4o DOMINGO APÓS PENTECOSTES
02 JUl 2006
EZEQUIEL 17.22-24 MARCOS 4.26-34
PRÉDICA: 2 CORÍNTIOS 5.6-10 Albérico Baeske
Saudando profundamente grato o Professor Dr. Christian Dietzfelbinger, com quem aprendo desde 1961 aspectos novos na teologia e aspectos velhos, de forma nova.
1 Escatologia 1 – Cada época tem seu jeito de lidar com a fé cristã. Cada geração escolhe, reflete e aplica suas temáticas preferenciais na fé. Em nossos dias, parece ser esta: “A fé atua pelo amor” (derivada de Gl 5.6?) ou, popularmente, “o que importa é amar”. Tais tematizações desenvolvem enorme força de sucção. Sugam para dentro de si “a largura, o comprimento, a altura e a profundidade” da fé em Jesus Cristo (cf. Ef 3.18-21). Daí nascem idéias capciosas, por exemplo: “Quem ama é cristão”, “cristão é quem ama”. Relevando a dubiedade, pretende-se tornar a fé cristã atual, simples e convincente. O que até pode ser verdadeiro para um bocado de gente. Mas não é verdadeiro para pessoas inteiradas na Bíblia e alunas das confissões da igreja de todos os tempos e lugares. Elas divisam as tematizações da fé como arbitrariedades que sufocam a fé em Jesus Cristo. O perigo não existe só hoje, sempre rodeou a igreja; e tantas vezes, ao não tomá-lo a sério, virou sua vítima. A fé em Jesus Cristo, fundada na mensagem bíblica e secundada pelo testemunho da igreja, enfrenta o risco constante de sua sufocação com a “escatologia”. Ou seja: com a “doutrina sobre a consumação do tempo e da história”, respectivamente, com o “tratado sobre os fins últimos” do ser humano (A.B. de Holanda Ferreira, Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed./28. imp. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 686. 3ª coluna). 2 – O conceito “escatologia” está comprometido. Ele foi submetido demasiadamente a sucessivas releituras, sim, abusado no trabalho teológico (veja, p. ex., H. Ott [com a colaboração de teólogos de diferentes denominações cristãs], Die Antwort des Glaubens – Systematische Theologie in 50 Artikeln. 3. ed. Stuttgart/Berlin: Kreuz Verlag, 1981. pp. 477-519).
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