Ferreira fazem parte dos 60 anos de história da Abigraf e destacam o importante papel da entidade
A sexta edição do Prêmio Paulista de Excelência Gráfica foi marcada pelo equilíbrio e liderada por quatro gráficas com um número idêntico de troféus
Estudo demonstra que os mitos da pretensa superioridade ambiental do digital em relação à comunicação impressa e o papel não se sustentam
REVISTA ABIGRAF
ISSN 0103-572X
Publicação trimestral
Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional
Rua do Paraíso, 529 (Paraíso)
04103-000 São Paulo SP
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Presidente da Abigraf Nacional: Julião Flaves Gaúna
Presidente da Abigraf Regional SP: João Scortecci
Gerente Geral: Wagner J. Silva
Conselho Editorial: Bruno Mortara, Fábio Gabriel, João Scortecci, Plinio Gramani Filho, Rogério Camilo, Tânia Galluzzi e Wagner Silva
Colaboradores: Bruno Arruda Mortara, Francesco Crotti, Hamilton Terni Costa, João Scortecci, Jorge Maldonado e Roberto Nogueira Ferreira
Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli
Editoração Eletrônica e Fechamento de Arquivos: Studio52 Papel fornecido pela Blendpaper: Capa e Encarte, Markatto Sensazione Naturale, 170g/m²; Miolo, Vergeplus Diamante 120 g/m²
BLENDPAPER
Enobrecimento da Capa: Lamimax, aplicação de hot stamping com fitas da MP do Brasil Impressão e acabamento: Lis Gráfica e Editora
Acesse: www.abigraf.org.br/revista-abigraf
Apoio Institucional
Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica
O Herói, tinta acrílica sobre tela, 90 × 70 cm, 2020
ANTONIO PETICOV
O artista da capa
Filho de pais búlgaros, Antonio Peticov nasceu em Assis, interior de São Paulo, em 2 de julho de 1946. Agricultor de origem humilde, seu pai desembarcou no Brasil nos anos 1920 em busca de uma vida melhor. Superando as dificuldades de idioma e trabalho nas fazendas paulistas, aos poucos, foi construindo um futuro mais promissor. Peticov teve uma trajetória de vida rocambolesca.
Na infância, acompanhava o pai, o pastor André, na pregação da religião batista no Espírito
Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1960, aos 14 anos, com o pai envolvido na organização do X Congresso da Aliança Batista Mundial, no Rio de Janeiro, conviveu com Mario Sales, diretor de Arte, que trabalhava na Casa Publicadora Batista. Ali sentiu sua vocação para as artes. Na época, recebeu do seu irmão mais velho, Walter, um pequeno kit de pintura, com o qual fez seus primeiros trabalhos.
Autodidata, aprofundou seus conhecimentos de pintura lendo e estudando a vida e obra de grandes artistas modernos e clássicos. Criou e desenvolveu sua própria técnica e estilo, desenhando, pintando, esculpindo e gravando com uma desenvoltura surpreendente. Sua inquietude o levou, paralelamente, a organizar shows de rock’n roll e montou a banda que viria a se tornar “Os Mutantes”. Abriu a primeira loja de pôsteres na Rua Augusta, em São Paulo, se mantendo como artesão de roupas de couro.
Agitador cultural, em 1970 foi preso e torturado pela ditadura militar. Após ser solto, autoexilou-se e viveu 29 anos no exterior. Trabalhou em Londres, Milão e Nova York, participando de mostras.
Sempre pesquisando e inovando, seu trabalho é único e inconfundível. Com uma obra predominantemente realista, Antonio Peticov é um artista independente e livre de modismos. Sob o signo das cores e da matemática, passeia pela pintura, pela escultura, pelo desenho, pela fotografia e com instalações em que coloca toda a sua notável técnica. www.peticov.com.br • peticov@peticov.com.br • www.instagram.com/apeticov • @apeticov
Protagonismo do software
FUNDADA EM 1965
Membro fundador da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf)
Hamilton Costa analisa o novo ciclo de inovação e como o software se tornou protagonista da transformação na indústria gráfica. Ele explora a evolução do setor, da automação fabril aos sistemas de gestão integrados.
Impressão digital de livros
O artigo Drupa destaca a consolidação da impressão digital, sustentabilidade e automação como pilares da evolução setorial. O texto analisa como as gráficas podem embarcar na jornada digital através de plataformas integradas.
Dois olhares experientes
Paulo Gonçalves e Flávio Ferreira, veteranos da indústria gráfica, relembram a trajetória da Abigraf. Eles detalham lutas históricas como a importação de maquinário e as questões tributárias e também apontam os desafios futuros.
Equilíbrio no Prêmio Paulista
Vinte e seis gráficas foram vencedoras na 6ª edição do Prêmio Paulista de Excelência Gráfica. O evento celebrou a qualidade do setor, com 59 gráficas e 297 produtos inscritos. Quatro gráficas lideraram com igual número de troféus.
Celebração de uma longa história
Mídia impressa versus digital
Bruno Mortara questiona mitos sobre a superioridade ambiental do digital baseado em estudo da Intergraf europeia, revelando que o setor digital gera um volume maior de emissões que papel e impressão combinados.
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Materialização das imagens
A Heidelberg comemorou seus 175 anos inaugurando o Home of Print, maior centro de experiência do cliente do setor no mundo. O evento reuniu mais de 1.500 convidados em Wiesloch Walldorf, na Alemanha, em junho. 26
Crescimento sustentado
A Lis Gráfica e sua parceira SoSimple demonstram como resiliência e inteligência de processos impulsionam o crescimento. Com foco em eficiência interna e logística especializada, a Lis obteve um crescimento de 30% em 2024.
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Lucas Lenci transforma silêncios e vazios em convites à introspecção. Com formação em design industrial e fotografia, ele une a arte de fotografar à coordenação editorial, destacando o livro como instrumento essencial. 16
CONTEÚDO DESTA EDIÇÃO
O que esperar de nossa indústria entre novas tecnologias, cenário econômico e desafios
A indústria de impressão e comunicação sofre diretamente os impactos das decisões econômicas e políticas neste ano marcado pela contradição.
OBrasil não é para amadores.
A frase, popularizada pelo jornalista Carlos Alberto Sardenberg, vez ou outra ressurge fazendo referência aos desafios de se empreender no País. Como parte importante do setor industrial, a indústria de impressão e comunicação, representada pela Abigraf Nacional, vê-se novamente diante de um ano desafiador.
De um lado, a tecnologia não para de evoluir.
Impulsionada pela Inteligência Artificial, pela automação e digitalização, nosso setor é impactado por lançamentos que prometem mais produtividade, com mínimos erros e qualidade para encantar os clientes. Investir, no caso de nossa indústria, há muito tempo é o divisor de águas para se seguir em frente otimizando processos e reduzindo custos.
Os investimentos devem seguir represados enquanto o governo federal não sinalizar políticas e soluções claras para a questão, negociando com os EUA ou oferecendo contrapartidas que motivem empresários a retomar seus investimentos.
O SETOR SE RESSENTE DA INSEGURANÇA DIANTE DE UM CENÁRIO DE CONFLITO COMERCIAL COM OS EUA.
Em resumo, 2025 tem tudo para se tornar um ano marcado pela contradição. Se, de um lado, nosso setor assiste ao surgimento de novas tecnologias que prometem revolucionar a curto prazo os processos de preparação de arquivos, impressão e acabamento, de outro, seguimos na expectativa sobre as consequências que se desenham no cenário político e econômico internacional e em nossas decisões internas, tanto no campo econômico quanto político e judiciário.
Todavia, também é notório que a indústria de impressão e comunicação sofre diretamente os impactos das decisões econômicas e políticas. Sensível à economia internacional, sobretudo ao câmbio do dólar e aos impostos, o setor se ressente da insegurança diante de um cenário de conflito comercial com os EUA e da sobretaxação a vários produtos brasileiros anunciada recentemente por Donald Trump. Ao que tudo indica, a retenção de investimentos por parte das empresas gráficas já é uma realidade, incidindo, por consequência, também no desempenho de importadores e fabricantes de tecnologias que atuam no Brasil.
Como a Casa da Indústria de Impressão e Comunicação, a Abigraf Nacional segue em defesa dos interesses e crescimento de nosso setor, aberta a escutar, debater soluções e atuar junto aos órgãos e autoridades competentes, à procura de medidas que beneficiem nossas empresas, empresários e colaboradores. juliao@graficapontual.com.br
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional)
Sindigraf-SP empossa nova diretoria para 2025/2028
Cabine de luz LED para avalição precisa de cores
Em breve cerimonial realizado no dia 19 de agosto, em sua sede na capital paulista, tomou posse a nova direto‑ ria executiva do Sindicato das Indús‑ trias Gráficas no Estado de São Paulo, Sindigraf‑SP, para o triênio 2025/2028. Ricardo Marques Coube inicia seu se‑ gundo mandato na presidência. Foi co memorado o ingresso de cinco novos membros na diretoria e o aumento no número de representantes femininas, que passou para três.
Ricardo Coube destacou a impor‑ tância do trabalho da entidade: “Te‑ mos 102 anos de história e uma forte representatividade junto a entidades da indústria, como a Fiesp. Isso mostra a relevância e o legado do Sindigraf‑SP, bem como o peso da nossa indústria, não apenas em nível estadual, mas de todo o Brasil”.
Diretoria: Ricardo Marque Coube, presidente; Fabio Gabriel dos Santos,
primeiro vice presidente; Sidnei Ber‑ gamaschi, segundo vice presidente; Flávio Marques Ferreira, diretor ad ministrativo; Juliana Sivieri Gonçalves, diretora administrativa adjunta; André de Noronha Giannobile, diretor finan‑ ceiro; Sidney Anversa Victor, diretor fi‑ nanceiro adjunto; e Rodrigo Nogueira de Abreu, diretor de marketing. Membros suplentes: Carlos Roberto Jaco‑ mine da Silva, Danilo Peres Molinari, Eduardo Augusto Borges de Freitas, Ra‑ fael Lima de São Paulo e Vera Lucia de Souza. Conselho fiscal – Efetivos: Ricar‑ do Cafarro Sutto, Davidson Guilherme Tomé e Valdomiro Luiz Paffaro. Suplen‑ tes: Ricardo Cruz Lobato, Tadeu Casquel Picchi e Eduardo Mota de Maio. Delegados/Fiesp – Efetivos: Ricardo Mar‑ ques Coube e Fabio Gabriel dos Santos. Suplentes: Sidnei Bergamaschi e Beatriz Duckur Bignardi. www.sindigraf.org.br
Projetada para uma avaliação visual das cores com precisão, conforme os setores mudam de iluminação fluorescente para LED com eficiência energética, a X‑Rite lançou a cabine de luz Judge LED. Ela inclui tec‑ nologia avançada para garantir a conformidade com as normas ambientais e ajudar as marcas e os forne‑ cedores a uma transição tranquila para avaliações de cores baseadas em LED, mantendo a qualidade sem interrupções operacionais.
Entre seus principais recursos estão o aquecimento instantâneo, que elimina o tempo de espera para me‑ lhorar a eficiência diária; e iluminantes estabilizados para garantir a consistência da avaliação de cores com ilumi‑ nantes calibrados que oferecem níveis de intensidade fixos e cromaticidade estável. Há ainda o recurso “Luz do dia D65 direcional”, voltado a facilitar a inspeção de defeitos e a avaliação de superfícies para características como “casca de laranja”.
A cabine Judge LED está em conformidade com as normas ISO, ASTM, AATCC e BSI www.xrite.com
Print ePS adquire a Avanti Systems da Ricoh
Unidade de impressão da ePro‑ ductivity Software, sediada em Pittsburgh, Pensilvânia, EUA, a Print ePS adquiriu junto à Ricoh Company a Avanti Systems, uma
das principais fornecedoras de software de sistema de informa‑ ção de gestão para impressão (MIS), com clientes na América do Norte e Europa. O portfólio
da Print ePS é direcionado princi‑ palmente a prestadores de servi‑ ços gráficos comerciais de médio e grande portes, incluindo solu‑ ções em nuvem impulsionadas por inteligência artificial e proje‑ tadas para proporcionar automa‑ ção, eficiência e lucratividade aos negócios de impressão. www.printepssw.com
(E/D) Atrás: Tadeu Casquel Picchi, Rodrigo Nogueira de Abreu, Fabio Gabriel dos Santos, Ricardo Marques Coube, Sidnei Bergamaschi, André de Noronha Giannobile, Valdomiro Luiz Paffaro e Rafael Lima de São Paulo. Na frente: Ricardo Cafarro Sutto, Vera Lúcia de Souza, Juliana Sivieri Gonçalves, Beatriz Duckur Bignardi e Ricardo Cruz Lobato
Druck Chemie e Alkoless SF 4010: Qualidade, Inovação e Sustentabilidade para a Indústria Gráfica
A Druck Chemie é referência em soluções químicas inteligentes para osetor gráfico, unindo tecnologia, desempenho e responsabilidade ambiental. Nosso compromisso é oferecer produtos de alta performance que garantam eficiência operacional e sustentabilidade para o seu negócio.
Um dos grandes destaques do nosso portfólio é o Alkoless SF 4010, um aditivo para solução de molha especialmente desenvolvido para a impressão offset sem álcool. Ideal para equipamentos modernos e de alta velocidade, ele assegura resultados impecáveis mesmo diante da variedade de tintas, papéis, temperaturas e exigências legais.
Principais Benefícios do Alkoless SF 4010:
• Impressão sem álcool, com máxima performance
• pH estável, garantindo qualidade constante e fácil controle do processo
• Evita ganho de ponto e reduz desperdícios de papel
• Protege chapas, mantas e cilindros, com mínima corrosão
• Compatível com diversos tipos de máquinas e sistemas de umedecimento
• Disponível em embalagens de 10 kg, 200 kg e 1.000 kg
Com o Alkoless SF 4010, sua operação gráfica ganha em eficiência, economia e sustentabilidade, sem abrir mão da qualidade. Menos paradas. Menos desperdício. Mais resultados.
Conte com a Druck Chemie para soluções personalizadas que impulsionam o seu crescimento de forma consciente. Fale com nossos especialistas e leve inovação para dentro da sua gráfica!
Grupo Tiliform celebra 40 anos de atividade
(E/D): Marcelo Fontes, gerente Graphics VinilSul; César Lizano, gerente Latam Fujifilm EUA; Felipe Franco, gerente Graphics Fujifilm Brasil; Débora Hübner, diretora comercial Grupo VinilSul; Emerson Stein, diretor Fujifilm Brasil; Paulo Hübner, CEO Grupo VinilSul; Wellington Esteves, diretor financeiro Fujifilm Brasil; Hugo Aguiar, diretor de operações Grupo VinilSul
Hellograf recebe equipamento inédito na América Latina
No dia 12 de agosto, foi festejada a instalação na Hellograf, gráfica sediada em Curitiba, da primeira impressora offset digital Jet Press 750HS, formato B2, da Fujifilm. Re‑ sultado de uma parceria entre a VinilSul, Hellograf e Fujifilm, é o primeiro desse modelo instalado na América Latina.
A Jet Press 750HS possui tec‑ nologia inkjet de alta velocidade, o que a torna capaz de imprimir 5.400 folhas por hora com cabe ças Fuji Samba de última gera‑ ção. O equipamento é dotado de operação simplificada por meio de monitor touch com interface amigável, detecção automática
de deformidade no papel (evi tando atolamentos) e qualida‑ de de imagem com resolução de 1.200 × 1.200 dpi. Exclusivo meca‑ nismo de secagem permite que seja usada ampla variedade de tipos e espessuras de papel, que saem da impressora prontos para o acabamento, agilizando o ciclo de produção.
Presente à celebração, o prefei‑ to de Curitiba, Eduardo Pimentel Slaviero, lembrou o legado de Abi‑ lio Santana, fundador e presidente da Hellograf e destacou a impor‑ tância da chegada da Jet Press para a indústria gráfica nacional. www.hellograf.com.br
(E/D) Ricardo Coube, Danilo Maldonado, Angela Coube e Luiz Coube
Especializado na impressão de embalagens flexíveis, rótu‑ los personalizados, etiquetas adesivas e bobinas térmicas para PDV, com sede em Bauru, SP, e atuação nacional, o Gru‑ po Tiliform comemorou em agosto 40 anos de fundação. Criado em 1985 como uma divisão da Tilibra na área de formulários contínuos, tornou se uma empresa inde pendente quatro anos depois, em 1989. A partir daí, a grá‑ fica acumulou premiações e o reconhecimento em todo o País pela qualidade de impressão, excelência em serviços e alta tecnologia aplicada em seus processos de produção. Consciente de que desenvolvimento, tecnologia e meio ambiente caminham juntos, o Grupo Tiliform investe em processos cada vez mais sustentáveis, com uso conscien‑ te dos recursos, uso de produtos biodegradáveis, redu‑ ção de desperdício e do consumo de energia, gerenciando adequadamente o descarte de recursos e efluentes.
“Há 40 anos inovamos e investimos em tecnologia para entregar qualidade ao mercado, e essa trajetória só foi pos‑ sível graças ao empenho e à dedicação de cada pessoa que contribui para o crescimento da nossa empresa, à confian‑ ça depositada por nossos clientes e à sólida parceria com nossos fornecedores”, disse Ricardo Coube, sócio diretor do Grupo Tiliform e presidente do Sindigraf‑SP. www.tiliform.com.br
Fespa apresenta nova visão corporativa da Fespa Brasil
Com o objetivo de inspirar, co‑ nectar e apoiar a comunidade além de suas feiras espalhadas pelo mundo, a Fespa introduziu globalmente nova visão corpo rativa. A mudança inclui o Brasil, que conta agora com marca reno‑ vada, alinhada ao novo conceito e conservando o verde e amarelo característicos do País.
Alexandre Keese, diretor da APS Eventos Corporativos, organizado‑ ra da Fespa Brasil, afirma: “A Fespa está sempre em evolução. Estamos
cada vez mais conectados global mente e toda essa mudança foi construída pela visão conjunta de todos os continentes dando suas contribuições.” Sobre a nova marca da Fespa Brasil, ele desta‑ ca: “Suas cores e formas foram
pensadas para refletir nossa identi‑ dade. E ela se casará com a campa‑ nha que planejamos para a Fespa Digital Printing 2027”.
Para anunciar sua estratégia, a Fespa lançou um manifesto, des‑ tacando como investe em suas
37 associações globais: inovação, programas educacionais, engaja‑ mento juvenil, transformação digi‑ tal e outras ações para preparar o setor. O CEO da entidade, Neil Fel‑ ton, comenta: “2025 marca cinco anos desde a pandemia, que teve impacto sísmico na comunidade Fespa e no mundo. Vemos ago‑ ra o momento ideal para galvani‑ zar nossa comunidade com visão renovada e positiva em direção a um futuro próspero.” www.fespa.com
Por: Tânia Galluzzi
Dias de luta, dias de glória
Na edição passada olhamos para o futuro, ouvindo a nova geração de empresários gráficos. Agora, trazemos a palavra de quem ajudou a moldar o que é a Abigraf hoje, de quem protagonizou muitas de suas ações, de quem liderou lutas fundamentais. Conversamos com Paulo Gonçalves, que por 66 anos dedicou-se à gráfica que leva seu sobrenome, tornando-a referência no segmento de embalagens cartonadas, passando o bastão para sua filha, Juliana, em dezembro de 2021. E com Flávio Marques Ferreira, cuja trajetória se assemelha a de Paulo. Aos 15 anos, Flávio começou a trabalhar na Santa Inês com o pai, em 1986 assumiu a gestão da empresa, capitaneando seu crescimento, e agora faz parte do conselho da Embalagens Santa Inês ao lado dos filhos Felipe e Marcela.
Paulo Gonçalves
Flávio Marques Ferreira
Como começou o seu envolvimento com a Abigraf?
Paulo Gonçalves – Eu já frequentava a Abigraf como associado, mas meu envolvimento se intensificou na década de 1980, quando passei a fazer parte da diretoria, na gestão de Max Schrappe. O Brasil vivia o fim do regime militar e a hiperinflação assombrava a todos. Desafiador é pouco para definir o que era fazer negócios nesse ambiente econômico. Nessa época, foram inúmeras reuniões que promovemos na Abigraf com fornecedores, além de buscar canais de diálogo nas instâncias oficiais, pois as empresas eram fortemente impactadas.
Também foi proibida a importação de maquinário, e o que a indústria nacional produzia era rudimentar. Depois de muita luta, conseguimos uma flexibilidade: editoras poderiam importar. Foi a deixa para que muitas gráficas mudassem seus nomes para “gráfica e editora”. A situação só se alterou no governo Collor, com a abertura das importações.
Após o encerramento do meu mandato na diretoria da Abigraf, continuei com ações pontuais, atuando em acordos com os sindicatos de trabalhadores e em questões tributárias. Nesse campo, uma batalha importante foi o diferimento do ICMS para as gráficas fabricantes de embalagens. Algumas das indústrias que não pagavam esse tributo, que é estadual, haviam conseguido na Justiça o direito de recolher apenas o ISS, que é municipal. Isso causou uma grande confusão e muitas gráficas que recolhiam o ICMS acabaram sendo multadas por não recolherem o ISS. Isso durou umas três décadas até conseguirmos o diferimento do ICMS para as indústrias de embalagens.
Outra conquista importante, na qual tive participação, foi a instalação de uma escola de artes gráficas do Senai em Barueri, região
que havia se tornado um polo gráfico e precisava de uma unidade local de formação profissional na área. Hoje o Senai Barueri é um espetáculo!
Flávio Marques Ferreira – A Santa Inês é associada ao Sindigraf desde 1961 e à Abigraf desde a sua fundação, em 1965. A minha primeira participação na Abigraf foi em 1981, ao ser convidado para participar de uma reunião do setor de embalagem, que aconteceu na Escola Senai Theobaldo De Nigris. Nessa reunião, aliás a primeira do setor de embalagem, foi discutido o mercado de forma geral e decidida a criação de um código de ética do setor.
Naquele momento o mercado estava bastante confuso. Todos estavam preocupados com a situação da economia e sentiam a necessidade de encontrar seus pares, de criar um ambiente que possibilitasse o convívio entre os empresários, permitindo a troca de ideias a respeito dos desafios do setor. Nesse contexto, mesmo nunca tendo participado de iniciativas da entidade, me senti impelido a conhecer os gestores do setor e a estabelecer algumas diretrizes de conduta com o objetivo de criar parâmetros que regulassem as transações e favorecessem o bom convívio das empresas.
Como o senhor vê o papel da Abigraf no desenvolvimento da indústria gráfica brasileira ao longo desses 60 anos?
Paulo Gonçalves – A Abigraf teve e continua tendo um papel importantíssimo. Os acontecimentos que citei são alguns exemplos de ações que foram decisivas para o setor. Aspectos tributários, formação técnica de profissionais, estímulo à inovação, interlocução com instâncias governamentais, com fornecedores de equipamentos e matérias-primas,
A Abigraf teve e continua tendo um papel importantíssimo. É uma associação muito ativa, com um amplo leque de atividades e serviços que ajudam a impulsionar o desenvolvimento da indústria gráfica brasileira.
PAULO GONÇALVES
Desde que conheci a Abigraf percebo nitidamente o crescimento e a força que a entidade vem conquistando junto a outros organismos, fornecedores do setor e principalmente na esfera governamental.
FLÁVIO MARQUES FERREIRA
eventos, assessoria trabalhista, previdenciária e tributária, levantamento de dados do mercado . . . A Abigraf é uma associação muito ativa, com um amplo leque de atividades e serviços que ajudam a impulsionar o desenvolvimento da indústria gráfica brasileira.
Flávio Marques Ferreira – Desde que conheci a Abigraf percebo nitidamente o crescimento e a força que a entidade vem conquistando junto a outros organismos, fornecedores do setor e principalmente na esfera governamental. Nessa seara, visando o bem do setor gráfico, a associação tem obtido grandes conquistas, notadamente o fim do conflito tributário ISS/ICMS, o qual, após três décadas, finalmente em 2016 a Abigraf conseguiu mostrar ao mundo político o correto entendimento desses impostos na indústria gráfica. A indústria de embalagem era particularmente prejudicada por essa situação de insegurança jurídica e eu me envolvi diretamente com a questão, buscando a todo custo uma solução. Dois anos antes, no início de 2014, já havíamos alcançado uma vitória significativa, ampliando o prazo para o recolhimento do ICMS, beneficiando todo o segmento de embalagens.
Quais devem ser as prioridades da entidade para continuar relevante no cenário atual?
Paulo Gonçalves – Creio que é continuar atuando em todas as frentes que citei anteriormente e lançar um olhar para temas relevantes no mundo atual. Entre eles, a questão das mudanças climáticas. De um lado, é fundamental que as indústrias invistam em processos e práticas para minimizar os impactos ambientais de suas operações; de outro, são empresas que, como a Gonçalves Packaging, oferecem ao mercado embalagens de papel-cartão, que marcam pontos para a sustentabilidade, pois são recicláveis
e biodegradáveis e a matéria-prima vem de florestas certificadas.
A transformação digital é outro tema muito relevante. Soluções de automação digital, inteligência artificial, aprendizado de máquina e segurança cibernética, entre outros, vão ganhar presença crescente em todos os setores, inclusive na indústria gráfica. Por fim, cito mais um aspecto que, acredito, merece muita atenção e esforços das indústrias do nosso setor: diversidade, equidade e inclusão. Nesse campo, temos desafios como a inclusão de mulheres e de pessoas com deficiência. Incluir não é apenas contratar ou preencher cotas. É assegurar para essas pessoas um ambiente de respeito, verdadeiramente acolhedor, e proporcionar a elas condições para se desenvolverem profissionalmente e evoluírem na carreira.
Flávio Marques Ferreira – Em primeiro lugar a associação deve sempre ser vista, lembrada e conhecida por todos, incluindo os que não são do setor. Para isso é fundamental um trabalho de marketing forte, que deverá sempre se comunicar com o mercado e a sociedade de forma clara e sincera.
Também considero de extrema importância a manutenção de um departamento jurídico que tenha condições de defender os interesses dos associados junto ao governo e no setor político. Em razão das constantes mudanças na legislação, a Abigraf precisa estar pronta para responder as dúvidas dos associados, sobretudo olhando para as pequenas e médias empresas, que não têm condições de contratar um escritório de advocacia.
E a associação deve manter muito ativa a oferta de cursos e treinamentos, nas mais diversas áreas, promovendo a capacitação contínua de seus associados.
Premiação paulista é marcada pelo equilíbrio
Quatro gráficas lideraram a premiação, com igual número de troféus, na cerimônia realizada em 27 de junho, na Escola Senai Theobaldo De Nigris.
Superando os números de 2024, 59 gráficas de todo o Estado inscreveram 297 produtos na 6ª edição do Prêmio Paulista. Quatro levaram o maior número de troféus: Digital Printz, Plural Indústria Gráfica, Indústria Gráfica Santa Marta e Sutto Serigrafia, cada uma com 3 troféus.
Além da premiação das gráficas, o concurso também foi palco para a entrega da homenagem Personalidade da Comunicação Impressa, que passa a ser realizada anualmente, reconhecendo profissionais do setor que são exemplos de dedicação, trabalho e realização no Estado e no Brasil.
Neste ano, Paulo Gonçalves e Odilon Tiacci de Souza Mello foram os homenageados. Membro do Comitê Estratégico da Gráfica Gonçalves e ex-diretor da
Abigraf-SP, Paulo foi responsável por liderar a expansão da empresa no Brasil e no exterior, com a abertura de uma filial no México. Diretor da Gráfica Cinelândia desde 1981, Odilon construiu uma rica história na empresa, que soma 95 anos de atuação no setor.
Destacando a resiliência da indústria gráfica nacional e paulista, João
Scortecci, presidente da Abigraf-SP, abriu a cerimônia. “Ainda estamos aqui. Mesmo diante das adversidades que este ano tem apresentado, dos desafios, da concorrência das tecnologias digitais, as gráficas resistem e, neste prêmio, a indústria de impressão de São Paulo mostra mais uma vez sua força e a qualidade de seus profissionais”, salientou.
João Scortecci, presidente da Abigraf São Paulo
Julião Flaves Gaúna, presidente da Abigraf Nacional
O presidente da Abigraf Nacional, Julião Flaves Gaúna, reforçou a importância da união do setor e o importante papel da entidade nesse sentido. “Parabenizo a indústria gráfica de São Paulo pela qualidade dos trabalhos que concorrem no Prêmio Luiz Metzler e reforço nosso trabalho de estar cada vez mais próximos de nossas regionais”, disse.
TROFÉU RENOVADO
A premiação teve, ainda, a estreia de um novo troféu, com layout reestilizado, que faz alusão aos tradicionais tipos móveis e à trajetória de evolução da impressão indireta e da impressão direta em diferentes tipos de substratos. A peça, patrocinada pela Blendpaper, com design concebido pela Digital Printz e curadoria do vice-presidente da Abigraf Regi0nal São Paulo, Fabio Gabriel, teve impressão 3D realizada pela Teiú.
NÚMEROS DO PRÊMIO
59
GRÁFICAS PARTICIPANTES
297
PRODUTOS INSCRITOS
26
EMPRESAS PREMIADAS
40
TROFÉUS ENTREGUES
COMISSÃO JULGADORA
Coordenador: Bruno Cialone. Membros: André Liberato, Enéias Nunes e Robson Xavier. Jurados: Ana Cristina Pedrozo, Camilo Tomás, César Augustus, Claudinei Santana, Daniel Eraldo, Ederson Marques, Érika Cifuente, Filipe Lázaro, Henrique Cavalcante, JeffersonZompero,KarinDutra,LucimaraRibeiro,Luilene Lang, Manoel Bononato, Manolo Amato, Mara Aguiar, Rober Almeida, Robie Cruz, Rodrigo Stein, Rodrigo Venturini, Rogério Jambeiro, Rui Lanfredi Júnior e Vinicius Scomparim
EMPRESAS VENCEDORAS
3 prêmios: Digital Printz, Plural, Santa Marta e Sutto ◆ 2 prêmios: Ativaonline, Braspor, Congraf, FTD, Tilibra e Tiliform ◆ 1 prêmio: Antilhas, Blendpaper, Brasilgrafica, Contiplan, Escala 7, Forma Pack, Foroni, Innovapack, Margraf, Ogra, Pigma, Rami, Sangar, Sarapui, Vektra e Viena
O Prêmio Paulista 2025 foi um oferecimento da Blendpaper, com patrocínio ouro da Sylvamo-Chambril, Durst, ExpoPrint Latin America, Fespa Brasil, Heidelberg e Sun Chemical, coordenação técnica da Escola Senai Theobaldo De Nigris e apoio técnico da Abitec.
Veja nas páginas seguintes os trabalhos premiados
Paulo Gonçalves, no centro, e Odilon Tiacci, à direita, receberam de João Scortecci a homenagem Personalidade da Comunicação Impressa
PROMOCIONAL
Kits promocionais
Digital Printz Serviços Gráficos
Produto: Canon Medical
Posteres e cartazes
Braspor Gráfica e Editora
Produto: Cartazete Premium Beck’s
Catálogos e folhetos
Digital Printz Serviços Gráficos
Produto: Book Youniverse Studio
Displays de mesa
Ativaonline Editora e Indústria Gráfica
Produto: Prisma Processo de Envelhecimento
Displays de chão
Escala 7 Editora Gráfica
Produto: Display Tic Tac Lollapalooza
VENCEDORES DO 6º PRÊMIO PAULISTA DE EXCELÊNCIA GRÁFICA LUIZ METZLER
Calendários de mesa e de parede
Acco Brands Brasil
Produto: Calendário Planner Soho
EDITORIAL
Livros em geral
Ogra Indústria Gráfica
Produto: Poemobiles
Livros infantojuvenis
Gráfica Santa Marta
Produto: Dumazi e o Grande Leão Amarelo
Livros didáticos
FTD Indústria Gráfica
Produto: Atlas Geográfico do Estudante
Livros culturais e de arte
Margraf Editora e Indústria Gráfica
Produto: Exploratorius
Livros ilustrados e técnicos
Gráfica Santa Marta
Produto: Mocotó – O Pai, o Filho e o Restaurante
Livros de texto
Gráfica Santa Marta
Produto: A Lâmina da Assassina
Revistas sem recursos gráficos especiais
Plural Indústria Gráfica
Produto: Piauí ed. 219
Publicações não contempladas nas categorias anteriores
Viena Gráfica e Editora
Produto: Liber Aba – Magia em Quatro Partes
IMPRESSOS DE SEGURANÇA
Impressos de segurança
Contiplan Indústria Gráfica
Produto: Cédula 20 Ubérrimas
COMERCIAL
Cadernos escolares fabricados em conformidade com a norma ABNT NBR 15733
Foroni
Produto: Discobook Stitch
Cadernos promocionais e agendas sem efeitos especiais
Pigma Gráfica e Editora
Produto: Moleskine O Agente Secreto
Cadernos promocionais e agendas com efeitos especiais
Acco Brands Brasil
Produto: Caderno Winnie The Pooh
Papelarias, Certificados e Diplomas
Sutto Artes Gráficas
Produto: Cartão de Visita Konita
Cartões de Mensagens e Convites em Geral
Sutto Artes Gráficas
Produto: Convite Bernando
EMBALAGENS
Embalagens semirrígidas sem efeitos gráficos
Gráfica e Editora Sarapuí
Produto: Epidrat Hyalu Mantecorp
Embalagens semirrígidas com efeitos gráficos
Digital Printz Serviços Gráficos
Produto: Display/Mostruário Duratex
Embalagens semirrígidas com efeitos gráficos especiais
Congraf Embalagens
Produto: Display Bacio di Latte
Embalagens de micro-ondulados com e sem efeitos especiais
Congraf Embalagens
Produto: Pack José Cuervo Calavera
Embalagens sazonais
Forma Pack Gráfica e Editora
Produto: Caixa Hexagonal Panettone Ofner
VENCEDORES DO 6º PRÊMIO PAULISTA DE EXCELÊNCIA GRÁFICA LUIZ METZLER
Sacolas
Antilhas Embalagens
Produto: Corrida Harry Potter
Embalagens flexíveis
Tiliform Indústria Gráfica
Produto: Stand-up Pouch SV Nutri + Kids RÓTULOS E ETIQUETAS
Rótulos convencionais com e sem efeitos especiais
Gráfica Rami
Produto: Balde Ping Multicines Lilo e Stitch 2025
Rótulos em autoadesivo sem efeitos especiais
Gráficos Sangar
Produto: Creme de Dorella
Rótulos em autoadesivo com efeitos especiais
Tiliform Indústria Gráfica
Produto: Cerveja Berggren Weissbier
COMUNICAÇÃO VISUAL (SINALIZAÇÃO)
Comunicação visual – Sinalização em pequenos e médios formatos
Braspor Gráfica e Editora
Produto: Cubo Downy
Comunicação visual – Sinalização em grandes formatos
Ativaonline Editora e Indústria Gráfica
Produto: Kit Totem Cubo
IMPRESSOS EM ROTATIVA OFFSET
Livros impressos em rotativa offset
FTD Indústria Gráfica
Produto: Brick by Brick 3 – Student Book
Produtos promocionais
impressos em rotativa offset
Plural Indústria Gráfica
Produto: Catálogo Avon Ciclo 03/2025 V1
Jornais e informativos
impressos em rotativa offset
Plural Indústria Gráfica
Produto: Folha Universal ed. 1701
PRODUTOS PRÓPRIOS
Kits Promocionais Próprios
Vektra Soluções Gráficas
Produto: Kit Vektra 2025
Impressos Promocionais Próprios
Brasilgrafica Indústria e Comércio
Produto: Caixa Panettone Brasilgrafica 2024
IMPRESSÃO SERIGRÁFICA
Impressão serigráfica
Sutto Artes Gráficas
Produto: Cartaz Haku Dragon
Produtos gráficos sustentáveis
Innovapack Embalagens
Produto: Display Butter Toffees
SUSTENTABILIDADE
Processos de produção sustentáveis
Blendpaper
Produto: Papel 30% Fibra de Cacau
Data e local: 8 de maio, no Buffet Caversan, em Bauru (SP), com a presença de 200 convidados.
13º Prêmio Regional de Excelência Gráfica Vinícius Viotto Coube
(E/D) Eduardo Maio, 2º vice-presidente da Abigraf Bauru; Julião Gaúna, presidente da Abigraf Nacional; Rogério Camilo, gerente executivo da Abigraf; Karina Cândido, diretora financeira da Abigraf Bauru; Aguinaldo Dias, 1º vice-presidente da Abigraf Bauru; Bárbara Stevanatto, assistente administrativa financeira da Abigraf Bauru; Sidnei Bergamaschi, 2º vice-presidente do Sindigraf-SP; e Ricardo Coube, presidente do Sindigraf-SP
Criado em 2012, o Prêmio Vinícius Viotto Coube homenageia o empresário que deixou um legado significativo para o mercado gráfico regional, incentivando a competitividade e o desenvolvimento do setor gráfico no interior paulista.
A premiação reuniu profissionais da indústria gráfica e estudantes para celebrar a criatividade, a qualidade e a inovação na produção gráfica da região compreendida por Bauru e municípios vizinhos. Tal como aconteceu no ano passado, a Grafilar – Lar Anália Franco foi a maior vencedora, com a conquista de cinco troféus.
CONCURSO DE CARTAZES
Integrando a solenidade, foi realizado o Concurso de Cartazes, com 83 trabalhos de alunos de instituições como Senai Bauru João Martins Coube, Faculdades Integradas de Bauru, Universidade Estadual Paulista e Centro Universitário Sagrado Coração. O vencedor foi Rafael Nishihara, do Senai, orientado pela professora Jussara Quintiliano. Seu cartaz servirá para a identificação visual da edição do prêmio no próximo ano.
GRÁFICAS PREMIADAS
Kits Promocionais: Viena ◆ Catálogos e Folhetos: Grafilar – Lar Anália Franco
Troféus por empresa
5 troféus: Grafilar – Lar Anália Franco ◆ 3 troféus: Tilibra e Viena ◆ 2 troféus: Jauense Embalagens e Tiliform ◆ 1 troféu: Cosgraf, Expert Print, Impressione, Jornal Cidade de Bauru, Magraf, Palamin e Suprema
NÚMEROS DO PRÊMIO – 2024
Gráficas participantes 20 Trabalhos inscritos 140
Gráficas premiadas 12 Troféus entregues 22
Além de lideranças e autoridades locais, a cerimônia contou com a presença de Julião Gaúna, presidente da Abigraf Nacional, representando João Scortecci, presidente da Abigraf Regional São Paulo, e de Rogério Camilo, gerente executivo da Abigraf.
Promovido pela Abigraf Seccional Bauru, o Prêmio teve o patrocínio Ouro das empresas Blendpaper, Farber Vernizes, OSG Soluções Gráficas, Papelão União, Papirus, Suzano, Top Coat e Xerox; patrocínio Prata de Fedrigoni, Special Papers e Konita Brasil; e patrocínio Bronze da Sun Chemical.
◆ Displays: Magraf ◆ Calendários: Grafilar – Lar Anália Franco ◆ Livros em Geral: Viena ◆ Livros Infantojuvenis: Viena ◆ Revistas: Grafilar –Lar Anália Franco ◆ Jornais e Informativos: Jornal da Cidade de Bauru ◆ Cadernos Escolares: Tilibra ◆ Cadernos Promocionais e Agendas: Tilibra ◆ Papelarias, Certificados e Diplomas: Tilibra ◆ Cartões de Mensagens e Convites em Geral: Grafilar – Lar Anália Franco ◆ Embalagens Cartonadas: Cosgraf ◆ Embalagens de Micro-Ondulados: Suprema ◆ Embalagens Flexíveis: Tiliform ◆ Sacolas: Expert Print ◆ Rótulos Convencionais: Grafilar – Lar Anália Franco ◆ Rótulos em Autoadesivos: Impressione ◆ Etiquetas: Tiliform ◆ Comunicação Visual – Pequenos e Médios Formatos: Palamin ◆ Kits Promocionais Próprios: Jauense Embalagens ◆ Impressos Promocionais Próprios: Jauense Embalagens
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Data e local: 26 de junho, no Centro de Eventos da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Campus da Indústria, em Curitiba
21º Prêmio Paranaense de Excelência Gráfica Oscar Schrappe Sobrinho
DGráficas premiadas
17 troféus: Corgraf e Midiograf
◆ 5 troféus: Ótima ◆ 4 troféus: Posigraf
◆ 3 troféus: Universal ◆ 2 troféus: Lisegraff e Kingraf ◆ 1 troféu: Copy City, Delta Etiquetas, Graciosa, Oficina do Impresso e Tecnicópias
Fornecedores premiados
3 troféus: Eco3 ◆ 2 troféus: Megagraphic, Perfil e WG ◆ 1 troféu: Bremen, Copygraf, Kamipel, Quimagraf, Sun Chemical e TLT Teletoner
NÚMEROS DO PRÊMIO – 2025
Gráficas premiadas 12
Troféus concedidos 70
ois importantes eventos marcaram o setor gráfico do Paraná no dia 26 de junho: a cerimônia de entrega dos troféus do 21º Prêmio Paranaense de Excelência Gráfica Oscar Schrappe Sobrinho, que aconteceu pela manhã no Centro de Eventos da Fiep, e, à tarde, a apresentação das novas instalações da Escola Gráfica José Toaldo Filho, no Senai Boqueirão. Fruto de uma parceria entre o Sigep e o Senai-PR, as novas instalações da escola ocupam uma área de cerca de 300 m². Os presidentes do Sigep/Abigraf-PR, Marcos Dybas, e da Abigraf Nacional, Julião Gaúna, participaram dos eventos.
GRÁFICAS PREMIADAS
Livros de Texto: Corgraf ◆ Livros Culturais e de Arte: Universal ◆ Livros Institucionais: Midiograf
◆ Livros Infantojuvenis: Midiograf ◆ Livros Ilustrados e Livros Técnicos: Corgraf ◆ Livros Didáticos: Midiograf ◆ Guias, Manuais e Anuários: Corgraf ◆ Revistas Periódicas de Caráter Variado sem Recursos Gráficos Especiais: Midiograf
◆ Revistas Periódicas de Caráter Variado com Recursos Gráficos Especiais: Posigraf ◆ Revistas Infantojuvenis ou de Desenhos: Lisegraff
◆ Revistas Institucionais: Midiograf ◆ Jornais de Circulação Não Diária: Graciosa ◆ Rótulos
Convencionais com e sem Efeitos Especiais: Corgraf ◆ Rótulos em Autoadesivo sem Efeitos Especiais: Oficina do Impresso ◆ Rótulos em Autoadesivo com Efeitos Especiais: Lisegraff
◆ Etiquetas: Corgraf ◆ Embalagens Semirrígidas sem Efeitos Gráficos: Corgraf ◆ Embalagens Semirrígidas com Efeitos Gráficos: Midiograf
◆ Embalagens Semirrígidas com Efeitos Gráficos Especiais: Midiograf ◆ Embalagens de Microondulados com e sem Efeitos Especiais: Corgraf ◆ Embalagens Sazonais: Corgraf
◆ Sacolas: Corgraf ◆ Pôsteres e Cartazes: Corgraf
◆ Catálogos Promocionais e de Arte sem Efeitos Gráficos Especiais: Posigraf ◆ Catálogos Promocionais e de Arte com Efeitos Gráficos
◆ Kits Promocionais: Midiograf ◆ Displays, Móbiles e Materiais de Ponto de Venda e Mesa: Corgraf ◆ Calendários de Mesa e Parede: Corgraf
◆ Cartões de Mensagem: Midiograf ◆ Convites em Geral: Midiograf ◆ Cartões de Visita: Midiograf ◆ Papelarias, Certificados e Diplomas: Corgraf ◆ Impressos de Segurança: Corgraf
◆ Cadernos Escolares em Conformidade com a Norma ABNT NBR 15733: Ótima ◆ Cadernos em Geral: Ótima ◆ Agendas: Ótima ◆ Cardápios: Midiograf ◆ Impressão Digital Industrial: Copy City ◆ Kits Promocionais Próprios: Ótima
◆ Calendários Próprios: Posigraf ◆ Impressos Promocionais Próprios: Corgraf ◆ Sacolas Próprias: Universal ◆ Cartões de Visitas e Papelarias Próprios: Universal ◆ Inovação Tecnológica ou Complexidade Técnica do Processo: Kingraf ◆ Impressão Digital em Grandes, Pequenos e Médios Formatos: Corgraf ◆ Design Gráfico: Corgraf ◆ Sustentabilidade Ambiental: Posigraf ◆ Impressos Diversos: Ótima ◆ Melhor Impressão Digital: Tecnicópias ◆ Melhor Impressão Offset Plana: Midiograf ◆ Melhor Acabamento Editorial: Midiograf ◆ Melhor Acabamento Cartotécnico: Kingraf ◆ Melhor Impressão Flexográfica: Delta Rótulos e Etiquetas
FORNECEDORES PREMIADOS
Fabricante de chapas para impressão: Eco3 do Brasil ◆ Revenda de chapas para impressão: WG ◆ Fabricante/revenda de equipamentos para impressão plana: Megagraphic ◆ Fabricante/ revenda de equipamentos para impressão digital: TLT – Teletoner ◆ Fabricante de equipamentos para pré-impressão, sistemas e CTPs: Eco3 do Brasil ◆ Revenda de equipamentos para préimpressão, sistemas e CTPs: Perfil ◆ Fabricante/ revenda de equipamentos para acabamento gráfico: Megagraphic ◆ Sistema de provas: Perfil ◆ Sistemas de custos, orçamentos, financeiro, etc: Bremen Sistemas ◆ Fabricante de tintas e vernizes: Sun Chemical do Brasil ◆ Revenda de tintas e vernizes: WG ◆ Fabricante/revenda de papel/cartão para impressão: Kamipel ◆ Distribuidores de insumos gráficos: Quimagraf ◆ Prestador de serviço de acabamento: Copygraf ◆ Software para gerenciamento de cores: Eco3 do Brasil
Mais de 600 marcas expositoras apresentaram as últimas tendências e novidades para as áreas de comunicação visual, impressão digital, serigrafia, sublimação e impressão têxtil.
Edição comemorativa dos 35 anos da FuturePrint
Entre 16 e 19 de julho, no Distrito Anhembi, em São Paulo, a FuturePrint comemorou seus 35 anos com um recorde. O evento atraiu mais de 45 mil visitantes. Sua relevância internacional foi confirmada pela presença de profissionais de 19 países, incluindo Estados Unidos, Coreia do Sul, China, Índia, Itália, Turquia, Argentina e México.
A edição trouxe experiências inéditas. No Fórum FuturePrint, o OOH Day (17 de julho) aprofundou discussões sobre a Lei Cidade Limpa e adaptações para mídia digital. O talento da indústria foi valorizado em competições. A estreia do campeonato de serigrafia Rodo de Ouro premiou a equipe Apocalypse com R$ 10 mil. O 6º Decor Wrapping Brazil (DWB), da Imprimax, consagrou André William, que levou R$ 50 mil. O Pavilhão LED destacou soluções visuais como outdoors eletrônicos e painéis flexíveis. Novidades como o workshop Fachada Makers (ACM e impressão 3D) e os tradicionais Fórum FuturePrint e Talks Future Têxtil (personalização têxtil, sustentabilidade, design, empreendedorismo) enriqueceram a programação. Espaços interativos como Lounge dos Embaixadores, Serigrafia em Ação e Sublimação em Ação ofereceram demonstrações práticas.
Entre os lançamentos, um dos destaques foi a nova geração da impressora híbrida de grande formato EFI Pro 30h+, apresentada pela EFI em parceria com seu distribuidor, a Serilon. Com tecnologia UV LED e largura de impressão de 3,2 metros, a EFI Pro 30h+ é a evolução direta do modelo Pro 30h,
reconhecido por sua robustez e qualidade de imagem. O equipamento conta com sistema de alimentação contínua para mídias rígidas, cura LED de baixa temperatura e compatibilidade com as tintas EFI ProGraphics Series, oferecendo maior durabilidade e aderência em diversos substratos. Além disso, possui conectividade com o sistema EFI Fiery ProServer Core, garantindo controle avançado de cor e fluxos de trabalho otimizados.
A HP também levou para a feira uma nova geração de impressoras, a Série HP Latex 730 e 830. Com a tecnologia HP Pixel Control, espectrofotômetro integrado e tintas intensas à base d’água, os equipamentos permitem impressão frente e verso automática, menor desperdício e cabeçotes substituíveis pelo usuário. O modelo 830 conta com cartuchos de 3 litros substituíveis em operação.
A Abigraf mais uma vez marcou presença na feira. Em seu estande funcionou a tradicional Sala de Crédito Fiesp, com a participação do Banco do Brasil, Bradesco, Sicoob e Sofisa, proporcionando informações sobre linhas de crédito exclusivas. A programação incluiu, ainda, ações como sorteios diários de Alexas e inscrições em cursos da Abitec, kits da Abigraf e uma mentoria com Judah Adonai, CEO da Afacom, Escola da Comunicação Visual e Gráfica, e diretor técnico da Abicomv, divisão de Comunicação Visual e Sinalização da Abigraf.
A FuturePrint já tem data marcada para sua próxima edição: de 14 a 17 de julho de 2026, novamente no Distrito Anhembi.
FUTUREPRINT www.feirafutureprint.com.br
Do arquivo à impressão perfeita
Excelência em Pré-Impressão & Pré-Mídia para Embalagens
Entre a criação e a impressão, existe um caminho repleto de etapas críticas.
Na PaintPack, cuidamos de cada uma delas: adaptamos a sua arte para atender às conformidades legais, garantimos legibilidade em todos os formatos, realizamos testes de cor com máxima precisão, gerenciamos versões e produzimos mockups que antecipam o resultado final.
Tudo isso com um controle rigoroso de qualidade, da primeira prova à tiragem final, para que sua embalagem chegue ao ponto de venda exatamente como foi planejada.
A gente transforma o seu arquivo em uma embalagem pronta para brilhar - com menos complexidade para a sua equipe e mais resultado para a sua marca.
Por: Tânia Galluzzi
Com foco em eficiência interna e uma logística especializada, a Lis Gráfica e sua parceira SoSimple demonstram como a adaptação e a inteligência de processos fortalecem a cadeia do livro.
Resiliência e sensibilidade impulsionam crescimento
Uma das vantagens de escrever sobre o mesmo setor há décadas é testemunhar a evolução de pessoas e empresas, acompanhando o desdobrar de decisões e posturas, como uma espécie de Jano moderno1. Aqui no Notícias Gráficas esse exercício é inevitável, uma vez
1 Deus romano dos inícios, finais e transições, retratado com duas faces: uma voltada para o passado e outra para o futuro.
que as empresas se alternam nestas páginas, figurando por aqui de tempos em tempos. Como eu não tenho vocação para carpideira corporativa, é uma alegria ver escolhas bem plantadas florescerem. Esse é o caso da Lis Gráfica, que tem se destacado como um organismo vivo e adaptável no complexo mercado editorial brasileiro. Sob a liderança de Leonardo Guimarães Ferreira, a gráfica se tornou uma referência do setor, vencendo os desafios graças ao pragmatismo de seu gestor. Avesso a modismos, em nossa primeira conversa, em 2014, Léo já se posicionava como um empresário conservador, seguro de sua decisão de trocar o investimento em novos equipamentos pela revisão dos processos, mirando a produtividade.
Mas se engana quem relaciona conservadorismo à inação. Cinco anos depois voltamos a nos encontrar para falar de uma novidade, fruto de uma escuta muito atenta às necessidades das editoras. Ao lado do consultor Flávio Botana, Léo criou uma empresa independente, a SoSimple, que passava a oferecer o serviço de logística para pequenas e médias editoras. Em paralelo, a gráfica, passado o fenômeno dos livros para colorir, havia atravessado a crise gerada pela falência do modelo de megalivrarias com o enxugamento do quadro de funcionários e um cuidado ainda maior com a eficiência.
Sob a liderança de Leonardo Guimarães Ferreira, a Lis Gráfica se tornou referência no mercado editorial brasileiro
E cá estamos nós para comprovar que os critérios adotados pelo empresário tiveram êxito: 2024 foi o melhor período da história da Lis, com crescimento perto dos 30%. Em cinco anos a equipe saltou de 70 para 150 funcionários, voltando a adotar os dois turnos.
OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS
O cenário que impulsionou esse crescimento é peculiar. Enquanto muitas gráficas editoriais fecharam suas portas nos últimos 10 anos, a Lis, justamente por sua solidez, conseguiu absorver uma parcela significativa dessa demanda. E agora, diante de uma conjuntura econômica que desaconselha grandes investimentos em maquinário, a Lis Gráfica está mais uma vez concentrando seus esforços na otimização de seus processos internos. A empresa está implementando o programa 5S de qualidade, promovendo uma organização em suas operações. O ponto central dessa modernização é a troca do sistema de gestão da empresa, liderada pela consultora Renata Ferrari. O novo sistema, DGA Graphics, promete um controle de custos e processos mais assertivos e online. A automação proporcionada pelo novo ERP também liberará a equipe para outras funções. O apontamento e planejamento da produção serão feitos em tablets, oferecendo maior mobilidade e visibilidade em tempo real sobre o que acontece no chão de fábrica e nas entregas.
Paralelamente à evolução da Lis, a SoSimple também expandiu sua atuação. O que começou como um espaço alugado dentro da gráfica, com 200 posições de pallet e capacidade para 300 mil exemplares, hoje opera em um galpão próprio em Guarulhos, a cinco minutos da gráfica, com mil posições de pallet, armazenando cerca de 1,3 milhão de exemplares de 27 editoras diferentes.
A SoSimple se diferencia por seu modelo de negócio desenhado especificamente para pequenas e médias editoras. Ela não cobra por posição de pallet, mas por exemplar, e a armazenagem é calculada pela média mensal, não pelo pico, o que alivia o custo para os clientes. A empresa recebe os livros, armazena e cuida da separação, conferência, embalagem e transporte. Um serviço adicional é o de devolução, onde cada exemplar retornado das livrarias é conferido antes de voltar ao estoque. Embora a SoSimple seja ainda um “bebezinho” em faturamento comparado à Lis,
com cerca de 15 funcionários, seu potencial de crescimento é alto. Leonardo revela que a empresa teve de recusar cinco clientes este ano por falta de espaço.
O perfil de cliente da Lis Gráfica também mudou. A empresa está focada em editoras que valorizam a qualidade, tendo deixado de produzir livros didáticos há quatro anos devido à agressividade de preços e menor exigência desse segmento.
Olhando para o futuro, Leonardo mantém sua tradicional cautela. Embora preveja um cenário econômico desafiador nos próximos dois anos, especialmente diante de uma eleição majoritária em 2026, a Lis está preparada. Sua trajetória é um testemunho de como visão estratégica, adaptação constante e busca pela eficiência têm a capacidade de transformar desafios em oportunidades, fortalecendo não apenas um negócio, mas toda uma cadeia produtiva.
LIS GRÁFICA www.lisgrafica.com.br
Papelaria em festa na Escolar
A Escolar Office Brasil 2025 reafirma sua força e relevância, celebrando uma edição de sucesso, reunindo mais de 280 marcas entre os dias 3 e 6 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Por: Tânia Galluzzi
Para quem, como eu, gosta de feiras de negócios, a Escolar Office Brasil 2025 foi um regalo. Há dois anos não visitava o maior evento de papelarias das Américas e confesso que me surpreendi com o que vi. Não que a feira estivesse abarrotada, mas no penúltimo dia o clima era bastante positivo. Os estandes das grandes marcas estavam sim, cheios, e todos os expositores com os quais conversei, focados em cadernos, agendas e afins, estavam bem satisfeitos.
Aí você se pergunta: por que o bom movimento seria surpreendente? Para responder a isso é preciso olhar para trás para lembrar o quanto o segmento de papelaria mudou nas últimas décadas, com alterações radicais em seu portfólio de produtos.
A Francal, organizadora da Escolar, correu atrás, diversificando o mix, incrementando as atividades paralelas e as ações promocionais, mas não foi fácil. Se em 2012 a feira conseguira atrair 34 mil visitantes, 10 anos depois muito em consequência dos efeitos da pandemia esse número havia caído para menos da metade, registrando, em 2022, 16 mil pessoas. Neste ponto você, frequentador de Anhembis e Expo Center Nortes, pode argumentar: isso invariavelmente aconteceria, afinal, quantas papelarias fecharam de lá pra cá. E aqui eu coloco os números oficiais de 2025: 20 mil visitantes, mais de mil lançamentos e 280 marcas expositoras.
“Encerramos o evento com feedbacks que nos enchem de orgulho e convictos de que as novidades apresentadas nessa edição agradaram o público presente”, diz Luciana Ramos, head de produtos da Francal. Houve ainda um crescimento de 11% na presença de expositores de fora do estado de São Paulo, o que reflete o fortalecimento do mercado de papelaria em novas praças e o alcance nacional do evento.
A GRANDE NOVIDADE
A estreia do Congresso Escolar Office criado para proporcionar a lojistas e profissionais do setor um dia inteiro de aprendizado , reuniu mais de 300 pessoas em sua primeira edição. “A avaliação positiva de quem esteve presente deixou claro a importância que esse espaço de troca tem para o segmento”, ressalta Fernanda Sabino, head de marketing da Francal.
Além de executivos de empresas como Jandaia, Olist, TOTVS, NeoAssist e VMSP Studio, o evento contou com influenciadores de destaque no cenário de
negócios e comportamento. Entre eles, Felipe Theodoro, especialista em vendas no varejo, que apresentou estratégias para potencializar resultados no ponto de venda; Camila Achutti, fundadora da Mastertech e referência em tecnologia e inovação, que conduziu um painel sobre o futuro digital e seus impactos no setor; e Luciano Santos, escritor, mentor de carreiras e LinkedIn Top Voice, que compartilhou insights sobre gestão de carreira e posicionamento profissional.
Estrategicamente próximos, os caderneiros comemoraram a boa movimentação. “A Escolar é a nossa grande feira. Eu me envolvi na sua reestruturação, fui consultada e palpitei nas mudanças. E os frutos estão aí”, afirmou Teca Leopoldo e Silva, da Teca Produtos de Papelaria.
A 38ª edição da feira Escolar Office Brasil será realizada entre os dias 2 e 5 de agosto de 2026, novamente no Expo Center Norte, com previsão de expansão da área de exposição e uma programação de conteúdo ainda mais robusta.
ESCOLAR OFFICE BRASIL www.escolarofficebrasil.com.br
Um dos grandes momentos das comemorações da grande data foi a inauguração do reformulado Print Media Center (PMC), agora renomeado como Home of Print, o maior centro de experiência do cliente do setor em todo o mundo.
Heidelberg inaugura Home of Print na comemoração dos seus 175 anos
Reunindo mais de 1.500 convidados internacionais, a Heidelberger Druckmaschinen AG, um dos pilares da indústria gráfica mundial, celebrou 175 anos de história com uma semana de festividades, no início de junho, em Wiesloch Walldorf, Alemanha.
Jürgen Otto, CEO da Heidelberg, referiu-se ao nome Home of Print nas boas-vindas aos convidados, destacando a profunda
conexão da empresa com a evolução da impressão, desde sua fundação em 1850 até a atual posição de liderança em sistemas para embalagens, rótulos e impressão comercial. Para David Schmedding, diretor de Vendas e Tecnologia da companhia, que esteve no Brasil em fevereiro, a data transcende a mera sobrevivência: “Chegar aos 175 anos nos orgulha muito. Mostra que a Heidelberg é o motor da inovação no setor gráfico.”
David Schmedding, diretor de Vendas e Tecnologia da Heidelberg
Ele atribui essa longevidade à “inquietação constante” do time da empresa, que sempre busca criar produtos que garantam sucesso aos clientes.
Tal postura impulsiona décadas de pioneirismo em sintonia com os movimentos do mercado gráfico e as demandas da sociedade. Para responder a megatendências globais, como o envelhecimento populacional e a urbanização acelerada, hoje a Heidelberg investe em automação e inteligência artificial. David Schmedding salienta a busca por maior produtividade e a crescente falta de mão de obra como catalisadores para o investimento em automação. “A resposta está na inteligência artificial. Automatizar a gráfica é fundamental para enfrentar a escassez de profissionais e incrementar a eficiência dos processos. Nossas soluções evoluirão para tornar as impressoras cada vez mais autônomas, capazes de decidir a forma mais assertiva de imprimir cada trabalho. É o que chamamos de produção touch free.”
Essa visão é materializada no Home of Print. Com 9.000 m² de área, o centro reflete a estratégia da companhia como fornecedora de soluções totais e integradoras de sistemas de ponta a ponta. Apresenta soluções futuras, com linhas de produção completas em colaboração com parceiros como Polar e MK Masterwork, cobrindo desde embalagens de alta qualidade e alto volume até rótulos e impressão comercial/híbrida.
A integração de diversos processos offset, digital e flexo em um único workflow, é ressaltada por David Schmedding como um diferencial da Heidelberg. Isso permite oferecer a solução mais adequada ao cliente,
baseada em análise detalhada de sua estrutura e portfólio. Todas as linhas da companhia estão incorporadas em um ecossistema digital unificado, que inclui o software Prinect, equipamentos (com soluções de pós-impressão e robótica), consumíveis, serviços, treinamentos e consultoria.
O reformulado Home of Print oferece uma experiência única, com cerca de 1.000 apresentações personalizadas anuais e 120 especialistas da Heidelberg à disposição para consultoria e suporte.
Pronta para desafiar as próximas décadas, apostando em soluções robustas e flexíveis, a Heidelberg quer continuar sendo referência e termômetro do setor.
Novos equipamentos
Coincidindo com o aniversário, a Heidelberg anunciou dois importantes acréscimos ao seu portfólio para a indústria de embalagem: a impressora Cartonmaster CX 145 para o formato extragrande (VLF) e a Mastermatrix CSB 106, máquina de corte e vinco de alta qualidade, que será apresentada futuramente. Ambas são integradas ao software Prinect. O ecossistema de impressão digital industrial também foi ampliado, com soluções de pós-impressão da C.P. Bourg e Tecnau integradas ao ecossistema Jetfire 50, e o conceito Stahlfolder Fireline.
HEIDELBERG www.heidelberg.com
O movimento pela Sustentabilidade
OO MOVIMENTO PELA SUSTENTABILIDADE É COMO UMA AVALANCHE QUE ABSOLUTAMENTE NINGUÉM VAI CONSEGUIR DETER.
heliocentrismo foi o motivo da perda de liberdade de Galileo, quando o poder da igreja impôs a ele o mais severo castigo por manifestar que a terra não era o centro do universo, o que foi considerado como uma blasfêmia. Outros cientistas sofreram retaliações similares, como no caso de Darwin, pela teoria evolucionista, ou Louis Pasteur, por manifestar que os germens eram causadores de grande parte das doenças da época.
Em todos os períodos da história existiram líderes ou instituições do poder que questionavam ideias inovadoras ou descobrimentos que poderiam impactar o seu status quo. Obviamente nem todas essas teorias tinham fundamento, mas muitas delas eram verídicas, como os exemplos citados na abertura deste texto.
É exatamente nessa situação que nos encontramos na atualidade, em que o planeta passa por enormes mudanças climáticas e alguns líderes mundiais se fazem omissos em relação aos alertas levantados pela ciência. E vão além disso, colocando barreiras para qualquer tipo de ação direcionada no sentido de tentar evitar uma catástrofe futura, o que coloca em perigo a existência humana.
O interessante é que, mesmo com todas essas dificuldades impostas, ainda dá para enxergar algo que poderíamos chamar de “movimento”, que cresce dia a dia e que já podemos sentir suas manifestações, como apresentamos em seguida:
Mercado financeiro. A partir de agora, todo novo empreendimento que precisar de investimentos deverá apresentar projetos de ações sustentáveis.
Demanda. Com base na pesquisa da consultoria EY (Future Consumer Index), divulgada pela revista Exame, no Brasil, 76% dos consumidores estão extremamente preocupados com a vulnerabilidade do planeta e 43% deles concordam em pagar mais por produtos e serviços sustentáveis. Além disso, instituições deste tipo são consideradas mais atrativas e confiáveis.
Rentabilidade. Instituições que aplicam sustentabilidade nos seus planos estratégicos e operacionais são mais competitivas e produtivas, impactando positivamente na rentabilidade de seus produtos e serviços.
Todas essas manifestações confirmam que “o movimento pela sustentabilidade é como uma avalanche que absolutamente ninguém vai conseguir deter”.
Na atualidade, grande parte das organizações e da população têm uma enorme preocupação pela mudança climática e essa inquietude não é diferente na nossa associação. Desde 2022, estamos realizando um estudo da emissão de carbono das pequenas e médias empresas, consolidando o nosso projeto com a divulgação de uma calculadora de carbono para o setor da indústria gráfica.
Na reunião do Copagrem do dia 28 de agosto, na Fiesp, lançamos o nosso projeto ExpoPrint Sustentabilidade, o Papel da Sustentabilidade na Impressão Global, reforçando o compromisso da indústria de impressão com um futuro sustentável e inovador, com o qual divulgaremos os avanços em inovação e tecnologia através da ecoinovação e outras ferramentas existentes na atualidade.
Mas essa atividade não só estará direcionada aos pilares econômicos e ambientais, como também teremos uma grande atividade social que considera apoio à comunidade e ações educacionais.
Após o naufrágio do Titanic no ano 1928, as investigações conjuntas dos Estados Unidos e Reino Unido concluíram que foram dois os motivos principais do desastre: erro humano e arrogância.
O movimento pela sustentabilidade já foi iniciado, e cresce cada vez mais, tentando evitar que tenhamos o mesmo destino do grande navio, que agora é a nossa Mãe Terra e onde os passageiros somos a humanidade toda.
Jorge Maldonado
Presidente da Afeigraf
Sócio-gerente da Aeprotec jorge.maldonado@afeigraf.org.br
JORGE MALDONADO
A EXPOPRINT 2026 ESTÁ AINDA MAIOR!
Em 20 anos de história, a ExpoPrint Latin America consolidou-se como referência e conquistou a confiança dos setores de impressão, embalagens, flexografia e comunicação visual, oferecendo sempre a máxima excelência a expositores e visitantes.
Em 2026, mostraremos uma indústria conectada com os recentes avanços tecnológicos. Seremos o palco dos principais desenvolvimentos de um setor criativo, inovador e sustentável.
É uma oportunidade única, disponível apenas de 4 em 4 anos, de ver TODAS as tecnologias para revolucionar sua empresa.
Se é impressão, é ExpoPrint & ConverFlexo!
Pavilhões Azul, Branco e Verde
O novo ciclo de inovação e o protagonismo do software
Aindústria gráfica, desde seus primórdios, tem sido um campo fértil para a inovação. Cada era foi marcada por avanços tecnológicos que redefiniram o que era possível imprimir, a que velocidade e com que qualidade. Da tipografia ao offset, e do offset à digital, o hardware sempre esteve no centro dessas transformações, ditando o ritmo da evolução. No entanto, estamos em um novo ciclo, em que, embora ainda celebre as máquinas e suas capacidades, eleva outro
componente a um patamar de protagonismo inquestionável: o software. Em especial nessa nova era da IA.
É dos sistemas, das plataformas e dos algoritmos que está emergindo a nova fronteira da inovação, transformando a gráfica de um mero fornecedor de impressos em uma plataforma geradora de valor, capaz de se adaptar com agilidade ímpar às demandas de um mercado em constante e rápida mutação. Essa revolução não é apenas uma projeção futurística; ela já está em curso,
HAMILTON COSTA
permeando cada aspecto da operação gráfica, do chão de fábrica à alta gestão.
No ambiente fabril, a inteligência operacional dita as regras. Onde antes predominavam processos manuais e a comunicação fragmentada, hoje se ergue um ecossistema interconectado e automatizado, movido por softwares robustos de automação de fluxo de trabalho
Não se trata de uma simples digitalização de tarefas; é a orquestração inteligente de todo o processo produtivo. Da pré-impressão, com a automação de imposição, checagem de arquivos e gerenciamento de cores, ao controle preciso do parque de máquinas e o sequenciamento otimizado da produção, o software garante que cada etapa seja executada com máxima eficiência, minimizando erros e otimizando o uso de recursos.
A implementação de padrões como JDF/ JMF, por exemplo, não é apenas um detalhe técnico; é a linguagem que permite que máquinas e sistemas “conversem”, fornecendo dados em tempo real sobre o status de cada trabalho, identificando gargalos e permitindo a manutenção preditiva. Essa visibilidade operacional traduz-se diretamente em maior produtividade e na agilidade necessária para cumprir prazos cada vez mais apertados.
No entanto, a influência do software vai muito além da operação fabril. Ele é o verdadeiro cérebro que comanda a gestão estratégica e a capacidade da gráfica de gerar valor agregado.
Na esfera comercial, os softwares de gestão de relacionamento com o cliente (CRM) e a adequada utilização de plataformas de e-commerce são praticamente indispensáveis. Eles permitem uma boa compreensão do comportamento do consumidor, personalizando ofertas, agilizando processos de cotação e otimizando a jornada de compra do cliente. Em um cenário onde a velocidade de resposta é um diferencial competitivo, ter um sistema que automatiza propostas e pedidos é crucial.
Paralelamente, os sistemas de gestão produtiva (MIS/ERP para gráficas) se tornam a espinha dorsal de toda a operação. Eles centralizam informações críticas, desde o pedido inicial do cliente até a entrega final, permitindo o cálculo preciso de custos, o planejamento dinâmico da produção e a alocação otimizada de recursos. A capacidade
de simular cenários e reagir rapidamente a mudanças de prioridade ou no escopo de um trabalho é um diferencial que só um software integrado pode proporcionar.
E, por fim, na gestão financeira e de custos, o software oferece uma profundidade analítica sem precedentes, fornecendo visibilidade granular sobre a rentabilidade de cada trabalho, cliente ou linha de produto. Essa clareza permite a identificação ágil de ineficiências e a tomada de decisões estratégicas embasadas para otimizar margens e garantir a saúde financeira da empresa.
Essa sinergia entre o software operacional e o software de gestão é o que realmente habilita a gráfica a se tornar uma plataforma de valor. A flexibilidade, hoje, não é mais um luxo, mas uma necessidade imposta pelas rápidas mudanças nas expectativas dos clientes e do mercado.
O software confere à gráfica a capacidade de adaptabilidade extrema, permitindo que ela mude rapidamente sua “configuração”. Seja direcionando trabalhos entre diferentes tecnologias de impressão, ajustando processos para acomodar novas demandas ou diversificando rapidamente sua oferta de serviços, o software é o elo que conecta a intencionalidade estratégica à execução tática. Isso abre caminho para a exploração de novos modelos de negócio, indo muito além da mera impressão: gestão de dados variáveis, personalização em massa, consultoria em comunicação visual, integração com campanhas cross-media e a criação de embalagens inteligentes são apenas alguns exemplos de como a gráfica pode se posicionar como um parceiro estratégico.
O software funciona como o conector invisível, permitindo que a gráfica se integre ao ecossistema de seus clientes sejam agências de marketing, plataformas de e-commerce ou departamentos de comunicação corporativa. A disponibilidade de dados e a automação de relatórios, por sua vez, empoderam a liderança com uma agilidade na tomada de decisão em tempo real, fator crucial para a sobrevivência e prosperidade em um cenário global volátil.
Contudo, essa transição para uma gráfica “software-defined” não vem sem seus desafios. O primeiro e mais significativo é a cultura de inovação. Não basta investir em software; é preciso investir na capacitação
Na gestão financeira e de custos, o software oferece uma profundidade analítica sem precedentes, fornecendo visibilidade granular sobre a rentabilidade de cada trabalho, cliente ou linha de produto.
A influência do software vai muito além da operação fabril. Ele é o verdadeiro cérebro que comanda a gestão estratégica e a capacidade da gráfica de gerar valor agregado.
das equipes e em uma mudança de mentalidade que abrace a digitalização, a análise de dados e a constante busca por otimização.
A integração de sistemas é outro ponto crítico. Fazer com que diferentes softwares “conversem” de forma harmoniosa exige uma arquitetura de TI robusta e um planejamento estratégico cuidadoso.
Por fim, a escolha estratégica dos softwares certos é fundamental. Em um mercado com uma infinidade de soluções, é imperativo selecionar aquelas que realmente atendam às necessidades específicas da gráfica e de seus mercados-alvo, evitando a armadilha de soluções genéricas que pouco agregam. Em conclusão, a narrativa da evolução da indústria gráfica sempre foi intrinsecamente ligada à inovação tecnológica. Contudo, enquanto em ciclos anteriores o hardware roubava a cena, hoje, e de forma irreversível, é o software que assume o papel de verdadeiro motor da transformação. Ele não é apenas um facilitador; é o catalisador que redefine como as gráficas operam, gerenciam e, fundamentalmente, como geram valor, ainda mais na nova era da IA.
Nesse aspecto, a gráfica do futuro é uma empresa ágil, inteligente, flexível e, acima de tudo, uma plataforma indispensável para seus clientes.
O convite é claro: para continuar prosperando, o empresário gráfico deve abraçar esta era “software-defined”, investindo não apenas em máquinas, mas principalmente na inteligência que as faz mover e na conectividade que as faz gerar valor. O futuro da impressão já está sendo escrito, linha por linha, em códigos de software.
Pois bem, fiz todo esse texto baseado em uma realidade que já existe e que vem, gradualmente, sendo incorporada ao dia a dia de gráficas de ponta, independente de seu tamanho.
Por outro lado, sei que uma transformação dessa ainda passa relativamente longe de muitas empresas gráficas que têm diferentes dificuldades nessa transformação. Seja por não ter os recursos para esses investimentos, seja pela adequação da mentalidade, seja pela dificuldade em ter os profissionais adequados e seja, principalmente, pelo tempo que leva. Esse, na verdade é um processo, gradual, mas constante. Desde que esse caminho esteja claro. Ele está para você?
Hamilton Terni Costa AN Consulting/Ciglat hterni@anconsulting.com.br
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O digital é mais sustentável? Estudo da Intergraf revela inconsistência de alguns mitos
NOTÍCIAS
Em um mundo cada vez mais digital, a percepção predominante é de que a comunicação eletrônica tem um impacto ambiental inferior à comunicação impressa. Por trás dessa percepção, no entanto, há uma realidade mais complexa. Este artigo se debruça sobre um estudo da Intergraf relativo aos papéis e impactos discutidos no artigo científico “Mídia Impressa e Digital”. A Associação Gráfica Europeia (Intergraf)1 elaborou uma análise extensa de mais de setenta estudos conduzidos de janeiro a maio de 2024, que oferece uma visão das ferramentas de comunicação impressa e digital em três dimensões principais: sustentabilidade, eficiência e preferências do consumidor. Vamos nos aprofundar nas descobertas do estudo, focando na sustentabilidade, compreensão de leitura, eficácia de marketing e a persistente exclusão digital. Apesar do artigo ter como objeto de estudo a Europa, pode-se facilmente inferir seus reflexos sobre a nossa realidade. Além disso, devemos reconhecer a complementaridade dos dois tipos de comunicação e
1 Encontra-se em https://www.intergraf.eu/
contestar equívocos comuns sobre a suposta superioridade do digital, especialmente em termos de sustentabilidade, buscando corrigir narrativas existentes.
A SUBESTIMADA PEGADA DIGITAL
A crença de que a comunicação com meios digitais ou “sem papel” é invariavelmente “verde” é amplamente difundida, mas a pesquisa da Intergraf revela uma carga ambiental substancial e crescente provocada pelo setor digital. Esta esfera é responsável por uma parcela significativa de 2% a 4% de todas as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE), um percentual que aumentou drasticamente entre 2013 e 2019 (de 2,5% para 3,7%). Este valor é notavelmente superior ao dos setores de celulose, papel e impressão combinados, que geram aproximadamente 1% das emissões de CO₂ na Europa (Agência Europeia do Meio Ambiente – AEA). Tudo isso foi medido logo antes do frenesi das IAs (Inteligências Artificiais), responsáveis por um aumento significativo da pegada ambiental na comunicação digital.
BRUNO MORTARA
Além disso, o consumo de energia do setor digital segue uma tendência de alta alarmante, com um aumento anual de 4% na demanda energética, e contrasta fortemente com a demanda energética do PIB global, que está diminuindo no ritmo de 1,8% ao ano (Shift Project, 2019). A onipresença de vídeos online e os serviços de streaming, em particular, agravam esses problemas ambientais. Dez horas de streaming de vídeo de alta definição podem armazenar tantos dados quanto todos os artigos de texto da Wikipédia (versão em inglês) juntos e, em 2018, o streaming de vídeo sozinho produziu mais de 300 MtCO₂, o equivalente às emissões totais anuais de gases de efeito estufa da Espanha (Shift Project, 2019).
A “EFICIÊNCIA” DA DIGITALIZAÇÃO
Embora a digitalização seja frequentemente elogiada por sua eficiência, muitas pesquisas revelam uma interação complexa e contraintuitiva de efeitos energéticos. De acordo com Lange et al. (2020), a digitalização produz dois efeitos principais de aumento de energia: o consumo direto de energia por dispositivos móveis de acesso à informação (Efeito I) e o crescimento econômico mais amplo estimulado pelos avanços digitais (Efeito III). Simultaneamente, ela também promove a redução de energia por meio de ganhos de eficiência em outros setores (Efeito II) e pela terciarização da economia (Efeito IV).
No entanto, os autores observam criticamente que os efeitos do aumento do consumo de energia são mais fortes do que os efeitos de redução. Mais ainda, esses efeitos de redução são frequentemente dependentes dos efeitos de aumento, levando a uma conclusão paradoxal: “a digitalização destrói seus próprios potenciais”. Isso significa que, embora as ferramentas digitais possam otimizar processos específicos, as demandas gerais de energia e as emissões do sistema ainda podem aumentar devido à expansão do próprio setor digital e aos efeitos de rebote do aumento do consumo. A ideia de que simplesmente “tornar-se digital” é uma solução inerentemente verde para problemas ambientais é fundamentalmente questionada por essa dinâmica. Políticas que promovam a digitalização para a sustentabilidade devem, portanto, adotar uma perspectiva mais crítica, contabilizando as demandas sistêmicas de energia, o consumo de
recursos e a geração de resíduos do próprio setor digital. Sem essa visão mais ampla, tais políticas correm o risco de exacerbar os próprios efeitos ambientais que visam mitigar.
RESÍDUO ELETRÔNICO VS. RESÍDUO DE PAPEL
O lixo eletrônico (WEEE ou e-waste) destaca-se como o fluxo de resíduos sólidos que mais cresce globalmente, expandindo-se a uma taxa alarmante de 3% a 5% ao ano, com uma estimativa anual de 50 milhões de toneladas métricas geradas em todo o mundo (STeP, UN University, 2019). Apesar das ambiciosas metas da UE para uma taxa de reciclagem de WEEE de 65%, a normativa UE-27 atingiu apenas 46% dos objetivos em 2021, ficando significativos 19 pontos percentuais abaixo do esperado. A taxa de coleta para pequenos dispositivos eletrônicos, como telefones celulares, é particularmente desanimadora, abaixo de 5% na UE (Eurostat). Em contraste, a taxa de reciclagem de papel na Europa atingiu 73% em 2021, apenas 3 pontos abaixo de sua meta de 76% para 2021–2030. Para se ter uma ideia, no Brasil temos hoje uma taxa de reciclagem de papel de cerca de 70% e de papelão ondulado de cerca de 90%.
A crescente miniaturização e complexidade dos componentes eletrônicos um smartphone moderno pode conter mais de 70 metais estáveis da tabela periódica (STeP, UN University, 2019) tornam a gestão da reciclagem de WEEE cada vez mais difícil. Essa questão é ainda agravada por fatores como rápidos avanços tecnológicos, obsolescência programada e dificuldades de reparo.
A percepção de que o digital é “verde” é, em grande parte, um mito, impulsionado por uma falta de conscientização pública e comparações metodológicas muitas vezes tendenciosas. A discrepância entre os números reais de impacto ambiental e a percepção pública, combinada com os vieses em estudos comparativos, sugere que a narrativa “digital verde” não é totalmente sustentada por dados abrangentes e imparciais.
QUESTIONANDO AS PREMISSAS DOS ACVS
As Avaliações Comparativas do Ciclo de Vida (ACVs), amplamente empregadas para avaliar os impactos ambientais de produtos como livros impressos versus e-books, são baseadas em premissas que podem distorcer profundamente seus resultados. As escolhas dos
pesquisadores em relação à “unidade funcional” (por exemplo, avaliar o impacto da leitura de uma única página), “limites do sistema” (quais estágios do ciclo de vida de um produto são incluídos), “efeitos de rebote” (por exemplo, um usuário imprimindo uma conta eletrônica em casa), “qualidade dos dados”, “alocação”, “premissas de tecnologia e processo” e “comportamento do consumidor” podem levar a conclusões amplamente divergentes. De fato, a literatura identifica impactos que variam de “reduções de > 90% no consumo de energia do ciclo de vida a aumentos de > 2.000%” com base em mudanças nas premissas-chave (Sorrell, 2020).
CASO 1: FOLHETOS MÉDICOS
Um estudo de Dobers et al. (2024) concluiu que houve uma redução de mais de 90% nas emissões de GEE ao substituir folhetos médicos em papel por digitais. No entanto, essa descoberta baseou-se em várias premissas e limitações críticas. Por exemplo, o estudo assumiu que os folhetos digitais conteriam o mesmo conteúdo que os impressos (ignorando o potencial de textos mais longos ou vídeos em formatos digitais). Além disso, apresentou uma comparação questionável das emissões de transporte: incluiu o transporte de caixas de medicamentos inteiras (com o folheto de papel) para farmácias e hospitais, mas, para os folhetos digitais considerou apenas as emissões do fornecimento digital e acesso online, negligenciando as emissões de códigos QR impressos nas caixas ou as ações de “impressão sob demanda” dos pacientes. Essas escolhas metodológicas provavelmente levaram a uma superestimação do impacto ambiental do papel.
CASO 2: LIVROS
O estudo de Amasawa et al. (2017) sobre o impacto ambiental de e-readers versus livros em papel produziu resultados mistos, fortemente dependentes do comportamento do consumidor. E-readers só alcançaram um Potencial de Aquecimento Global (PAG) menor por livro se o usuário lesse mais de sete e-books anualmente e por menos de 1,66 horas por dia. Por outro lado, usuários de tablets, que tipicamente leem menos de nove e-books anualmente, frequentemente incorreram em um PAG por livro maior do que aqueles que liam exclusivamente livros em papel. Isso destaca
como o número de livros lidos e o tempo de leitura alteram drasticamente a pegada ambiental, sugerindo que, para sessões de leitura mais longas, a pegada “fixa” do impresso pode ser mais sensata ecologicamente.
LEITURA NA ERA DIGITAL:
COMPREENSÃO, ENGAJAMENTO E ESCOLHA
Apesar da presença onipresente das telas digitais, a literatura acadêmica sugere consistentemente que a mídia impressa desempenha um papel fundamental e muitas vezes superior na facilitação da compreensão da leitura. O material impresso oferece benefícios e atributos distintos como o engajamento tátil, as pistas de memória espacial e a redução de distrações , que os formatos digitais não replicam totalmente, especialmente para uma leitura mais profunda, focada e analítica.
O relatório da Intergraf mostra que a mídia digital expande a definição de leitura, oferecendo elementos interativos, integração multimídia e acessibilidade incomparáveis. No entanto, afirma que o digital não substitui, e talvez não deva substituir, as funções essenciais de um livro ou documento impresso. Em vez disso, ambos os formatos oferecem vantagens únicas e atendem a diferentes contextos de leitura, sugerindo uma relação de complementaridade em vez de substituição total.
A SINERGIA ENTRE IMPRESSO E DIGITAL
Embora o marketing digital tenha se tornado inegavelmente um pilar das estratégias de negócios, beneficiando-se de seus elementos interativos e vasto alcance, a pesquisa demonstra que o marketing impresso mantém uma importância significativa. Longe de ser uma relíquia do passado, a impressão permanece uma ferramenta vital e complementar no sofisticado cenário de marketing multicanal da atualidade. Sua natureza tangível oferece uma conexão única com os consumidores que o digital, por si só, nem sempre consegue replicar.
O marketing impresso se destaca na criação de poderosas “sinergias de mídia”. Estudos demonstram que ele aumenta efetivamente o engajamento online, sustenta a retenção de clientes e impulsiona diretamente o comportamento de compra. Seu “poder de retenção” exclusivo permite que as ▶
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As estratégias de marketing mais eficazes aproveitam os pontos fortes únicos tanto do impresso quanto do digital, em vez de vê-los como alternativas competitivas, para criar uma jornada do cliente mais impactante e memorável. A evidência aponta para uma relação simbiótica onde a presença tangível, a credibilidade e o “poder de retenção” da impressão podem efetivamente impulsionar os consumidores para interações digitais, maximizando assim a eficácia e o alcance geral das campanhas de marketing.
ABORDANDO A EXCLUSÃO DIGITAL
Um aspecto interessante do estudo da Intergraf é que, mesmo na União Europeia, uma região com os maiores PIBs per capita, a exclusão digital permanece uma questão significativa e generalizada. Isso se estende muito além do acesso à internet; ela se manifesta criticamente em termos de “acesso, habilidades e integração” na sociedade digital. Isso significa que, mesmo que a infraestrutura exista, muitos indivíduos carecem dos dispositivos necessários, da alfabetização digital ou da capacidade de incorporar satisfatoriamente as ferramentas digitais em suas vidas diárias.
As consequências dessa persistente divisão são evidentes em vários serviços digitalizados essenciais. Isso inclui disparidades na “e-saúde” (limitando o acesso a informações médicas online, agendamentos ou telemedicina), “e-governo” (dificultando a capacidade dos cidadãos de interagir digitalmente com serviços públicos, solicitar benefícios ou acessar informações) e
“e-banking” (excluindo indivíduos de transações financeiras digitais convenientes e necessárias). A exclusão digital é uma questão crítica de equidade social que mina os benefícios universais frequentemente atribuídos à digitalização, destacando a necessidade contínua de canais de comunicação não digitais.
CONCLUSÃO
A revisão abrangente conduzida pela Intergraf sublinha que a comparação entre comunicação impressa e digital está longe de ser uma escolha simples de “ou um ou outro”. Ambas as mídias possuem vantagens únicas e propriedades distintas. A narrativa predominante da supremacia digital, particularmente no que diz respeito aos benefícios ambientais, muitas vezes negligencia dados cruciais, nuances metodológicas e os custos ocultos significativos da infraestrutura digital.
O relatório defende fortemente uma mudança de paradigma fundamental: de ver a impressão e o digital como alternativas concorrentes para reconhecer sua poderosa complementaridade. Se isso é uma realidade para uma das regiões mais ricas do planeta, a transposição deste estudo para a realidade brasileira nos indica que devemos ter cuidado nas políticas públicas de educação reforçando o uso de livros físicos, promover cada vez mais a inclusão digital de forma a não se criar um bolsão social de semialfabetizados digitais e, ao se adotar estratégias de marketing, considerar a complementariedade como uma força sinérgica que produz resultados eficientes.
Além disso, em relação aos impactos ambientais da digitalização, é importante promover uma tomada de decisão bem fundamentada e avaliar criticamente as metodologias e as premissas subjacentes dos estudos que comparam ferramentas impressas e digitais. É crucial distinguir entre os impactos ambientais “micro” (específicos do produto) e “macro” (setoriais), e reconhecer as consequências ambientais negativas da digitalização como um fenômeno global.
Bruno Arruda Mortara
FRANCESCO CROTTI
Tudo mudou na impressão de livros Um olhar atento ao novo modelo operacional
ara ilustrar uma transformação setorial, a indústria de impressão de livros pode ser um excelente exemplo. Gostaria de me concentrar nesse mercado, cujo processo de produção mudou completamente e continuará a evoluir, impulsionado principalmente por uma jornada totalmente digital. Os empreendedores da impressão de livros estiveram presentes na Drupa 2024 para compartilhar ideias e construir uma visão para essa importante indústria, atualizando-se sobre as formas mais efetivas de impressão.
Oito anos depois da última edição presencial, em 2016, e sem que fosse realizada a Drupa 2020, os fornecedores mantiveram-se ativos apresentando suas tecnologias por meio de encontros online durante o período da Covid-19 e, em seguida, com várias open houses. Os provedores de serviços de impressão (PSPs) continuaram a investir, apesar dos desafios do mercado, como a escassez de papel e a crise energética. Por outro lado, agora, mais do que nunca, é crucial gerar novas ideias, construir visões, compartilhar experiências profissionais e estabelecer conexões. A dinâmica do mercado continua a evoluir e as mudanças estruturais estão transformando profundamente a indústria gráfica. Tudo isso ficou evidenciado na Drupa 2024, com o retorno do evento presencial Uma das mudanças significativas que testemunhamos nos últimos anos está relacionada à demanda por livros. De acordo com diversas estatísticas, o volume de vendas está aumentando tanto na Europa quanto nos EUA. No entanto, livrarias e supermercados tradicionais estão perdendo participação de mercado, já que os canais de venda online e direta são cada vez mais preferidos pelos clientes, representando mais de 45% da receita total das editoras. A influência das tendências “BookTok” impulsionou certos livros da relativa obscuridade para as listas de mais vendidos, levando as editoras a reconsiderar suas estratégias de marketing, especialmente para livros de nicho. Para gerenciar essa demanda de forma eficaz, previsões seguras tornaram-se cruciais. As editoras precisam atender ao mercado no prazo, evitando impressões excessivas que superem a demanda.
A sustentabilidade no setor editorial está se tornando uma prioridade máxima. A inovação tecnológica e o uso de instalações de impressão locais ajudam a mitigar a superprodução e a sobreimpressão, além de resolver o problema das devoluções. Esses desafios também podem ser reduzidos ajustando as tiragens com base nos dados de pré-encomenda. No entanto, editoras menores podem não ter acesso a tecnologias adequadas, correndo o risco de escassez de estoque. As editoras também estão explorando maneiras de reduzir o uso de papel, como disponibilizar notas de livros e bibliografias online (acessíveis por meio de códigos QR) ou otimizar as opções de tradução para reduzir a contagem de palavras. A otimização do formato é outra opção, em que mudanças sutis no formato (por exemplo, páginas ligeiramente menores) podem reduzir significativamente o consumo de papel. Além disso, melhorar a eficiência da distribuição e otimizar o transporte são impulsionadores da sustentabilidade, exigindo forte integração de sistemas entre varejistas, editoras, distribuidores e gráficas.
Finalmente, a aceitação da impressão digital para livros tornou-se definitiva. A tecnologia jato de tinta é altamente produtiva e confiável, com um tempo de atividade padrão de 90%. O ponto de transição entre o analógico e o digital está em cerca de 6.000 cópias em preto e branco e 3.000 cópias em cores. Do ponto de vista da qualidade, muitas soluções de jato de tinta são capazes de imprimir em suportes revestidos e não revestidos, produzindo resultados comparáveis à impressão offset. No entanto, alguns fornecedores de impressão analógica, como a Timsons, saíram do mercado com as últimas impressoras Timson construídas em 2006 , tornando a transformação digital a melhor opção para a impressão de livros em um futuro próximo.
Como resultado, algumas gráficas de livros buscam novas propostas de valor e serviços, com foco na produção sob demanda de livros individuais, Acordos de Nível de Serviço (SLAs) curtos, do pedido à entrega, e integração digital com editoras e distribuidoras. Essas empresas estão investindo não apenas em equipamentos digitais, mas também em plataformas de software, acreditando
A aceitação da impressão digital para livros tornouse definitiva. Do ponto de vista da qualidade, muitas soluções de jato de tinta são capazes de imprimir em suportes revestidos e não revestidos, produzindo resultados comparáveis à impressão offset.
Muitas gráficas de livros migraram para a impressão digital, mas com uma visão limitada, concentrandose apenas na redução de custos em lugar de agregar valor aos seus clientes, essencialmente usando a tecnologia digital como um substituto analógico.
firmemente que a automação robusta é a chave para a competitividade e a lucratividade. Mas, como as gráficas podem embarcar em sua jornada digital? O mercado oferece inúmeras soluções, desde opções acessíveis até as mais caras. Embora muitas dessas soluções sejam excelentes no gerenciamento de processos específicos (por exemplo, imposição, gerenciamento de pedidos, arquivamento ou rastreamento de trabalhos), elas frequentemente exigem altos investimentos em integração e personalização. Os fornecedores digitais oferecem algumas soluções para aprimorar seus equipamentos, mas encontrar fluxos de trabalho comprovados que permitam a automação de ponta a ponta de todo o processo de impressão de livros continua sendo um desafio.
Na realidade, a automação abrange diversas funcionalidades, desde vendas até administração, da produção à logística, da segurança de dados à gestão da qualidade. Isso implica que um software de gestão empresarial de impressão de livros completo deve oferecer o seguinte:
◆ Automação no gerenciamento de contas e pedidos: em vez de depender de e-mails, chamadas e organização de ofertas, as equipes de vendas podem economizar tempo e agilizar serviços recebendo pedidos e gerando orçamentos por um portal da web.
◆ Automação no recebimento de arquivos, prontos para arquivamento e impressão.
◆ Automação na pré-impressão pré-voo: se os clientes enviarem arquivos não corrigidos, o sistema deverá emitir alertas, permitindo que os clientes corrijam os problemas por conta própria.
◆ Automação na gestão e monitoramento de trabalhos, desde a produção de livros individuais até grandes tiragens: o software deve coletar pedidos e agrupá-los de acordo com o tipo de papel, a qualidade de impressão e os requisitos de acabamento. Simultaneamente, as bobinas impressas devem ser movimentadas perfeitamente pelo processo de produção por meio de listas de trabalhos, garantindo total controle e flexibilidade na produção, desde livros individuais até tiragens maiores.
◆ Automação no rastreamento de pedidos e remessas: após a produção, os lotes devem
ser facilmente rastreáveis, permitindo que as gráficas organizem o envio, enquanto as editoras podem monitorar todas as operações.
Por fim, uma plataforma de software robusta necessita ser compatível com diferentes configurações de impressoras e equipamentos de acabamento, permanecendo independente delas.
No entanto, investir em tecnologias digitais exige profundo conhecimento de TI em nível empresarial e a criação de um forte departamento interno de TI. Poucas gráficas possuem tais capacidades. Normalmente, essas empresas se originaram do setor de impressão transacional, mas frequentemente enfrentam dificuldades para se aventurar além de suas zonas de conforto, apesar da queda nas receitas. Além disso, muitas gráficas de livros migraram para a impressão digital, mas com uma visão limitada, concentrando-se apenas na redução de custos em lugar de agregar valor aos seus clientes, essencialmente usando a tecnologia digital como um substituto analógico.
Outras gráficas embarcaram em suas próprias iniciativas. Essas empresas voltadas para a inovação, como a Rotomail na Itália, conseguiram introduzir soluções aplicadas no mercado antes de outras, alavancando o que essencialmente já estava disponível como ideia, e a tornaram realidade com uma solução aplicada caseira, a Bronte. Essas empresas promovem um ambiente amigável, de mente aberta e curioso, porque a verdadeira inovação começa com o engajamento de pessoas dentro e fora da organização. Para elas, as parcerias representam oportunidades reais.
No mercado de impressão de livros, construir relacionamentos e parcerias será estratégico. A digitalização continua a acelerar, com a automação desempenhando um papel significativo por meio de desenvolvimentos de software que orquestram componentes fornecidos por diversos fornecedores.
Francesco Crotti
Consultor de negócios liderando projetos em impressão digital, embalagens e têxteis, desde 1997, para organizações como Xerox, Kodak e HP.
O pulso da indústria gráfica
Ondas Impressas mergulha nas tendências e desafios do setor, da expansão asiática à sustentabilidade nas embalagens.
Os episódios mais recentes do primeiro podcast independente do universo da impressão trazem discussões aprofundadas e a visão de especialistas que compartilham suas experiências. A série de episódios recentes, entre junho e agosto, começou com uma imersão no cenário global no programa Impressão made in China: potência ou ameaça?. A jornalista Tânia Galluzzi e o consultor Hamilton Costa conduzem uma conversa com Carla Geraldo, da Firjan Senai, e Valter Zanacoli, da Editora Vozes, explorando o avanço da automação e da robotização no maior parque gráfico do mundo. Os convidados analisaram o impacto no mercado brasileiro, especialmente na impressão de livros infantis, e destacaram que “o papel do governo chinês no incentivo à modernização industrial é um ponto de reflexão para o Brasil”.
Em seguida, o episódio Venda híbrida: como usar o melhor dos dois mundos aborda os desafios comerciais em um mercado em constante reinvenção. Lorena Depizzol, diretora comercial da gráfica Ingral, e Felipe Nasser, especialista em neuromarketing, discutiram a reinvenção do processo de vendas. Lorena compartilhou a bem-sucedida experiência da Ingral na automação, mostrando como “a empresa conseguiu escalar o atendimento e manter a proximidade com o cliente através de ferramentas online e automações inteligentes”. Felipe ressaltou a importância de mapear o processo antes de automatizar, garantindo que a tecnologia seja uma aliada e não um investimento em vão.
O programa seguinte, O que contam os números, traz uma análise do cenário atual com base em pesquisas recentes, como a Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2024. Rodrigo Abreu, CEO da Alphagraphics Brasil, enfatizou que “a inovação não se resume à adoção de ferramentas digitais, exigindo uma mudança de mentalidade, a adaptação de processos e uma gestão focada em valor”. Ele defendeu o diferencial do material físico em um ambiente digital saturado, onde a experiência tátil e a ausência de distrações oferecem uma conexão mais profunda e atenciosa com o público.
A sinergia na cadeia de embalagens é o tema de Quando a marca e o fornecedor se conectam. Gustavo Silva, gerente comercial e de marketing da Blendpaper, e Fernando Furlani, coordenador de desenvolvimento de embalagens da Natura, mostram como a colaboração impulsiona a sustentabilidade. Fernando destaca que “conectar soluções inovadoras e disruptivas no início do projeto permite mais tempo de fazer testes, de validar um conceito”.
Fechando esse ciclo de análises, Rótulos e o agronegócio explora o potencial do setor agro para a indústria gráfica e de conversão. Juliana Maia, CEO da Maiagraf, Mariana Martins Maia, diretora comercial da Maiagraf, e Kurts Campos, da Arcad Química, discutem a produção de rótulos-bula e os desafios operacionais. O episódio aborda a representatividade do agronegócio no PIB brasileiro e o debate crucial sobre a substituição da bula impressa por QR Codes, um ponto de atenção para o produtor rural. Em formato podcast e videocast, os programas estão disponíveis nas principais plataformas de streaming de áudio, no YouTube e no site www.ondasimpressas.com.br.
Lucas Lenci
Vale o impresso
Abusca de todo artista é, em sua essência, despertar emoções. Para o fotógrafo Lucas Lenci, essa premissa se concretiza na exploração de um sentimento particularmente pungente em nosso tempo: a solidão. Em sua obra, o silêncio e os vazios não são ausências, mas recursos potentes que convidam à introspecção. Sua assinatura artística é a solitude, instigando o observador a uma experiência profunda e muitas vezes melancólica.
Nascido em São Paulo em 1980, Lenci trilhou um caminho singular até a fotografia. Embora seu avô, Peter Scheier1, tenha sido um fotógrafo renomado, cujo acervo pertence hoje ao Instituto Moreira Salles, a escolha de Lucas não veio por influência familiar. Sua formação inicial em Design Industrial, contudo, revelou-se um alicerce fundamental. Dali,
Lenci extraiu noções de proporção, composição e peso, elementos que se tornaram intrínsecos à sua linguagem visual. Já com o curso de Fotografia, na Escola Panamericana de Arte, a fascinação pela máquina fotográfica, pelo filme, pelo processo de produção da imagem foram os elementos que determinaram seu caminho profissional.
1 Nascido em Glogau, na Alemanha, em 1908, e de origem judaica, Peter Scheier mudou-se para o Brasil em 1937, fugindo da ascensão do nazismo em seu país. Morando em São Paulo, o fotógrafo trabalhou num frigorífico antes de se iniciar na profissão pela qual ficaria conhecido. Scheier vendia cúpulas de abajur quando decidiu realizar um catálogo fotográfico que suavizaria o trabalho de carregar as amostras. Acabaria descobrindo que fotografar as mercadorias era mais lucrativo e mais interessante do que vendê-las: havia espaço na cidade para um fotógrafo com senso estético inato e passado europeu. (Fonte: IMS)
Da fotografia autoral à coordenação editorial, Lucas Lenci revela como a materialização das emoções guia seu trabalho, no qual o objeto livro é ferramenta essencial.
Tânia Galluzzi
FOTOGRAFIA AUTORAL
Sua passagem por uma produtora em São Paulo, onde atuou como produtor de fotografia, enriqueceu sua bagagem. Em vez de assistir a um único fotógrafo, ele observava diferentes estilos e especialidades, desenvolvendo uma mentalidade de resolução de problemas. A breve, mas intensa, experiência em Nova York, trabalhando para bancos de imagem, aprofundou seu olhar comercial e sua capacidade de unir técnica e criatividade. De volta ao Brasil, após um período dedicado a projetos comerciais como relatórios anuais, Lucas Lenci foi paulatinamente concentrando seu tempo na fotografia autoral. A paixão pela materialização da imagem, especialmente em livros, revela a fusão de suas habilidades. Além de seus próprios fotolivros sete ao todo, lançados em vários
países, incluindo França, Áustria e Estados Unidos , Lucas atua como coordenador editorial, tendo produzido mais de 30 livros. “O livro para mim é um instrumento de trabalho.” Essa frase sublinha a importância do objeto impresso como veículo de sua arte. Seus projetos, como o Alpha Cities, que une digitalmente duas imagens para explorar a dicotomia natureza-cidade, ou Still Life, a série dos pássaros que levou cinco anos para ser concluída, demonstram a intensidade de sua imersão. A experiência na galeria Fotospot, cofundada por ele em 2010 com o objetivo de democratizar o acesso à fotografia, foi mais um elemento a refinar sua linguagem autoral, explicitada, por exemplo, na série Desáudio e sua assinatura visual única em meio à diversidade de temas.
Atualmente, Lucas Lenci se dedica a duas séries que prometem seguir o mesmo rigor. Oásis, que explora a relação das pessoas com a margem e o limiar entre terra e água, mantendo a linguagem da solitude; e Inattention Era, já exposta na Alemanha e premiada no Leica Oskar Barnack Award, que investiga o excesso de informação na era dos LEDs. Ambos os projetos, como é característico na obra do fotógrafo, estão destinados a se transformarem em livros e exposições.
Se não bastassem os problemas internos . . .
Seria muito simples se fosse só produzir e vender, imprimir e entregar. Mas a saga do empresário gráfico, e do mercado editorial, sujeita-se, nesse estranho contexto político, econômico, nacional e internacional, a sofrer as conseqüências, isso mesmo, sofrer as conseqüências de ações, palavras e omissões, novas tecnologias, velhas manias, que afetam o negócio, a empresa, os investimentos e a geração de emprego e renda.
Exemplos não faltam. O espaço é curto, mas a tal inteligência artificial, conduzida por humanos, caminha ao lado da política nacionalista, agressiva, arrogante, do presidente Trump, como se a América Latina fosse o quintal da Casa Branca.
Além de efeitos variados no dia a dia empresarial, vê-se, também, internamente, o Congresso Nacional afastar-se do tempo em que projeto bom para o País, independente de sua origem, avançava até transformar-se em norma legal.
Exemplos são muitos, mas me deterei em apenas um, que extravasa os limites da atividade fundamental da indústria gráfica, situando-se de forma positiva na execução do principal programa de promoção à elaboração e distribuição de livros didáticos para potencializar seus impactos positivos à sociedade, na geração de emprego e renda no Brasil.
A referência é para o PLC 137 de 2018, aprovado na Câmara dos Deputados, que segue adormecido na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, desde então. O Projeto foca no PNLD (Plano Nacional de Livros Didáticos) que é uma política de Estado com alto impacto social e orçamentário. Em 2024, por exemplo, o MEC reportou R$ 2,1 bilhões investidos na compra de 194,6 milhões de exemplares, beneficiando cerca de 31 milhões de estudantes da educação básica, números que evidenciam a magnitude da demanda pública.
O mencionado Projeto de Lei focou a grandeza da demanda pública, a qual, no caso, alavanca encadeamentos produtivos domésticos (papel, tintas, logística, acabamento, manutenção de máquinas e serviços auxiliares). Focou combatendo o que já ocorreu em alguns momentos da nossa história, qual seja, a impressão de livros didáticos fora do País, com base em dois argumentos simples: “a edição de livros para o PNLD, financiados por recursos orçamentários, além daqueles livros de arte incentivados pela Lei Rouanet, serão obrigatoriamente impressos dentro de nosso país, gerando emprego e rendas”.
Ao assegurar que essa demanda permaneça no território nacional, o PLC potencializa empregos formais, tributos na cadeia (Pis/Cofins/ICMS nas entradas e serviços correlatos), capacitação técnica e inovação (automação, impressão de alta tiragem e soluções de rastreabilidade). Em síntese: trata-se de usar o poder de compra do Estado para maximizar o valor adicionado doméstico.
Adicionalmente, é importante destacar que o setor gráfico brasileiro possui hoje capacidade instalada superior à demanda anual do PNLD, com maquinário de última geração, certificações internacionais e mão de obra qualificada. Para arrematar: incentivos fiscais e recursos orçamentários devem gerar emprego e renda em nosso país, esse gigante chamado Brasil.
Roberto Nogueira Ferreira
Consultor da Abigraf Nacional em Brasília, DF roberto@rnconsultores.com.br
Foto: Joanna Marini
ROBERTO NOGUEIRA FERREIRA
Texto: João Scortecci
Quando o acaso inventa engenhocas
Alista de invenções frutos do acaso é grande. Acidentes acontecem! Descuidos, enganos e movimentos não planejados acabam, vez por outra, revelando ideias incríveis, descuidos da genialidade, que proporcionaram no tempo grandes descobertas para a humanidade.
A lista é imensa! Alguns exemplos: borracha vulcanizada, insulina, cookies de chocolate, Super Bonder, Raio X, LSD, penicilina, Teflon, Viagra, picolé, Sacarina, Velcro, Coca-Cola, micro-ondas, vidro blindado, vaselina, palito de fósforo, batata chips, dinamite, marca-passo, filme plástico e, no mundo gráfico, as impressoras offset. Esta descoberta ao acaso coube ao empresário norte-americano Ira Washington Rubel (1860–1908), proprietário da fabricante de papel Ira Washington Rubel, de Nutley, New Jersey, USA.
Entre os anos de 1903 e 1904, a empresa desenvolveu o primeiro sistema offset litográfico para impressão em papel. A inspiração foi um acidente de “esquecimento”.
Ao operar sua impressora litográfica, Ira Rubel percebeu que, se não inserisse o papel na máquina, a placa de pedra acabava transferindo a imagem para o cilindro de impressão de borracha. E quando, então, colocava o papel na máquina, a imagem era impressa dos dois lados do papel. Ficando assim: uma imagem era obtida da placa de pedra, e outra, do cilindro de impressão de borracha Percebeu, ainda, que a imagem impressa pelo lado da borracha macia e de boa qualidade era muito mais nítida.
A primeira impressora offset de impressão indireta com base em cobertura de borracha criada por Ira Rubel foi operada durante um ano, quando, então, foi vendida para a Union Lithographic Company, pelo valor de 5 mil dólares O equipamento entrou em operação somente no ano de 1907, depois de ter sobrevivido a um terremoto em São Francisco, USA, em 1906, e, também, a um incêndio nas proximidades do cais de Oakland, em 1907.
Já disse: acidentes bons acontecem! A engenhoca criada por Ira Rubel possibilitava imprimir três mil cópias em uma hora, superando tudo o que, até então, existia nas artes gráficas. Em menos de 50 anos, a impressão offset substituiu as tecnologias de impressão tipográfica e se tornou o processo de impressão mais comum em todo o mundo.
Hoje, como a tecnologia de impressão digital, a impressão offset perdeu espaço. A impressora offset original de Ira Washington Rubel fruto do acaso está preservada no Smithsonian Institution, maior complexo de museus, educação e pesquisa do mundo, em Washington, DC. RAÍZES
João Scortecci Editor, gráfico e livreiro. scortecci@gmail.com
A impressão do arco-íris
Em um livro de colorir, que ganhei de presente para minha neta, encontrei o desenho de um arco-íris, ainda por colorir, pedindo para ser iluminado. É o que farei.
Apalavra “ordem” significa disposição ordenada das coisas. Gosto dela, mesmo diante do caos, do incerto, do imprevisível, do arbitrário que assolam o mundo. “Para sair do buraco, precisamos parar de cavar”, diz o ditado popular, sugerindo que, para resolver um problema ou muitos, é preciso identificar e interromper as ações que estão agravando a situação.
Para este editorial, recorri ao pensamento amplo e liberto do Iluminismo, movimento cultural e filosófico europeu dos séculos XVII e XVIII, que valorizava a razão, a ciência e as liberdades individuais, como meios de superar o obscurantismo e as injustiças sociais.
Viajando no tempo, tornei-me adulto e, mais recentemente, um idoso. Folheando páginas de um livro de colorir que ganhei de presente para a minha neta , encontrei no miolo o desenho de um arco-íris, ainda por colorir, pedindo para ser iluminado. É o que farei.
PEDEM-ME, SEMPRE, PARA ESCREVER ALGO POSITIVO, DESAFIADOR, ILUMINADO DE SONHOS E ESPERANÇAS. É O QUE FAÇO.
Não satisfeito, reli trechos da obra Depois do Futuro, do filósofo e ativista italiano Franco Berardi (Ubu Editora, 2019), em que o autor repassa as vanguardas do século XX para mostrar como o futuro, até os anos 1970, era visto com esperança e confiança.
Tive o privilégio de viver minha adolescência no esplendor dos anos 1970. Aprendi isso ainda criança de tudo que, desenhando e pintando um arco-íris numa folha de papel, estaria construindo uma armadura, selando contra o caos as indisposições da vida, o desalinho do mal, as doenças, o obscurantismo e as injustiças sociais. Estaria alado e iluminado pássaro na curva do tempo , voando liberto na ordem das coisas, no magma do arco-íris, até o baú das riquezas, da generosidade e dos sonhos da alma.
No editorial da Revista Abigraf importante espaço da indústria gráfica pedem-me, sempre, para escrever algo positivo, desafiador, iluminado de sonhos e esperanças. É o que faço. E pretendo fazê-lo, enquanto acreditar na singularidade mística do arco-íris, no vindouro, no depois do futuro. Desconfio dos homens, mas acredito na humanidade! Entregarei de presente para a minha neta o livro com a impressão do arcoíris já iluminado, com as cores da esperança, do pensamento livre e da justiça social. É o que farei.
scortecci@gmail.com
JoãoScortecci
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica Regional São Paulo (Abigraf‑SP)
IMPRESSÃO DE PAPELÃO ONDULADO? AGORA É POSSÍVEL!
DIGA ADEUS ÀS FALHAS E DESPERDÍCIOS E DÊ BOAS-VINDAS A UMA PRODUÇÃO PRECISA, ESTÁVEL E DURADOURA.