Caderno de mediação cultural | Exposição "Dignidade e luta: Laudelina de Campos Mello"

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DIGNIDADE E LUTA: LAUDELINA DE CAMPOS MELLO

CADERNOS DE MEDIAÇÃO CULTURAL

doméstica era muito ruim, a maioria daquelas antigas trabalharam 23 anos e morriam na rua pedindo esmolas. Lá em Santos, a gente andou cuidando, tratou delas até a morte. Era resíduo da escravidão, porque era tudo descendente de escravos.

COMO UTILIZAR ESTE CADERNO?

Este caderno de leitura de imagens é um convite à construção de experiências sensíveis, reflexivas e significativas propondo o contato com a arte em três tempos:

1. PREPARANDO O ENCONTRO COM A IMAGEM

Antes de apresentar uma imagem a um grupo de pessoas, é essencial que você a observe com atenção. Esse olhar prévio permite que você construa alguma intimidade com a imagem e reflita sobre possíveis abordagens, considerando temas, públicos e contextos. Avalie se deseja trabalhar exclusivamente com foco nas obras aqui selecionadas ou se deseja reunir outras imagens para discutir questões específicas do projeto pedagógico que orienta a realização da leitura em grupo, lembrando que você pode utilizar materiais de apoio, como entrevistas, vídeos e conteúdos do site do IMS ou de outros repositórios de publicações.

2. DURANTE AS ATIVIDADES DE LEITURA EM GRUPO

Para preparar o grupo, uma conversa inicial ou atividade de escrita pode despertar memórias, opiniões e sensibilidades, criando conexões com o que será visto. Ao observar a imagem, incentive uma visualização cuidadosa. Com o grupo, escolha até cinco palavras-chave e, se possível, deixe-as anotadas em local onde todos possam ter acesso. Provoque os participantes com perguntas de caráter abrangente, que permitam abordagens

mais individuais e coloquem em destaque os repertórios pessoais, como, por exemplo: “O que você percebe na imagem?”, “Que informações você reconhece na imagem?”, “Como ela te afeta pessoalmente?”, “Qual o seu posicionamento diante do que você consegue ler na imagem?”. Crie pausas para escutar o grupo, levantar perguntas e aprofundar temas. Estimule a realização de registros visuais ou escritos para contribuir no processo de escuta e da troca processual e negociada de percepções, informações, afetos e opiniões das pessoas presentes.

3. OUTROS MODOS DE APROFUNDAR AS LEITURAS DE IMAGENS

Estimule produções individuais − textos, desenhos, mapas mentais − e relacione a imagem a outras obras, estilos ou artistas. Explore diferentes tipos de imagem e modos de exibição, questionando: “Onde a arte pode estar?”, “Quem define o que é arte − ou o que é beleza?”, “Que outros sentimentos, sensações e posicionamentos uma imagem pode despertar além do ‘gostar ou não gostar’?”. Proponha a realização de diários visuais, conversas, debates e visitas a exposições. Conectar os estudantes à programação de sua cidade é uma forma de se relacionar com a cena artística local, nacional e mundial, lembrando que, além de visitar o IMS e participar de sua programação de arte e educação, você e sua turma podem acessar suas plataformas digitais, repletas de recursos de arte disponíveis gratuitamente.

DIGNIDADE E LUTA: LAUDELINA DE CAMPOS MELLO

Autoria não identificada, Laudelina de Campos Mello, sem data. Reprodução fotográfica. Acervo do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas.

A exposição e este material oferecem aos professores uma rica oportunidade para discutir em sala de aula temas essenciais como direitos trabalhistas, racismo estrutural e protagonismo feminino negro. A figura central é a ativista mineira Laudelina de Campos Mello (1904-1991), que lutou incansavelmente por dignidade e reconhecimento para as trabalhadoras domésticas. Com fotografias, documentos, objetos e obras de artistas como Gê Viana, Rosana Paulino e Kika Carvalho, a mostra conecta a vida de Laudelina a questões históricas e sociais ainda urgentes. Professores podem explorar este material mesmo que não tenham visitado a exposição, adotando uma perspectiva interdisciplinar, relacionando-o com conteúdos de História, Sociologia, Educação para as Relações Étnico-Raciais, Arte e Literatura, incentivando reflexões sobre a herança escravocrata no Brasil, a luta por direitos civis e a importância do associativismo negro.

O material também permite trabalhar linguagens artísticas contemporâneas, valorizando o papel das mulheres negras como protagonistas na luta por justiça e cidadania e promovendo o diálogo entre arte e política.

CURADORIA

Raquel Barreto

Renata Sampaio

Phelipe Rezende (Assistência de curadoria)

VISITAÇÃO

Poços de Caldas, 2025 Dignidade e luta: Laudelina de Campos Mello 22/3 a 14/9/2025

IMS POÇOS

Rua Teresópolis, 90, Poços de Caldas/MG - Brasil Entrada gratuita.

Terça a sexta, das 13h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 9h às 19h (fechado às segundas).

LAUDELINA DE CAMPOS MELLO

Nasceu em 1904, em Poços de Caldas (MG), menos de duas décadas após a abolição da escravidão no Brasil, e morreu em 1991, aos 86 anos de idade. Foi ativista, líder comunitária e articuladora cultural.

Começou a trabalhar em serviços domésticos aos sete anos, deixou a escola para cuidar dos irmãos e, aos 16, já atuava em organizações culturais negras em Poços de Caldas. Foi condecorada com o título de Heroína da Pátria, em 2023, por suas contribuições e sua dedicação para o país na defesa da democracia e da liberdade, tendo sido a primeira mulher negra a integrar o Exército como combatente durante a Segunda Guerra Mundial. Um exemplo de sua atuação no campo da cultura foi a criação da Escola de Bailados Santa Efigênia, a primeira para meninas negras de Campinas. Sua trajetória revela as marcas do racismo estrutural e da exclusão histórica das mulheres negras no país. Em sala de aula, sua história pode ser ponto de partida para discutir como a herança

escravocrata moldou o trabalho doméstico no Brasil, marcado por desigualdades de gênero, raça e classe. O fortalecimento dos instrumentos de controle se reflete na legislação, que, desde o início do século 20, foi articulada para proteger os interesses dos empregadores, e não para garantir direitos às pessoas que realizavam os trabalhos. A associação entre escravidão, trabalho doméstico e população negra persiste no imaginário social de forma evidente e naturalizada em muitos contextos. Laudelina enfrentou esse cenário com organização política, educação e cultura: fundou o primeiro sindicato de trabalhadoras domésticas, lutou por direitos trabalhistas e pelo reconhecimento da categoria, organizou eventos, bailes, encontros, conversas, e, aos poucos, agregou artistas, intelectuais e personalidades políticas para apoiarem a causa. Por meio das artes, incentivou a dignidade no trabalho doméstico e a valorização da cultura negra.

QUE

POSSIBILIDADES DE CRIAÇÃO, CUIDADO E REINVENÇÃO PODEM SURGIR QUANDO RECONHECEMOS O DESCANSO, A PAUSA E O ÓCIO COMO DIREITOS − E NÃO COMO PRIVILÉGIOS?

Sob a luz do sol, no quintal de sua casa no bairro carioca do Grajaú, Clementina de Jesus repousa numa cadeira de balanço. À sua direita, um pouco mais à frente, um varal com uma colcha para cama de casal balança em processo de secagem. O olhar do fotógrafo nos mostra algo mais, como se fosse uma cortina que se abre, revelando aos poucos uma cena em um palco.

A fotografia de Walter Firmo capta mais do que um instante de descanso: revela uma pausa que carrega história, dignidade e resistência. É uma imagem rara de serenidade, em uma trajetória marcada por talento, trabalho duro e muitos momentos de invisibilidade.

Também chamada de Tina e de Quelé, Clementina foi uma das principais responsáveis por popularizar o samba no país. Reconhecida por resgatar cantos negros tradicionais, tornou-se um elo fundamental entre as culturas do Brasil e da África, deixando um legado profundo na música e na memória popular.

Clementina, que exerceu a profissão de trabalhadora doméstica por décadas antes de ser reconhecida como cantora, nos lembra que o descanso, para muitas mulheres negras, nem sempre foi direito − muitas vezes, foi considerado um luxo, e negado. A imagem convida à reflexão: o que é um trabalho satisfatório? O que é direito e o que é privilégio quando falamos sobre trabalho e valor? Se trabalharmos apenas para pagar contas, conseguiremos realmente descansar?

Walter Firmo, Clementina de Jesus em sua casa no Grajaú (RJ) 1977.

Fotografia, 42 x 60 cm. Acervo

Instituto Moreira Salles/Coleção Walter Firmo.

Neste retrato, o corpo de Clementina, enfim em repouso, afirma: o descanso também é território de luta a ser conquistado e mantido diariamente. Um território onde podem caber memórias, beleza e uma ideia radical de bem-viver. Walter Firmo (1937), que fotografou a artista em diferentes momentos de sua vida, é reconhecido pelo uso intencional e expressivo da cor, valorizando a presença e a cultura negra em sua obra. Ler suas imagens permite trabalhar os temas da identidade, memória, ancestralidade e representatividade na escola. Ao retratar o cotidiano, especialmente de pessoas negras, com dignidade e poesia, Firmo nos convida a olhar para o Brasil com mais atenção e sensibilidade.

Gê Viana, Sentem para jantar [da série Atualizações traumáticas de Debret], 2021. Colagem digital, 42 x 59,4 cm. Coleção da artista.

SE VOCÊ PUDESSE COLABORAR NA CRIAÇÃO DESSA COLAGEM, O QUE MAIS VOCÊ GOSTARIA DE INSERIR NA CENA FAMILIAR?

Na imagem, cada detalhe revela gestos de cuidado, ancestralidade e celebração da vida cotidiana. À esquerda, sobre a cristaleira, objetos ligados à fé e à proteção espiritual ocupam lugar de destaque: uma vela acesa, imagens de São Jorge e de Jesus Cristo, o frasco com remédio “cura-tudo” apontam para um cotidiano em que o sagrado se mistura ao doméstico. Dentro do móvel, a importância da arte e da memória para o grupo de pessoas reunidas à mesa se mostra na kalimba, instrumento ancestral de origem africana.

Ao fundo, pela janela, avista-se um homem negro e idoso, vestido de branco e abrigado à sombra de uma árvore: seria um preto velho como presença ancestral de sabedoria e acolhimento? Na mesma parede, à direita, o retrato emoldurado de uma mulher negra reforça a centralidade da figura feminina na construção dos afetos: a imagem mostra aquilo que não queremos esquecer. À mesa, a fartura salta aos olhos − alimentos dispostos com abundância convidam ao encontro e à partilha. Crianças brincam e são cuidadas. Os olhares, os toques e a proximidade entre as pessoas revelam vínculos profundos, construídos no cotidiano. O animal de estimação está integrado à cena, em um ambiente de aconchego e pertencimento. A composição celebra não apenas a vida doméstica mas também a força das relações que sustentam e ressignificam esse espaço. Não há serviçais, e todos cuidam uns dos outros. Sentem para jantar, da artista Gê Viana, é uma colagem digital que tensiona as representações históricas do Brasil

colonial ao reimaginar cenas do passado com um olhar contemporâneo e insurgente. Parte da série Atualizações traumáticas de Debret, a obra se apropria das imagens criadas por Jean-Baptiste Debret no século 19, especialmente aquelas publicadas em Viagem pitoresca e histórica ao Brasil e as atualiza com novas camadas visuais e simbólicas.

Ao recompor uma das cenas clássicas do cotidiano escravista, Gê ressignifica os corpos negros, que antes eram retratados sob o olhar eurocêntrico. O gesto de “sentar para jantar” − que, no contexto de Debret, aludia a hierarquias raciais e sociais − é transformado aqui em um chamado à autonomia, à convivência ancestral e à reparação. Os personagens, que em Debret ocupavam posições subalternas, passam a compartilhar a mesa de forma horizontal, desafiando a lógica colonial que moldou simultaneamente a arte e a história oficial. A imagem torna-se uma reivindicação do direito à imagem e, mais ainda, do direito ao cuidado nas relações cotidianas e domésticas.

Gê Viana é uma artista maranhense que trabalha com colagem, fotografia, performance e intervenções urbanas, especialmente por meio da técnica do lambe-lambe. Inspirada por vivências familiares e por códigos afro-indígenas do Maranhão, a artista articula uma memória coletiva marcada por apagamentos, mas também por resistências e reinvenções. A colagem funciona como um convite visual: é preciso sentar à mesa da história, mas com novas presenças e vozes, onde o passado pode ser reencenado com dignidade e crítica.

Mitti Mendonça, Tudo que vem de nós brilha como ouro, 2025. Sublimação (técnica de impressão que transforma tinta sólida em gás) e intervenções têxteis, 145 x 145 cm. Coleção da artista.

COMO A ARTE PODE AJUDAR A CONTAR HISTÓRIAS QUE NÃO APARECEM NOS LIVROS DE HISTÓRIA?

Em um casarão antigo, homens e mulheres se reúnem. Estão bem-vestidos, elegantes, como quem vai a um baile ou a uma festa importante. Sorriem? Estão sérios? Não podemos afirmar com certeza. Seus rostos não estão completamente nítidos, mas seus corpos estão ali, bordados com linha, pedrarias, esmero, memória e afeto. Preste atenção no nome da obra, antes de seguir a leitura.

Para fazer o trabalho, a artista Mitti Mendonça escolheu uma fotografia antiga de autoria desconhecida, tirada na década de 1950, no Clube Negro de Campinas, que ficou conhecido como Clube Machadinho. Com agulha e linha, ela bordou gestos de lembranças sobre a imagem. O bordado, que antes era coisa de casa e das pessoas mais idosas, aqui vira um gesto de resistência. Cada ponto traz uma lembrança que se recusa a esmaecer.

Quem eram essas pessoas? O que sonhavam? Como dançavam? Sem a definição de seus rostos, elas se tornam espelhos e nos convidam a imaginar, a sentir, a reconhecer a beleza dos encontros e a força das histórias que não estão nos livros.

A obra remete às festas, como o concurso Pérola Negra, criado por Laudelina de Campos Mello. Eram eventos de orgulho e de valorização da beleza negra, oportunidades de vestir a melhor roupa e de ocupar o espaço com alegria e dignidade em uma época em que muitos lugares não aceitavam a entrada e a permanência de pessoas negras. Por isso, criaram os seus clubes, bailes, concursos, parâmetros de beleza, espaços de conexão, dança e liberdade. Poucas fotos restaram.

Laudelina compreendia que a luta por direitos se fortalecia na coletividade, ressaltando a importância da socialização, especialmente em um trabalho solitário como o doméstico. Valorizava os momentos de lazer social e descanso, tão fundamentais para a saúde física, mental e emocional. As ações culturais, impulsionadas por ela, como os piqueniques, proporcionavam oportunidades de lazer e união a mulheres historicamente excluídas desses espaços. Além de promover bem-estar, tais atividades ocupavam de forma pacífica os espaços públicos de uma cidade marcada pela segregação, como Campinas, última no país a abolir a escravidão.

Mitti Mendonça não deixa que essa memória se apague, costurando o passado no presente e nos lembrando da importância de celebrar como forma de resistir. Ela é artista visual, ilustradora, designer gráfica, curadora e produtora cultural. Em atividades escolares, sua obra – que combina bordado, pintura, colagem e ilustração digital – pode ser interessante para abordar temas como memória, ancestralidade, afeto e feminismo negro. Inspirada por álbuns de família e pelas mulheres de sua história, atualmente realiza projetos que cruzam arte, moda e educação.

O QUE FAZEMOS QUANDO ENCONTRAMOS UMA IMAGEM?

Ao concluir este percurso de leitura de imagens no contexto da vida e luta de Laudelina de Campos Mello, é essencial reconhecer o potencial dessas obras como instigadoras de gestos de escuta, afeto e crítica social na escola.

As três imagens analisadas − de Walter Firmo, Gê Viana e Mitti Mendonça − trazem camadas simbólicas que dialogam com o legado de Laudelina e com os desafios históricos enfrentados pelas mulheres negras trabalhadoras no Brasil. A obra têxtil de Mitti evoca memória, cuidado e ancestralidade; Gê Viana desestabiliza narrativas oficiais ao reposicionar corpos negros na história da vida doméstica com força e dignidade; e Walter Firmo, ao registrar a artista Clementina de Jesus em sua casa, revela a potência do cotidiano como espaço de resistência e beleza.

Essas imagens possibilitam que os estudantes acessem, por meio da sensibilidade visual, da articulação e do posicionamento crítico, os temas do trabalho doméstico, do racismo, do feminismo negro e da reparação histórica. Ao trazer essas leituras para a sala de aula, professores podem ampliar o repertório de compreensão crítica e estética dos estudantes, promovendo não só o reconhecimento de figuras invisibilizadas como Laudelina mas também a valorização de suas lutas como parte fundamental da história brasileira. Que a imagem, assim como a palavra, possa ser ferramenta de reflexão crítica, transformação e justiça!

Detalhes da obra.

CRONOLOGIA LAUDELINA DE CAMPOS MELLO

1871 Promulgação da Lei do Ventre Livre.

1888 Abolição da escravidão.

1904 Nascimento de Laudelina, em 12 de outubro, em Poços de Caldas (MG).

1916 Laudelina começa a trabalhar como pajem da família Moreira Salles.

1920 Funda o Clube 13 de Maio em Poços de Caldas.

1924 Casa-se com Geremias Henrique e muda-se para Santos. Funda o grupo cultural Saudades de Campinas.

1925 Nasce seu primeiro filho, Alaor.

1928 Nasce sua filha Neusa.

1928-34 Vive em São Paulo e segue trabalhando como doméstica.

1930 Início da Era Vargas.

1931 Decreto 19.770 exclui empregadas domésticas da sindicalização. Funda-se a Frente Negra Brasileira.

1934 Retorna a Santos e segue como doméstica.

1936 Funda a Associação Beneficente das Trabalhadoras Domésticas de Santos.

1937 Estado Novo fecha a associação.

1938 Se separa do marido.

1939 Início da Segunda Guerra Mundial.

1942 Atua na Defesa Passiva Antiaérea e na OFAG.

1943 CLT é criada, mas exclui as trabalhadoras domésticas.

1945 Criação do Teatro Experimental do Negro.

1946 Associação de Santos é reaberta.

1949 Muda-se para o interior de Campinas, atua como administradora de hotel-fazenda.

1953 O hotel é vendido, muda-se para a cidade e atua no Clube Cultural Recreativo.

1954-55 Abre pensão e vende salgados.

1955 Funda a Escola de Bailados Santa Efigênia.

1957 Organiza o Baile Pérola Negra e o 1º Baile das Debutantes Negras.

1959 A escola é fechada.

1960 Cria o I Salão Campineiro dos Amigos das Belas Artes.

1961 Funda a Associação das Empregadas Domésticas de Campinas.

1962 Comemora 1 ano da associação no Teatro Municipal.

1964 Ditadura militar. Associação foi obrigada a perder seu caráter militante.

1968 AI-5. 1º Congresso Nacional das Domésticas. Cria creche em Campinas. Retira-se da associação por divergência ideológica.

1970 Atua em grupo de mulheres na Vila Castelo Branco, em Campinas.

1972 Lei 5.859 garante direitos básicos à categoria (como férias anuais de 20 dias).

1982 Retorna à associação, aos 78 anos.

1985 Abdias Nascimento propõe o Dia da Empregada Doméstica.

1988 Constituição garante novos direitos, e associação vira sindicato.

1991 Morre Laudelina, aos 86 anos, em 12 de maio.

1993 Publicada pesquisa de Elisabete Pinto sobre a trajetória de Laudelina.

2013 Aprovada a PEC das Domésticas, com relatoria de Benedita da Silva.

2020 Primeira morte por covid-19 no Brasil é de uma doméstica. Surge o movimento Pela Vida de Nossas Mães.

2023 Nome de Laudelina é inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

2025 Realizada a exposição Laudelina de Campos Mello: dignidade e luta no IMS.

E RECURSOS DE APOIO

Sobre a exposição: Dignidade e luta: Laudelina de Campos Mello (IMS Poços).

Vídeo com curadores: Dignidade e luta: Laudelina de Campos Mello no IMS Poços | Abertura.

Sobre as obras: Materiais acessíveis, com leituras de textos da exposição e audiodescrição de obras.

Artistas: sobre Gê Viana: “Independência do Brasil, Debret e violência colonial” - ZUM.

Artistas: sobre Walter Firmo: Walter Firmo - Instituto Moreira Salles.

Artistas: sobre Mitti Mendonça: Vídeo Poéticas negras na publicação.

CRÉDITOS

Walther Moreira Salles (1912–2001) – Fundador

Conselho Jackson Schneider, Janaina Damaceno, Luiza Teixeira de Freitas, Matinas Suzuki Jr. (Presidente), Milene Chiovatto, Pedro Moreira

Salles e Tadeu Chiarelli

Diretoria artística João Fernandes

Diretoria de educação Renata Bittencourt

Diretoria executiva Jânio Francisco Ferrugem Gomes

Diretoria geral Marcelo Mattos Araujo

Cadernos de mediação cultural

Organização Renata Bittencourt

Concepção, pesquisa e textos Valquíria Prates e Janis Clémen

Produção editorial Núcleo

Editorial IMS

Projeto gráfico Estúdio Daó (Giovani Castelucci e Guilherme Vieira)

Revisão de textos Livia Azevedo Lima

Digitalização e tratamento de imagens Núcleo Digital IMS e Pigma

Esta publicação foi impressa pela gráfica Pigma em maio de 2025 sobre papel Ofsete 120 g/m² e utiliza a fonte Mona Sans, de Deni Anggara.

Lázaro Roberto, Registro da passeata das lavadeiras, reivindicando seus direitos, 1992. Fotografia, 59 x 38 cm. Zumví Arquivo Afro Fotográfico.

CADERNOS DE MEDIAÇÃO CULTURAL

A coleção de cadernos educativos tem como objetivo provocar o pensamento sobre questões contemporâneas das artes, da cultura e da sociedade. Pensados para enriquecer aulas, encontros e rodas de conversa, estes cadernos oferecem suporte a professores, educadores e mediadores culturais. A partir de informações e estratégias compartilhadas, estimulam reflexões e práticas artísticas, promovendo experiências dinâmicas de aprendizado e diálogos férteis em espaços educativos e culturais.

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Caderno de mediação cultural | Exposição "Dignidade e luta: Laudelina de Campos Mello" by Instituto Moreira Salles - Issuu