13o DOMINGO APÓS PENTECOSTES
03 set 2006
PROVÉRBIOS 9.1-6 EFÉSIOS 5.15-20
PRÉDICA: JOÃO 6.51-58 Vera Cristina Weissheimer
1 Observações gerais O texto já foi trabalhado por Osmar Witt no PL XIX (p. 225), que levantou a questão de esse texto ser um apêndice redacional, “uma inclusão posterior que introduz uma interpretação sacramental para a multiplicação dos pães e, sobretudo, para o discurso de Jesus sobre o pão da vida”. Contudo, o texto não parece trazer elementos tão novos assim. Não parece desconhecida para o evangelista a experiência da Santa Ceia. “Dificilmente terá havido uma comunidade que não batizava e não se reunia para a Ceia do Senhor” (PL XIX, p. 225). Os textos indicados para as leituras nos dão boas indicações. Por exemplo, em Provérbios lemos que a Sabedoria dispôs o pão e o vinho sobre a mesa e convidou os simples – ou, conforme outras tradições, os ingênuos – para que esses deixassem a insensatez e encontrassem o caminho do entendimento. Um convite para deixar a ingenuidade de lado e adquirir um espírito crítico para construir seu próprio caminho: “Andai pelo caminho do entendimento” (“da inteligência”, conforme a tradução da Edição Pastoral, da Paulinas). O texto de Efésios chama a nossa atenção para uma vivência autêntica e coerente da fé cristã, experimentada no momento da Santa Ceia com o dia-a-dia do cristão. Jesus não quer somente fartar a humanidade fisicamente. Estamos sempre em busca de uma palavra que nos sustente verdadeiramente, e é isso que é proposto, não um simples seguimento que sacia a fome física. Jesus propõe um comprometimento que transcenda essas necessidades primeiras; propõe que haja reflexão nesse seguir e aceitar. Em 1912, o Movimento das Trabalhadoras da Indústria Têxtil na Inglaterra fazia manifestações nas quais carregava cartazes com a reivindicação: ”Pão e Rosas”. Ou seja, pedia pela partilha também do que é belo, do que alimenta nossa alma, nosso espírito. Jesus propõe-nos um alimento que nos
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