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RITA DE KÁSSIA

Autorizou a doação dos órgãos do filho

Faltam palavras, sobra

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ÍNDICE

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Bruno Moraes, CODEC, Igor Nascimento, Jyoti Thakur, Lilian Guedes, Paulo Garcia, Pontifícia Universidade Católica do Peru, Ronaldo Hühn, Sandro Destro Lima, SEDUC, SEINFRA, SEMAS, Thais Menezes; FOTOGRAFIAS: Alex Ribeiro, Alexandre Costa, Bruno Cecim, Bruno Cruz, João Caio, Marcelo Lelis, Marcelo Seabra, Marco Santos, Pedro Guerreiro e Rodrigo Pinheiro / Ag. Pará, Ana Cecilia Muricio, Arquivo P+, Cortesia CoolAnt, Divulgação, Handou/ PUCP, Instituto Peabiru, Internet, Leonardo Porto, Loja Ingá, Lucas Sena, Meu Garoto, Pontifícia Universidade Católica do Peru, PUCP, Sérgio Moraes - Fundação Guamá; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

CAPA

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Nova Doca, por Drone. Foto: Vinicius Pinto / Ag. Pará
EDITORA CÍRIOS

A nova ponte estaiada entre Icoaraci e Outeiro, em Belém

Marco de modernidade e integração para a Região Metropolitana de Belém, a estrutura é essencial para a mobilidade e beneficia cerca de 400 mil pessoas

OGoverno do Pará entregou recentemente no sábado (18) a nova ponte estaiada Pastor Firmino Gouveia, que liga os distritos de Icoaraci e Outeiro, representando um marco de modernidade, integração e desenvolvimento urbano para a Região Metropolitana de Belém. A obra garante ligação segura e permanente entre os dois distritos da capital, substituindo a tradicional travessia por via fluvial e melhorando de forma significativa a mobilidade e a qualidade de vida da população.

Durante o ato de entrega estiveram presentes o governador Helder Barbalho; a vice-governadora Hanna Ghassan; o ministro das Cidades, Jader Filho; o prefeito de Belém, Igor Normando; a primeira-dama do Estado, Daniela Barbalho, e demais autoridades estaduais e municipais.

“Após mais de 40 anos, a Ilha de Outeiro e o distrito de Icoaraci ganham um novo meio de interligação, com uma obra que garante melhor mobilidade, acessibilidade e segurança. A construção dessa ponte estrutura o amanhã e beneficia cerca de 400 mil

pessoas, além de impulsionar o turismo, os empreendimentos e o lazer na região”, destacou o governador Helder Barbalho.

Com 507 metros de extensão e 10,5 metros de largura, a ponte segue os mais modernos padrões de engenharia, combinando

estética, segurança e durabilidade. Sustentada por cabos de aço (estais) ligados a um mastro central, a estrutura foi projetada para garantir fluidez no tráfego e resistência ao longo dos anos, consolidando-se como um novo cartão-postal da capital paraense.

Governador Helder Barbalho destacou a facilidade de acesso e a segurança da ponte Pastor Firmino Gouveia
Texto *Paulo Garcia Fotos Alexandre Costa, Bruno Cruz, João Caio, Marcelo Lelis e Marco Santos / Ag. Pará
Nova ponte liga dois distritos de Belém, beneficiando milhares de moradores, a economia e o turismo

Economia e turismo

Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Adler Silveira, o impacto da obra vai além da mobilidade. “Mais do que uma grande obra de infraestrutura, a nova ponte ‘Pastor Firmino Gouveia’ é um vetor de crescimento econômico e turístico. A facilidade de acesso vai impulsionar o comércio local, valorizar imóveis e aumentar o fluxo de visitantes em direção às praias e aos atrativos naturais de Outeiro, além de fortalecer a economia de Icoaraci, reconhecida por seu polo artesanal e gastronômico”, afirmou. Durante sua execução, a obra gerou 120 empregos diretos e cerca de 200 indiretos, movimentando a economia local e beneficiando trabalhadores de diversos setores.

A expectativa é que o investimento continue promovendo geração de renda e oportunidades, ampliando o desenvolvimento sustentável da região. Ester Gouveia, viúva do pastor Firmino Gouveia — importante lí-

der da Assembleia de Deus falecido em 5 de agosto deste ano, aos 100 anos —, agradeceu o reconhecimento ao marido com a nomeação da ponte. “Estamos muito gratos ao nosso

Mais do que uma grande obra de infraestrutura, a nova ponte ‘Pastor Firmino Gouveia’ é um vetor de crescimento econômico e turístico. A facilidade de acesso vai impulsionar o comércio local, valorizar imóveis e aumentar o fluxo de visitantes em direção às praias e aos atrativos naturais de Outeiro

governador por esta homenagem. Se o pastor Firmino estivesse vivo, estaria muito emocionado neste momento. Essa ponte vai ajudar a vida de muitos moradores. Nossa família agradece por esta linda homenagem ao pastor Firmino”, declarou.

A cozinheira Minéia Cristina dos Santos, moradora de Icoaraci há 30 anos e proprietária de um restaurante no distrito, ressaltou a importância da nova ligação. “Quando cheguei aqui só tinha balsa; era muito difícil atravessar. Depois veio a primeira ponte, e agora, com essa nova, vai melhorar muito a nossa vida. Só tenho a agradecer ao governo por olhar para nós”, ressaltou.

Este sábado especial, para moradores da Região Metropolitana de Belém, marca a entrega da nova ponte estaiada que liga Icoaraci a Outeiro. Obra conduzida pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seinfra), em estrutura moderna e segura ,representa um novo marco para a mobilidade urbana e o desenvolvimento da região.

“Essa nova ponte é uma das mais importantes entregas da infraestrutura do estado, pensada para oferecer conforto, segurança e mais oportunidades para todos. É um avanço que vai muito além da engenharia — é desenvolvimento, integração e futuro”, destacou o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Adler Silveira.

A ponte desperta a expectativa de quem há anos aguardava por uma ligação moderna e definitiva entre as duas regiões, como o autônomo Sigma Castelo Branco.

“Para nós atravessarmos aqui, tem que pegar um ônibus bem longe, e demora demais. Agora, com a nova ponte, vai dar para ir andando. Vai ajudar e muito”, afirma, empolgado com a entrega.

Essa ponte vai ajudar a vida de muitos moradores, além de fortalecer a economia de Icoaraci, reconhecida por seu polo artesanal e gastronômico
A construção dessa ponte estrutura o amanhã e beneficia cerca de 400 mil pessoas, além de impulsionar o turismo, os empreendimentos e o lazer na região”, destacou o governador Helder Barbalho

Táxi-lotação, uma nova era para o transporte intermunicipal no Pará

A regulamentação histórica garante dignidade aos trabalhadores, amplia as opções de mobilidade para a população e tem a marca da articulação política

do deputado Fábio Figueiras

Fotos Bruno Cecim/Agência Pará, Lucas Sena, Marcelo Lelis/Agência Pará,

OPará deu um passo histórico na mobilidade intermunicipal ao regulamentar, pela primeira vez, o serviço de táxi-lotação, modalidade que há anos faz parte da rotina de milhares de paraenses. A Lei nº 563/2025, sancionada pelo governador Helder Barbalho, reconhece oficialmente a atividade de mais de 600 trabalhadores, trazendo segurança jurídica, fiscalização e dignidade a um serviço que já era essencial, mas operava sem respaldo legal. Por trás da conquista está o trabalho de articulação do deputado Fábio Figueiras, responsável por intermediar o diálogo entre o governo do Estado, a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos de Transporte (Artran-PA) e as lideranças da categoria.

“Era preciso sensibilidade para entender que o táxi-lotação não é um transporte clandestino, é o sustento de centenas de famílias e um serviço que o povo já reconhece pela eficiência e proximidade com o usuário”,

Deputado Fábio Figueiras – o articulador e o governador Helder Barbalho, que sancionou a Lei nº 563/2025, reconhecendo oficialmente a atividade de mais de 600 trabalhadores, trazendo segurança jurídica, fiscalização e dignidade a um serviço que já era essencial, mas operava sem respaldo legal

Taxi-lotação – atividade de mais de 600 trabalhadores, trazendo segurança jurídica, fiscalização e dignidade a um serviço que já era essencial, mas operava sem respaldo legal

afirmou o deputado. “Nosso papel foi abrir o diálogo, construir pontes e garantir que essa regulamentação acontecesse de forma justa, com o apoio do governo e o reconhecimento do Legislativo.”

Como funciona o serviço

Diferente do transporte convencional, o táxi-lotação opera em rotas predefinidas entre municípios, com distância máxima de 250 quilômetros. Os embarques e desembarques podem ocorrer em pontos combinados, o que torna a viagem mais prática e personalizada. Agora, com a nova lei, os motoristas deverão ser credenciados junto à Artran e seus veículos passarão por vistoria, garantindo mais segurança, conforto e qualidade no atendimento ao passageiro.

Segurança, dignidade e comodidade

Com a regulamentação, o serviço passa a operar dentro das normas do Estado, com identificação oficial, fiscalização e regras claras. A mudança traz benefícios diretos para a população, que passa a contar com uma opção de transporte segura, ágil e de custo acessível, e também para os motoristas, que conquistam direitos e estabilidade profissional. Para Fábio Figueiras, o modelo representa um avanço real na política de mobilidade do Pará. “O táxi-lotação é, ao mesmo tempo, transporte coletivo e transporte de proximidade. Ele chega onde o ônibus muitas vezes não chega, com conforto e preço justo. É um serviço que nasceu da necessidade do povo e agora ganha reconhecimento legal”, ressaltou o parlamentar.

A Lei nº 563/2025,

Reconhecimento a uma luta de mais de uma década

A regulamentação encerra uma espera de 11 anos da categoria, que agora poderá atuar com respaldo do Estado e da Artran. “Essa lei é um presente que o governador está nos dando”, comemorou o presidente do Sindicato de Táxi-Lotação do Estado do Pará, Edenilson Célio Favacho Neto, o Cutaca. “São trabalhadores que acordam cedo, enfrentam estrada e sempre quiseram apenas trabalhar de forma digna. Hoje somos reconhecidos como profissionais”.

A presidente da associação de Ipixuna do Pará, Maria do Socorro Reis Farias, reforçou o sentimento coletivo: “O que antes era um sonho distante agora é realidade. Saímos da clandestinidade e passamos a ter orgulho de exercer uma profissão reconhecida.”

Um novo capítulo na mobilidade paraense

A Artran, criada oficialmente em 2024, passa a ser a responsável por toda a regulação do transporte intermunicipal, consolidando uma nova etapa na modernização do sistema de mobilidade do Pará. Para o diretor-geral Luciano Dias, a regulamentação é um avanço que alia eficiência e cidadania.

“É um transporte porta a porta, muito mais executivo, que oferece comodidade ao usuário e fiscalização rigorosa ao sistema”, afirmou. A regulamentação do táxi-lotação representa mais do que um marco jurídico. É a vitória do diálogo e da escuta política, construída de forma conjunta entre Estado, categoria e Parlamento. Um processo no qual se destaca a atuação do deputado Fábio Figueiras, que transformou uma pauta antiga em conquista concreta.

Para Fábio Figueiras, o modelo representa um avanço real na política de mobilidade do Pará
sancionada, encerra uma espera de 11 anos da categoria. Um presente que o governador está nos dando...
É a vitória do diálogo e da escuta política, construída de forma conjunta entre Estado, categoria e Parlamento

Com atuação da Codec, Redenção inicia estruturação para se tornar polo estratégico de atração de investimentos

Trabalho conjunto vai consolidar diagnóstico técnico e preparar o município para receber novos empreendimentos de forma sustentável

Redenção deu um passo decisivo na preparação de seu ambiente econômico para a atração de novos investimentos. Na terça-feira (21/10), a Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec) realizou, de forma on-line, a reunião inaugural do plano de trabalho que resultará na implementação de políticas públicas e na elaboração do Guia do Investidor do município, instrumento que reunirá dados consolidados sobre potencialidades locais, cadeias produtivas e vantagens competitivas do território.

A apresentação foi conduzida pelo assessor de Estratégia e Relações Institucionais da Codec, Evandro Diniz, que ressaltou que o trabalho desenvolvido pela Companhia vai além da promoção de investimentos e busca estruturar bases sólidas de desenvolvimento. “A Codec atua para que os municípios estejam preparados para disputar oportunidades.

Mais do que atrair empresas, o objetivo é garantir condições para que elas se instalem, permaneçam e gerem desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Representando a gestão municipal, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Gilmario Fontenele, observou que o município vive um ciclo de expansão e ainda não dispunha de um instrumento capaz de dar visibilidade técnica ao seu potencial. Ele destacou que Redenção já dispõe de estudos preliminares elaborados com apoio de instituições parceiras, que serão colocados à disposição para acelerar a elaboração do guia.

O secretário de Governo, Ronilson Freitas, reforçou o alinhamento institucional e destacou que a iniciativa trará organização estratégica ao processo de desenvolvimento. “Redenção já tem um setor produtivo forte e inovador. O passo que damos agora é transformar essa vitalidade econômica em

Para o presidente da Codec, Lutfala Bitar, o diálogo entre Governo do Estado e Município levanta dados importantes que possibilitam a entrega de potenciais investidores que se interessem por Redenção
Redenção, no sul do estado do Pará
Texto *Thais Menezes Fotos Divulgação, Marcelo Seabra / Ag. Pará

planejamento estruturado, com base segura e visão de longo prazo”, pontuou. Em seguida, o assessor de Planejamento Municipal, Vanderlei Viana, ressaltou que o avanço econômico precisa ser acompanhado por sustentabilidade e por decisões orientadas por dados, o que ampliará a segurança do investidor e dará maior previsibilidade ao desenvolvimento local.

A gerente de Desenvolvimento e Estudos Econômicos da Codec, Aline Tavares, explicou que o processo será construído de forma integrada com as instituições do município. “O seminário permitirá validar vocações, ouvir o setor produtivo e refinar o diagnóstico estratégico. A partir dessa escuta qualificada, o Guia do Investidor será elaborado com informações consistentes e alinhadas ao perfil econômico de Redenção”, destacou. As entidades empresariais também demonstraram apoio ao plano de trabalho. A Associação Comercial reforçou que o município já registra interesse permanente de novos empreendedores e que a ausência de um instrumento estruturado era um ponto sensível para a tomada de decisão de investidores. O Sebrae acrescentou que colocará à disposição levantamentos técnicos já produzidos no território, fortalecendo o diagnóstico econômico e oferecendo dados qualificados para subsidiar a elaboração do guia. A área de comunicação do muni-

cípio observou que Redenção já possui relevância regional e que o projeto ampliará sua projeção institucional no cenário estadual. Com a etapa inaugural concluída, a Codec passa agora à fase técnica do trabalho, com o levantamento detalhado das informações socioeconômicas do município. Essa etapa servirá de base para o Seminário de Desen-

volvimento Econômico, que consolidará o diagnóstico estratégico e permitirá a construção do Guia do Investidor, posicionando Redenção no circuito competitivo de oportunidades produtivas do Pará.

(*) CODEC <<

A gerente de Desenvolvimento e Estudos Econômicos da Codec, Aline Tavares, explicou que o Guia do Investidor será elaborado com informações consistentes e alinhadas ao perfil econômico de Redenção

Meu Garoto: a cachaça que fez Belém tremer na boca do mundo

Famosa por seu efeito de tremer e adormecer a língua, a Cachaça de Jambu é uma criação do Meu Garoto, em Belém do Pará. É produzida com a flor de jambu, planta amazônica que proporciona uma sensação indescritível de tremor nas papilas gustativas, Uma bebida exótica que vai te proporcionar uma experiência única e inesquecível. Boa degustação…

Entre as estrelas da vida noturna de Belém, há um lugar que vai além de um simples bar — é também uma fábrica, uma loja e um laboratório de experiências sensoriais. O Meu Garoto, fundado em 1994, é um convite para quem quer conhecer a cidade não só pelos olhos, mas pelo paladar.

Mais do que servir drinks, o bar se tornou símbolo da cultura local ao criar a famosa cachaça de jambu, bebida que provoca aquela sensação elétrica na boca e que já conquistou clientes do Brasil e do mundo. Tomar uma dose de cachaça de jambu é como sentir a Amazônia pulsar na língua: um formigamento intenso, quase hipnótico, que transforma um simples gole em memória inesquecível.

“Em 2011, a cachaça de jambu se tornou o carro-chefe da casa. A ideia nasceu em um almoço do Círio de Nazaré, enquanto eu saboreava um pato no tucupi bem carregado de jambu. Como já trabalhava com infusões e sempre fui apaixonado por esse ingrediente, foi natural unir os dois mundos. O resultado é uma experiência que vai além do álcool — é uma euforia sensorial única”, conta Leonardo Porto, fundador do Meu Garoto.

O segredo por trás do sabor

A produção da cachaça Meu Garoto segue padrões de excelência que fariam inveja a qualquer destilaria premium. O processo começa com a infusão do jambu — raiz, folhas e flores — em tanques de inox, onde a bebida descansa por um ano inteiro para absorver todas as propriedades e sabores da planta. Depois, ela passa por uma finalização em barris de carvalho, o que garante complexidade no aroma e um sabor profundo, marcante e 100% amazônico. Além da versão tradicional, a marca expandiu sua linha com combinações irresistíveis, unindo a energia do jambu às frutas regionais. Tem jambu com açaí, cupuaçu, bacuri e até com castanha-do-pará, cada uma trazendo um toque especial que surpreende até os paladares mais exigentes.

Em São Paulo, após cair no gosto de Alex Atala, está à venda no mercadinho anexo ao Dalva e Dito
Degustar uma dose de cachaça de jambu é como sentir a Amazônia pulsar na língua

“Queríamos ir além do clássico. Hoje temos a Caipirinha Amazônica, que leva nossa cachaça de jambu como base. É refrescante, brasileira até a alma, mas com um toque único da Amazônia. Os clientes se apaixonam na primeira dose”, revela Leonardo.

Um bar que é também um pedaço da cidade

O Meu Garoto não é apenas um bar: é um ponto de encontro, uma vitrine da cultura paraense e um lugar onde histórias são compartilhadas entre drinks. Quem passa por lá encontra cerveja gelada, petiscos saborosos e, claro, a famosa carne de sol com macaxeira frita — combinação perfeita para acompanhar uma dose da estrela da casa.

Perto de cada unidade do bar, há uma loja da fábrica, onde visitantes podem comprar garrafas de cachaça e outros produtos regionais, embalados especialmente para presente ou viagem.

É a oportunidade de levar um pedaço de Belém na mala e compartilhar a experiência com amigos e familiares. “Acredito que ter um espaço físico onde tudo começou cria uma conexão muito forte. Nossos clientes se tornam embaixadores da cachaça de jambu, sempre trazendo alguém de fora para viver essa experiência. É como se cada visita fosse uma celebração da nossa história”, explica Leonardo.

Um lugar onde histórias são compartilhadas entre drinks
O Criador (Leonardo Porto) e a Criatura (Meu Garoto)

Degustação que vira viagem sensorial

Uma das experiências mais fascinantes oferecidas pelo Meu Garoto começa na loja, onde o público pode participar de uma degustação gratuita com 13 sabores diferentes, entre cachaças e licores. Cada gole vem acompanhado de explicações sobre as combinações e dicas de harmonização, transformando a simples prova em uma verdadeira aula sobre sabores amazônicos.

Depois da degustação, o roteiro perfeito segue para o bar. Lá, basta pedir uma dose de cachaça de jambu, uma cerveja bem gelada e a clássica carne de sol com macaxeira. Tudo isso ao som de rock clássico, em um ambiente descontraído que mistura tradição e modernidade — uma experiência que resume o espírito vibrante da noite belenense.

“Nosso objetivo é que as pessoas entendam como degustar, descubram seus sabores preferidos e criem suas próprias receitas. No final, é só relaxar no bar e constatar que cerveja combina, sim, com cachaça de jambu”, brinca Leonardo. Além do Meu Garoto, Leonardo indica outros lugares que representam bem a cena boêmia e gastronômica da cidade, como a Estação das Docas, os restaurantes da orla de Icoaraci, a Cervejaria Cabloca e o Studio Pub. Esses espaços, segundo ele, traduzem a autenticidade da capital paraense e mostram como a vida noturna local está em constante evolução.

O drink imperdível para quem quer começar a aventura?

O Jambu Sour — uma mistura sofisticada de limão-tahiti, limão-siciliano, xarope de açúcar, clara de ovo e a famosa cachaça de jambu Meu Garoto. Um coquetel refrescante que, segundo Leonardo, surpreende até os bartenders mais experientes.

“A cena de bebidas artesanais no Pará tem crescido muito. Hoje, temos potencial para conquistar não só o público local, mas também expandir para outros estados e até para o exterior. Cada vez mais, vemos turistas e belenenses valorizando a criatividade e a identidade por trás dessas criações”, afirma Leonardo.

No final das contas, o Meu Garoto não é apenas sobre beber — é sobre sentir, descobrir e celebrar a Amazônia em cada gole. Uma experiência que começa com um leve formigamento na boca e termina com a certeza de que Belém tem um sabor inesquecível, que vale ser compartilhado com o mundo.

Unha, Tijuca e Meu Garoto, no final, é só relaxar no bar e constatar que cerveja combina, sim, com cachaça de jambu”, brinca Leonardo
Degustação
O sabor da Amazônia
Gás de cozinha
Resíduo orgânico

Gaudens Chocolate: a doçura amazônica que conquistou o mundo

Belém tem um jeito todo especial de contar histórias. Algumas se revelam nas fachadas antigas do centro histórico, outras nas barracas coloridas do Ver-o-Peso, e há aquelas que chegam ao paladar, traduzindo em sabores a biodiversidade que só a Amazônia tem. É nesse último grupo que se encaixa a trajetória da Gaudens Chocolate, marca que nasceu do sonho de transformar o cacau amazônico em um produto reconhecido mundialmente

Quem visita Belém para a COP 30 ou mesmo quem vive por aqui talvez ainda não conheça a Gaudens. Mas basta uma mordida em um de seus bombons ou tabletes para entender que se trata de algo único. Mais do que uma chocolateria, a Gaudens é um manifesto em favor da bioeconomia, conectando produtores rurais, ingredientes nativos e técnicas sofisticadas que nascem no coração da floresta e chegam à mesa em forma de iguarias.

“Quando voltei da Europa, em 2003, percebi que eu morava na terra do cacau, onde ele é nativo, e ninguém estava produzindo chocolate fino. Foi aí que decidi criar um produto que estivesse entre os melhores do mundo. Hoje, posso dizer que conseguimos: já temos três prêmios da Academy of Chocolate de Londres”, conta Fábio Sicilia, chef master formado no ICIF, especializado em chocolateria pela Lênotre de Paris e fundador da marca.

A jornada não foi simples. Fábio passou anos cruzando a Transamazônica em busca dos melhores produtores e ingredientes. Nos primeiros anos, a Gaudens funcionava mais como um hobby do que como negócio.

Entre 2004 e 2022, a fábrica enfrentou prejuízos, mas o propósito falou mais alto: provar que a Amazônia podia produzir cho-

colates comparáveis aos melhores do mundo. Só recentemente a empresa alcançou estabilidade financeira — e uma reputação que atravessou fronteiras.

O nome “Gaudens” não foi escolhido por acaso. Em latim, significa alegria plena, conexão com o divino.

Um conceito que se reflete na experiência de degustar cada chocolate.

“Queria algo que representasse a sensação que o chocolate desperta em mim. Mais do que um produto, ele carrega histórias, emoções e identidade”, explica o chef.

O que diferencia a Gaudens de outras marcas não é apenas a qualidade do cacau, mas a ousadia em experimentar sabores. A marca foi pioneira ao substituir os tradicionais flocos de arroz por farinha de tapioca nos chocolates crocantes, e seu primeiro grande sucesso foi o Castella, creme que combina castanha-do-pará, cacau e açúcar orgânico. Outros ingredientes amazônicos também

A Gaudens já levou o sabor amazônico a diferentes cantos do mundo
Fotos Divulgação, Internet

ganharam espaço em criações inovadoras, como cupuaçu, bacuri e açaí — sabores que dificilmente seriam encontrados em uma chocolateria tradicional.

A Gaudens já levou o sabor amazônico a diferentes cantos do mundo. Chocolates produzidos em Belém chegaram a países como Estados Unidos, Canadá, Itália, França, Inglaterra e até Emirados Árabes. A marca também possui registro na China e mantém pontos de venda em Manaus, Foz do Iguaçu e Belém, onde em breve abrirá duas cafeterias. Além disso, o e-commerce permite que clientes de diversos países comprem diretamente, desde que exista relação comercial com o Brasil. “Produzir chocolate na Amazônia é um orgulho imenso. Mostramos que o Pará não só cultiva cacau, mas produz chocolate fino em padrão internacional. Essa é uma conquista coletiva”, afirma Fábio, ressaltando a importância da parceria com pequenos produtores locais.

Marca sustentável coleciona selos

Essa conexão é formalizada pelo Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf), que garante a participação direta da agricultura familiar na cadeia produtiva. A Gaudens realiza uma curadoria rigorosa com produtores rurais que se dedicam à excelência.

Além do cacau, outros ingredientes amazônicos são incorporados, como mandioca, açaí, bacuri, cumaru e castanha-do-pará. O resultado é um modelo de negócios que fortalece comunidades e gera valor em cada etapa, da floresta à prateleira.

Outro pilar da empresa é a transparência. A marca ostenta o selo Clean Label, que certifica que seus chocolates não contêm corantes, aromatizantes sintéticos ou aditivos artificiais. Tudo é produzido de forma artesanal, com mínimo processamento e comércio justo. Esse cuidado se reflete na experiência do consumidor e na confiança dos parceiros.

Além disso, a Gaudens conquistou um marco importante: foi a primeira empresa da América Latina a receber um selo vegano por análise de DNA, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Pará e a Biotec Amazônia. Essa certificação garante a ausência de qualquer traço animal, até mesmo de insetos, atendendo aos padrões mais exigentes do mercado europeu. Entre tantas criações, um produto ocupa lugar especial no coração do chef e dos clientes: o bombom de cupuaçu. Diferente dos tradicionais recheios doces, ele traz uma combinação surpreendente: chocolate premiado de cupuaçu no recheio e cobertura de chocolate 53% cacau ao leite, também reconhecido internacionalmente. É uma síntese do que a Gaudens representa — inovação, respeito às raízes e excelência técnica.

No futuro, a marca quer expandir não apenas em pontos de venda, mas também na conexão emocional com o público. Fábio acredita que degustar um chocolate Gaudens vai além de saborear um doce: “Degustar Gaudens não é prestar atenção apenas na embalagem, mas no brilho, nos aromas, nos sabores e, principalmente, nas emoções que ele desperta em você. É sobre se permitir sentir a Amazônia em cada pedaço”.

A Gaudens já levou o sabor amazônico a diferentes cantos do mundo
Fabio Sicilia, através de sua marca Gaudens, não é apenas um chocolatier, mas um visionário. Assim como grandes artistas que transformaram a música, pintura ou literatura com suas composições e ideias, Fábio transformou a arte da chocolataria

Iniciativa paraense transforma produtos da floresta em negócio sustentável

Dois meses depois de abrir as portas na Rua Ó de Almeida, em Belém, a Loja Ingá – Produtos da Amazônia já se firmou como ponto de encontro entre quem produz na floresta e quem consome na cidade

O espaço, inaugurado em agosto, é o primeiro na capital paraense dedicado exclusivamente à gastronomia e à bioeconomia amazônica, e vem atraindo desde turistas curiosos até chefs em busca de novos sabores.

A proposta parece simples: vender produtos alimentícios originários da Amazônia, de forma justa e sustentável. Mas por trás das prateleiras bem iluminadas e das embalagens coloridas, há uma estrutura pensada para resolver uma das maiores fragilidades da região — a dificuldade de escoar a produção de pequenos empreendedores e agricultores familiares. “Queremos ser uma ponte entre o saber tradicional e o mercado”, diz Bruno Tomaz do Couto Moraes, responsável pela iniciativa. “A Amazônia produz muita coisa boa, mas nem sempre consegue fazer esses produtos chegarem ao público certo. O Ingá nasceu para encurtar essa distância.”

Mais que uma loja, um projeto de economia da floresta

O espaço reúne mais de 150 produtos de 60 empreendedores da região Norte, incluindo agricultores familiares, comunidades indígenas e quilombolas, agroindústrias e cooperativas locais. Tucupi, óleos de andiroba e pracaxi, farinhas de mandioca artesanal, mel de uruçu, doces de frutas nativas e licores regionais estão entre os itens mais procurados.

A Loja Ingá é fruto de uma parceria entre o Instituto Peabiru e a Distribuidora Bourbon, com apoio do Fundo Hydro e da Fundação Mitsui Bussan do Brasil, por meio do Projeto Tipitix — iniciativa que fomenta a agricultura familiar no município de Barcarena (PA).

“Sem essas parcerias seria impossível fazer com que os produtos chegassem a Belém com qualidade e preço competitivo”, explica Bruno. “A loja é o ponto final de uma cadeia longa, que começa com o manejo sustentável e termina na mesa do consumidor urbano.”

Bruno Moraes: fomentando o desenvolvimento de negócios da agricultura familiar
Dedicado exclusivamente à gastronomia e à bioeconomia amazônica
Fotos Divulgação, Instituto Peabiru, Loja Ingá

O impacto da bioeconomia no dia a dia

Desde a inauguração, em agosto, o fluxo tem sido constante. A loja recebe moradores da capital, chefs de cozinha e visitantes de outras regiões que passam por Belém, especialmente no contexto da preparação da COP30, que a cidade sediará em 2025. A expectativa é que a vitrine ajude a projetar a bioeconomia amazônica como uma alternativa real de desenvolvimento. “Os turistas que chegam aqui buscam algo autêntico — querem provar a Amazônia de verdade”, conta Bruno. “A loja oferece uma experiência completa: o produto, a história e o impacto social por trás de cada item.”

De acordo com ele, a comercialização é a chave para transformar o potencial da floresta em renda local. “Apoiar a produção é importante, mas é a venda que garante a continuidade. O desafio é equilibrar o preço justo ao produtor com a competitividade no mercado.”

Vendas crescentes e visibilidade para pequenos produtores

Passados poucoss meses da abertura, a loja registra crescimento nas vendas e aumento no número de fornecedores interessados.

Negócios da agricultura familiar de Barcarena
Com base na diversidade e na sustentabilidade

Muitos deles são pequenos empreendedores que, pela primeira vez, conseguem ver seus produtos expostos num espaço de varejo moderno. Um levantamento interno aponta que mais de 30 novos produtores já procuraram o projeto desde a inauguração. A equipe da Ingá avalia cada caso, garantindo que todos os produtos sigam padrões de origem sustentável, qualidade e segurança alimentar.

“Ao longo desses meses, percebemos que há uma demanda reprimida — tanto de quem quer vender quanto de quem quer consumir produtos amazônicos com procedência”, afirma Bruno. “Nosso papel é organizar esse encontro.”

A floresta no centro da cidade

A loja também vem sendo procurada por restaurantes e hotéis locais interessados em incorporar ingredientes da floresta aos cardápios. A aposta é que o consumo urbano possa impulsionar uma nova economia regional, com base na diversidade e na sustentabilidade.

Para os consumidores, o espaço é uma espécie de “mini feira da Amazônia”, mas com curadoria e infraestrutura moderna. As gôndolas exibem produtos refrigerados e embalados, prontos para transporte — um diferencial importante para quem quer levar os sabores da floresta para fora do estado.

Bruno destaca que a intenção é romper a lógica de isolamento que sempre marcou os produtores da Amazônia. “Temos histórias de comunidades que produzem há anos, mas que nunca conseguiram colocar seus produtos no mercado. Agora, essas histórias estão em uma prateleira, com rótulo, identidade e preço justo.”

Entre a paixão e a lógica de mercado

A experiência também tem ensinado lições sobre o equilíbrio entre propósito e sustentabilidade econômica.

“Empreender na bioeconomia é rico de oportunidades, mas exige entender o mercado”, diz Bruno. “Encontramos produtos incríveis, mas com preços inviáveis. Nosso trabalho é ajudar os produtores a ajustar isso, sem perder o valor da origem”.

Para o Instituto Peabiru, que executa o projeto Tipitix e atua há duas décadas na Amazônia, a Ingá é um exemplo de como a bioeconomia pode ser concreta, e não apenas um discurso. “É um modelo que alia a floresta em pé, o empreendedorismo local e o consumo consciente”, afirma um dos técnicos do instituto.

Para o Instituto Peabiru, que executa o projeto Tipitix e atua há duas décadas na Amazônia, a Ingá é um exemplo de como a bioeconomia pode ser concreta, e não apenas um discurso. “É um modelo que alia a floresta em pé, o empreendedorismo local e o consumo consciente”, afirma um dos técnicos do instituto.
A bioeconomia amazônica está e estará mais no centro da COP30

Belém e a bioeconomia no mapa global

A presença da loja na capital paraense ganha ainda mais relevância no contexto da COP30, que acontecerá em Belém em 2025. O evento deve reunir líderes globais, pesquisadores e empresas interessados em soluções sustentáveis para o clima — e a bioeconomia amazônica está no centro dessas discussões. Para Bruno, a loja representa o tipo de ação que a cidade precisa mostrar ao mundo. “Quando se fala de Amazônia, ainda se pensa muito em floresta intocada. Queremos mostrar que há uma Amazônia que produz, que empreende, que inova — e que isso pode ser feito com respeito ambiental e inclusão social.” Ele destaca que o público internacional tem se mostrado cada vez mais interessado em produtos de origem rastreável e sustentável, um movimento que pode beneficiar toda a cadeia produtiva da região.

Uma vitrine que conta histórias

Cada produto da Ingá carrega uma história — e, em muitos casos, um nome. Há o mel produzido por uma cooperativa de mulheres em Barcarena, o tucupi artesanal de uma co munidade ribeirinha no Acará, a castanha co letada por famílias extrativistas do Tapajós.

Essa dimensão humana é parte central do projeto. “A gente quer que o consumidor saiba quem está por trás de cada produto”, diz Bruno. “Isso cria vínculo, valoriza o produtor e dá sentido à compra.” os próximos meses, a loja deve expandir a linha de produtos e investir em uma plataforma de vendas online. Também está prevista uma programação de oficinas e degustações com chefs locais, para aproximar

ainda mais a gastronomia urbana da produção amazônica. “Nosso sonho é que existam outras Ingás em Manaus, Santarém, Maca

"Há 25 anos produzindo açaí com segurança e qualidade."

• Restaurante buffet a kg;

• Pratos feitos para delivery e retirada;

• Açaí;

• Açaí congelado na embalagem padrão para viagens;

• Frango assado.

O Programa “Creches Por Todo o Pará” prevê a construção de 150 unidades em diversas regiões do Estado. É uma ação inédita do governo do Estado, com investimento superior a R$ 400 milhões

Educação infantil do Marajó contará com mais duas creches

Vice-governadora Hana Ghassan acompanhou obras em Soure e Salvaterra, que fortalecem o atendimento à primeira infância no arquipélago

Os municípios de Soure e Salvaterra, na região do Marajó, ganharão mais duas unidades do Programa “Creches Por Todo o Pará”, reforçando a educação infantil no arquipélago. As obras foram visitadas pela vice-governadora Hanna Ghassan nesta quinta-feira (16), encerrando sua agenda na região. “No Marajó, a construção das creches está a todo vapor. Agora, é preparar as entregas. São obras que vão mudar a vida das nossas crianças da região, com mais educação de

qualidade e suporte para as famílias”, ressaltou a vice-governadora do Pará.

Em Salvaterra, o investimento é de R$ 4,25 milhões. A obra já está com 95% dos serviços concluídos e a previsão de entrega é para dezembro deste ano. Já em Soure, o investimento é de R$ 4,12 milhões, e as obras estão 80% executadas.

Cada creche terá capacidade para atender 200 crianças, de zero a cinco anos. Os espaços contam com salas multiuso e dos professores; banheiros infantis, adultos e

em andamento, localizadas em

de Santa Cruz do Arari. A vice-governadora vistoriou o andamento dos serviços que estão com aproximadamente 80% concluídos

adaptados para Pessoas com Deficiência (PcD); sala de amamentação; lactário; fraldário; pátio coberto; playground; redário; horta; jardim; além de cozinha, refeitório, rouparia, despensa, secretaria, direção, depósito e vestiário para os servidores.

Ao oferecer acolhimento, segurança e ensino de qualidade para as crianças, as novas creches possibilitarão que muitas mães possam retornar ao mercado de trabalho, favorecendo a geração de emprego e renda para as famílias locais.

A região do Marajó já dispõe de uma creche entregue pelo governo do Estado ao município de Melgaço e, agora, será beneficiada com mais duas unidades, com entregas previstas entre dezembro deste ano e o início de 2026, ampliando de forma significativa o atendimento à educação infantil na região.

Durante a semana, a vice-governadora também vistoriou outras três unidades em andamento, localizadas em Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari e Ponta de Pedras, todas em ritmo acelerado de execução.

Até o momento, o Estado já entregou creches em Belém, Ananindeua, Benevides, Oriximiná, Redenção, Cumaru do Norte, Almeirim, Bannach, Melgaço, Curuçá, Marabá e Igarapé-Açu, impactando positivamente a vida de mais de duas mil famílias paraenses.

Fotos Alex Ribeiro / Ag. Pará
A vice-governadora também vistoriou outras três unidades
Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari e Ponta de Pedras, todas em ritmo acelerado de execução. Na foto durante a visita as obras no município

Segunda unidade de Ananindeua está com 50% de obra concluída

Na recente manhã da terça-feira (21), a vice-governadora Hana Ghassan, acompanhada do secretário de Educação, Ricardo Sefer, estiveram em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, e vistoriaram os trabalhos na segunda unidade de creche a ser entregue pelo Governo do Estado no município. As obras já alcançaram 50% dos serviços concluídos. O equipamento público proporciona o benefício de famílias que precisam retornar ao mercado de trabalho ou em situação de vulnerabilidade social. A primeira unidade foi entregue em outubro de 2024.

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio do programa ‘Creches Por Todo o Pará”, tem garantido ampliação do acesso à primeira infância nos municípios paraenses, com atendimentos para até 200 crianças com idade de 0 a 5 anos de idade, por unidade.

Com um investimento de aproximadamente R$ 5.215.524,94 oriundos do Tesouro Estadual, a obra contará com salas multiuso, lactário, amamentação, fraldários, refeitório, redário, playground, jardim, horta, dentre outros espaços de convivência para a garantia de conforto e bem-estar das crianças e equipe técnica e de professores.

O operário Felipe Teixeira destacou a importância de um espaço como esse para as famílias e que a obra segue a todo vapor para ser entregue para a população.

“Está sendo uma contribuição muito grande para a comunidade participar dessa obra que é uma creche, com uma estrutura ótima que vai atender uma boa parte da população do bairro do Coqueiro. Vai fazer uma grande diferença, atendendo várias famílias e fazendo com que as famílias não tenham que se deslocar para longe de sua residência. Todo dia a gente dá o nosso máximo aqui para que o trabalho evolua e a obra também siga com mais rapidez”, disse Felipe Teixeira

O operário Felipe Teixeira diz que ele e seus colegas estão dando o máximo para que o trabalho evolua e a obra também siga com mais rapidez

O Programa “Creches Por Todo o Pará” prevê a construção de 150 unidades em diversas regiões do Estado com investimento superior a R$ 400 milhões.

Até o momento, já foram entregues creches nos municípios de Belém, Oriximiná, Ananindeua, Benevides, Redenção, Cumaru do Norte, Bannach, Almeirim, Melgaço, Curuçá, Marabá e Igarapé-Açu.

Texto *Por Lilian Guedes Fotos Divulgação, Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará
A obra está com 50% concluída
A vice-governadora Hana Ghassan, e o secretário de Educação, Ricardo Sefer, em Ananindeua, vistoriando os trabalhos na segunda unidade de creche a ser entregue pelo Governo do Estado

Pará registra o menor índice de alertas de desmatamento dos últimos oito anos para o mês de setembro

Estado acumula redução de 80% em relação a 2023 e consolida tendência de queda nas áreas sob alerta, reflexo das ações integradas de comando e controle ambiental

OPará registrou, em setembro de 2025 (Ano Prodes 2026, que compreende o período entre agosto de 2025 e julho de 2026), o menor valor de áreas descobertas por alertas de desmatamento dos últimos oito anos, para o mesmo mês, com 107 km².

O dado representa uma redução de 47% em relação a setembro do ano anterior (202 km²) e consolida uma queda de 80% em relação ao mesmo período em 2023 - maior pico da série demonstrada, segundo os dados provenientes do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter/Inpe), que integra a infraestrutura oficial de monitoramento da floresta amazônica brasileira.

A avaliação técnica confirma a trajetória de redução contínua entre 2023 e 2026. O resultado demonstra o impacto direto das ações integradas de fiscalização, monitoramento e gestão ambiental direcionadas pelo Governo do Pará. Nos municípios prioritários para ações de prevenção e controle, a redução foi ainda mais expressiva: queda de 56% entre 2024 e 2025, passando de 118,96 km² para 52,16 km².

Os principais números de redução foram observados em Altamira (-90%), Novo Progresso (-93%), Itaituba (-67%), Pacajá (-63%) e São Félix do Xingu (-55%).

O governador Helder Barbalho destacou que o resultado é reflexo do fortalecimento da governança ambiental e do compromisso do Pará com a proteção da Amazônia.

Redução de 47% em relação a setembro do ano anterior (202 km²) e consolida uma queda de 80% em relação ao mesmo período em 2023, segundo os dados doDeter/ Inpe. A avaliação técnica confirma a trajetória de redução contínua entre 2023 e 2026

“O Pará está mostrando que é possível desenvolver com responsabilidade ambiental. Esse resultado expressivo é fruto do trabalho integrado entre os órgãos do Estado, das ações de comando e controle e do uso intensivo de tecnologia para monitorar e coibir o desmatamento. Desta forma, estamos consolidando o Pará como referência em gestão ambiental e mitigação às mudanças climáticas na Amazônia”, afirmou Helder.

O resultado demonstra o impacto direto das ações integradas de fiscalização, monitoramento e gestão ambiental direcionadas pelo Governo do Pará

Considerando o acumulado de agosto e setembro, o Pará reduziu as áreas sob alerta de 394 km² em 2025 para 181 km² em 2026, o que representa uma queda de 54% e consolida o terceiro ano de redução. O secretário titular da Semas, Raul Protázio Romão, destacou que os avanços decorrem da execução coordenada de programas como o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) e as operações Curupira e Amazônia Viva, que fortalecem o combate às irregularidades e a proteção dos territórios.

“Estamos consolidando um novo modelo de gestão ambiental, baseado na presença territorial e na integração entre os órgãos responsáveis. O resultado é um Pará que avança na fiscalização e combate, com monitoramento eficiente e redução consistente dos índices de desmatamento”, afirmou Raul.

Próximo de receber a maior conferência climática do mundo, a COP 30, que será realizada em Belém, os números reforçam o papel do Pará como protagonista na agenda ambiental do país, fortalecendo políticas públicas externas à transição para uma economia verde, que valoriza a floresta viva e o uso sustentável dos recursos.

STREET BEAT ANANINDEUA REÚNE ARTE E RESITÊNCIA NA PERIFERIA

Projeto oferece oficinas de danças urbanas, gratuitas

Em Ananindeua, nasce uma iniciativa que traduz urgência em movimento: o STREET BEAT ANANINDEUA (SBA). Mais do que oficinas de dança urbana gratuitas, o projeto surge como alavanca para três verdadeiras frentes de transformação. A proposta é clara: oferecer alternativas à violência juvenil, reconectar o jovem com a escola e abrir vias de trabalho por meio da arte. Tudo isso não como ideia abstrata, mas como vivência concreta na Usina da Paz Prof. Amintas Pinheiro, no bairro Icuí Guajará.

O SBA propõe capacitação em modalidades diversas, como hip hop, jazz funk, heels dance (stiletto) e breaking, com certificação formal e inscrições gratuitas.

Aliado à prática, o reconhecimento local. Dois nomes serão homenageados na edição inaugural, representando a dança de periferia em Ananindeua. Um deles é Glay Mezctta, coreógrafo e professor que afirma presença nas comissões de frente das escolas de samba de Belém e Ananindeua.

Na conclusão das oficinas, haverá um espetáculo-mostra com entrada franca. Os participantes sobem ao palco, e entre as atrações, o cantor Mc Dourado. Ele é um dos nomes emergentes do funk e trap paraense, com trajetória que ecoa a de muitos jovens das periferias: transformar vivência em arte, voz e profissão.

Arquitetura do protagonismo local

A direção do SBA está sob responsabilidade de Pierry Tavares, maquiador profissional, dançarino, coreógrafo e estudante de odontologia. Sua carreira foi forjada em Ananindeua, onde vive e trabalha, simbolizando com autenticidade o que o projeto propõe: protagonismo periférico.

Ao lado dele está o produtor e pesquisador da cultura popular Sandro Destro Lima. Com vasta experiência na produção de espetáculos e projetos musicais, sua trajetória demonstra articulação entre arte, educação e mercado de trabalho. Sua atuação no SBA é continuação de uma prática consolidada.

As oficinas serão ministradas por nomes respeitados da cena cultural da região metropolitana, como Glay Mezctta, Hian Maniva e Gaab Rodrigues. Essa curadoria reforça o nível técnico do projeto e confere reconhecimento ao certificado que será entregue aos participantes.

E há um dado estratégico: o SBA será realizado pouco antes da COP30, que ocorrerá em Belém, entre 10 e 21 de novembro de 2025. Ao integrar temas como inclusão dos povos da floresta por meio da arte, educação e trabalho, o projeto amplia seu alcance para além do território local.

Os organizadores relatam que o primeiro obstáculo foi conseguir um espaço. Com os teatros públicos ocupados pela programação da COP30, foi necessário recorrer diretamente à secretária Elieth Braga, responsável pelas Usinas da Paz. A sensibilidade institucional garantiu a liberação do teatro e da sala de dança da Usina da Paz do Icuí Guajará.

Segundo Pierry Tavares, por ser um projeto contemplado em edital público com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, é justo que o investimento retorne à população em forma de capacitação e geração de renda. Ele reforça que o cuidado com os participantes vai além da aula. “Antes, durante e depois das oficinas, queremos oferecer acolhimento. O lanche ao final de cada encontro também é parte disso”, explica. O SBA conta ainda com o apoio da Rede Parauara de Arte e Cultura, um coletivo que atua em diversas frentes artísticas em São Sebastião da Boa Vista, Abaetetuba, Ananindeua e Belém. A parceria com o Governo Federal, via Secult, amplia a base institucional do projeto.

Identidade visual e o código de pertencimento

A identidade visual do SBA comunica mais do que estética. Ela estabelece pertencimento. O logotipo, com fundo vermelho-sangue e amarelo-ouro, tem força

Pierry Tavares é o diretor-geral do SBA
Texto *Sandro Destro Lima Fotos STREET BEAT e Divulgação

simbólica e visibilidade garantida. Cores contrastantes e silhuetas de dançarinos sobre o cenário urbano de Ananindeua compõem um quadro que traduz com clareza os objetivos do projeto.

Ao reunir referências visuais da cultura hip hop e do heels dance, a marca incorpora diversidade e inclusão.

A comunicação é direta: todas as expressões da dança urbana têm lugar ali. A tipografia, os elementos gráficos e a inserção de casas e prédios típicos do município reiteram o compromisso territorial do SBA. Não é um projeto genérico. É enraizado.

A marca comunica valores de transformação e cidadania. Mais do que identidade visual, funciona como chamada pública para jovens que veem na arte um ponto de partida para outras possibilidades.

Dança urbana: mais do que movimento

As danças urbanas nasceram nos anos 1970 e 1980, nas periferias negras e latinas de Nova York e Los Angeles, como formas de afirmação, liberdade e resistência. Em Ananindeua, essas danças ganham outra camada de sentido. Tornam-se ferramentas para construir futuro.

O SBA se estrutura em três eixos: combater a violência juvenil oferecendo ambientes criativos e seguros, reduzir a evasão escolar reforçando o vínculo com o universo cultural, e abrir caminhos para o mercado de trabalho num setor que cresce e gera renda.

Expressar-se, conviver, criar, ensaiar. A rotina das oficinas fortalece não apenas a autoestima, mas também a disciplina e o senso de pertencimento. Como já se disse, a arte não é apenas ocupação do tempo. Ela é caminho.

Impacto transformador para Ananindeua

O SBA surge como resposta concreta a uma série de desafios. Em um território marcado por desigualdade, exclusão e insegurança, ele oferece outra narrativa. Não como promessa vaga, mas como percurso possível. Formação, certificação, visibilidade e atuação profissional.

Sandro Destro Lima assina a criação e produção do SBA
Glay Mezctta será um dos homenageados pelo SBA
A força da periferia transformou o breaking dance em modalidade olímpica

O fato de ser conduzido por nomes reconhecidos localmente, como Sandro Destro Lima e Pierry Tavares, fortalece o engajamento comunitário. E com a chancela de veículos como a revista PARÁ+, o projeto ganha credibilidade midiática e impulso institucional. A trajetória de Glay Mezctta, homenageado pelo SBA, reflete esse impacto. “Saber que outras pessoas se inspiram no meu trabalho me mostra que estou no caminho certo. Isso me dá ainda mais força para continuar”, afirmou, emocionado.

Mais do que ação pontual, o SBA é projeto replicável. Exemplo de como a cultura da periferia, quando reconhecida e estruturada, se torna política pública eficaz.

Como lembra o Ministério da Cultura: investir em cultura não é despesa. É construção de futuro. A ressignificação do espaço e os novos sentidos do comum

O espaço onde tudo acontece tem uma história que merece atenção. O terreno da Usina da Paz, no Icuí Guajará, já abrigou a residência dos governadores do Pará. Por muito tempo, era um local inacessível à população comum.

Um símbolo de poder distante. Hoje, o mesmo espaço se converte em polo de cultura, arte e educação. A transformação é profunda. O que antes significava exclusão, agora significa pertencimento.

Os jovens da periferia ocupam esse território com dança, voz e presença. Legitimam sua cidadania. A equipe da Usina da Paz é parte fundamental desse processo. Da direção de João Santos à assistência de Lana Palheta, passando pelo suporte técnico de Cristiano Peixoto, todos acolheram o SBA como projeto necessário.

Show de encerramento

O encerramento do SBA será uma celebração pública. No teatro da Usina da Paz, os participantes receberão certificados em cerimônia que também contará com apresentações de companhias convidadas. Vídeos institucionais serão exibidos para valorizar o trabalho coletivo.

O ponto alto será o show de Mc Dourado. Não apenas pelo talento musical, mas pelo que ele representa. Suas letras, seu percurso e seu estilo de vida são reflexo da juventude da periferia. Sua presença traduz a ideia central do SBA: ocupar o palco como afirmação. Às vésperas da COP30, o espetáculo final amplia a visibilidade da juventude amazônica para um público internacional. Uma mostra viva do potencial criativo dos bairros populares, onde a arte se firma como linguagem e horizonte.

Usina da Paz Prof Amintas Pinheiro: espaço ressignificado e nas mãos do povo.

Terracota – uma solução de 3.000 anos para combater o calor extremo

As empresas estão adaptando essa humilde cerâmica à base de argila para manter as pessoas frescas - sem eletricidade

Um pouco mais de 20% das famílias da Índia possuem um ar condicionado ou refrigerador, e menos de um terço tem geladeiras - deixando centenas de milhões de pessoas enfrentando o aumento das temperaturas sem resfriamento artificial. Estima-se que o calor extremo tenha ceifado mais de 700 vidas na Índia em 2024, o ano mais quente já registrado, e os pesquisadores alertam que 76% da população enfrenta risco de calor alto a muito alto.

Mas uma inovação com pelo menos 3.000 anos - terracota - está emergindo como uma alternativa de baixo custo e baixo consumo de energia. Outrora usada pela civilização Harappan da Idade do Bronze para armazenar água, esta cerâmica à base de argila ainda está nas prateleiras das casas rurais indianas como potes de barro que resfriam a água sem eletricidade e custam apenas um dólar cada.

“A superfície porosa da terracota permite que a água evapore lentamente, levando o calor para longe e resfriando o espaço ao seu redor”, diz Adithya Pradyumna, pesquisadora de saúde ambiental da Universidade Azim Premji, em Bengaluru. Com base nesse princípio, arquitetos nas extensas áreas metropolitanas da Índia estão se voltando para a terracota para novas soluções de resfriamento passivo que variam de refrigeradores de barro a ladrilhos perfurados, telas ventiladas e fachadas que permitem ventilação natural e ajudam na transferência de calor e umidade entre ambientes internos e externos.

Em certos projetos, a água também é distribuída pelas superfícies de terracota para evaporar e, assim, diminuir as temperaturas circundantes.

Centenas de milhões de pessoas enfrentando o aumento das temperaturas sem resfriamento artificial
Os arquitetos utilizam terracota há milhares de anos como material de construção podendo realmente combater as mudanças climáticas
Fachada de resfriamento construída em terracota
Texto *Jyoti Thakur Fotos Cortesia de CoolAnt

O resfriamento passivo usa o design do edifício para regular as temperaturas internas com materiais naturais, ventilação estratégica e sombreamento bem controlado. Essa abordagem funciona particularmente bem no Mediterrâneo e em outros lugares áridos ou semiáridos - como partes do noroeste do Pacífico, onde a pesquisa descobriu que pode reduzir as cargas de ar condicionado em até 70%.

Uma pioneira neste campo é a empresa de design Ant Studio, com sede em Delhi, cujo projeto CoolAnt usa terracota como segunda pele em edifícios de concreto. “Aproveitamos suas propriedades hidrofílicas e observamos quedas médias de temperatura de seis a oito graus Celsius em mais de 30 locais” na Índia, diz o fundador do estúdio, Monish Siripurapu.

O material deve ser ainda mais eficaz nas áreas mais secas do país, acrescenta

Mesmo essas quedas modestas de temperatura, diz Pradyumna, podem “ajudar significativamente o corpo humano a se resfriar com mais eficiência, especialmente em ambientes fechados”. A pesquisa mostra uma correlação direta entre o aumento das temperaturas e a mortalidade.

Outra empresa indiana, a A Threshold, com sede em Bengaluru, está reaprovei-

tando terracota reciclada em fachadas respiráveis. Enquanto isso, a MittiCool, com sede em Gujarat, criou refrigeradores de barro que supostamente mantêm os alimentos frescos por três a cinco dias sem energia - inestimáveis em casas sem eletricidade confiável.

“Muitos de nossos clientes não podem se dar ao luxo de operar aparelhos convencionais, então esta é uma alternativa

durável e acessível”, diz o fundador da MittiCool, Mansukhbhai Prajapati. Niyati Gupta, associada sênior do programa do instituto de pesquisa WRI Índia, diz que a terracota “pode complementar os sistemas de resfriamento existentes e reduzir nossa dependência da rede movida a combustível fóssil. Isso por si só poderia ser um divisor de águas para os setores de energia e construção.”

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Arqueólogos descobrem no Peru mural pré-hispânico de mais de 3 mil anos

O mural policromo, com figuras de ambos os lados e pigmentos originais, fica dentro de um templo do sítio arqueológico Huaca Yolanda, na região La Libertad, cerca de 580 km ao norte de Lima

Foto da Pontifícia Universidade Católica do Peru, divulgada recentemente em julho deste 2025, mostra uma vista aérea do sítio arqueológico de Huaca Yolanda, onde o mural pré-hispânico foi descoberto. O mural policromado, com figuras em ambos os lados e pigmentos originais está localizado dentro de um templo do sítio arqueológico de Huaca (lugar sagrado) Yoland. Peixes, estrelas, redes de pesca e plantas compõem as figuras do mural de adobe de dupla face

Descobrimos de forma inesperada o mural intacto de 3 mil a 4 mil anos de antiguidade com características bastante únicas para a arqueologia peruana”, disse a arqueóloga Ana Cecilia Mauricio, pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Peru, que lidera a equipe do Programa Arqueológico Ecodinâmica Precoce dos Vales do Chao e Santa (Praet) da PUCP, Peixes, estrelas, redes de pesca e plantas compõem as figuras do mural de adobe de mais de cinco metros de comprimento e dois de altura descoberto recentemente.

“Este mural tem um desenho tridimensional, com decorações e cores azul, vermelho, amarelo e preto. Nunca havíamos encontrado uma iconografia ou imagens desse tipo”, destacou a diretora da pesquisa. “A descoberta é importante pelo fato de ser um monumento de mais de 3 mil anos que mostra a riqueza histórica e cultural das populações do Peru”.

Essa descoberta é crucial para compreender a identidade cultural da costa. Diferente da arte da civilização Chavín, um importante centro contemporâneo localizado na serra que representava jaguares, o mural de Huaca Yolanda reflete uma tradição artística tipicamente costeira, centrada em sua relação com o mar.

Fotos Ana Cecilia Muricio, Handout / Pontifícia Universidade Católica do Peru, PUCP

As figuras do mural revelam um simbolismo profundo das antigas culturas pré-incas. Ana Cecilia ressaltou que a área enfrenta uma ameaça constante devido à expansão agrícola sobre os vestígios arqueológicos, que afeta a preservação do sítio. As figuras no mural revelam um profundo simbolismo das antigas culturas pré-incas.

Entre os vestígios do templo, foram identificados frisos com figuras antropomórficas em alto relevo, incluindo um corpo humano com cabeça de pássaro, representações de felinos e até garras de répteis. Também encontraram os restos do que “teria sido uma escadaria central pela qual se podia subir a uma espécie de plataforma na parte central” do templo Huaca Yolanda ocupa uma superfície de 40 hectares, no vale de Chao. O sítio é um dos mais antigos das Américas por suas estruturas de adobe, que datam do fim do período pré-cerâmico.

Ana Cecilia informa que o lado sul do mural retrata um grande pássaro com asas abertas e um motivo de diamante na cabeça, possivelmente representando uma águia ou um falcão. Já o lado norte retrata diversas plantas, estrelas e figuras humanas que, segundo a arqueóloga, “parecem representar xamãs”.

Ainda segundo a arqueóloga, o bom estado de conservação deste mural se deve ao fato de ter sido enterrada no passado, provavelmente pelos mesmos povos que a construíram, para construir outra sala sobre ela, como era comum nas civilizações do antigo Peru. A decoração do mural é feita de argila, e está claro que há restos de plantas, cujas amostras permitirão a análise por datação por radiocarbono. Esperamos ter informações precisas no início do próximo ano “, disse

ela, acrescentando que os laboratórios da PUCP possuem equipamentos para determinar que tipo de pigmentos foram utilizados na decoração tridimensional do mural e sua origem. “Com esses estudos, poderemos compreender as técnicas de decoração, a iconografia e a arquitetura do sítio.

As evidências sugerem que o mural decorava espaços internos dentro do átrio principal de um templo do Período Formativo. Nosso plano inclui a reconstrução de imagens e a modelagem 3D com equipamentos especializados, quando o mural estiver mais exposto, para que possa ser divulgado e estudado publicamente”.

Há uma grande chance de que não apenas a muralha em si, mas toda a área ao redor, esteja intacta. Isso nos permitirá compreender a arquitetura, o que também é muito importante porque o interior de um templo com mais de 3.000 anos e ricamente decorado raramente foi visto nesta parte do país ”, afirmou.

Apesar de seu valor histórico incalculável, o futuro de Huaca Yolanda é incerto. O sítio arqueológico não conta com proteção institucional e está em sério risco devido à expansão agrícola, ao saqueio e à falta de um cercado perimetral, finalizou a arqueóloga.

Arqueóloga e professora Ana Cecilia Mauricio, da PUCP, frente ao mural intacto de 3 mil a 4 mil anos de antiguidade
Descoberto em Huaca Yolanda, o sítio arqueológico no distrito de Chao, no departamento de La Libertad
O mural de adobe, tridimensional policromado, com dupla face, mede mais de 5 metros de largura e 2 metros de altura , descoberto em Huaca Yolanda é inédito e único no Peru

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