QUINTA-FEIRA DA PAIXÃO
13 ABR 2006
ÊXODO 24.3-11 MARCOS 14.12-26
PRÉDICA: 1 CO 10.16-17(18-21) Valério Guilherme Schaper
1 Quinta-feira santa: uma chance missionária! O nosso texto está previsto para a quinta-feira da semana santa. Na semana santa, há um clima que envolve as pessoas e as impulsiona a procurar a igreja. Elas vêm motivadas por um sentimento que mistura resquícios de cristandade e de busca real por fundamento. Por ser menos suscetível ao processo de “espetacularização” que rege as mídias, a semana santa tem conseguido manter seu significado a salvo das investidas dessa lógica de mercado. As comunidades ainda se enchem nessa ocasião e, em parte pelo persistente efeito inercial dos séculos de cristianização, temos a chance de acolher esses visitantes periódicos, apresentar-lhes de forma relevante o significado dessa semana e despertar o interesse pela vida comunitária. Essa tarefa exige preparo da comunidade e do obreiro. A organização é fundamental. Vale lembrar, contudo, que missão não se resume a um ato de vontade. Ela só é possível na força do Espírito. O texto previsto para a quinta-feira é muito apropriado, pois é rico em sentidos para a nossa vida e para a nossa vivência em comunidade. É fundamental, pois, que se resgate o evangelho contido no texto. Não significa, contudo, que se ignore o que há ali de juízo ou de lei. Importante é que o púlpito não seja, nessa ocasião, oportunidade para criticar os que têm andado distantes da vida comunitária.
2 Divisões e contendas: a situação da comunidade de Corinto A primeira Carta aos Coríntios – deixando aqui de lado todas as discussões sobre a composição dessa carta e, sobretudo, sobre a integridade do bloco temático que vai dos capítulos 8 a 11 – é um painel rico da vida de uma comunidade cristã. O painel é tanto mais interessante quanto mais graves são os problemas que ali surgem. Graças às “divisões e contendas” – é preciso agradecer –, pudemos conhecer questões práticas da vida de uma comu-
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