11o DOMINGO APÓS PENTECOSTES
20 ago 2006
ÊXODO 16.1-4,12-15,20-21 EFÉSIOS 4.17-24
PRÉDICA: JOÃO 6.(22-23)24-25 Antonio Carlos Ribeiro
1 Introdução O herói da comunidade não é Pedro, nem os apóstolos, mas um personagem chamado o Discípulo Amado, aquele que soube crer e amar Jesus. Esse discípulo permanece anônimo para que nós, em cada época, possamos seguir seus passos e tornar-nos também discípulos e discípulas amadas. Na verdade, ele também representa a comunidade joanina, que tinha a pretensão de ser a verdadeira e fiel seguidora de Jesus. Ana Maria A. L. Tepedino Quais são as expectativas que temos em relação ao evangelho? Tantas vezes elas nos são descritas de forma inefável, grandiloqüente e indescritível, que por vezes nos perguntamos se pode ser percebida na experiência humana. Esse discurso pode criar uma grande ansiedade em torno da revelação divina por si mesma, capaz de roubar-nos toda a capacidade de apreensão. Mesmo reverentes, humildes e abertos ao aprendizado, não temos como abrir mão de nossa humanidade em nossa aproximação do mistério. Se nos deixamos consumir pela ansiedade descontrolada, pela busca desenfreada da espiritualidade e por sinais e milagres de impacto que nos revelem o Cristo, podemos perder a oportunidade de sentir sua presença. Perguntemo-nos sobre o que condiciona o nosso olhar, se é muito crítico, severo, desleixado ou sem critérios. Indaguemos como nos sentimos dentro da comunidade cristã, se calmos, abertos e generosos ou exigentes, rígidos e cruéis na disciplina. O texto de hoje dá-nos novos elementos para reeducar nosso olhar. A comunidade joanina, após duas rupturas – com a sinagoga judaica e as comunidade judeu-cristãs, e a conseqüente fuga para longe dos centros de poder ortodoxo (compreensão correta) –, precisou fazer seu próprio cami-
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