6o DOMINGO APÓS EPIFANIA
12 FEV 2006
MARCOS 1.40-45 1 CORÍNTIOS 10.31-11.1
PRÉDICA: 2 REIS 5.1-14 Norberto da Cunha Garin
1 Considerações sobre o texto Na perícope sobre a cura de Naamã está retratada a inoperância das religiões da Síria em contraste com a superioridade da fé judaica. Deve-se considerar que a fé judaica era praticada por alguns segmentos que gravitavam em torno dos profetas Elias e Eliseu. A narrativa desse texto faz parte de um rico depósito de histórias populares, cujo tema era o conflito entre seguidores de Baal e de Javé. O foco era a solução de problemas básicos na vida do povo comum, que sofria sob a opressão de reis e por causa da falta de alimentos. Elias e Eliseu marcaram fortemente as camadas populares com seus prodígios, em que o poder de Javé era manifestado em oposição ao poder de Baal. Dessa forma, ofereciam resoluções de problemas, tais como fome aguda, doença, pobreza e expropriação de terras para uma parte da população que sofria com essas calamidades. Os profetas integravam uma comunidade que tinha como bandeira a propagação da fidelidade a Javé. Ao mesmo tempo, essa comunidade encontrava apoio e respaldo em diferentes segmentos da sociedade mais ampla, como funcionários da corte como Obadias (1 Rs 18.3-4) e Jeú (2 Rs 9.1-3), funcionários sírios, como é o caso de Naamã (1 Rs 5), e até reis como Ben-Hadade e Hazael (2 Rs 8.7-15).
2 Olhando para o texto v. 1: O termo Naamã significa “encantador”; pode aparecer como nome próprio e como título de realeza; esse versículo informa que um estrangeiro tornara-se “servo” do Senhor; transmite a idéia de universalidade de Javé ao falar de um rei sírio que recebeu favores do Senhor. v. 2: Aponta para as mulheres como vítimas da guerra; uma menina é levada como escrava, que se tornou serviçal da mulher de Naamã.
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