Notimp 20.08.2025

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20 de Agosto de 2025

NOTIMP: 232 de 20/08/2025.

O Noticiário de Imprensa da Aeronáutica (NOTIMP) apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.

PORTAL R3 (SP)

MATÉRIAS COMANDO

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DEFESA EM FOCO OUTRAS MÍDIAS

FAB promove 2º Seminário sobre Prevenção e Enfrentamento ao Assédio

O evento destacou a importância da prevenção às condutas abusivas e à criação de um ambiente institucional respeitoso

Redação - Publicada em 19/08/2025 10:00

O Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) da Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, nesta segunda-feira (18/08), o 2º Seminário sobre Prevenção e Enfrentamento ao Assédio, reunindo autoridades militares, representantes do Judiciário e especialistas nacionais e internacionais.

O evento aconteceu em Brasília (DF) e contou com palestras voltadas ao fortalecimento de políticas e ações contra o assédio no ambiente de trabalho.

A solenidade teve início com a chegada do Comandante-Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares, que fez a abertura o cial destacando a importância da prevenção às condutas abusivas e à criação de um ambiente institucional respeitoso.

Não podemos, de fato, negligenciar este aspecto. É fundamental que reconheçamos e valorizemos as instâncias de acolhimento que oferecemos. Uma das principais nalidades desta comissão tem sido, justamente, promover esse suporte. Essas ações foram pautadas por respeito e auxílio mútuo, elementos essenciais para que a nossa capacidade de atuação, a dignidade do trabalho e a superação de quaisquer receios sejam plenamente abordadas , destacou o Comandante-Geral do Pessoal.

A primeira palestra foi ministrada pela juíza auxiliar da Presidência do Superior Tribunal Militar, Doutora Denise de Melo Moreira, que abordou o tema Assédio Sexual, apresentando conceitos, estatísticas e medidas de enfrentamento no âmbito da Justiça Militar. Na sequência, a Capitão de Serviços Jurídicos Tamires Maria Batista Andrade falou sobre a atuação da Comissão de Prevenção e Combate ao Assédio (CPCA) na FAB. Com formação especializada e experiência em direito militar e administrativo, a O cial destacou procedimentos e práticas institucionais voltados à prevenção.

Um dos convidados foi o Subsecretário-Geral e Coordenador Especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a melhoria da resposta contra a exploração e o abuso sexual, Christian Saunders, que participou por meio de videoconferência. Com mais de 30 anos de experiência em relações internacionais, Saunders compartilhou resultados de iniciativas e reformas implementadas no âmbito da ONU para prevenir e combater esse tipo de conduta.

O fato de estarmos nos reunindo pela segunda vez, após a primeira importante discussão realizada em agosto do ano passado, demonstração compromisso da Força Aérea em enfrentar esse problema de forma direta. Nos últimos três anos, temos sido responsáveis por coordenar a melhoria da resposta das Nações Unidas à exploração e ao abuso sexual , enfatizou Saunders.

Encerrando o ciclo de exposições, a Juíza do Trabalho Substituta e Auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça, Doutora Wanessa Mendes de Araújo, apresentou a palestra sobre Assédio Moral, enfatizando aspectos jurídicos, impactos na saúde mental e estratégias de prevenção.

Estiveram presentes, também, o Chefe do Estado-Maior do COMGEP (EMGEP), Major-Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero, o Diretor de Ensino da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme da Silva Magarão, e o Chefe da Primeira Subche a do COMGEP, Brigadeiro do Ar Cláudio da Costa Silva.

Matérias não publicadas no Portal da Força Aérea Brasileira

EUA vão usar avião espacial secreto para testar alternativa quântica ao GPS

X-37B deve partir para seu oitavo voo na próxima quinta-feira (21). Veículo é utilizado como plataforma para experimentos de ponta

Samuel Lellouch - Publicada em 19/08/2025 09:00

Um avião espacial militar dos Estados Unidos, o veículo orbital de testes X-37B, deve partir para seu oitavo voo na próxima quinta-feira (21). Grande parte do que o X-37B faz no espaço é secreto. Mas ele serve, em parte, como plataforma para experimentos de ponta. Uma dessas experiências é uma alternativa potencial ao GPS que utiliza a ciência quântica como ferramenta de navegação: um sensor inercial quântico. Sistemas baseados em satélites, como o GPS, são onipresentes em nossas vidas diárias, desde mapas de smartphones até aviação e logística. Mas o GPS não está disponível em todos os lugares. Assim, a nova tecnologia pode revolucionar a forma como naves espaciais, aviões, navios e submarinos navegam em ambientes onde o GPS não está disponível ou está comprometido.

No espaço, especialmente além da órbita da Terra, os sinais de GPS tornam-se pouco con áveis ou simplesmente desaparecem. O mesmo se aplica debaixo d'água, onde os submarinos não têm acesso ao GPS. E mesmo na Terra, os sinais de GPS podem sofrer interferências (bloqueios), serem falsi cados (fazendo com que um receptor GPS pense que está em um local diferente) ou desativados por exemplo, durante um con ito. Isso torna a navegação sem GPS um desa o crítico. Em tais cenários, é essencial ter sistemas de navegação que funcionem independentemente de quaisquer sinais externos.

Os sistemas de navegação inercial tradicionais, que usam acelerômetros e giroscópios para medir a aceleração e a rotação de um veículo, fornecem navegação independente, pois podem estimar a posição rastreando como o veículo se move ao longo do tempo. Pense em estar sentado em um carro com os olhos fechados: você ainda pode sentir curvas, paradas e acelerações, que seu cérebro integra para adivinhar onde você está ao longo do tempo. No entanto, sem pistas visuais, pequenos erros se acumulam e você perde completamente o posicionamento. O mesmo acontece com os sistemas clássicos de navegação inercial: à medida que pequenos erros de medição se acumulam, eles gradualmente se desviam do curso e precisam de correções do GPS ou de outros sinais externos.

Onde a física quântica ajuda

Quando você pensa em física quântica, o que pode vir à sua mente é um mundo estranho onde partículas se comportam como ondas e o gato de Schrödinger está ao mesmo tempo vivo e morto. Essas experiências mentais descrevem genuinamente como partículas minúsculas, como os átomos, comportam-se. Em temperaturas muito baixas, os átomos obedecem às regras da mecânica quântica: eles se comportam como ondas e podem existir em vários estados simultaneamente duas propriedades que estão no cerne dos sensores inerciais quânticos.

O sensor inercial quântico a bordo do X-37B usa uma técnica chamada interferometria atômica, na qual os átomos são resfriados até uma temperatura próxima do zero absoluto, de modo que se comportem como ondas. Usando lasers namente ajustados, cada átomo é dividido no que é chamado de estado de superposição, semelhante ao gato de Schrödinger, de modo que ele viaja simultaneamente por dois caminhos, que são então recombinados.

Como o átomo se comporta como uma onda na mecânica quântica, esses dois caminhos interferem um no outro, criando um padrão semelhante a ondulações sobrepostas na água. Codi cadas nesse padrão estão informações detalhadas sobre como o ambiente do átomo afetou sua jornada. Em particular, as

menores mudanças no movimento, como rotações ou acelerações do sensor, deixam marcas detectáveis nessas "ondas" atômicas. Em comparação com os sistemas clássicos de navegação inercial, os sensores quânticos oferecem uma sensibilidade muito maior. Como os átomos são idênticos e não mudam, ao contrário dos componentes mecânicos ou eletrônicos, eles são muito menos propensos a desvios ou distorções. O resultado é uma navegação de longa duração e alta precisão, sem a necessidade de referências externas.

A próxima missão X-37B será a primeira vez que esse nível de navegação inercial quântica será testado no espaço. Missões anteriores, como a do Laboratório de Átomos Frios da Nasa e do MAIUS-1, da Agência Espacial Alemã, utilizaram interferômetros atômicos em órbita ou voos suborbitais e demonstraram com sucesso a física por trás da interferometria atômica no espaço, embora não especi camente para ns de navegação. Em contrapartida, a experiência X-37B foi concebida como uma unidade de navegação inercial compacta, de alto desempenho e resiliente para missões reais de longa duração. Ela tira a interferometria atômica do âmbito da ciência pura e a leva para uma aplicação prática na indústria aeroespacial. Esse é um grande salto.

Isso tem implicações importantes para os voos espaciais militares e civis. Para a Força Espacial dos EUA, representa um passo em direção a uma maior resiliência operacional, particularmente em cenários em que o acesso ao GPS pode ser negado. Para futuras explorações espaciais, na Lua, Marte ou mesmo no espaço profundo, onde a autonomia é fundamental, um sistema de navegação quântica poderia servir não apenas como um backup con ável mas como um sistema primário quando os sinais da Terra não estiverem disponíveis.

A navegação quântica é apenas uma parte da atual onda mais ampla de tecnologias quânticas que estão saindo da pesquisa em laboratório para aplicações no mundo real. Embora a computação quântica e a comunicação quântica frequentemente roubem as manchetes, sistemas como relógios quânticos e sensores quânticos provavelmente serão os primeiros a ter uso generalizado. Países como os EUA, China e Reino Unido estão investindo pesadamente em sensoriamento inercial quântico, com testes recentes em aeronaves e submarinos mostrando resultados muito promissores. Em 2024, a Boeing e a AOSense realizaram o primeiro teste de navegação inercial quântica em voo do mundo a bordo de uma aeronave tripulada.

Esse teste demonstrou capacidades em uma navegação contínua sem GPS por aproximadamente quatro horas. No mesmo ano, o Reino Unido realizou seu primeiro teste de voo de navegação quântica reconhecido publicamente em uma aeronave comercial. Neste mês de agosto, a missão X-37B levará esses avanços para o espaço. Devido à sua natureza militar, o teste pode permanecer em sigilo e não ser divulgado. Mas, se for bem-sucedido, poderá ser lembrado como o momento em que a navegação espacial deu um salto quântico.

Trump agora diz não saber se Putin quer a paz na Ucrânia

Presidente americano fala em `apoio aéreo`, e dúvidas se multiplicam sobre cúpula com russo e Zelenski

Igor Gielow - Publicada em 19/08/2025 09:55 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (19) que talvez Vladimir Putin não queira fazer um acordo para acabar com a Guerra da Ucrânia, embora ele acredite no contrário. A a rmação foi feita em entrevista à Fox News, um dia depois de o americano anunciar que prepara um encontro entre Putin e Volodimir Zelenski para as próximas duas semanas, do qual ele se ofereceu para participar. Trump passou a segunda (18) reunido com o ucraniano e seis líderes europeus na Casa Branca.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, rea rmou que Putin aceitou encontrar-se com o rival, mas há diversas dúvidas acerca de como e quando isso ocorrerá. O chanceler russo, Serguei Lavrov, a rmou que esse tipo de reunião demanda longo preparo. O presidente americano não detalhou, mas disse novamente que Putin enfrentará "uma situação difícil" se optar pela guerra. Anteriormente, havia ameaçado impor sanções secundárias a países que compram petróleo e derivados russos, caso de China e Brasil já o fez com a Índia. Mas usou a pressão para se reaproximar do colega.

"Eu não acho que será um problema. Para ser honesto, eu acho que Putin está cansado [da guerra]. Eu acho que todos estão cansados, mas você nunca sabe. Vamos descobrir sobre o presidente Putin nas próximas duas semanas. É possível que ele não queira um acordo", a rmou. "Vocês sabem, é preciso dois para dançar um tango. Eles [Putin e Zelenski] têm de ter algum tipo de relação. De outra forma, estamos só perdendo um monte de tempo. E eu não quero isso. Quero apenas acabar [com a guerra]. Se eu puder salvar 7.000 pessoas de serem mortas por semana, eu quero tentar e ir para o céu, se possível", acrescentou.

Sobre Zelenski, Trump disse acreditar que ele "fará o que for preciso" para encerrar o con ito. O morde e assopra em relação a Putin, de quem adotou boa parte das posições após a cúpula realizada na sexta (15), no Alasca, é típica do processo negocial do americano. Isso tudo se soma ao turbilhão de dúvidas práticas que se colocou à frente da perspectiva de algum acordo para cessar o maior con ito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Elas vão da de nição das chamadas garantias de segurança a Kiev ao tamanho da perda territorial que os ucranianos terão de aceitar, passando pelo país que receberia uma cúpula com os três presidentes, anunciada na segunda por Trump após reunião com Zelenski e seis líderes europeus, nalizada com uma ligação só do americano a Putin. Em nome da comitiva que esteve em Washington, o premiê britânico, Keir Starmer, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o premiê alemão, Friedrich Merz, conversaram virtualmente nesta terça (19) com representantes de todos os países da União Europeia, em encontro do Conselho Europeu.

Reunidos em Helsinque, chanceleres de países nórdicos manifestaram cautela sobre o ritmo imposto por Trump às conversas. "Não há decisões até aqui sobre o cronograma geral ou as contribuições individuais", disse a ministra nlandesa Elina Valtonen. Sua colega Maria Malmer Stenergard, da Suécia, a rmou que seu país está à disposição para colaborar, mas não sabe como.

As garantias visam impedir que Putin volte a invadir a Ucrânia, como fez em 2022, após haver a paz com o vizinho. Kiev e países como França e Reino Unido queriam uma força de paz europeia em solo, o que o Kremlin veta. Na cúpula com o russo, Trump ouviu de Putin que ele estaria disposto a aceitar um mecanismo semelhante ao que existe entre membros da Otan, no qual qualquer 1 dos 32 membros da aliança militar que for atacado será defendido por todos. A ideia foi ventilada inicialmente por Giorgia Meloni, a primeira-ministra italiana, que é próxima do republicano. Na segunda (18), de forma tipicamente vaga e confusa, Trump disse que os EUA iriam colaborar para o que chamou de "primeira linha de defesa da Ucrânia" a ser exercida pelos europeus.

Já nesta terça, ele sugeriu que os países do continente "estão dispostos a colocar gente em solo". "Estamos dispostos a ajudá-los com coisas, provavelmente, se falamos de apoio aéreo, porque ninguém tem as coisas que nós temos", disse, de forma novamente pouco precisa. Depois, a rmou que os EUA serão os coordenadores da discussão sobre as garantias, que serão debatidas por chefes militares da Otan já nesta quarta (20). Na véspera, o Kremlin havia reiterado, ante interpretações de que isso poderia signi car o envio de tropas, que não aceitaria forças da Otan em solo ucraniano forçar a neutralidade militar do vizinho foi o principal motivo mencionado para a guerra.

O fato é que ninguém sabe ainda como será feito o arranjo, salvo a bastante plausível hipótese de que Putin tenha passado uma receita que lhe é palatável a Trump no Alasca. Esse é um temor entre os

europeus e ucranianos. Seja como for, a chancelaria em Kiev anunciou nesta terça que "já está trabalhando" na proposta de garantias, sem revelar detalhes. Também nesta terça, o chanceler Lavrov reiterou que a paz só será alcançada com perdas para a Ucrânia, que Trump trata pelo eufemismo "troca territorial". Ele também falou nesses termos, mas ambos sabem que Putin não tem nada a oferecer além de áreas que ocupa da própria Ucrânia e que não fazem parte de seu cardápio de demandas, entregue por escrito há meses.

Hoje os russos ocupam quase 20% do vizinho, contando aí os 4,5% que já dominavam da península da Crimeia, anexada em 2014. Segundo Trump, Putin ofereceu congelar as linhas de batalha nas duas regiões ao sul nas quais tem 70% do controle em troca de car com a totalidade de Donetsk (leste), onde também tem 70% de domínio. Em troca, sairia dos bolsões que ocupa em Sumi e Kharkiv, no norte. Na prática, devolveria 440 km2 e ganharia 6.600 km2, o que por óbvio não agrada Zelenski. Na segunda, o ucraniano insistiu que questões territoriais só seriam discutidas frente a frente com Putin.

Por m, entre tantas outras questões secundárias em debate, há o local do encontro que Trump quer promover com os rivais. Genebra foi ventilada por Macron, mas os russos não a consideram neutra depois que a Suíça promoveu uma reunião fracassada de paz sem convidar Moscou no ano retrasado. Integrantes do governo americano testaram, em conversa anônima com a agência Reuters, a Hungria como possibilidade. Aqui o problema é contrário, já que o premiê Viktor Orbán, próximo de Trump, é amigo de Putin e mantém boas relações com Moscou, usualmente divergindo de seus colegas da Otan e da União Europeia.

Já a agência AFP disse que Putin sugeriu Moscou no telefonema da segunda, mas Zelenski não topou. Por sua vez, o jornal The New York Times disse que Trump também não aceitou a oferta, e o site Politico a rma que o russo prefere encontrar-se com o rival sozinho. A Casa Branca a rmou sem detalhar que os preparativos para a bilateral, sem citar a presença do republicano, estão sendo feitas. Em solo, a guerra continua. Os russos atingiram com mísseis, na madrugada desta terça (19), uma importante re naria em Kramatorsk, na parte de Donetsk ainda sob controle ucraniano. Houve ataques com drones de lado a lado também.

EUA cancelam evento militar com Brasil e acendem alerta na Defesa

Conferência espacial que seria realizada em julho em Brasília foi suspensa por decisão de Washington

Ricardo Della Coletta Cézar Feitoza - Publicada em 19/08/2025 23:00

Os Estados Unidos cancelaram um evento que estava sendo organizado junto com a FAB (Força Aérea Brasileira) e sinalizaram que também devem car de fora do principal exercício da Marinha, a Operação Formosa.

Os sinais de distanciamento de Washington preocupam o Ministério da Defesa, que tenta blindar o estratégico setor de cooperação militar da crise político-econômica que se instalou entre Brasil e EUA na presidência de Donald Trump.

O Southcom (Comando Sul dos EUA) planejava realizar junto com a FAB a edição de 2025 da Conferência Espacial das Américas. A conferência, que também reuniria outros países do continente, estava planejada para ocorrer de 29 a 31 de julho, em Brasília. "O evento foi cancelado por decisão dos Estados Unidos no dia 23 de julho", disse a FAB em nota.

Procurado, o Comando Sul dos EUA não respondeu até a publicação desta reportagem. Seria a quarta edição do encontro. No ano passado, o evento aconteceu em Miami, nos Estados Unidos, e contou com a presença de dez países convidados: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, México,

Paraguai, Peru e Uruguai.

De acordo com o site do Southcom, o principal objetivo da conferência anual é impulsionar a cooperação no setor espacial não só na sua dimensão militar, mas também nas áreas econômica, de telecomunicações, pesquisa e navegação. A Folha conversou com diferentes pessoas a par da organização da reunião. Embora os EUA não tenham explicado a razão do cancelamento, a decisão tem sido interpretada como mais um re exo da crise entre os governos Lula (PT) e Trump.

O presidente dos EUA acusou o governo Lula e o STF (Supremo Tribunal Federal) de promoverem uma "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no processo da trama golpista. Seu governo ainda impôs sanções nanceiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além de ter cassado vistos do magistrado e de outros integrantes da corte e também de funcionários que trabalharam no programa Mais Médicos. No front econômico, Trump aplicou uma sobretaxa de 50% sobre uma gama de produtos brasileiros. Os canais de diálogo com as principais autoridades de Washington estão bloqueados, segundo disseram Lula e seus ministros.

Os desdobramentos da crise entre os países devem afetar ainda a Operação Formosa principal exercício da Marinha do Brasil. A Marinha mobiliza cerca de 2.000 militares para o exercício deste ano, com mais de 100 viaturas e oito helicópteros transportados a Formosa (GO). Desde 2023, os fuzileiros navais americanos enviam uma parcela de tropa para o exercício militar. No ano passado, a comitiva foi de 56 militares dos EUA. Foi a primeira vez que fardados da China e dos EUA participaram juntos da operação. Três pessoas a par dos preparativos da operação disseram à Folha que os fuzileiros navais americanos não responderam ao convite da Marinha do Brasil para participar da Operação Formosa. Já o Corpo de Fuzileiros Navais da China avisou que não participará do exercício militar.

Os americanos têm comparecido à operação no cerrado brasileiro faz cerca de dez anos. Eles participavam no nível de observadores e aumentaram a cooperação há dois anos. Consultada, a Marinha do Brasil não respondeu. Há resistência dentro do próprio governo Lula à participação de tropas americanas em Formosa. Um ala de assessores do presidente fez chegar à Defesa a avaliação de que era inoportuno realizar exercícios com militares de uma nação que está aplicando sanções contra o Brasil.

A avaliação feita na Marinha é que os recados de afastamento dos EUA também têm relação com o estreitamento dos laços militares entre o Brasil e a China. Os chineses passaram a enviar tropas para os exercícios militares conjuntos no Brasil no último ano. Do lado brasileiro, o governo decidiu aumentar sua representação militar em Pequim, com o envio pela primeira vez de um o cial-general para a adidância na embaixada.

Os sinais enviados pelos americanos com o cancelamento de eventos e a possível retirada de tropas em exercícios militares não representam, porém, um rompimento na cooperação militar entre os dois países, disseram sob reserva três o ciais-generais. Como exemplo, eles citam que as Forças Armadas dos EUA enviaram cargueiros para Campo Grande (MS) no m de julho para o Exercício Conjunto Tápio, cujo foco são simulações de guerra irregular, eletrônica e missões de paz.

O Exército também avança para realizar em novembro a Operação Core 2025. Trata-se de um exercício militar conjunto entre Brasil e Estados Unidos com foco em padronizar procedimentos entre as forças em operações conjuntas e missões de paz. Por ora, neste caso, não há intercorrências no planejamento, de acordo com integrantes do ministério da Defesa. Os gestos de insatisfação dos americanos ocorrem meses após a primeira visita ao Brasil do chefe do Comando Sul dos EUA, almirante Alvin Holsey. O encontro com os militares brasileiros teve mal-estar e agendas canceladas.

Os Estados Unidos pediram que Holsey visitasse uma base do Exército em Rio Branco, no Acre. O ciaisgenerais do lado brasileiro estranharam o pedido especí co de visita a essa base, que não costuma

receber autoridades estrangeiras. Houve uma tentativa de redirecionar a agenda a Manaus, mas os americanos não aceitaram o que restringiu os compromissos de Holsey a Brasília

OPINIÃO - Comando Militar do Planalto coordenará 7 de Setembro em meio à tensão com julgamento de Bolsonaro

A ideia de militares de alta patente é que o des le não se transforme em ferramenta da polarização, já que há manifestações sendo preparadas contra e a favor do ex-presidente

Por Monica Gugliano - Publicada em 19/08/2025 09:54

Depois de algumas experiências traumáticas no 7 de setembro, o Comando Militar do Planalto (CMP) vai assumir diretamente a coordenação do evento cívico-militar que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou transformar em atos para sua campanha à reeleição em anos anteriores. Com o julgamento concomitante do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), o mais provável é que a 3ª Brigada de Infantaria Mecanizada, de Cristalina (GO), assuma a parte operacional sob coordenação direta do CMP. Em anos anteriores, uma guarnição da Força era designada para organizar os atos. De qualquer forma, a Polícia do Exército estará nas ruas, ao lado das Polícias da Marinha e da Aeronáutica, da Polícia Civil, Militar e da Polícia Federal.

A participação das polícias das Forças Armadas está prevista em um decreto, assinado pelo presidente da República, que permite a ação dos militares em atos como o 7 de Setembro, desde que sejam realizados em Brasília. Serão 4.500 homens para cuidar da Esplanada e dos arredores.

A ideia de militares de alta patente é que o des le não se transforme em ferramenta da polarização pois, segundo informações que têm chegado aos quartéis, vêm sendo preparadas manifestações tanto pró quanto contra Bolsonaro e os ânimos podem acabar acirrados, resultando em con itos mais sérios.

Ainda está viva na memória dos militares o que Bolsonaro fez nas comemorações dos 200 anos da Independência, em 2022. Em Brasília, ele não esperou terminar o des le para a continência o cial. Desceu do palanque fazendo campanha eleitoral e foi andar na avenida para saudar a população. No Rio de Janeiro, transferiu do local tradicional, a Avenida Presidente Vargas, para Copacabana, na zona sul. Montou um carro de som, subiu nele e fez mais discursos em tom eleitoral.

Em São Paulo, apenas o então comandante do Sudeste hoje comandante do Exército, Tomás Paiva, compareceu às margens do Ipiranga, onde foi comemorado o bicentenário da Independência. Não foram o governador nem outras autoridades.

Por causa da atuação de Bolsonaro em 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decretou, no ano seguinte, sua inelegibilidade pela segunda vez. Seu candidato a vice, o general Walter Braga Netto, também foi declarado inelegível. Os dois usaram as cerimônias o ciais para fazer campanha e tentaram instrumentalizar as Forças Armadas para turbinar a candidatura da chapa. Bolsonaro já havia sido declarado inelegível anteriormente em outro julgamento, o que apontou o ataque às urnas eletrônicas, incluindo uma reunião com embaixadores para questionar o sistema eleitoral brasileiro.

O julgamento penal do ex-presidente pela trama golpista, que começa dia 2 de setembro, passará pelo dia 7. Por isso, o receio e a convicção de aumentar a segurança e cercar toda a área dos Três Poderes. A previsão de término dos trabalhos no STF é para o dia 12 do mesmo mês.

Cinco dias antes dos des les, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, será lido o relatório pelo

ministro Alexandre de Moraes. Depois, as defesas, em ordem alfabética, terão uma hora cada uma para as sustentações orais. Logo após, a Procuradoria-Geral da República (PGR), apresentará a acusação. Antes, será a vez de a defesa do delator o tenente-coronel Mauro Cid.

Aí será conhecido o voto do relator e, após a leitura de seu relatório, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, o presidente Cristiano Zanin. Se o ministro Fux pedir vistas - como chegou a ser aventado, mas é considerado pouco provável e os quatro tiverem votado pela condenação, o julgamento será suspenso por até três meses, podendo ser retomado em meados de dezembro para a conclusão.

EUA aceitam consulta do Brasil à OMC, mas associam tarifaço a questão de segurança nacional

Estamos prontos para conversar com autoridades de sua missão sobre uma data mutuamente conveniente para as consultas , diz o governo americano em documento

Flávia Said - Publicada em 19/08/2025 17:34

Os Estados Unidos aceitaram a consulta feita no início de agosto pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas consideraram que algumas das ações citadas pelo Brasil são questões de segurança nacional, não suscetíveis de revisão ou de resolução por meio de solução de controvérsias na OMC . Sem prejuízo dessas opiniões, os Estados Unidos aceitam o pedido do Brasil para iniciar consultas. Estamos prontos para conversar com autoridades de sua missão sobre uma data mutuamente conveniente para as consultas , completa o documento do governo americano apresentado à OMC na segunda-feira, 18.

O documento diz ainda que a solicitação do Brasil inclui certas ações tarifárias dos Estados Unidos que estão em conformidade com a Lei de Emergências Nacionais e a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, relacionadas a questões de segurança nacional.

O Presidente (Donald Trump) determinou que essas ações eram necessárias para lidar com a emergência nacional decorrente de condições re etidas em grandes e persistentes dé cits anuais no comércio de bens dos EUA com parceiros comerciais, ameaçando a segurança nacional e a economia dos Estados Unidos . O Brasil não acumula, porém, superávit com os norte-americanos.

A administração Trump também a rmou que políticas, práticas e ações recentes do governo do Brasil minam o Estado de Direito e ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos .

O texto reconhece que cada membro da OMC mantém a autoridade para determinar por si próprio as medidas que considera necessárias à proteção de seus interesses essenciais de segurança. A solicitação do Brasil inclui uma investigação aberta pelo Escritório do Representante Comercial americano (USTR, na sigla em inglês), nos termos da Seção 301 referente a alguns atos, políticas e práticas do Brasil relacionados ao comércio digital e serviços de pagamento eletrônico; supostas tarifas preferenciais injustas; aplicação de medidas anticorrupção; proteção da propriedade intelectual; acesso ao mercado de etanol; e desmatamento ilegal.

As acusações práticas injustas supostamente adotadas pelo Brasil nesses seis campos foram contestadas pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) em documentos protocolados na segundafeira, 18. Na resposta, o Itamaraty a rmou não reconhecer a legitimidade das acusações e que a OMC é o único foro apropriado para a solução de impasses comerciais.

De acordo com o governo americano, o início de uma investigação nos termos da Seção 301 indica

apenas que as barreiras tarifárias e não tarifárias merecem uma investigação completa e ações potencialmente responsivas . Os diplomatas norte-americanos a rmam que tanto as tarifas recíprocas de 10% em vigor desde abril, quanto a sobretaxa recente que eleva a 50% o tarifaço aplicado contra o Brasil são relacionadas a questões de segurança nacional , de modo que não são suscetíveis de revisão ou de resolução por meio de solução de controvérsias na OMC .

O governo Trump, portanto, considera que a solicitação do Brasil com relação à investigação da Seção 301 não se refere a medidas que afetem a operação de qualquer acordo abrangido, tomadas dentro do território de um membro da OMC, o que signi ca que não atende aos requisitos para uma solicitação de consultas.

Sem identi cação: avião misterioso usado pela CIA pousa em Porto

Alegre em missão não revelada pelos EUA

Boeing 757 C-32B é costumeiramente usado em operações especiais para transportar diplomatas, militares de elite e agentes de inteligência

Filipe Vidon - Publicada em 19/08/2025 18:14

Um Boeing 757 sem identi cação externa chamou a atenção ao aterrissar em Porto Alegre nesta terçafeira (19). A aeronave, pertencente ao governo dos Estados Unidos, é conhecida por operar em missões especiais e está frequentemente associada à CIA a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos. O jato, de matrícula 00-9001, não exibe nenhum registro em sua fuselagem branca e é chamado no mundo militar como C-32B, um modelo modi cado do Boeing 757-200. Diferente do C-32A, utilizado para transporte o cial de autoridades da Casa Branca, o C-32B é operado pelo 150º Esquadrão de Operações Especiais da Força Aérea Americana.

O grupo é baseado em Nova Jersey, e esse avião costuma ter como função principal transportar equipes de ação rápida do Departamento de Estado, compostas por diplomatas, militares de elite e agentes de inteligência.

A missão atual começou em 18 de agosto, partindo de Nova Jérsei até Porto Alegre, com escalas em Tampa, na Flórida, e San Juan, em Porto Rico. A chegada à capital gaúcha ocorreu às 17h13. Até o momento, autoridades americanas e brasileiras não con rmaram o cialmente a razão da presença da aeronave. Apelidado de Gatekeeper ( Porteiro ), o avião já foi mobilizado em crises internacionais, como a explosão no porto de Beirute, em 2020, e em eventos de grande visibilidade, incluindo os Jogos Olímpicos. Equipado com sistemas avançados de comunicação, sensores e capacidade de reabastecimento em voo, o C-32B garante mobilidade e autonomia a operações sigilosas em qualquer parte do mundo. Procurados pelo GLOBO, a Força Aérea Brasileira, a Fraport e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil não responderam até a última atualização da reportagem.

Artigo: Anúncio de Forças Armadas contra cartéis é novo desa o de Trump aos limites jurídicos internacionais

Medida reabre debate sobre soberania dos Estados, necessidade de acordos formais e riscos de operações militares sem respaldo jurídico internacional

Por Armando Alvares Garcia Júnior - Publicada em 20/08/2025

A recente autorização dos Estados Unidos para empregar suas Forças Armadas contra cartéis no

exterior recoloca no centro do debate o princípio da soberania e os limites jurídicos de operações transfronteiriças em contextos não bélicos.

A soberania, pilar do direito internacional, confere a cada Estado autoridade exclusiva sobre seu território e população; por isso, a atuação militar estrangeira sem consentimento do Estado an trião tende a con gurar intervenção ilícita. Exceções clássicas exigem um mandato do Conselho de Segurança da ONU ou um caso estrito de legítima defesa.

No enfrentamento a cartéis, a legítima defesa é altamente controversa, pois a doutrina dominante pressupõe ataque armado atribuível a outro Estado, algo que, em regra, não se veri ca no crime organizado transnacional.

Necessidade de acordos formais

Daí a importância de acordos formais que deem base legal e legitimidade. Em um espectro que vai do menos ao mais robusto, um Memorando de Entendimento (MOU pode abrir canais de cooperação compartilhamento de inteligência, capacitação e planejamento.

Porém, por ser em geral não vinculante, um MOU não é su ciente para legitimar presença armada com poder de polícia. Para isso, o instrumento típico é o Status of Forces Agreement (SOFA), juridicamente vinculante, que de ne o regime aplicável às tropas estrangeiras: regras de engajamento, jurisdição penal e civil, porte de armas, uso de bases, ingresso e saída de pessoal e equipamentos, isenções scais e alfandegárias, responsabilização por danos e mecanismos de solução de controvérsias. Frequentemente, o SOFA é acompanhado de acordos operacionais que delimitam objetivos, áreas, prazos e cadeia de comando, reduzindo ambiguidades e riscos de deriva de missão .

As bases legais possíveis, portanto, são três: consentimento do Estado an trião (formalizado em instrumentos como MOUs, SOFAs e acordos de missão), mandato do Conselho de Segurança (com regras especí cas, prazos e supervisão) e legítima defesa (interpretada estritamente à luz da Carta da ONU).

Limites claros e mecanismos de responsabilização

No caso de cartéis, o caminho juridicamente mais sólido é o consentimento expresso do país onde ocorrerão as operações, com acordos que estabeleçam limites claros, mecanismos de responsabilização e salvaguardas de direitos humanos.

No plano doméstico, há exigências em ambos os países. No Estado an trião, constituições e leis costumam requerer autorização legislativa para a presença de forças estrangeiras, além de controle judicial e auditoria.

No Estado que envia forças, pode haver necessidade de autorização legislativa especí ca, aderência a obrigações internacionais de direitos humanos e ao direito internacional humanitário quando houver risco de uso letal da força ou detenção. Regras de engajamento transparentes, trilhas de responsabilização e relatórios públicos são indispensáveis para prevenir abusos, mitigar danos a civis e assegurar reparação quando houver violações.

Operações sem acordo formal carregam riscos signi cativos. Externamente, podem precipitar crises diplomáticas, contenciosos em tribunais internacionais e retaliações políticas que fragilizam a cooperação regional. Internamente, alimentam narrativas de violação de soberania, mobilizam resistência social e podem enfraquecer governos parceiros. Há ainda o risco operacional de escalada e transbordamento: ações inicialmente limitadas à interdição e apoio logístico podem evoluir para operações ofensivas com consequências imprevistas, deslocando rotas ilícitas, provocando retaliações

dos grupos e aumentando a violência em áreas urbanas ou fronteiriças.

Forças-tarefa conjuntas sob o comando do Estado an trião

Por isso, alternativas menos intrusivas devem ser priorizadas quando possível. Forças-tarefa conjuntas sob comando do Estado an trião, com assessoria e inteligência compartilhadas, preservam a soberania e constroem capacidade local. Cooperação policial intensi cada, assistência técnica e judicial, acordos de extradição mais ágeis e harmonização legislativa em lavagem de dinheiro e controle de precursores químicos atacam a infraestrutura nanceira e logística dos cartéis. Sanções nanceiras direcionadas contra indivíduos e entidades, bem como medidas para cortar uxos ilícitos inclusive de armas , reduzem a letalidade sem recorrer de imediato à projeção militar.

Uma estratégia legítima e e caz combina quatro elementos: consentimento explícito, temporário e revogável do Estado an trião; acordos vinculantes (SOFA e instrumentos operacionais) com escopo limitado e responsabilidades de nidas; controles democráticos e judiciais em ambos os países; e salvaguardas de direitos humanos incorporadas desde o desenho das operações.

A luta contra cartéis não se resolve apenas com força: exige coerência entre políticas que reduzam a demanda por drogas (prevenção, tratamento, redução de danos e reinserção social) e medidas que estrangulem a oferta, começando pela regulação rigorosa dos precursores químicos usados na produção (licenciamento, rastreabilidade, cotas e scalização efetiva ao longo da cadeia).

Somam-se a isso o controle de armas, o rastreamento de uxos nanceiros ilícitos e uma cooperação regional baseada em con ança e previsibilidade jurídica. Nesse quadro, a orientação decisiva é sempre como agir dentro das balizas do direito preservando a soberania, minimizando danos e maximizando a e cácia de longo prazo.

Temor de retaliação após decisão de Dino faz bancos brasileiros perderem bilhões na bolsa

Avaliação feita pelos representantes das maiores empresas do setor é que há insegurança jurídica em relação à determinação do ministro

Por Daniel Gullino , Mariana Muniz e Ivan Martínez - Publicada em 20/08/2025 03:30

O cenário de incertezas motivado pela ofensiva do governo de Donald Trump contra o Brasil, aliado à decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de restringir a aplicação de leis estrangeiras no país, resultou ontem em perdas bilionárias aos principais bancos brasileiros, que buscaram integrantes da Corte para saber como agir. A avaliação feita pelos representantes das maiores empresas do setor é que há insegurança jurídica em relação à determinação de Dino, que tem como pano de fundo a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, seu colega de tribunal.

A sanção, imposta pelo governo dos Estados Unidos, prevê restrições econômicas como o bloqueio de contas bancárias e de bens que tenham relação com o sistema nanceiro americano sob argumento de graves violações de direitos humanos. A decisão de Dino, porém, diz que legislações e decisões administrativas ou judiciais de outros países não produzem efeitos no Brasil de forma automática e só têm validade se forem homologadas pela Justiça. Na prática, o ministro tenta blindar o seu colega de Corte de um eventual isolamento nanceiro.

O aumento da tensão com os EUA em relação ao assunto e o temor de novas retaliações contribuíram para derrubar as ações dos principais bancos brasileiros na Bolsa de Valores ontem. Juntas, cinco instituições nanceiras Itaú, BTG Pactual, Banco do Brasil, Bradesco e Santander perderam R$

41,34 bilhões em valor de mercado. O resultado também foi afetado pelos balanços divulgados pelas empresas nos últimos dias, que registraram alta na inadimplência.

Encruzilhada

Para analistas, o receio dos investidores está ligado à encruzilhada que as nanceiras se encontram. Como os bancos brasileiros têm unidades nos Estados Unidos, estariam sujeitos a retaliações de Trump caso realizem transações comerciais com Moraes por meio do sistema americano. As empresas estão impedidas, por exemplo, de emitir um cartão internacional para o magistrado, de manter investimentos em dólar e de realizar operações de câmbio com dólar.

Preocupados com a extensão da determinação de Dino, representantes de bancos passaram a procurar ministros do STF para demonstrar temor em relação ao impacto nanceiro de não cumprirem a Lei Magnitsky, sobretudo caso haja sanções relacionadas ao combate internacional às organizações criminosas. O receio ocorre porque o Brasil faz parte do Grupo de Ação Financeira Internacional (Ga ), organização intergovernamental que desenvolve políticas de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao nanciamento do terrorismo, e precisa cumprir as determinações de outros países integrantes do bloco. Pessoas próximas a Dino a rmam, porém, que mecanismos de cooperação internacional não devem ser afetados, porque decisões judiciais estrangeiras só podem ser executadas no Brasil mediante a devida homologação , conforme decisão do magistrado.

Na avaliação de representantes de bancos, há o risco, portanto, de uma dupla interpretação . Caso sigam apenas a decisão de Dino, os bancos cam sujeitos a uma punição por parte do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês), órgão vinculado ao Departamento do Tesouro dos EUA e que é responsável por de nir a aplicação da Magnitsky. Já na hipótese de aplicarem as determinações estrangeiras, podem ser penalizadas pelo STF. Procurado, o Banco do Brasil, responsável pela folha de pagamentos do STF, a rma que acompanha com atenção as repercussões das sanções impostas a Moraes. Em nota, o banco disse que atua em plena conformidade à legislação brasileira, às normas dos mais de 20 países onde está presente e aos padrões internacionais que regem o sistema nanceiro .

A instituição opera nos EUA por meio do Banco do Brasil Americas, que surgiu a partir da compra do Eurobank em 2011. A subsidiária do BB nos EUA tem ao menos quatro agências na Flórida, em cidades como Miami, Orlando, Lighthouse Point e Aventura. Bancos estrangeiros já foram multados pelo governo americano em mais de US$ 10 bilhões, após o descumprimento de sanções. As punições foram justi cadas, em sua maioria, pela violação de embargos americanos a países como Irã, Cuba e Sudão. Para o economista Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, a aplicação de sanções aos bancos brasileiros seria devastador.

O maior risco é os bancos brasileiros perderem a participação no mercado internacional. E grande parte dos principais bancos brasileiros têm uma participação relevante no mercado americano. Caso acontecesse a aplicação dessa lei na sua forma mais rígida, os bancos brasileiros perderiam esse acesso ao mercado internacional e aí a gente poderia desencadear um problema bancário aqui a rmou ele.

A decisão de Dino foi de nida como incumprível por um diretor de grande banco brasileiro, já que não haveria a opção de ignorar a Magnitsky, segundo relatou o colunista Lauro Jardim, do GLOBO. De acordo com a colunista Malu Gaspar, executivos de três instituições a rmaram que a medida deve ter pouco efeito imediato sobre as sanções da Lei Magnitsky aplicadas a Moraes, já que, segundo um deles, as restrições cabíveis contra o magistrado a esta altura já estão em curso . No médio e longo prazos, entretanto, a decisão pode criar um impasse signi cativo para as instituições. Antes da decisão de Dino, havia um certo consenso entre os bancos sobre como deveria ser a aplicação das sanções contra Moraes. O entendimento era que só deveriam ser afetadas as transações envolvendo dólar, como compras internacionais ou investimentos no exterior. As operações em real estariam liberadas, a

exemplo da compra de outras moedas, incluindo o euro, desde que não houvesse liquidação em dólar na operação.

Divergências no STF

Para as instituições nanceiras, a questão seria resolvida pelo ministro Cristiano Zanin, relator no STF da ação do PT que pede à Corte que proíba os bancos de aplicarem a Lei Magnitsky no Brasil. O magistrado pretendia ouvir todas as partes envolvidas e decidir sobre o tema quando tivesse uma posição consolidada. Esse cenário era visto como favorável aos bancos, que tentam fazer com que seja prerrogativa das áreas de compliance de cada instituição nanceira tomar as providências cabíveis. Dessa forma, a melhor saída seria o STF não tomar decisão neste momento e deixar a decisão nas mãos de cada agente do mercado. Zanin pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que se manifeste no processo. A decisão de Dino, no entanto, antecipou a resolução do caso no STF, gerando desconforto entre membros da Corte. Embora alguns ministros apoiem a defesa do Poder Judiciário num momento que em que o tribunal está sob ataque, há reclamação numa ala do Supremo sobre como a manifestação foi feita.

Dino tomou sua decisão em uma ação antiga, de outro tema, sobre a possibilidade de municípios brasileiros ajuizarem ações judiciais no exterior. A determinação ocorreu no âmbito da discussão da reparação dos danos da tragédia de Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Um ministro que foi procurado por integrantes do mercado nanceiro diz que Dino tomou a decisão de forma isolada, mas que o re exo é indissociável do CNPJ da Corte , que atrai novas críticas, dessa vez do mercado nanceiro .

O jurista Gustavo Sampaio, mestre em Direito Internacional, avalia que uma solução para a questão só será possível por meio da diplomacia. Para efeito imediato, é preciso intensi car os esforços diplomáticos do Brasil, no sentido de se chegar a concessões bilaterais que permitam a travessia desse oceano revoltoso até uma situação de normalidade disse ele. Um esforço que sensibilize setores da economia americana a pressionar o próprio governo concluiu.

Petrobras deve lançar combustível sustentável para aviação até o m do ano

Há alguns meses, a empresa concluiu testes de produção do SAF por meio de coprocessamento na Re naria Duque de Caxias (Reduc), no Rio

Por Fábio Couto - Publicada em 19/08/2025 13:25

A PetrobrasCotação de Petrobras deve lançar, até o m do ano, seu combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), disse, nesta terça-feira (19), Roberto David, gerente geral de marketing para o mercado interno da estatal. A produção prevista pela companhia é de até 10 mil barris por dia.

Segundo David, que participou do evento Diálogos para uma Transição Energética Justa Biocombustíveis e Soluções Sustentáveis realizado pela PetrobrasCotação de Petrobras em parceria com Valor, O Globo e a rádio CBN , a estatal já produz o combustível de navegação ( bunker ) com adição de 24% de biodiesel, o que permite uma emissão 20% menor de gases de efeito estufa.

Há alguns meses, a empresa concluiu testes de produção do SAF por meio de coprocessamento na Re naria Duque de Caxias (Reduc), no Rio. Nos testes, a estatal adicionou até 1,2% de óleo de milho no processamento do querosene de aviação (QAV).

EUA enviam navios de guerra para combater cartéis de drogas na Venezuela, dizem fontes

Três embarcações devem chegar ao litoral venezuelano em até dois dias

Reuters - Washington - Publicada em 19/08/2025 16:10

Os Estados Unidos enviaram três navios de guerra para a costa da Venezuela como parte dos esforços para combater cartéis de drogas da América Latina, segundo informações relatadas, nesta terça-feira (19), por duas fontes. Os três destroieres de mísseis guiados Aegis, de origem americana, devem chegar ao litoral venezuelano em até dois dias. O presidente dos EUA, Donald Trump, tem mantido a intenção de usar as Forças Armadas para perseguir as gangues de drogas latino-americanas designadas como organizações terroristas globais.

Segundo as fontes, os navios são o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson. O governo Trump deverá mobilizar, ao todo, cerca de 4 mil marinheiros e fuzileiros navais na região sul do Caribe, de acordo com informações de uma autoridade americana. Essa autoridade dos EUA a rmou também que esse processo estaria em andamento por vários meses e o plano é que as operações ocorram no espaço aéreo internacional e em águas internacionais. Segundo essa autoridade, os EUA se comprometeram ainda com o envio adicional de aviões espiões P-8, navios de guerra e pelo menos um submarino de ataque para a região.

Os recursos navais podem ser usados não apenas para realizar operações de inteligência e vigilância, mas também como plataforma de lançamento para ataques direcionados, caso seja tomada uma decisão, acrescentou a autoridade. Trump fez da repressão aos cartéis de drogas uma meta central de seu governo como parte de um esforço mais amplo para limitar a migração e ampliar o policiamento da fronteira sul dos EUA.

Nos últimos meses, o governo americano já enviou pelo menos dois navios de guerra para ajudar nos esforços de segurança da fronteira e no trá co de drogas. Em fevereiro, o governo Trump designou o Cartel de Sinaloa do México e outras gangues de drogas, assim como o grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua, como organizações terroristas globais, enquanto intensi cou a scalização da imigração contra supostos membros de gangues.

Obra que colocaria em risco as operações aéreas de um aeroporto em Minas Gerais foi interditada após noti cações serem ignoradas

Por Juliano Gianotto - Publicada em 19/08/2025 14:00

A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio da Fiscalização da Secretaria de Desenvolvimento Urbano com Participação Popular (SEDUPP), interditou, na última quarta-feira, 13, uma obra irregular localizada nas proximidades do Aeroporto da Serrinha.

A ação foi desencadeada após a constatação, no dia 5 de agosto, de movimentação de terra realizada sem licença. Na ocasião, foi emitida noti cação para encerramento imediato das atividades. Entretanto, em nova vistoria, realizada no dia 11, os scais veri caram que, além da movimentação de terra, já estava sendo executada a fundação da construção sem o devido alvará e sem projeto aprovado pela PJF. Diante da irregularidade, foram lavrados Auto de Embargo e Auto de Infração aos responsáveis pela obra. Mesmo com o embargo, as atividades prosseguiram, o que motivou a determinação de interdição

total do local. A construção, com área aproximada de 600 metros quadrados, está sendo executada por uma empresa do estado do Pará e encontra-se em área de segurança em relação à pista do aeroporto.

Por se tratar de um ponto que exige licenças não apenas da Prefeitura, mas também de órgãos como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a continuidade das intervenções sem autorização representa risco à segurança da aviação e da população do entorno. Conforme a legislação municipal, o descumprimento da ordem de interdição poderá acarretar multa gravíssima no valor de R$ 64.839,50, além de multa diária e demais penalidades previstas nos artigos 517 e 518 do Decreto nº 9.117/2006 e no artigo 77-A da Lei nº 6.909/1986. Os responsáveis foram formalmente noti cados, e a obra permanecerá paralisada até que sejam apresentadas todas as licenças e aprovações necessárias.

Embraer

celebra

56 anos com vídeo comemorativo que relembra trajetória e conquistas

Gabriel Benevides - Publicada em 19/08/2025 15:00

A Embraer, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, completou nesta terça-feira (19) 56 anos de história. Para marcar a data, a companhia lançou em seu canal o cial no YouTube um vídeo comemorativo que percorre sua trajetória e apresenta os modelos de aeronaves desenvolvidos desde a fundação, em 1969.

O vídeo intitulado Um Voo Histórico , resgata momentos emblemáticos da empresa, que nasceu em São José dos Campos (SP) e se consolidou como referência global em aviação comercial, executiva e de defesa. Nas imagens, são exibidas aeronaves icônicas como o Bandeirante, primeiro avião produzido em série pela companhia, até os modernos jatos da família E2 e Eve, modelo eVTOL do fabricante.

Ao longo de mais de cinco décadas, a Embraer já entregou milhares de aeronaves para clientes em todos os continentes, emprega diretamente cerca de 18 mil pessoas e mantém presença em mais de 60 países. A empresa destaca que sua missão segue sendo conectar pessoas e superar fronteiras , unindo inovação tecnológica, e ciência e sustentabilidade em seus projetos. O vídeo comemorativo reforça não apenas o legado da fabricante, mas também seu papel estratégico para o Brasil, tanto no setor econômico quanto na projeção internacional do país na aviação.

Brasil capacita 40 militares da Missão da ONU no Congo

Ricardo Fan - Publicada em 19/08/2025 10:00

Beni (RDC) No dia 15 de agosto, a Equipe Móvel de Treinamento em Operações na Selva (JWMTT sigla em inglês), composta por 13 guerreiros de selva brasileiros, concluiu o Estágio de Operações na Selva para 40 militares da Brigada de Intervenção da Força (FIB sigla em inglês) Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO), sendo 20 do Malawi e 19 do Nepal.

Desde junho de 2019, a JWMTT já capacitou mais de 3.100 militares da FIB e das Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC), transmitindo técnicas e táticas essenciais para operações em ambiente de selva.

Em 2025, a JWMTT já ministrou o Estágio de Operações na Selva, com duração de três semanas, para 449 militares, sendo 369 das FARDC e 80 da FIB. A iniciativa, apoiada pelo Force Commander da MONUSCO, General de Divisão Ulisses de Mesquita Gomes, reforça o compromisso com a cooperação internacional e o fortalecimento das capacidades operacionais das Forças de Segurança locais para a manutenção da paz, consolidando a presença brasileira na missão e fortalecendo os laços com nações amigas.

A MONUSCO

A MONUSCO, Missão da Organização das Nações Unidas para a Estabilização na República Democrática do Congo, foi estabelecida em 1º de julho de 2010, por meio da Resolução 1925 do Conselho de Segurança da ONU. Desde então, a missão tem colaborado com as autoridades congolesas no enfrentamento de grupos armados rebeldes e na garantia da proteção da população civil, contribuindo para a consolidação da paz naquela nação amiga.

O Brasil mantém uma signi cativa presença na MONUSCO desde sua criação, tendo comandado a missão em cinco oportunidades distintas. Em 2015, a contribuição brasileira foi ampliada, com a participação na composição do Estado-Maior (Sta ) da Missão. Militares brasileiros desempenham funções essenciais dentro da missão, além de atuar no treinamento e preparo de militares da República Democrática do Congo.

A presença do Brasil e das Forças Armadas brasileiras no Congo enaltece a nação perante a comunidade internacional e perante população local revelando-se como uma importante contribuição que o Brasil pode dar para a paz e o desenvolvimento no mundo.

Curitiba recebe evento da Anac para de nir próximos passos da malha aérea nacional

Conferência tem como objetivo alinhar slots nos aeroportos para temporada de outubro a março de 2026

Redação - Publicada em 19/08/2025 08:48

Curitiba foi palco da 25ª edição da Conferência Nacional de Slots, promovida pela Anac e sediada pela Motiva Aeroportos, administradora do Aeroporto Internacional Afonso Pena e outros três no Paraná (Foz do Iguaçu, Londrina e Bacacheri). O evento reuniu autoridades da Força Aérea Brasileira, administradores aeroportuários e executivos de companhias aéreas nacionais e internacionais para alinhar, ajustar e planejar os horários de pousos e decolagens, os chamados slots nos aeroportos brasileiros para a temporada de outubro de 2025 a março de 2026.

A presença das secretarias de Turismo do Paraná e de Curitiba reforçou o diálogo entre aviação e turismo, evidenciado pelo anúncio de que Curitiba será a primeira cidade do Brasil a receber um espetáculo o cial da Disney no Natal. O evento Disney Celebra: Um Natal Inesquecível acontecerá de 16 a 23 de dezembro no Centro de Eventos Positivo, no Parque Barigui.

Para o gerente executivo de Planejamento Operacional da Motiva Aeroportos, Giuliano Balletta, sediar a conferência foi estratégico não apenas para a aviação, mas para o desenvolvimento integrado do setor.

Receber este encontro em Curitiba nos permite participar ativamente das decisões que moldam a malha aérea brasileira, contribuindo para operações mais seguras, pontuais e sustentáveis. Além disso, ao integrar pautas de Turismo, como o Natal da Disney, conseguimos potencializar os benefícios para passageiros, companhias e para a própria cidade

Giuliano Balletta, gerente executivo de Planejamento Operacional da Motiva Aeroportos Realizada duas vezes ao ano, a Conferência Nacional de Slots é fundamental para coordenar e otimizar o uso da infraestrutura aeroportuária, garantindo previsibilidade e qualidade no transporte aéreo. Nesta edição, a agenda incluiu rodadas técnicas para ajustes de horários e debates sobre e ciência operacional, sustentabilidade e atendimento ao passageiro.

FAB cria 1º Laboratório de Inteligência Arti cial e dá passo histórico na defesa tecnológica do Brasil

Marcelo Barros - Publicada em 19/08/2025 17:00

No dia 8 de agosto, a Força Aérea Brasileira (FAB) deu um passo histórico rumo à transformação digital: a criação do seu primeiro Laboratório de Inteligência Arti cial (IA), instalado em São José dos Campos (SP). O projeto, fruto de um convênio inédito com investimento de R$ 6,5 milhões, promete revolucionar áreas estratégicas como defesa cibernética, logística e simulação de combate. Avanços tecnológicos e aplicações militares da Inteligência Arti cial

A implantação do LabIA representa uma mudança signi cativa para o Sistema de Tecnologia da

Informação da Aeronáutica. Com o apoio de supercomputadores de última geração (HPC), equipados com múltiplas GPU e alta capacidade de processamento paralelo, a FAB poderá executar modelos complexos de IA em tempo real.

Entre as aplicações já previstas, destacam-se a manutenção preditiva de aeronaves, a otimização logística, o emprego da IA em simulações de combate, a análise avançada de imagens estratégicas, além do reforço em segurança cibernética. Essas tecnologias permitem acelerar a tomada de decisão em cenários críticos, ampliando a e ciência operacional e reduzindo riscos em missões militares.

Além disso, o laboratório terá impacto direto em sistemas estratégicos como o Sistema Integrado de Logística e Materiais e Serviços (SILOMS) e o Sistema de Gestão Documental da Aeronáutica (SIGADAER), fundamentais para a gestão administrativa e operacional da Força.

Integração entre militares, academia e sociedade civil

Um dos diferenciais do projeto é sua natureza colaborativa. A iniciativa envolve não apenas militares da FAB, mas também pesquisadores do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), especialistas do Instituto de Logística da Aeronáutica e acadêmicos vinculados à Fundação Casimiro Montenegro Filho (FCMF).

Foram criadas quatro modalidades de bolsas, que contemplam desde pesquisadores de pósdoutorado até estudantes de graduação, garantindo a formação de mão de obra quali cada e a integração da sociedade civil às pesquisas de Defesa. Esse modelo de cooperação fortalece a chamada tríplice hélice (governo, academia e indústria), essencial para o avanço tecnológico sustentável.

De acordo com o Brigadeiro Engenheiro Sérgio Ricardo de Assis, Diretor de Tecnologia da Informação da Aeronáutica, o projeto é um marco histórico: Estamos integrando Ciência de Dados, redes neurais, modelos generativos e visão computacional para transformar a forma como operamos e tomamos decisões estratégicas .

Soberania tecnológica e impacto para a Defesa Nacional

A inauguração do LabIA é também um movimento estratégico de longo prazo, alinhado ao compromisso da FAB com a soberania tecnológica do Brasil. Ao desenvolver soluções próprias de Inteligência Arti cial e reduzir a dependência de softwares estrangeiros, a Aeronáutica fortalece sua capacidade de proteger dados sensíveis e operações críticas.

Para o Chefe do Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ), Coronel Aviador Rodrigo Araújo Freire, o impacto será profundo: Este projeto tem o potencial de revolucionar nossas ferramentas de Comando e Controle (C2), tornando a Força Aérea mais ágil, inteligente e segura. É também um modelo de colaboração entre instituições militares, setor acadêmico e sociedade civil .

O projeto insere a FAB na vanguarda mundial da aplicação de IA em Defesa, consolidando sua posição como uma das forças armadas mais preparadas para os desa os estratégicos do século XXI.

AGORAMS - Sala Rádio do Aeroporto Regional é instalada e Dourados já pode retomar voos comerciais

Infraestrutura modernizada e novos equipamentos da Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo, preparam terminal para volta das operações comerciais a partir de 8 de setembro, faltando apenas homologação do Decea

Redação - Publicada em 19/08/2025 08:38

A MVS Incorporações Imobiliárias LTDA, empresa que tem sede em Curitiba, no Paraná, e que venceu a licitação para administração da Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo (EPTA) no Aeroporto Regional de Dourados Francisco de Matos Pereira, nalizou a instalação da Sala Rádio e agora está formalizando a documentação para que o Departamento de. Controle do Espaço Aéreo (Decea) faça a vistoria dos equipamentos e homologue a operação. O contrato para instalar e administrar instalar a Sala Rádio, no valor anual de R$ 983.900,00, foi rmado direto com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estatal pública federal de administração indireta, vinculada ao Ministério dos Portos e Aeroportos.

A vistoria na Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo será feita por técnicos do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), órgão subordinada ao Decea. A unidade é responsável pelo controle e gerenciamento do espaço aéreo da Região Sul, parte do Sudeste e parte do Centro-Oeste. O Cindacta II realiza serviços de gerenciamento de tráfego aéreo, defesa aérea, informações aeronáuticas, meteorologia aeronáutica, telecomunicações aeronáuticas e busca e salvamento. Sediado na cidade de Curitiba, Paraná, o Cindacta é um elo permanente do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (Sisceab) e do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra). Atualmente é responsável pela Região de Informação de Voo (FIR) sobrejacente aos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e parte de São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo.

A Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo (EPTA) do Aeroporto Municipal Francisco de Matos Pereira já está instalada e em condições de garantir a segurança das operações aéreas em Dourados. Com a ativação do sistema e a homologação pelo Decea, o terminal estará pronto para receber novamente voos comerciais a partir do dia 8 de setembro, depois de permanecer fechado desde 2021

O prefeito Marçal Filho e o secretário municipal de Serviços Urbanos, Luis Roberto Martins, acompanharam a nalização da instalação da sala da EPTA, que será operada pela empresa MVS Incorporações Ltda. A administração do aeroporto segue sob responsabilidade da Infraero. A EPTA é responsável pela comunicação entre torre de controle e aeronaves, coordenando o tráfego aéreo e garantindo que pousos e decolagens ocorram com segurança, e ciência e sem atrasos. Para atender às exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a prefeitura promoveu uma série de intervenções. Foram instalados guarita de acesso, sistema de dilacerador de pneus, placas de segurança e videomonitoramento em toda a área operacional. O terminal de passageiros recebeu portas automáticas e melhorias na climatização, enquanto os equipamentos de inspeção, como raio-x e detector de metais, passaram por manutenção.

A pista também foi modernizada com a implantação do sistema Papi (Precision Approach Path Indicator), iluminação no pátio principal e taxiway, além de manutenção nos equipamentos de navegação aérea. Todos os esforços que zemos desde a primeira semana de governo foi no sentido não apenas de reabrir o aeroporto depois de 4 anos fechado e voltar a operar voos comerciais, mas, também, para garantir a segurança de passageiros, tripulação e servidores que trabalham no local , enfatiza o prefeito Marçal Filho. Durante a vistoria, o prefeito e o secretário também acompanharam as

obras do novo terminal de passageiros, que está sendo construído ao lado da atual estrutura. O investimento é fruto de parceria entre Prefeitura, Governo do Estado e Governo Federal, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos e da Secretaria de Aviação Civil (SAC). A entrega está prevista para ocorrer em até 19 meses.

Com a conclusão das adequações, a Latam iniciará no dia 8 de setembro voos diretos de Dourados para o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). A expectativa da gestão municipal é que a retomada traga mais conectividade, desenvolvimento econômico e comodidade para a população da região. Outras empresas aéreas como a GOL e a Azul também estão em tratativas com a Prefeitura de Dourados para voltarem a operar no Aeroporto Regional, aumentando a oferta de voos e promovendo a concorrência, o que irá favorecer os passageiros.

MEON - Embraer completa 56 anos com história de inovação e tecnologia

Do primeiro Bandeirante ao carro voador; empresa se consolida cada vez mais

Redação - Publicada em 19/08/2025 11:38

Nesta terça-feira (19), a Embraer completa 56 anos de fundação consolidada como uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo.

Criada em 1969 em São José dos Campos (SP), a empresa se tornou símbolo de inovação tecnológica e referência global na aviação regional, mas também carrega a marca do impacto humano sobre gerações de colaboradores e parceiros.

Inicialmente estatal, passou por privatização em 1994. A história da Embraer é marcada por momentos de desa os e superações, desde a criação do primeiro protótipo do Bandeirante até a diversi cação para os setores comercial, executivo, militar e agrícola.

O primeiro grande marco foi o avião Bandeirante, lançado em 1973, que se tornou referência na aviação regional. Desde então, a Embraer expandiu sua atuação, desenvolvendo jatos comerciais, executivos e militares, além de se consolidar como líder mundial no segmento de aeronaves regionais de até 150 assentos.

Com presença em mais de 100 países, a companhia gura entre as maiores exportadoras do Brasil. Além do impacto econômico, a Embraer também é símbolo de tecnologia e inovação, sendo responsável por colocar o país em posição de destaque no setor aeroespacial global.

Do primeiro Bandeirante ao atual eVTOL o carro voador a Embraer mantém a essência visionária de seu fundador, Ozires Silva. Mais do que uma indústria aeronáutica, a empresa segue reconhecida como uma companhia com alma, que construiu não apenas aviões, mas também legados pessoais, sociais e culturais.

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