01 de Outubro de 2025
NOTIMP: 274 de 01/10/2025.
O Noticiário de Imprensa da Aeronáutica (NOTIMP) apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
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JORNAL O GLOBO
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REVISTA FORÇA AÉREA
DEFESA EM FOCO
OUTRAS MÍDIAS

Aviação de Patrulha participa da Operação Atlas com aeronave P-95 Bandeirulha
A missão será cumprida juntamente com o Navio Atlântico da Marinha do Brasil, na Foz do Amazonas, na região do Estado do Pará
Ricardo Fan - Publicada em 30/09/2025

Força Aérea Brasileira (FAB) vai empregar nos próximos dias mais uma de suas aeronaves na Operação Atlas, coordenada pelo Ministério da Defesa (MD) em função da proteção da Amazônia.
Desta vez, o P-95 Bandeirulha, do Terceiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (3º/7º GAV) Esquadrão Netuno sediado na Base Aérea de Belém (BABE) atuará na Patrulha Marítima em conjunto com o Navio Atlântico da Marinha do Brasil, na Foz do Amazonas, na região do Estado do Pará.
A Patrulha Marítima realiza diversas atividades que requerem tratamento, como um todo integrado e sincronizado, com as forças navais amigas, além de incluir a atividade de apoio ao policiamento das águas jurisdicionais brasileiras, realizado pela Marinha do Brasil (MB).
O Esquadrão Netuno participará da Operação Atlas realizando Patrulhas Marítimas, a m de aumentar a consciência situacional e precisão dos vetores navais, garantindo, assim, a soberania das águas e costas, de forma que as demais Forças operem com maior segurança.
A atuação das aeronaves P-95 Bandeirulha, no Exercício Atlas, reforça o conceito de interoperabilidade entre as Forças Armadas. A aeronave amplia o alcance do monitoramento, oferecendo informações essenciais que apoiam a tomada de decisões em tempo real. Esse emprego não apenas aumenta a e ciência e a segurança de toda a Operação, como também evidencia a importância da integração dos meios aéreos nas operações conjuntas , a rmou o Chefe da Seção de Operações do 3º/7º GAV, Major Aviador Bernardo Maia.
Operação Atlas
A Operação Atlas é um exercício conjunto, coordenado pelo Ministério da Defesa, que reúne Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira em um esforço integrado para aprimorar a atuação das Forças Armadas no território amazônico.
O exercício, que a partir da sua segunda fase ocorrerá no Amazonas, em Roraima, no Pará e no Amapá, envolve o deslocamento estratégico de recursos humanos e materiais de diferentes regiões do País para a Amazônia, com o objetivo de fortalecer a capacidade militar de atuação em uma das áreas mais estratégicas do Brasil.
O foco é ampliar a interoperabilidade entre as Forças, ou seja, a capacidade de atuarem de forma coordenada e e ciente, além de testar os sistemas de Comando e Controle em um ambiente desa ador como a região amazônica.
A Operação Atlas representa uma otimização em relação a operações semelhantes anteriores. Está alinhada ao calendário regular de treinamentos do Ministério da Defesa e ao compromisso do Brasil com a proteção da Amazônia e a promoção da soberania nacional.
Reeleição garante Brasil como membro do Conselho da OACI
Votação realizada no dia 27/09, reelege o Brasil para o triênio 2025-2028 e constitui marco de grande relevância para o País
Ricardo Fan - Publicada em 30/09/2025
Em votação realizada no dia 27/09, o Brasil foi reeleito membro do Conselho da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) para o triênio 2025-2028, com 167 votos, sendo o país mais votado do Grupo 1.
A eleição ocorreu durante a 42ª Assembleia da OACI, realizada em Montreal, no Canadá, onde a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) lidera a delegação brasileira.
O país tem sido eleito de forma ininterrupta desde a criação do organismo, em 1947. O Brasil também se destaca pela relevância dentro do Conselho, sempre integrando os onze membros do Grupo 1, que reúne as principais potências globais de aviação.
Ao todo, o Conselho tem 36 países membros, divididos em três grupos, ou seja, além do Grupo 1, do qual o Brasil faz parte, há o Grupo 2, que compreende os Estados que mais contribuem para a oferta de instalações para a navegação aérea civil internacional, e o Grupo 3, que abrange os Estados que garantem representatividade geográ ca.
O Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, ressaltou que a reeleição do Brasil constitui marco de grande relevância para o país. O Grupo I é integrado pelos Estados que exercem papel de destaque no transporte aéreo mundial. A recondução do Brasil a este seleto grupo representa motivo de elevado orgulho nacional e re ete o reconhecimento da comunidade internacional à signi cativa contribuição da Força Aérea Brasileira, por intermédio do DECEA, às atividades desenvolvidas no âmbito da OACI , a rmou o O cial-General.
Sobre o Conselho
O Conselho é o órgão executivo da OACI, ou seja, é a unidade responsável pela implementação das decisões e pelo funcionamento diário da Organização. Tem diversas competências relacionadas à aviação civil internacional, incluindo a tomada de decisões, a supervisão técnica do setor e a construção do plano de trabalho do organismo.
DECEA participa de reuniões bilaterais na 42ª Assembleia da OACI em Montreal
Durante a 42ª Assembleia da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), em Montreal, no Canadá, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) participa, paralelamente, de reuniões bilaterais com órgãos e países que buscam as melhores práticas para garantir a segurança operacional e a e ciência das operações aéreas globais. O evento se estende até o dia 03/10.
Entre os encontros, destacou-se a reunião realizada na quinta-feira (25/09) para reformulação do acordo vigente entre o DECEA e a Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (EUROCONTROL), com o objetivo de otimizar o Gerenciamento de Tráfego Aéreo. A parceria permite a troca de experiências para aprimorar a gestão de recursos humanos, a e ciência das operações e a
capacidade do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).
Em coordenação com a Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo, faz-se necessária a revisão do atual acordo com o objetivo de ampliar seu escopo e incluir cláusulas que viabilizem cooperação em novas áreas de interesse futuro , a rmou o Diretor-Geral do DECEA, TenenteBrigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros.
A EUROCONTROL é uma das principais referências mundiais em Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM) e Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM), tanto na operação prática quanto no desenvolvimento tecnológico.
Outro encontro de relevância ocorreu entre representantes do DECEA e agentes da Federal Aviation Administration (FAA), abordando temas como Segurança Cibernética, Aeronaves Não Tripuladas (UAS), Informações de Voo e Fluxo para um Ambiente Colaborativo (FF-ICE), e a implantação do conceito SWIM no SISCEAB.
O evento também possibilitou rati car os aspectos de colaboração mútua rmados por meio da declaração de intenção assinada durante a CANSO Airspace World, realizada em maio deste ano, em Lisboa. As reuniões bilaterais seguem até o nal da Assembleia, fortalecendo os laços do DECEA com outras instituições e países participantes.
Matérias não publicadas no Portal da Força Aérea Brasileira







Brasil faz sua maior operação militar entre Roraima e o Amapá em meio a cerco de Trump à Venezuela
Operação Atlas começa no dia 3 com tropas das três forças deslocadas de todo País para a região norte
Marcelo Godoy - Publicada em 30/09/2025 09:30

Serão dez mil militares das Forças Armadas. Equipamentos que jamais estiveram na Amazônia foram deslocados pelo Ministério da Defesa para a Operação Atlas em uma área que vai do Amapá até Roraima. Ali estarão o sistema de foguetes Astros, os carros de combate Leopard, os mísseis MAX 1.2 AC, porta-helicópteros, embarcações, tropas aerotransportadas, defesa cibernética, submarino, além da aviação de ataque ao solo da Força Aérea.
O efetivo é o de uma Força Expedicionária o primeiro escalão da Força Expedicionária Brasileira enviada à Itália, em 1944, tinha cerca de 5 mil homens. Seu tamanho e a logística para seu deslocamento faz da operação a maior já feita pela Defesa. E isso às vésperas da COP 30, a conferência do clima da ONU, em Belém, e no momento em que os EUA preparam uma nova política de defesa, onde se quer submeter os narcotra cantes não mais ao direto penal, mas às leis da guerra, o que será usado para apertar o cerco a Nicolás Maduro, na Venezuela.
A decisão americana pode ter implicações legais, inclusive para os soldados. O direito internacional não contempla a eliminação física de criminosos a não ser nos casos previstos de uso legítimo da força. Uma coisa é enviar um drone para atacar uma liderança da Al-Qaeda no meio do deserto. Outra bem diferente é lançar um ataque em um outro país, podendo matar civis. Pelas leis dos países, isso seria considerado assassinato e não um ato de guerra.
Há relatos publicados pela imprensa americana que os americanos já teriam alvos dentro da Venezuela para serem atingidos, tratando o país como parte de seu quintal. O governo de Donald Trump estabeleceu a imigração ilegal e controle do trá co de drogas como prioridades. Já no primeiro dia de governo, Trump assinou um decreto ordenando ao Comando Norte dos EUA que atuasse para fechar as fronteiras e manter a soberania, a integridade territorial e a segurança dos EUA. Os militares americanos deveriam repelir toda forma invasão e incluem nessa categoria militar a imigração ilegal e o trá co de drogas.
Os EUA preparariam na Venezuela uma reedição da Operação Just Cause, a invasão do Panamá para capturar seu presidente, Manuel Noriega? Até que ponto os americanos estariam dispostos a deslocar uma força expedicionária para a Venezuela depois que a alternativa de patrocinar a desestabilização do regime de Maduro fracassou diversas vezes, entre outros motivos, em razão do forte apoio da hierarquia militar ao governo?
Desde que Maduro passou a ameaçar a Guiana, reivindicando a região de Essequibo, em 2023, o Brasil reagiu reforçando o efetivo da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, em Boa Vista, com a criação do 18º Regimento de Cavalaria Mecanizada (18.º RCMec) e o envio de mísseis anticarro Max 1.2 AC para a tropa em Roraima. Blindados Guarani e Cascavel, além de Guaicurus também foram transportados para o norte como dissuasão de qualquer aventura de Maduro.
Agora, o Ministério da Defesa foi além. Aproveitou a COP-30 para fazer a maior demonstração de força já feita pelo Brasil na região. O cialmente, o objetivo da Operação Atlas é coletar subsídios para o aperfeiçoamento do Sistema Planejamento de Emprego Conjunto das Forças Armadas (SisPECFA), proporcionar a identi cação de óbices ao planejamento, à coordenação e à execução do deslocamento estratégico dos meios envolvidos e cooperar com o adestramento das Forças Singulares, em ambiente operacional de selva e de difícil acesso, promovendo a interoperabilidade entre elas .
O lançador de foguetes Astro em ação na Operação Perseu
Iniciada em agosto, a Atlas já teve exercícios em Goiás feitos pelo Corpo de Fuzileiros Navais, com disparos feitos com o Max 1.2 AC e com unidades do sistema Astros de lançamento de foguetes e mísseis. No dia 23, três aeronaves de caça A-1M do 1.º Esquadrão do 10º Grupo de Aviação (1º/10.º GAv Esquadrão Poker), da Força Aérea, deslocaram-se da Base Aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, até Boa Vista. Ali estão para treinar militares com a missão de orientar aeronaves a fazer apoio de fogo contra alvos de superfície.
O Exército decidiu que a concentração estratégica na Amazônia terá a coordenação do Comando de Operações Terrestres (Coter) e do Comando Logístico (Colog). Após a reunião das tropas no terreno, esse trabalho cará a cargo do Comando Militar da Amazônia. Para lá foram enviados tanques Leopard, obuseiros M-109, lançadores do sistema Astros, blindados Guarani, Cascavel, Guaicurus e lançadores de pontes e helicópteros da Aviação do Exército.
Entre os dia 3 e 9 de outubro, os exercícios vão acontecer em Roraima. Ali serão disparados foguetes pelo Astros. Trata-se do que o Exército chamou de fase decisiva com a execução tática em Roraima, área de responsabilidade do Comando Militar da Amazônia, aplicando a doutrina vigente em condições desa adoras de terreno, clima e logística .
A Atlas também tem como objetivo testar a interoperabilidade entre as Forças Armadas. Serão empregado na ação homem da Brigada Aeromóvel e da Brigada Paraquedista, além de militares de 1.ª, 2.ª, 16.ª, 17.ª e 23.ª Brigadas de Infantaria de Selva. Também vão participar homens do 2.º Batalhão de Guerra Eletrônica e do 1.º Batalhão de Defesa Química, Bacteriológica, Radiológica e Nuclear, da 5.ª Brigada de Cavalaria Blindada, da 4.ª Brigada de Cavalaria Mecanizada e de unidades de engenharia de combate.
Por m, a Marinha enviou embarcações para controlar área marítima adjacente à Foz do Rio Amazonas . O Comandante da 1.ª Divisão da Esquadra, contra-almirante Antonio Braz de Souza, será o comandante da Força Naval empregada.
Estarão envolvidos na fase de deslocamento estratégico para essa missão: o Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico , o Navio de Desembarque de Carros de Combate Almirante Saboia , o submarino Humaitá , além de helicópteros Esquilo, Super Cougar, Seahawk e Super Cougar. Ao todo, foram transportados 1.357 militares, sendo 1.298 da Marinha, 56 do Exército Brasileiro e 3 da Força Aérea Brasileira, além de 4 civis.

Aeroporto Santos Dumont fechado: `Óleo ou qualquer material sobre a pista é um risco enorme para aviação`, diz especialista
Vazamento de óleo na pista principal provocou o caos entre passageiros; problema no terminal do Rio afetou operação de outros aeroportos pelo país
Anna Bustamante - Publicada em 30/09/2025 12:45
O Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, ainda não abriu nesta terça-feira em razão de derramamento de óleo na pista. Não há previsão de abertura do terminal. Mais de cem voos foram cancelados e desviados para outros terminais. Segundo o engenheiro Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de riscos, "a segurança da aviação e dos aeroportos depende da integridade da pista de pouso e decolagem".
Obviamente uma aeronave, quando chega a fazer sua aproximação e pretende fazer o pouso, tem aquele momento do touchdown. Isso é o toque em que a aeronave com toda aquela energia que a faz voar precisa transferir essa energia e segurança para o terreno na pista. E esse toque impõe muitos esforços tanto aos pneus quanto todo o sistema de suspensão da aeronave para poder transferir essa energia. Se houver ali qualquer tipo de obstáculo, sujeira, furo, buraco e principalmente óleo, você pode ter uma chance enorme de ter uma derrapagem, de sair da pista, não conseguir controlar ou fazer a frenagem conforme previsto.
De acordo com Portela, o risco é maior principalmente nos aeroportos que têm uma limitação de comprimento de pista.
Isso pode ser ainda mais agravado. Nesse sentido, é muito importante a prevenção de quando se zer a manutenção para que não que nenhum debris (destroço), nenhuma sujeira, nenhum objeto indevido na pista. E imagine o derrame de óleo ou de qualquer outro material sobre a pista é um risco enorme para a aviação.
O engenheiro explica que é preciso tomar todos esses cuidados durante as fases de manutenção.
Se houve uma falha, se acontecer o derrame, não tem jeito, é preciso fazer a limpeza, recuperar a integridade da pista para que ela seja reaberta para pousos e decolagens.
As operações estão previstas apenas após a limpeza da pista, segundo a previsão da Infraero. De acordo com a Infraero, o incidente ocorreu durante uma manutenção preventiva noturna fora do horário de funcionamento do terminal, que é das 6h às 23h.
A limpeza da pista para a liberação da área, usada tanto na aterrissagem, para a frenagem das aeronaves, quanto no momento da decolagem, segue sendo realizada.
Segundo a Infraero, o Santos Dumont recebe 30 mil pessoas por dia, entre turistas e executivos, ligando o Rio aos principais destinos do país. A pista principal, onde o óleo foi derramado, tem 1.323 metros de comprimento, por 42 metros de largura.
Entre janeiro e maio deste ano, o SDU foi o décimo aeroporto mais movimentado do país, com 2,4 milhões de passageiros, em ranking liderado por Guarulhos (11,6 milhões). O Galeão foi o sexto, com 4,4 milhões de passageiros.
Caos para os passageiros
Por causa do fechamento do Santos Dumont, passageiros enfrentaram um dia de caos. Muitos dos que lotam o saguão se queixam de falta de informações. Um deles é o deputado federal Chico Alencar (PSol), que embarcaria para Brasília às 6h05 e já estava no avião quando o comandante informou sobre o vazamento de óleo na pista. A informação foi de que a decolagem ocorreria em 15 minutos. Horas depois, ele seguia aguardando:
Vários voos sendo cancelados, mas o nosso continua mantido com esse atraso já de horas. E a gente sem uma informação precisa, foi um oleoduto que abriu na pista, não tem equipe su ciente para fazer a limpeza, o que era rápido revelou-se demorado e complicado. Direito à informação é o básico. A companhia pode estar mal informada pela concessionária do aeroporto e isso é uma situação que, sobretudo, afeta os passageiros, os clientes, os consumidores.
Outro passageiro impactado foi Lohran de Oliveira, de 35 anos, que trabalha com construção civil. Ele tinha voo marcado para 8h50 com destino a Brasília, onde deveria supervisionar a construção de uma pista de skate em um parque municipal, com entrega prevista até o nal de novembro. O atraso do voo comprometeu seu cronograma de trabalho.
Pelo menos foi algo generalizado, e todos lá já sabem o que aconteceu, mas isso afeta nosso trabalho diretamente lamentou Lohran.
Entre os passageiros afetados, também estava o engenheiro Marcelo Gomes. Convidado a embarcar às 6h20, ele e os demais passageiros aguardaram até as 8h, quando foram orientados a desembarcar devido ao cancelamento do voo. O embarque foi remarcado inicialmente para 10h40, mas também não ocorreu:
Esta semana eu precisava estar em São Paulo até as 10h. Isso gera impactos não só para minha empresa, mas para o país, já que trabalho em uma multinacional que gera empregos. Falta que a Infraero esteja preparada para incidentes deste nível e que as companhias tenham condições de lidar com situações assim disse.
Trump diz a generais que há inimigos internos nos EUA e que cidades têm de ser `campos de treinamento` para Exército
Presidente a rmou que país enfrenta `uma invasão vinda de dentro`, no momento em que acelera o envio de tropas para cidades, mesmo contra a vontade das lideranças locais
Filipe Barini - Publicada em 30/09/2025 13:39
Diante de boa parte das lideranças militares dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump anunciou o que aparenta ser uma das mais importantes mudanças estratégicas das últimas décadas: em vez de concentrar as atenções para ameaças externas como a China ele a rmou que o país está diante de uma invasão vinda de dentro e que as cidades americanas devem ser campos de treinamento para as tropas. As declarações foram feitas durante uma reunião cercada de mistério nos arredores de Washington e que teve uma promoção explícita da Cultura do Macho pelo secretário de Defesa (ou da Guerra), Pete Hegseth.
O presidente usou o púlpito, diante dos homens e mulheres que comandam a maior máquina militar do planeta, como se estivesse com apoiadores em um comício no Texas ou na Carolina do Norte. Ele citou seu tarifaço global, a decisão de renomear (unilateralmente) o Golfo do México de Golfo da América e criticou o ex-presidente Joe Biden por usar um equipamento conhecido como caneta elétrica, tema pelo qual Trump demonstra xação. Em determinados momentos, não escondeu o incômodo com a falta de
reação dos o ciais às suas declarações ou piadas.
Me disseram: Senhor, o senhor não vai ouvir um murmúrio na sala". Eu disse que precisávamos relaxar um pouco esses caras a rmou, tentando fazer mais uma de suas piadas, que arrancaram poucas reações da plateia. Se os senhores não gostam do que estou dizendo, podem sair da sala. Porque lá se vai a sua patente, lá se vai o seu futuro.
Mas em meio às falas dignas de uma campanha eleitoral, Trump apresentou as linhas gerais de uma mudança estrutural e de doutrina das Forças Armadas dos EUA, mais associada a seu ideário político do que a conjunturas globais: para o republicano, a principal ameaça aos Estados Unidos está dentro do país, e não em outras regiões do planeta, como na Europa (Rússia) e Ásia (China).
Estamos sob invasão vinda de dentro, não diferente de um inimigo estrangeiro, mas mais difícil em muitos aspectos, porque eles não usam uniformes disse o presidente.
Ele não detalhou quem seriam os "inimigos internos", mas a lista potenciais alvos é extensa. Em abril, ele mencionou uma suposta invasão da organização criminosa venezuelana "Trem de Arágua" para justi car a invocação de uma lei do Século XVIII para facilitar deportações. Na semana passada, assinou uma ordem executiva declarando o movimento Antifa versão curta para antifascista uma "organização terrorista doméstica", apesar de não existir uma organização de fato, mas sim grupos que compartilham de uma mesma ideia. E frequentemente Trump fala dos imigrantes nos Estados Unidos como "criminosos terríveis" e "animais".
A História é construída com heróis militares que enfrentaram todos os inimigos, estrangeiros e nacionais. George Washington, Abraham Lincoln, Grover Cleveland, George Bush e outros usaram as forças armadas para manter a ordem e a paz nacionais disse Trump, citando antecessores que, ao contrário dele, acionaram os militares para enfrentar ameaças especí cas, não ideias ou uma parcela considerável da população dos EUA.
Trump sinalizou que pretende empregar cada vez mais soldados em áreas urbanas, como fez com a capital, Washington, e como tenta fazer em cidades como Los Angeles e Chicago, ambas comandadas por democratas que não querem ver tropas em suas ruas.
Eu disse a Pete [Hegseth] que deveríamos usar algumas dessas cidades perigosas como campos de treinamento para nossas Forças Armadas, a Guarda Nacional, mas Forças Armadas, porque entraremos em Chicago muito em breve, que é uma cidade grande com um governador incompetente a rmou Trump. São lugares muito inseguros e vamos endireitar um por um.
Sem vozes contrárias na Casa Branca, como havia em seu primeiro mandato, Trump vê na militarização um pilar de seu novo governo, mas não da mesma maneira como alguns de seus antecessores. Em vez de novas guerras, aposta em demonstrações internas de força como em um des le militar, em junho, no dia de seu aniversário e em tropas em ações de segurança pública e de imigração.
Foi assim em Los Angeles, durante protestos em junho, em Washington, onde as forças federais assumiram na prática o policiamento, e pode ser em Chicago, Portland e Memphis. Desde abril, os militares expandiram a presença na fronteira com o México e atuam em parceria com as agências migratórias.
E isso vai ser um papel importante para algumas das pessoas nesta sala. Isso também é uma guerra. É uma guerra interna. Controlar o território físico da nossa fronteira é essencial para a segurança nacional. Não podemos deixar essas pessoas entrarem declarou.
O foco interno não signi ca que Trump tenha esquecido de um mundo cheio de con itos. Ele revelou
certa frustração com a falta de um cessar-fogo na Ucrânia, creditando o fracasso no diálogo ao presidente russo, Vladimir Putin, alegou ter sido o responsável pela pausa nos combates entre Índia e Paquistão (algo negado à exaustão por Nova Délhi) e, mais uma vez, disse merecer o Nobel da Paz, outra de suas xações.
Você receberá o Prêmio Nobel? questionou, em um peculiar solilóquio. De jeito nenhum. Eles o darão a um sujeito que não fez absolutamente nada. Mas não receber o prêmio seria um grande insulto ao nosso país.
Anunciada de forma tímida na semana passada, a quase sem precedentes reunião de comandantes nos arredores de Washington também foi uma das mais incisivas ações do governo Trump para replicar no Pentágono o que fez com o Departamento de Justiça: adequar um braço do governo, em tese independente, às suas visões de mundo.
Antes de Trump, Hegseth fez uma pregação sobre a ausência da Cultura do Macho nas Forças Armadas, tratando como essencial um ethos militar (conjunto de valores) pautado pela capacidade pro ssional, aptidão física e aparência. Mas disse isso de uma forma pouco afável.
É completamente inaceitável ver generais e almirantes gordos nos corredores do Pentágono a rmou. Você gostaria de servir com tropas gordas, inaptas ou mal treinadas? Ou ao lado de pessoas que não conseguem atingir os padrões básicos? Ou em uma unidade onde os padrões foram rebaixados para que certos tipos de tropas pudessem entrar? A resposta não é apenas não, é absolutamente não.
Hegseth partiu para o ataque contra o que chamou de agendas de justiça social, ao politicamente correto e ao lixo ideológico tóxico para o ex-comentarista da Fox News, chega de meses de identidade, escritórios DEI (Diversidade, Equidade, Inclusão), caras de vestido, chega de adoração às mudanças climáticas, chega de divisão, distração ou ilusões de gênero."
Quando se trata de unidades de armas de combate, e há muitas tendências diferentes em nossa força conjunta, a era da liderança politicamente correta, excessivamente sensível e que não magoa os sentimentos de ninguém termina agora disse, sugerindo que o combate ao assédio nas Forças Armadas passou dos limites , e que mulheres em funções de combate foram indevidamente bene ciadas . Em todos os níveis, ou você atinge o padrão, ou você faz o trabalho, ou você é disciplinado, apto e treinado, ou você está fora.
Para os que não concordarem, as opções são poucas.
Quanto mais cedo tivermos as pessoas certas, mais cedo poderemos promover as políticas certas a rmou o secretário, que fez numerosas demissões no alto escalão desde sua chegada ao cargo. Mas se as palavras que estou dizendo hoje estão deixando você desanimado, então você deveria fazer a coisa certa e se demitir.

Caça Gripen conclui testes em meio a atrasos por questões orçamentárias
Alexandre Saconi - Publicada em 01/10/2025 05:30

O Gripen, caça mais moderno da FAB (Força Aérea Brasileira), concluiu recentemente uma série de testes antes de entrar em operação de nitivamente. Com isso, ele poderá passar a ser empregado em missões reais, sejam de reconhecimento, ataque ou outras.
O caça, fabricado pela sueca Saab em parceria com a brasileira Embraer, é um dos mais avançados do mundo, e foi escolhido no âmbito do projeto chamado FX-2 contra concorrentes de peso, como o Rafale F3, da francesa Dassault, e o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing.
O marco é conquistado após quase duas décadas de idas e vindas com o FX-2, que cou mais caro devido a constantes cortes orçamentários, segundo a FAB.
Testes concluídos
Em setembro, o Gripen brasileiro concluiu uma etapa fundamental de testes, cando mais próxima de seu uso em operações de defesa. Foram ensaios de Veri cação Técnica (VT) e Validação Logística (VL) que, apesar da complexidade, servem para comprovar a capacidade da aeronave para missões de alerta, interceptação e desdobramento rápido, segundo a FAB.
Os testes ainda serviram para certi car que o caça é capaz de ser atendido pela infraestrutura de solo da Base Aérea de Anápolis (GO). Ou seja, é como a necessidade de um avião comercial de ter escada e sistema de abastecimento compatíveis ao pousar em determinados locais.
O primeiro Gripen montado no Brasil deve sair da fábrica até o m de 2025 e ser entregue para a FAB em 2026. Já são 10 caças Gripen E no Brasil, sendo que oito já foram entregues ao 1º Grupo de Defesa Aérea, que ca em Anápolis (GO), uma unidade está em fase de recebimento, e o primeiro exemplar a chegar no país faz parte de um programa de ensaios e desenvolvimento.
Do total dos 36 exemplares adquiridos, 28 serão monopostos (F-39E) e 8 bipostos (F-39F), sendo que 15 unidades ao todo serão montadas na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP).
O Gripen
O Gripen começou a ser desenvolvido na década de 1980 e decolou pela primeira vez em 1988. O projeto é resultado de um estudo do governo sueco para a substituição de modelos antigos de aeronaves por uma nova que fosse multimissão.
O governo do país europeu aprovou a proposta que viria a ser concretizada pela Saab, tradicional fabricante no país. Ele passou a se chamar JAS 39, sendo este um acrônimo para aeronave de caça, ataque e reconhecimento em sueco.
O primeiro Gripen saiu da fábrica em 1987 e realizou seu primeiro voo no ano seguinte. O primeiro exemplar produzido em série foi entregue à força aérea da Suécia apenas em 1993, e ele apenas entrou
em serviço no ano de 1996.
Hoje, diversos países operam os mais de 200 Gripens produzidos. Entre eles, além da própria Suécia e Brasil, se destacam República Checa, Hungria, África do Sul e Tailândia. Peru e Colômbia anunciaram recentemente a intenção de adquirir modelos do Gripen, que poderiam vir a ser fornecidos a partir da linha de produção do Brasil.
A aeronave possui as seguintes versões:
Gripen A/B: Primeira a ser desenvolvida e que está inativa hoje.
Gripen C/D: Modelo evoluído a partir da primeira geração, com foco nas exportações do avião após o m da Guerra Fria (1947-1991)
Gripen E/F: Anteriormente batizada de NG (Nova Geração), responde pela família mais recente da aeronave, desenvolvida de forma a atender às demandas das forças aéreas brasileira e sueca
O avião é um monomotor a jato que pode chegar 2.100 km/h, quebrando a barreira do som. Ele tem 10 pontos de ancoragem na parte de baixo das asas e de seu corpo.
No Brasil, o JAS 39 Gripen foi designado como F-39 e passou a ser fabricado em parceria com a Embraer na unidade de Gavião Peixoto, além da participação de outras fornecedoras nacionais no projeto.
Ele pode car pronto para a decolagem em um minuto e, em casos de missões de guerra, seu tempo em solo para reabastecimento e recarregamento de armas é de 10 a 20 minutos. Esses quesitos são importantes em caso de missões de defesa, pois diminuem o tempo de resposta e aumentam a disponibilidade dos aviões para voar.
Ficha técnica
Modelo: F-39 (JAS 39 Gripen E)
Fabricante: Saab
País de origem: Suécia
Comprimento: 15,2 metros
Envergadura: 8,6 metros
Altura: 4,5 metros
Velocidade: Até 2.100 km/h
Altitude máxima de voo: 16 km acima do nível do mar
Peso vazio: 8 toneladas
Peso máximo de decolagem: 16,5 toneladas
Combustível: 4.360 litros (tanques internos) mais 4.535 (com tanques externos ejetáveis)
Distância para pouso: 500 metros
Distância para decolagem: 600 metros
Distância de voo: Até 4.000 km
O projeto FX-2
O projeto FX-2 foi criado em 2008 para renovar a frota de caças da FAB após dois anos de estudos. Naquele ano, a Aeronáutica pré-selecionou como três nalistas o Dassault Rafale (França), o Boeing F/A-18E/F (EUA) e o Saab Gripen NG (Suécia).
Foram excluídos da seleção, os modelos Su-35 (Rússia) F-16 (EUA) e Euro ghter Typhoon (Consórcio entre alguns países europeus). Em dezembro de 2013, o Gripen foi anunciado como a escolha do governo brasileiro.
O contrato entre Brasil e Saab foi formalizado apenas no ano seguinte, e considerava a compra de 36 aeronaves (28 monopostos Gripen E e oito bipostos Gripen F). Ele previa a transferência de tecnologia e participação da Embraer no programa.
O primeiro Gripen brasileiro realizou seu voo inaugural em 2019, e chegou ao país em setembro de 2020 de navio. No mesmo mês ele decolou pela primeira vez no Brasil, marcando de nitivamente o início da nova era da aviação nacional.
As entregas em série foram iniciadas em novembro de 2021, e hoje, já são dez Gripens brasileiros entregues.
Polêmica na escolha
Durante visita à França em 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o vencedor do projeto FX-2 seria Dassault Rafale. O anúncio foi feito em meio a uma aproximação diplomática entre os dois países, e foi interpretada como uma decisão já consolidada.
A FAB, entretanto, manteve a avaliação técnica que já estava em curso e não formalizou a compra, o que gerou desconforto. A justi cativa para a escolha , formalizada apenas em 2013 durante o governo de Dilma Rousse , foi feita com base em critérios técnicos e de custo, fato que foi questionado pela Dassault e pela Boeing.
O caça sueco apresentaria um menor preço de aquisição e operação, além de oferecer melhor pacote de transferência de tecnologia. O contrato com a Saab previa participação direta da Embraer no desenvolvimento e na produção, algo que França e Estados Unidos não se dispuseram a oferecer nas mesmas condições.
O Brasil teria acesso irrestrito ao código-fonte dos sistemas de missão e ao desenvolvimento conjunto da versão com dois assentos do Gripen F. Isso garante ao Brasil autonomia tecnológica para futuras modernizações e integração de armamentos nacionais.
Atrasos encareceram o projeto
O processo de aquisição dos F-39 Gripen enfrenta atrasos signi cativos e aumento de custos por falta de previsibilidade orçamentária. Em audiência no Senado em setembro de 2025, o tenente-brigadeiro do ar Walcyr Josué de Castilho Araújo, chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, revelou que o contrato, originalmente planejado para entregar as 36 aeronaves até 2024, já acumula oito anos de atraso, com a última unidade agora prevista para 2032.
Segundo o militar, os sucessivos contingenciamentos obrigaram a FAB a rmar 12 termos aditivos ao contrato, o que elevou em mais de 13% o valor originalmente previsto. Esse aumento, destacou ele, equivale a recursos su cientes para a aquisição de mais seis caças além das 36 unidades já contratadas.
A necessidade de manter aeronaves antigas em operação, que deveriam ter sido desativadas, também gera despesas adicionais e compromete a e ciência do programa. Castilho ainda alertou que a imprevisibilidade no orçamento impede um "gasto racional e equilibrado" e leva a uma espiral de renegociações e reajustes.

Por que Brasil faz exercício militar na Amazônia com novo míssil e blindados
Operação Atlas é um grande exercício das Forças Armadas atualmente em andamento na Amazônia
Daniel Gallas - Publicada em 30/09/2025 13:11
As Forças Armadas brasileiras entram nesta semana na principal fase da Operação Atlas um grande exercício conjunto com mais de 8 mil militares coordenado pelo Ministério da Defesa, que reúne Marinha, Exército e Aeronáutica para aprimorar a atuação das Forças Armadas na Amazônia.
O exercício acontece no Amapá, Amazonas, Pará e Roraima e envolve, segundo o governo, o "deslocamento estratégico de recursos humanos e materiais de diferentes regiões do País para a Amazônia, com o objetivo de fortalecer a capacidade militar de atuação em uma das áreas mais estratégicas do Brasil". Há também algumas etapas realizadas no Espírito Santo e Goiás.
A operação está acontecendo em um momento de aumento das tensões militares entre Estados Unidos e Venezuela, com repercussão nos demais países da região.
Há notícias da presença de aviões e navios militares americanos no Sul do Caribe neste mês. No começo de setembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria ordenado o envio de dez jatos F-35 para Porto Rico para realizar operações contra cartéis de drogas na região do Caribe, segundo a agência Reuters.
Além disso, há relatos da presença de navios de guerra americanos deslocados rumo ao Caribe, incluindo destróieres de mísseis guiados, um grupo anfíbio, um submarino de propulsão nuclear, além de aeronaves de reconhecimento P-8 e 4,5 mil fuzileiros navais.
Os militares dos EUA atacaram barcos com supostos tra cantes de drogas, que teriam partido da Venezuela. Em discursos na Assembleia Geral da ONU, os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, zeram alusões à presença americana no mar do Caribe.
Em resposta, a o governo da Venezuela ordenou que soldados da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) ensinassem a população das comunidades pobres a usar armas.
Na terça-feira (30/9), Trump voltou a falar sobre a Venezuela e respondeu que "vamos ver o que acontece" a um repórter que perguntou sobre ataques mais diretos contra os cartéis.
O presidente americano complementou dizendo que, após os ataques no mar, não há mais barcos saindo da Venezuela para levar drogas aos EUA e que agora o país vai se concentrar em combater a chegada dos entorpecentes por terra.
Operação programada em 2024
O governo brasileiro nega que sua operação tenha qualquer relação com as tensões entre Venezuela e EUA, e diz que a Operação Atlas já havia sido programada em 2024 para acontecer este ano.
Além do exercício conjunto das forças, o ministério diz que o foco da operação é preparar o apoio à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, que será realizada em novembro em Belém.
"Nós estamos deslocando tropas para fronteiras, pensando na COP 30, pensando em dar uma maior
assistência a uma parte da fronteira mais inóspita, mais inacessível. De repente, estourou esse problema. A pessoa [diz] 'foi lá para ajudar a Venezuela'. [Não] foi lá para não ajudar ninguém", disse o ministro da Defesa, José Múcio, segundo a Agência Brasil.
Múcio disse que teme que a crise entre Venezuela e EUA possa chegar à fronteira do Brasil.
"Estamos preocupados, como eu disse, com a nossa fronteira, para que ela não sofra e não transforme a nossa fronteira numa trincheira. O Brasil é um país pací co. Nós investimos em armas, nas nossas forças, para defender o nosso patrimônio. Não é de olho na terra de ninguém", disse.
Em dezembro de 2023, o Brasil colocou tropas e diplomatas de prontidão após uma escalada de tensões entre a Venezuela e a Guiana, que disputam o controle da região de Essequibo.
'Defesa da Amazônia'
A Operação Atlas foi de agrada em julho e tem previsão para acabar em outubro.
O objetivo da operação é fazer com que os três braços das Forças Armadas executem um exercício conjunto "em um dos cenários mais desa adores do país, a Amazônia" e "enfrentar na prática os desa os operacionais da região", segundo o ministério da Defesa.
O foco da operação é a "prontidão, integração e defesa" da Amazônia.
Segundo o plano operacional divulgado pelo ministério da Defesa, está prevista a atuação de cerca de 8,6 mil militares.
A Marinha vai empregar 4.619 militares, 46 embarcações, 247 meios de Fuzileiros Navais incluindo viaturas blindadas (Astros e Clanf), além de 12 helicópteros.
O Exército participará do exercício com 3.607 militares, 434 viaturas leves e pesadas, 40 blindados (Astros, Guarani e Leopardo) e 7 helicópteros.
A Força Aérea reunirá 410 militares, 21 aeronaves (transporte, patrulha, caça e helicóptero), além de 3 satélites.
"Essa operação nos habilita a que nós avaliemos essas capacidades de deslocamento das nossas forças para qualquer local do país. Em especial estamos testando agora no teatro amazônico que é o local mais difícil para se fazer essa mobilidade", diz o almirante de esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
"Se nós conseguirmos realizar a mobilidade no teatro amazônico, será menos desa ador realizar em outros lugares."
A operação acontece em três fases:
Fase 1 Planejamento integrado (30 de junho a 11 de julho): essa a etapa ocorreu na Escola Superior de Defesa, em Brasília, com o planejamento conjunto das ações das Forças Armadas. Foram de nidos os procedimentos de deslocamento estratégico, os sistemas de comando e controle, além da análise de cenários e problemas simulados.
Fase 2 Deslocamento estratégico (27 de setembro e 1 de outubro): Esse foi o período de movimentação de pessoal e equipamentos militares em direção à área de atuação na Amazônia e na região marítima da foz do Amazonas.
Fase 3
Exercício no terreno (2 a 11 de outubro): Essa é a fase do exercício em si, com duração de dez dias. Ela ocorre diretamente no terreno, abrangendo os Estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, e envolve a execução das ações previamente planejadas. As Forças Armadas realizam operações táticas em campo, com atividades integradas em ambientes terrestre, uvial, marítimo e aéreo.
"O mais comum é cada força praticar separado o seu trabalho, mas a função da Defesa é justamente integrar isso", a rma o general de divisão Júlio César Palú Baltieri, subchefe de Operações Internacionais do ministério da Defesa.
Para a Operação Atlas, as Forças Aéreas destacaram três aeronaves de caça A-1M do Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação da Base Aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que se deslocaram para Boa Vista, em Roraima.
Há também aeronaves A-29 Super Tucano, do Primeiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação, da Base Aérea de Boa Vista.
Segundo a Força Aérea, o A-29 possui maior capacidade de permanência e menor velocidade, usado para contato visual e coordenação e ideal para cenários irregulares, enquanto o A-1M tem maior poder de fogo, maior performance e armamentos guiados, o que favorece em um cenário com maiores ameaças.
Em setembro, foi realizado no Campo de Instrução de Formosa, em Goiás, um teste de armamentos, dentro de uma etapa da operação chamada de Atlas Armas Combinadas.
Foram testados armamentos como o míssil antiaéreo Mistral, as metralhadoras .50, o míssil anticarro
1.2 AC MAX e o drone kamikaze, primeira aeronave de ataque remotamente pilotada das Forças Armadas.
Segundo a agência de notícias da Marinha, uma das novidades deste ano foi o teste com míssil anticarro
1.2 AC MAX, que chegou aos Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais em junho "desenvolvido com tecnologia 100% brasileira".
"O armamento pode atingir uma velocidade de 240 metros por segundo, tem alcance de até 2 quilômetros e capacidade de penetração maior que 300 milímetros em chapa blindada, contribuindo para deter veículos do tipo em operações terrestres", disse a agência.

Na Comissão de Relações Exteriores, Múcio fala sobre atuação do Ministério da Defesa e orçamento
Da redação - Publicada em 30/09/2025

Em audiência da Comissão de Relações Exteriores, o ministro da Defesa, José Múcio, falou sobre o trabalho da pasta nos últimos meses, com destaque para a atuação nas fronteiras. Múcio também indicou que há di culdades orçamentárias.

Anac autoriza curso para piloto de balão três meses após tragédia em SC
Em junho, queda de balão deixou 8 mortos e 13 feridos, em Praia Grande; Gabriela Garcia - Publicada em 30/09/2025 13:28
A primeira escola de pilotos de balão regulamentada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) da região Sul foi inaugurada em Praia Grande (SC), três meses após um trágico episódio em que um balão quedar em chamas na cidade, em junho deste ano. Na ocasião, oito pessoas morreram e 13 caram feridas.
A iniciativa é da empresa Canyon Sul Balonismo e a inauguração da escola ocorreu em 22 de setembro. O espaço vai ministrar cursos para formação de pilotos e instrutores. A formação no curso leva, ao menos, 60 dias para ser concluída.
Segundo a empresa, no momento, há quatro alunos inscritos no curso para piloto. Assim que terminarem as aulas práticas e teóricas, eles recebem a PBL (Licença de Piloto de Balão Livre). A Anac autorizou o balão de modelo G20-3600 para o curso da escola.
A PBL é necessária em caso de balonismo comercial, como é o caso de voos turísticos. Além disso, as aeronaves devem ter matrícula no RAB (Registro Aeronáutico Brasileiro).
Já para a prática do balonismo com nalidade exclusivamente desportiva, não é necessário ter a PBL, apenas certidão de cadastro de aerodesportista.
Queda do balão
Ao menos oito pessoas morreram após um balão pegar fogo no ar e cair, no município de Praia Grande (SC), em 21 de junho. Além disso, outras 13 pessoas caram feridas.
Para a polícia, o incêndio ocorreu devido a um maçarico auxiliar que estava dentro do cesto e serve para iniciar a chama principal do balão.
A Anac a rmou que o piloto do balão teve pedido para Licença de Piloto de Balão Livre negado devido à falta de comprovação de instrução na época.
De acordo com o órgão, Elves de Bem Crescencio, que pilotava o balão que caiu em Praia Grande, tem o cadastro de aerodesportista, conforme requerido pelo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil. Contudo, ele não possui a autorização exigida para a operação de balões de forma comercial.
Ainda, conforme o órgão, o balão também não era uma aeronave certi cada.
Trump diz que considera expandir forças armadas dos EUA
Presidente discursou a líderes militares em reunião de alta patente convocada pelo chefe do Pentágono
Casey Gannon - Publicada em 30/09/2025 17:18
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse durante um discurso a almirantes e generais nesta terça-feira (30) que o governo está debatendo a possibilidade de tornar as forças armadas maiores .
Estamos pensando em aumentá-la porque temos tantas pessoas, e é bom poder cortar pessoas por mérito que não são realmente quali cadas por qualquer motivo, uma razão física, uma razão mental, você não precisa mais aceitá-los, porque você tem, você tem escolha , e todos eles querem estar com você , disse Trump.
O presidente também a rmou que não estava satisfeito com pessoas que ocuparam cargos de alto escalão nas forças armadas. "Tiramos muitos deles daqui também. Serei honesto com vocês, não gostei de fazer isso, mas tiramos muitos de vocês daqui porque não estávamos satisfeitos por sabermos tudo sobre todo mundo", disse Trump.
Estamos pensando em aumentá-la porque temos tantas pessoas, e é bom poder cortar pessoas por mérito que não são realmente quali cadas por qualquer motivo, uma razão física, uma razão mental, você não precisa mais aceitá-los, porque você tem, você tem escolha , e todos eles querem estar com você , disse Trump.
O presidente também a rmou que não estava satisfeito com pessoas que ocuparam cargos de alto escalão nas forças armadas. "Tiramos muitos deles daqui também. Serei honesto com vocês, não gostei de fazer isso, mas tiramos muitos de vocês daqui porque não estávamos satisfeitos por sabermos tudo sobre todo mundo", disse Trump.
Operação no aeroporto Santos Dumont é normalizada após derramamento de óleo na pista
As decolagens começaram às 6h05 e os pousos no Santos Dumont iniciarão às 7h05.
Anna Luiza Barreto - Publicada em 01/10/2025 07:22
A operação do Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, foi normalizada, nesta quarta-feira, após o derramamento de óleo na pista que deixou o terminal fechado por 12 horas. As decolagens começaram
às 6h05 e os pousos no Santos Dumont iniciarão às 7h05.
Neste momento, há dois voos cancelados por motivos pontuais das companhias aéreas: um voo que sairia do Rio para Congonhas às 8h20 e um que chegaria ao Santos Dumont, também de Congonhas, às 7h55.
O derramamento de óleo causou um caos na malha aérea do estado, com mais de 160 voos cancelados e 14 conexões transferidas para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão. O problema, que teve início na madrugada, só foi solucionado às cinco e vinte e cinco da tarde.
Em las de mais de seis horas nos guichês das companhias aéreas, os passageiros tentavam realocação em novos voos, o reembolso das passagens e os auxílios de alimentação e hospedagem.
O marinheiro Wilson Ataíde chegou ao aeroporto na manhã de terça, com viagem marcada para Presidente Prudente, com parada em Congonhas. Vinte e quatro horas depois, ele está de volta ao terminal, na expectativa de nalmente embarcar.
'Tinha anunciado que tinha caído óleo na pista, né? E que não poderíamos ter mais voo, voo só no outro de manhã. Aí mandou a gente para o hotel e já perdi um dia de folga, né? Trabalho 14 por 14 e uma folga já foi embora. E o outra, porque eu vou chegar só à tarde em casa. Foram umas duas horas aí para poder eles liberarem a gente'.
De acordo com a Infraero, que administra o Santos Dumont, a causa do incidente foi o vazamento de óleo do motor de um caminhão de manutenção preventiva da pista.
A CBN apurou que a empresa não tinha quantidade su ciente do produto adequado para a remoção do óleo e, por isso, usou jatos d'água para a limpeza, o que espalhou a substância na pista. Para Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de risco, o método piorou a situação.
'Muito possivelmente alguma mangueira se rompeu, ou por mau uso, ou por falta de manutenção nesse caminhão, ou por falta de habilidade no uso do equipamento, gerando um grande vazamento, um grande derrame de uido hidráulico. O problema é que foi um grande derramamento, a melhor técnica não foi a utilizada para fazer a remoção'.
Em nota, a Infraero diz ter usado um produto especí co em conjunto com um jato d'água de alta pressão. A empresa pontua que estendeu o horário de operação do terminal até 23h para auxiliar na regularização dos voos.
Clientes reclamaram de falta de informação durante o fechamento do aeroporto. Os Programas de Proteção e Defesa do Consumidor da prefeitura e do estado apuram danos aos passageiros.

Troca do Pavilhão Nacional marca homenagem ao Dia do Aviador
Da redação - Publicada em 30/09/2025 15:35

A tradicional cerimônia de troca do Pavilhão Nacional será realizada no próximo domingo (5), às 10h, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Neste mês, o evento será conduzido pela Força Aérea Brasileira (FAB), em comemoração ao Mês da Asa.
A cerimônia é aberta ao público e tem início com o hasteamento da Bandeira Nacional ao som do Hino Nacional, seguido por uma salva de 21 tiros. O encerramento é marcado pelo arriamento da bandeira, ao som do Hino à Bandeira, e pelo des le das tropas.
A substituição do Pavilhão Nacional é coordenada pelo Ministério da Defesa e ocorre em um sistema de rodízio entre as Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) e o Governo do Distrito Federal.
O Mês da Asa celebra o Dia do Aviador, comemorado em 23 de outubro. A data faz referência ao primeiro voo de Alberto Santos Dumont, realizado nesse mesmo dia, em 1906, no Campo de Bagatelle, em Paris.
Curiosidade - Em seu primeiro avião, o 14-bis, Santos Dumont realizou dois voos principais. O primeiro alcançou 60 metros de altitude. Já o segundo, também em 1906 e acompanhado pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI), alcançou 220 metros. Atualmente, aviões comerciais voam em uma altitude de 9 a 12 mil metros.

Múcio vai ao Senado pedir mais recursos para as Forças Armadas: Vim atrás de
ajuda
O ministro da Defesa participou de audiência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional na manhã desta terça-feira
Da redação - Publicada em 30/09/2025 16:15
O ministro da Defesa José Múcio Monteiro esteve no Senado na manhã desta terça-feira 30 para pedir um aumento no orçamento destinado aos militares brasileiros. Em 2024, a pasta recebeu mais de 125 bilhões de reais. Em 2025, a previsão é de que a cifra chegue a quase 135 bilhões.
Eu vim atrás de ajuda , apelou aos parlamentares Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). De acordo com o ministro, o atual orçamento das Forças Armadas representa um entrave para manter a capacidade operacional. Somos o maior país da América Latina, temos 52% do PIB da região, mas as Forças Armadas não sei nem se estão entre as três primeiras , argumentou.
Segundo Múcio, os recursos atuais impedem, por exemplo, a manutenção de equipamentos militares. Temos bastante equipamento comprado, mas não temos dinheiro para comprar peças.
Na prática, dos 125 bilhões embolsados pela Defesa no ano passado, cerca de 97 bilhões de reais foram usados para quitar despesas com pessoal. Aposentadorias e pensões entram nesta conta. Outros 20 bilhões de reais custearam outras despesas e pouco mais de 9 bilhões sobraram para investimentos.
Esses recursos entregues aos militares no ano passado representam 1,1% do PIB do País. A fatia é parecida em 2025. Na audiência desta terça-feira no Senado, Múcio defendeu que essa parcela suba para 2%, mas reconheceu as di culdades em se chegar a esse patamar diante da necessidade de investimentos em outras áreas, como Saúde e Educação. Para o ministro, um meio termo seria de nir o percentual de 1,5% do PIB para a Defesa com garantia de aumento gradual no decorrer do anos.
Precisamos saber se vamos pagar a primeira prestação da munição, de um avião ou de um radar. Não se trata apenas de números, mas de previsibilidade e continuidade , insistiu Múcio.
A ideia de xar em 2% do PIB o orçamento da Defesa aparece uma proposta de emenda à Constituição de autoria do senador Carlos Portinho (PL-RJ). O texto, relatado por Randolfe Rodrigues (PTAP), estabelece que pelo menos 35% dos gastos opcionais do Ministério de Defesa devem ser com projetos estratégicos que priorizem a indústria nacional. O setor tem, segundo o ministro, 270 empresas e 3 milhões de trabalhadores.
A base industrial de defesa é responsável por 3,6% do PIB nacional e é capaz de produzir desde submarinos e blindados até aeronaves tecnológicas e radares. Mesmo com orçamento restrito, temos avanços tangíveis que precisam de continuidade , comentou Múcio ao alegar que setor que já teria exportado mais de 2,5 bilhões de reais em 2025.
Na audiência desta terça, membros da base governistas indicaram ser favoráveis ao incremento de recursos para a Defesa, mas que alegam que o dinheiro deveria ter outra fonte. É preciso garantir investimento adequado, mas com uma fonte própria e adicional, para não comprometer políticas de saúde e educação , destacou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).
Soberania
Múcio também usou o novo discurso do governo Lula para justi car o seu pedido por mais recursos para as Forças Armadas. De acordo com o ministro, ampliar o dinheiro da Defesa é, também, uma questão de soberania nacional e, na prática, ajudaria o País a conter ameaças estrangeiras. Costumo dizer que a diplomacia e a defesa são como irmãs inseparáveis, duas armas à disposição do Estado para vencer a guerra da sobrevivência nesse mundo de constantes transformações , argumentou.

COP30 provoca mudanças na Área de Controle Terminal de Belém
Da redação - Publicada em 30/09/2025
COP30 provoca mudanças na Área de Controle Terminal de Belém. A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém (PA), provocou mudanças importantes no espaço aéreo da capital paraense. O objetivo é garantir a segurança e a absorção da alta demanda de aeronaves esperadas durante o evento internacional.
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) preparou a nova circulação da Área de Controle Terminal de Belém (TMA-BE), onde foram otimizados os Procedimentos de Chegada (STAR),
Procedimentos de Saída (SID), Procedimentos de Aproximação por Instrumentos (IAP) e Rotas Especiais de Aeronaves (REA)/ Corredores e Circuitos Visuais (CCV).
As operações rotineiras do Aeroporto Internacional de Belém (BEL/SBBE) variam conforme o período do ano. Em novembro de 2024 houve 4.494 movimentos aéreos, com uma média diária de 150 movimentos. Espera-se um incremento de 50% para novembro de 2025, com expectativa de aumento pontual de até 80 movimentos diários exclusivamente em função da conferência.
A otimização da TMA-BE faz parte do Projeto Eco Norte, coordenado pelo Instituto de Cartogra a Aeronáutica (ICA) e pelo Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV). Como parte do Programa SIRIUS Brasil, a iniciativa busca diminuir a complexidade nos procedimentos de chegada e saída dessa Terminal, assim como em Cuiabá e Manaus. As medidas implementadas visam ainda a redução da emissão de CO2 através de trajetórias de voo mais e cientes entre os principais pares de cidades da Região Norte do país
Além disso, o DECEA vai intensi car suas operações para garantir a segurança, uidez e e ciência do tráfego aéreo, através da ativação da Sala Master de Comando e Controle estratégia já adotada em grandes eventos internacionais realizados no Brasil, como a Reunião de Cúpulas do G20 e do BRICS. A iniciativa reúne militares e civis de diferentes órgãos governamentais, forças de segurança, entidades do setor aéreo e concessionárias aeroportuárias.
Atualmente, a Torre de Controle (TWR) de Belém dispõe de 27 controladores, enquanto o Controle de Aproximação (APP) conta com um efetivo total de 28 controladores. Durante a COP 30, mais 12 controladores oriundos de outras unidades reforçarão a capacidade de atendimento da Área de Controle Terminal de Belém.
As operações rotineiras na TWR são efetuadas com o controle de até seis movimentos simultâneos, enquanto a TMA-BE está dimensionada para absorver até 14 aeronaves simultaneamente, o que permitirá a manutenção do uxo aéreo durante o evento da COP30. O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), unidade subordinada ao DECEA que gerencia o uxo aéreo em âmbito nacional, manterá o uxo otimizado considerando as características da infraestrutura disponível.
Em busca de assegurar a plena familiarização de todos os envolvidos com a nova circulação, entre maio e agosto de 2025 foram realizados treinamentos presenciais no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), envolvendo os 54 controladores do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Belém (DTCEA-BE) e os 12 controladores de outras unidades que trabalharão em Belém durante a COP 30.
Por sua vez, o Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) realizou simulações em tempo real para validação dos novos procedimentos e cartas, bem como reuniões operacionais com pilotos da aviação geral e militar no DTCEA-BE.

Ministério da Defesa aposta em estratégia G2G para expandir exportações da indústria de defesa
Marcelo Barros - Publicada em 30/09/2025 13:00
O Ministério da Defesa (MD) deu um passo estratégico para ampliar a presença brasileira no mercado internacional ao discutir a implementação do modelo de Comércio Governo a Governo (G2G). Em reunião com representantes da Alada, Emgepron e Imbel, em Brasília, foram debatidas ações conjuntas para fortalecer as exportações da Base Industrial de Defesa (BID).
Como funciona o modelo de comércio Governo a Governo (G2G)
O modelo G2G é utilizado por diversos países como ferramenta para garantir maior segurança e credibilidade em contratos internacionais de defesa. Nele, o governo atua diretamente nas negociações, oferecendo garantias institucionais e reduzindo riscos comerciais para os compradores estrangeiros.
Livros defesa
Com a adoção desse mecanismo, o Brasil poderá ampliar sua competitividade em um mercado altamente estratégico e sensível, no qual a con ança entre Estados desempenha papel fundamental. O MD, por meio da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), será responsável por articular as condições para que as empresas nacionais possam vender seus produtos com o respaldo governamental.
Impacto para a Base Industrial de Defesa (BID) e geração de oportunidades
A implementação do comércio G2G representa uma oportunidade de crescimento para a Base Industrial de Defesa (BID), que reúne empresas com tradição em inovação e fornecimento de equipamentos estratégicos. No encontro, Alada, Emgepron e Imbel destacaram o potencial de inserção em novos mercados por meio do apoio governamental.
Além de ampliar as exportações, a medida deve gerar novos empregos, estimular investimentos em pesquisa e desenvolvimento e consolidar a presença do Brasil em cadeias globais de defesa. Para a BID, a possibilidade de acesso a contratos internacionais de maior porte fortalece sua sustentabilidade e amplia a autonomia tecnológica do país.
O papel estratégico do Ministério da Defesa na diplomacia comercial
Ao assumir um papel ativo nas negociações, o Ministério da Defesa não apenas fortalece a indústria nacional, mas também projeta o Brasil como ator relevante na diplomacia de defesa. O novo modelo permitirá que o país estreite laços com nações interessadas em cooperação estratégica, aumentando sua in uência no cenário internacional.
Segundo o Secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues, está em elaboração um memorando de entendimento que formalizará a atuação do governo nas exportações. Esse movimento consolida uma nova etapa para a indústria nacional, em que o apoio institucional garante maior con abilidade e potencializa as chances de sucesso em mercados competitivos.