*Transcrição dos Documentos
Os documentos manuscritos e impressos, selecionados e divulgados neste boletim «Almada na História», representam alguns testemunhos escritos sobre o concelho de Almada, datados dos séculos XVIII a XX.
Os documentos compulsados obedeceram aos seguintes critérios de transcrição:
1. Desenvolvimento das abreviaturas, mantendo excecionalmente, a grafia de hũ, algũ, por coerência com os respetivos femininos, cuja pronúncia não permitia o desenvolvimento da abreviatura;
2. Respeitaram-se todas as variantes ortográficas encontradas;
3. As consoantes geminadas iniciais foram reduzidas a simples, mantendo-se as do meio e do fim das palavras;
4. As elisões dos grafemas foram substituídas por apóstrofos;
5. As enclíticas foram separadas por hífen;
6. Modernizou-se: - o uso da pontuação, só no essencial, para melhor interpretação; - a grafia da copulativa e; - o uso de maiúsculas e de minúsculas; - o uso de sinais diacríticos com valor fonético para distinguir as homografias; - o critério de separação e junção de grafemas para formação de lexemas; - o uso do u/v e i/j, respetivamente, com valor vocálico ou consonântico;
7. As mudanças de fólio são indicadas entre barras /.../;
8. As sílabas e as palavras omissas acrescentadas aos textos são assinaladas entre parênteses retos [...];
9. Os erros ortográficos dos documentos originais são assinalados com [sic].
10. Colocação entre colchetes, < >, de partes do texto: que foram escritas entrelinhadas, ou à margem, bem como acrescentos posteriores, neste caso remetendo-se para nota de rodapé o esclarecimento.
Foi nosso propósito preservar a fidelidade dos textos escritos e lidos na época, precedidos de resumos históricos, de modo a proporcionar uma leitura tanto quanto possível inteligível. Para os critérios de transcrição dos documentos datados até ao século XVIII, respeitamos, de perto, as normas prescritas pelo Pe. Avelino de Jesus da Costa, Normas Gerais de Transcrição e Publicação de Documentos e Textos Medievais e Modernos, 3.ª edição, Coimbra, 1993.
CARTA DE EXAMInAÇÃO DO OFÍCIO DE ALFAIATE, 1747.
1747, Almada Outubro, 25
Transcrição do registo da carta de examinação para o ofício de Alfaiate.
José Gomes, morador na Costa de Caparica, apresenta certidão na Câmara Municipal que lhe permitiria exercer a profissão e ter loja aberta. Evidencia a ocupação humana do lugar da Costa de Caparica anterior à data de 1770, considerada pela historiografia, como o início da fixação dos primeiros habitantes. Fonte histórica relativa ao povoamento da Costa de Caparica, mais antiga, que atualmente está referenciada e conservada no Arquivo Histórico Municipal de Almada.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Câmara Municipal de Almada, Serviços administrativos, taxas e Licenças, Registos de licença, 1747-1753, fls. 20 e 20v., n.º reg. 1708.
/f. 20/ «Registo da carta de examinação de Alfaiate Joze Gomes Pela presente por nos asignada Juízes do oufficio de Alfaiates António de Mattos e Manoel Luis Cravalho abaixo assignados fazemos saber ao supremo Senado da Camara da cidade de Lisboa em como e aos vinte e sinco do mês de julho deste prezente anno foi por nos examinado do nosso oufficio de Alfaiate Jose Gomes morador na Costa de Caparica termo da villa de Almada natural de Leiria […?] pera a villa de Ílhavo Bispado de Coimbra comarqua de Esgueira cazado com Antonia Simões natural da mesma e pello acharmos apto e suficiente o exzeminamos de todas as obras pertencentes ao dito oufficio asim de homem como de mulher que de prezente se uzam e mandamos ao escrivão de noso oufficio lhe pace e apresente certidão pera com ella requerer ao supremo senado da camara lhe mande pacar sua carta de exzaminação na forma que tem os mais exzaminados e pera cujo efeito pagou[sic] pagou pera a Bandeira duzentos Reis que ficam caregados no livro de exzaminados e a folhas outenta e nove o qual eu Silvestre Jorge da Silva que este prezente anno sirvo de escrivão geral do dito oufficio e Bandeira a fis por mandado dos ditos Juizes e comigo asignarão Lisboa a vinte e cinco de julho de mil setecentos e quarenta e sinco = Silvestre Jorge da Silva = Manoel Luis de Cravalho = Antonio de Mattos.
Prezidente Veriadores e os Procuradores desta cidade de Lisboa e os procuradores dos Mestres della etc. Fazemos saber aos que esta nosa carta de Exzaminação virem que exzma [sic] digo que nós damos lisença a Joze Gomes /f. 20v./ contheudo na certidão atras de seu exzame pera que posa usar do oufficio de Alfaiate com sua loja aberta como tem os mais oufficiais exzaminados e enquanto o senado não mandar o contrario fara termo de não usar de nenhum privilegio respondera perante os Almotaceis das Exzecucoens e cumprirá as ordens do Senado e veriaçam esta sera
pasada pela sanchelaria da cidade onde se registara Lisboa de Setembro três de mil e cetesentos e corenta e sinco Antonio Leitão o escrevi = Francisco de Mendonca Arais […?] o fis escrever = Com três rubricas de três ministros do Sennado da Camara de Lisboa = Francisco Xavier Roiz = João Correa da Silva = Gaspar Fereira Azenha = Lugar do Sello pagou trezentos e sinco = Registada no livro do registo da cidade a folhas trezentas e sinco = Faria = e logo apareceo o sobredito e disse não queria usar nenhum previlegio e que responderia perante os Almotaceis das cidades digo das exzecucoens e assignou Antonio Leitam de Faria escrevi = Joze Gomes Cumprasse e registece Almada vinte e sinco de outubro de mil e cetesentos e quarenta e sete Figueiredo e Cravalho = .
E não se continha mais em a dita Carta de Exzaminação que aqui registei bem e fielmente tal como a própria a que me reporto que emtreguei ao sobredito em [fee de quem?] asignei Almada 25 de outubro de 1747 eu Ilizario de Lima Barbosa o escrevi e asignei.
(Assinatura:) Ilizario Lima Barbosa».
DEPOIMEnTOS DE TESTEMUnHAS EM
PROCESSO-CRIME DE FOGO POSTO EM BARRACA, nA COSTA DE CAPARICA, 1761.
1761, Almada, abril, 18.
Transcrição dos depoimentos de testemunhas apr sentadas por José Roiz de Aguiar contra Policarpo Fernandez, em queixa ou denúncia pelo crime de fogo posto em barraca, na Costa de Caparica.
Apresenta e identifica como testemunhas pescadores moradores na Costa de Caparica. Documento histórico interessante e inédito por revelar a presença, vivência e atividade social de habitantes no lugar da praia na Costa de Caparica antes do ano de 1770. Data, considerada pela historiografia local, como o ano em que se terão fixado os primeiros habitantes neste lugar do concelho.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Juízo de Fora do Concelho de Almada, Registos de sumários e denúncias, liv. 1, 1759-1765, fls. 58.-60v., n.º reg. 6018.
/f. 58/ «Sumario de testemunhas que da Joze Roiz de Aguiar contra Policarpo Fernandez.
Asentada
Aos dezouto dias do mês de Abril de mil setecentos sessenta e hum anos nesta vila de Almada nas cazas da morada do Doutor António Joaquim do Cabo Juiz de fora della
/f.58v./ Della aonde eu escrivão fui e ahi na minha prezença preguntou neste sumario as testemunhas seguintes eu Miguel Antonio Pereira que escrevi.
Maria Thereza casada com Francisco Rodrigues pescador moradora na praia da Costa de Caparica termo desta vila testemunha noteficada para jurar neste sumario de ida de que disse ser de trinta e três annos pouco mais ou menos a quem o Doutor Juiz de fora deu juramento dos Santos Evangelhos sob cargo do qual lhe encarregou dicese verdade do que soubese e tomado por ela o prometeo fazer e do costume disse nada. E preguntado a ella testemunha sumariamente pelo conteúdo no auto dice que estando ela testemunha na praia da Costa de Caparica no dia em que socedeo o cazo de que se trata vio que o denunciado Policarpo Fernandes se pozera ao pe de huma cabana a ferir lume e tanto que asendeo […?] huma pouca de palha da mesma cabana, e sendo tudo asezo logo pegou fogo na dita cabana e desta saltou para a do queixoso que lha queimou toda e tudo quanto nella estava em que teve hum grande prejuizo por quanto na mesma tinha loja de merciaria, hua pipa de vinho, duas de vinagre e hum barril de agoardente munta manteiga e queijos e ouvio dizer lhe fizera de prejuízo mais de duzentos mil reis e mais não disse assignou somente o Doutor Juiz de Fora por dizer não sabia escrever. Eu Miguel António Pereira que escrevi
(Assinatura:) Antonio Joaquim do Cabo
Antonio Fernandes trabalhador de inxada viuvo e morador na praya da Costa /f.59/ testemunha noteficada para jurar neste sumario de idade que disse ser de sincoenta anos pouco mais ou menos a quem o Doutor Juiz de fora deu juramento dos Santos Evangelhos sob cargo do qual lhe encarregou dicese verdade do que soubesse e tomado por ele o prometeo fazer e do costume disse nada.
E preguntado a elle testemunha sumariamente pelo conteudo no auto disse que estando distante do lugar em que socedeo o cazo de que se trata vio que o denunciado asendera fogo ao pe de huma cabana de Jacinto da Costa, e pegando fogo nela por ser toda de palha saltou o fogo da mesma à cabana do queixoso que toda lhe queimou e tudo quanto nela tinha em que teve grande prejuízo porquanto nella tinha tenda de mercearia, e vendia pão, azeite, vinho, vinagre e agoardente, e não sabe o valor do prejuízo que teve, nem também se o denunciado de prepozito deitara aquele fogo, so [vira?] que o mesmo denunciado entrou com hú pao a bater no fogo para ver se o podia apagar e mais não disse e assignou com o Doutor Juiz de fora. Eu Miguel Antonio Pereira que escrevi.
(Assinatura:) Cabo
(Assinatura:) António Fernandez
Manoel Nunes pescador solteiro morador na praia da Costa de Caparica testemunha notificada para jurar neste sumario de idade que disse ser de vinte e seis anos pouco mais ou menos a quem o doutor Juiz de fora deu o juramento dos Santos Evangelhos sob encargo do qual /f.59v./ lhe encarregou dicese verdade do que soubesse e tomado por ele o prometeo fazer e do costume dice nada.
E preguntado ele testemunha sumariamente pelo contiudo no auto disse que andando ele testemunha mondando na Rocha da praia dos Capuxos no dia em que socedeo o cazo de que se trata vira que andava fogo na sua barraca e hindo acudir para ver se podia livrar algum do seu fato, chegara tarde e tudo achou queimado e ahi ouvio dizer que dela saltara o fogo para a do queixoso e tudo o quanto nella tinha se lhe queimara, e tambem ouvio dizer que socedera o cazo por causa do denunciado hir asender lume ao pe da primeira barraca que se queimou e por todas forão tres, e não sabe se foi aquele fogo deitado pelo denunciado de prepozito ou não, e tãobem sabe que o queixoso teve hum grande prejuízo com o fogo porquanto na sua cabana tinha tenda de mercearia, vendia pão, vinho, vinagre, azeite e agoaardente, e entende ele testemunha que em tudo quanto se lhe queixou digo se lhe queimou, e papeis que tinha havia ter de perda mais de seiscentos mil reis e mais não disse e assignou comigo Doutor juiz de fora. Eu Miguel Antonio Pereira que escrivi.
(Assinatura:) Cabo
(Assinatura:) Manuel Nunez
João Rodrigues taverneiro solteiro e morador na praia da Costa dos Capuxos de Caparica testemunha notificada para jurar neste sumario de idade que disse ser de vinte e sinco anos pouco mais ou /f.60/ menos a quem o Doutor juiz de fora deu o juramento dos Santos Evangelhos sob cargo do qual lhe encarregou dicese verdade do que sou-
besse e tomado por ele o prometeo fazer e do costume disse nada.
E preguntado ele testemunha sumariamente pelo conteudo no auto disse que sabe pelo ver que saindo do mar o denunciado no dia e hora declarada no auto viera à sua cabana donde ali esta com os seus companheiros, e fazendo fora dela fogo socedeo pegar este na dita cabana que toda se queimou e dela vio que saltara fogo a duas mais que estavão vizinhas, que tão bem arderão, hua das quais hera do queixoso que nela tinha tenda de mercearia em que vinho digo em que vendia pão, vinho, vinagre e azeite e outros mais comestivos, em que teve grande prejuizo e entende ele testemunha que aquele cazo fora acontecido não de prepozito, mas sim casualmente e mais não disse e asignou com o Doutor juiz de fora. Eu Miguel António Pereira que escrivi.
(Assinatura:) Cabo
(Assinatura:) João Rodriguez
termo de encerramento
E logo no dito dia mês e anno atras declarado por parte do queixoso me foi dito não dava mais testemunhas neste sumario de que fiz este termo que assignei. Eu Miguel Antonio Pereira que escrevi.
(Assinatura:) Miguel Antonio Pereira
/f. 60v./ E continuado o dito termo eu escrivão fiz este sumario concluzo. Miguel Antonio Pereira que escrivi.
[1]
Não Briga ao denunciado pague o denunciante as custas. Almada 18 de Abril de 1761
(Assinatura:) Cabo
Entrega deste sumario
E logo no dito dia mês anno asima declarado me foi entregue pelo Doutor juiz de fora este sumario com o despacho supra e eu Miguel Antonio Pereira que escrevi.»
[1] Margem superior esquerda:
OBSERvAÇÃO MéDICA A PESCADOR DA COSTA DE CAPARICA, 1813.
1813, Almada, dezembro, 9 ou 10.
Transcrição do registo da observação clínica realizada pelo médico municipal José António Morão ao pescador da Costa de Caparica Manuel José Purgante.
Os médicos do partido da Câmara tinham a obrigação de apresentar anualmente o registo das suas observações médicas e meteorológicas realizadas no concelho de Almada. Descrição narrativa do caso médico com os dados biográficos do paciente, os sintomas apresentados ao longo do tempo, os medicamentos prescritos e os seus efeitos no evoluir da doença. Testemunho da prática médica no início do século XIX.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Câmara Municipal de Almada, Saúde e Assistência, Serviços médicos e hospitalares, Observações médicas e meteorológicas, Observações pertencentes ao ano de 1813, n.º 19, 1814, p. 38 - 40, n.º reg. 3029.1926-1942, cx. n.º reg. 907.
/p. 38/ […] Pello dia 9 ou 10 de Dezembro fui chamado ao sitio da Costa, e consultado [1] pera hum homem chamado Manuel José Purgante, que havia dias padecia huma moléstia, que o cirurgião assistente denominava peripneumonia, e que infrutuosamente tinha combatido por espaço de 5 dias com adoçantes peitoraes e oxymel siellitico – O exame do doente fes-me conhecer o seguinte. 1º que elle era hum homem casado de 42 annos de idade, de temperamento cholerico, nimiamente comedôr, e ainda mais bebedôr, occupado em pesca, e outros exercícios marítimos. 2º que nos dias precedentes à moléstia fizer hum excessivo uso de vinho e agoa ardente apezar de comer pouco por sentir então já falta de appettite. 3º que no dia, em que se entregou à cama, estivera antes por muitas horas em contacto com humidade e frio. 4º que os primeiros symptomas morbosos que /p. 39/ apparecerão, forão horripilaçoens consecutivo calôr, dôr de cabeça, lingoa cuja, amargôras de bocca, anxiedade precordial, vómitos biliosos, dôr moderada, mas constante nas primeiras costelas espúrias do lado direito, a qual nada augmentava pella pressão. 5º que a estes tinhão accedido passados dois dias, pouca tosse, alguma dificuldade em respirar, expectoração d’hum muco límpido e augmento de dôr quando o doente pretendia jazer do lado esquerdo. 6º que todos estes symptomas, longe de ceder, antes se tinhão aggravado durante o uso de mucilaginosos, havendi agora de mais huma dôr obtusa no alto da escapula direita. 7º que a febre era continua, tendo todos os dias exacerbaçoens pera a tarde, que o pulso se achava pequeno e frequente, apezar de então senão achar na epocha da exacerbação, que havia grande sêde, calôr de pelle, e constipação de ventre.
Tal era o estado prezente da moléstia, a qual huma breve reflexão tanto sobre a constituição, e modo de vida do doente, como sobre as causas que lhe tinhão dado origem, e sobre a sua invasão e progresso, me fez olhar como huma hepatite chronica.
Portanto aconselhei que se tratasse a doença como tal por meio d’hum emetico de cipó, e logo depois vezicatorio no lugar da dôr, que se lhe fizesse hum cozimento de Taraxaco /p. 40/ Marroios, polygala, acido nítrico, alcohoalisado, e (que)? outros sorbentes de fígado se accrescentarião se fossem necessários, e que todos os dias se promovessem evacuaçoens alvinas com piculas de Taraxaes e calomelanos.
O successo mostrou que eu tinha acertado com o capitulo e curativo da moléstia, pois que ella remittio passados 4 dias (ao 9º contando da invasão), e de todo acabou felismente por diarrhea e suor em 11º dia, segundo me consta. […]
[1] Na margem direita: Hepatite choronica
ROL DA vARA DA COSTA, 1870
1870, Caparica.
Transcrição da relação dos moradores do lugar da Costa de Caparica, na segunda metade do século XIX.
Levantamento alfabético e anual dos nomes dos cabeças de família e respetivos agregados familiares residentes no lugar da Costa de Caparica, com idade para comungar e confessar, elaborada pelo padre da paróquia, no período que antecede a Quaresma. Documento paroquial com interesse genealógico, demográfico e sociológico.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Espólio António Correia, Documentos para a história do concelho, pasta s. n., 23 fls.
/fl.1/ «Caparica 1870 1870
Rol da Vara da Costa
/fl.2/
António dos Santos Maó Eugenia Maria //
Maria Filippa //
Maria da Conceição //
José filho
Adelaide filha Manoel filho
António dos Santos
Anjélica da Conceição
Maria filha
Leopoldo filho
António dos Santos
Marianna do Rozario //
António Marques
Julianna Maria
António José //
Maria do Rozário //
Maria filha
João filho
António Vicente
Maria do Rozário
Maria filha
Joaquina Roza
António Dias
Maria Joaquina //
António José //
Maria da Luz // Justina filha // João filho //
Maria //
/fl.2v./
António José //
Margarida do Rozário // Manoel filho
João filho
José filho
António José solteiro
Mariana
António José Bicão
António dos Santos
Maria do Rozário
António Soares [1] <viúvo> [2] <Francisca da Silva filha //>
António dos Santos Liandro
Maria dos Santos
Maria filha
António Gonçalves Bechiga
Marianna Ritta
José filho [3] <//>
Claudina filha [4] <//>
Fausta filha
Marianna filha
António Mendes
Maria da Conceição // Manoel filho //
António Pedro Capote
Maria Izabel filha
Jeronima filha
Maria filha
/fl.3/
António Rodrigues
Manoel filho
Maria filha
Anna filha
António Severino
Brígida da Conceição
Manoel / entiado
José filho
António Cazia
Maria Francisca
Maria filha
António Ribeiro da Silva Angelica da Conceição
Maria filha
Leopoldo filho
Eujénia filha
Francisca Maria filha
António dos Santos Viúvo
Severino filho
Eujénia filha
Maria filha
António Martins
Anna da Conceição //
António Maria
Marcelina da Assumpção
António Marques
Julianna Maria
/fl.3v./
António Maria Lameiro
Marcelina
António José (Exposto)
José irmão
António de Almeida
Sabina Ritta
António Pereira
Gomar Roza
Maria filha
António José // Maria do Rozário //
António dos Santos
Marianna Roza
Jacinta Roza
Victorina filha
António Joaquim // Thereza de Jesus //
António dos Santos
Joaquina Roza
Sarafim filho
Guilhermina filha
António Vicente
Maria do Rozário
Maria filha
António Joaquim (solteiro)
/fl. 4/
António Daniel Rodrigues
Maria Luiza morta
Francisco filho // Costodio filho //
Adelaide filha // António filho //
António da Silva Catherina Ignacia
Alexandre Pereira Exposto // Maria //
Antónia da Conceição Viúva // Francisco // Manoel Cativo // Agustinho // [5] Ritta Maria //
André Lourenço
Maria da Saúde // José (Exposto)
Anacleto António (solteiro)
Airis José Joaquina Maria
/fl.4v./
Anastácio Exposto Gertrudes
Anna Caetana - Viúva - //
Anna Gertrudes morta
Francisco // [6] Anna (neta) //
Anna Ritta - ViúvaJoaquim filho
Carlota filha
João filho
José filho
Joaquina filha
Alexandre filho
Carlos (exposto)
Anna Joaquina - ViúvaMaria filha
Maria Amélia (sobrinha) //
Anna Ritta - Viúva - // Claudino filho // Joaquim filho
Agostinho de Figueiredo // Marianna da Conceição //
Anna de Jesus Viúva // Sabastianna Rosa //
/fl.5/
Bernardo José Gomes
Britis Maria
António filho
João filho
Bertolomeu José Guilhermina Roza // Maria filho
João filho
Julianna filho // Manoel filho
Baptista Fernandes
Constantino Ferreira Solteiro // Carolina do Rozário - Viúva - // Gertrudes Maria // Manoel filho
Maria filho
Marianna Roza
Carlos Martins
Maria da Conceição
Geronima Mendes
Claudina Roza Viúva
Maria filho
João filho
/fl.5v./ Claudina Maria (Mestra)
Claudino da Silva
Maria da Conceição
José Primo
Camillo José da Silva
Maria da Conceição
José (Primo)
Domingos José Antónia da Conceição
António
Domingos dos Santos
Ritta Maria
Diougo Martins
Rozaura Maria
Diogo Manoel
Vitorina
Diogo Manoel (solteiro)
Daniel Guilherme
Eugenia Maria
/fl.6/
Elias Ferreira
Eugénia dos Santos - ViúvaJoão Bonifácia
Elias Joaquim Félix - ViúvoMaria
Eufemia Maria - ViúvaAguida (entiada) Christovão de Sousa //
Fernando Gonçalves // Maria da Conceição // Vitorina filho Christovão de Sousa //
Fernando António Gertrudes Maria //
Francisco António Malheiro
Felizarda do Rozário Francisco filho
Francisco António
Maria José // João filho filho // Ignacio filho //
/fl.6v./
Francisco da Silva Ratão Francisca Maria
Luiza Maria (Mai) Francisca filho [7] Maria da Conceição //
Francisco dos Santos Rocha Maria das Neves
Francisco dos Santos Rozália Roza Estevão filho
Francisco de Figueiredo Agostinho
Francisco de Figueiredo Agostinho
Francisco Maria Eujenia da Conceição
Francisco António Lourianna Maria //
Francisco António solteiro
Felizardo solteiro Francisca Fernando Raimundo Emilia Rouzaura dos Santos
/fl.7/ Felizarda do Rozário
Francisco Pedro
Francisca Roza Viúva //
Francisco Ribeiro
Ritta [Marim?] //[8]
Anna cunhada //
Grizante da Silva
Maria Ritta
Julianna filha
Gabriel José da Silva Ignes da Conceição //
Maria da Conceição // Claudina Maria // João da Silva filho //
Germano José //
Maria José // Manoel filho // João filho
Maria José Gertrudes Maria José
Gonçalves Baptista
Maria da Conceição
/fl.7v./
Gertrudes do Rozário // João //
Gertrudes Roza (solteira)
Gertrudes Amélia da Conceição Ritta
Gertrudes Roza - Viúva - // Maria filho // Manoel //
[Ganiruta?] Ribeiro //
Hipollito José
Gertrudes do Rozário
João filho
José Lourenço
Maria Ritta
José Ribeiro
Gertrudes Amalia
José filho
Cazemiro filho
Manoel filho
José João
Sabastianna Roza
/fl.8/
José Xavier
Maria da Conceição
José Marques
Maria da Conceição
José Pereira
Anna Roza
José dos Santos morto
Florinda Roza //
José Matheus // Guilhermina //
José das Neves
Francisca Roza
José Maria Geronima
Izidoria filha
Maria filha
José Suares
Maria de Jesus
Maria filha
José Pedro Rois - ViúvoJoaquim filho
José António
Justina Maria
José Vicente // Maria Ritta //
/fl.8v./
José de Arabida
Marianna de Jesus
José Maria Catalão Gertrudes de Almeida
José filho
Maria filha Manoel filho
José António
José António de Carvalho - Viúvo -
José Vicente
Maria Ritta
José Mendes Maria da Conceição
José Fernandes // Maria do Rozário
José filho Rozaria filha
José Martins - Viúvo - // Pedro filho // Francisco filho // Maria Candida filha //
José Maria Pinheiro
José Martins - Viúvo-
José Maria Fernandes Francisca Maria
/fl.9/
José da Silva Marianna de Jesus //
José Maria dos Santos
Helena Joaquina
José da Silva
Josefa Maria da Conceição
José Pedro Martins
Maria Ritta // Cazemira irmã //
José Alves Marianna de Jesus
José do Rozário - ViúvoManoel filho
Bernardino filho
José Pereira Bento
Anna da Conceição // José filho // Joaquim filho // Manoel filho
José Ribeiro
Maria Leocadia
José da Conceição
Vitoria Roza
José dos Santos da Silva
Maria da Conceição
/fl.9v./
José dos Santos
Florinda filha
José Simãis // Gertrudes Thiadora // Francisco filho // Maria filha // Emília filha // [9]… //
José Boteilho (solt) // António José //
José António
Julianna Maria
José Mendes
Maria da Conceição
Guilhermina (criada)
José Vitorino
Costodia da Conceição
José Cristão da Silva
Marianna de Jesus
José Maria // Gertrudes Maria //
José António
Maria Ritta
José Duarte
Marianna Joaquina // Justino Duarte
/fl.10/
José Mathias Lourenço
Isabel Maria
José dos Santos morto
Florinda Roza
José António
Maria Ritta
José Maria
Bemvinda [(mulher)?]
Margarida filha
José dos Santos
José Mar
[10] José Lourenço da Guitarra [11] Maria da Graça filha //
Joaquim Ribeiro
Joaquim da Silva
Maria [mulher?]
Joaquim Pedro
Julianna Ritta
Joaquim José dos Santos
Isabel Maria Francisco (Entiado)
/fl.10v./
Joaquim Martins
Maria Ritta de Jesus //
Joaquim Ribeiro
Candida Ritta
Joaquim da Silva - ViúvoJosé filho
Casemiro filho
Joaquim Gomes
Emilia do Rosário
Claúdia filha
Eugídio filho
Salvador José Maria filha
Marianna filha
Joaquim filho
Joaquim Rodrigues
Maria do Carmo
Margarida filha
Joaquim dos Santos
Eujenia filha
Maria filha
Cazemira filha
Joaquim da Silva
Candida Maria
Brigida Maria - Viúva-
Joaquim Simões
Genoveva Rosario
/fl.11/
Joaquim dos Santos - Viúvo -
Joaquim de Almeida
Maria Agusta //
Joaquim dos Santos Gomes
Lourianna irmã
Joaquim irmão
Joaquim Alves
Maria de Jesus
Joaquim de Oliveira
Joaquina Roza irmã
Joaquim Lionardo //
Felicidade Perpetua // Maria filha // Egidio filho
Marianna filha //
Suares
Maria de Jesus
Maria
Joaquim da Silva
Maria de Jesus
Joaquim dos Santos
Eugénia Maria //
/fl.11v./
João Ignocencio
Maria Guilhermina
João da Silva
Roza da Silva // Maria filha //
Ignacio filho // Marianna filha /
João Rodrigues // [?]
Maria de Jesus //
Joanna // filha
Manoel // filho
Bernardo // filho
Maria // filha
Arminda / filha
Gertrudes filha /
João Roza - ViúvoEmilia
João dos Santos
Maria Clara António
João de Oliveira
Thereza de Jesus
Maria filha
Magadalena filha
João Ribeiro - Viúvo - // Anna filha //
João da Rocha - ViúvoGertrudes
/fl.12/
João Lopes
Bernarda
Maria
Diogo
Vitorino
Thomasia
João António
Maria da Conceição
João Ribeiro // Thiadora Maria da Conceção //
João da Roza
Carolina filha
Emília filha
Aguida filha
João da Silva [?]
Henriqueta Maria
António filho // José filho // Ritta filha
Maria filha // Manoel filho //
João filho
Anna filha
Manoel
João da Silva
Fortunata Ritta
Maria filha
João filho
Francisco filho
Josefa filha
Ritta filha
/fl.12v./
João dos Santos - Viúvo -
João Ribeiro
Thiadora Maria da Conceição
João dos Santos
Marianna de Jesus
Josefa do Rozário - ViúvaManoel filho
Maria filha
Bernardino filho
Josefa de Jesus
Marianna
Vasco filho
Josefa do Rozário // Manoel filho //
Bernardino filho // Maria filha //
Josefa Maria do Sacramento
Genoario
Josefa de Jesus - Viúva -
/fl. 13/
Jacinto António
Anna Ritta
Francisco filho
Ritta filho
Jacinto António
Anna Ritta // Ritta filha // João filho // Francisco filho // António filho //
Jerónimo Ribeiro
Maria Ritta // José filho
Manoel filho
Josefa filha //
Jerónimo Ribeiro
António
Jerónimo Mendes com Florinda da Silva
Jenoario Ribeiro
Maria Ritta
Jeronimo Ribeiro
Eujenia de Jesus
Jenoaria Roza - Viúva[José?] filho
/fl.13v./
Ignacio José de Barros
Miquelina Roza // Augusto // filho
Ignacio Joaquim
Sabastianna Maria // António (entiado) Jouaquim filho
Izidoro António Martins
Maria do Carmo //
Izidora da Conceição Joaquim
Izidora da Conceição
Jorge Joaquim Maria (neta)
Jorge Pereira
Clara Maria // Maria filha
José filho
Jerónimo filho
/fl.14/
Luiz António da Rocha - Viúvo -
Luiz dos Santos //
Lazaro António Martins // Bernarda Maria // José filho // Maria filha [?] filha [12] Manoel filho
Lourenço Martins Joaquim irmão
Lourenço da Silva (solteiro)
Maria irmã
Luiz da Silva //
Lourenço da Silva
Damianna Ritta
Lourenço Ferreira
Gertrudes Maria
Lucas Vitorino
Liocadia Roza
Luiza Maria Carlota
Luiza Roza falecida - ViúvaJosé casou
Castanheira (exposto)
/fl.14v./
Manoel da Costa
Manoel António Martins
Marianna da Conceição
Maria Ignacia
Manoel da Silva
Maria Jenoaria
Manoel da Silva
Maria Victoria
Maria filha
Manoel Boteilho
Maria Magdalena [13] Josefa filha //
Manoel Lopes
Maria do Rozario
Manoel António
Francisco
Manoel José
Maria da Conceição
Maria filha
Manoel Farinha
Magdalena do Rozário
Manoel João solteiro
Manoel António
Joaquim Roza
Carlota filha
Florinda filha
/fl.15/
Manoel António Captivo
Alexandrina Roza
Manoel filho
António filho
Maria filha
Manoel de Almeida
Manoel António
Carolina do Rozario
Manoel filho
Miguel filho
Manoel da Crus Carapeta // João Rodrigues irmão //
Manoel José Paralta
Maria Ritta [?]
Manoel Fernandes
Marcolina do Rozario
Maria filha // Jenoveva filha // Perpetua filha //
Manoel Florencio
Caetana Maria
Manoel José Josefa
Manoel Gomes Bicha Bernardina
Manoel da Costa
Henriqueta [Maria?]
Maria filha //
/fl.15v./
Manoel Gonçalves // Bernardina Maria // Maria Joaquina // Ignacio filho // José filho // Adelaide
Manoel dos Santos // Maria Gomes //
Manoel José // Bernardino Roza // Maria //
Manoel Joaquim // Maria Catherina // Gertrudes Maria // Anna Costa // Manoel irmão //
Manoel José Pires // Maria José //
Manoel Francisco // Carlos // Manoel //
Manoel Fernandes // Ercolina // Maria // Genoveva /
Manoel Matheus
Julianna // João Matheus //
/fl.16/
Manoel da Silva // Anna da Conceição //
Manoel Pedro // Genoveva Silvestre Pedro António
Manoel da Costa Luiza solteiro morto
Manoel Pereira - Viúvo - // Manoel filho // Julianna filho // António filho //
Manoel Ribeiro da Silva // Anna do Rozário //
Manoel da Silva Pão de Milho // Anna Joaquina Joaquim (entiado)
Manoel Rodrigues
Leocadia Maria // António irmão // João irmão
Joaquim
Francisco (entiado)
Miguel //
Manoel dos Santos
Carlota Joaquina
António filho
/fl.16v./
Manoel Ribeiro
Anna Ritta
Joaquim filho
Gertrudes filha
Sarafim filho
Manoel Pedro // Maria Gomes //
Manoel da Silva
Maria Jenoveva
Manoel Joaquim
Maria Claudina
Manoel Francisco
Manoel Joaquim
Manoel António Bexiga
Manoel José
Manoel Ribeiro
Maria Ritta
Amélia filha
Crino filho
Antónia filha
Manoel da Silva
Maria Jenoveva
Manoel Ribeiro - Viúvo - //
/fl.17/
Miguel Pedro
Ritta do Rozário [14]
Morta
Clemente filho
Anna [15] Morta
Miguel Marques
Maria filha
Manoel filho
Domingos filho
Maria Ritta - ViúvaEmilia filha
Zeferina filha
João filho
Manoel Ribeiro
Anna Ritta
Maria Ritta Viúva
Manoel filho
João filho
Julia filha
Maria Roza Caldeira
Joaquim
Maria do Rozário
Filippa filha
Manoel filho
Maria das Dores
Paulo filho
Carlota filha
Genoveva filha
Maria de Jesus
/fl.17v./
Maria José
Maria Lourenço da Silva
Maria Joaquina João filho
Maria Joaquina Carlota Marianna Crispim (exposto)
Maria Joaquina Pata João Francisco
Maria José Pitadinha
Maria do Rozário - Viúva - // António //
Maria Joaquina - Viúva -
Maria Joaquina
Bemvinda do Rozário
Mar (sobrinho)
Maria Ignacia
Maria Joaquina
/fl.18/
Mathias Pinheiro - ViúvoFelicio filho
Manoel filho
Marianna da Conceição - Viúva - //
Marianna Cardozo
Eugenia irmã
Marianna José
José filho
Maria filha
Marianna Ritta
Marianna
Mari
/fl.18v./
Pedro Ignacio - ViúvoJosé filho
António filho
Pedro filho
Marianna de Jesus filha
Joaquim filho
Pedro Gonçalves
Maria do Rozário
Pedro Izidoro
Pedro Pacheco
Francisco dos Santos
Policarpo José (solteiro)
Querino António
Maria Ritta
Rozária da Conceição
Raimundo Gonçalves
Maria Leopoldina
Rozária filha
João filho
/fl.19/
Sarafim Ribeiro
Bernarda Maria // António filho
Sarafim Pereira
Josefa Maria // José filho
Guilhermina filha // Roza filho
Sarafim dos Santos
Sarafim José Maria da Conceição
Sarafim da Silva Limões // Maria Clementina // João filho // Bernarda filho //
Sarafim dos Santos // Maria Roza
Sabastianna Roza
Silvestre Gonçalves // Maria Perpetua // Maria filha
Manoel //
/fl.19v./
Sabastião di Oliveira // Anna Eugénia
Francisco filho // Guilherme filho //
Salvador José Bemvinda do Rozário
Thomas Marques Bernardina do Rozário //
[1] anotação manuscrita a lápis de carvão.
[2] anotação manuscrita a lápis de carvão.
[3] anotação manuscrita a lápis de carvão.
[4] anotação manuscrita a lápis de carvão.
[5] margem esquerda: <casou>
[6] margem esquerda: <casou>
[7] anotação manuscrita a lápis de carvão.
[8] nome ilegível.
[9] nome ilegível.
Maria filha Egidio filho /
Thereza de Jesus Feliciano
Thomazio da Conceição
Thereza de Jesus Marianna Joaquim
Thereza de Jesus - Viúva - // Marianna filho //
/fl.20/ Vitorina Roza - ViúvaMarianna Cazemira (neta)
Vitorino José Ritta Maria da Conceição».
CARTA DE JOSé EFIGénIO DE SOUSA SOBRE BAnDA DE MúSICA DOS PESCADORES DA COSTA DE CAPARICA, 1927.
1927, Costa de Caparica, Janeiro, 6.
Transcrição da carta enviada por José Efigénio de Sousa, morador na Costa de Caparica, ao administrador do concelho de Almada, Francisco da Costa Correia.
José Efigénio de Sousa, mestre de redes, cabo chefe da povoação da Costa de Caparica, regente e um dos principais dinamizadores da existência de uma banda de música filarmónica formada por pescadores, na Costa de Caparica, resume a atividade da banda. Presume-se que o grupo musical seja o sucessor e continuador de uma anterior banda filarmónica, criada em 1899/1900, sob a designação de “Filarmónica Instrução e Recreio”.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Administração do Concelho de Almada, Funções de gestão, Serviço administrativo, correspondência recebida, n.º reg. 6219.
[1]
«Costa de Caparica, 6 de Janeiro de 1927.
Excelentíssimo Senhor Francisco da Costa Correia
Digníssimo Administrador do Concelho de Almada
Respondo ao oficio de Vossa Excelência de 8 de Dezembro do mez próximo passado, número 610, pedindo desculpa de o não ter há mais tempo, mas foi o tempo preciso para procurar informar-me do que dispunha a lei por Vossa Excelência citada.
Informados hoje do que nos cumpre fazer, venho trazer ao conhecimento de Vossa Excelência que não temos sede, não temos organização alguma, não temos estatutos, reunimos muito acidentalmente em casa de uns ou outros, não temos fundos e cada um tem apenas os instrumentos com que tentamos organizar a filarmónica para tocar acidentalmente e somente no verão.
Mas vamos procurar organizar-nos, estabelecer sede, e então formaremos os Estatutos e cumpriremos as disposições legaes que Vossa Excelência nos faz o favor de indicar. Entretanto, afirmado por esta forma o meu respeito e disciplina, peço a Vossa Excelência o favor de contemporizar com a impossibilidade em que estamos de proceder de outra forma; não temos elementos para agir desde já.
E no verão, certamente, com os elementos que então procuraremos reunir, daremos cumprimento às disposições legaes e formaremos uma Sociedade de Recreio – que agora não existe senão no nome.
Afirmo a Vossa Excelência o meu respeito e a consideração com que sou.
De Vossa Excelência
Muito Atento e Obrigado
(Assinatura:) José Efigénio de Souza.»
[1] na margem superior esquerda: Arquive-se, 10/1/1927, Almada, O administrador do Concelho, (Assinatura:) Costa Correia.
BROCHURA DE DIvULGAÇÃO TURÍSTICA
DA COSTA DE CAPARICA, 1930.
1930, Lisboa, Março.
Transcrição parcial da brochura “A praia da Costa (Caparica): Estancia balnear, de cura de repouso e de turismo.”
Primeira brochura turística desenvolvida sobre a praia da Costa de Caparica publicada pela iniciativa particular de Manuel Agro Ferreira, membro da Comissão de Iniciativa da Costa de Caparica e um dos mais dedicados promotores da valorização do lugar como estância balnear e a principal “Praia de Lisboa”. Referência e descreve as diversas qualidades turísticas e medicinais do lugar, a sua história, a atividade da comunidade piscatória, os costumes e tradições, os serviços existentes e outra informação sobre a povoação e a praia. O documento está valorizado pelo autógrafo de oferta do autor Agro Ferreira a António Correia.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Espólio António Correia, Documentos gráficos de divulgação, A praia da Costa: Caparica: Estância balnear, de cura, de repouso e de turismo, 1930, 79 p.
/p. 11/ […] APRESENTAçãO
Uma extensão de oito léguas de areal...
Dum lado a chamada rocha, tufo caprichoso, rendilhado, coroado de pinheiros, a 200m de altura.
É o pano do fundo.
Doutro lado o mar, o mar imenso, num grande abraço que abrange desde o cabo Espichel ao Bugío.
Do lado Norte, extensíssimos pinhaes. Do Sul, mais pinhaes, o areal e o mar.
O mar, o grande mar, o mar aberto, o oceano em ondas alterosas que veem espraiar-se pela areia numa ondulação suave, serena, onde as creanças brincam todo o dia no á vontade e despreocupação de quem nada tem a temer.
O mar amigo, suave, quasi meigo para as creanças que dele se abeiram.
Mas quem o quizer apreciar nas largas ondulações, nas grandes chicotadas das suas vagas altas, é procural-o mais adeante. Sem perder a transparência do seu verde translucido, ahi o temos para banhos fortes em que é preciso a prescripção medica e o cuidado do banheiro.
Esta é a praia de verão, de Lisboa.
Do Alto da Rocha, o espetáculo é outro: dez léguas quadradas de planície cultivada, com estradas e caminhos alinhando as culturas, pequenos casaes muito brancos semeados por aquela extensão imensa, muitas vacas aqui e além, pinhaes extensos para a direita, a Serra de Sintra ao longe, toda a descoberto desde os primeiros contrafortes até ao Castelo dos Mouros, a linha dos Estoris, o mar... É dos pontos de vista mais imponentes do país.
O artista que era o rei D. Carlos dizia que naquele genero, tão amplo, abrangendo tão
diversas modalidades, não conhecia melhor, nem tão bom em parte alguma; e ficava-se horas esquecidas, no Alto do Convento dos Capuchos, lá em cima no Mirante, o ponto mais alto e mais saliente ...
É na verdade um deslumbramento; é uma autentica maravilha.
Este é o Sanatório de Lisbôa.
/p.12/
LOCALISAçãO – TRANSPORTES
A Costa fica ao Sul de Lisbôa, do outro lado do Tejo, a 2 léguas do Bugío.
Pertence ao concelho de Almada, distrito de Setúbal.
Fazia parte da freguezia do Monte de Caparica e d’ahi o seu nome: Costa de Caparica. Com a creação da freguezia de Trafaria, passou para esta — de fórma que hoje já se não pode dizer de Caparica, embora continue como tal a ser designada.
Costa de Ouro lhe chamam uns. Costa Rica, Costa Liz, Costa do Sul, Costa Bôa, Costa-Linda, Praia do Sol ...
É a verdadeira Costa do Sol, denominação que principiou a ser-lhe dada, mas que uma Empresa de Turismo adoptou e tornou conhecida para as luxuosas e prosperas estancias que são hoje os Estorís que se estão tornando a continuação da cidade de Lisbôa, até Cascaes.
A Costa está, relativamente a Lisbôa, ás seguintes distancias com os respectivos meios de transporte;
POR CACILHAS: pela estrada chamada Estrada da Costa, 11 kilometros; de verão optimas camionetes cujo horário é previamente anunciado. Todo o ano, automóveis de aluguer. Quando a estrada estiver reparada, porventura alcatroada, é percurso para menos de 15 minutos.
PELO TERREIRO DO PAçO-TRAFARIA: descer o rio até á Trafaria; de verão carreiras de gazolinas e vapores cujos horários são previamente anunciados.
POR BELEM-TRAFARIA: durante todo o ano vapores a todas as horas do Pontão de Belém á Trafaria. Da Trafaria para a Costa, há, no verão, muitos automóveis e camionettes. De inverno ha também sempre transportes. Optima e linda estrada por entre pinhaes, 4 kilometros, 6 a 8 minutos.
/p. 13/ DISTRACçõES.
A PESCA.
[…] Aqui diremos o que é a praia de pesca.
A Costa não tem casinos, clubs de luxo, festas explendidas. Mas tem um grande areal, de areia muito fina, macia, que se presta a todos os jogos e a todos os desportes.
É uma praia muito seca, sem humidade e sem nevoeiros.
Tem pinhaes extensos onde se passam lindas horas de repouso e cura.
Tem passeios encantadores em todas as direções.
Mas o supremo encanto é a faina pescatoria.
É a vida, é toda a vida intensa dos pescadores do Norte, da Torreira, de Espinho, transportada para este rincão do Sul, onde se reproduzem os costumes, todos os processos de pesca daquela região.
Adeante se encontrarão brilhantes impressões e largas descrições dos barcos fenícios, das Artes de xavéga, do esforço titânico dos pescadores, da anciedade com que se espera a chegada das rêdes e do peixe, a solidariedade dos banhistas com os pescadores que chega até acompanharem os barcos pelo oceano fóra, auxiliarem o arrasto e assistirem á lota.
A praia anima-se. Há grande entusiasmo pela abundancia de sardinha; tudo grita num alarido de alegria, ali, com a vivinha-da-costa a saltar, á boca do saco...
Este é o grande, maravilhoso espetáculo que todos os dias se renova com incidentes inéditos. A dois passos de Lisboa... e Lisboa não o conhece. Esta é a maior distração dos banhistas, e ainda esta, cheia de higiene, de exercício saudável, de repouso moral — que é também uma cura salutar.
/p.14/ ASPIRAçõES LOCAES
A Costa é a povoação portugueza que mais rapidamente se tem desenvolvido. Em tres ou quatro anos, só por si, por iniciativa particular, sem o mínimo auxilio oficial, vencendo todos os contratempos, a Costa tem-se transformado.
Entre casas novas e reparadas devem ascender a duas centenas as casas feitas por banhistas e a banhistas destinadas. Isto fóra as antigas casas de pescadores que todos os anos se alugam no mesmo estado primitivo.
Alguém dizia: na Costa, uma cabana vale um palácio.
É que até as barracas dos pescadores se alugam, á falta de melhor.
A meia duzia de famílias que frequentava a Costa de ha 6 a 8 anos multiplicou-se; centenas de famílias hoje passam ali o verão.
Tantas como as casas que haja. Todos os anos faltavam alojamentos e muitas pessoas tinham de desistir do seu veraneio ali, por falta de casas convenientes.
Um hotel teria já hoje um rendimento seguro.
Deveria ter uma grande concorrência durante uma grande parte do ano.
As modestas pensões que ali existem progridem á força de concorrência de hospedes que disputam os seus alojamentos.
A grande, a máxima aspiração da Costa, é o concerto da sua estrada até Cacilhas, para comunicação rapida com Lisboa, estrada alcatroada, comoda, moderna, que désse ao percurso a duração máximo de 15 minutos.
E dessa estrada resultaria imediatamente um, mais do que um hotel — hotéis modernos, já planeados, já assegurados pela concorrência de capital para a sua edificação e cujo rendimento está sobejamente garantido pela concorrência dos frequentadores da praia.
A reparação conveniente da estrada da Costa a Cacilhas é a aspiração anciosa, indispensável para este e outros melhoramentos.
/p.15/ Depois, com a maior concorrência e com uma diligente e inteligente Comissão de Iniciativa, viria o resto:
- Captação de agua no alto dos Capuchos e sua automática canalisação para a povoação, apenas a 500 ou 600 metros de distancia;
- Iluminação electrica: ou a que os Fortes proporcionam mediante condições já estabelecidas ou a que a Camara ajustasse para todo o concelho;
- A arrecadação da parte das receitas do Estado que por lei pertencem a esta estancia de Turismo, visto a Costa como tal estar classificada, e com essas receitas prover ás despezas desses dois melhoramentos e dos mais que se impõem, onde tudo está ainda por fazer;
Estradas para a praia;
Bairro dos Pescadores;
Arruamentos;
Limpesa de lixos, etc., etc.
- Entretanto a arborisação e a prometida estrada florestal até á Fonte da Telha seria para os pescadores e para o turismo um melhoramento importante; para os pescadores porque a Fonte da Telha é ponto de pesca frequente e o caminho até lá é muito difícil; para os turistas porque a Fonte da Telha é a praia ideal: é o verdadeiro paraíso na terra.
Bem podiam os Serviços Florestaes continuar as plantações florestaes para o sul, fazerem-nas acompanhar do seguimento da estrada que já teem e concorrerem assim, de resto no desempenho da sua missão, para a riqueza do país em geral, e para a riqueza local, em particular.
Seria isso bem para desejar e é ligitimo esperal-o.
Alando as rêdes...
/p. 16/ NOVAS CONSTRUçõES
- CASAS PARA
ALUGAR. O FUTURO DA COSTA.
A falta de casas de aluguer com as devidas comodidades, é notória. Todas as casas se alugam, boas ou más; mas as casas com comodidades e higiene, ficam, em geral, arrendadas de ano para anno, pelas famílias que primeiro as tomem.
Muitas pessoas teem mandado construir habitações próprias, para se garantirem a sua estadia na praia, para terem ali, durante o ano, sempre acolhedor, o seu refugio, a sua cura de repouso.
Uma casa, na Costa, de aparência modesta, mas, emfim, como seu ar portuguez, um alpendre, 300m2 de terreno, 5 a 6 divisões, agua canalisada, louças sanitárias, etc., pode importar em cerca de 22 contos. Por aqui se pode avaliar da relativa facilidade em garantir-se uma habitação higiénica e comoda.
Nestas condições há muitas dezenas de proprietários.
Mas há também habitações grandes, muito boas, tomando já as proporções de luxo e de bom gosto que honram os seus proprietários.
Teem ultimamente sido construídas muitas casas, em bairros novos, ao Sul e ao Norte da povoação, casas destinadas a serem vendidas ou alugadas e que oferecem, aos mais exigentes, as comodidades indispensáveis.
A Costa oferece um largo campo de aplicação remuneradora de capital a quem queira ali aplicar o seu dinheiro.
É uma praia de verão com o seu sucesso garantido; são os médicos que a fazem com a sua opinião de que é a melhor de Portugal e porventura da Europa.
Sendo possível, como é, fazer o seu percurso em meia hora, quando tiver a sua estrada reparada é fácil de ver a situação que ocupa para o veraneio de Lisboa.
/p.17/
Conduzindo a rêde para o barco...
/p.18/ NãO Há RIVALIDADE COM OS ESTORIS. SERIA PUERIL PENSAR EM SEMELHANTE VELEIDADE.
Os Estoris são as Estancias de Luxo, de divertimentos, de jogo, porventura de repouso, de tratamento termal.
A Costa tem sómente o mar, o tratamento pelo mar, com o complemento do Sol e dos extensos pinhaes.
Os Estoris teem o bulício, o movimento dos centros muito concorridos.
A Costa tem a paz, o isolamento para quem o queira, o repouso.
Há doentes que não podem ir para a Costa onde o grande ar do mar, forte, intensamente iodado, lhes seria prejudicial.
Há creanças que, vivendo nos Estoris, são mandadas para a Costa para o seu tratamento talassico.
Não há, pois, razões para rivalidades impossíveis.
Cada uma tem o seu papel, desempenha a sua função em relação á população de Lisboa.
Isto confirma quanto de facto é apreciável o campo de aplicação de capitaes no desenvolvimento da Costa que em meia dúzia de anos se fez, por si própria, uma grande praia em relação ao que era — mas pouco é ainda em relação ao que há-de vir a ser, muito em breve, pela força das circunstancias.
Para se fazer uma ideia exacta da intensidade de interesse da população de Lisboa por esta praia de sol e de grande ar, – bastará ir ali num Domingo de verão e vêr os milhares de pessoas que concorrem a gosar a expansão embriagadora daquele vastíssimo horisonte. O desenvolvimento da Costa é feito pelos médicos, pelas recomendações aos seus doentes, pelo prestigio das suas curas apregoadas.
Este é o grande sucesso daquela praia — e é a garantia do seu futuro. […]
/p.19/ BAIRRO DA QUINTA DE SANTO ANTóNIO
Na estrada da Trafaria para a Costa, perto da povoação, em meio de acácias e pinheiros já antigos, está-se desenvolvendo este pitoresco Bairro, com habitações próprias, algumas de pronunciado gosto artístico, com caracter das construções minhotas, ficando cada casa rodeada de jardim e quintal, com as suas arvores já adultas. Desenvolve-se este bairro a nascente das Matas dos Serviços Florestaes, constituindo, por assim dizer, o seu prolongamento, apenas dividido pela estrada.
O seu proprietário, pessoa activa e empreendedora, o sr. tenente Dias de Carvalho, tem proporcionado todas as facilidades na venda de talhões a quem pretenda ali construir e assim se explica o rápido desenvolvimento deste Bairro a que já se tem chamado a Costa Nova.
Os terrenos eram anteriormente agricultados, de forma que, tendo perdido a sua natureza de areal estéril, resultam férteis e próprios para plantações de arvores e horta. Para isso concorre também a abundancia de agua que ali é de fácil captação como, de resto, em toda a região.
Estão já construídas 14 casas e estão vendidos mais 6 talhões para construções imediatas.
É uma indicação sugestiva do desenvolvimento da Costa, o desenvolvimento deste Bairro que começou apenas ha dois anos. […]
/p.20/
BAIRRO DO SUL
Ao Sul da povoação, local que muitas pessoas preferem com entusiasmo, estão-se construindo também muitas casas, algumas talvez das melhores da Costa. É seu principal propagandista o sr. Manuel da Costa que ali tem feito importantes construções.
Por este lado estão projectadas e já traçadas largas avenidas e é natural que esta parte da povoação venha a desenvolver-se, muito principalmente quando os serviços florestaes tenham prolongado para o Sul a plantação de arvores - o que está no seu programa.
A vista para o lado do Sul é das mais apreciáveis da Costa e as casas ali construídas teem a situação de abrigo do vento do Norte.
Do lado do Nascente tem vastos prados e quintas, com casaes espalhados por muitas léguas quadradas de planície, até á rocha rendilhada e pitoresca, cavada de recantos de deliciosa frescura.
Quando em 1770 os pescadores do districto de Aveiro e os do Algarve começaram a fixar-se na Costa, alem dos mezes da sáfra, para estes lados do Sul assentaram as suas barracas os algarvios, formando um bairro muito àparte e muito distinto do bairro dos ilhavos que se localizaram ao norte, fazendo vida em separado, com costumes diversos e rivalidades acentuadas.
Não obstante a fusão que fatalmente havia de operar-se e se operou, ainda hoje os garotos formam os seus partidos, os de Norte contra Sul, e são memoráveis as pugnas desses embates de há relativamente poucos anos.
Mas, emfim, tudo passa... […]
/p.22/ BAIRRO DO CONVENTO
Neste Bairro, todas as casas são construídas obedecendo a um plano de alinhamento e arruamento —de que está já resultando interessante perspectiva.
Cada casa é construída dentro de terreno, rodeada de jardins por todos os lados, com arborização que se está desenvolvendo.
As ruas são também arborisadas.
Dentro de poucos anos resultará um macisso de arvorêdo e verdura, com jardins entre as casas, sem amontoados e visinhanças impertinentes de casa para casa. Poder-se-ha chamar Bairro-Jardim.
O Bairro do Convento fica entre a Mata e o mar. O vento predominante, o norte, vem coado pelos pinheiros, perfumado de essencias florestaes.
A agua deste lado da povoação é a melhor da Costa; aqui existiu o poço do Padre, onde de todos os lados vinham os da povoação fornecer-se de agua para beber.
O Bairro fica completamente separado da povoação.
É naturalmente devido a estas circunstancias, que se tem construído ali o maior núcleo de casas para banhistas. Já estão construídas e em construção 25 e estão marcados mais 12 talhões para construções de novas moradias.
Ha cerca de três seculos os pescadores do Norte e do Sul do paiz vinham todos os anos pescar á Costa nos mezes de Outubro, Novembro e Dezembro, chamados da safra, construindo umas singelas barracas a que largavam fogo quando regressavam às suas terras.
A «lota» — na praia
Quando em 1770 os primeiros mestres de companha começáram a ficar na Costa com os seus homens, duns anos para os outros, os algarvios fixáram-se ao Sul e os do districto de Aveiro, em geral ilhavos, ao Norte, no sitio em que hoje está assente o bairro chamado do Convento. Ainda por ali se encontram restos de objectos de uso domestico e ha na Costa quem guarde moedas de ouro aqui encontradas. O nome de Convento, dado a este sitio, é posterior a esta tradição.
/p. 23/ Ha no alto dos Capuchos, em criminoso estado de abandono, o Convento de Santo António dos Capuchos, relíquia preciosa dos frades capuchinhos — que vinham passar o verão, mais á beira-mar, cá para baixo, num outro mais pequeno edifício a que era dado também o nome de Convento, denominação que hoje se generalisou a todo o lado Norte da povoação. Diz-se que foi este Convento construido por um padre chamado Huggs, de nacionalidade americana; está ainda na recordação dos velhos da Costa; era ali a escola. Ainda vive sacristão, o velho João Calderon, que relata o passado com saudades, parafraseando Jeremias e regulando o toque de Trindades pelas horas antigas...
/p. 24/ Pois, passados seculos, é no mesmo local em que os pescadores do Norte assentaram as suas primeiras barracas e onde os frades assentaram o seu Convento, que hoje se está desenvolvendo o maior núcleo de casas para banhistas, num bairro moderno, com largas ruas, casas espaçadas umas das outras, de architectura simples, mas, emfim, com um modesto ar portuguez, com seus beirados e alpendres. Tem-se encarregado das construções neste Bairro, como de resto em outros pontos da Costa, os srs. Henrique Loureiro e Ludgero Patrick […].
/p. 25/
Mercadores de peixe
/p. 26/ DE ALMADA ATÉ á COSTA
A entrada do Porto de Lisboa, a entrada da sua esplendida bahia, provocou a D. Pedro II, quando vinha a caminho do exílio, depois da implantação da Republica Brazileira, esta exclamação: “Muito lindo, mas ... que péládo!”
É desolador, de facto, o aspecto do lado sul do Tejo. Aquelles montes pelados, pelos quaes em 1891 os E. U. da A. do N. nos ofereciam o pagamento integral da nossa divida externa e determinados privilégios quanto aos arsenaes e estaleiros que nos seus vales fossem construídos, obrigando-se ainda a uma avenida marginal até á Trafaria, essa colossal massa de valorisação de toda a região marginal desde Almada á Costa, que Alfonso Penã tinha em vista e entrava nos seus calculos de exploração ao planear a ponte magestosa que atravessaria o Tejo, — toda essa riqueza, toda essa perspectiva, toda essa valorisação, campo excelente de fabricas, de industrias, de expansão da cidade de Lisboa, a 10 minutos do seu centro comercial, está ali, “péládo” e inerte, improductivo, capital morto e atestado sempre vivo de inépcia, de miserável pobresa de recursos de toda a espécie...
Aparece agora um plano possível … á sombra de legislação de construções e expropriações, o ilustre engenheiro Morris Liebermann estudou, planeou, e tem sobre pranchetas, um grandioso projecto de aproveitamento da margem sul do Tejo, até á Costa, á beira-rio e beira-mar, para o lançamento de uma Avenida marginal, construções de toda a espécie e para todos os fins, — até atingir a Costa — “princeza adormecida á beira-mar, esperando a varinha magica que a chame á vida explendente…”. […]
/p. 27/
/p. 28/ […] E assim, apoz a Trafaria, a Costa seria atingida por avenidas fáceis, porventura, em parte do trajecto, uma ascendente, outra descendente, aproveitando a estrada florestal.
Independentemente da ponte que foi um sonho lindo e do túnel que é um pesadêlo de que ainda se não acordou, — um fácil entendimento com a Parceria dos Vapores Lisbonenses, daria a organisação de carreiras com transportes modernos que continuamente, a todas as horas do dia e da noite, déssem á margem sul do Tejo as mesmas facilidades que Lisboa tem com as suas linhas de carros electricos.
É incontestável que o serviço de transportes fluviaes tem de melhorar em breve pela imposição que resultará do movimento do Arsenal do Alfeite.
Tem de ser, porque nem Almada nem Lisboa podem ser victimas desse serviço vergonhoso, ignóbil, que são os transportes entre as duas margens do Tejo.
Não se constatará em parte alguma do mundo, já não queremos dizer nas três ou quatro maiores bahias entre as quaes se pode incluir a do Tejo, mas em parte alguma em que uma capital como Lisboa se abeire dum rio e do mar, — o que se observa neste detalhe miserando do nosso desleixo.
Os serviços de transportes no Tejo, desde as pontes de que o publico se tem de servir, até aos vapores em que é transportado, com os automóveis e carroças a jogarem em balanços arriscados, - são alguma coisa de ignóbil, de muito vergonhoso quer para as empresas que os exploram quer para o Estado que os permite e renova contratos privilegiados.
O movimento actual já assegura um rendimento de cerca de três mil contos por ano e dá direito a melhores transportes, se o assumpto fôr estudado com interesse e com critério.
O que terá de fazer-se ao tarde, — para desejar é que se vá fazendo desde já e que neste intento, em vez de politiquices e intrigas mesquinhas, se empenhem as populações interessadas, combativa e corajosamente.
De Almada á Praia da Costa, é pois um projecto exequível; vê-se, sente-se, palpa-se a sua possibilidade ouvindo o engenheiro Liebermann, o realisador doutras obras de que, ainda há 4 ou 5 meses, Lisboa duvidava. […]
/p. 29/
/fl. 30/ A COSTA
Duns apontamentos que nos foram proporcionados pelo Snr. Francisco José da Silva, Mestre das artes de pesca, extrahimos os apontamentos que se seguem e que mal podem aspirar a simples elementos de estudo para a historia da localidade: - A pesca começou a ser explorada na Costa por algarvios e ílhavos que ali vinham pescar nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro, chamados da sáfra; construíam então eles próprios umas singelas e pequenas choupanas a que largavam fôgo quando se retiravam para as suas terras.
Em 1770 fixaram ali domicilio, em barracas já com maiores comodidades, com as suas companhas, os mestres: José Gonçalves Bexiga, algarvio, Joaquim Pedro, de Ílhavo; Romualdo dos Santos, algarvio; José Rapaz, de Ílhavo.
Dado o exemplo, em anos a seguir, ali se fixaram também os mestres: José dos Santos, Jerónimo Dias, João Lopes e Manuel Toucinho. Um dos primeiros cuidados dos povoadores foi a construção de uma Igreja - que foi feita simplesmente de junco e taboado.
As simples barracas de pescadores, de junco e colmo, foram-se aperfeiçoando, enchendo-se de conforto e comodidades, até ao ponto de nelas se proporcionarem festas verdadeiramente faustosas a que concorriam dos arredores fidalgos e literatos dos meados do seculo passado.
Ainda há tradições directas de algumas dessas festas e é frequente encontrarem-se na Costa resto de mobílias antigas, das melhores que certamente havia nessa época. Oratórios e imagens sagradas, conservadas religiosamente, constituem verdadeiras preciosidades e dão ideia da opulência com que chegou a viver a colonia piscatória, em tempos áureos.
Ahi por 1800 construiu-se a primeira casa de pedra e cal. O que é certo é que em 1824, nessa única casa de pedra e cal, se alojou El-Rei D. João VI, pelo que, na frontaria, foram colocadas as armas reaes que ainda hoje ali se conservam em bom estado, não obstante a casa estar num completo e lamentável abandono. Outras visitas regias se seguiram; reza a historia local que também ali estiveram D. Maria II, D. Pedro V e D. Estefânia.
Existe ainda na Costa, cuidadosamente conservada, a cadeira onde se sentava “o senhor rei D. João 6.º”, como usa dizer a sua proprietária.
Foi, porventura, sentado nessa cadeira que D. João 6.º assinou a promoção á categoria de mestres de naus, dos mestres de rêdes ou de companhas da Costa, o que veio aumentar, ainda mais, o prestigio de que os mestres gosavam não só ali, mas em toda a região do distrito de Aveiro onde a exploração da pesca se faz sob a mesma organisação.
A tença ou ordenado que os Mestres de Naus venciam, desde essa mercê regia, era de 800 réis, diários, quantia na verdade muito importante para aquela época.
Falando de pescadores e do mar - teremos de descerrar um pouco a visão de tragedias. Falemos da Costa – martyr.
Em 1840 um grande fôgo, chamado da “Quinquilheira”, devorou 98 barracas que foram depois substituídas por outras que o Governo de então mandou construir.
Em 1864 outro enorme incendio, este conhecido pelo do “Rosa do Ché-ché”, lambeu nas suas largas ondas cerca de 6o barracas; desta vez uma comissão organisada no
próprio concelho acudiu á desgraça, angariando fundos para a reconstrução de outras tantas barracas.
Mas sempre as mesmas barracas de junco...
Em 1884 novo sinistro, conhecido pelo fôgo do “Costa Pinto”, por ter sido este benemérito portuguez quem acudiu á desolação de 6o famílias que ficaram sem abrigo.
Jaime Artur da Costa Pinto é um nome que não se apagará tão cedo da memoria de quantos vivem na Costa.
Não se exagéra carregando de tons de magestade o vulto que se impoz á gratidão daquela gente que ele amava com carinho.
Vestiu uns, socorreu outros com dinheiro, e a todos animou e encorajou, acabando por juntar os fundos precisos para construir o ainda hoje chamado “Bairro Costa Pinto”, constituído por uma centena de casas já não de junco, nem de madeira, mas de tijolo, cobertas de telhas, confortáveis, num alinhamento elegante.
/fl. 31/ Não obstante a gratidão, a quasi adoração de muitos, Costa Pinto sofreu os desgostos de intrigas que o obrigáram a abandonar, aborrecido, o concelho a que se havia dedicado de alma e coração.
Deu-se o que hoje se chama “derrotismo”, sem que uma poderosa reacção tivesse salvo para a Costa esse valôr que Cascaes melhor soube festejar acolhendo-o com entusiasmo e cobrindo-o de agradecimentos. Foi ele quem deu o primeiro e valioso impulso á margem norte do Tejo; se tem ficado pela outra margem, a Costa seria hoje, porventura, o que são em desenvolvimento os Estoris - certamente com maior proveito para o revigoramento da população de Lisboa, em benefícios terapêuticos.
Cabe aqui, certamente, também uma referencia á figura simpática dum natural da Costa, enriquecido no Brasil, João Inácio da Costa, mais conhecido por João Alfama. Foi ele quem em 1880 mandou reedificar a Igreja que ficou o que é ainda hoje.
Mandou construir muitas casas de pedra e cal, dando uma a cada sobrinho, casas muito boas e solidas que conservam a resistência dos seus optimos materiaes.
Ainda hoje se fala do tio João Alfama, como de pessoa benemérita que deu á Costa uma nova feição de conforto e civilisação, acudindo a muitas desgraças e beneficiando muitos infelizes.
E, para terminar, façamos uma referencia rápida às tragedias no mar.
Estão quasi todas referidas nos quadros devotos que a piedade dos que se salváram ou as famílias dos que se perderam, mandaram pintar e estão pendurados á entrada da Igreja.
O mar — o infatigável luctador, o eterno manancial de riquezas tentadoras só proporcionadas a quem o vença...
Aquelas tragedias foram todas, embora de menor importância, assim:
Em Dezembro de 1929, em manhã de nevoeiro cerrado, ainda resto de noite, foram os barcos ao mar.
Um d’eles, o maior, o Pensativo, ao regressar, quando o arrais a meio caminho da praia tinha ferrado o cabo para aguentar um vagalhão enorme que lhe vinha no encalço, virou-se, baldeando os seus 21 homens.
Tinha-se partido o cabo!...
O mar picado, a cerração, o escuro, sem a certeza do lado para que estaria a praia,
sem que os companheiros de outros barcos ou da praia apercebessem a desgraça o desvairamento, a tragedia, emfim, ... e lá ficáram 11 homens que o mar só a um e um, durante muitos dias, foi embalando para terra.
Durante muitos dias não se pescava peixe; escáram-se cadáveres.
A caridade acudiu ainda mais uma vez; reuniram-se umas dezenas de contos para socorrer as famílias que ficávam desamparadas.
E ainda desta vez, foi ao Diário de Lisboa que a Costa ficou devendo a iniciativa da subscrição publica.
Mas é preciso mais...
É preciso muito mais...
Pois que o exercício desta industria de pesca não é bastante remunerador para que os pescadores possam acudir às suas mais urgentes necessidades, - pois que o inverno ali é um sudário angustioso de fome e privações, chegando a passar-se mezes sem que se acenda o fogo para cosinhar, em muitos lares, - pois que há ainda quem viva nas misérrimas barracas de junco por onde o vento entra e a chuva o segue no desconforto da miséria que se não pode defender, — pois que a praia de banhos não tem ainda o bastante desenvolvimento para que os seus banhistas possam sósinhos ocorrer ao enorme encargo dum novo bairro para pescadores, - indispensável é que se organise uma comissão para promover o angariamento de donativos para essa construção, a fim de se dar áquela gente, ao menos, em paga do seu esforço, a casa onde viva com agasalho, com decência, com... moral. É indispensável, por dignidade própria, concorrermos todos para trazermos aquela desgraçada gente a noções mais nobres de humanidade. Se a desgraça os tem feito mais desgraçados, a culpa não é d’eles. Não é acusando-os da sua inferioridade e dos seus defeitos que se pode dar remedio ao mal; é antes minorando-lhes esse mal, com os ensinamentos moraes que ainda todos mais ou menos têm, embora adormecidos pela supressão abruta de práticas religiosas e com noções de conforto que lhes deem a natural dignidade de homens. De resto há na Costa valores moraes de real superioridade, que podem auxiliar eficazmente a obra de aperfeiçoamento da restante população.
/fl.32/A SITUAçãO DOS
PESCADORES
Quando as artes de pesca a vapor, de arrasto, as traineiras e a pesca a dinamite, etc., tiverem terminado a sua obra de destruição das espécies; quando tiverem desaparecido as condições de “meio”, de possível existência de peixe nos locaes que dele tiverem sido ricos; quando, finalmente, reduzidas a absoluta esterilidade as nossas costas, se assemelharem às costas da França e da Espanha, onde essa industria desapareceu, - ver-se-ha então quanto era previdente o sistema de pesca tradicional do nosso país, as artes de chavega que bastaram sempre para o seu abastecimento. Esta forma de pescar é completa: poupa os comedouros e o peixe pequeno; só arrasta os adultos, sem os triturar. As quantidades de peixe que comportam e as suas possibilidades não são exaustivas. Pode dizer-se que a natureza nos forneceu com estas «artes», e posteriormente com as armações valencianas, o meio próprio, natural e racional de nos abastecermos, sem prejudicar a produção.
As «artes» de chavega, porém, não podem exercer a sua industria nos mesmos sítios onde os vapores assentem os seus arraiais; não podem competir com o preço pelo qual esses vapores se veem obrigados a atirar para o mercado as grandes quantidades de peixe... quando o pescam... ou quando não teem de o atirar para o guâno.
Ha mais a considerar que as «artes» de chavega são nacionais, isto é: todos os seus componentes são produzidos em Portugal e por portuguezes.
Os outros sistemas de pesca – a que se pode chamar, com toda a propriedade, artes de destruição, - importam tudo: desde os vapores, carvão, óleos, apetrechos, até á rede com que pescam.
E como são frequentes as noticias de falencia de empresas de pesca de arrasto, devemos ter como certo que taes empresas desfalcáram a economia nacional, visto que não chegáram a produzir o bastante para compensar o ouro com que tiveram de pagar ao estrangeiro as suas importações.
Se assim acontece só porque em alguns anos o peixe escasseia no mar, resultará que todas essas empresas irão fatalmente para a ruina, quando, automaticamente, se tenham a si mesmo prejudicado com o seu sistema de pesca, destruidor e exaustivo. Quando pois estas emprezas de pesca de arrasto tiverem terminado a sua obra de extermínio - se não tiver havido, até então, o cuidado de proteger, amparar e salvar as “artes” de chavega, o país terá de reconstruir essa industria com todos os inconvenientes de industria que então seria nova.
Já, entretanto, os pescadores teriam perdido esse sagrado amor ao mar, á sua arte, e resultaria muito mais caro o exercício da industria com pessoal adventício...
Ainda que não seja por outros motivos, e muitos outros pesam e teem sido apresentados, bastará esta natural intuição de previdência para impor que se guarde e resguarde, como reserva, apetrechada, em treno, esta industria a que, um futuro proximo terá necessariamente de recorrer. […]».
COnSULTA À vEREAÇÃO DA
CMA SOBRE A CRIAÇÃO DA FREGUESIA DA COSTA DE CAPARICA, 1946.
1946, Almada, Maio, 22
Transcrição da petição apresentada à Câmara Municipal sobre a criação da Freguesia da Costa de Caparica.
Um grupo de cidadãos, proprietários, comerciantes e amigos da Costa de Caparica liderados por José Alves Martins apresentam, formalmente, a intenção de promover a ascensão da povoação da Costa de Caparica a sede de freguesia e iniciar o necessário e respetivo processo legal para a criação de uma nova freguesia no concelho.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Câmara Municipal de Almada, Serviço Administrativo, Expediente, Requerimentos, cx.003, 1946, n.º reg. 1630.
«[1] [2]
Excelentíssimo Senhor
Presidente da Câmara Municipal de Almada.
[3]
Pretendendo um grupo de proprietários, comerciantes e amigos da Costa da Caparica criar uma freguesia nesta localidade, crente que todas as condições previstas pela lei podem ser satisfeitas, tem a honra, antes de iniciar as démarches necessárias para tal fim, de consultar a digna Vereação de que Vossa Excelência é mui digno Presidente sobre tal desideratum.
A Bem da Nação
Costa de Caparica, 22 de Maio de 1946
(Assinatura:) José Alves Martins
(Assinatura:) José Francisco Patrão
(Assinatura:) Francisco José Silva
(Assinatura:) Américo Joaquim Braz
[4]
[1] (Timbre de papel selado:): Imposto do selo, 2$50; (Selo fiscal:) 2$50.
[2] Na margem superior e central esquerda (Despacho:) <(... … … …), 22-5-1946, (Assinatura:) (…)>;(Carimbo:) < Câmara Municipal de Almada, Secretaria, Registo n.º 622, Recebido em 22/5/46, Movimento: Of. n.º __, em / /… , ARQUIVO Z >; (Informação:) < a criação de novas freguesias é regulada pelo artigo 9 .º do Código Administrativo e deve ser requerida, à Junta de Provincia, pela maioria absoluta dos chefes de família eleitores, com residência habitual na área que se pretende a circunscrição. Almada, 22/5/946 (Assinatura:) (…)>.
[3] (Carimbo:) <Câmara Municipal de Almada, Sessão de 22 Maio 1946>.
[4] Na margem inferior (Informação:) < a câmara concordou em absoluto com a pretensão, louvando a ideia e prometendo interessar-se pelo assunto se os signatários julgarem necessário>.
DELIBERAÇÃO MUnICIPAL SOBRE O PROCESSO DE CRIAÇÃO DA FREGUESIA DA COSTA DE CAPARICA, 1948.
1948, Almada, dezembro, 2. Transcrição parcial da ata da CMA sobre o processo de criação da freguesia da Costa de Caparica.
Tomada de posição oficial dos membros da Câmara Municipal de Almada sobre o parecer da Junta de Freguesia da Trafaria relativo à criação da nova freguesia da Costa de Caparica. A nova freguesia é formalmente instituída em 12 de fevereiro de 1949 através do decreto-lei n.º 37301 publicado no Diário do Governo, Iª Série, N.º 27.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Câmara Municipal de Almada, Órgãos do Município, Câmara Municipal de Almada, Atas, liv.099, 1948-1949, fls.76v -78, n.º reg.1116.
/f. 76/ «Acta da reunião ordinária da Câmara Municipal de Almada, de 2 de Dezembro de 1948.
Aos dois dias do mês de Dezembro de mil novecentos e quarenta e oito, nesta vila de Almada, nos Paços do Concelho e na sala das sessões, às dez e trinta horas, sob a presidência do respetivo Presidente o Excelentíssimo Senhor Capitão de Fragata Luiz de Arriaga de Sá Linhares, reuniu em reunião ordinária, a vereação da Câmara Municipal de Almada, estando presentes os vereadores Senhores Silvestre Augusto Rosmaninho, Gilberto Luiz Simões, António Franco de /f.77/Carvalho; Virgílio Alves Xavier. Assistiu também a esta reunião o Vice-Presidente da Câmara, o Excelentíssimo Senhor Major Adriano Augusto de Figueiredo Dores. […]
Ofícios – […] do Governo Civil do Distrito de Setúbal, do seguinte teor: “Rogando que Vossa Excelência se digne providenciar no sentido de serem eliminadas algumas deficiências existentes, junto se envia o processo relativo à criação de uma freguesia com sede no lugar de Costa da Caparica, desse concelho, o qual foi devolvido pela Direcção Geral de Administração Política e Civil. Assim: a)- Torna-se indispensável comprovar, por certidão passada pelo chefe da secretaria da Câmara Municipal que a petição está assinada pela maioria absoluta dos chefes de família recenseados pela Costa da Caparica. – Das assinaturas da mesma petição, em número de cento e noventa e nove apenas cinquenta e uma foram reconhecidas por notário; b) – Falta o parecer da Junta de Freguesia da Trafaria; c) – não consta do /f.77 v./ processo qualquer documento que mostre existirem naquele lugar pessoas idóneas para o desempenho de cargos administrativos.” – A Câmara entendeu que o Chefe de Secretaria deverá passar a certidão solicitada e, bem assim, que na povoação da Costa de Caparica existem pessoas idóneas para o desempenho de cargos administrativos. Foi seguidamente apreciado o parecer da Junta de Freguesia da Trafaria, que é do teor seguinte: “Ouvidos os pareceres dos componentes efectivos desta Junta, foi resolvido, por unanimidade, que fique exarado o seu protesto contra a criação da Junta de Freguesia da Costa de Caparica,
por que, embora reconheça os direitos que assistem a todos em pedir a sua autonomia, não acham conveniente o desmembramento da área desta freguesia, já de si tão reduzida o que viria agravar ainda mais a sua expansão.” - Examinado atentamente o referido parecer na parte relativa à não concordância pelo facto de que o desmembramento da área da freguesia, já de si reduzida, virá agravar, ainda mais a sua expansão, a Câmara Municipal entendeu que tal opinião não corresponde à realidade dos factos, nem tão pouco ao estudo do desenvolvimento urbanístico e populacional do concelho, porquanto as duas localidades têm uma missão perfeitamente definida e independente, pelo que de forma alguma pode ser impedida a sua expansão. – Mais entendeu a Câmara Municipal que é também de salientar a rivalidade, de há muitos anos, entre as duas populações, rivalidade essa que se acentuará se não fôr criada a nova freguesia, principalmente quando fôr iniciada a execução do plano de urbanização.- Por último, o vereador Senhor Silvestre Augusto Rosmaninho, declarou que não se /f.78/ opondo à criação da freguesia, não concorda, porém, com os limites que anteriormente foram fixados.[…]».

CÓPIA DA PRIMEIRA ATA DE REUnIÃO
DA JUnTA DE FREGUESIA DA COSTA DE CAPARICA, 1949.
1949, Costa de Caparica, Maio, 3.
Transcrição do ofício enviado à Câmara Municipal e ata de reunião da Junta de Freguesia da Costa de Caparica realizada em 28 de maio de 1949.
Em 6 de março de 1949 são eleitos os primeiros membros da nova Junta de Freguesia da Costa de Caparica, presidida por Francisco José da Silva. O novo elenco autárquico, reunido em sessão extraordinária na Casa de Turismo da Costa, decide as primeiras medidas a desenvolver no governo da freguesia.
Para perpetuar o acontecimento histórico é enviado cópia do documento à Câmara Municipal para depósito no arquivo municipal.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Câmara Municipal de Almada, Serviços administrativos, Expediente, Correspondência recebida, 1947-1760, n.º prov. 385.
[Doc. 1]
«Junta de Freguesia da Costa de Caparica
Serviço da República
Costa de Caparica, 3 de Maio de 1949
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Almada N.º 3/49
[1]
Com os nossos respeitosos cumprimentos, junto enviamos a Vossa Excelência a cópia da nossa primeira acta, conforme foi aprovada em sessão.
A Bem da Nação
O Presidente
(Assinatura:) Francisco José da Silva [2]
[3]
[1] (carimbo:) Visto 5-5-949.
[2] (carimbo:) Junta de Freguesia Costa de Caparica.
[3] Na margem inferior esquerda (carimbo:) C.M.A., Secretaria, Registo n.º 2331, Recebido em 5/5/49.»
[Doc. 2]
/fl. 1/ «(carimbo:) Junta de Freguesia Costa de Caparica
Copia da primeira acta da Junta de Freguesia da Costa de Caparica
/fl. 2/ Acta da Sessão de 28 de Março de 1949
Aos vinte e oito dias do mêz de Março de Mil Novecentos e Quarenta e nove, encontrando-se presentes em uma das salas da Casa de Turismo cedida provisoriamente para nela funcionar a Junta de Freguesia da Costa de Caparica, criada pelo decreto de lei n.º 37.301 de 12 de Fevereiro findo, os cidadões (sic) Francisco José da Silva, Américo Joaquim Braz e José Alves Martins respectivamente, Presidente, Secretário e Tesoureiro, eleitos em 6 do corrente mêz, constituiu-se a Junta em Sessão Extraordinaria.
Aberta a sessão foi proposto pelo senhor Presidente, que as sessões ordinárias da Junta se realizem no ultimo dia do mêz em hora a combinar.
Que fosse solicitado ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal a máxima urgência na colocação dos marcos que dividem esta freguesia com a Trafaria.
Assim como testemunhar a sua Excelência e aos restantes membros da digníssima Camara Municipal, o seu sincero agradecimento pelo interesse empregado para a criação desta Junta.
Fazer sentir ao Senhor Presidente da Câmara Municipal, a falta que faz o partido médico nesta freguesia, porque sendo a maioria da sua população relativamente pobre tem que se deslocar ao Monte de Caparica ou Trafaria a-fim-de obterem atestados Médicos, o que ocasiona despesas e percas de tempo.
Assim como também ao Senhor Conservador do Registo Civil, para que seja criado um posto de Registo Civil nesta freguesia, pois qualquer assunto desta natureza tem de ser tratado na Trafaria.
Propôs ainda o Senhor Presidente, para que sejam emprega- /fl. 3/ -dos todos os esforços no sentido de ser ampliado o Cemitério paroquial, que já é relativamente pequeno para esta freguesia.
Para conclusão das suas propostas, diz ainda, que só com estas realizações de trabalho da Junta de Freguesia será completa.
Postas a aprovação foram as referidas propostas aprovadas por unanimidade.
O vogal tesoureiro propôs para que, festejando a primeira sessão da Junta seja enviada cópia da acta á digníssima Câmara Municipal de Almada a-fim-de ser arquivado como documento histórico do Concelho.
O que também é aprovado por unanimidade (sic).
E não havendo mais nada a tratar foi encerrada a sessão e lavrada a presente acta que depois de lida vai ser pelos presentes assinada.
Secretaria provisória da Junta de Freguesia da Costa de Caparica, 28 de Março de 1949.
O Presidente (Assinatura:) Francisco José da Silva
O Tesoureiro (Assinatura:) José Alves Martins
O Secretário (Assinatura:) Américo Joaquim Braz (carimbo:) Junta de Freguesia Costa de Caparica.»
ARTIGO DE IMPREnSA “A ZOnA TURÍSTICA DA COSTA DA CAPARICA E OS
SEUS EnCAnTOS”, PRAIA DO SOL, 1950.
1950, Costa de Caparica, Janeiro, 1. Transcrição do artigo não assinado sobre a Costa de Caparica.
Artigo publicado no primeiro número do Jornal “Praia do Sol” importante órgão de informação, divulgação e promoção da praia da Costa de Caparica e do concelho de Almada. Descreve os limites, lugares e sublinha as principais características naturais da freguesia recentemente criada.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Espólio António Correia, Jornal Praia do Sol, n.º 1, 1 de janeiro de 1950, p. 2.
/p. 2/« A zona turística da Costa da Caparica e os seus encantos O concelho de Almada, além da sua sede na histórica vila acastelada e sobranceira a Lisboa, conta as freguesias da Cova da Piedade, essencialmente industrial e em progresso urbano, a do Monte de Caparica, que é a mais antiga depois da de S. Tiago, de Almada, e que absorveu a velha Fonte Santa, a da Trafaria, sobre e à boca do Tejo, que foi a primeira da margem esquerda, a constituir estância balnear, e, finalmente, a da Costa da Caparica, ou só Costa, dominando o Atlântico, e que é hoje uma atracção turística, não apenas do concelho mas de Lisboa, que a tem como a sua praia querida, a um tempo popular e de distinção.
A zona turística da «Praia do Sol» é ampla, e aos seus lugares de encanto e de pitoresca, de história e de curiosidades, nos havemos de referir no decorrer da publicação do nosso boletim. Esta zona turística não se confina apenas nos limites da freguesia, mas dentro dela e das suas vizinhanças.
Aqueles encantos justificam a permanência na Costa por algumas semanas ao menos, é um centro que irradia.
Aponta-se hoje sumàriamente: A Sul da povoação da Costa encontra-se: A Foz do Rego, que leva ao Vale da Rosa, lugar deleitoso para passeios, com areal ameno, dunas, desfiladeiro, vale, pinhal e curiosos lugàrzinhos de ambiente marinho-campesino.
A Fonte da Telha, pitoresco centro piscatório, com seus costumes primitivos e o abrupto da sua falésia. Faz-se o trajecto pela areia seca, em hora e meia, a pé, e aqueles oito quilómetros de extensão são uma maravilha oceânica, com dezenas de hortas e grangeios rústicos do lado de terra.
O Alto da Fonte da Telha, ou Pinhal dos Medos, para o qual se sobe por caminho de areal aberto. Ao cimo o panorama é deslumbrante, dos mais belos da Costa portuguesa, com pinhal maciço, entregue aos serviços florestais, e bons locais para acampamentos. Do Alto da Fonte da Telha uma pitoresca estrada, de 8 quilómetros, parte dela entre pinhal, conduz pela povoação da Charneca, ao sítio do Lazarim, que bifurca com a estrada de asfalto que vai de Cacilhas, pela Torre e Vila Nova à Costa.
A Mina e os Olhos de água, sítios pitorescos, no areal, a seguir à Fonte da Telha. Mais ao longe - a Lagoa de Albufeira.
Do lado Norte da povoação da Costa pode, pela praia, atingir-se o Bico da Areia e a Cova do Vapor, da freguesia da Trafaria, defronte do ilheu do Bugiu, antigo forte de S. Lourenço, hoje farol.
No caminho da Costa para a Trafaria, encontra-se a formosa Mata da Costa da Caparica, em continuação da Mata da Trafaria, na qual se integra. Delicioso lugar de ambiente florestal marítimo.
No caminho da Costa para Cacilhas, logo a dois quilómetros da rampa, passada a pitoresca Boca do Grilo e à entrada da ridente Vila Nova da Caparica, está o alcantilado sítio dos Capuchos, com os restos do seu Convento e o seu deslumbramento e pequeno miradouro. É um curioso local, em derredor povoado de vivendas e rodeado de quintas, entre as quais a da Estrelinha e do Funchalinho.
O Alto do Lazarim é um pitoresco local de passeio, com seu moinho, com a capelinha de S. Francisco de Matos, e a Quinta de S. Macário, esta com um pátio revestido de formosos e raros painéis de azulejos setecentistas, reproduzindo santos e figuras da ordem dos Agostinhos. Abundam os pinheiros e a amenidade do sítio é convidativa. Na estrada da Charneca, à direita, por um ramal que conduz ao extenso pinhal, a Sul e ao alto do Vale da Rosa - com história religiosa - chega-se a um miradouro deslumbrante sobre o Oceano, que abarca a povoação da Costa, e se dilata de Sintra ao Cabo Espichel. O automóvel já chega a um quilómetro deste encantador subúrbio da Costa. A Mata ou Rinheiro, entre a Trafaria e Brielas; os altos do Forte militar da Raposeira; o sítio do Robalinho, à esquerda dos Capuchos, o sítio da Fonte Santa, na freguesia do Monte, etc., são outros tantos locais da zona de encantos, que tem o seu centro e povoa irradiante na povoação e zona da Costa da Caparica.».

AUTO DE EnTREGA DO MOnUMEnTO AO PADRE BALTAZAR DInIZ DE CARvALHO À CÂMARA MUnICIPAL DE ALMADA, 1955.
1955, Costa de Caparica, Outubro, 11.
Transcrição do ato público da consignação do monumento ao Padre Baltazar Diniz de Carvalho à Câmara Municipal de Almada.
Prova de oferta à Câmara Municipal de Almada de um busto em pedra, do Padre Baltasar Diniz Carvalho. Monumento construído por subscrição pública, de iniciativa do Jornal Praia do Sol e inaugurado em homenagem póstuma, em 11 de outubro de 1955. Pároco benfeitor reconhecido pela sua ação assistencial em prol dos pescadores e pobres da Costa de Caparica, apelidado de “Romeiro da Verdade e da Justiça” e “Pai dos Pescadores”. O monumento está colocado em frente à capela sita na Avenida 1º de Maio (antiga avenida Comandante Tenreiro), Costa de Caparica.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Câmara Municipal de Almada, Património, Autos de Entrega, Auto de entrega do monumento ao Padre Baltazar Dinis de Carvalho, 1955, n.º reg. 5978
/fl. 1/ Auto de entrega do monumento ao Padre Baltazar Diniz de Carvalho à Câmara Municipal de Almada.
/fl. 2/ Aos dias XI do mês de Outubro do ano mil novecentos e cinquenta e cinco, na presença do Sr. Governador Civil do Distrito de Setúbal, foi pelo Sr. António Correia, na qualidade de Presidente da Comissão Executiva, entregue ao Sr. Dr. Aquiles Monte verde, Presidente da Câmara Municipal de Almada, um monumento com o busto em pedra do Reverendo Padre Baltazar Diniz de Carvalho, Prior que foi da Freguesia religiosa da Caparica.
O monumento que fica colocada em frente da Capela, na Avenida Comandante Tenreiro, foi construído por subscrição pública, por iniciativa do jornal “Praia do Sol” e passa depois de assinado este auto, a ser património da Câmara Municipal de Almada; que dele cuidará devidamente, e nunca o poderá retirar da Costa da Caparica.
/fl. 3/
(Assinaturas:)
Miguel [?]
[Assinatura ilegível]
Henrique dos Santos Tenreiro
[Assinatura ilegível]
Franco de Carvalho
Luis António [Rosa?]
[Assinatura ilegível]
António Correia
Francisco José da Silva
Manuel […]
Lourenço Varela Cid
Benjamim Antunes Gonçalves
Venceslau Ferrão Gomes
Carlos Loureiro
[Orlando Luis de ?]
[António Carvalho?]
João P. […]
Julio Franco da Silva
Gabriel Varella Cid
[Assinatura ilegível]
[Assinatura ilegível]
Antonio [Silva ?]
/fl. 3v/ [Assinatura ilegível]
[Assinatura ilegível]
Carlos Cruz [Carrera?] e Silva
Silvestre da Costa
Fernando Manuel Ferreira Cardoso
Palmyra Maria [São? Ferrinho?]
[Assinatura ilegível]
Luis d’ [Oliveira?]
Rogério Ribeiro de Freitas [Sampaio?]
Maria Bemvinda Cecílio Gonçalves
[?] Polido Esteves
[Assinatura ilegível]
Maria do Rosário Cecílio Gonçalves
Miguel [?]
[Assinatura ilegível]
Fernando da Costa [Santos?]
Eugénio da Silva [Nacho?]
Maria Fernanda Agres Ventura
[Assinatura ilegível]
Eduardo Ferreira Sousa Gonçalves
Maria Assunção [Legatteane?] Martins
Alzira Augusta Sobral Pinto Manuelito
Alexandrina da Silva Ferreira Lopes
António Joaquim Manuelito
José Maria dos Reis
Manuel José Gomes Marques /fl. 4/José [?] Gonçalves
Bombeiros Voluntários de Cacilhas, 3ª Secção Costa de Caparica, o chefe Heitor Carloto dos Santos
Manuel Guilherme de Souza Gonçalves
[Assinatura ilegível]
David Rodrigues
[Assinatura ilegível]
[? Vicente?]
Guiomar de Jesus Souza Gonçalves
Pedro Polido
[Felex?] José Martins
Maria Luiza dos Santos Souza Gonçalves
Maria Elisa de Mira Braz
Américo Joaquim Braz
Ilda da Costa [Bela?] Braz
Aurélio Joaquim Braz
Carlos [?]
Armando [Ary?] Nogueira [?]
[?] Rodrigues [Loureiro?]
Henrique Francisco [Rijo?]
In “De um sonho à realidade” de António Correia, edição de autor não publicada, 1955, Espólio António Correia, Arquivo Histórico Municipal de Almada.
CARTAZ PUBLICITÁRIO DO COMBOIO TURÍSTICO “TRAnSPRAIA”, 1960.
1960, Costa de Caparica. Reprodução do cartaz publicitário do comboio turístico Transpraia.
O comboio turístico “Transpraia”, um dos ex-libris da Costa de Caparica, inaugurado em 29 de junho de 1960 é propriedade da empresa Transpraia – Transportes Recreativos da Praia do Sol, Lda. Meio de transporte que estabelece a ligação da cidade às diversas praias até à Fonte da Telha. Assumiu um papel relevante na democratização do usufruto das praias mais distantes, numa época, em que os acessos às praias eram difíceis, pela inexistência ou irregularidade dos transportes públicos e pelo número limitado de viaturas na posse de particulares. Inicialmente, o terminal ficava junto da Rua dos Pescadores, após a implementação do programa Polis foi transferido para a Praia Nova.
Almada, Arquivo Histórico Municipal, Espólio António Correia, Documentos gráficos de divulgação, Propaganda que muitos desconhecem, pasta 170.