientação, discipulado e aconselhamento dessa geração, sem substituir o trabalho pastoral. Líderes e pastores de juventude têm se esforçado para oferecer uma formação bíblica sólida, alinhada com os princípios doutrinários, capacitando os jovens para desafios acadêmicos, profissionais e pessoais. Dedicar o quarto domingo de agosto para celebrar essa liderança é um esforço que esperamos que contribua para a valorização destes líderes e ministros que se dedicam ao cuidado com a formação das novas gerações de Batistas.

A você que lê este texto, eu quero pedir que ore pela liderança de juventude da sua Igreja, Associação, estado e pela liderança nacional. Vale a pena investir na juventude e a gente pode começar a fazer isso a partir do cuidado, valorização e formação de líderes que vão poder conduzir nossos jovens e adolescentes em amadurecimento e crescimento espiritual que seja biblicamente saudável, formando discípulos comprometidos com Jesus e sua missão. n

“O que significa ser líder de juventude para você?”

Líderes de jovens Batistas de todo o Brasil compartilharam suas impressões sobre este importante ministério.

Estevão Júlio

jornalista na Convenção Batista Brasileira

No quarto domingo de agosto, os Batistas brasileiros celebram o Dia do Líder de Juventude. A data foi incluída em nosso calendário recentemente, a

pedido da Juventude Batista Brasileira (JBB), e aprovada pelo Conselho Geral da Convenção Batista Brasileira (JBB) em uma de suas reuniões. Para marcar essa ocasião especial, líderes de juventude de diferentes partes do Brasil compartilharam o que esse chamado representa em suas vidas.

Depoimentos de líderes de jovens Batistas do Brasil

“É viver em constante movimento, sem perder o firme fundamento no que é eterno.

Servir ao Senhor cuidando de jovens é uma honra, pois trabalhamos com um potencial que impacta tanto o presente quanto o futuro. Vejo essa missão como uma âncora: o jovem é intenso, assim como o amor que Jesus nos ordena a ter por Deus (de todo o coração, alma, força e entendimento). Esse chamado é para uma vida profunda, e quanto mais cedo o abraçarmos, melhor.”

- Romilson Júnior, pastor de jovens na Igreja Batista Boas Novas, em Cuiabá - MT

“Ser líder de juventude, para mim, é primeiramente viver em obe diência ao Senhor. É entender que a vida é totalmente dependente dEle; não é sobre mim, mas sobre Ele em mim. Não é sobre o que eu sei ou consigo fazer, mas sobre confiar na direção e no cuidado do Senhor. É viver em santidade, com uma vida dedicada a Ele, desfru tando do privilégio e da responsabilidade de estar nessa posição. É conduzir o rebanho a um só objetivo: Cristo. Também é desfru tar das amizades, da partilha de vidas, das alegrias que nascem no caminho, sempre lembrando que tudo é para a glória de Deus.”

membro da Igreja Batista Coroa

“Ser líder de juventude, para mim, é muito mais do que organizar eventos ou preparar reuniões. É entender que sou um servo que ama a Deus acima de tudo e que foi chamado para servir e cuidar da juventude com zelo, amor e responsabi lidade, investindo em cada vida como parte da missão que Ele me confiou.”

- Cezar Vinicius de Oliveira Lima, membro da Segunda Igreja Batista de Manaus - AM

“Significa deixar de olhar os meus próprios interesses e perceber que a juventude é uma galera amada por Deus, com quem eu posso aprender, mas ao mesmo tempo contribuir com a vida de cada um deles.”

- Ewerton Pereira, membro da PIB no Tabuleiro, em Maceió - AL

“Ser um líder de juventude é um privilégio! É a oportunidade de fa zer parte do que Deus tem feito para impactar a próxima geração. É ser um guia para jovens viverem uma fé verdadeira, formando discípulos, caminhando com eles, formando novos líderes. É ser mentor, discípulo, mãe, pai, amigo, ser presença constante! O privilégio não está apenas em servir, mas em testemunhar vidas sendo moldadas por Deus e saber que, de alguma forma, Ele nos usou para isso!”

- Lucineia Honnef Sena, membro da Primeira Igreja Batista Pioneira, em Blumenau - SC

“Ser líder de juventude é pastorear corações e preparar a próxima geração para viver o evangelho de forma autêntica, servindo pelo exemplo, caminhando junto, orientando e inspirando. É conectar a Palavra à realidade do jovem, ajudando-o a encontrar propósito em Cristo, desenvolver dons e se tornar discípulo que faz discípulos, amando como Jesus e crendo no potencial que Deus colocou em cada

- Bruno H. do Nascimento, membro da Igreja Batista Espirito Santo às Nações - SP

Que Deus abençoe a Juventude Batista Brasileira e os líderes de juventude em todo o Brasil, nessa nobre missão de conduzir outros adolescentes e jovens na jornada cristã. O material do Mês da Juwww.mesdajuventude.com.br

Da Selva de Pedra para a Amazônia. De Radical a Pastor

Redação de Missões Nacionais

Wellington Castro Júnior é um paulistano que tinha o sonho de ser militar. No entanto, os planos de Deus eram diferentes. Ele fez o curso Técnico em Enfermagem e, cada vez mais, foi tendo certeza de que o futuro não seria como imaginava: “Nunca dava certo, nem quando tirei uma nota muito boa! O sonho ia ficando esquecido, e Deus foi direcionando meu coração para cuidar de pessoas por meio da Enfermagem.”

Nessa fase, ele conheceu o Barco O Missionário. Deus foi confirmando o chamado em cada evento, pregação e testemunho missionário:

“A imagem daquele barco não saía mais da minha mente, e meu coração queimava pela Amazônia, sem nem entender direito o que era feito lá”, compartilha.

A confirmação final veio quando a missionária Hanna, do Projeto Amazônia, pregou na sua igreja com o texto de Lucas 10.9: “E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus.” Nesse momento, ele teve certeza de que deveria ir para o campo missionário! “Eu já sabia há dois anos qual era a vontade de Deus, mas esperei meu curso acabar.”

Em 2021, Wellington fez parte da turma 18 do Radical Amazônia, formado como Técnico em Enfermagem e Informática. Ele serviu em vários campos missionários: Comunidade no Lago de Jutaí - AM, Jutaí - AM e Rio Crespo - RO.

Foram muitas as experiências. “A primeira conversão me marcou muito! Foi no meu primeiro campo. Na

visita a um jovem chamado Josiel, enquanto conversávamos, ele começou a se emocionar. Quando falamos sobre quem era Jesus e o que Ele fez, Josiel se derramou em lágrimas e disse: ‘Agora entendo de verdade quem é Jesus’”, lembra.

Deus fez ainda mais. A turma 18 trouxe um grande presente para Wellington: a missionária Juliana Castro, com quem se casou em janeiro de 2024. “Ela influenciou não por

pedir ou falar, mas por ser quem ela é. Uma esposa de pastor das boas. Olhar para isso teve grande peso para minha aceitação ao chamado do Senhor.”

O jovem missionário Wellington nunca pensou em ser pastor. Chegou a relutar, por não se achar capaz para essa responsabilidade gigantesca, mas Deus foi claro, e ele obedeceu! Wellington formou-se como bacharel em Teologia pelo Seminário do

Sul e, no dia 14 de junho de 2025, foi aprovado no concílio e ordenado ao ministério pastoral. “Foi um dia de várias emoções: insegurança, medo, segurança, dependência, choro, riso, gratidão, unidade... às vezes, tudo ao mesmo tempo.”

Ore pela vida do pastor Wellington e de sua esposa Juliana.

Se você deseja viver uma experiência Radical, acesse: missoesnacionais.org.br/sou-radical n

Voluntária de Recife mobiliza participantes para o 25° Congresso Nacional da Maturidade

Estevão Júlio

Carmita Mendonça também atua como voluntária em diversos projetos em Pernambuco.

jornalista na Convenção Batista Brasileira

Falta pouco mais de um mês para o 25° Congresso Nacional da Maturidade, programação realizada pela Convenção Batista Brasileira para a 3ª idade, que acontecerá no Mar Hotel, em Recife - PE, de 25 a 28 de setembro, com uma programação que vai reunir música, mensagens, testemunhos, palestras e muito mais.

Para o sucesso do evento, além da divulgação em redes sociais, a mobilização de líderes de ministério de Terceira Idade e caravaneiros é fundamental, como, por exemplo, a irmã Carmita Mendonça.

A irmã Carmita é membro da Segunda Igreja Batista em Areias, em Recife - PE, e atua no ministério “Maturidade Ativa”, que reúne idosos para atividades com artesanato.

Ela compartilhou como surgiu a ideia de reunir o grupo de artesanato. “Começamos com essa sala, com duas pessoas da comunidade, não cristãs. Comecei a orar, pedindo a Deus que mandasse idosos para aquela sala, e hoje, estamos com 25 pessoas na sala”, compartilhou.

Hoje, o grupo é formado por idosos da Segunda Igreja Batista em Areias, onde Carmita é membro, e idosos de comunidades vizinhas, cristãos ou não. E segundo ela, a comunicação sobre o artesanato é feita entre os próprios participantes.

Irmã Carmita

No projeto, Carmita explica que os idosos aprendem a produzir peças variadas. “Cada semana temos uma professora voluntária e cada professora leva sua aula. São bonecas de peso de porta, toalhas de prato, bolsas com fuxicos e botões, porta-toalhas... São muitos tipos de artesanatos e eles mesmos vendem”, detalhou.

E, como o Maturidade Ativa é um projeto cristão, não pode faltar os momentos devocionais. “Antes de começarmos as aulas, nós oramos por todos e fazemos um pequeno estudo”, contou a irmã Carmita, que também compartilhou os frutos destes momentos de devoção.

“Já tivemos conversão, idosos que aprenderam mais da Palavra de Deus para levar para suas Igrejas. Eu falo que a nossa sala é uma sala de terapia ocupacional, porque, enquanto elas estão na sala, estão ocupando as mentes, conhecendo outras pessoas...

Atividades realizadas nos projetos em que a irmã Carmita participa

Já tivemos pessoas com depressão que foram curadas na sala. Então, as meninas, assim como eu gosto de chamar elas, são muito ativas. Glori ficado seja o nome do Senhor Jesus!”, expressou.

Além da atuação no ministério Ma turidade Ativa, Carmita é voluntária na Cristolândia Feminina, em Pernambuco, e está mobilizando idosos de Recife e região para participarem do 25° Congresso Nacional da Maturidade, pois moradores da região têm uma modalidade de inscrição especial Ela relatou, ainda, suas expectativas para esse congresso e por que decidiu ajudar na mobilização para o evento. “Muito boa (expectativa), porque eu gosto muito de ajudar as pessoas dentro das minhas possibilidades.

A irmã Carmita também nos contou que esta será a terceira vez que participará do Congresso Nacional da Maturidade. “Sim, já participei em Maceió

e quando foi aqui, na praia Porto de Galinhas. Esse é o terceiro”, informou. Esse congresso é para você, querido(a) irmão(a), da Terceira Idade, e para você, que é líder deste ministério tão precioso para as nossas Igrejas e denominação.

25° CONGRESSO NACIONAL DA MATURIDADE

Data: 25 a 28 de setembro de 2025

Local: Mar Hotel - Boa Viagem - Recife, PE

Tema: Chamados para Viver e Anunciar o Amor Gracioso

Preletores: Pr. João Emílio Cutis, Pr. Alberto de Freitas e Pr. Fernando Brandão

Participação Musical: Paulo CezarGrupo Logos

Palestrantes: Dr. Misael Martines, Dr. Felipe César e Ed. Elana Ramiro

Testemunhos: Silvana Martines (JMN) e Veralúcia Ferreira (JMM)

Mais informações e inscrições no QR Code:

Jogo da Vida aproxima faixa etária 29+ das

atividades da Juventude Batista Brasileira

Coordenadoria também lançou um livro durante o Congresso.

Elkênita Guedes coordenadora do 29+

William Costa doutorando em Comunicação, membro da Primeira Igreja Batista em Murinin - PA e jornalista voluntário no Seminário Teológico Batista Equatorial

Durante o Despertar, o maior encontro de jovens Batistas do país, realizado entre os dias 23 e 26 de julho, na Primeira Igreja Batista de Curitiba - PR, a Coordenadoria 29+ da Juventude Batista Brasileira (JBB) promoveu uma ação inusitada: o “Jogo da Vida”, uma adaptação do famoso jogo de tabuleiro voltada para reflexões sobre a trajetória pessoal e espiritual de participantes a partir dos 29 anos.

A dinâmica convidava o público

a passar por diferentes “estações da vida”, como carreira, família, estudos, vocação, sonhos e casa própria, refletindo sobre os avanços, retrocessos e pausas que marcam o caminho. Entre as etapas, havia desafios de oração e espaços de encaminhamento para diálogos mais profundos com conselheiros ou psicólogos no Hangout (serviço de apoio psicológico), além de momentos de intercessão na Sala de Oração.

Embora pensada para o público 29+, a atividade também atraiu adolescentes e jovens de outras faixas etárias, favorecendo a troca de experiências e fortalecendo vínculos.

“Queremos mostrar que cada fase da vida tem valor diante de Deus e que, mesmo com altos e baixos, o presente é um presente que deve ser vivido plenamente, com fé e esperança”, afirmou

Elkênita Guedes, coordenadora do 29+ e membro da Igreja Batista na Avenida Liberdade em Recife - PE.

Lançamento de livro

Além da ação, a coordenadoria lançou o livro “Diálogos para Líderes 29+”, do pastor Geandre Moret e Solange Alves, produzido em parceria com a Convicção Editora. Dividida em duas partes, a obra traz orientações para implementação de ministérios voltados ao público 29+ nas Igrejas e estudos aplicáveis a líderes, pastores e membros. O material, fruto de anos de atuação e pesquisa, está disponível gratuitamente

online. Aponte a câmera do seu celular para o QR Code que está na imagem de divulgação e faça o download.

Sobre a coordenadoria 29+

Criada em 2013, a Coordenadoria 29+ busca atender às demandas específicas de quem vive a transição entre a juventude e a vida adulta, um grupo que muitas vezes não se identifica plenamente com as atividades voltadas a jovens mais novos ou a adultos de mais idade. A proposta é despertar nas igrejas a atenção para essa faixa etária e capacitá-las a abordar temas pertinentes à sua realidade. n

Aponte a câmera do seu celular para o QR Code e faça o download

Alguns integrantes do grupo 29+ no WhatsApp se encontraram no Despertar
Realização do “Jogo da Vida” durante o Despertar

O extraordinário em nós: Pernambuco se reúne em grande abertura do mês da juventude

Mais de 1000 pessoas se reuniram na capela do Seminário do Norte.

Edson Mota

membro da Igreja Batista Emanuel em Maranguape I, em Paulista - PE

Júlia Farias

membro da Igreja Batista em Bela Vista, em Vitória de Santo Antão - PE

Foi dada a largada no mês da juventude! Região Metropolitana, Zona da Mata, Agreste e Sertão: jovens e adolescentes de todo Pernambuco se juntaram no Recife, no dia 05 de agosto, para celebrar o mês da juventude Batista no Estado. Ao todo, mais de 1000 pessoas se reuniram para adorar ao Senhor na Capela David Mein, no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB), área central da capital pernambucana, em um culto organizado pela Juventude Batista de Pernambuco (Jubape).

A programação começou durante a tarde, com jornadas de conteúdo organizadas por egressos do STBNB. Além disso, diversos stands foram organizados na área externa com comidas, camisas, livros e outros materiais voltados para o público-alvo. Posteriormente, como se fossem os preparativos para o culto, algumas Igrejas tiveram a oportunidade de louvar ao Senhor no local Além disso, o

Mais de mil pessoas participaram do culto realizado na Capela David Mein, no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB), promovido pela JUBAPE

momento contou com a participação do grupo Adoradores do Sertão, que adora a Deus através do forró.

À noite, o culto realizado contou com a participação de representantes de várias associações regionais do Estado e de caravanas chegando de diversos municípios. A Jubape organizou, ainda, um coro em Libras para louvar um hino na língua de sinais. A proclamação da palavra ficou sob responsabilidade do pastor André Guímel, da Igreja Batista em JK, em Arcoverde, no Sertão pernambucano. Ao final, como não poderia deixar de ser, o culto foi finalizado ao som de músicas conhecidas do meio Batista, como “Até que Ele Venha” e “Videira”.

Brenda Riedel, presidente da Jubape, compartilhou sua alegria pelo evento:

“A abertura do Mês da Juventude foi extraordinária! Ver nossa juventude reunida, vibrando em adoração e com o compromisso de viver a missão de Cristo, foi algo muito especial. Senti um grande orgulho e gratidão por fazer parte de um movimento tão vivo, que não se limita a um único dia, mas que nos inspira a seguir em frente durante todo o ano.”

O pastor Paulo Eudes, presidente da Convenção Batista de Pernambuco (CBPE), destacou a importância da juventude neste tempo: “Louvamos a Deus pela grande resposta da juventude ao chamado. Neste ano, com o

tema ‘O Extraordinário em Nós’, lembramos que, apesar das nossas limitações, carregamos o poder e a glória de Deus. A mensagem do pastor André Guímel foi um verdadeiro desafio para todos, nos convidando a refletir sobre o extraordinário que Deus quer realizar em e através de nós, agora, e não apenas no futuro”.

Com um público engajado e um culto repleto de momentos marcantes, a abertura do Mês da Juventude Batista foi uma grande bênção. O evento não só celebrou a fé, mas também renovou o compromisso da juventude com a missão de Cristo, abrindo portas para um mês de intensa adoração, aprendizado e transformação. n

Evento da Juventude Batista Caxiense,

“Diazão Batista

2025” reúne quase 400 jovens

Todos os setores da Associação Batista Caxiense foram representados.

do Brasil, em Duque de Caxias - RJ; secretário-Executivo da Associação Batista Caxiense

Com o objetivo de promover comunhão, integração e crescimento espiritual entre jovens e adolescentes, a Associação Batista Caxiense (ABC) realizou, em 19 de junho, o Diazão Batista 2025. O evento aconteceu na Cidade Batista Caxiense, em Duque de Caxias - RJ, reunindo participantes de diversas Igrejas dos quatro setores da ABC.

A programação foi marcada por um clima de alegria e unidade. Ao longo do dia, os participantes participaram de torneios de futsal, queimado e FIFA, além de atividades recreativas volta-

O evento foi realizado na Cidade Batista Caxiense, em Duque de Caxias - RJ

das para crianças e adolescentes. A cantina funcionou durante todo o evento, e o almoço foi um dos destaques.

O encontro reforçou o sentimento de que Jesus está fazendo algo novo

Participantes durante atividades recreativas

no meio da juventude batista caxiense. A liderança da ABC agradece o apoio de Igrejas, pastores, pastoras e voluntários.

O presidente da Juventude Batista Caxiense (JUBAC), Lucas, e sua equi-

pe receberam reconhecimento pela coordenação do encontro. “Deus seja louvado pela vida de cada um de vocês. Contem sempre com o suporte da ABC. É tempo de viver o extraordinário”. n

Carlos Alberto dos Santos pastor da Primeira Igreja Batista Universitária
Fotos: Dryele Dávila e Gabriel Alessandro, membros da IV Igreja Batista do Centenário no Curado I

Batismos se tornam ação evangelística ao ser realizado na praia de Rimini, na Itália

No dia 9 de agosto, a praia pública de Rimini, na Itália, tornou-se palco de um culto especial conduzido pela CHIESA EVANGELICA BATTISTA SOLO CRISTO (Igreja Evangélica Batista Só Cristo). Membros da Igreja e banhistas curiosos acompanharam a celebração de um batismo, guiado pelo nosso missionário, o pastor Fabiano Nicodemo. O batismo foi de duas mulheres, Rose e Letizia, que são membros da Igreja e estavam radiantes de descer às águas, um ato público de proclamação de sua fé em Jesus Cristo.

Em sua fala inicial, o pastor destacou que o batismo, segundo a Bíblia, é um ato voluntário que acontece após a fé em Jesus Cristo, como sinal de obediência e compromisso. Um contraponto a realidade do país cujo a maioria das pessoas se batizaram quando ainda bebês na Igreja católica, e portanto, não têm uma compreensão do batismo ensinado na Palavra de Deus. O missionário ressaltou que a salvação não vem da água, mas do sacrifício de Cristo na cruz. Rose foi a primeira a compartilhar o seu testemunho: “Meu nome é Rose, e meu marido, meu filho e meus amigos são irmãos em Cristo. Eu fui consagrada a Jesus ainda bebê, com poucos meses de vida, por uma tia que me levou à Igreja. Mas somente mais tarde, aos 19 anos, diante de uma dolorosa perda — a da minha mãe —, foi que eu O conheci e senti o Seu amor perto de mim. Sem Ele, naquela ocasião, eu não teria conseguido suportar. Ter Jesus na nossa vida é ter um Pai Celestial sempre pronto para nos ouvir, um amigo fiel, um Senhor, e saber que nunca estamos sozinhos. Hoje, me batizo para estar em acordo com a Igreja que frequento e reafirmar meu amor por Ele e o Seu senhorio na minha vida. Quero deixar para todos uma mensagem, um versículo para reflexão, que está em Mateus 11:2830: ‘Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as

suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.’

Eu agradeço a todos. Agradeço especialmente pela vida do pastor Fabiano e à Igreja Batista de Rimini, que me acolheu. E, sobretudo, agradeço a Jesus, porque Ele está presente, Ele está vivo e Ele vive hoje. Eu quero apenas alegrar o Seu coração.”

Em seguida, Letizia deu o seu testemunho: “Eu nasci e cresci em uma família cristã evangélica no Brasil. Meus pais, meus avós, meus tios sempre trabalharam muito, e para mim sempre foi algo natural ouvir falar de Deus, conhecer a Bíblia e ir à Igreja aos domingos. Cresci nesse ambiente, e isso foi muito importante para mim. Mas me lembro bem que quando eu tinha uns cinco ou seis anos, mais ou menos a idade do meu filho, numa manhã de domingo, na classe bíblica especial para crianças, minha professora disse: ‘Quem quiser orar e convidar Deus para habitar em sua vida, levante a mão e ore.’ E eu orei: ‘Senhor, sei que Tu és o único Deus vivo que me ama. Reconheço que sou pecadora e que, sem Ti, não mereço o céu. Creio que Jesus, morrendo na cruz, me salvou do pecado e da morte.’

Caminhar com Deus não é mágica. Não é algo que faz os problemas desaparecerem ou que, no dia seguinte,

você já seja o cidadão mais exemplar. Eu continuo tendo que trabalhar, fazer minhas tarefas, pagar as contas… mas a diferença é que eu não estou sozinha. Deus me vê. Ele vê meus sofrimentos, minhas dificuldades, minhas alegrias e minhas esperanças. Ele me dá esperança e certeza todos os dias. Isso foi importante para mim. E Ele continuou trabalhando na minha vida quando me tornei mãe, porque percebi o quanto muitas vezes somos egoístas, ocupados com trabalho, despesas e problemas. Muitas vezes pensamos: ‘Ir à Igreja no domingo não muda nada para mim’. Mas isso não é verdade. Deus me mostrou com Sua paciência infinita quando sou teimosa, quando reclamo. E, mesmo assim, todos os dias Ele se revela, me corrige e me abençoa. No meio de todas as alegrias e lutas, continuo crendo que Ele me conduz a cada dia — não porque eu faço por mim mesma, mas porque é Ele quem faz por mim. Ele está à minha frente. Sou grata e muito feliz por estar aqui hoje, para testemunhar que Ele está vivo, que Ele ouve, que Ele me ama e quer fazer o melhor por mim, assim como um pai faz o melhor por seus filhos.”

Após os testemunhos, o pastor Nicodemo conduziu o batismo das duas irmãs diretamente no Mar Adriático, onde confirmou a fé e o compromis-

so delas com Cristo, e imergindo-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O culto foi encerrado com cânticos, orações e um chamado à missão.

O pastor lembrou que a evangelização na Europa é um desafio urgente e que cada cristão tem um papel na proclamação do Evangelho. “Isso é apenas o começo. Deus está fazendo muito, e cada um precisa fazer a sua parte. Eu procuro fazer a minha, você vai fazendo a sua, e juntos nós vamos fazer a obra de Deus”, concluiu.

Para assistir ao video completo do batismo, em italiano, acesse o link no

QR Code:

Você também é parte disso quando ora, mobiliza, vai ao campo e oferta. Estamos na Itália e em mais 96 países com 2.300 missionários cumprindo a ordenança de Jesus. E só estamos lá fora porque você está no Brasil segurando as pontas e sendo nosso parceiro.

Obrigada por apoiar Missões Mundiais e o IDE de Cristo através de nós. Deus te abençoe! n

Mulheres Batistas Fluminenses realizam 110ª Assembleia Anual

Izilda Portela de Miranda Santos jornalista, presidente da União Feminina Missionária Batista Fluminense

Cerca de 1300 pessoas estiveram reunidas no dia 19 de julho, no templo da Primeira Igreja Batista em Pavuna - RJ, na 110ª Assembleia da União Feminina Missionária Batista Fluminense (UFMBF), numa programação que promoveu o crescimento espiritual e fortalecimento do trabalho feminino no estado do Rio de Janeiro.

Com o coração cheio de gratidão e propósito, mulheres vindas de várias regiões do estado usufruíram de momentos marcantes, onde foram informadas, através de relatórios inspiradores, daquilo que as mulheres Batistas têm realizado em suas Igrejas e Associações, além de celebrarem os feitos de Deus em suas vidas, numa programação que teve como tema “Cada mulher cristã, uma discípula compartilhando o amor gracioso”.

A Assembleia incluiu, além dos relatórios, momentos de louvor, pales-

Encontro reuniu cerca de 1300 participantes.

Tempo dedicado a pareceres e deliberações

tras inspiradoras ministradas pelas irmãs Márcia Villar Antunes e Raquel Zarnotti, um Painel debatendo sobre como alcançar as novas gerações e apresentação de coreografia pelas Mensageiras do Rei da Associação Planície.

A presidente da UFMBF, Izilda Portela, destacou a importância do encontro como espaço de renovação espiritual e incentivo mútuo. “Este é um tempo especial em que celebramos o

Primeira Igreja Batista em Pavuna - RJ ficou lotada para o evento

que Deus tem feito por meio da vida de cada mulher Batista fluminense, ao mesmo tempo em que refletimos sobre o quanto ainda temos por fazer, cumprindo assim a nossa missão”.

A Assembleia encerrou-se com muita alegria e entusiasmo e fomos desafiadas, através de uma declaração construída por uma Comissão especial, cuja relatora foi a irmã Marlene Baltazar da Nóbrega, reafirmando a missão da UFMBF de servir com amor,

dedicação e excelência.

Ao final do evento, muitas participantes relataram terem sido renovadas para continuar atuando em suas Igrejas locais e Associações com ainda mais entusiasmo e propósito. Damos graças a Deus pelo tempo que vivemos e por ter nos permitido cumprir nossos objetivos com essa realização. Seguimos trabalhando guiadas pelos propósitos da nossa Organização. n

Reinauguração da IB Conexão - RS celebra um novo

tempo de fé e missão

para os Batistas gaúchos

Entrega de um prédio restaurado foi o marco de uma história de superação, após a tragédia climática que atingiu o estado em maio de 2024.

Kátia Brito jornalista

Em uma noite marcada por emoção, gratidão e esperança, os Batistas gaúchos celebraram a reinauguração da Igreja Batista Conexão, em Guaíba - RS. O momento, mais do que a entrega de um prédio restaurado, foi o marco de uma história de superação, após a tragédia climática que atingiu o estado em maio de 2024 e deixou marcas profundas em Igrejas, famílias e comunidades.

Para o diretor-executivo da Convenção Batista do Rio Grande do Sul (CBRS), Egon Grimm Berg, a data é histórica. “Hoje é um dia para ser lembrado com gratidão e lágrimas nos olhos. O que vemos aqui não é apenas um templo restaurado, mas um espaço de cura, renovo e missão. Cada parede desta Igreja contará histórias de superação e cada culto será celebração da graça de Deus! Somos gratos à Convenção Batista Brasileira, às Convenções Estaduais, às Igrejas de todo o Brasil, e aos voluntários que

Igreja durante a tragédia climática no RS, em 2024

se uniram para que este sonho se tornasse realidade. Ebenézer! Até aqui nos ajudou o Senhor.”

O pastor da Igreja local, André Luiz, relembrou os desafios enfrentados e expressou sua gratidão pela rede de apoio que se formou em todo o país. “Hoje é dia de festa, mas também de lembrar de tudo que passamos: desafios, tristezas, perdas. Meu sentimento é de gratidão a Deus e a todos que oraram, ofertaram e trabalharam conosco. Durante esses 14 meses, uma frase me acompanhou: tornar o Deus

Fachada da recém-inaugurada

Igreja Batista Conexão - RS

invisível, visível. Foi isso que vocês fizeram, com amor e generosidade.”

A celebração também contou com a presença do pastor Haimo, da Igreja Batista Transformação - Três de Maio, cuja liderança mobilizou diversas frentes de ajuda durante a fase mais crítica da reconstrução. Ele destacou o valor espiritual da experiência vivida. “Participar deste processo foi um privilégio. A tragédia trouxe dor, mas também oportunidades extraordinárias. Empresários e voluntários doaram tempo, recursos e amor. A sensação

de impotência no início foi transformada em renovo espiritual. Para nós, foi como viver na Casa do Oleiro: o Espírito Santo tratou cada coração. O que começou hoje vai além da estrutura física — é um novo tempo de viver o Evangelho de verdade.”

Durante a reinauguração, a CBRS homenageou voluntários e apoiadores, como os irmãos João e Wencelau, responsáveis pela obra com excelência, e o arquiteto Hugo, que acompanhou tecnicamente as reconstruções de diversas Igrejas. A Igreja Batista Transforamação - Três de Maio, liderada pelo pstor Haimo, também recebeu uma placa de gratidão pelo envolvimento constante na missão de restauração.

A reinauguração da Igreja Batista Conexão encerra um ciclo e inicia um novo tempo de fé e missão. Sob o tema do centenário da CBRS, “100 anos evangelizando o povo gaúcho – Façamos infinitamente mais!”, o templo se torna, a partir de agora, um farol de esperança, cura e envio para Guaíba e para o Rio Grande do Sul. n

NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

AMBB promove 32º encontro com reflexão e música em Colombo - PR

Programação reuniu músicos de várias partes do país para capacitação, reflexão e música.

Momento de oração intercessória

Samuel Barros pastor, presidente da Associação dos Músicos Batistas Brasileiros

Entre os dias 01 e 04 de agosto de 2025, a Estância Betânia, em Colombo - PR, recebeu o 32º Encontro da Associação dos Músicos Batistas Brasileiros (AMBB). O evento contou com a participação de músicos, líderes religiosos e representantes de diversas Igrejas do Brasil, promovendo integração entre música, espiritualidade e reflexões sobre os desafios enfrentados pela Igreja Batista na atualidade.

O encontro teve palestras inspiradoras e apresentações musicais de alto nível. Entre os preletores, destacaram-se Erik Saes, pastor na Primeira Igreja Batista de Curitiba - PR, que abordou o tema “Conectando as novas gerações”, trazendo estratégias para envolver crianças e jovens; Paulo Davi e Silva, da Rede Global de Oração e Campus da PIB de Curitiba, que refletiu sobre a “Unidade na oração”; e pastor Samuel Vieira Barros, presidente da AMBB, com a palestra “As provas para unidade”, discutindo como a música e a adoração podem promover união e transformação comunitária.

Momentos musicais especiais encheram o evento de emoção, com destaque para o recital de canto e piano, com a soprano Ana Paula Machado e o pianista Ben Hur Cionek, além do concerto da Orquestra Compromisso Adoração, sob regência da maestrina Even Zub Dutra. O Coral do Encontro, regido por Eder Campos, da Igreja Batista do Barro Preto - MG, e acompanhado ao piano por Marselle Santos, uniu participantes em um momento emocionante de adoração coletiva.

Outro marco foi a gravação da 2ª edição do projeto “Nossos hinos. Nos-

O evento reuniu músicos, líderes religiosos e representantes de diversas Igrejas do Brasil

Palestras inspiradoras marcaram o encontro Concerto da Orquestra Compromisso Adoração, sob regência da maestrina Even Zub Dutra

sa identidade”, dedicada ao registro dos hinos de Natal do Hinário para o Culto Cristão (HCC). Este projeto fortaleceu a identidade musical Batista, destacando a riqueza desses hinos como parte importante da tradição cristã.

Os momentos de louvor também foram inesquecíveis, liderados por Tallita Todeschini e pelo ministério Compromisso Adoração, da PIB Curitiba, além da participação de Sarah Moret (SIB Curitiba), Rodrigo Lara (Igreja Batista do Bacacheri - PR) e da Associação dos Músicos Batistas do Paraná, que conduziram os participantes a momentos de profunda espiritualidade. Paulo Queiroz, da Primeira Igreja Batista da Penha - SP, trouxe ainda mais unção e comunhão às ministrações.

A realização do encontro só foi possível graças a parcerias importantes, como a Escola de Adoração e Artes da Convenção Batista Brasileira, Igreja Batista do Bacacheri - PR, Convenção Batista Paranaense, Associação dos Músicos Batistas do Paraná, Igreja Batista do Barro Preto - MG e Primeira Igreja Batista de Curitiba. O apoio desses parceiros foi essencial para o sucesso do evento, fortalecendo a unidade entre músicos e líderes.

Ensaio do coro para as gravações natalinas

Convocamos você a se unir à AMBB e fazer parte dessa rede nacional de músicos Batistas. Nossos associados têm a oportunidade de trocar experiên cias ministeriais, aprender com outras vivências e aperfeiçoar seus talentos e chamado. Para mais informações, siga-nos no ou contate-nos pelo sicosbatistas@gmail.com ximo grande evento! Nos dias 20 e

21 de janeiro de 2026, em Salvador - BA, acontecerá o 42º Congresso da AMBB, durante a Semana Batista de de edificação e aprendizado no

Jesus, nosso modelo de misericórdia

O Senhor Jesus sempre agiu e age com misericórdia. O Seu coração está inclinado para a nossa miséria. O cristão age com misericórdia porque tem, em sua nova natureza, a abundância de misericórdia recebida de Cristo Jesus. Ao recebermos a Cristo como Salvador e Senhor, recebemos a Sua natureza e, com ela, todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais (Efésios 1.3). No Seu abençoadíssimo ministério, o Salvador agiu com misericórdia. O cego Bartimeu, mostrando a sua fé e humildade, clamou à misericórdia de Jesus e foi atendido plenamente (Marcos 10.46-52).

Jesus ensinou que são bem-aventurados, mais que felizes, os mi-

sericordiosos, porque alcançarão misericórdia (Mateus 5.7). Como precisamos ter misericórdia dos perdidos, dos doentes, dos miseráveis ou dos que vivem na pobreza extrema. Misericórdia para perdoar, levantar, encorajar, compreender, ouvir e falar. Somos filhos do Pai das misericórdias (II Coríntios 1.3-5).

Como Jesus, devemos alimentar os famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, visitar os doentes, visitar os presos, ajudar os que mais precisam (Mateus 25.31-46). O Senhor Jesus ordenou aos discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mateus 14.16). Como discípulos de Jesus, somos testemunhas e agentes da misericórdia.

Jesus demonstrou misericórdia

com os cegos, com os paralíticos e com os marginalizados. Na parábola do Samaritano (Lucas 10.25-37), a violência (os assaltantes), a insensibilidade da religião (sacerdote e levita) e o amor e a misericórdia do Evangelho (o Samaritano) caminham em direções conflitantes. O Senhor Jesus ensinou que o amor e a misericórdia transcendem as questões de raça e de religião. O sistema religioso não confere misericórdia, mas o Evangelho o faz com brilhantismo. Atitudes e ações de misericórdia são traços do cristão autêntico. A frase “a misericórdia triunfa sobre o juízo” significa que a compaixão e o perdão são mais poderosos e eficazes do que a punição e a condenação (Tiago 2.13).

A misericórdia, diante de todo tipo de necessidade humana, é uma marca tão essencial do cristão que pode ser usada como teste da fé verdadeira. Não é opcional, nem tampouco um acréscimo à vida cristã. Ao contrário, a vida dedicada às obras de misericórdia é uma marca que não pode faltar à fé verdadeira (Tim Keller).

Num mundo marcado pela insensibilidade, pelo individualismo, pelo preconceito, pela violência e por outras mazelas, devemos aprender com o Senhor Jesus a grande importância da misericórdia. O mundo precisa de atitudes e ações abundantes de misericórdia. A vida de Jesus sempre foi marcada pela misericórdia. Por esta razão, Ele é o nosso modelo perfeito de misericórdia. n

Deus faz o extraordinário onde há corações dispostos no ordinário

“E Filipe se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia” (Atos 8.40 - Leia a partir do versículo 26).

Já parou para pensar como muitas das coisas mais incríveis que Deus fez foram em momentos simples?

Na passagem em Atos 8.26-40, Fili-

pe foi enviado por Deus para Cesaréia, tendo que atravessar o deserto, um lugar onde não havia nada. Mas ali ele encontrou um homem sedento por entender as Escrituras. E, inspirado pelo Espírito Santo, ele explica a Palavra ao homem, o batiza e segue a missão que nosso Deus o enviou.

Entende que tudo aconteceu em um dia comum, numa estrada comum, com um desconhecido comum? Nosso Deus estava ali e foi extraordinário.

Filipe não precisou estar em um local específico para pregar a Palavra de Deus. Ele estava no caminho do deserto, e ali Deus o usou. Filipe apenas obedeceu à direção do Espírito Santo. Não discutiu, não questionou, ele foi.

Como jovens, Deus nos chama para sermos fiéis. A missão não é sobre fazer algo grandioso, mas sobre ser sensível ao Espírito Santo no ordinário do dia a dia.

Jesus nos mandou ir por todo o

mundo (Marcos 16.15), mas o “mundo” começa onde estamos. Começa com uma conversa, com um olhar atento, com uma atitude diferente. Quando você vive com o coração na missão, a escola e a faculdade viram campo missionário, o Instagram vira púlpito, o trabalho vira lugar de pregação viva. Não espere um projeto missionário para cumprir a missão. Lembre-se: viver a missão é estar pronto para deixar Deus agir no comum e tornar tudo extraordinário. n

OBSERVATÓRIO

Imagine um jogo de futebol em que os jogadores fazem belos passes, cuidam bem da defesa, cruzam com maestria a bola de um lado para outro do campo, possuem belos uniformes, a bola é feita de couro legítimo, dentro do formato e peso regulamentar, possuem boas chuteiras, e só de vez em quando pensam e se esforçam para alcançar o gol adversário e, mesmo assim, diante do gol, tendo vencido a defesa do goleiro, nem sempre acabam marcando gol. Como você veria esse time? É bem provável que você concluiria que esse time estaria cumprindo a missão pela metade, pois “futebol é bola na rede”.

Será que muitas vezes não esteja acontecendo conosco o mesmo como cristãos, como Igrejas? Dominicalmente estamos cumprindo nosso papel com o funcionamento das Igrejas, cultos, reuniões, estudos bíblicos diversos, levantamento de ofertas, incentivando os membros das Igrejas a evangelizar, mobilizando a obra missionária, ensaios de conjuntos musicais, do coro de jovens, encontro de jovens, união feminina, mas também de homens, “cultinhos” infantis, construções de novos edifícios, reuniões e encontros regionais e tantas outras atividades e eventos, muitos deles com elevada performance e promovendo bons ajuntamentos e marcando época.

Desde a minha adolescência fui sempre envolvido em todo trabalho da Igreja, começando cedo atuando na Escola Bíblica Dominical (EBD), até mesmo com um antigo cargo de superintendente. Mas uma vez um líder fez uma pergunta que me deixou reflexivo em busca de uma resposta: estamos desenvolvendo muito movimento, mas estaríamos mesmo promovendo proporcionalmente muito deslocamento? E aí pensei nessa ilustração do futebol e gostaria de lhe incentivar a um percurso que pode trazer muito significado para o seu engajamento na obra de Deus e valorizar cada momento nessa abnegação e serviço.

Em primeiro lugar, sempre me inquietou que fomos ensinados que o domingo, dia do Senhor, seria nosso “shabat” (sábado em português), representando o sétimo dia da criação em que Deus descansou de toda a sua obra. Assim, o domingo deveria ser nosso dia de descanso, mas que logo me pareceu um “dia de cansaço”. Como sempre fui muito ativo, fui ten-

tando buscar respostas até que li um livrinho com o título “O Schabat”, do rabino Abraham Heschel, buscando explicar a compreensão do que seria cuidar das coisas durante a semana e no “schabat” (para nós o domingo), cuidar do tempo em que o Eterno estaria como que “invadindo” nossa vida, nosso ser e seria um dia de celebração com ele, nosso Criador e Senhor. Um dia de adoração, reflexão, de comunhão com nossos irmãos. Daí fiquei me perguntando o significado da palavra “service” para nomear um culto em nossa nação parceira – os Estados Unidos. Até hoje ainda estou buscando compreender melhor, mas “service” traduzimos como “serviço”. Pergunta: como um culto pode ser um serviço? Será que isso não seria por que naquela nação (de meu avô materno também) a vida funcional, pragmática seria um eixo cultural bem marcante? Então quase tudo deve dar resultados, deve ser funcional, útil (utilitarismo?)? Será que disso veio o ocupacionismo e agitação dominicais? E nem falei do movimento emergente de hoje que tem transformado a vida da Igreja em entretenimento em que o culto tem se transformado em uma espécie performática de “aeróbica gospel”.

Depois disso veio a busca por compreender a expressão “vamos à Igreja”, e, então, notei que isso acabou transformando a Igreja em um lugar, um espaço aonde se vai geralmente aos domingos para se encontrar com Deus. Até um dia em que eu estava lendo o Evangelho de João e me deparei com a conversa de Jesus com a mulher samaritana que estava preocupada em saber de fato qual era o verdadeiro lugar da adoração, se em Samaria ou em Jerusalém como os judeus defendiam ao centralizar sua vida religiosa no templo. Jesus faz o deslocamento da pergunta de um espaço geográfico para o interior da pessoa ao dizer que a hora já tinha chegado em que Deus estaria procurando verdadeiros adoradores que o adorassem em espírito e em verdade (João 4.23,24). Daí, comparar com a mesma preocupação do profeta Isaías (cap. 1.10-20 e 29.13) foi um só passo para perceber que no âmbito da revelação progressiva, que considera as limitações humanas em compreender as verdades eternas, Deus estava transicionando para o clímax do que seria a adoração. E depois Paulo (Romanos 12.1) ainda fala em entregar os corpos em sacrifício vivo, e isso seria a adoração escolhida pela mente (no grego nous). E mais ainda,

Futebol é o que mesmo?

Parte 1

que Jesus e o Novo Testamento nunca conectou a compreensão do que seria Igreja com um espaço físico, mas com pessoas que, ao se converterem, seriam chamadas para fora (o sentido da palavra grega ekklesia). Jesus, portanto, não morreu e ressuscitou por edifícios, muito menos por móveis ou equipamentos eletrônicos, mas por pessoas que precisavam de restauração em suas vidas para retornar ao caminho do qual abandonaram para se tornarem nova criação (II Coríntios 5.17).

Então, na realidade, não vamos à Igreja, nós somos a Igreja, onde estivermos estaremos como Igreja, como um povo de contraste, como embaixadores do Reino, como sal, como luz, representando as Boas Novas em palavras e obras, como a vitrine de Deus, como a tradução de sua verdade e valores em nosso viver cotidiano, seja em nosso lar, vizinhança, seja no trabalho, na vida estudantil, na vida pública – somos Igreja. E quando estamos todos juntos como Igreja é para adorarmos, celebramos ao nosso Deus como resultado da vida entregue diariamente no altar ao escolhermos os valores cristãos para nossas decisões em vez de nossos interesses e paixões, assumindo o compromisso de ser um espelho das Boas Novas refletida por meio de ações que demonstrem vida transformada e transformadora transmitindo o agradável perfume de Deus (II Coríntios 2.15).

Mas quais as causas de termos transformado a igreja em um lugar, um espaço? Isso sempre me incomodou. Penso que isso vem da compreensão do Antigo Testamento desde que Deus tenha pedido para Moisés buscar um lugar para que ele morasse junto ao povo (Êx 15.17) e, do tabernáculo, surgiu o Templo em Jerusalém centralizando toda a vida do povo de Deus. No período dos profetas começa a transição e chega ao clímax em Jesus, como mencionei anteriormente. Isso é obra, como já disse, do processo de revelação progressiva. Então, me parece que não fizemos ainda a transição que o próprio Mestre apontou para a mulher samaritana.

Mas, mais ainda, esse fato da centralização do encontro com Deus em um espaço e em um dia da semana pode também ter sido reforçado pelo Iluminismo (uma filosofia e ideologia da Modernidade) em nos fazer separar a vida religiosa e privada da vida secular em que ficou desvanecida a

compreensão de nosso papel centrífugo quando Jesus insistiu que “assim como o Pai me enviou, envio vocês” (Jo 20.21) e quando ele pediu ao Pai para não nos tirar do mundo (João 17.15ss) e ainda mais quando ele comissionou os discípulos, portanto a Igreja, a sair de Jerusalém e ir até os confins da terra (Atos 1.8) e isso não apenas para pregar verbalmente as Boas Novas, mas, ao serem modelo de vida, serem instrumentalizadas pelo discipulado, que é transmissão de vida, transfusão vivencial, como Paulo nos ensinou para sermos imitadores dele como ele o é de Jesus (I Coríntios 11.1). E me parece que discipulado acabou ficando mesmo como um tipo de estrutura, evento, estudo bíblico ou algo parecido. Novamente o pragmatismo de nossos precursores entrou em ação, pois discipulado é estilo de vida e não estrutura ou programa e ocupacionismo eclesiástico. Assim, todos, indistintamente, somos chamados para sermos a vitrine de Deus no mundo em uma razão 24/7/365, isto é, 24 horas, sete dias por semana, 365 dias do ano. Tempo integral é o que Jesus indicou no chamado de tomar a sua cruz e segui-lo a cada dia (Lucas 9.23).

E aqui entra a vida também de abnegação e serviço por meio dos dons de serviço e será que logo no início da fé estamos ensinando isso ao novo convertido? Fui descobrir meus dons muito depois já na juventude avançada. Assim, em vez de alguns como profissionais da religião, todos somos chamados a encarnar o viver comprometido com nosso Criador e Redentor, onde estivermos, seja o que estivermos fazendo. Então não existe sagrado e profano, sagrado e secular, toda nossa vida é uma só, profissionalmente, pessoalmente. Todos os dias são sagrados e tudo está aos pés do Mestre. Então, em vez de um dia da semana apenas, temos os outros seis dias para vivermos intensamente como cristãos em um mundo sem Deus e sem coração, secularizado e corrompido, que precisa ver as Boas Novas se realizando em nossa vida pessoal e vida pública.

Será que perdemos o sentido de nossa existência, de nossa missão, como aquele time de futebol deixou de pensar que futebol é bola na rede, esse é o foco da missão de um time?

No próximo artigo vamos aprofundar mais o tema e ver o time de Deus cumprindo a missão para o qual foi chamado. n

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