

INFORMAÇÃO COM CREDIBILIDADE

DE SÃO PAULO PARA O MUNDO: O IMPACTO SOCIAL POR TRÁS DA OBRA DE EDUARDO KOBRA
A antiga estação ferroviária de Itu está sendo restaurada para abrigar a sede do Instituto Kobra, um projeto que marca uma nova etapa da atuação do artista na formação de novos talentos e na democratização da arte. Com oficinas, atividades culturais, ações educativas e intercâmbios com artistas do Brasil e do mundo, o Instituto pretende transformar o espaço em um polo de inovação social, ampliando o acesso de crianças, jovens e comunidades à arte urbana e aos valores de inclusão que sempre marcaram a trajetória de Kobra.
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STARRETT: 50 ANOS DE DESENVOLVIMENTO EM ITU

A unidade da Starrett em Itu completa meio século, consolidando uma história que influenciou diretamente o crescimento econômico do município. Ao longo de cinco
décadas, a empresa gerou empregos, qualificou mão de obra local, investiu em modernização e ajudou a inserir a cidade em uma cadeia produtiva global. Mais do que celebrar um marco corporativo, o
ESCOTEIROS UTU-GUAÇU CELEBRAM 55 ANOS DE HISTÓRIA
O Grupo Escoteiro Utu-Guaçu completa 55 anos de atuação contínua, sendo referência em educação não formal e construção de valores entre diferentes gerações de jovens ituano. Com trabalho voluntário e atividades que estimulam cidadania, lide-
rança, disciplina e convivência, o grupo se mantém como uma das instituições mais importantes da cidade. A celebração da data reforça o papel do escotismo como agente de transformação social e como espaço de aprendizado para toda a vida.
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aniversário simboliza a força de um setor industrial que se manteve resiliente, competitivo e relevante, contribuindo para a projeção de Itu no cenário nacional.
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A ARTE QUE TRANSFORMA
Nesta edição, inauguramos um foco especial sobre a potência cultural que hoje pulsa em Itu: a chegada e a consolidação do trabalho de Eduardo Kobra, cuja trajetória transforma paisagens urbanas e vidas. Mais do que celebrar grandes murais e recordes internacionais, trazemos a história de um artista que converte fama em responsabilidade social e que escolheu nossa cidade para erguer a sede de um projeto que promete expandir e profissionalizar o acesso à arte.
O Instituto Kobra já nasce como um capítulo relevante na cena cultural local e regional. A obra de Kobra, reconhecida em museus, avenidas e fachadas pelo mundo, ganha aqui um caráter de plataforma: galpões históri-
cos da Estação de Itu estão sendo restaurados com apoio de parceiros para abrigar oficinas, visitas guiadas, programas de formação e intercâmbios com artistas nacionais e estrangeiros. É uma aposta que combina patrimônio, educação e economia criativa e que, se bem-sucedida, colocará Itu em destaque como polo de arte urbana na América Latina.
O que torna o movimento de Kobra particularmente importante não é apenas o tamanho de seus painéis, mas a coerência entre obra e ação.
Projetos como a Galeria Circular, as campanhas de apoio humanitário durante a pandemia e as iniciativas que levaram sua arte à ONU mostram um itinerário onde estética e propósito
• imagem da semana
andam juntos. Aqui em Itu, essa plataforma se efetiva: o espaço em recuperação não será apenas sede institucional, mas um motor de contrapartidas sociais com foco em crianças, jovens e comunidades em situação de vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, a ambição de atrair artistas do mundo inteiro pode abrir janelas de trabalho e renda para talentos locais, uma promessa de impacto que dialoga com o desenvolvimento sustentável da cidade.
Há um fio condutor entre indústria, cultura e comunidade: a construção de oportunidades. Seja por meio de investimento produtivo, seja pela formação artística, o que se vê é um esforço coletivo para transformar infraestrutura em plataforma de desenvolvimento hu-

• bastidor regional
Pastora Sandra Alves recebe Título de Cidadania Ituana em sessão solene no dia 8 de dezembro

A Câmara de Vereadores da Estância Turística de Itu realizará, no dia 8 de dezembro, a sessão solene que concederá o Título de Cidadania Ituana à Pastora Sandra Aparecida de Souza Alves. A cerimônia será às 19h, no plenário da Câmara, e marca o reconhecimento oficial aos serviços prestados pela homenageada, que consolidou forte vínculo com o município por meio de ações sociais, atividades religiosas e participação ativa em iniciativas de amparo à população, especialmente mulheres em situação de vulnerabilidade. A honraria foi proposta pelo vereador Hurreberton Aparecido dos Santos Pereira, Rebert do Gás, por meio do Projeto de Decreto Legislativo nº 22/2025. A justificativa
destaca a relevância da atuação da pastora e seu papel de inspiração, especialmente entre mulheres negras e jovens que buscam representatividade nos espaços de liderança comunitária e política.
Sandra Alves nasceu em Porto Feliz, em 4 de outubro de 1966, e mudou-se ainda bebê com a família para Boituva. Sua trajetória inclui desafios que moldaram seu trabalho futuro, como períodos de vulnerabilidade e o enfrentamento da dependência do alcoolismo. Mãe solo de Jônatas Alves, avó de João Pedro e Lara Luiza, encontrou na fé e nos ensinamentos bíblicos o ponto de virada que direcionou sua vida ao serviço comunitário.
mano. O Instituto Kobra, com sua proposta de educação, ocupação cultural e intercâmbio, surge como peça-chave nessa engrenagem; uma ponte entre o legado do grafite urbano e políticas locais de inclusão.
Ao acompanhar as histórias desta edição, esperamos que o leitor reconheça a força de uma cidade que sabe acolher e projetar. A presença de Eduardo Kobra em Itu não é apenas um fato de visibilidade; é uma oportunidade de reinventar espaços, formar públicos e criar trajetórias. E, se a arte pode transformar muros em memória e perguntas, que ela também transforme oportunidades em caminhos reais para quem ainda não encontrou a sua vez. Boa leitura.

Joias da família
Habsburgo, incluindo o lendário diamante Florentino, reaparecem após um século ocultas em um cofre no Canadá, onde foram levadas durante a fuga do regime nazista.
• giro pelo mundo
Chanceler alemão provoca polêmica ao dizer que jornalistas “ficaram felizes” por deixar Belém
O chanceler alemão Friedrich Merz voltou a provocar controvérsia internacional após declarar que jornalistas que o acompanharam na COP30, em Belém, “ficaram contentes por ter retornado” à Alemanha. A fala, vista como desrespeitosa, gerou reação imediata nas redes sociais e ampliou críticas ao líder alemão, já conhecido por declarações consideradas xenófobas e embaraçosas.
Merz tem acumulado episódios polêmicos. Recentemente, classificou imigrantes como “problema de paisagem urbana” e insinuou que a situação “se agrava depois de escurecer”, o que lhe rendeu acusações de racismo. Antes disso, foi criticado ao afirmar que Israel faz o “trabalho sujo” do Ocidente ao atacar o programa nuclear iraniano, declaração que rompeu com a tradição diplomática alemã.

GRUPO ESCOTEIRO UTU-GUAÇU CELEBRA 55 ANOS DE TRADIÇÃO, SERVIÇO E FORMAÇÃO DE GERAÇÕES EM ITU

O Grupo Escoteiro Utu-Guaçu, o mais antigo em atividade nas cidades de Itu, Salto e Indaiatuba, chega aos seus 55 anos celebrando uma história marcada por voluntariado, educação e profundo impacto social. Para marcar a data, o grupo se prepara para um evento especial que reunirá diferentes gerações de escoteiros, reviverá memórias e renovará o compromisso com os valores que sustentam o movimento há mais de meio século. À frente da presidência está Fernando Henrique Fogaça, que destaca a importância do legado deixado e a força da comunidade que mantém o grupo vivo desde 1970.
A trajetória do Utu-Guaçu teve início em 4 de agosto de 1970, quando um grupo de voluntários formado por Alírio Savioli Stipp, Ahtnilo Teixeira Taveira Guimarães, Décio Luiz Guitte, Celso Calegari, César Ceminelli, Primo Menabó e José Carlos Bruni reuniu-se para discutir a criação de um grupo escoteiro em Itu. A proposta se consolidou poucos meses depois, em 29 de novembro de 1970, data da primeira promessa escoteira e marco oficial de fundação do Grupo Escoteiro Utu-Guaçu 214-SP.
O nome escolhido carrega a identidade local: Utu-Guaçu vem do tupi e significa “grande queda d’água”, uma referência às antigas cachoeiras do rio Tietê mencionadas pelos povos originários da região. Desde o início, o objetivo principal sempre foi oferecer aos jovens um ambiente saudável, educativo e transformador, no qual pudessem desenvolver caráter, autonomia, liderança e senso de comunidade. Ao longo de sua história, o grupo enfrentou desafios típicos de instituições voluntárias, como manter estrutura e captar recursos, além de mudanças sociais e geracionais. O período da pandemia também exigiu reinvenção, com atividades online, adaptação metodológica e um esforço coletivo para manter os jovens conectados.
Entre os momentos mais marcantes, o presidente cita as primeiras atividades na sede da Rua Joaquim Borges, as mudanças de espaço, as participações em Jamborees,
grandes eventos nacionais e internacionais, a conquista da sede própria e os inesquecíveis Fogos de Conselho que reuniram escoteiros de diferentes épocas.
Impacto que atravessa gerações
Ao longo de cinco décadas e meia, o escotismo no Utu-Guaçu ajudou a formar jovens mais conscientes e preparados para a vida. A proposta pedagógica, baseada em aprendizagem pela ação, espírito de equipe e responsabilidade social, deixa marcas profundas.
“O escotismo transforma. Muitos dos valores vividos aqui acompanham os jovens por toda a vida”, afirma Fogaça. Os pilares de honestidade, respeito, solidariedade, serviço ao próximo e amor pela natureza continuam sendo os valores mais celebrados pelo grupo.
A influência do Utu-Guaçu se reflete no sucesso de ex-integrantes que hoje se destacam em áreas como educação, saúde, empreendedorismo, liderança comunitária e serviço público. Muitos deles, mesmo adultos, mantêm vínculo com o grupo, participando de eventos ou apoiando como voluntários.
Atualmente, o Grupo Escoteiro Utu-Guaçu reúne cerca de 90 associados, sendo 65 jovens distribuídos nos ramos Alcateia, Tropa Escoteira, Tropa Sênior e Clã Pioneiro, além de 25 adultos voluntários que formam o corpo de chefes e diretoria.
As atividades permanecem fiéis à essência do escotismo, com contato com a natureza, acampamentos, oficinas práticas, ações comunitárias e vivências de liderança. Ao mesmo tempo, o grupo incorporou novas metodologias educativas, tecnologias e protocolos de segurança, modernizando o programa sem abandonar suas tradições.
Comemorar 55 anos, segundo Fogaça, é celebrar uma trajetória de compromisso, resiliência e continuidade. “Honramos aqueles que construíram o Utu-Guaçu até aqui e renovamos nosso propósito de educar jovens pelo método escoteiro.”
A comemoração deste ano promete emoção e reencontros. Homenagens, ativi-







dades especiais e apresentações marcarão o evento, pensado para integrar antigas e novas gerações. Um dos momentos mais simbólicos será o Fogo de Conselho, ritual tradicional do escotismo que representa união, fraternidade e memória coletiva.
“Durante o fogo, histórias são compartilhadas, canções ecoam e a essência do movimento se manifesta”, descreve Fogaça. Na celebração dos 55 anos, esse ritual simboliza o elo que conecta passado, presente e futuro do grupo.
O futuro do Utu-Guaçu
Para os próximos anos, o foco do grupo é fortalecer ainda mais sua estrutura, ampliar a formação de voluntários adultos, aprimorar o programa educativo e investir em projetos sociais e ambientais. Melhorias na infraestrutura também fazem parte dos planos para garantir experiências ainda mais completas aos jovens.
Outra meta é seguir promovendo o escotismo como um ambiente seguro, acolhedor e significativo, atraindo novas famílias e mantendo viva a chama do movimento. Atividades abertas, ações sociais e integração com a comunidade devem intensificar essa aproximação.
A mensagem final deixada pela presidência resume o espírito do Utu-Guaçu:
“Nossa gratidão a todos que dedicaram seu tempo, talento e amor ao grupo ao longo desses 55 anos. E nosso convite para que novas pessoas se juntem a nós nessa grande trilha. No Utu-Guaçu, construímos muito mais do que memórias; construímos caráter, amizades e um legado que atravessa gerações.”
Assim, o Grupo Escoteiro Utu-Guaçu celebra não apenas o passado que o trouxe até aqui, mas a continuidade de uma missão que segue transformando vidas e fortalecendo laços na comunidade ituana.

EDUARDO KOBRA: A ARTE QUE ULTRAPASSA O MURO
Jornalismo: Mariane Belasco | Diagramação: Ramon Marroni | Fotografia: Acervo
Muralista fala sobre o Instituto Kobra, sua trajetória e como a arte tem se tornado ferramenta de transformação social
Eduardo Kobra é hoje um dos artistas urbanos brasileiros mais reconhecidos no mundo, mas sua relação com a arte começou muito antes de ganhar grandes proporções. Nascido e criado na periferia da zona sul de São Paulo, ele teve na rua seu primeiro ateliê e nas paredes o primeiro espaço de expressão. O que surgiu como forma de ocupação criativa das calçadas e vielas, em uma época em que o grafite ainda lutava por reconhecimento, transformou-se ao longo dos anos em uma trajetória poderosa, marcada por estética vibrante, técnica apurada e uma mensagem profundamente humana. Kobra alcançou projeção internacional ao levar para edifícios e superfícies monumentais murais que combinam cores intensas, geometria característica e retratos de figuras históricas, ícones culturais, lideranças sociais ou personagens comuns que, de alguma forma, representam histórias que precisam ser contadas. Suas obras já podem ser vistas em diversos países e se tornaram símbolos de sensibilização, memória e reflexão, alcançando públicos que muitas vezes não visitariam museus ou galerias tradicionais. Para o artista, a rua sempre foi o território mais democrático da arte, o lugar onde a obra não pede convite para ser vista e onde todos podem se identificar com o que está diante dos olhos.
Ao longo de sua carreira, Kobra sempre dedicou parte de seu tempo a ações sociais, visitas a instituições, conversas com jovens e iniciativas que valorizavam a educação, o acesso à cultura e o resgate da autoestima de comunidades. Em 2021, porém, essas ações ganharam nova dimensão com a criação do Instituto Kobra, entidade que passou a organizar, ampliar e estruturar projetos sociais e educativos de forma contínua. Desde então, o Instituto tem desenvolvido atividades voltadas a crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, especialmente moradores de regiões periféricas, oferecendo oficinas de arte, visitas, exposições, palestras e outras ações que aproximam essas comunidades do universo da cultura.
O objetivo central é mostrar que a arte pode abrir caminhos concretos de transformação de vida, funcionando como expressão, acolhimento, formação e até porta de entrada para possibilidades profissionais. As oficinas oferecidas
pelo Instituto mostram que lápis, tinta e pincel podem virar ferramentas de autonomia, escuta e construção de identidade. Jovens que muitas vezes nunca haviam entrado em um espaço cultural encontram no projeto um lugar onde sua experiência de vida, sua história e sua realidade são reconhecidas e valorizadas. Mais do que produzir muralistas ou artistas plásticos, o Instituto busca construir cidadãos mais conscientes, preparados e inseridos em um contexto social que raramente lhes oferece oportunidades.
O trabalho também inclui apresentações culturais, participação em eventos, ações de impacto social, painéis artísticos com temáticas importantes e encontros com a comunidade. Cada projeto nasce do entendimento de que a arte não precisa apenas decorar; ela pode desestabilizar, provocar, tocar e fazer pensar. Para Kobra, a sensibilidade estética sempre esteve acompanhada de uma responsabilidade ética: a de usar sua visibilidade como ponte para que outras histórias ganhem voz. Foi esse princípio que o guiou em murais que retratam lutas, causas humanitárias e personagens que marcaram a história com coragem, resistência e inovação.
A criação do Instituto não apenas fortaleceu essas iniciativas, como também aproximou uma equipe multidisciplinar com educadores, artistas, produtores e coordenadores que hoje dão sustentação aos projetos. A organização sistematiza o que antes acontecia de forma pontual e amplia o alcance para escolas públicas, instituições sociais, comunidades e grupos que antes teriam muito mais dificuldade de acessar atividades culturais desse porte. Com isso, o Instituto Kobra se tornou uma entidade que opera na intersecção entre arte, cidadania e transformação humana, alinhando o gesto estético ao impacto social de maneira permanente.
A trajetória do artista também influencia diretamente a condução dos projetos. Vindo da periferia e vivenciando de perto a ausência de estímulos culturais formais na infância e adolescência, Kobra sabe o quanto a falta de acesso pode limitar horizontes. É por isso que ele faz questão de lembrar que, antes de técnicas e métodos, é preciso uma experiência verdadeira de acolhimento, pertencimento e inspiração. Muitos jovens que entram

em contato com o Instituto encontram ali pela primeira vez a sensação de que seus sonhos são possíveis e de que existem caminhos que podem ser construídos com esforço, criatividade e apoio. Nesta entrevista em formato ping-pong, o artista reflete sobre essa caminhada, comenta a força da arte como instrumento de mudança, fala sobre a importância das ações educativas, sobre as transformações que têm teste -
munhado na vida dos participantes e sobre como enxerga o papel do artista no contexto social atual. O leitor encontra neste material uma conversa que atravessa memória pessoal, vocação, responsabilidade coletiva e o compromisso permanente com a construção de um futuro em que a arte esteja presente não apenas como imagem, mas como agente ativo de transformação, educação e cidadania. Confira:

Mural de Kobra na ONU, em Nova York, destaca a urgência de cuidar do planeta para as próximas gerações.
Jornal Agora: Você chegou a Itu durante a pandemia. Como foi esse processo de mudança e o que te trouxe para cá?
Eduardo Kobra: Foi durante a pandemia. Eu sempre tive vontade de sair de São Paulo, mas estava muito preso à cidade, porque foi lá que consolidei minha carreira, meus primeiros trabalhos e clientes. Tinha o desejo de viver em um lugar mais tranquilo, mas não conseguia me desligar. Porém, naquele período, vivi um episódio muito difícil: minha esposa estava grávida da nossa filha Catarina, ela nasceu e faleceu apenas 12 horas depois. Aquilo nos abalou profundamente e decidimos sair de São Paulo. Como eu já frequentava Itu antes, sempre vindo para hotéis-fazenda e locais próximos para descansar, decidimos ficar aqui. Me surpreendi com o acolhimento da cidade e comecei a descobrir muitas oportunidades, como o Museu Fama. Aos poucos, encerrei o escritório e o ateliê que eu mantinha no Beco do Batman e montei tudo em Itu. Depois participamos da concorrência pública para ocupar esse espaço (Estação de Itu onde será a futura instalação do Instituto Kobra) e vencemos. Então entendi que o propósito estava aqui.
Jornal Agora: Você vem de uma origem periférica em São Paulo. Como essa vivência influenciou sua trajetória e o trabalho do Instituto?
Eduardo Kobra: Influenciou em todos os aspectos. Eu me considero um privilegiado por ter vivido ali, porque foi onde desenvolvi minha visão de mundo, minhas bases e meus valores. Mas também enfrentei muitas dificuldades. Como muitos jovens da periferia, via pessoas talentosas que não tinham nenhuma oportunidade. Vi amigos entrarem no crime, serem presos, morrerem. Eu não tinha apoio nem incentivo para seguir com a arte, e na época não existiam referências bem-sucedidas nesse caminho. Quando eu saía para pintar, era criticado. As pessoas gritavam de ônibus: “vai trabalhar, vagabundo”. Eu precisava provar o tempo todo que não era um criminoso, que só queria me desenvolver como artista. Essa realidade moldou tudo o que faço hoje e é justamente o que consigo enxergar quando vejo jovens pedindo ajuda, buscando uma oportunidade, querendo um caminho. Por isso, hoje eu me coloco à disposição por meio do Instituto e das minhas obras.
Jornal Agora: Em que momento você percebeu que a arte poderia realmente mudar sua vida?
Eduardo Kobra: Desde sempre. A arte foi meu antídoto, meu alívio, minha válvula de escape. Mesmo quando tudo e todos eram contra — escola, família, polícia, vizinhos — eu pintava com o mesmo entusiasmo que tenho hoje. Nunca busquei dinheiro; meu objetivo era evoluir, aprender a desenhar e conquistar meu
caminho. Mas não havia exemplos, não havia uma trilha para seguir. Apesar disso, continuei. E hoje vejo que aquela insistência é o que permitiu que minha vida se transformasse e que meu trabalho chegasse tão longe.
Jornal Agora: Você já tem uma relação forte com Itu: o ateliê no Museu Fama, agora o Instituto. O que motivou essa escolha?
Eduardo Kobra: Eu vim para cá buscando paz, natureza e ar puro, e encontrei uma cidade que me recebeu com carinho. Foi confortável chegar aqui e fui descobrindo as possibilidades aos poucos. Percebi que meu trabalho não depende mais de morar em São Paulo; ele está no Brasil e no mundo. O aeroporto é próximo, a localização é estratégica e, com o tempo, percebi que tudo estava convergindo para isso. E então surgiu a oportunidade deste espaço, que conseguimos por meio de concorrência pública, e que hoje está se tornando a sede do Instituto.
Jornal Agora: Você está transformando o galpão em que estamos agora. Como imagina este espaço quando estiver concluído?
Eduardo Kobra: Quando chegamos aqui, o espaço estava bastante deteriorado e eu vi nele uma oportunidade gigante de transformação. O Instituto já fazia ações sociais há muitos anos, mas nunca tivemos uma sede. Aqui eu enxergo um espaço que pode realmente oferecer oportunidades para jovens e comunidades. Vejo oficinas, eventos, aprendizado, novas chances de vida. Mostrei o projeto para várias pessoas, inclusive investidores, e algumas quiseram levar a ideia para São Paulo. Mas eu sempre dizia: não. Vai ser em Itu. Além disso, quero criar um corredor artístico que conecte o Instituto ao Museu Fama, passando pela estação e o centro histórico. Também tenho um plano de trazer entre 30 e 50 dos maiores artistas do mundo para expor aqui. Estamos resolvendo a parte estrutural e financeira, mas se tudo der certo, até dezembro do ano que vem teremos um espaço único na América Latina, similar apenas a um dos Estados Unidos.
Jornal Agora: Você já tem recordes e murais espalhados pelo mundo. Como mantém a inspiração constante?
Eduardo Kobra: Primeiro, tenho consciência da responsabilidade que é ocupar espaços públicos no mundo todo. Vindo de onde vim, imaginava muito menos do que isso. Hoje tenho 57 murais só nos Estados Unidos. Fiz tudo isso sem falar inglês, então sei do valor dessa jornada. Isso me motiva. E sou muito ligado ao processo criativo. Para um único mural, faço 10, 20 ou até 30 composições diferentes. Além disso, hoje meu trabalho está não só nas ruas, mas em galerias e museus importantes. A credibilidade que o muralismo me deu abriu portas no mercado formal da arte. E gosto de des-

tacar o trabalho na Europa, onde tudo é tombado, histórico, e ainda assim conseguimos pintar com relevância. Nos Estados Unidos o street art é mais natural; na Europa é simbolicamente muito mais difícil. Isso se conecta à minha origem, ao hip-hop, e ao momento em que decidi construir meu caminho próprio, com temas como paz, coexistência, tolerância e união dos povos.
Jornal Agora: Houve algum mural que te marcou mais profundamente?
Eduardo Kobra: Muitos. Mas um que teve um peso muito especial foi o projeto “Cores pela Liberdade”, em Nova York. É uma cidade dificílima para aprovar murais, e muita gente dizia para eu desistir. Mas persisti, me mudei para lá por conta disso e acabei pintando 18 murais na cidade. Entre eles a fachada do World Trade Center e a fachada da ONU. Nunca ninguém tinha pintado aquela frente antes e receber aquele convite foi marcante. Ainda mais porque a ONU se conecta com muitas das mensagens dos meus trabalhos e ali dentro está Guerra e Paz, do Portinari. Hoje fui convidado para a celebração de 80 anos da ONU, no dia 23 de janeiro, quando será lançado um selo oficial com a minha arte. É algo muito
simbólico para mim.
Jornal Agora: Para encerrar, o que você deseja para o futuro do Instituto e para a cidade que te acolheu?
Eduardo Kobra: Quero continuar transformando vidas através da arte. Quero ver jovens descobrindo que podem viver de seu talento, encontrar dignidade e futuro criando. Quero trazer artistas do mundo todo para Itu, fazer daqui uma referência internacional e abrir ainda mais portas para a cidade. E quem quiser conhecer esse movimento já pode visitar meu ateliê no Museu Fama. Quem quiser somar ao projeto, será bem-vindo.
O Instituto Kobra conta com o apoio de empresas e profissionais que acreditam no papel transformador da arte e contribuem para que os projetos sociais sigam impactando crianças, jovens e comunidades. Entre os parceiros estão Alexandre Chaguri, Prado Construções, Aquarius Acabamentos, Natilux, Itu Gessos, Porto Pedras, Santa Clara Sistemas Construtivos, Savi Advocacia e Esquadritu. Cada um, à sua maneira, colabora para fortalecer iniciativas culturais, educativas e estruturais do Instituto, permitindo que oficinas, ações e atividades continuem alcançando quem mais precisa.


Galpões da antiga estação de Itu passam por restauração com o apoio de parceiros e se preparam para receber a futura sede do Instituto Kobra.
“ATÉ JAZZ” CELEBRA DEZ ANOS LEVANDO IMPROVISO, LEVEZA E A ESSÊNCIA DO JAZZ ÀS RUAS E PALCOS DA REGIÃO
Trio idealizado pelo trompetista ituano Eduardo Freire comemora uma década de história marcada por originalidade, parcerias e uma trajetória construída do pequeno feito com amor nião no tradicional Café Tonilu, no Centro de Itu. Assim, em 2015, o grupo fez sua estreia no Festival de Artes de Itu, apresentando-se na Fábrica São Luiz. A partir dali, a consolidação foi natural, com divulgação profissional, identidade sonora e a criação de um repertório diverso e autêntico.
Por uma década, o Até Jazz acompanhou a transformação da cena musical de Itu e região com uma proposta que uniu leveza, improvisação e brasilidade. Criado oficialmente em 2015, o trio, formado por Eduardo Freire no trompete, Eduardo Gobi no piano e João Paulo Simão na Percubo, a bateria compacta que se tornou marca sonora do grupo, chega aos seus 10 anos celebrando palcos, amizades, encontros e o desejo permanente de tornar a boa música mais acessível ao público.
O que começou como uma jam session informal, reunindo músicos da cidade em pubs, cafés e pequenos eventos, se transformou em um dos projetos musicais mais longevos e reconhecidos da região. A essência, porém, permaneceu a mesma: a alegria do improviso, a liberdade criativa e o respeito às raízes do jazz, do blues, do funk, do soul e da música brasileira, especialmente samba e bossa nova.
“Hoje sinto que estamos só começando. Temos sonhos, energia e muita alegria para continuar levando música verdadeira ao público”, afirma o trompetista Eduardo Freire, idealizador do projeto. Da Jam à formação oficial
Antes de existir o Até Jazz, Eduardo Freire já movimentava a cena musical de Itu promovendo encontros improvisados entre músicos. As tradicionais jam sessions reuniam nomes como o pianista Eduardo Gobi, a baterista Yara Oliveira e o guitarrista Paulo Borges, além de artistas de diversas vertentes, do rock ao gospel.
As reuniões tinham início anual, mas um passo decisivo veio quando o pub de um amigo, Léo Menezes, abriu espaço para encontros semanais. Às quintas-feiras o local respirava música. Uma semana era jazz e MPB; na outra, um movimento formado por bandas católicas liderado pelo irmão de Eduardo, Caio Freire. “Era uma mistura boa e do bem”, recorda.
Dessas conversas nasceu o projeto, inicialmente chamado Zé do Jazz, oficializado em uma reu-
Com o passar dos anos, diferentes formações passaram pelo projeto. Além do trio atual, músicos importantes contribuíram para a construção sonora do Até Jazz, como Mari Cecconelo no vocal, Gustavo Mazon Finessi no contrabaixo acústico e Weber Marely no saxofone, chegando inclusive a formações de sexteto.
O nome definitivo também surgiu de maneira coletiva. Em uma enquete com o público, Até Jazz superou concorrentes como Aqui Jazz. O nome reforçou o bordão usado pelo grupo, eternizado na despedida carinhosa do trompetista Eduardo Freire: “Um abraço e até Jazz”. Também brincavam com o repertório, afirmando que havia de tudo, até jazz.
Um dos elementos mais característicos da identidade musical do grupo é a Percubo, instrumento criado pelo primeiro baterista da banda, Tiago Percubo. A bateria compacta, usada desde os primeiros anos, acabou definindo a estética do trio e acrescentando personalidade às apresentações. Essa sonoridade, aliada à versatilidade do trompete e ao refinamento harmônico do piano, tornou o Até Jazz reconhecido pela originalidade.
O repertório transita por jazz, blues, funk, soul e MPB, sempre equilibrando músicas conhecidas com arranjos próprios e espaço para o improviso, essência do jazz. “Podemos tocar a mesma música várias vezes, e ela sempre soará diferente, sem perder a identidade”, explica Eduardo.
O grupo construiu sua trajetória em festivais, hotéis, casamentos, pubs, eventos corporativos e apresentações particulares em Itu, Salto, Indaiatuba, Campinas e São Paulo. E, entre shows grandes
e pequenos, alguns momentos foram especialmente marcantes. “Já tocamos em pontos de ônibus, calçadas, coretos, lojas de música e feiras artísticas. Tudo isso faz parte do que nos tornou quem somos hoje”, relembra o trompetista. Além da vivência artística, todos os integrantes compartilham uma formação sólida no Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos de Tatuí, uma base técnica que influenciou diretamente o som do trio. Atualmente, o pianista Eduardo Gobi também é professor da instituição, enquanto Eduardo Freire atua como trompetista, educador do Projeto Guri, coordenador da área de MPB e Jazz e docente do Conservatório Maestro Henrique Castelari, em Salto. Comemoração especial
Os dez anos do Até Jazz serão celebrados no fim de 2025 em um evento fechado para apoiadores, contratantes, familiares e amigos, uma forma íntima de agradecer a todos que fizeram parte da história. Depois disso, a banda iniciará uma série de shows públicos com o tema “Até Jazz 10 anos”, que seguirá até 2026, incluindo gravações para mídias digitais.
O grupo também planeja regis-
trar o repertório em disco, e Eduardo expressa um desejo pessoal: “Tenho o sonho de lançar esse material em vinil futuramente”.
Além do trio instrumental, o projeto oferece diferentes formações para eventos. A versão Até Jazz Singer reúne vocal, trompete, piano e Percubo. Já o Até Jazz Sexteto inclui vocal, trompete, saxofone, baixo acústico, piano e Percubo, podendo receber ainda voz adicional, saxofone, contrabaixo acústico ou DJ conforme necessidade do contratante.
Para Eduardo Freire, mais do que uma carreira, o Até Jazz simboliza a realização de um sonho coletivo. “Acreditem nos seus sonhos. O que começa só no coração pode se tornar realidade quando não desistimos”, destaca.
Ao celebrar dez anos, o grupo reafirma sua missão original de difundir a boa música de forma leve, divertida e acessível. Assim, entre improvisos, encontros e aplausos, o Até Jazz segue construindo sua história, sempre com energia, carinho e uma despedida que se tornou assinatura: Um abraço e até Jazz.



NOVEMBRO AZUL: SAÚDE MASCULINA EM PRIMEIRO PLANO
Novembro é conhecido como o mês do Novembro Azul, campanha mundial de conscientização sobre a saúde do homem, com foco na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata. Mas esse mês também é um convite para uma reflexão maior: como anda o cuidado masculino com a saúde?
É comum vermos homens que só procuram atendimento quando a dor já está insuportável, quando o problema “não dá mais para segurar”. Isso contrasta muito com as mulheres, que costumam manter consultas e exames de rotina com mais disciplina. E esse atraso no cuidado pode custar caro.
O câncer de próstata, por exemplo, tem altas chances de cura quando detectado cedo. Mas não é só ele que merece atenção: pressão alta, diabetes, colesterol elevado, obesidade e até doenças digestivas também são frequentes nos homens — e muitas vezes descobertos tardiamente.
Evento gratuito marca o início da temporada de Natal no centro de compras, que terá atrações interativas e a tradicional árvore gigante
Alguns sinais não podem ser ignorados: dificuldade ou dor para urinar, sangue na urina ou no sêmen, cansaço sem explicação, perda de peso não intencional. Mas o ideal é não esperar os sintomas aparecerem. Fazer exames de rotina e consultas regulares ainda é a forma mais inteligente de se prevenir. Cuidar da saúde não diminui ninguém. Ao contrário, é atitude de coragem, de quem quer viver mais e melhor. É assumir o papel de protagonista da própria vida.
Neste Novembro Azul, incentive os homens da sua família a se cuidarem. Ir ao médico não é fraqueza. É investimento no futuro.
Dr. Luiz Henrique Mestieri
A natação de Itu encerrou o mês de novembro com resultados significativos em duas importantes competições da modalidade: o Campeonato Paulista Infantil de Verão, realizado em Catanduva entre 7 e 9 de novembro, e o Campeonato Brasileiro Juvenil de Verão, disputado de 11 a 15 de novembro na cidade de Vitória, Espírito Santo. Os atletas das categorias Infantil e Juvenil enfrentaram alguns dos principais nadadores do estado e do país, obtendo marcas expressivas e consolidando o crescimento da natação ituana no cenário competitivo.
No Campeonato Paulista Infantil de Verão, organizado pela Federação Aquática Paulista, 56 clubes e 502 atletas participaram das provas no Clube Tênis de Catanduva. Representando Itu na categoria Infantil 1, Gabriel de Souza Duarte alcançou desempenhos consistentes em provas de costas, livre e medley, figurando entre as boas colocações da disputa ao terminar em 22º nos 100 metros costas, 23º nos 200 costas, 24º nos 200 livre e 28º nos 200 medley. Já o nadador Davi Bourguignon Di Nittis Modesto também obteve bons resultados na mesma categoria, conquistando o 21º lugar nos 200 metros costas, além de outras par-
Trio idealizado pelo trompetista ituano Eduardo
E NACIONAIS
comemora uma década de história marcada por originalidade, parcerias e uma trajetória construída do pequeno feito com amor
ticipações importantes nas provas de 200 metros medley e 100 metros costas.
Na semana seguinte, foi a vez dos atletas juvenis entrarem na piscina no Campeonato Brasileiro Juvenil de Verão, realizado no Clube Álvares Cabral, em Vitória, com a presença de 131 clubes e 618 competidores de todas as regiões do Brasil. O grande destaque da equipe ituana foi Luiz Henrique Macedo Castro, da categoria Juvenil 1, que avançou à Final B dos 200 metros peito com o 13º melhor tempo geral. Na final, Luiz Henrique melhorou sua marca e finalizou a prova como o 10º melhor nadador do país na categoria, além de competir também nas provas de 100 metros peito e 200 metros medley.
A atleta Giulia Leite Venâncio, também da categoria Juvenil 1, integrou a delegação ituana e participou de provas de alta competitividade, conquistando o 25º lugar nas provas de 100 metros costas e 50 metros livre. Os resultados obtidos nas duas competições demonstram a evolução técnica dos nadadores e o fortalecimento da modalidade no município, que segue ganhando espaço e representatividade em torneios relevantes no esporte aquático nacional.
ITU FAZ HISTÓRIA NO KICKBOXING E BRILHA EM COMPETIÇÕES NACIONAIS
O último domingo (16) marcou mais um capítulo importante para o esporte ituano. A Liga Ituana de Kickboxing, com apoio da Secretaria Municipal de Esportes, representou a cidade no Campeonato Brasileiro de Kickboxing da CBLAM, realizado no Ginásio Ayrton Senna, em Taboão da Serra. A delegação viajou com 14 atletas competindo em 16 categorias e retornou como uma das equipes mais premiadas do evento, com um total de 9 medalhas de ouro, 2 de prata e 2 de bronze. O excelente desempenho ajudou o Estado de São Paulo a conquistar o título de campeão geral, superando delegações do Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e outros estados, com a equipe ituana sendo responsável pelo maior número de medalhas de ouro obtidas na competição.
Sob o comando dos professores Pedro Hiper, Rodrigo Diorio e Paulo Santo, os atletas demonstraram evolução técnica, disciplina e competitividade, encantando o público com combates eletrizantes. Entre os destaques individuais, os
lutadores Davi Vasconcelos, Paulo Matheus e Eric Toledo protagonizaram duelos que chamaram a atenção e evidenciaram a força de Itu dentro da modalidade. No mesmo dia, outra grande conquista reforçou o protagonismo ituano no kickboxing. O atleta Ubirajara Calixto, o Bira, disputou no Ginásio Mané Garrincha, no Ibirapuera, o maior evento de kickboxing da América Latina, o WGP, sob orientação dos técnicos Bazooka e Pedro Hiper. Com uma atuação contundente, Bira garantiu um nocaute ainda no primeiro round, aplicando uma joelhada decisiva que levantou o público e confirmou seu talento em ascensão no cenário profissional.
Integrante da equipe há nove anos, Bira chegou ao WGP para sua sétima luta profissional e manteve seu cartel perfeito, com 7 vitórias, sendo 5 por nocaute. Agora, o atleta já treina focado em seu próximo desafio: os Jogos Abertos do Interior, onde buscará melhorar o resultado da edição anterior, em que foi medalhista de prata, e entrar no torneio determinado a conquistar o ouro.




ATLETAS DE ITU DISPUTAM A COPA DO BRASIL DE TAEKWONDO

A equipe de taekwondo da Secretaria Municipal de Esportes/Ituano está em Canoas, no Rio Grande do Sul, para disputar uma das principais competições do calendário nacional da modalidade. Até domingo, dia 23, os atletas participam da Copa do Brasil Embaixador da Coreia 2025, evento que reúne seleções estaduais de todo o país e movimenta as modalidades Kyorugui, Poomsae e Para-
taekwondo. A competição reúne faixas pretas e coloridas em disputas de alto nível técnico, consolidando seu papel como palco de desenvolvimento e revelação de talentos no esporte. Representando Itu, a delegação é formada pelos atletas Kyara Murayama, Nicolas Murayama, Daniela Monteiro, Larissa Prado e Bruno Xavier, que competem nas modalidades Kyorugui e Poomsae. A participação na Copa do Brasil reforça o bom momen-
to vivido pela equipe ao longo da temporada, que coleciona resultados expressivos e vem consolidando sua presença em torneios de grande relevância. Além de buscar novas conquistas, os atletas encaram a competição como uma oportunidade valiosa para adquirir experiência, vivenciar um ambiente nacional de alto rendimento e medir forças com alguns dos melhores taekwondistas do Brasil.
Freire
Foto: Reprodução
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STARRETT CELEBRA 50 ANOS DA FÁBRICA DE ITU E REFORÇA POSIÇÃO ESTRATÉGICA NO CENÁRIO INDUSTRIAL BRASILEIRO
Unidade inaugurada em 1975 se tornou referência mundial na produção de serras e instrumentos de precisão, movimentando a economia local, gerando empregos e consolidando o nome de Itu no mapa global da indústria
A fábrica da Starrett em Itu completa 50 anos em 2025 e marca meio século de forte presença na indústria brasileira. Instalada no município em 1975, a unidade consolidou a expansão da multinacional norte-americana no país e se transformou em um dos polos produtivos mais importantes da marca no mundo. De Itu saem, hoje, serras e ferramentas exportadas para mais de 100 países, abastecendo mais de 6 mil clientes diretos e contribuindo para a presença global da empresa. Com cerca de 600 colaboradores, a planta ituana reúne tecnologia, inovação e uma longa trajetória de desenvolvimento industrial, sendo responsável por unir precisão técnica, evolução produtiva e impacto econômico direto na região. A chegada da empresa, há cinco décadas, modificou não apenas o cenário industrial local, mas também o ambiente social e profissional da cidade.
Uma história que começa nos anos 70
A presença da Starrett no Brasil antecede a chegada a Itu. A primeira fábrica foi instalada na capital paulista, mas com o crescimento das operações, a empresa iniciou a busca por um novo espaço para expansão. A escolha por Itu, em meados dos anos 1970, foi decisiva para a consolidação da marca no país.
Segundo Salvador Camargo Júnior, ex-presidente da Starrett, a relação com a cidade nasceu de forma imediata. “Quando fomos incumbidos de encontrar uma cidade para a nova unidade fabril, Itu nos acolheu com carinho e deu todo o suporte necessário para a implantação da fábrica. A união e amizade entre os colaboradores sempre foram marcas da empresa.
É gratificante ver que esse espírito permanece até hoje”, afirma.
Desde então, a unidade ituana se tornou o centro de produção de serras da empresa para o mercado mundial. A eficiência industrial, associada à tecnologia implementada ao longo dos anos, posicionou a cidade como parte essencial da estratégia global da marca. Investimentos e expansão
Nas últimas décadas, a Starrett reforçou seu compromisso com o Brasil por meio de investimentos estruturais na planta de Itu. Em 2018, a empresa destinou mais de R$ 50 milhões à modernização e ampliação da fábrica. Anos depois, em 2021, anunciou novo aporte, desta vez em torno de R$ 45 milhões, ampliando ainda mais sua capacidade produtiva e gerando novos postos de trabalho.
Para Christian Arntsen, presidente da Starrett Brasil, o sentimento de orgulho é um dos pilares que sustentam a operação. “Made in Brazil não é apenas um selo. É o reconhecimento da força da nossa equipe e da qualidade que entregamos ao mundo. De Itu levamos tecnologia, precisão e o talento de um time que acredita no que faz.”
Os investimentos, além de fortalecerem o parque fabril, também reafirmam o papel estratégico do Brasil como centro de produção e distribuição para a América Latina e demais países atendidos pela empresa.
A presença da Starrett em Itu não transformou somente o setor industrial. Para muitos profissionais e empreendedores locais, o vínculo com a marca atravessa décadas.
O comerciante Benedito Erli Rodrigues Pires, proprietário da Casa dos Parafusos, resume essa relação. “Trabalhei na Starrett nos anos

1980 e mantenho uma conexão profunda com a marca. Há quase 25 anos compro seus produtos para minha loja. A qualidade, precisão e confiabilidade sempre foram diferenciais. Acompanhar a evolução da empresa em Itu é como ver um velho amigo prosperar.”
Já o ex-diretor comercial Milton Rezende, que atuou por 52 anos na empresa, destaca que sua trajetória profissional se confunde com a história da Starrett.
“Vi a fábrica crescer, lançar produtos que se tornaram referência e criar laços que levo para
a vida. Mesmo após minha saída, continuo acompanhando com orgulho a evolução dessa empresa tão significativa para a cidade.”
Impacto econômico e social O aniversário de 50 anos da fábrica reforça o papel da Starrett como agente de desenvolvimento regional. Ao longo das décadas, a empresa contribuiu para geração de empregos diretos e indiretos, qualificação profissional, formação técnica e fortalecimento da cadeia produtiva ligada ao setor de ferramentas e instrumentos de medição.
Além disso, o contínuo investimento tecnológico coloca Itu em posição de destaque dentro do mercado global de ferramentas de precisão, consolidando o município como polo industrial relevante. Com presença em mais de 100 países e mais de 140 anos de história no mundo, a Starrett reafirma, no cinquentenário de sua operação em Itu, o compromisso com inovação, excelência e expansão sustentável. A expectativa é de continuidade nos investimentos e no fortalecimento da planta local, sempre unindo tradição e tecnologia.
