Saber mais, Ciência

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Textos Científicos

D a a u t o r i a d o s a l u n o s 1 2 º A e 1 1 º A

Saber mais, Ciência

A Beleza da Ciência

Planeta Marte

O que aconteceria se caíssemos num buraco negro?

O Coração Químico - Do laboratório para o amor

INeuroquímica: cérebro em ação

O CORAÇÃO QUÍMICO - Do laboratório para o amor

Estudo sobre uma Hipotética inversão da Força Gravítica

A Química por trás das cores das Auroras Boreais

Fluídos: Por que razão a água molha e o mercúrio líquido não?

O que aconteceria se a Terra parasse de girar?

Neurociência - Explorando os Mecanismos do Conhecimento e

Memória no Cérebro Humano

Nanotecnologia

Solarpunk

Os seres humanos vivem em ciclos monótonos e repetitivos, envolvidos pela frenética dança da vida. Na maioria das vezes, inconscientes da beleza que os rodeia, perdem a noção do excitante rumo que as suas enfadonhas vidas poderiam tomar, caso abrissem os seus, embora abertos, cegos olhos e contemplassem CIÊNCIA.

Para descobrir CIÊNCIA basta apreciar o mundo que nos envolve. O ecrã do computador, o telemóvel nas nossas mãos, o chão que pisamos, o ar que nos cerca ao sair de casa, as roupas que vestimos, os gestos que fazemos. Tudo tão belo e excitante, uma aventura a cada passo.

A CIÊNCIA é o nosso instrumento de procura e compreensão da verdade: das partículas subatómicas mais pequenas num único átomo e dos circuitos que o nosso computador possui, às reações nucleares que formaram a enorme bola de gás que é o nosso sol, às complexas interações químicas e flutuações elétricas dentro do nosso próprio corpo que nos permitem ler, entender e raciocinar. Quão mais felizes seriamos se soubéssemos aproveitar o nosso raro tempo e se nos debruçássemos sobre questões tão fascinantes como: “O que existia antes do Big Bang?” ou “O que conhecemos dos fundos oceânicos?”

Realmente, penso que a minha vida seria tão monótona, entediante e até mesmo desgastante como a maioria, se não fosse eu a amante da CIÊNCIA que sou…

Parem e apenas observem e questionem as coisas, tal como se fossem crianças que pisam o mundo pela primeira vez e têm à sua frente uma imensidão a descobrir. A vida vai ser tão mais bonita!

Catarina Felgueiras

PlanetaMarte

Consegues imaginar a temperatura do nosso planeta com uma variação de 125°C até 22°C? Pois... Ainda bem que não vivemos em Marte!

Aquele planeta vermelho, que é nosso vizinho, o 4.º planeta na ordem do sistema solar, é constituído por rocha sólida, embora o núcleo seja constituído por rocha e ferro fundido, o que significa que Marte tem um grande núcleo de ferro!

Além de tudo isto, a sua atmosfera é constituída por mais de 95% de dióxido de carbono, 3% de nitrogénio, 1,6% de árgon, e ainda traços de oxigénio, água e outro gás que vais descobrir se leres até ao fim…

A superfície de Marte não foi apenas influenciada pela colisão de meteoritos, mas também por fenómenos vulcânicos e tectónicos. Na verdade, Marte tem alguns dos maiores vulcões conhecidos no Sistema Solar, como, por exemplo, o Monte Olympus (+ de 600 km de largura e uma altitude que chega a 26 km).

Marte possui dois pequenos satélites naturais, Phobos e Deimos, que apresentam uma forma extremamente irregular, e é especulado que tenham sido asteroides capturados pela fraca atração gravitacional de Marte.

Está na hora de revelar o gás que não te contei: é um gás nobre incolor cujo número atómico é 18... É O METANO! E sabes o que isso significa? Significa que pode haver vida em Marte e, quiçá, possamos ir lá passar férias num futuro próximo…

-Primeiramente, o que é um buraco negro?

O buraco negro, previsto pela teoria da relatividade geral de Einstein, é um objeto astronómico formado por uma abundância de matéria resultante da morte de uma estrela de enorme massa. O buraco negro é composto pela singularidade (ponto único que alberga toda a massa do buraco negro, tendo uma densidade considerada infinita), pelo horizonte de acontecimentos (área a partir do qual toda a matéria e energia é atraída para dentro do buraco negro) e os discos de acreção (estrutura visível formada por poeiras que permite a identificação dos buracos negros).

-Então, o que aconteceria se caíssemos num buraco negro?

Inicialmente, antes de cruzarmos o horizonte de acontecimentos, passaríamos pelos discos de acreção. Nestes discos, o material é acelerado pela intensa gravidade do buraco negro e forma um movimento em espiral em direção ao centro. À medida que nos aproximássemos do horizonte de acontecimentos, o material nos discos de acreção tornar-se-ia cada vez mais denso e quente, aumentando a intensidade das emissões observadas. O nosso corpo, ou o que restaria dele, passaria por um processo chamado ‘esparguetificação’ onde a gravidade nos nossos pés, o ponto do nosso corpo mais próximo do horizonte de acontecimentos, seria muito mais forte do que a gravidade exercida na nossa cabeça, o ponto oposto, fazendo com que fôssemos esticados como esparguete conforme nos aproximássemos do buraco negro. Se por alguma razão milagrosa sobrevivêssemos à ‘esparguetificação’, e fôssemos capazes de atravessar o horizonte de acontecimentos, vivenciaríamos os efeitos da curvatura do espaço-tempo, previstos pela teoria da relatividade geral

de Einstein, ou seja, à medida que caíssemos, haveria coisas, que passaram por uma ‘dilatação do tempo’ ainda maior do que nós, que cairiam à nossa frente.

Então, se conseguíssemos olhar para frente, em direção ao buraco negro, veríamos todos os objetos que caíram nele no passado e se olhássemos para trás, veríamos tudo o que cairá no buraco negro futuramente. Estas condições extremas culminam na singularidade, o ponto de densidade infinita e curvatura espacial extrema no centro do buraco negro. Na singularidade, as leis da física convencional deixam de ser aplicáveis, desafiando a nossa compreensão atual da natureza do universo.

A neuroquímica é o ramo da ciência que estuda os processos químicos que ocorrem no sistema nervoso, particularmente no cérebro, processos esses essenciais para o funcionamento do cérebro e com um papel fundamental na regulação de diversas funções cognitivas e comportamentais.

O cérebro é o órgão no qual reside a responsabilidade de processar e interpretar as informações provenientes dos estímulos sensoriais, bem como regular as respostas motoras e emocionais de cada indivíduo. Cada um dos processos envolve a comunicação entre os neurónios por meio de neurotransmissores, substâncias libertadas nas sinapses e que levam a mensagem de um neurónio para o outro. O primeiro neurónio é denominado pré-sináptico, enquanto o segundo pós-sináptico. Quando um neurónio estimula outro ou seja, passa o impulso elétrico para outro — liberta neurotransmissores no espaço entre eles, que por sua vez é designado por fenda sináptica.

Alguns exemplos de neurotransmissores incluem a dopamina, a serotonina, noradrenalina e a acetilcolina, que desempenham papéis indispensáveis no regulamento do humor, da memória, da atenção e da aprendizagem. Alterações nestas substâncias químicas, seja a nível da quantidade ou da sua própria atividade, podem suscitar distúrbios neurológicos e psiquiátricos, como a depressão, o transtorno de déficit de atenção, hiperatividade (TDAH) e também esquizofrenia

Avanços na área da neuroquímica colaboram regularmente para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para o tratamento dessas condições, como a utilização de medicamentos que atuam no sistema nervoso central para restabelecer o equilíbrio dos neurotransmissores. Além disso, estudos recentes têm explorado a influência de fatores externos, como a dieta, o estilo de vida e o ambiente, na regulação da neuroquímica e no funcionamento cerebral. Sendo, portanto, de extrema importância cuidar da saúde do cérebro, garantindo uma alimentação adequada, a prática de exercício físico e evitando substâncias que possam prejudicar as suas propriedades, uma vez que para que o mesmo funcione é necessário que este esteja nutrido e oxigenado.

Em suma, a neuroquímica é uma área fascinante que nos permite compreender melhor a complexidade do cérebro, e como as substâncias químicas nele presentes influenciam todo o nosso percurso. Mas é natural que muitos mistérios acerca do cérebro estejam por revelar e é, por isso, que a ciência continua a debruçar-se sobre temas que o incluam, de modo a ser possível adquirir formas mais eficientes de o proteger, ainda que haja vários aspetos que podem contribuir significativamente para a estagnação do cérebro, a dita “máquina do ser humano”.

OCORAÇÃOQUÍMICO

Dolaboratórioparaoamor

O fenómeno do amor tem sido objeto de interesse humano desde tempos imemoriais. No entanto, a sua natureza enigmática continua a desafiar uma compreensão completa. Este estudo visa explorar os fundamentos químicos subjacentes ao amor, destacando os neurotransmissores, hormonas e processos neurobiológicos envolvidos na experiência amorosa. Abordo as interações entre dopamina, serotonina, oxitocina, vasopressina e outros compostos neuroquímicos, delineando o seu papel na formação e manutenção dos laços afetivos. Além disso, examino as contribuições da genética, ambiente e experiências individuais na expressão e regulação desses elementos químicos. Por meio de uma abordagem multidisciplinar, espero fornecer inculca (informação) valiosa para a compreensão do amor humano e as suas implicações sociais, psicológicas e biológicas.

O amor é uma das experiências mais profundas e complexas que os seres humanos vivenciam. Ao longo da história, inúmeras tentativas foram feitas para desvendar a sua natureza, com muitas áreas científicas envolvidas, incluindo a psicologia, sociologia e biologia, contribuindo para a sua compreensão. Nos últimos anos, a ciência tem-se voltado para os aspetos neurobiológicos do amor, revelando conexões complexas entre processos cerebrais e comportamentais. Neste contexto, a química do amor emergiu como uma área de estudo promissora, oferecendo insights sobre os mecanismos subjacentes a essa experiência emocional única.

A dopamina, frequentemente associada ao sistema de recompensa cerebral, desempenha um papel crucial na formação de laços afetivos. A sua libertação está associada a sentimentos de prazer e motivação, sendo frequentemente observada em estágios iniciais do amor romântico.

Por sua vez, a serotonina, regula o humor e a impulsividade, influenciando a intensidade e a estabilidade das relações amorosas.

A oxitocina e a vasopressina, hormonas frequentemente relacionadas ao vínculo social e parental, também desempenham um papel importante no estabelecimento e na manutenção do apego romântico, facilitando a confiança, empatia e intimidade.

Além da atividade dos neurotransmissores e hormonas, várias regiões cerebrais estão implicadas na experiência amorosa. O córtex pré-frontal, responsável pelo julgamento e tomada de decisões, desempenha um papel na avaliação de potenciais parceiros e na regulação de comportamentos sociais. O sistema límbico, incluindo o hipotálamo e o núcleo accumbens, está envolvido no engendro (criação) de emoções e recompensas associadas ao amor romântico. A interação complexa entre essas regiões contribui para a riqueza e variedade de experiências amorosas observadas na população humana.

Embora a base biológica do amor seja inegável, a sua expressão é moldada por uma interação complexa entre predisposições genéticas e experiências de vida. Estudos genéticos identificaram variantes específicas associadas à sensibilidade à dopamina e oxitocina, influenciando a propensão individual para o envolvimento romântico e a qualidade dos relacionamentos. Além disso, fatores ambientais, como experiências familiares e culturais, podem modular a expressão e perceção do amor, enriquecendo a sua diversidade e complexidade.

A química do amor representa um campo fascinante de investigação que continua a desafiar e inspirar os cientistas. Ao elucidar os mecanismos neurobiológicos tácitos ao amor, este estudo contribui para uma compreensão mais profunda da natureza humana e dos vínculos sociais. No entanto, é importante reconhecer que o amor transcende as fronteiras da ciência, abrangendo aspetos emocionais, culturais e espirituais que resistem à análise puramente biológica. Portanto, uma abordagem holística e interdisciplinar é essencial para apreciar plenamente a complexidade e a beleza do amor humano.

Pedro Magalhães

Acompreensãodagravidadeéfundamentalparaanossainterpretaçãodo universo. Este estudo examina as implicações de uma hipotética inversão da gravidade, investigando como isso afetaria os sistemas planetários, o movimentodasgaláxias,aexpansãodouniversoeanossacompreensãofísica doUniverso.

AGravidadedaTerra:UmaBaseFundamental

AinversãodagravidadenaTerrateriaconsequênciasdrásticas.Osobjetos seriam repelidos da superfície terrestre, potencialmente resultando na perda da atmosfera e de parte da crosta terrestre. Este cenário transformaria completamente o ambiente geológico e atmosférico do nosso planeta. Isso podesermodeladopelaLeidaGravitaçãoUniversaldeNewton,ondeaforça gravitacionalFentreaTerraeumobjetodemassa��édadapor:

onde��éaconstantegravitacional,��éamassadaTerra,��éamassadoobjetoe��éadistânciaentreo objetoeocentrodaTerra

SistemaPlanetárioeoMovimentodasGaláxias

Emsistemasplanetários,ainversãodagravidadelevariaaórbitascaóticase à possível ejeção de planetas. Da mesma forma, as galáxias afastar-se-iam umas das outras devido à repulsão gravitacional, alterando a dinâmica do universo observável e afetando a formação e evolução das estruturas cósmicas.

OmovimentoorbitalpodeserdescritopelasleisdeKepler,querelacionama distânciadeumobjetoemórbitacomseuperíodoorbital:

onde �� é o período orbital, �� é a distância média entre os corpos, �� é a massa do objeto central (por exemplo, uma estrela) e �� é a massa do objeto orbitante (por exemplo, um planeta).

RelatividadeGeraleEquaçõesdeFriedmann-Lemaître-Robertson-Walker FLRW

A relatividade geral de Einstein é a teoria moderna da gravitação, que descreve como a matéria e a energia curvam o espaço-tempo. A equação fundamental da relatividade geral é a Equação de Einstein:

onde ������ é o tensor (os tensores são ferramentas matemáticas poderosas que nos permitem descrever e compreender uma variedade de fenómenos físicos em sistemas complexos e em diferentes sistemas de coordenadas) de Einstein, que descreve a geometria do espaço-tempo, e ������ é o tensor de energia-momento, que descreve a distribuição de matéria e energia.

As equações FLRW são soluções das equações de Einstein que descrevem a expansão do universo. Elas são baseadas em certas suposições sobre a homogeneidade (o universo parece o mesmo em todos os lugares) e isotropia (o universo parece o mesmo em todas as direções) do cosmos.

Equação de Friedmann:

Equação da Aceleração:

ondeaéofatordeescaladouniverso,ρéadensidadedeenergiadouniverso,kéacurvaturaespacialdo universo,Géaconstantegravitacional,péapressãodouniverso,a éaderivadatemporaldofatordeescalaea éasegundaderivadatemporaldofatordeescala.

Sobreopontodevistadarelatividadegeral

A inversão da gravidade teria um impacto profundo na descrição física do universo, especialmente sob a perspetiva da Relatividade Geral de Einstein. Nomeadamente na curvatura do espaço-tempo, já que, a Relatividade Geral descreve a gravidade como a curvatura do espaço-tempo causada pela presença de massa e energia. Se a gravidade fosse invertida, a curvatura resultante seria oposta ao que observamos normalmente. Em vez de "afundar" na direção dos objetos massivos, o espaço-tempo curvar-se-ia para cima, causando efeitos gravitacionais repulsivos em vez de atrativos. Nos buracos negros, a inversão da gravidade teria implicações profundas. Enquanto que os buracos negros atualmente são objetos cuja gravidade é tão intensa que nem mesmo a luz pode escapar, numa situação de gravidade invertida, eles tornar-se-iam fontes de repulsão gravitacional, emitindo luz e matéria ao invés de absorvê-las. Lino

Aurora boreal:o que é?

A aurora boreal é um fenómeno atmosférico, caracterizado pela formação de desenhos luminosos e coloridos no céu. Este fenómeno é causado pela interação entre o vento solar e a magnetosfera terrestre, resultando na emissão de luzes coloridas na atmosfera. A compreensão das auroras envolve conhecimentos de física solar, magnetosfera terrestre e química atmosférica que investiga as reações e processos químicos que ocorrem na atmosfera terrestre e resultam nas diversas cores das auroras.

Emissão de luzes e cores

A grande estrela da aurora é o oxigénio. As auroras verdes puras e amarelo-esverdeadas são produzidas por átomos de oxigénio que quando baixam de um estado de energia mais alto para um estado de energia mais baixo resultam na emissão destas cores, sendo formadas a altitudes de aproximadamente 100 a 250 km.

As auroras mais amareladas são uma mistura de vermelho e verde, sendo a altitude o fator que determina a concentração dos gases na atmosfera, afetando a finalidade das cores que vemos, ao observar uma aurora.

O nitrogénio também desempenha um papel crucial na criação das cores da aurora boreal. As moléculas de nitrogénio ionizadas emitem luz azul quando retornam ao seu estado fundamental, enquanto as moléculas excitadas de nitrogénio emitem luz violeta. Estas cores são geralmente observadas nas bordas das auroras, onde a concentração deste elemento é maior.

Outros gases na atmosfera também podem ficar excitados e emitir luz, mas isso é menos comum. Os comprimentos de onda que estes gases libertam podem estar fora do alcance da visão humana ou podem ser muito fracos para serem percebidos a olho nu. A excitação desses gases ocorre em altitudes extremamente altas e as emissões são geralmente muito fracas para serem observadas sem instrumentos fotográficos.

Porfim,podemosconcluirqueaQuímicaeaFísicasãopeçasindispensáveis na explicação de fenómenos naturais como as auroras boreais. E com a exploração dos mistérios por trás das suas cores conseguimos obter uma compreensão mais profunda deste fenómeno natural impressionante, aprimorando o nosso conhecimento científico e aumentando a nossa apreciaçãopelabelezadoPlanetaTerra.

Rita Fernandes 12

Fluídos:Porquerazãoaáguamolhaeo mercúriolíquidonão?

A adesão é um fenómeno que descreve a capacidade de um líquido de manter contacto com uma superfície sólida, resultante de forças intermoleculares entre o líquido e a superfície. A água e o mercúrio líquido apresentam comportamentos de adesão distintos devido às suas propriedades físicas e químicas intrínsecas. Este texto explora as razões pelas quais a água molha superfícies, enquanto o mercúrio líquido não.

Propriedades da Água e a adesão

A água (H₂O) é uma substância polar, cujas moléculas são mantidas juntas por fortes ligações de hidrogénio. Estas ligações ocorrem devido à atração entre o hidrogénio de uma molécula de água e o oxigénio de outra, criando uma rede coesa de moléculas. Quando a água entra em contacto com uma superfície sólida, as forças de adesão (interações entre moléculas de água e átomos da superfície) superam geralmente as forças de coesão (interações entre moléculas de água). Esta predominância das forças de adesão faz com que a água se espalhe sobre a superfície, molhando-a.

Propriedades do Mercúrio Líquido e a Falta de Adesão

O mercúrio (Hg), ao contrário da água, é um metal líquido à temperatura ambiente e apresenta propriedades físicas e químicas distintivas. As moléculas de mercúrio são mantidas juntas por forças de coesão muito fortes devido à presença de ligações metálicas. Estas forças de coesão são substancialmente mais intensas do que as forças de adesão que podem ocorrer entre o mercúrio e uma superfície sólida.

Devido a estas fortes forças coesivas, o mercúrio tende a formar gotas bem definidas e esféricas, minimizando a área de contacto com a superfície.

ConsideraçõesTermodinâmicas

Atermodinâmicadaadesãotambémpodeserdescritapelaenergialivrede superfície. Para um líquido molhar uma superfície, a energia livre associada à interfacelíquido-sólidodevesermenordoqueasomadasenergiaslivresdas interfaceslíquido-aresólido-ar.Nocasodaágua,aenergialivredesuperfície líquido-sólido é geralmente baixa em superfícies hidrofílicas, favorecendo a adesão. Para o mercúrio, a energia livre de superfície é alta devido à forte coesãoentreassuasmoléculas,resultandonumainterfacemenosfavorávelà adesão.

Conclusão

Adiferençanocomportamentodeadesãoentreaáguaeomercúriolíquido podeserexplicadaprincipalmentepelasdiferençasnasforçasintermoleculares e na energia livre de superfície. A água, com as suas fortes forças de adesão, tendeamolharassuperfíciescomasquaisentraemcontacto.Omercúrio,com as suas forças de coesão dominantes, não molha a maioria das superfícies. Estesfenómenosilustramacomplexidadedasinteraçõesintermolecularesea importância das propriedades termodinâmicas na determinação do comportamentodeadesãodoslíquidos.

A rotação da Terra é um fenómeno essencial que influencia diversos aspetos do planeta, desde o clima até à forma como experimentamos o tempo. Caso a Terra parasse de girar abruptamente, os efeitos seriam catastróficos e alterariam profundamente a dinâmica do planeta e da vida como a conhecemos.

Efeitos Imediatos

Inércia e Destruição Massiva: A Terra gira a uma velocidade de aproximadamente 1670 km/h no equador. Se a rotação cessasse instantaneamente, a inércia faria com que tudo na superfície incluindo oceanos, atmosfera e seres vivos continuasse a moverse a essa velocidade. Isso resultaria em ventos extremamente fortes e “tsunamis”, causando destruição massiva.

Alterações Gravitacionais: A mudança na distribuição da massa de água causaria uma alteração na gravidade local. Áreas atualmente sobrecarregadas de água experimentariam uma redução de massa e, consequentemente, uma ligeira diminuição da gravidade.

Efeitos Climáticos e Atmosféricos

Disparidade Térmica: A rotação da Terra é fundamental para a distribuição do calor solar. Sem rotação, um hemisfério ficaria constantemente exposto ao Sol enquanto o outro permaneceria em escuridão perpétua. Isso criaria extremos térmicos: temperaturas escaldantes no lado diurno e congelantes no lado noturno.

Colapso dos Sistemas Climáticos: O movimento rotacional da Terra é crucial para a formação dos ventos e correntes oceânicas, que regulam o clima global.

Semrotação,essessistemasentrariamemcolapso,levandoapadrões climáticosimprevisíveiseseveros.

Efeitos de Longo Prazo

Reconfiguração Geológica: A redistribuição da água e a mudança na gravidade causariam um “stress” tectónico, potencialmente resultando em atividades sísmicas intensas e uma reconfiguração geológica do planeta.

Alteração no Campo Magnético: A rotação da Terra contribui para a geração do campo magnético através do efeito dínamo no núcleo. Sem rotação, esse efeito seria significativamente alterado, possivelmente enfraquecendo ou até colapsando o campo magnético. Isso deixaria a Terra vulnerável ao vento solar e à radiação cósmica, que podem danificar a atmosfera e aumentar a taxa de mutações genéticas.

Conclusão

A rotação da Terra é um componente fundamental para a manutenção das condições que tornam o planeta habitável. A cessação abrupta dessa rotação resultaria numa série de eventos catastróficos, levando à destruição imediata em grande escala, à extinção de muitas formas de vida e à reconfiguração do ambiente terrestre. Estudos sobre este cenário hipotético destacam a importância da rotação planetária para a estabilidade climática, geológica e biológica da Terra.

João Dias 12ºA

NEUROCIÊNCIA

ExplorandoosMecanismosdo

ConhecimentoeMemóriano CérebroHumano

Introdução à neurociência

A neurociência estuda o sistema nervoso, incluindo cérebro, medula espinal e sistema nervoso periférico, visando compreender comportamentos, pensamentos e emoções humanas. O cérebro, com bilhões de neurónios, é central nessa investigação, revelando complexas redes neuronais subjacentes a funções cognitivas como perceção, atenção, memória e decisão. Interdisciplinar, a neurociência une a biologia, psicologia, física, ciência da computação, entre outras, para analisar o sistema nervoso. Investigações recentes focaram-se nas redes neuronais e nos efeitos de danos cerebrais, aproveitando avanços na digitalização cerebral para compreender impactos motores e cognitivos.

Doença de Alzheimer

Estudos recentes buscam identificar biomarcadores para deteção precoce e desenvolver terapias específicas para retardar ou interromper a progressão da doença de Alzheimer. Avanços em técnicas de neuro imagem possibilitaram a identificação de alterações cerebrais associadas à doença anos antes do aparecimento dos sintomas.

A música desempenha um papel significativo na saúde cognitiva de pacientes com Alzheimer, acedendo a memórias emocionais profundas preservadas mesmo em estágios avançados da doença. Ouvir músicas familiares evoca lembranças e emoções positivas, ativando diversas áreas do cérebro relacionadas com o processamento auditivo, linguagem, emoção, memória e atenção. Esse estímulo multifacetado pode ajudar a manter a conectividade neuronal e promover a plasticidade cerebral, especialmente relevante em doenças neurodegenerativas.

O esquecimento é um processo natural que ocorre quando o cérebro não consegue recuperar ou reter informações, podendo ser causado por falhas na codificação, deterioração da memória, interferência, falha na recuperação ou esquecimento motivado. Estudos indicam que cerca de 90% das informações podem ser esquecidas numa semana se não forem retidas ativamente. No entanto, o esquecimento é essencial para filtrar informações irrelevantes, priorizando o que é importante para as nossas necessidades atuais.

Conclusão

Concluindo, as neurociências exercem um papel crucial na compreensão dos mecanismos subjacentes aos processos cognitivos e às condições neurológicas, incluindo a doença de Alzheimer. Ao esclarecer os fundamentos neurais da aprendizagem, da memória e das alterações patológicas associadas à doença de Alzheimer, os neurocientistas buscam desenvolver abordagens eficazes para diagnóstico, tratamento e prevenção. A pesquisa contínua nesse campo promete melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença de Alzheimer e avançar a nossa compreensão do funcionamento do cérebro humano.

NANOTECNOLOGIA

A nanotecnologia tem revolucionado diversas áreas da ciência, incluindo a medicina, mas neste texto exploraremos especificamente como a nanotecnologia é usada no tratamento do cancro.

Uma das vantagens da nanotecnologia é a capacidade de melhorar significativamente o diagnóstico precoce do cancro. Nanopartículas podem ser projetadas para ligar-se a células cancerígenas específicas, permitindo a deteção de tumores em estágios iniciais. Por exemplo, nanopartículas de ouro conjugadas com anticorpos específicos podem ser usadas em técnicas de imagem para identificar células tumorais com alta precisão.

A nanotecnologia promete terapias mais direcionadas e menos tóxicas. Nanopartículas podem ser carregadas com agentes quimioterápicos e projetadas para libertar esses medicamentos diretamente nas células cancerígenas, minimizando o impacto nas células saudáveis.

A nanotecnologia utiliza novas formas como a terapia fototérmica, onde nanopartículas metálicas são introduzidas no corpo e acumulam-se no tumor. Estas, quando irradiadas pela luz infravermelha, são aquecidas e destroem as células cancerígenas.

As aplicações da nanotecnologia na medicina, especialmente no tratamento do cancro, representam um avanço significativo na luta contra esta doença devastadora.

Mariana Pereira

Solarpunk

Este texto científico investiga os fundamentos científicos subjacentes ao movimento Solar Punk, uma vertente cultural e artística que imagina um futuro utópico caracterizado pela sustentabilidade, justiça social e resiliência ambiental.

O movimento Solar Punk surge como uma resposta à crescente crise ambiental e social enfrentada pela humanidade, propondo uma visão de futuro baseada na harmonia entre os humanos e o meio ambiente.

Neste texto, examinamos os pilares científicos do Solar Punk e como eles são fundamentais para a realização dessa visão utópica

Energia Solar e Tecnologias Renováveis

A energia solar é o núcleo do sistema energético do universo Solar Punk.

Os painéis solares são uma das principais fontes de energia que transformam a energia solar em eletricidade. Os materiais semicondutores, como o silício, que compõem cada célula solar fotovoltaica, absorvem a luz solar e libertam eletrões, resultando numa corrente elétrica. As células solares são agrupadas em módulos e instaladas em painéis solares.

Os painéis podem ser instalados em terrenos, telhados ou outras estruturas específicas. Essa eletricidade pode alimentar diretamente sistemas elétricos ou ser armazenada em baterias para uso posterior.

No Solar Punk, a ecologia urbana e a agricultura sustentável são essenciais para comunidades resilientes e harmoniosas. A ecologia urbana baseia-se na ecologia para projetar ambientes urbanos semelhantes aos ecossistemas naturais, maximizando eficiência energética e promovendo biodiversidade.

Ecologia Urbana e Agricultura Sustentável

A agricultura sustentável do Solar Punk busca alimentar localmente, de forma responsável e justa, com métodos inovadores como agricultura vertical e aquaponia, otimizando recursos, reduzindo desperdícios e promovendo resiliência. A agricultura vertical consiste em cultivar uma variedade de alimentos em espaços urbanos limitados, enquanto a aquaponia integra o cultivo de plantas com a criação de peixes num sistema fechado, gerando um ciclo sustentável.

Ciência do Clima e Resiliência Ambiental

A ciência do clima é essencial no Solar Punk, ajudando a entender e enfrentar as mudanças climáticas. Os cientistas estudam padrões globais e regionais, usando modelos computacionais para prever mudanças futuras. Eles investigam causas como emissões de gases de efeito estufa provenientes de atividades humanas, como queima de combustíveis fósseis e desmatamento.

Cientistas coletam dados climáticos de diversas fontes, como temperatura, precipitação, níveis do mar, gases de efeito estufa e registos paleoclimáticos, para entender mudanças climáticas contemporâneas.

As análises climáticas mostram que atividades humanas causam aumento na temperatura global, conhecido como aquecimento global, levando a mudanças nos padrões climáticos e impacto nos oceanos.

Conclusão

O Solar Punk apresenta uma perspetiva otimista e inspiradora para um futuro no qual a ciência, a tecnologia e a sociedade colaboram de forma harmoniosa com o ambiente. Ao entender as bases científicas do Solar Punk e incentivar a colaboração entre disciplinas, podemos tornar essa visão utópica numa realidade.

Mendes 11ºA

FICHA TÉCNICA

Edição e Paginação

Professora Diana Abreu

Revisão Linguística

Professora Dina Rodrigues

Colaboradores

Alunos do 12 ºA - Inês Brochado | Joana Rita Mendes

João Dias | Lino Filipe Pinto | Margarida Vieira

Maria João Silva | Maria Pinto | Pedro Magalhães | Teresa Teixeira

Alunos do 11.ºA - Mariana Pereira | Martim Mendes

Convidada Catarina Felgueiras

www.aeairaes.pt

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