A Hora –30/05/25

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ANÁLISE, CURADORIA E OPINIÃO DE VALOR

Sexta-feira, 30 maio 2025 | Ano 22 - Nº 3856 |

OPINIÃO |

MARTINI

“Corredor verde” em Lajeado

Proposta para melhorar fluxo na av. Alberto Pasqualini deve sair do papel.

OPINIÃO | VINI BILHAR

Ameaça ou solução?

Em meio à escassez de mão de obra, IA força discussões sobre o mercado de trabalho.

OPINIÃO | MATEUS SOUZA

Nova realidade pós-cheias

Chuvas volumosas tiram o sono das pessoas, mesmo sem enchentes no Vale.

Setor produtivo regional

lista prioridades à Fiergs

Encontro em Lajeado reúne empresários com diretoria da Federação das Indústrias do RS

Oito temas estratégicos foram listados durante encontro com a diretoria da Fiergs. O encontro ocorreu ontem em Lajeado. Com mais de 80 participantes, entre empresários, representantes de classe, de instituições de

INFRAESTRUTURA VIÁRIA Atos contra as concessões pressionam o governo Leite

Na reta final para entrega do pacote de pedágios do Bloco 2, movimentos contrários à proposta do Estado organizam protestos no sábado e na próxima semana.

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ensino e autoridades públicas, a reunião faz parte da estratégia da federação em se aproximar das regiões produtivas. Principais demandas locais se referem a atração e formação de profissionais.

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Lajeado busca recursos para custear obras

Desafio do

setor produtivo é engajar pessoas

Oencontro entre a Fiergs e os líderes dos Vales do Taquari e Caí em Lajeado deixa como mensagem uma visão consensual: falta de mão de obra. Esse é o principal gargalo para o crescimento das empresas da região. Enquanto o Vale consolida a posição como polo econômico relevante no RS, com empresas de destaque e investimentos em expansão, a escassez de profissionais preparados emerge como obstáculo que demanda ação imediata e coordenada.

Com crescimento populacional insuficiente para suprir a demanda industrial, a região precisa atrair talentos de outras localidades...”

Parte pode ser alcançada com o investimento do Sistema S, de R$ 50 milhões até 2027, incluindo o complexo educacional já inaugurado em Lajeado. No entanto, os números mostram que a solução não virá apenas das salas de aula.

Com crescimento populacional insuficiente para suprir a demanda industrial, a região precisa atrair talentos de outras localidades e requalificar trabalhadores adultos. As oito prioridades definidas no evento apontam caminhos: desde a antecipação da formação técnica já nos anos finais do Fundamental, como faz o projeto Trilha da Inovação, até a relocação do Instituto Senai de Tecnologia de Alimentos para Lajeado.

O Vale tem condições para transformar esse desafio em oportunidade. Cabe agora ao setor produtivo manter a pressão sobre as instituições públicas para acelerar mudanças para desenvolver o potencial dos jovens. Essa é a verdadeira infraestrutura que sustentará o crescimento nas próximas décadas.

Av. Benjamin Constant, 1034, Centro, Lajeado/RS grupoahora.net.br / CEP 95900-104

“É muito satisfatório fazer parte da evolução e crescimento do nosso bairro”

Aos 43 anos, Mara Cristina Markmann, apopularBaixinha (ao centro, de colete azul),sepreparaaum novodesa ojuntoà comunidade. Moradora do bairro Jardim Botânico–àépoca Moinhosd’Água–há quase30anos,elaserá apróximapresidente daassociação que representa o caçulaentreos28 bairros da cidade. Um dos desa os da futuragestãoseráa construçãodeuma sedeparaaentidade

Antes da atuação na Associação de Moradores, você já se envolvia com demandas e atividades comunitárias?

Meu envolvimento com a entidade teve início há dois anos, quando fui convidada a fazer parte do primeiro evento comunitário do bairro, que foi a venda de cachorros quentes em prol da associação, que estava em fase de formação. Como estou ligada ao comércio, sempre que possível participei de ações comunitárias. Porém, desde 2023, com mais afinco. Também fui convidada para integrar a primeira diretoria, presidida pelo Alfredo Farinhas Neto.

Como é a experiência de atuar numa associação de bairro?

Desafiador. Comunitário é o bem comum. Temos que pensar, agir e tomar decisões pelo bem de todos, e com certeza isso não é tão simples, pois o que pode ser bom para um, pode não ser para outro. No entanto, me sinto orgulhosa e com imensa satisfação quando vemos os resultados positivos. Ver a integração dos moradores e as demandas trazidas sendo solucionadas. É muito satisfatório fazer parte da evolução e crescimento do nosso bairro. Por ser ainda novo, teremos muitos desafios pela frente, mas com certeza, com o apoio dos demais membros da diretoria e dos moradores, nosso bairro ficará cada dia melhor.

Agora você vai assumir a presidência. Como vai encarar esse desafio?

Eu estou honrada em poder estar à frente da diretoria e tenho plena certeza que faremos tudo que estiver ao nosso alcance para a melhoria e o bem estar dos moradores. Procurei pessoas comprometidas para assumir comigo este compromisso. Nós vamos, com certeza, junto com os moradores e o Poder Público, procurar evolução e visibilidade para o bairro. Buscaremos embelezar, alegrar e torná-lo ainda melhor de morar. Para criarmos nossos filhos e

netos, queremos um bairro aprazível para viver em comunidade.

Quais são as principais demandas do bairro hoje?

Por ser novo, temos muitas. Mas queremos, aos poucos, ir sanando cada uma delas. Precisamos espaço de lazer para nossas crianças, mais segurança no trânsito, pois temos a avenida Benjamin Constant, a Avenida dos Ipês e a própria ERS, que são vias de trânsito intenso. Necessitamos de melhorias no quesito sinalização e controle de velocidade. A nossa Lajeado cresceu muito e, consequentemente, o trânsito aumentou também nos bairros. Precisamos melhorar os acessos, iluminação das vias. No futuro, queremos uma sede própria para nossos eventos e reuniões.

O que espera da relação com o Poder Público?

Nós esperamos que seja a melhor possível. Acreditamos no potencial do nosso bairro e temos plena certeza que o Poder Público também veja nosso querido Jardim Botânico com bons olhos Contaremos com o apoio e parceria deles para colocarmos em prática e concretizarmos nossas ideias e projetos.

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SEMINÁRIO TAQUARIANTAS

Pesquisadores avaliam prevenção de desastres

Univates reúne estudiosos do RS para criar estratégias de monitoramento, alerta e resposta com base na ciência, tecnologia e participação social

Especialistas, pesquisadores e representantes de instituições públicas se reúnem hoje na Univates para debater o hoje e o amanhã sobre monitoramento, prevenção e resposta às catástrofes climáticas. O Seminário Previne Taquari-Antas tem como objetivo propor soluções para redução de riscos associados a inundações, enxurradas e movimentos de massa na

bacia hidrográfica.

A programação ocorre no auditório do prédio 7, a partir das 8h. É gratuito e aberto à comunidade.

Estudo conjunto

Entre os destaques, está o lançamento do projeto de pesquisa que pretende desenvolver estratégias práticas de prevenção e resposta a desastres naturais na bacia hidrográfica Taquari-Antas.

O coordenador do projeto, Guilherme Garcia de Oliveira (da Ufrgs), destaca que uma equipe multidisciplinar foi reunida para desenvolver estratégias e propor soluções voltadas ao mapeamento de riscos, à prevenção, ao alerta e à resposta.

“O que estamos propondo é integrar conhecimento técnico, envolvimento social e estruturas de resposta rápida.”, afirma.

A iniciativa tem participação de docentes da Univates, das universidades Federal do RS (Ufrgs), de Santa Cruz do Sul (Unisc), da

Federal de Santa Maria (UFSM), da Estadual (Uergs), do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) e da TideSat Global Tecnologia e Desenvolvimento, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do do RS (Fapergs).

Planos diretores

A professora e pesquisadora da Univates, Jamile Weizenmann, apresenta os resultados dos estudos técnicos que orientam a reformulação dos planos diretores de sete municípios da região.

Os diagnósticos definem áreas de risco para inundações e deslizamentos, estabelecem critérios para ocupação segura do solo e trazem diretrizes para evitar tragédias como as de 2023 e 2024.

O levantamento foi conduzido pela Univates com financiamento de R$ 3,1 milhões do governo estadual e contempla os municípios de Muçum, Encantado, Roca Sales, Arroio do Meio, Colinas, Estrela e Cruzeiro do Sul.

“Estamos definindo planos de médio e longo prazo para melhorar a nossa resposta a eventos extremos. Na construção dos planos, também tivemos participação das comunidades, em audiências públicas. Queremos

Seminário hoje reúne pesquisadores de todo o RS para apresentar estudos e diagnósticos sobre a bacia do Taquari/Antas

levar também essas contribuições para mostrar as preocupações das pessoas.”

Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br
FILIPE

“Corredor Verde” nas avenidas deve sair do papel em 2025

ASecretaria de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade (Seplan) de Lajeado encaminhou à câmara de vereadores o projeto de lei para autorizar investimentos na implantação do chamado “corredor verde”. Em síntese, a proposta é garantir fluidez às principais avenidas da cidade por meio da sincronização dos semáforos, especialmente no trecho da Av. Alberto Pasqualini entre o Posto Faleiro, no Centro, e o acesso à Universidade do Vale do Taquari (Univates), no bairro Universitário. A ideia é garantir sinal verde sincronizado aos motoristas que trafegam pela via

principal, mas sem impactar os acessos e saídas das vias paralelas. Para isso, aliás, a Seplan também projeta o fim da conversão à esquerda em alguns pontos da referida avenida, com destaque ao entroncamento com a Av. Piraí, no bairro São Cristóvão. A intenção é criar ferramentas de retornos nestes pontos, para também garantir mais fluidez para quem trafega na via principal. E tudo isso deve sair do papel no segundo semestre deste ano. Desde que o governo não recue diante das prováveis queixas e questionamentos por parte de quem está habituado com o sistema viário atual...

Lajeado terá Refis em 2025

O governo de Lajeado resistiu nos últimos anos – a última edição do programa de refinanciamento de dívidas (Refis) ocorreu em 2021 – mas vai lançar novo movimento no primeiro ano de Gláucia Schumacher (PP). A proposta prevê desconto máximo de 80% das multas e juros para quitação à vista da pendência com o poder público. Municípios próximos concedem 100%. Sobre isso, o Executivo informa que “o sistema tributário é fundamental para que os entes

públicos possam realizar serviços públicos essenciais como saúde, educação e infraestrutura, e, por isso, o Programa Dívida Zero não estabelece a redução da multa e juros em 100%, de modo a evitar o comprometimento da receita orçamentária e não criar desigualdade com os contribuintes que pagam as obrigações tributárias em dia”. O programa vale para débitos inscritos em Dívida Ativa até 31 de janeiro de 2025. Lajeado tem R$ 103 milhões a receber em débitos de empresas e cidadãos.

rodrigomartini@grupoahora.net.br

Tombamento municipal em Estrela

A prefeita Carine Schwingel (União Brasil) assinou ontem o “tombamento municipal” do histórico prédio da antiga Cervejaria Polar, às margens do Rio Taquari. Símbolo da comunidade estrelense, a edificação deve ser utilizada (e reformada) para receber mais de 80 empreendimentos nas áreas da inovação, negócios, gastronomia, cultura e lazer. Para tal, um projeto já foi protocolado junto ao Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul (Funrigs). O governo estrelense quer R$ 32 milhões

Mutirão pelo Hospital

Ouro Branco

A direção do Hospital Ouro Branco e os governos municipais ligados à Associação dos Municípios do Sol Nascente (Amsol) – Teutônia, Westfália, Colinas, Imigrante, Boa Vista do Sul, Poço das Antas, Paverama e Fazenda Vilanova – seguem na luta para angariar algo em torno de R$ 50 milhões para transformar a casa de saúde em um polo hospitalar para atendimentos locais, regionais e estaduais. Em um primeiro momento, é bom que se diga, o grupo busca construir 10 leitos de UTI a um custo aproximado de R$ 10 milhões. É a primeira etapa desse audacioso e necessário movimento coletivo. Uma ação que precisa e muito do apoio da Amvat e, também, da Amat.

- Em entrevista ao Frente e Verso, ontem, o prefeito de Arroio do Meio, Sidnei Eckert (MDB), deixou escapar que enfrenta dificuldades para dialogar com a prefeita de Lajeado, Gláucia Schumacher (PP). Em função disso, diz ele, tem procurado o vice-prefeito, Guilherme Cé (Novo). - Diversas estivas – ou “passagens molhadas”, “pontes baixas” e “pontilhões” – foram danificadas e/ou interditadas com as recentes chuvas no Vale do Taquari. E o motivo parece ser o mesmo: o excesso de galhos, troncos e entulhos dispostos nas calhas de rios e arroios.

- Todos os caminhos levam ao prédio 7 da Univates na manhã de hoje. Por lá ocorre o I Seminário Previne Taquari-Antas, uma iniciativa de diversas universidades e entidades públicas e privadas. O evento inicia às 9h e terá como destaque o lançamento do projeto de pesquisa “Desenvolvimento de estratégias para prevenção, alerta e resposta a eventos extremos geo-hidrológicos”, com intuito de reduzir os riscos associados a inundações, enxurradas e movimentos de massa.

- Em entrevista ao Conexão Regional, ontem, o deputado estadual Airton Artus (PDT) apostou em uma tarifa teto de R$ 0,19 ou R$ 0,21 por km rodado na nova modelagem do plano de pedágios do Bloco 2. E recentemente ele viajou a Nova Iorque na companhia do governador Eduardo Leite e do secretário de Parcerias do RS, Pedro Capeluppi. E se a aposta dele estiver correta, o Vale do Taquari não deve aceitar a projeto do Estado.

Nosso peregrino não passou por aqui na sexta-feira passada, mas ele já está de volta. E hoje nos brinda com nos brinda com a curiosa “porteira do Morro da Cruz”, no alto da Linha Roncadorzinho, no interior de Colinas.

PROTESTOS E MOBILIZAÇÃO

Movimento contra os pedágios eleva o tom e pressiona o Estado

Ato em Lajeado no sábado, audiência pública na segunda e encontro com deputados, tentam chamar atenção e fazer com que plano de concessão seja suspenso

Opacote de concessão das rodovias do Bloco 2 polariza o debate na região. O Estado havia previsto a entrega do edital definitivo até o fim deste mês. Dentro da Secretaria da Reconstrução, responsável por coordenar os debates entre os municípios e regiões, a ideia é primeiro apresentar ao governador Eduardo Leite, para depois agendar a entrega aos representantes das comunidades. Em meio ao processo de diálogo sobre a proposta, grupos ligados a deputados, vereadores e parte da sociedade participam de movimentos contrários aos pedágios, tanto que nos próximos dias há mobilizações previstas.

Começa no sábado, 31, a partir das 14h, no Posto do Arco, em Lajeado. O grupo RS Pedágios Não organiza protesto. “Não sabemos quantas pessoas vamos atrair. O assunto ainda não é de conhecimento de todos. Mas, percebemos que em qualquer notícia sobre a concessão, 95% dos comentários são contra”, realça um dos integrantes do grupo, Loivo Dachery. De acordo com ele, o intuito do movimento é pressionar o Estado para suspender a concessão das rodovias. “Seja qual for o modelo, o pedágio nunca vai ser bom à população. Sempre vamos pagar mais do que vai retornar”, critica.

A postura de cobrança contra qualquer formato de concessão é o contrário do que foi feito pelo setor produtivo regional e pelas associações dos municípios (Amvat e Amat). Na estratégia destes grupos, a aposta no diálogo e na construção conjunta do que seria melhor à região, com uma combinação entre justiça tarifária e investimentos.

“Ninguém gosta de pagar pedágio, mas é inevitável. O Vale pre-

cisa de melhoria na infraestrutura das estradas. Do contrário, vamos perder empresas e empobrecer”, adverte o diretor de Infraestrutura da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), Leandro Eckert. O pacote das concessões foi apresentado em dezembro do ano passado e agora está em reelaboração dentro da Secretaria da Reconstrução. O governo do RS pretende atrair investimentos de R$ 6,7 bilhões ao longo de 30 anos, com R$ 4,5 bilhões aplicados nos primeiros dez anos. O Bloco 2 tem 415 quilômetros de rodovias que serão concedidas. Entre as prioridades estão a duplicação de 244 quilômetros e a construção de 103 km de terceiras faixas.

Audiência pública em Lajeado

Na segunda-feira, 2, a câmara de vereadores de Lajeado promove audiência pública sobre o plano de concessões. Organizada por Ramatis de Oliveira e Mano Pereira (ambos do PL), o encontro terá participação do deputado estadual Paparico Bacchi (PL),

líder da frente parlamentar contra os pedágios.

“A proposta do Estado estabelece R$ 0,23 por quilômetro rodado. Isso em pista simples. Se for em duplicada, o que queremos, vai para R$ 0,30. Isso é um absurdo. Entendemos movimentos da CIC-VT por exemplo, de buscar o diálogo. Nós tencionamos, fazemos pressão, pois queremos mais investimento público”, afirma Ramatis de Oliveira.

Na avaliação dele, movimentos sobre as concessões são fundamentais para mostrar engajamento das forças sociais ao poder público estadual. “No fim das contas, queremos a mesma coisa. Queremos obras, melhorias na infraestrutura. De minha parte, a proposta não serve.”

Colega de partido, Mano Pereira, afirma que a opinião pública é contra os pedágios. “Nosso Vale está em reconstrução. Vai ficar pesado mais um tributo. A voz da população é contra. O trabalho feito pelos empresários da CIC-VT é ótimo, concordo até certo ponto. Mas sou um representante do povo e respondo a uma visão da sociedade.”

No sábado, a partir das 14h, movimento RS Pedágios Não, organiza protesto às margens da ERS-130, em Lajeado

A FAVOR

• Infraestrutura é essencial para o crescimento. Rodovias em condições garantem segurança e desenvolvimento econômico.

• Modelo é aplicado no mundo todo. Concessões são comuns no Brasil e no exterior para viabilizar infraestrutura.

• Sem infraestrutura, perde-se competitividade. Rodovias ruins encarecem o transporte e dificultam o escoamento da produção local.

CONTRA

• Pedágio é mais um custo ao cidadão. Movimentos alegam que a população paga IPVA e impostos e não vê retorno em obras.

• Histórico de promessas não cumpridas. Descon ança com modelos anteriores gera resistência popular à cobrança.

• Cobrança em trechos que antes eram gratuitos. Com o sistema free flow, usuários de curtas distâncias também pagarão pedágio.

Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br
FILIPE FALEIRO

Realização

MACROCOMPROMISSO

Lajeado elenca prioridades à mobilidade urbana

Alargamentos, abertura de vias, recapeamentos e rótulas estão nos planos para a resolução de gargalos. Com caixa comprometido por conta da recuperação pós-cheia, município pretende buscar recursos do Estado e da União para executar obras

Um novo olhar sobre os bairros

Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br

Colaboração Paulo Cardoso

LAJEADO

Mencionada como um dos três macrocompromissos no plano de governo, a mobilidade e infraestrutura urbana surge como um dos principais desafios para o futuro da cidade. Projetos pensados no

DETALHES DOS PROJETOS

ALARGAMENTOS

– Pedro Theobaldo Breidenbach (Conventos), nos trechos até o campo do Estudiantes e até o acesso à BR-386

– Avenida Benjamin Constant (Montanha), da Nicolau Junges até a avenida João Alberto Schmidt

– João Goulart (Olarias), desde o Campestre até o entroncamento com a Paulo Emílio Thiesen

ABERTURA DE VIAS

– Avenida dos Ipês (Montanha), do encontro com a rua Arthur Schneider até a Benjamin Constant

– Avenida João Alberto Schmidt (Montanha), do encontro com a rua João Weiler Klein até a ERS-130

GLÁUCIA

SCHUMACHER

PREFEITA DE LAJEADO

Aquela reserva financeira que tínhamos foi completamente consumida, e ainda surgem várias despesas”

curto, médio e longo prazo estão nos planos da administração, que busca formas de custear obras como alargamentos, abertura de vias, recapeamentos e rótulas.

As obras consideradas prioritárias foram definidas pela prefeita Gláucia Schumacher, em conjunto com a Secretaria Municipal de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade. Os trechos selecionados contemplam vias nos bairros Bom Pastor, Conventos, Florestal, Moinhos, Moinhos d’Água, Montanha, Olarias, São Bento e Santo Antônio.

Conforme Gláucia, os projetos estão em fase de execução e, na medida em que os recursos são liberados, o município pretende iniciar os serviços. No entanto, os valores necessários não virão apenas do orçamento municipal, comprometido com a reconstrução da cidade e auxílio aos moradores após a enchente de maio de 2024.

“Aquela reserva financeira que

tínhamos foi completamente consumida, e ainda surgem várias despesas. Apenas nos loteamentos vinculados aos programas estadual e federal, temos uma conta de R$ 10 milhões para pagar este ano. A contrapartida exigida do município nesses programas é muito alta”, afirmou, em entrevista à Rádio A Hora 102,9.

Longo prazo

Segundo o secretário de Planejamento de Lajeado, Alex Schmitt, foi apresentado à prefeita um mapa “com 30 anos de serviços” para a área da mobilidade. Por isso, o município definiu algumas prioridades num primeiro momento. Cita o exemplo dos alargamentos, como o da avenida Benjamin Constant, responsável por um dos principais gargalos no trânsito da cidade.

“Ali tranca tudo [entre a Nicolau Junges e a João Alberto Schmidt]. É um problema grande que precisamos resolver, possivelmente reduzindo alguns recuos para dar um pouco mais de fluidez na avenida”, salienta. Quanto à

Ali [na Benjamin] tranca tudo [entre a Nicolau Junges e a João Alberto Schmidt]. É um problema grande que precisamos resolver”

Pedro Theobaldo Breidenbach, entende que a via será avaliada “do início ao fim”, com projeções de alargá-la desde a BR-386 até o campo do Estudiantes.

Além destas obras, há também intervenções mais ousadas, como a abertura de vias. Uma das prioridades é a Guido Lenhard, no bairro Bom Pastor. “Queremos criar uma via paralela à Benjamin Constant, fazendo uma ligação desde a avenida dos Ipês até a Hermes Jaeger”.

– Aury Stürmer (Moinhos d’Água), do fim do trecho existente até a Carlos Spohr Filho

– Guido Lenhard (Bom Pastor), com a abertura de trechos para conectar a avenida dos Ipês com a Hermes Jaeger

– Arno Eckhardt (Conventos), com abertura de trecho de rua para fazer um binário, deixando esta via em um sentido e a Arnoldo Alfredo Scherer no sentido contrário

RECAPEAMENTO

– São Pedro (Florestal e Moinhos), em toda a extensão, desde a Carlos Spohr Filho até o cruzamento com a Benjamin Constant

– Cristiano Grün (Florestal e Moinhos), em toda a extensão, desde a Carlos Spohr Filho até o cruzamento com a Benjamin Constant

– Simão Bolívar (Santo Antônio), em toda a extensão

RÓTULAS

– Érico Weber (São Bento), no cruzamento com a rua Carlos Spohr Filho

– Pedro Theobaldo Breidenbach (Conventos), no encontro com as ruas Pedro Beuren e a ERS-421

ALEX SCHMITT
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO
João Goulart, no Olarias, é uma das ruas apontadas como prioridade para o município
GABRIEL SANTOS

ECONOMIA E NEGÓCIOS

Região lista prioridades durante encontro com a Fiergs

Lajeado recebe diretoria da Federação das Indústrias.

Empresários, representantes de entidades de classe, autoridades públicas e professores debatem gargalos produtivos na região. Falta de profissionais é a principal demanda

Oito temas estratégicos foram definidos por líderes dos vales do Taquari e do Caí à Federação das Indústrias do RS (Fiergs) durante encontro em Lajeado. A lista inclui mecanismos para atrair profissionais, cursos técnicos para jovens tanto nos anos finais do Ensino Fundamental quanto para o Médio, além de participação da entidade em debates sobre modais de transporte. Ao todo, foram 80 participantes. O evento começou com apresentação dos objetivos da gestão do presidente Cláudio Bier à frente da representação das indústrias, os investimentos previstos. Em seguida, ocorreu a dinâmica em grupo. Cada mesa ajudou a elaborar a lista de prioridades das duas regiões. Das mais de 30 sugestões, foram escolhidas as principais para o documento regional. “Viemos aqui para ouvir. Nosso intuito é sair do ‘castelo’ da Fiergs e percorrer as regiões. Aqui, o Vale do Taquari é muito importante. É uma região próspera, com empresas importantes”, frisa o

presidente Bier. Entre as manifestações, a preocupação central do empresariado local é com a formação de equipes. “Estamos em uma região com crescimento populacional. Mas isso não dá conta de suprir a necessidade das empresas, para um crescimento que é possível. Precisamos caminhar para um cenário novo e atrair mais pessoas para o segmento industrial”, destaca o presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado, Joni Zagonel.

Integrante do Pro_Move Lajeado, Cristiano Zanin, realça o projeto Trilha da Inovação, feito entre o governo municipal e o Senai. “Começamos essa sensibilização mais cedo. Com estudantes do Ensino Fundamental. Essa é uma ação concreta com resultados positivos”, cita.

A diretora de Relações Institucionais, Ana Paula Werlang, destaca a importância de aproximar as regiões e unir o setor produtivo para busca de soluções. “Todas as áreas da entidade estão

disponíveis para auxiliar as indústrias e os sindicatos. Desta forma, conseguimos contribuir de forma positiva para o desenvolvimento econômico.”

O diretor-executivo do Sistema Fiergs, Paulo Herrmann, destaca os pilares da gestão de competitividade, atração e retenção de talentos, inovação e reconstrução. Para ele, é necessário dar condições de atender o objetivo de fortalecer essas quatro áreas.

R$ 50 milhões de 2024 até 2027

A Fiergs contabiliza R$ 50,5 milhões em investimentos até 2027, por meio do Sesi e Senai. Os recursos serão aplicados em modernização tecnológica, capacitação e infraestrutura, com destaque para a construção do complexo educacional do Sesi em Lajeado, inaugurado em fevereiro, e a ampliação do centro de formação profissional do Senai no

Segunda edição do programa de interiorização da Fiergs ocorreu ontem em Lajeado, com mais de 80 participantes, entre empresários, representantes de entidades, autoridades públicas e professores

município.

A diretora-geral do Sesi, Senai e IEL, Susana Kakuta, destaca que os aportes buscam atacar gargalos estruturais como a falta de mão de obra qualificada e a evasão de talentos. “A reconstrução das regiões exige uma resposta concreta em qualificação e inovação. Estamos com o radar ligado para atender essas prioridades.”

A nova Escola de Referência Sesi Paulo Ignácio Heineck, em funcionamento com 700 alunos de sete municípios, foi apresentada como exemplo do modelo de educação integrada à indústria. O espaço conta com Ensino Médio em tempo integral, EJA e contraturno tecnológico.

Prioridades regionais:

• Atração, retenção e capacitação de jovens e adultos para a indústria, com articulação com escolas públicas e o Sistema S

• Apoio à concessão do Bloco 2 do Vale do Taquari

• Revisão da legislação sobre trabalho de menores de 18 anos em setores industriais

• Realocação do Instituto Senai de Tecnologia de Alimentos e Bebidas para Lajeado

• Articulação para viabilizar ferrovias na região

• Criação de um HUB de inovação no Vale do Caí

• Apoio para atrair investimentos ao polo químico de Montenegro

• Atuação por obras de mitigação de cheias e navegabilidade nos rios TaquariAntas e Caí

Investimentos

• Complexo do Sesi em Lajeado (inaugurado): R$ 30 milhões

• Espaço de saúde em Lajeado (previsto para 2027): R$ 2,5 milhões

• Melhorias no Laboratório de Processamento de Alimentos do Senai em Lajeado (em 2024): R$ 100 mil

• Atualização tecnológica de eletromecânica do Senai em Lajeado (entre 2025 e 2026): R$ 380 mil

Ampliação do centro de formação profissional do Senai de Lajeado (para 2026): R$ 11,9 milhões

• Atualização tecnológica da unidade ampliada do Senai de Lajeado (para 2027): R$ 2,5 milhões

• Adequações da área administrativa e de atendimento do Senai de Montenegro (em 2025): R$ 37 mil

• Atualização tecnológica da planta didática Senai de Montenegro (para 2025): R$ 315 mil

• Melhorias na unidade Senai de Montenegro (inicia em 2026): R$ 1,6 milhão

• Reformas no Senai de São Sebastião do Caí (realizado entre 2024 e 2025): R$ 450 mil

VALE DO TAQUARI
Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br

vinibilhar@grupoahora.net.br

Os desafios paradoxais da IA e o mercado de trabalho

Apresença da inteligência artificial no setor produtivo levanta questionamentos sobre seu impacto no emprego. Para alguns, trata-se de uma ameaça, sobretudo em tarefas repetitivas. No entanto, no Brasil, onde falta mão de obra qualificada, a IA pode representar uma solução. O país vive um paradoxo: há escassez tanto de trabalhadores especializados quanto em funções que exigem menor qualificação. Na nossa região, o tema é discutido por entidades empresariais de diversos setores, como indústria, varejo, construção civil e até mesmo o agronegócio. O problema se repete em todo o país. Com o desemprego em baixa e o mercado aquecido, contratar e reter profissionais tem sido um desafio. Pesquisa da FGV-IBRE revela que seis em cada dez empresas enfrentam essa dificuldade, sendo que 77,2% apontam a contratação como principal obstáculo. Dados do Novo Caged, divulgados esta semana, indicam alta rotatividade é um fator predominante. Exemplo é a rede de farmácias São João, com lojas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A empresa, com mais de 1100 lojas e a 4ª maior rede do país, mantém até 1,2 mil vagas em aberto por mês e não consegue diminuir a demanda. Nos supermercados, metade dos contratados deixam o cargo em

menos de um ano.

A pergunta feita nos anos 80, com a abertura do mercado nacional à tecnologia, ainda ecoa: a máquina vai substituir o ser humano? Com o avanço da inteligência artificial, o debate ressurge, agora marcado por uma visão de oportunidade. Em meio à escassez de trabalhadores, o tema exige novas formas de pensar o mercado de trabalho.

Boulevard Encantado promove dia sem imposto

O Boulevard Encantado realiza hoje o Dia Livre de Imposto, evento criado pelo vereador de Porto Alegre, Jessé Sangalli, que une lazer e conscientização sobre a alta carga tributária no país. A programação começa às 19h, com show do Acústico Duo e chopp com 60% de desconto — valor sem impostos. Restaurantes como Marques Gastronomia e Charles Gastro Bar participam com cardápios completos, incluindo pizzas, hambúrgueres e sushi. Esse é um movimento que aconteceu no Brasil, ontem, com adesão em 26 estados e no DF. Mais de 100 mil estabelecimentos participaram em 1.500 cidades. Cerca de 2 milhões de consumidores aproveitaram os descontos.

Launer lança linha de higiene e cuidados para equinos

A Launer Química lançou em abril a linha Horse Care, desenvolvida especialmente para equinos. Já disponível em agropecuárias da região, a novidade é composta por três produtos: o Shampoo Essence, que limpa e perfuma sem agredir a pele; o Shampoo Neutralle, com ativos que hidratam, condicionam e intensificam o brilho da pelagem; e o Desembaraçador e Abrilhantador, que proporciona maciez e brilho sem deixar aspecto oleoso.

Todos os itens são de uso veterinário e possuem pH balanceado, sendo indicados para higiene e cuidados de pelagens. A linha atende criadores que buscam bem-estar e embelezamento para os animais.

• Desemprego - A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,6% no trimestre encerrado em abril, segundo o IBGE. O índice ficou estável frente ao trimestre anterior (6,5%) e recuou 1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024 (7,5%). A população desocupada totalizou 7,3 milhões, com queda de 11,5% em um ano.

DIVULGAÇÃO

Novo posto de Saúde vai

duplicar atendimentos

Artem Engenharia e Construções Ltda é a vencedora do certame. Investimento de R$ 7,8 milhões vai garantir estrutura moderna e acessível para atender alta demanda

LAJEADO

Omunicípio está prestes a dar início à construção de uma nova Unidade Básica de Saúde (UBS) no bairro São Cristóvão que vai duplicar os atendimentos.

A empresa vencedora da licitação, Artem Engenharia e Construções Ltda, deve começar as obras nos próximos dias, tão logo sejam finalizadas as licenças e documentos exigidos.

O projeto, de autoria da prefeitura, contempla 2.422 metros quadrados de área, com investimento estimado em R$ 7,8 milhões. A previsão é de que a obra seja concluída em até 18 meses.

“Assinamos o contrato na última segunda-feira, 26, e acreditamos que na próxima semana as primeiras movimentações já aconteçam no local”, afirma Bruna Arnholdt, diretora da Artem.

Com localização estratégica e alta demanda por atendimentos, a nova UBS substituirá a atual

estrutura, que apresenta sérios problemas estruturais — como fundações comprometidas, rachaduras e infiltrações — e já não comporta a crescente demanda do bairro, impulsionada pela expansão comercial da região.

Investimento com foco no futuro

De acordo com a secretária

municipal da Saúde, Giovanna Athayde, reformar o prédio antigo não seria viável, tanto pela insegurança quanto pelos custos elevados de manutenção. “É necessário modernizar e expandir os serviços, com o objetivo de criar um ambiente mais receptivo, acolhedor, bem iluminado e acessível, servindo como referência para futuras construções físicas na cidade”, destaca.

A nova UBS contará com todos os serviços previstos para unidades básicas, operando com a equipe de Estratégia de Saúde da Família — formada por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, dentista, auxiliar de saúde bucal, agentes administrativos

e comunitários — além de uma equipe multiprofissional composta por nutricionista, psicólogo, pediatra, ginecologista-obstetra e educador físico.

Entre os principais atendimentos estarão consultas multiprofissionais, coleta de exames preventivos, realização de testes rápidos, imunização e procedimentos como curativos e aplicação de medicamentos.

“Com a mudança para o novo espaço, o posto de saúde ampliará seus serviços, proporcionando uma experiência mais abrangente, moderna e acessível para os nossos usuários. Será um modelo a ser replicado em outras áreas de demanda correspondente”, projeta Giovanna.

Projeto funcional e acessível

O projeto foi cuidadosamente planejado para aproveitar o terreno com desnível e respeitar a área de rede elétrica de alta tensão, que não será utilizada para construção e será mantida como área verde. A estrutura terá formato em “P” e contará com dois pavimentos bem setorizados.

ASPECTOS DO PROJETO

PAVIMENTO SUPERIOR  TÉRREO

• atendimento ao público;

• acesso de pedestres se dá pelo encontro da rua Coelho Neto com a rua Roberto Fleischhut e carga e descarga também pela Roberto Fleischhut;

• recepção, farmácia sanitários, duas salas de triagens, duas salas de vacinação, 17 consultórios, sala de curativos e outros serviços de saúde como sala de fisioterapia e consultório odontológico com quatro cabines de atendimento. Também sala de reuniões e sala administrativa.

PAVIMENTO INFERIOR  SUBSOLO

• apoio/serviço;

• acesso de veículos pela rua Coelho Neto para estacionamento;

• espaço de uso dos funcionários, área coberta aberta, almoxarifado, copa, central de material esterilizado, vestiários e auditório.

Maira Schneider mairaschneider@grupoahora.net.br
Terreno onde será construída a UBS ca na rua Coelho Neto esquina com a rua Roberto Fleischhut
DIVULGAÇÃO
BRUNA ARNHOLDT DIRETORA DA ARTEM

SOBRE O RIO FORQUETA

Empresa responsável por construir ponte

alta será definida no dia 4 de junho

Obra de 161 metros terá investimento de R$ 13,4 milhões da Defesa Civil Nacional. Sessão pública acontecerá na câmara de Travesseiro, com transmissão ao vivo

Será conhecida na próxima quarta-feira, dia 4 de junho a empresa responsável pela construção da nova ponte entre Travesseiro e Marques de Souza. A sessão pública que definirá a proposta vencedora ocorre às 9h30min, na câmara de vereadores de Travesseiro, com transmissão ao vivo. A nova travessia é considerada prioridade pelas duas administrações municipais desde os danos re-

gistrados na ponte baixa, causados pelas enchentes de maio de 2024.

O processo licitatório está em andamento desde 10 de abril. O edital está disponível no site oficial da administração de Marques de Souza. O projeto prevê a construção de uma ponte com 161 metros de comprimento e 10,4 metros de largura, além da remoção total da estrutura anterior.

O investimento previsto é de R$ 13,4 milhões, com recursos da Defesa Civil Nacional, conforme protocolo encaminhado à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. O contrato estabelece prazo de até 14 meses para a conclusão da obra.

Segundo o prefeito de Travesseiro, Gilmar Southier, a expectativa é iniciar os trabalhos em outubro, com entrega prevista para o primeiro semestre de 2026.

Ponte baixa

Desde o colapso da estrutura original, a população conta com

turas, uma ponte de madeira feita pelos próprios moradores e outra de concreto armado, porém com altura reduzida. Contudo, todas as estruturas ficaram submersas sofreram danos com a elevação do nível do Rio Forqueta.

A ponte baixa, construída pela Associação de Amigos de Marques de Souza e Travesseiro, seria inaugurada no dia 14 de junho.

A estrutura de 120 metros foi financiada com apoio do Sicredi Integração RS-MG, Instituto Ling (Programa Reconstrói RS) e doações da comunidade. Liberada provisoriamente no início do mês, a ponte teve sua última concretagem, de 30 metros feita há uma semana. A associação, em parceria com os municípios, preparava os detalhes finais para a entrega oficial.

Ponte baixa construída entre as duas cidades não suportou a força do Forqueta. Uma extensão de 30 metros cedeu

De acordo com a presidente da associação, Edna Kremer, a força da água do Forqueta, que subiu mais de quatro metros, trouxe galhos e entulhos que comprometeram a estrutura, especialmente no acesso por Marques de Souza.

“O objetivo da associação sempre foi colaborar com a comunidade, oferecendo uma estrutura mais resistente para a passagem de caminhões. Estamos muito tristes com o ocorrido. A associação nunca faltou com respeito e sempre trabalhou com o propósito de ajudar”, lamentou a presidente em entrevista à Rádio A Hora.

Gabriel Santos gabriel@grupoahora.net.br
três alternativas: uma pinguela provisória construída pelas prefei-

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Caravana leva educação e diversão para 360 crianças

Estudantes das

escolas Odilo Afonso

Thomé e Léo Joas, de Estrela, participam de atividades do programa Educame

Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br

ESTRELA

As escolas de Ensino Fundamental Odilo Afonso Thomé e Léo Joas receberam a 9ª edição da Caravana Educame – Educação Ambiental na Escola, programa do Grupo A Hora. A atividade, na tarde de quarta-feira, 28, reuniu 360 crianças dos anos iniciais, no ginásio da Odilo. A instituição, no bairro Imigrantes, tornou-se sede para as duas instituições, porque a Léo Joas teve o prédio interditado depois da enchente de 2024. O personagem “Por Que” entrou em cena e encontrou uma plateia de olhos e ouvidos atentos. Ele falou sobre as cheias, o uso da água e os cuidados que todos devem ter com o meio ambiente.

E ensinou: “conhecer, cuidar e preservar”. Sobre descarte de resíduos, frisou: “reduzir, reutilizar, reciclar.” A apresentação ainda contou com música e interação com os estudantes.

Mudanças climáticas

Para a diretora da Léo Joas, Cleonice Diehl, atividades como a caravana são muito importantes. “Estamos vivendo uma época que precisamos pensar muito sobre estes assuntos. Na escola, temos que abordar constantemente o tema ambiental, porque as crianças estão em formação.” Cleonice ainda acrescenta que uma atividade vinda de fora, como a peça teatral “Educa-me, por quê?”, reforça o que a escola vem trabalhando, dá ainda mais importância.” A diretora lembra que os alunos da Léo Joas precisaram deixar o seu espaço escolar e ser realocados em outro bairro e escola.

Aprendizado

“A caravana é excelente, porque consegue atrair a atenção das crianças e, de uma forma lúdica,

transmite a elas o conhecimento sobre as questões ambientais”, destaca a diretora da Odilo Thomé, Tamara Horn. Na opinião dela, cada vez mais é preciso focar nas novas gerações, porque têm a capacidade de absorver a educação ambiental. “É difícil mudar as atitudes das pessoas mais velhas, mas das crianças sim. Conduzi-las para o cuidado com o meio ambiente, às questões sociais.”

Oficina

Depois do espetáculo teatral, as turmas do 4º ano participaram da oficina “Repórter Ambiental Mirim”. A intenção é capacitar os alunos a escrever pequenos textos noticiosos sobre atividades realizadas dentro da escola ou na comunidade com viés ambiental. Durante a oficina, as crianças aprenderam quais informações básicas são necessárias para criar o texto jornalístico. O exercício prático foi montar uma notícia sobre a caravana.

Os colegas do 4º ano Benjamin Gael da Silva, Riana Luíza dos Santos e Pedro Luis Weizenmannn da Silva Pereira assistiram ao teatro e participaram da oficina. Benjamin gostou

Plateia recebeu o personagem “Por Que” com atenção e interação

do personagem “Por Que”e da música. Riana curtiu o teatro sobre o meio ambiente. Pedro gostou de toda a programação, em especial de fazer a leitura do texto redigido durante a oficina de jornalismo.

Os alunos receberam um certificado de participação e foram convidados a enviar notícias à redação do Grupo A Hora, para serem publicadas no suplemento impresso Educame, que circula uma vez por mês.

Trabalho itinerante

Durante a caravana, o coordenador do Educame, Gilberto Soares, apresentou as três oficineiras do programa. Luana Hermes ministra oficina sobre resíduos sólidos, Malta Fluck aborda o tema água e Ana Cecília Togni trata sobre a Bacia Hidrográfica Taquari-Antas. As escolas que recebem a Caravana Educame podem agendar, posteriormente, as oficinas.

LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA

GAÚCHO DE CICLISMO

TEUTÔNIA RECEBE ETAPA DUPLA NO FIM DE SEMANA

Novidade é a prova de “cronoescalada” que subirá a ladeira até a Lagoa da Harmonia

Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br

OCampeonato Estadual de Ciclismo volta a colocar Teutônia no centro da atenção do esporte neste fim de semana. O município recebe uma inédita etapa dupla com provas de cronoescalada e circuito urbano, com somatória de tempos para definis os campeões. Denomina-

do de Troféu Teutônia, o evento deve receber cerca de 250 ciclistas entre sábado e domingo.

A novidade é a prova de cronoescalada individual, que ocorre no sábado, 31, a partir das 13h15min. Nela, o ciclista terá o desafio de subir a ladeira até a Lagoa da Harmonia, em trechos de grande inclinação.

Cada atleta larga de forma escalonada, a cada 30 segundos, em frente à Escola Municipal de Ensino Fundamental Guilherme Rotermund. A linha de chegada estará localizada no topo da lagoa, onde o tempo será registrado.

Apesar de a soma dos tempos dos dois dias definir os vencedores da etapa, a organização decidiu premiar também o melhor tempo

em um segmento final da subida, como um bônus para os amantes das montanhas. O troféu é denominado “Rei da Lagoa”.

SEGUNDO DIA

O desafio continua no domingo com o tradicional circuito urbano, nos arredores do Centro Administrativo de Teutônia. Os atletas largarão em baterias e precisarão administrar o desgaste do dia anterior para a conclusão das duas provas.

A prova do domingo começa às 8h30min e deve seguir até por volta das 15h, quando ocorre o encerramento da etapa em Teutônia e também a premiação oficial, no Pavilhão Multiuso da Prefeitura.

EZEQUIEL NEITZKE

ezequiel@grupoahora.net.br

NOVO CAMPEONATO, VELHA DISCUSSÃO

Uma das discussões mais acaloradas da última reunião da Série A do Regional Aslivata foi a idade dos atletas nas competições da região. Um tema antigo, mas que ganha novas camadas a cada temporada. É inegável que os clubes e a Aslivata precisam abrir espaço para os mais jovens — afinal, são eles o futuro do futebol local. No entanto, o desafio está em encontrar formas de manter em atividade quem “estoura” a idade permitida para a categoria aspirante.

No formato atual, a idade no aspirante é liberada, mas para o próximo ano discute-se a adoção do modelo sub-23. A proposta é válida para estimular a renovação, mas traz um efeito colateral preocupante: muitos atletas experientes, que ainda têm qualidade e história nos clubes, podem ficar sem espaço. Com a liberação total para atletas de fora do Vale do Taquari e até a participação de jogadores profissionais, o funil para os locais se estreita ainda mais.

Se a entidade pensa em reformular a categoria aspirante, é essencial que olhe também para a titular. Manter o equilíbrio entre juventude, experiência e valorização dos talentos locais é o caminho para fortalecer as competições e preservar a identidade do nosso futebol. Caso contrário, corremos o risco de ver muita gente boa apenas assistindo da arquibancada.

QUE SIRVA DE APRENDIZAGEM

Na última reunião da Série A, a Aslivata tentou lançar ideias para melhorar a organização do campeonato. Uma proposta sensata é antecipar o debate: que tal apresentar as diretrizes já na entrega da premiação aos destaques do ano? Assim, os clubes saem do evento já sabendo o que os espera no próximo calendário. Evita-se polêmica, ganha-se tempo e todos se preparam melhor.

PALAVRA X DINHEIRO

Com a modernização dos campeonatos, a velha ficha de inscrição deu lugar à confiança. Mas quando a palavra vale menos que uma proposta melhor, surgem os impasses. Neste ano, alguns atletas viraram as costas para acordos verbais diante de novas ofertas — e deixaram clubes na mão. O dinheiro falou mais alto. O episódio acendeu um alerta: dirigentes já estudam alternativas para evitar esse tipo de situação em 2026. Afinal, sem compromisso formal, a ética do esporte fica no banco de reservas.

RETORNO

A cheia de 2024 destruiu a sede do EC Bragantino, mas não foi capaz de apagar sua história. Aos poucos, o clube começa a se reerguer — e o retorno às competições esportivas simboliza esse novo capítulo. No Campeonato Municipal de Futebol 7 de Marques de Souza, o Bragantino participou com duas equipes. Ambas chegaram à final: uma na Série Prata, outra na Série Ouro. E foi na Ouro que veio o título (foto), celebrado com emoção e gratidão. Mais do que uma taça, a conquista representa o reconhecimento à comunidade que estendeu a mão no momento mais difícil. Agora, o clube sonha mais alto e já projeta disputar competições maiores. Quem sabe, em breve, não voltamos a ver o Bragantino nas disputas regionais?

Cerca de 250 ciclistas de todo o RS devem estar na cidade para participar das provas de sábado e domingo
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Lajeado construía espaço do produtor

Há 20 anos, estava em construção a nova sede para a Feira do Produtor de Lajeado, na esquina das ruas Santos Filho com João Abott. O projeto estava orçado

em R$ 60 mil, considerando a área coberta com 16 boxes, o estacionamento e a área de descarga dos produtos. Os recursos eram do RS Rural, com 10% do

valor bancado pelos 30 feirantes beneficiados. O espaço da tradicional feirinha ainda existe no mesmo local.

A Cooperativa Languiru ampliava seu complexo industrial de laticínios. A nova estrutura teria 4,7 mil metros quadrados, somada ao prédio existente de 1,9 mil metros quadrados. A

fábrica ficava no bairro Teutônia e o investimento superava os R$ 8,5 milhões. Desse total, 30% era investimento próprio e o restante financiamento do BNDES. O técnico responsá-

vel pela nova unidade era Rui Horst.

O complexo processaria leite Mimi pasteurizado, tipos B e C, além de creme de leite, doce de leite, bebida láctea e iogurte. O

de escravos

Languiru construía fábrica de laticínios Centenária era neta

Ane Kunrath era a Namorada de Lajeado

O Clube Caixeiral organizava o tradicional Baile da Namorada de Lajeado nos salões da Acvat. A escolhida para representar o município em 1975 foi Ane

anúncio do investimento nos produtos da marca Mimi tinha sido feito em novembro de 2004. A marca em si tinha sido criada por volta de 1963 e era relançada há 20 anos.

Gonzalina da Silva Bello, de Paverama, completava um século de vida em 2005. A Secretaria de Educação e Cultura organizou uma comemoração para celebrar os cem anos de Dona Gonça, como era conhecida. Neta de escravos, na infância, trabalhou em lavouras de milho, feijão e batata. Mesmo aos cem anos, ainda lavava roupa, cozinhava e capinava. Gonça tinha 11 filhos, 30 netos, 55 bisnetos e 11 tataranetos.

Kunrath. Na noite, desfilaram também Isabel Schroeder (Brotinho 1974), Raquel Jacques Henz (Rainha da II Feagro) e Marly Lang (Namorada de 1974).

Da esquerda para a direita, Isabel, Marly, Ane e Raquel

MATEUS

SOUZA Jornalista

As chuvas e o “novo normal”

Onovo episódio de chuva volumosa na RS esteve longe de causar consequências como as grandes enchentes recentes. Deixou estragos pontuais na região, sendo o pior deles na passagem entre Marques de Souza e Travesseiro. Mas voltou a despertar um sentimento de preocupação nas pessoas.

Ainda que nenhum dos modelos meteorológicos indicassem possibilidade do Rio Taquari sair do leito, os momentos de chuva forte e os transbordamentos de arroios ligaram um sinal de alerta quase que automático. Enquanto almoçava ontem, ouvindo as conversas paralelas, os principais assuntos eram: “será que vai dar enchente?” ou “viu as imagens do arroio passando por cima da ponte?”.

Ninguém gosta de ficar falando sobre tragédia ou notícia negativa, é claro. Mas creio este ser o “novo normal” do Vale. Hoje, qualquer período mais prolongado de precipitação nos faz relembrar os tristes episódios de 2023 e 2024.

O medo e a preocupação, nesses casos, é algo natural, pois as cicatrizes ainda estão bem expostas. Basta caminhar por ruas em bairros destruídos por enchentes, só para ficar em um exemplo. O trauma persiste. Saber lidar com ele é um desafio

para a nossa geração. Afinal, eventos climáticos extremos vão ocorrer novamente. Só não sabemos quando.

ALIÁS

O “novo normal” também pode ser um aliado nesses períodos de chuva intensa. Quanto mais as pessoas tiverem consciência do risco das cheias atingirem suas casas, mais rápido pode ser o trabalho de remoção ou deslocamento para um abrigo ou local seguro. A prevenção sempre é o melhor remédio.

Outro exemplo é o monitoramento constante. Seja das réguas físicas ou até mesmo

“Deixar de ser refém”

A repercussão da reportagem publicada no fim de semana, “Ligação estratégica para impul-

sionar economia e mobilidade”, indica que a nova ponte sobre o Rio Taquari é uma obra necessária

REPRODUÇÃO

ARTIGO

IVANOR DANNEBROCK

Gestor

Educacional

Ladeira abaixo

Em várias oportunidades expressei minha preocupação com o descaso crescente dos governos e de uma boa parte da sociedade, com o decréscimo alarmante da qualidade da educação em nosso país. Tivemos a pouco tempo, acesso às informações concernentes ao ano de 2023, do resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o que revela a tragédia em curso. Podemos verificar o descaso do governo federal com o assunto se olharmos para o ano avaliado. Somente dois anos após a avaliação feita, os dados foram publicizados. E vimos alguém se manifestar e anunciar ações concretas robustas para reverter essa defasagem brutal? A resposta é não.

“no olho”, acompanhando as inúmeras câmeras espalhadas pelo Vale. O projeto “Vale Vivo”, do A Hora, tem imagens em tempo real de diversos pontos. É uma importante ferramenta para trazer um panorama atual dos rios e arroios.

Ao olhar para o passado, avançamos neste sentido. Em 2020, tivemos uma cheia traumática e pouco se lembra dela em virtude das que viriam depois. Mas aquele episódio passou e, nos meses seguintes, quase ninguém falava mais em enchentes, prevenção, qualificação das defesas civis, monitoramento de rios e bacias, entre outros temas. Agora é assunto todos os dias.

não apenas para o desenvolvimento regional, mas também para a sobrevivência do Vale em situações excepcionais. Entre muitas entrevistas, a fala da empresária Andressa Scapini foi certeira: “a enchente escancarou a necessidade de alternativas. Ficamos ilhados. E quando isso acontece, toda a logística e os serviços colapsam. Precisamos garantir que a região não fique refém de um único acesso”. É isso. Não podemos mais ser reféns da BR-386. É a nossa principal rodovia, sem dúvidas. Mas precisamos de alternativas. E a travessia entre Estrela e Cruzeiro do Sul surge como a possibilidade mais viável, para o médio e longo prazo.

Para termos uma ideia sobre os dados publicados, nossos alunos estão indo para a escola, porém não estão aprendendo muita coisa. A prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é concentrada nas escolas públicas. Nas escolas particulares a prova é feita por amostra, o que prejudica a avaliação na rede privada. Os dados nos revelam, portanto, a realidade das escolas públicas brasileiras.

O mais preocupante é que os alunos estão aprendendo cada vez menos, os resultados nas provas são alarmantes e mesmo assim, eles são aprovados e seguem para as séries seguintes sem saber o básico.

Vejamos: no 5º ano do Ensino Fundamental é feita a primeira avaliação de Língua Portuguesa, em média 1 de cada 2 alunos, aprendeu aquilo que foi proposto (55%). Já no Ensino Médio a defasagem piora, e muito. Em média 1 entre 3 alunos, aprende o que é esperado (33%).

Precisamos de alunos esforçados, que sejam incentivados a dar o máximo de si, para que tenhamos futuros pro ssionais con áveis”

Repito, no Ensino Médio, 33% por cento aprendem o que é esperado. E o que é esperado para ser aprovado? O mínimo em regra. Ou seja, o aluno tira 6 numa prova, por exemplo, e está aprovado. Mas nós precisamos de muito mais. Se formos avaliar a porcentagem dos míseros 33% aprovados, quantos alunos nesta faixa conseguiram notas ótimas? Não sabemos, mas imagino.

Precisamos de alunos esforçados, que sejam incentivados a dar o máximo de si, para que tenhamos futuros profissionais confiáveis e que dominem seu ofício em cem por cento. Ou você se sentirá confortável em ser atendido por um cirurgião no futuro, ou um dentista, um arquiteto que fará o projeto de sua casa, um engenheiro que irá projetar pontes, que aprendeu somente o mínimo exigido para ser aprovado?

Infelizmente já temos profissionais formados atualmente com defasagens consideráveis. E o futuro próximo não é nada animador neste sentido. Repito o que já grifei em outros artigos, que ainda temos ilhas de qualidade em educação, porém essas precisam ser multiplicadas com urgência.

GABRIEL SANTOS

Sexta-feira, 30 maio 2025

Fechamento da edição: 18h

4º |

16º Uma massa de ar polar atua sobre o estado. O dia começa com temperaturas baixas e com geada, principalmente nos pontos mais altos da região.

Caravana em Estrela reúne 360 alunos

ga à 9ª edição e contempla escolas da região para abordar, de forma lúdica, o tema da consciência ambiental

Linha Lenz retoma festa com

NOVA GERAÇÃO |

Fundado em 13/1/1966

Avulso: R$ 5,90

• Teutônia • Bom Retiro do Sul • Fazenda Vilanova • Colinas • Imigrante

Sexta-feira, 30 de maio 2025 | Ano 59 | Edição nº 3081

Antiga sede da Polar vira patrimônio

FUTURO DO PRÉDIO

CIC Teutônia

debate futuro da mão de obra

Câmara de Indústria e Comércio (CIC) reúne setores empresariais e propõe debate sobre desafios e soluções para atração de retenção de profissionais.

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Governo municipal publicou o decreto que confirma o tombamento do prédio da antiga cervejaria. Medida abre caminho para a criação de um centro de cultura e gastronomia. Decisão busca evitar perdas na estrutura e garantir condições para o início de um plano de uso

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Turnê pela Europa valoriza origens

Cerca de 50 pessoas embarcam para a 7ª turnê nesta sexta-feira, 30. Apresentações ocorrem na Alemanha, Áustria e Eslovênia. Programação do 57º Festival do Chucrute foi encerrada com lançamento do espetáculo. Jornalista do Grupo A Hora, Karine Pinheiro, acompanha grupo e traz curiosidades, exemplos e as vivências nos 26 dias da viagem pela Europa.

PÁGINAS | 6 e 7

Além de dança e cultura, a viagem proporciona a conexão entre cidades coirmãs e visita a um novo país, como a Eslovênia

Estrela

A jovem Isadora Klein Diehl, de apenas 15 anos, foi a única representante da Região dos Vales no 10º Encontro do Hotel de Hilbert, promovido pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), entre os dias 26 e 29 de maio, em Natal (RN). Estudante do 1º ano do ensino médio Técnico em Automação Industrial no IFSul Câmpus Lajeado, Isadora é apaixonada por matemática e já soma diversas medalhas em olimpíadas nacionais

Quando começou teu interesse pela matemática?

Isadora Klein Diehl - Desde pequena sempre gostei de matemática e de tudo que envolvia números. Estudei na EMEI Pequeno Mundo e depois na EMEF Ipiranga, em Colinas. Foi lá que participei da OBMEP pela primeira vez, no 6º ano, e já ganhei medalha de prata nacional. A partir daí me motivei ainda mais e continuei participando todos os anos, sempre com bons resultados. Meus professores, colegas e meus pais sempre me apoiaram muito.

Como foi ser selecionada para o Hotel de Hilbert?

Isadora - Quando ganhei a medalha da OBMEP, entrei no Programa de Iniciação Científica (PIC) e também fui selecionada como bolsista do CNPq. Em 2024, fui escolhida como uma das alunas destaque do PIC e recebi um e-mail com a notícia de que participaria do Hotel de Hilbert. Fiquei muito feliz! Além de ser uma oportunidade única de aprender mais sobre matemática, foi muito legal pensar na viagem, em conhecer pessoas novas e viver essa experiência diferente.

O que mais te marcou durante o evento?

Isadora - O que mais me marcou foi conhecer tanta gente que também ama matemática. Foi legal conversar com pessoas de vários estados, trocar ideias e viver isso em conjunto. Foi

uma experiência muito rica e divertida ao mesmo tempo.

Como foi representar sozinha a Região dos Vales?

Isadora - Foi muito especial. Nunca tinha viajado sozinha nem andado de avião. Representar a nossa região nesse evento tão importante foi emocionante. A delegação do Rio Grande do Sul foi bem organizada, com o professor Ricardo Misturini coordenando tudo, o que ajudou bastante também.

Já participou de outras competições além da OBMEP?

Isadora - A OBMEP é a que eu mais gosto e me dedico, e participo desde 2021. Já ganhei medalhas nacionais e estaduais em várias edições. Também fiz a prova da Canguru de Matemática Brasil e da OMIF, mas nessas eu não me preparei tanto quanto para a OBMEP. Agora estou me preparando para a prova da 1ª fase da 20ª edição, que vai acontecer dia 3 de junho, com mais de 18 milhões de estudantes participando.

O que esperas para teu futuro nos estudos e na carreira?

Isadora - Ainda estou descobrindo o que quero seguir, mas quero aproveitar ao máximo esses anos no IFSul. Continuo no PIC, que está mais desafiador agora na fase avançada, mas estou gostando muito.

Estrela inicia plano de manejo das águas para enfrentar eventos extremos

Município firma convênio para elaboração de diagnóstico e soluções técnicas no sistema de drenagem urbana. Trabalho de cadastramento da rede deve durar um mês. Investimento é de R$ 594 mil

Karine Pinheiro karine@grupoahora.net.br

ESTRELA

Estrela formalizou a contratação do Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais. A ordem de início do trabalho foi assinada na segunda-feira, 27. O projeto será desenvolvido pela Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O plano visa mapear a rede de drenagem urbana, identificar vulnerabilidades e propor intervenções para minimizar os impactos de enchentes. A metodologia inclui levantamento detalhado de cursos d’água, arroios e redes de escoamento, além de modelagens hidrológicas e topográficas. O trabalho deve

EXPEDIENTE

orientar não apenas obras de engenharia, mas também políticas públicas para ocupação do território.

De acordo com o secretárioadjunto de Planejamento e Sustentabilidade, Émerson Musskopf, o estudo permitirá uma gestão territorial baseada em dados concretos, para superar práticas adotadas apenas com base em experiências.

“O município passa a ter informações precisas sobre como a água se comporta, para onde escorre, com que velocidade, e quais regiões são mais suscetíveis a alagamentos”, explica.

O contrato firmado tem valor de R$ 594,9 mil com financiamento via Novo PAC e recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente. O prazo de execução é de 18 meses.

A primeira etapa, com duração de 30 dias, será dedicada ao cadastro completo da rede de drenagem urbana e ao mapeamento dos cursos d’água.

A UFSM aplicará tecnologia de ponta, com uso de imagens de satélite, drones, topografia de precisão e batimetria de arroios.

A modelagem gerada possibilita simulações de cenários em diferentes níveis de cheia, além de antecipar riscos e permitir respostas mais rápidas e eficientes.

Fundado em 13 de janeiro de 1966

Rua Treze de Maio, nº 360 - Estrela CEP: 95880-000

Reportagem: Karine Pinheiro, Grasi Nabinger e Daniely Schwambach

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O secretário destaca que o estudo também deve contribuir com a revisão do Plano Diretor urbano, em elaboração. As informações técnicas vão indicar as áreas adequadas para expansão, bem como os locais onde obras estruturais ou soluções baseadas na natureza podem ser implantadas para reduzir impactos de eventos extremos.

O secretário cita como exemplo a enchente de maio de 2024, quando o nível do Taquari atingiu 34 metros. Na ocasião, não havia clareza sobre quais pontos da cidade seriam afetados, o que dificultou a resposta. A expectativa é que, com os dados gerados, seja possível antecipar cenários futuros. “Se for projetada uma elevação para 36 metros, saberemos exatamente onde a água vai chegar”, afirma.

Segundo Musskopf, cerca de 300 municípios brasileiros possuem plano específico para manejo de águas pluviais, concentrados principalmente em grandes centros urbanos.

Os produtos finais do trabalho incluem mapas de risco, diagnóstico da capacidade atual de drenagem, propostas de intervenções, diretrizes de ocupação do solo e modelos de comportamento hidrológico.

CIRCULAÇÃO

Estrela

Bom Retiro do Sul • Fazenda Vilanova • Colinas • Imigrante • Teutônia

Uma publicação do ecossistema

Daniély Schwambach daniely@grupoahora.net.br
ARQUIVO PESSOAL
Contrato foi assinado na segunda-feira, 26, no gabinete da prefeita

Município torna antigo prédio da Polar patrimônio histórico

Medida abre caminho para a criação de um centro de cultura e gastronomia

Karine Pinheiro karine@grupoahora.net.br

Zique Neitzke ezequiel@grupoahora.net.br

ESTRELA

Aprefeitura de Estrela publicou o decreto que confirma o tombamento do prédio da antiga Polar. A medida estabelece a proteção da estrutura como bem com valor histórico para o município. Durante reunião com o Ministério Público Federal (MPF) e representantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), o governo municipal apresentou a nova legislação que regulamenta o tombamento no município. O processo segue agora para

análise técnica. O CAU tem dez dias para se manifestar sobre a documentação entregue. Caso o parecer seja favorável, o processo será encerrado. A prefeita Carine Schwingel afirma que a decisão busca evitar perdas na estrutura e garantir condições para o início de um plano de uso. Segundo ela, as paredes com condição de sustentação serão mantidas.

A gestora também declara que o local faz parte de sua vivência pessoal e profissional. Durante o período em que ocupou cargo secretária de Cultura do município, capitaneou ações visuais no prédio como forma de evitar descarte e ocupação irregular.

Com a formalização do tombamento, o município passa a tratar a área com regras específicas de preservação. O prédio não poderá ser alterado ou removido sem aprovação do novo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, que reúne representantes de diferentes setores. A estrutura também

passa a ser objeto de políticas públicas voltadas à conservação.

Projeto entregue ao Estado

Paralelamente à publicação do decreto, a prefeitura entregou ao governo do Estado um projeto de intervenção no prédio. O objetivo é obter recursos para executar uma obra de recuperação e estruturar no local um centro voltado à cultura e à gastronomia. A proposta foi apresentada a diferentes secretarias, e o governo estadual manifestou apoio ao plano.

A proposta prevê restauração física e concessão do prédio para operação por parte do setor privado. A gestão municipal pretende estabelecer exigências de uso com foco em cultura, turismo e serviços com retorno econômico. Caso o repasse estadual não ocorra, a prefeitura avalia alternativas com financiamento próprio ou por meio de parcerias com investidores.

A prefeita afirma que o prédio da Polar poderá abrigar atividades abertas ao público, além de ações voltadas à valorização da cidade. A concessão, segundo ela, seguirá regras definidas por meio de edital, com metas de uso e prazo de execução.

O tombamento da Polar é o primeiro caso oficial amparado pela nova legislação municipal. A câmara aprovou uma lei que define critérios para proteção de bens históricos, culturais e naturais. A norma também criou um conselho para deliberação de tombamentos e um fundo destinado a financiar ações de preservação.

Nas últimas semanas, a Emergência do HE registrou um aumento expressivo de 30% na média diária de pacientes

Hospital Estrela registra aumento de 35% nos atendimentos de emergência

Nos últimos sete dias, tanto a Emergência quanto a UTI operaram com 120% da capacidade instalada

ESTRELA

Com a chegada do outonoinverno, aumenta a incidência de doenças respiratórias, o que impacta no número de atendimentos nas emergências. Para a Emergência do Hospital Estrela (HE) da Rede de Saúde da Divina Providência (RSDP), isso não tem sido diferente. Com o crescimento no número de pacientes demandando atendimento, a lotação impacta nos casos mais urgentes que realmente dependem de uma resposta ágil. Nas últimas semanas, a Emergência do HE registrou um aumento expressivo de 30% na média diária de pacientes. Também houve um crescimento no número de pacientes em

estado grave. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está funcionando com 100% de sua capacidade. Ainda, há três pacientes que demandam cuidados intensivos, mas que permaneceram sob os cuidados da Emergência uma vez que a taxa de ocupação da UTI tem se mantido em sua totalidade. Outro dado preocupante, é que no mês de maio o número de atendimentos por síndromes respiratórias dobrou em relação ao mês anterior. Diante desse cenário, o hospital reforça o apelo à comunidade para que busque a emergência apenas em casos graves, a fim de garantir a agilidade e eficácia no atendimento aos pacientes que realmente correm risco de vida.

“O atendimento de pacientes com quadros leves na Emergência pode comprometer a agilidade no cuidado dos casos mais urgentes, que realmente dependem de uma resposta rápida para salvar vidas”, explica o Dr. Gabriel Klecius, coordenador Médico da Linha de Cuidado Hospitalar.

Prefeitura entregou ao Estado um projeto de intervenção no prédio
KARINE PINHEIRO

Hidrelétrica Salto Forqueta retoma atividades

AHidrelétrica Salto

Forqueta, da Cooperativa Certel, localizada entre os municípios de São José do Herval e Putinga, retornou com as atividades na nessa terçafeira, dia 27. Após um ano de obras e investimento de

R$ 50 milhões, a usina volta a operar com estrutura ampliada.

A barragem sofreu um desmoronamento na ombreira direita durante a cheia de maio de 2024 e passou por um processo de recuperação que durou um ano, com um investimento superior a R$ 50 milhões.

O vice-presidente da Certel, Daniel Sechi, destaca que, em termos de potência, a usina manterá sua capacidade original. No entanto, a estrutura foi ampliada e hoje alcança 150 metros de extensão.

Com tecnologia e precisão, Dinna Explosivos celebra 26 anos de história

A Dinna Explosivos e Desmonte de Rochas foi fundada em 14 de maio de 1999, na cidade, a Dinna foi a primeira fábrica de explosivos do Rio Grande do Sul. Atua com força total em obras de mineração e construção civil. Oferece suporte completo a planos de fogo, desmontes especiais, sismografia, perfuração e análise de fragmentação. Em sua estrutura de governança, conta com Programa de Compliance e reforça seu compromisso social ao participar ativamente da reconstrução do Vale do Taquari, duramente afetado pelas enchentes. Possui uma frota especializada, profissionais experientes e um rigor técnico reconhecido. A cada novo projeto, reafirma o compromisso com o desenvolvimento da região e com a entrega de soluções confiáveis e de alta performance.

Segundo o diretor Nilto Scapin, o segredo do crescimento está na combinação entre ética, conhecimento técnico e inovação. “Não vendemos só explosivos. Vendemos precisão, segurança e planejamento. Trabalhamos para que o investimento dos nossos clientes sempre tenha o melhor rendimento possível”, afirma.

Aniversariantes da semana

26 de maio – Residencial Aliança (9 anos)

27 de maio –

2M Coworking (3 anos)

29 de maio – Hospital Ouro Branco (81 anos)

30 de maio – Soges (118 anos)

Sua empresa também pode ser mencionada neste espaço. Envie a data comemorativa. Parabéns e um cordial abraço a todos!

Agenda

Dia 7 de junho: 19h30min: 3ª Festa Junina da Porongos, em Estrela 20h30min: Boate de Aniversário da Soges, em Estrela

Dia 13 de junho: 11h45min: Reunião Almoço da Cacis, em Estrela 19h: 2ª Edição Cultural na Porsche Haus, em Imigrante

Dia 21 de junho: 20h30min: 1ª Arraiá do Paraíso, Novo Paraíso, em Estrela

EM SINTONIA

Veja as matérias completas no site: jornalng.net.br

- A Câmara de Comércio, Indústrias, Serviços e Agronegócio (Cacis) de Estrela conta com um novo serviço aos associados. A consultoria especializada Portocob pretende proporcionar, de maneira profissional, a cobrança de valores devidos, importante ao capital de giro, fundamental para a saúde da empresa.

- Hoje à tarde, dia 30, 50 integrantes do grupo folclórico de Estrela, entre eles músicos e dançarinos, embarcam rumo à Europa para a sétima turnê, na 21ª internacional da história do grupo. A viagem terá 26 dias de duração e apresentações em diversas cidades, incluindo Berlim, Gmunden, Ehrenfriedersdorf, Munique e Heidelberg. Previsão do retorno ao Brasil no dia 26 de junho.

- A Liga Feminina de Combate ao Câncer de Estrela iniciou nesta semana, dia 27, a comercialização de cartões para o Café da Liga, que ocorre no dia 5 de julho, no Salão Social da Sociedade

Ginástica de Estrela (Soges).

- O Pronto Atendimento para convênios do Hospital Estrela, aos clientes Unimed e particulares, passa a ter a opção de atendimento 24 horas por dia. Essa novidade oferece aos clientes pela Unimed VTRP de Estrela, Lajeado e região mais uma opção de cuidado todos os dias do ano.

- A CiC Teutônia promoveu Café Empresarial alusivo ao Dia da Indústria na quarta-feira, dia 28. Abordou o tema “Desafios e soluções na atração e gestão da mão de obra”, com Cintia Schmidt.

OPORTUNIDADES

Confira as vagas de emprego disponíveis na região nos sites do Grupo A Hora. As oportunidades são para pessoas com ou sem experiência no mercado de trabalho. Posicione o celular no QRCODE acima, abra o link e digite “vagas” na aba de pesquisa.

Fabiano Petter comercial@jornalng.net.br

Nova geração exige cultura, clima e propósito

CIC reúne setores empresariais e propõe debate sobre desafios e soluções para atração de retenção de profissionais

Grasi Nabinger grasi@grupoahora.net.br

TEUTÔNIA

Diante de um cenário em que faltam profissionais, mas não faltam vagas, empresários de Teutônia se reuniram para discutir um dos maiores desafios da atualidade: como atrair e manter talentos em um mercado de trabalho em transformação. A pauta foi tema do Café da Manhã da Indústria, promovido pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Teutônia, que teve como foco a palestra da especialista em gestão de pessoas, Cintia Schmidt, na manhã de quarta-feira, 28. O encontro respondeu a uma pergunta que inquieta empresários de todos os setores: por que, mesmo com tantas vagas, é tão difícil contratar? A resposta envolve mudanças de comportamento, expectativas da nova geração, e a necessidade de as empresas se tornarem mais atrativas — não apenas em salário, mas em propósito, cultura e ambiente de trabalho. “Não há uma receita de bolo. É sair do padrão, ser disruptivo, comunicar o propósito da empresa e criar

De acordo com a especialista em gestão de pessoas, os colaboradores não querem mais só um emprego, mas fazer parte de um propósito

Gestão de pessoas vai além do RH

O debate também revelou que o desafio não termina na contratação. Empresários relatam que, além de formar e capacitar, as empresas acabam assumindo papéis que vão além da gestão tradicional: educar, cuidar e, inclusive, dar suporte emocional para os colaboradores – pauta que vai ao encontro das mudanças da Norma Regulamentadora 1 (NR1), em vigor desde maio, que traz diretrizes para gerenciamento de riscos ocupacionais, incluindo aspectos psicossociais.

A especialista Cintia Schmidt alerta que esse movimento tem limites. “Líder nenhum dá conta de tudo. As empresas não têm braço para cuidar do psicológico de cada colaborador. Cada pessoa traz sua história, sua bagagem. O que podem e devem fazer é oferecer um ambiente seguro — física e emocionalmente —, onde as pessoas saibam o que precisam fazer e encontrem sentido no trabalho,” destacou.

Ela também chamou atenção para a importância de processos seletivos mais criteriosos.

conexão com as pessoas. Elas não querem mais só um emprego. Querem fazer parte de algo que faça sentido para suas vidas,” provoca Cintia.

Cenário local: sobram vagas

O problema não é pontual. Cintia apresenta pesquisa recente que aponta que há, atualmente, mais de 3 mil vagas formais abertas no Vale do Taquari. Em Teutônia, entre as quase 600 empresas associadas à CIC, são 74 oportunidades de emprego formal em aberto. No Sistema Nacional de Emprego (Sine), o número chega a quase 400 vagas, concentradas principalmente na indústria. Os dados refletem um desequilíbrio que se acentua: entre 2019 e 2024, a população em idade para trabalhar cresceu 4,6%, enquanto a procura por emprego aumentou apenas 3%. Na prática, significa que mais pessoas poderiam estar no mercado forma, mas escolhem não estar — por diferentes motivos.

“Investir tempo na seleção é mais barato do que lidar com a rotatividade depois. E, se perceber que a pessoa não está feliz ou não se conecta, demita rápido. Manter alguém desconectado faz mal para todos.”

Propósito, cultura e clima: os novos pilares

Ao falar sobre retenção, Cíntia foi direta: clima organizacional, cultura e propósito são hoje tão importantes quanto salário. As novas gerações buscam locais onde sintam que seu trabalho faz diferença e onde haja alinhamento de valores.

“O trabalho não deve ser visto como um vilão, mas como parte da vida, gerador de dignidade e qualidade. Sobre isso, cito uma frase do Deepak Chopra, que diz: ‘O trabalho é como ganhamos dinheiro, a carreira é como deixamos nossa marca no mundo’. As pessoas têm sonhos e não querem passar no mundo despercebidas. Então vamos investir em entender qual é a marca que cada pessoa quer deixar”, pontua.

Rumo à Europa: turnê dos Grupos Folclóricos resgata raízes na Alemanha

Cerca de 50 pessoas embarcam para a 7ª turnê nesta sexta-feira, 30. Apresentações ocorrem na Alemanha, Áustria e Eslovênia. Programação do 57º Festival do Chucrute foi encerrada com lançamento do espetáculo

Rumo à Europa, cinquenta integrantes dos Grupos Folclóricos de Estrela dão início à sétima turnê internacional. Os dançarinos levam, mais uma vez, o espetáculo de danças germânicas, gaúchas e brasilidades ao Velho Continente. Ao longo de 26 dias, os viajantes passam por diversas cidades da Alemanha, da Áustria e da Eslovênia e resgatam raízes deixadas pelos imigrantes alemães.

A saída ocorre nesta sextafeira, 30. Com retorno previsto para 25 de junho, os viajantes também se preparam à imersão cultural. Junto ao espetáculo em celebração aos 60 anos dos Grupos Folclóricos de Danças Alemãs, a vivência e a percepção das heranças dos imigrantes alemães também fazem parte do roteiro.

Além de dança e cultura, a viagem proporciona a conexão entre cidades coirmãs e visita a um novo país, como a Eslovênia. Nos três países, a delegação circula por 17 cidades. A proposta da turnê vai além dos palcos. Envolve a troca cultural com as comunidades visitadas, que muitas vezes acolhem os dançarinos em suas próprias casas. Pelo menos metade dos integrantes viaja pela primeira vez para uma turnê internacional.

Segundo o Coordenador dos Grupos Folclóricos de Danças Alemãs, Andréas Hamester, a experiência permite aos participantes compreenderem a Alemanha contemporânea, que vai além dos estereótipos de trajes típicos e festas tradicionais. “É um país moderno, que preserva em alguns momentos as tradições, mas que também avança tecnologicamente. Assim como nós, que mantemos costumes, transformamos outros e perdemos alguns ao longo de 200 anos de imigração alemã no Brasil”, ressalta.

Troca cultural

O espetáculo inicia por danças tradicionais do Rio Grande do Sul e apresenta coreografias alemãs com músicas como Sternpolka, Hammerschmidt, Beim Kronenwirt e Maike. O roteiro também inclui a Quadrilha de São João, com direito ao tradicional casamento caipira, forró e encerra com a batucada de uma escola de samba, com destaque ao carnaval brasileiro.

Segundo Hamester, a turnê também é uma oportunidade de demonstrar os costumes vivenciados no Brasil. Grande parte da viagem será feita pelo sul da Alemanha, sobretudo na região da Saxônia. A exploração de diversas culturas e ambientes também marcam a expedição pelo continente europeu.

A viagem reserva visitas a cidades parceiras em intercâmbios. A expectativa é gerar interconexões culturais e educacionais entre a Alemanha e as cidades do Vale do Taquari. A abordagem multicultural também leva conhecimento aos viajantes, que também buscam aprendizado neste período.

Turnê foi lançada durante o Festival do Chucrute. A cobertura completa será feita pelo Grupo A Hora, com publicações diárias

Viagem por três países dura 26 dias

Lançamento

Finalizada a programação do 57º Festival do Chucrute, os Grupos Folclóricos de Estrela lançaram oficialmente a sétima turnê internacional durante o segundo

dia do Café Colonial, no domingo, 25. O Centro Comunitário Cristo Rei ficou lotado para acompanhar, em primeira mão, a apresentação do espetáculo.

Acompanhe os bastidores da turnê dos Grupos Folclóricos de Estrela

Durante os 26 dias de viagem, toda a região poderá acompanhar de perto os passos dos Grupos Folclóricos na Europa. A cobertura completa será feita pelo Grupo A Hora, com publicações diárias nas midias sociais oficiais do grupo e atualizações constantes na Rádio e Jornal A Hora com a jornalista e repórter Karine Pinheiro (foto).

Roteiro da 7ª Turnê à Europa

Cidades em que os Grupos Folclóricos irão passar

Frankfurt

Frankena

Ehrenfriedersdorf

Marlesreuth

Bad Steben

Mödlareuth

Bobengrün

München

Salzburg

Gmunden

Ebendorf

Ljubliana

Grainau

Zugspitze

Füssen

Eschbach

Hassenhausen

Dortmund

Fronhausen

Grupos de Estrela pelo mundo

2,4 mil apresentações 700 cidades 10 estados 16 países

Argentina, Alemanha, Uruguai, Paraguai, Chile, Áustria, Suíça, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Portugal, Itália, Hungria, França e República Tcheca

Canto Coral encara desafios, se reinventa e aposta nos jovens

Em meio às celebrações dos 44 anos de emancipação, a Capital Nacional do Canto Coral reflete sobre o futuro da tradição e os desafios de engajar os jovens na arte do cantar em grupo

Grasi

TEUTÔNIA

Em 2017 Teutônia consolidou-se Capital Nacional do Canto Coral. Com 22 corais comunitários ativos, a cidade celebra sua história, mas também encara um desafio: como renovar o amor pelo canto coral entre os jovens em tempos em que o mundo parece cada vez mais acelerado?

Em 2023, nasceu o projeto “Um Novo Cantar”, uma iniciativa pioneira que buscou levar oficinas de canto coral para o contra turno escolar em seis escolas do município. Coordenado pela Associação dos Coros de Teutônia (Acote), o projeto atendeu simultaneamente 120 alunos em sete oficinas, com atividades focadas na musicalidade, expressão corporal e na construção de valores.

“O jovem quer movimento, não quer aquele canto coral estático, como muitos dos nossos grupos tradicionais ainda são”,

afirma a coordenadora do projeto e integrante da Acote, Rosita Schneider. Para ela, é preciso compreender que o contexto mudou.

“No passado, o coral era espaço de convívio. Não havia som por toda parte. O coral cantava em festas, missas e até enterros. Mas o mundo mudou. Hoje, as pessoas trabalham fora, têm menos tempo. Esse espaço tradicional, naturalmente, está diminuindo”, pontua.

Apesar do desafio, Rosita vê caminhos promissores. “O infantojuvenil está super bem.

No Coral Municipal quase dobramos o número de cantores.

O que mantém nosso título deve ser um movimento que não vai mais se basear no número, mas na qualidade dos grupos que permanecerem.”

Na prática das oficinas, a metodologia também precisou se atualizar. A professora de música Christ Kelly, que integrou o projeto, apostou no método Dalcroze, que une ritmo, corpo e emoção.

Impacto nos jovens

Christ destaca ainda uma preocupação latente: o tipo de música que chega aos ouvidos das crianças. “Estudos comprovam que as músicas que ouvimos impactam nosso estado emocional. Há músicas que aceleram o coração, a mente, e isso molda comportamentos. É preocupante, porque muitas vezes são letras e ritmos que reforçam valores questionáveis”.

A reflexão encontra eco nas palavras de Rosita: “O mundo

Em 2024, projeto Um Novo Cantar atendeu simultaneamente 120 alunos, em sete diferentes oficinas

grita demais. Precisamos trabalhar a harmonia, o respeito, a disciplina. O canto coral traz tudo isso. Cantar em grupo é sobre escuta, sobre saber o momento de se destacar e de se silenciar. Isso vale para a vida.”

Resistência e renovação

Enquanto alguns corais comunitários lutam para se manter de pé, os corais municipais vivem um período de expansão. O maestro Martin Altevog explica que, atualmente, Teutônia conta com três grupos apoiados pela administração municipal: Coral Municipal Infantojuvenil – 40 integrantes, entre 11 e 18 anos; Coral Municipal Adulto – 30 integrantes, entre 18 e 65 anos; Coral Anos Dourados – 18 integrantes, focado na terceira idade.

O Coral Adulto, inclusive, representou o Rio Grande do Sul em um festival internacional, dividindo palco com corais de todo o Brasil, Paraguai e Chile. “É uma honra representar Teutônia, a Cidade que Canta e Encanta. Isso mostra a força de uma cultura construída ao longo de gerações, destaca. E afirma: para manter a tradição viva é preciso “Investir fortemente nas crianças e nos jovens. Quem canta na infância, volta ao canto coral na vida adulta.”

GRASI NABINGER

Bom Retiro do Sul anuncia pacote de obras e novos investimentos

Município projeta novo ciclo de desenvolvimento com foco em infraestrutura, habitação, educação, saúde e economia

BOM RETIRO DO SUL

Com a comemoração dos seus 66 anos de instalação oficial, Bom Retiro do Sul inicia um novo ciclo de investimentos em diferentes áreas. A prefeitura anunciou a execução de uma série de obras de infraestrutura, entre elas a pavimentação das ruas Leopoldo Dahmer, Esmeralda, Diamante, Eugênio Poersch e Donatila Ribeiro Arnt.

A rua Osvaldo Pereira está recebendo a finalização das calçadas, enquanto as vias Reinaldo Kollet, Trajano Ribeiro e Tiradentes passam por capeamento asfáltico. Também estão em fase de encaminhamento os projetos de pavimentação das ruas Antônio Wermann e Antônio Pereira da Silva.

Investimentos em habitação, saúde e educação

Outros projetos em andamento envolvem áreas como habitação, saúde e educação. Está prevista a construção de 83 unidades habitacionais mobiliadas, destinadas a famílias que tiveram suas casas atingidas pelas cheias, no bairro São João. Na educação, o município tem a construção de uma nova escola no bairro Goiabeira em andamento. Já na saúde, ocorre a obra para a implantação de uma nova Unidade Básica (UBS).

Metas para o futuro

A Câmara de Vereadores aprovou na última terça-feira, 27, um financiamento no valor de R$ 25 milhões, que deve ser destinado a obras de infraestrutura e serviços, com atenção especial às comunidades do interior. O recurso também deve viabilizar a construção de um ginásio poliesportivo, em área a ser desapropriada entre os bairros Getúlio Vargas e São João. Segundo o prefeito Celso Pazuch, o ginásio deverá abrigar atividades esportivas, eventos escolares, ações culturais, recreativas e educacionais, podendo servir também como ponto de encontro para programas de saúde e lazer. Entre os projetos sociais em fase de planejamento, está a criação de um Centro Dia — espaço dedicado ao acolhimento da população idosa durante o dia. O projeto é que o local ofereça refeições, atividades físicas, oficinas e acompanhamento voltado ao bem-estar e à saúde dos usuários.

A proposta acompanha uma tendência nacional. De acordo com dados do IBGE, o Brasil terá mais idosos do que crianças até 2030. Em Bom Retiro do Sul, a média etária já ultrapassa os 40 anos. Pazuch afirma que o objetivo é “antecipar soluções e políticas públicas voltadas a essa parcela crescente da população”

Incentivo à economia

Na área de desenvolvimento econômico, o município foi incluído no programa estadual Qualifica RS, com cursos gratuitos nas áreas de soldagem e manutenção de máquinas. A formação será ofertada em parceria com empresas locais e entidades.

A Secretaria de Indústria e Comércio também trabalha em ações para atrair investimentos, como a cessão de áreas de terra para empreendedores. Um cadastro online de vagas e interessados em emprego está sendo estruturado para facilitar o contato entre empresas e trabalhadores. Também estão previstas iniciativas de capacitação próprias, a serem implantadas nos próximos meses. “Com o conjunto de ações em andamento e planejadas, a administração municipal busca atender demandas históricas e estruturar políticas públicas com foco em desenvolvimento urbano, inclusão social e estímulo à economia local”, conclui Pazuch. Para marcar os 66 anos de instalação oficial, ocorre neste fim de semana, do dia 28 ao dia 1º, o 10º Dança Bom Retiro, a 5ª Expofeira e o 1º Canta Bom Retiro. Ações culturais e econômicas que dão ao município visibilidade em todo o Rio Grande do Sul. A expectativa é que circule mais de 12 mil pessoas pelo município durante os quatro dias. Mais de 80% dos estandes da feira são voltados ao comércio local.

Nossa administração busca atender demandas históricas e estruturar políticas públicas com foco em desenvolvimento urbano, inclusão social e estímulo à economia local

Município celebra 66 anos com eventos neste fim de semana, como a Expofeira e o Dança Bom Retiro
ASCOM/BOM RETIRO DO SUL

Projeto promissor enfrenta abandono

Investidores e município tentam encontrar um caminho para o Teutopark. Redesenho do projeto é opinião unânime

Grasi Nabinger grasielinabinger@grupoahora.net.br

TEUTÔNIA

Anunciado com grande expectativa em dezembro de 2018, o Teutopark surgiu como uma proposta ousada: transformar-se em um dos maiores centros de lazer, turismo e gastronomia do Vale do Taquari. Idealizado como um espaço de convivência “digno de ser comparado a cidades europeias”, o projeto previa uma estrutura robusta, que reuniria em um só local esporte, lazer e um centro gastronômico com 16 lotes destinados exclusivamente a restaurantes, bares ou cafés. O modelo proposto baseava-se na venda destes lotes através de leilões. Com o dinheiro arrecadado, seria possível investir na infraestrutura do parque, criando um espaço moderno e atrativo para moradores e turistas. Contudo, sete anos após o lançamento, o cenário é de incerteza e frustração. Entre 2019 e 2022, apenas dois investidores adquiriram lotes no local — um por R$ 180 mil e outro por aproximadamente R$ 250 mil — com o objetivo de diversificar seus negócios e gerar renda com locações.

“Após a compra dos lotes houve a contrapartida dos investimentos iniciais, como iluminação e pavimentação. Mas, atualmente, está bem abandonada a área e sem manutenção”, relata um dos investidores. A falta de adesão nos leilões seguintes e a ausência de novos interessados acenderam o alerta. Segundo os investidores, a melhor saída seria o próprio município recomprar os terrenos e decidir de que forma utilizá-los.

“Ficamos tristes, pois realmente gostamos e acreditamos no potencial do projeto. Teutônia merece um local com opções diversificadas de gastronomia. Mas hoje não acreditamos que isso possa acontecer. Muito tempo passou e o projeto está desacreditado”, desabafa outro investidor.

“Hoje me sinto desconfortável em investir lá, pois o projeto inicial não deu certo. Só tive prejuízo nesses anos todos em deixar o dinheiro parado lá”, complementa, sugerindo que a solução ideal seria uma negociação com a prefeitura pela recompra dos lotes, considerando os valores atualizados de mercado.

Posição do município

A atual gestão municipal reconhece o impasse e afirma estar aberta a discutir alternativas. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Valdir Griebler, admite que o modelo pensado originalmente não se mostrou viável.

Projeto inicial previa calçadão, pista de caminhada, quadras poliesportivas e empreendimentos gastronômicos. Quase sete anos depois, espaço só tem pavimentação e iluminação

“Esse projeto do Teutopark foi feito numa formatação em que os recursos viriam da iniciativa privada, com a compra dos lotes, enquanto a administração pública faria os investimentos. O projeto é bom, é interessante, mas não é viável. Tanto que, até hoje, não houve nenhum investimento efetivo dos compradores das áreas”, explica Griebler.

Segundo ele, desde que assumiu a pasta, em janeiro, recebeu investidores em busca de soluções. A avaliação da prefeitura é que o projeto precisa ser reformulado.

“No formato atual, não vai evoluir. Precisamos achar uma alternativa. O que eu imagino é formatar o projeto em uma Parceria Público-Privada, para que isso aconteça de forma conjunta. Estamos em contato com investidores e acreditamos que vamos conseguir mobilizar interessados para que a área se desenvolva. Talvez não neste ano, porque o projeto não está incluído no orçamento anual, mas estamos pensando nisso”, conclui.

GABRIEL SANTOS

Calçadão

de Estrela: cartão-postal que nasceu em 1978

Inaugurado em dezembro de 1978, o Calçadão de Estrela foi uma das grandes marcas da gestão do prefeito Hélio Musskopf. Mais do que uma obra urbana, ele simbolizou um novo momento para o centro da cidade. A proposta surgiu a partir de uma indicação do vereador Renato Wagner, aprovada por unanimidade

pela câmara municipal. Mas foi além da política: o Calçadão nasceu como espaço de convivência, pensado para o lazer, o bate-papo ao entardecer, o cafezinho compartilhado com amigos. Era uma Estrela que buscava se reinventar, oferecendo à população um lugar para encontros e memórias.

Calçadão: o sonho urbano que virou realidade

Na visão do prefeito Hélio Musskopf, o Calçadão também teria papel estratégico no desenvolvimento urbano: embelezaria a cidade e centralizaria o comércio. “O Calçadão será um cartão-postal de Estrela”, previu ele. E acertou. A quadra da Rua Fernando Abott, interditada ao tráfego de veículos, trans-

formou-se em referência visual e afetiva, atraindo moradores e visitantes. Com o tempo, consolidou-se como uma rua comercial vibrante, prenúncio do crescimento que se veria nas décadas seguintes. O Calçadão é, até hoje, testemunho de uma época em que Estrela ousou sonhar mais alto.

Calçadão ganha nova vida em 1999

No ano de 1999, sob a liderança do prefeito Leonildo José Mariani, o Calçadão de Estrela ganhou uma nova quadra e um novo fôlego. A ampliação trouxe consigo arcos iluminados que embelezam ainda mais o espaço, conferindo-lhe um ar festivo e acolhedor. Diferente do trecho original, essa nova parte manteve uma passagem central para veículos, conciliando o fluxo urbano com a proposta de convivência. O projeto deu continuidade à visão de transformar o

centro de Estrela em um ponto de encontro e integração da comunidade. A partir dessa ampliação, o Calçadão consolidou-se como o principal palco a céu aberto da cidade. Por ali passaram carnavais animados, celebrações natalinas encantadoras, festas de aniversário do município no mês de maio e inúmeras outras manifestações culturais. O Calçadão tornou-se cenário de memórias afetivas, de manifestações populares e do orgulho estrelense.

Calçadão em festa: tradição e alegria no coração de Estrela em 2025

A imagem atual do Calçadão de Estrela mostra uma via decorada: ela revela a alma vibrante de uma comunidade que preserva suas raízes e valoriza seus espaços de encontro. Bandeiras em vermelho, azul e branco enfeitam as palmeiras, e figuras folclóricas, como os simpáticos bonecos com trajes alemães, acolhem quem passa com um sorriso. A estrutura dos arcos, que ao longo do tempo iluminou noites de Natal e Carnaval, segue

firme, pronta para novas celebrações. É um cenário que respira cultura, história e hospitalidade.

O trânsito fica temporariamente bloqueado para eventos, dando lugar à vida que pulsa nas calçadas e bancos do Calçadão. O que antes era apenas uma rua comercial transformou-se num verdadeiro palco urbano. O Calçadão é o reflexo de uma Estrela que continua iluminando o caminho de sua gente com identidade, cor e alegria.

Após seis anos, Lenz retoma festa comunitária

Comunidade católica serviu cerca de 700 almoços. Festividade também foi marcada pela volta dos jogos germânicos. Equipe do Jornal Nova Geração esteve presente com a 27ª edição do projeto Caravana Conexão

ESTRELA

Aretomada da festa na Comunidade Nossa

Senhora do Rosário, em Linha Lenz, foi marcada pela presença de grande público e a volta de brincadeiras tradicionais. Após seis anos sem a festividade, a diretoria decidiu organizar o evento que ocorreu no domingo, 25. Além do tradicional almoço, os jogos germânicos movimentaram as pessoas pelo salão. Com público de diversas comunidades, a chuva não atrapalhou as festividades. Segundo o presidente da comunidade, João Wülfing, cerca de 700 almoços foram servidos. “Essa retomada atendeu todas as nossas expectativas. O evento teve muita integração, interação com as brincadeiras e um público participativo”, afirma. A festa comunitária foi retomada após seis anos de hiato. O presidente relembra que o último evento foi feito no ano de 2019. Por pedido da comunidade, foi decidido pela volta da festividade. “É uma tradição que pretendemos

dar continuidade. Quando assumi a diretoria já iniciamos o planejamento de como seria feito”, comenta Wülfing.

A celebração em honra à padroeira iniciou com a missa na parte da manhã e se estendeu até o fim da tarde com animação musical, sorteios e brincadeiras. Todos que compraram o cartão concorreram aos prêmios sorteados no decorrer da festa. Além destas premiações, a equipe do jornal Nova Geração esteve presente com a 27ª Caravana Conexão. A iniciativa do Grupo A Hora promove brincadeiras e distribuição de brindes aos participantes.

A tarde seguiu com a animação do grupo Musical Encanto. A chuva e a temperatura mais amena fez com que o público se sentisse mais à vontade para se movimentar pelo salão.

Melhorias na igreja

O recurso arrecadado na festa anual será direcionado para melhorias na capela e também no salão comunitário. “Vamos investir no telhado do salão. Essa é a nossa prioridade, pois o telhado”, afirma Wülfing.

Jogos e baile

Os jogos germânicos são características das festas da Linha Lenz. Brincadeiras como pescaria, cavalinho, bolão de mesa e tic tac tiveram várias rodadas ao longo da festividade, com participação de centenas de pessoas. Entre as diversas premiações, um porco. O objetivo é promover a união entre o público.

A partir de agora, a comunidade inicia a organização do baile de Kerb. “Já temos buscas por reservas para a festa. Estamos prevendo participação de até mil pessoas”, afirma o presidente. O evento ocorre durante o mês de outubro.

Caravana

Já conhecidas pela comunidade, a dança das cadeiras e a dança dos casais atraiu dezenas de pessoas ao centro do salão. Os vencedores das brincadeiras lavaram brindes da Certel, Cresol, Redemac Morelli, Nutritec, Óticas Lauro, Grupo Diersmann e Cervejaria Prost Bier. Uma edição do livro “Vale da Taquari”, produzido pelo Grupo A Hora, também foi entregue.

A iniciativa do Grupo A Hora busca fazer a integração com a comunidade com diversão e brindes ao público. A equipe do Jornal Nova Geração esteve presente, junto dos patrocinadores.

Comunidade retomou as atividades após seis anos
Karine Pinheiro karine@grupoahora.net.br

Escritores da região relembram memórias das tragédias climáticas

Publicação registra tragédias, resiliência e histórias de superação desde 1912. Lançamento ocorreu nessa quarta-feira, 28, em Estrela

Karine Pinheiro karine@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

Os acontecimentos relacionados às enchentes que marcam a história do Vale do Taquari foram reunidos em uma obra documental. O livro Legado das Águas, lançado nessa quarta-feira, 28, em Estrela, busca preservar relatos, imagens e reflexões sobre as cheias que atingiram a região desde 1912. Além de fatos históricos, o exemplar foca na tragédia de maio de 2024.

A obra foi escrita com o objetivo de criar um documento à disposição das próximas gerações. A ideia do projeto surgiu a partir da constatação

de que, apesar da recorrência das enchentes, havia pouca informação estruturada sobre o tema. Ao longo das 250 páginas, Lélia Barth, Gladis Schneider e Airton Engster dos Santos reúnem dados e casos que retratam as vivências da comunidade nestes períodos.

O livro é composto por documentos históricos, fotografias, depoimentos de coautores e informações que contextualizam os impactos das cheias ao longo das décadas.

“Tivemos muitas enchentes e poucos relatos. É necessário registrar, trazer também um aspecto histórico”, destaca Gladis Schneider.

Os relatos foram colhidos por meio de questionários entregues às famílias atingidas pelas cheias, explica Gladis. Ela diz que a cada depoimento, era perceptível a angústia das pessoas que perderam tudo. “Apesar de ter a opinião dos autores sobre os acontecimentos, as narrativas são fiéis ao que foi contado”, afirma.

Segundo Airton Engster, o livro busca ser um registro para as futuras gerações, com detalhamento de perdas, dificuldades e a resiliência

demonstrada tanto por autoridades quanto pelas famílias atingidas. “Incluímos relatos de socorristas, de empresas e de pessoas afetadas. É uma abordagem histórica desde 1912, que também evidencia a capacidade de reconstrução de todos”, afirma. A publicação também reúne reflexões sobre a necessidade de repensar o planejamento urbano, a relação com o meio ambiente e a importância da prevenção, afirma Engster. “Legado das Águas propõe ser um alerta permanente, mantendo viva a memória coletiva e reforçando a urgência de ações para enfrentar eventos climáticos extremos”, ressalta.

O livro deve ficar disponível para escolas, bibliotecas, instituições públicas e comunidades, com o propósito de estimular o debate, promover conscientização e preservar a história da região.

Obra retrata tragédia e resiliência da comunidade

CRUZADAS

Copa Soges chega na metade da fase classificatória

Jogos ocorrem a partir das 12h30min deste sábado, na sede campestre

Ezequiel Neitzke

ACopa Soges/Sicredi de Futebol 7 promove neste sábado, 31, a disputa da 10ª rodada. Os jogos são válidos pelas duas divisões.

O destaque fica por conta do duelo entre os times de Teutônia – Brocadores e Celtic, às 17h10min. Líder e único invicto na elite, o Sokanelinhas encara o quarto colocado Super 10. Uma vitória deixa a equipe na liderança isolada do torneio.

Na segunda divisão, o Ambeve pode se isolar na liderança em caso de vitória no confronto contra o Barcabier. Outros que brigam pela liderança são Brooklyn United e Firma, que dividem a segunda colocação com 16 pontos.

Já na parte baixa da tabela, o lanterna Thudercats busca a primeira vitória no torneio. O adversário é o Cevaria.

Agenda

Primeira divisão

12h30min – Xtotz United x Galácticos 13h40min – Sokanelinhas x Super 10 14h50min – Capote FC x SPC 17h10min – Brocadores x Celtic

Segunda divisão

12h30min – Tsunami x Renegados 13h40min – Barcabier x Ambeve 14h50min – Firma x Tricolor 16h – Thundercats x Cevaria 16h – Ligeiros x Demonhos Jr 17h10min – Manguaça x Brooklyn United

Classi cação:

Primeira divisão: Sokanelinhas (14 pontos), Só Resenha (13), Knecus (12), Super 10 (9), Brocadores (8), SPC, Bud FC e Celtic (7), Galácticos (5), Capote e Xtotz United (4);

Segunda divisão: ST Ambeve (18 pontos), Brooklyn United e Firma (16), Tricolor (13), Ligeirs (12), Barcabier (10), Manguaça (8), Sombras (7), Renegados, Cevaria e Tsunami (6), Demonhos Jr (3) e Thundercats (sem pontuar);

OBITUÁRIO

DEONISIA MARIA TOMASI, 81, faleceu ontem, 29. O velório ocorre na Capela Velatória Católica de Canabarro, em Teutônia. O sepultamento ocorre hoje, 30, às 9h30, no Cemitério Católico de Canabarro.

ARNO EIDT, 72, faleceu ontem, 29. O velório ocorre no salão da Comunidade do Bairro Floresta, em Lajeado. O sepultamento ocorre hoje, 30, às 14h, no Cemitério Católico do Hidráulica,

em Lajeado.

LIRA MEYRING, 67, faleceu na quarta-feira, 28. O sepultamento ocorreu no cemitério da Linha Ano Bom Baixo, em Colinas.

FILIPE SCHOSLER DE SOUZA, 29, faleceu na quarta-feira, 28. O sepultamento ocorreu no Cemitério dos Almeida, em Taquari.

O limite entre o envenenamento e a cura Lugar da orquestra, em teatros

A parte da cama oposta à cabeceira

Solidão", sucesso de Lulu Santos A pessoa carente de glóbulos vermelhos

Agência de notícias

Comer, em inglês Italiano (abrev.)

Dividir (um terreno) em áreas menores Vida, em francês Nem, em inglês

Provido de boa organização A maior e mais pesada ave brasileira

ros" (TV)

HORÓSCOPO

ÁRIES: Foque nas atividades rotineiras, aumente a produção no trabalho e resolva assuntos práticos. Evite exagerar no treino ou em procedimentos estéticos.

TOURO: O dia trará conquistas e abertura de um novo caminho pro ssional. Brilhe, lance projetos e encontre sua vocação.

GÊMEOS: Lindas lembranças, antigas histórias e muita emoção marcarão o dia, que será gostoso para curtir o carinho da família.

CÂNCER: Aproveite caminhadas e momentos de relaxamento para pensar no seu futuro e desenvolvimento. Novas conexões pro ssionais trarão motivação.

LEÃO: Preocupações nanceiras poderão alterar planos. Faça contas, avalie investimentos e respeite os limites do orçamento.

VIRGEM: Aproveite a passagem da Lua por seu signo para fortalecer a autoestima, cuidar da saúde, da alimentação e também da sua imagem.

LIBRA: Aproveite os intervalos entre um compromisso e outro para curtir o silêncio e o sossego e recarregar as baterias.

ESCORPIÃO: Tente se organizar com um pouco de exibilidade para conciliar relações de trabalho, família e amor.

SAGITÁRIO: Você poderá nalizar um contrato, reformular o trabalho, a rotina e o lifestyle. O dia trará soluções inesperadas.

CAPRICÓRNIO: Planos de viagem ou soluções jurídicas movimentarão a vida, o dia trará surpresas e informações preciosas.

AQUÁRIO: Encerre processos do passado, reformule o projeto de vida e inicie um novo ciclo, com mais mobilidade e objetivos claros.

PEIXES: Fortaleça um vínculo especial, casamento ou namoro e parcerias ganharão um olhar mais atento e uma dose maior de carinho.

Direção da agulha da bússola (abrev.)
da
(Mús.) Vitamina essencial à fixação do cálcio
Só Resenha briga pela liderança na primeira divisão na Copa Soges

Futebol amador

Tarde dos finalistas

Após um fim de semana de clima instável, as competições amadoras retornam ao Vale do Taquari neste domingo, 1º. O destaque fica para Imigrante que conhece os finalistas.

Os vencedores dos confrontos disputarão o título da série Ouro. Já os perdedores jogarão a Prata. Na partida de ida, os dois jogos terminaram empatados sem gols. Em caso de nova igualdade, a decisão vai para os pênaltis. As partidas ocorrem Daltro Filho. No primeiro jogo, o Cruzeiro joga contra o Canarinho e no outro o Riograndense pega o Ecas.

Já em Estrela, os confrontos ocorrem no bairro São José. Pela série Ouro, o Atlético Estrelense joga pelo empate para se classificar para decisão. Já o Arroio do Ouro precisa vencer para levar a decisão aos pênaltis. Na série Prata o Delfinense encara o Brasil. Em Bom Retiro do Sul, neste domingo, ocorrem os jogos de ida das semifinais. O Grêmio joga contra o Lesionados e a

Aecosajo duela com o Limitados. O Bragantino foi eliminado na fase classificatória. Os jogos

semifinais ocorrem no Bairro Goiabeira. O de ida no campo do Rudibar, o da volta na Aecosajo.

Abertão movimenta cinco categorias e promete bons jogos

Competição inicia no dia 20 de junho e terá entrada gratuita. Premiação inclui valores em dinheiro, fardamentos, troféus e medalhas

F a Z en D a VI lan OVa

A bola vai rolar em Fazenda Vilanova a partir do dia 20 de junho com a promoção do Abertão de Salão que reunirá cinco categorias: Sub-15, Veteranos, Master, Feminino e Livre. Os jogos ocorrerão no Ginásio Municipal, com entrada gratuita para o público.

A competição tem inscrições abertas, com valor de R$ 800 para equipes da categoria Livre e R$ 500 para as demais. Segundo Jair Welter, o “Pivi”, um dos organizadores, o congresso técnico ainda será agendado e definirá detalhes finais do regulamento. A fase classificatória terá jogos durante a semana e nas

sextas-feiras, enquanto a fase eliminatória será disputada exclusivamente às sextas. Além do prestígio de conquistar o título, os campeões recebem outras premiações. Na categoria Livre, o campeão receberá R$ 2 mil e um fardamento completo. O vice levará R$ 1 mil. Já nas categorias Sub-15, Veteranos, Master e Feminino, o prêmio ao campeão será um fardamento. Todos os finalistas, tanto campeões quanto vices, receberão troféus e medalhas.

“O evento promete envolver a comunidade e valorizar atletas de diferentes idades e gêneros, incentivando a prática esportiva no município”, cita Pivi.

Zique Neitzke ezequiel@grupoahora.net.br

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