Primeiro relatório sobre as paternidades negras no Brasil

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Paternidades negras e primeira infância Elvia Cristina Silva Santos Luciano Ramos

Introdução Analisar as paternidades negras no Brasil sem abordagem histórica, antropológica e interseccional, pode nos conduzir a um olhar raso e vazio sobre as múltiplas formas de paternagem. Entende-se por este conceito, as relações que são estabelecidas no âmbito do cuidado e do afeto, onde o pai participa efetivamente do processo de desenvolvimento da criança em todos os aspectos, principalmente na primeira infância, período que corresponde desde o nascimento até os seis primeiros anos completos, ou setenta e dois meses de vida da criança, de acordo com os parâmetros do Marco Legal da Primeira Infância. O ponto central a ser compreendido aqui, é reconhecer que as paternidades negras se diferem dos outros modelos, sobretudo das paternidades hegemônicas, as brancas. Neste sentido, observar como essas nuances se operam no contexto da primeira infância é fundamental para compreendermos quais os desafios e avanços de ser pai negro no país.

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