4o DOMINGO DA PÁSCOA
07 MAI 2006
SALMO 23 1 JOÃO 3.1-2
PRÉDICA: JOÃO 10.11-18 Leandro Dentee
1 Cuidados iniciais Pregar sobre textos conhecidos nem sempre é uma tarefa fácil. Já dissemos quase tudo ou já foi base para a pregação tantas vezes, que nos perguntamos: “Será que estou repetindo a mesma prédica?” O texto previsto para este domingo é um texto muito conhecido. Poucas pessoas não o ouviram ao menos uma vez na vida. A perícope indicada é a de Jesus, o bom pastor. Não raras vezes, encontramos quadros que apresentam esse tema. Assim, já existe na memória das pessoas um preconceito em relação ao texto. Isso torna a pregação mais difícil ou mais fácil? O texto requer cuidado também no uso da expressão “eu sou o bom pastor”. Essa expressão refere-se ao pastor Jesus Cristo e não a nós, obreiros e obreiras. Temos muitos “bons pastores” e gostamos de ser chamados assim. Na condição de seres pecadores, gostamos de elogios. Assim, em meio a facilidades e desafios, somos colocados novamente perante o texto de Jesus, o bom pastor.
2 Aspectos pertinentes Antes mesmo de nos determos de forma mais específica na perícope, sugerida como base para a pregação deste quarto domingo após a Páscoa, convém, de forma breve, colocar algumas informações sobre o contexto em que o Evangelho de João foi escrito. Ao lermos o Evangelho de João, podemos perceber uma distância temporal que existe entre o autor do texto e a atuação de Jesus, bem como o espaço histórico que separa a comunidade primitiva e seus conflitos da comunidade joanina. Não podemos afirmar com certeza se João conheceu um ou mais dos evangelhos sinóticos, mas o que é certo é o fato de que ele é conhecedor de uma fonte traditiva retrabalhada. Essa fonte traditiva é composta por algumas palavras e milagres de Jesus e, principalmente, por uma
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