




O primeiro ato contextualiza o núcleo familiar em que Santos Dumont nasceu e desenvolveu sua curiosidade e criatividade, além das in uências que teve para aperfeiçoar seu talento inventivo. Santos Dumont é emancipado pelo pai aos 18 anos e muda-se para Paris, onde inicia suas obras.
Quando pensamos em personagens históricos para a humanidade, como Albert Einsten e Isaac Newton na ciência, ou Michael Jordan, Ayrton Senna e o Rei Pelé nos esportes, ou mesmo Mozart, Tarsila do Amaral, Clarice Lispector e Pablo Picasso na cultura, sejam eles grandes personalidades do passado ou do presente, sempre ronda o nosso imaginário uma pergunta: qual foi a trajetória que os levou a mudar e a marcar a história da humanidade?
Era uma vez, um menino que sonhava em voar. Há exatos cento e cinquenta anos, ao meio dia de 20 de julho de 1873, nascia um desses personagens históricos, cujos inventos mudaram para sempre o modo de viver do mundo contemporâneo.
Henrique Dumont e Francisca Santos se conheceram ao nal de 1855, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. Henrique era engenheiro e dono de fazendas de café. Francisca era lha de um médico, político e militar da região. Ela estudou em um colégio de freiras, onde aprendeu sobre religião, literatura e bordado.
O casal, no início do matrimônio, precisou fazer várias mudanças, em função do trabalho do patriarca, e os primeiros cinco herdeiros nasceram nesse contexto. Os irmãos Henrique, Maria Rosalina, Virgínia, Luiz e Gabriela nasceram todos na região de O uro Preto.
No início da década de 1860, Henrique formou uma sociedade com o sogro, fundando a bem-sucedida Dumont & Santos, fornecedora de madeira para uma mina de ouro explorada por ingleses. O empreendimento recebeu, inclusive, a visita do Imperador D. Pedro II. Porém, em 1872, os ingleses romperam o contrato com a empresa e, sem saída, Henrique aceitou empreitar a construção de um trecho da estrada de ferro Rio de Janeiro - Minas Gerais. Com isso, a família mudouse para a região de Cabangu, e foi na casa ali construída que nasceu o sexto lho do casal: Alberto Santos Dumont que, coincidentemente, comemorava o aniversário na mesma data que seu pai, 20 de julho.
Quando concluída a estrada de ferro, a família mudou-se para Valença, no Rio de Janeiro e depois para Ribeirão Preto, em São Paulo. Naquele momento, o cultivo de café era algo mais lucrativo, e Henrique Dumont investiu em mais terras. Foram plantados cerca de cinco milhões de pés de café e havia, inclusive, uma ferrovia particular para o transporte da colheita na propriedade, que estava entre as maiores do país, com cerca de oito mil pessoas morando no local. O pai de Santos Dumont chegou a gurar como um dos três maiores barões do café do mundo.
Nascido em um meio bastante inventivo, Alberto aprendeu a ler e a escrever com a própria irmã, Virgínia. Era um leitor assíduo e, dentre seus autores favoritos, estava Júlio Verne, cujas obras e personagens de clássicos como “CINCO SEMANAS EM UM BALÃO” e “A VOLTA AO MUNDO EM OITENTA DIAS” o deixavam fascinado. Quando tinha dúvidas nos livros, tirava-as com o pai, que sempre foi um grande incentivador do lho.
Além da leitura, a mecânica era algo que lhe interessava bastante. Em sua obra “OS MEUS BALÕES”, Alberto narra que, enquanto o pai e os irmãos iam veri car as condições da colheita, ele preferia brincar com as máquinas que, por sinal, eram algo a que ele já tinha acesso desde muito jovem. Com apenas doze anos, Santos Dumont já se divertia como maquinista das locomotivas da fazenda.
Sua mãe, Francisca, narrou uma curiosidade, dizendo que Alberto, desde muito pequeno, já demonstrava interesse em saber o que in ava os
balões e buscava entender o fenômeno que os fazia utuar no ar. Além disso, todos os anos, no dia 24 de junho, ele enchia frotas inteiras de diminutos balões de seda sobre as fogueiras de São João, para assistir em êxtase à sua ascensão aos céus.
“Um dia, o sonho de um pequeno garotinho, nascido em uma fazenda, no interior do Brasil, mudou o mundo e deu asas à humanidade. Caro Comandante Damasceno, obrigado por essa bela festa de aniversário. Desejo felicidade e sucesso, e que continue sonhando e acreditando que pode levar a Força Aérea Brasileira a voos cada vez mais altos.”
Lembre-se que: “inventar é imaginar o que ninguém pensou; é acreditar no que ninguém jurou; é arriscar o que ninguém ousou; é realizar o que ninguém tentou. Ninguém, antes de mim, zera igual.”
Ao ler as obras do escritor francês Júlio Verne, com cujos heróis ccionais Dumont foi comparado no decorrer da vida, e a quem ele viria a conhecer na fase adulta, nasceu em Alberto o desejo de conquistar o ar. Os meios de transporte que o fértil romancista previu em suas obras, exerceram uma profunda impressão em Dumont. Durante toda a vida adulta, ele ainda lembrava com emoção as aventuras vividas em sua imaginação.
Aos 15 anos, viu um balão pela primeira vez, em um evento ocorrido em São Paulo. Desde então, ele passava horas contemplando o céu e admirando a facilidade com que as aves alcançavam grandes alturas. Em sua mente, ele criava aeronaves e inventava máquinas, mas confessou em suas obras acreditar que isso não passaria de um devaneio, pois, naquela época, falar em inventar uma máquina voadora, seria querer se mostrar um desequilibrado ou visionário.
Em 1890, o pai, Henrique Dumont, sofreu um acidente de charrete, caindo e batendo com a cabeça no chão. Ele cou com os movimentos de um lado do corpo parcialmente paralisados e, com isso, impossibilitado de cuidar da fazenda em Ribeirão Preto. A família mudou-se para São Paulo, onde Alberto concluiu o ensino básico, vindo depois a concluir o secundário no Rio de Janeiro.
Agenor Barbosa, poeta mineiro e amigo pessoal, descreveu o Santos Dumont deste período como um “aluno pouco aplicado, nada estudioso para as ‘teorias’, mas de admirável talento prático e mecânico e, desde aí, revelando-se de gênio inventivo.”
Em 1891, o pai, empenhado em conseguir realizar seu tratamento de saúde, viajou para Paris a m de tentar novas técnicas, levando junto o lho.
Em seu primeiro encontro com a Cidade Luz, Alberto foi em busca daquilo que mais o atraía: automóveis, balões e dirigíveis. O mundo do automobilismo e seu interesse pelo motor a petróleo, foram, posteriormente, experiências muito úteis para ele no ramo da aviação. Santos Dumont comprou um automóvel da marca “Peugeot” e, a paixão foi tamanha que ele trouxe o carro para o Brasil, o primeiro automóvel de motor a combustão do país.
Em sua obra “O QUE EU VI, O QUE NÓS VEREMOS” ele narrou: “parei diante do motor a combustão como que pregado pelo destino. Estava completamente fascinado. Meu pai, distraído, continuou a andar até que depois de alguns passos, dando pela minha falta, voltou, perguntando-me o que havia. Contei-lhe a minha admiração de ver funcionar aquele motor.”
O pai estava bastante atento às necessidades de Alberto e à paixão dele por questões aéreas e automobilísticas. Ele tinha plena consciência de que seu lho precisaria sair do Brasil para poder evoluir e despontar nas referidas áreas. Assim, ao retornarem ao Brasil, levou Santos Dumont ao cartório e o emancipou, aos dezoito anos de idade. Além disso, entregou-lhe uma quantia em dinheiro e, com as mãos em seus ombros, olhando em seus olhos, orientou-o da seguinte forma:
“Meu lho, hoje lhe dou a liberdade. Tenho ainda alguns anos de vida e quero ver como você se conduz. Vá para Paris, o lugar mais perigoso para um rapaz. Vamos ver se se faz um homem, pois pre ro que não se faça doutor. Em Paris, procure especialistas em física, química, mecânica e eletricidade. Estude essas matérias e não se esqueça que nelas está o futuro do mundo. Não se preocupe em ganhar a vida; eu lhe deixarei o necessário para viver. Vá meu lho, viva seus sonhos e os transforme em realidade.”
A paixão de Santos Dumont por balões e por mecânica se desenvolve na Cidade Luz. É em Paris que o gênio brasileiro alcança o feito inédito: voar com um objeto mais pesado do que o ar. Desse feito, decorreu o desenvolvimento da aviação mundial e da indústria aeronáutica do Brasil, que culminou na criação da terceira maior fábrica de aviões do mundo: a Embraer e seu lendário Bandeirante.
Senhoras e senhores, ao vermos Alberto Santos Dumont, acompanhado de seus leais mecânicos e auxiliares, preparando o 14-Bis, sua mais famosa invenção, para decolar do Campo de Bagatelle, perante os avaliadores do Aeroclube de Paris e de uma curiosa plateia, uma vez mais nos questionamos sobre qual caminho ele percorreu até conseguir provar ao mundo, em 23 de outubro de 1906, que era possível voar com um artefato mais pesado que o ar.
Não foi fácil e nem tampouco simples. Seguindo a orientação do pai, em 1892, ele foi para Paris. Na cidade, o jovem foi cuidado pelos primos de Henrique e, durante vários anos, estudou. Nesse período, tentou, sem sucesso, voar em balões de aeronautas pro ssionais.
Em 1897, desistiu desses aeronautas e foi em busca dos construtores de balão, que o acolheram e incentivaram em sua intenção de construir sua própria aeronave.
De 1898 a 1909, planejou, construiu e experimentou mais de duas dezenas de invenções, entre balões livres, dirigíveis e aviões. Em 4 de julho de 1898, realizou a sua primeira ascensão com o balão “Brasil”, o único que recebeu um nome, pois os outros receberam apenas números. O balão “Brasil” era de fácil manejo e, por ser pequeno, comentavam que Dumont o carregava em uma maleta. O grande marco desse experimento foi a sagacidade e o pioneirismo em utilizar materiais mais leves e diferentes dos aplicados até então.
Alberto aprendia com cada uma de suas tentativas e aperfeiçoava, assim, seus experimentos. Após a experiência com o “Brasil”, idealizou e mandou construir seus novos balões, iniciando a série de dirigíveis numerados.
Em 19 de outubro de 1901, Santos Dumont conquista com seu dirigível nº 6 o “Prêmio Deutsch de La Meurthe”, realizando o percurso Parc Saint-Cloud – Torre Ei el – Saint-Cloud, em menos de 30 minutos, e apresentando perfeita dirigibilidade, o que foi constatado pela comissão julgadora do prêmio. Por tal feito, recebeu mais de cem mil francos.
Com essa conquista, Dumont tornou-se uma das pessoas mais famosas do mundo, tendo suas façanhas estampadas nos principais jornais de diversos países. Nesse período, rodou o planeta fazendo demonstrações e apresentando seus feitos.
O pioneirismo de Alberto estava em todas as áreas. A primeira mulher a pilotar um dirigível foi Aída D’Acosta, em 1903, a convite de Dumont, conduzindo o balão número 9.
A partir de então, ele passou a trabalhar no projeto de uma aeronave. Concretizou o seu propósito através do número 14, que inicialmente subiu aos céus levado por um balão, para testar as suas características de voo.
Em 23 de outubro de 1906, Santos Dumont, já com motores adaptados e sem o auxílio de um balão, alçou os ares com o 14-Bis, que recebeu esse nome por, na fase de testes, o aparelho ter voado acoplado ao dirigível nº 14. Foi um momento histórico para a aviação, quando o mais pesado que o ar desprendeu-se do solo por meios próprios e percorreu uma distância de quase 70 metros a uma altura entre 2 e 3 metros.
Nos anos seguintes, aprimorou suas máquinas até chegar ao “Demoiselle”, aeroplano que marcou a história da aviação. Várias unidades foram vendidas na França ao preço acessível de um automóvel. Estava realizado o seu sonho de popularizar o avião.
A popularização da aeronave, fruto do espírito altruísta de Dumont, que doou toda sua obra para o mundo, sem pedir nada em troca, possibilitou, por meio das ligações aéreas, uma maior e mais rápida integração entre os povos, marcada especialmente no Brasil pelo valioso trabalho do Correio Aéreo Nacional, nosso famoso CAN, que nas asas de um biplano iniciou a saga de integração do Brasil em meados de 1931.
Com a criação do Ministério da Aeronáutica em 1941, seguindo os
passos de Alberto Santos Dumont, outros visionários, também apaixonados pelos céus, implantaram no Brasil a base de criação da Indústria Aeronáutica Brasileira, num legado altruísta que nos deu hoje, a terceira maior fábrica de aeronaves do mundo, a Embraer.
Numa época em que o Brasil se caracterizava por ter uma economia predominantemente agrícola, os pioneiros da Aeronáutica, com uma visão quase profética, conceberam uma avançada Escola de Engenharia, de forma a assegurar o desenvolvimento auto-sustentado do setor aeronáutico. Paralelamente às atividades voltadas para a formação de recursos humanos no ITA, os idealizadores do CTA, sob a liderança do então Major-Aviador Casimiro Montenegro Filho, criaram um centro de pesquisas capaz de trazer para o país algumas das tecnologias emergentes no exterior e que aceleraram o desenvolvimento da indústria local. O ITA e o CTA tornaram-se irradiadores de tecnologia e deram suporte à criação de inúmeras empresas, das quais a mais importante delas viria a ser a Embraer, aqui representada na gura do pioneiro e icônico C-95 Bandeirante.
Santos Dumont, que muito se preocupava e se interessava em saber qual futuro teria a aviação no país do seu criador, está agora orgulhoso em ver os feitos oriundos do seu legado.
Altruísmo – signi ca fazer sem esperar nada em troca, desprenderse do interesse pessoal em prol de outros. Esse foi o principal valor praticado por Santos Dumont ao longo de sua vida. Graças a esse espírito altruísta, é possível salvar muitas vidas.
Alberto era um homem do progresso. Dotado de imaginação prática, punha a mão na massa para inventar o que não existia. Até moda ele lançou, com seu estilo impecável composto por chapéu panamá, ternos bem cortados e camisas de gola alta.
Para os criadores e inventores, dois elementos são fundamentais: a curiosidade e a generosidade. Santos Dumont tinha essas duas virtudes de sobra e seu principal valor era o altruísmo – fazer sem esperar nada em troca.
Alberto não parou de estudar e aprender em nenhum momento da vida. Essa busca pelo aperfeiçoamento o levou a conceber o Demoiselle 20. E o número “20” não é por acaso. Signi ca que outros 19 modelos o precederam. Alguns deles falharam, precisaram ser redesenhados ou até mesmo se acidentaram. Foi persistindo e aprendendo com os erros que o número 20 foi nalizado.
Santos Dumont, o maior “inventor” brasileiro, poderia ter patenteado sua criação à época, pois ela contava com todos os requisitos necessários: era nova, não-óbvia, resultado de extenso processo inventivo e, sobretudo, de grande utilidade e com clara aplicação industrial.
Apesar disso, optou por outro caminho. Em 1909, publicou na íntegra o projeto da sua invenção na revista “Popular Mechanics”. Santos Dumont doou a patente para o mundo, com o objetivo de incentivar a aviação, a m de que qualquer pessoa possa utilizar seu projeto para construir uma máquina similar.
Traçando um paralelo com o mundo moderno, os fundadores da internet como a conhecemos, decidiram, assim como Dumont, não patentear suas invenções. Os “homens que criam” mais importantes do mundo digital tiveram a mesma postura do brasileiro.
Por essa razão, uma parte gigantesca dos inventos que transformam o mundo contemporâneo são tais como o Demoiselle: livres. Esse espírito de Santos Dumont salvou e salva muitas vidas.
Por isso, Alberto agora recebe uma aeronave Embraer 145, produzida em solo brasileiro, um dos frutos de seu espírito altruísta, a qual podemos considerar uma neta do seu Demoiselle.
Dessa aeronave, desembarcaram uma tripulação da FAB, uma equipe médica de transplante de órgãos, uma família doadora e uma senhora transplantada, que recebeu um coração transportado em uma aeronave da FAB. Essas pessoas representam aqui, todas as milhares de vidas que puderam ser salvas, graças ao uso do avião e, graças ao espírito de pessoas que, como Santos Dumont, querem usar suas inovações para salvar e melhorar a vida das pessoas.
Ao lado do busto de Dumont, os senhores João Paulo Segundo de Paiva Oliveira, Fernando Augusto Marinho dos Santos Figueira, Jeú Delmondes de Carvalho Júnior, em nome de todas as equipes médicas que labutam na difícil missão de transplante de órgãos, a senhora Valdiney Moreira dos Santos, mãe do doador Pablo Vinícius Santos da Silva, que em prol da vida de outros, superou sua dor e doou os órgãos de seu amado lho, e a senhora Agaliane Balbino de Sousa, que recebeu um coração transportado pelas asas da FAB, recebem, das mãos de Dumont e do Comandante da Aeronáutica, a medalha Mérito Santos Dumont, em uma homenagem a todos que trabalham nessa árdua tarefa, às famílias doadoras e àqueles que hoje estão vivos graças ao espírito altruísta de todos os envolvidos nessa linda missão: salvar vidas!
Que nosso herói seja lembrado não somente como o “Pai da Aviação” ou o “Grande Inventor”, mas também como precursor do espírito da liberdade, da generosidade e da colaboração intelectual entre nós. Espírito que mexe com o mundo e anda de braços dados com a realização do progresso.
Obrigado Santos Dumont!
O legado de Santos Dumont reverbera até hoje com o constante aperfeiçoamento de suas obras e com desenvolvimento da indústria aeronáutica mundial. Especialmente no Brasil, um país de dimensões continentais, o invento de Santos Dumont permite à Força Aérea Brasileira o cumprimento da missão de defender, controlar e integrar nosso território.
Os homenageados acompanham o Comandante da Aeronáutica para se posicionarem em local de destaque na tribuna. O legado de Santos Dumont, literalmente, possibilita à Força Aérea Brasileira o cumprimento de sua missão síntese, que é: “Manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria.”
A missão da Força Aérea é resumida em três verbos no in nitivo - CONTROLAR, INTEGRAR e DEFENDER - aqui representados por três aeronaves, todas produzidas em território brasileiro, pelas empresas Embraer e SAAB. O ECHO 99 representa a capacidade de controlar
o espaço aéreo nacional, o KC-390 é o nosso mais moderno vetor para integrar o território nacional e o F-39 Gripen, caça de última geração, o encarregado por defender a soberania do país.
Capaz de operar em vários ambientes operacionais, a Força Aérea ampliou as possibilidades de suas ações, evoluindo signi cativamente desde os seus primeiros dias. A integração das capacidades relacionadas com meios aéreos e espaciais (velocidade, alcance e liberdade tridimensional), proporciona um campo de atuação mais abrangente, possibilitando aos meios de Força Aérea operar de forma diferenciada das demais forças. A FAB é herdeira direta do espírito inovador de Alberto Santos Dumont, e o avião, idealizado por ele, ainda é o grande diferencial para o efetivo emprego do poder aeroespacial.
Para cumprir a missão de controlar, nestes últimos oitenta e dois anos, a FAB estabeleceu um sistema de vigilância e controle do espaço aéreo que é referência para os organismos internacionais. Hoje, a Força Aérea também progride na fronteira espacial, proporcionando ao país soluções de uso do espaço exterior adequadas às nossas realidades, com ênfase no compartilhamento dual dos sistemas e equipamentos.
Para integrar, considerando as dimensões continentais do Brasil, a Força Aérea, cujas características lhe permitem estar presente em pontos do território nacional inalcançáveis pelas demais Forças Singulares, faz uso de seus homens e máquinas, para participar da vida da sociedade em todos os rincões do país. Nas asas dos seus aviões e helicópteros, a FAB fortalece a presença do Estado ao participar de campanhas de vacinação; ao transportar órgãos e tecidos; ao cumprir missões de misericórdia, socorrendo enfermos que moram distante dos grandes centros; ao transportar urnas eleitorais; ao apoiar a defesa civil em calamidades públicas; ao combater incêndios orestais, cooperando com a preservação do meio ambiente; ao buscar e resgatar pessoas acidentadas ou perdidas em mares, matas e montanhas, salvando vidas, atendendo aos povos indígenas e levando conforto aos familiares; dentre outras ações.
Sinteticamente, a missão do Comando da Aeronáutica é defender o Brasil, impedindo o uso do espaço aéreo brasileiro e do espaço exterior
para a prática de atos hostis ou contrários aos interesses nacionais. Para isto, a FAB dispõe de capacidade efetiva de vigilância, de controle e de defesa, sobre os pontos e áreas sensíveis do território nacional, com recursos de detecção, interceptação e destruição. Nesse contexto, nossa principal capacidade é a pronta-resposta dos nossos caças contra qualquer ameaça à soberania, ao patrimônio nacional e à integridade territorial.
150 anos depois, Santos Dumont se encontra com o vetor de combate mais moderno da Força Aérea Brasileira, o F-39 Gripen, que marca o voo para o in nito do pai da aviação, eternizado na história da humanidade.
Recebido pelo Tenente-Coronel Gustavo, Comandante do Primeiro Grupo de Defesa Aérea, Santos Dumont, encontra-se com a mais moderna aeronave já operada pela Força Aérea Brasileira, o F-39 Gripen. Enquanto Dumont se deleita com a evolução de seu invento, não podemos esquecer que seus feitos e suas façanhas foram muito além do avião.
Santos Dumont, em um primeiro momento, adotou o sinal de igual “=” na própria assinatura, como forma afetuosa e simbólica de aproximar as origens francesa e brasileira da própria família. Contudo, as pessoas não entendiam o signi cado e, portanto, ele o trocou pelo sinal de hífen.
Para conquistar a opinião pública, Dumont lançou mão de estratégias incomuns a sua época. Em 1901, doou o prêmio de mais de 100 mil francos aos seus colaboradores e aos pobres de Paris – montante su ciente para comprar um luxuoso castelo à época. Estimulou que a americana-cubana Aída D’Acosta se tornasse a primeira mulher a pilotar um dirigível. Inovou ao levar um menino americano de dez anos a um passeio aéreo e depois ao promover o primeiro voo noturno da história.
E fez muito mais do que isso! Ao menos oito inovações estão diretamente vinculadas ao brasileiro. Ele foi o primeiro a criar a navegação área, foi o inventor do motor de cilindros opostos (até hoje usados); o primeiro a fabricar um avião em série; o idealizador do relógio de pulso e do chuveiro aquecido; o precursor da patente livre; o inventor do hangar e
do simulador de voo, além de ter idealizado toda a infraestrutura ligada ao emprego das aeronaves.
Antes mesmo da primeira participação do Brasil em Olimpíadas, que só ocorreu em 1920, Dumont foi o nosso primeiro herói olímpico, tendo recebido, em 1905, o diploma olímpico de mérito do próprio Barão de Coubertin, fundador dos jogos da era moderna, que o considerava “um verdadeiro esportista, em toda a acepção da palavra”.
Dumont é o sócio de número onze do Fluminense Footbal Club, foi amigo de várias celebridades da época, como omas Edison, que chegou a o desa ar, dizendo que seu invento não teria futuro. Roland Garros, que hoje dá nome ao torneio de tênis francês, era próximo de Dumont e também possuía um Demoiselle.
Sua genialidade fez com que lhe outorgassem inúmeras honrarias, dentre as quais destacam-se: Doutor em Engenharia Aeronáutica pelo ITA e membro da Academia Brasileira de Letras, imortal da cadeira de número 38.
Em 1932, um decreto mudou o nome da cidade de Palmira, em Minas Gerais, para Santos Dumont. Sua casa natal em Cabangu e sua residência em Petrópolis, chamada de “A Encantada”, foram transformadas em museu. Em 1936, o primeiro aeroporto do Rio de Janeiro foi batizado com seu nome.
O Patrono da Aviação é também considerado Patrono das Cataratas do Iguaçu. Foi de Dumont a ideia e a coordenação para que a área das cataratas deixasse de ser privada e virasse um Parque Nacional, hoje, uma das maravilhas do mundo moderno.
Em 1976, a União Astronômica Internacional colocou seu nome em uma cratera lunar. É o único sul-americano detentor desta distinção. Em 2005, as agências espaciais do Brasil e da Rússia assinaram um acordo para a realização da Missão Centenário, que levou o astronauta brasileiro Marcos Pontes à Estação Espacial Internacional em 2006, em uma homenagem ao centenário do voo do 14-Bis.
Em 2006, seu nome foi incluído no Livro de Aço dos Heróis Nacionais localizado no Panteão da Pátria, em Brasília.
Sua vida e obras foram retratadas em diversos livros, lmes e séries de TV.
Caros espectadores, no começo dessa cerimônia, destacamos algumas personalidades mundialmente reconhecidas em diversas áreas. Agora, depois de conhecer um pouco mais a história de Santos Dumont, podemos responder à pergunta inicial e entender que a trajetória dele foi marcada por uma base familiar sólida, por muito estudo, dedicação e perserverança para transformar seus sonhos em realidade.
Por tudo isso, Alberto é mais do que simplesmente o inventor do avião, é um gênio, um verdadeiro herói nacional, que se destacou nos esportes, em competições aéreas e automobilísticas, que com suas obras foi destaque na cultura, sem contar seus feitos para a ciência, que levaram a humanidade, literalmente, para outra dimensão.
“Meu pai, hoje também é seu aniversário. Gostaria de poder presenteá-lo e compartilhar contigo toda essa minha história. Sim, fui para Paris e, como o senhor queria, não me tornei doutor, mas me z homem, lutei muito e venci! Eu sonhei, criei e doei toda minha vida e obra à humanidade. Onde quer que estejam, quero que saibam que você e mamãe foram minha base e minha inspiração. Podem se orgulhar do lho que criaram. Até breve!”
Caro Alberto Santos Dumont: “legado não é o que você deixa para as pessoas, legado é o que você deixa nas pessoas”. Nesse contexto, você fez muito mais do que isso, pois a marca deixada na Força Aérea, na nação brasileira e na humanidade, serão eternas. Seus legados jamais serão apagados!
Desfrute do seu invento e aproveite seu voo para o in nito. Parabéns e muito obrigado Alberto Santos Dumont!
A formatura militar marca a entrega da medalha “Mérito Santos Dumont” aos agraciados do ano de 2023. A medalha é destinada a militares e civis, brasileiros ou estrangeiros, desde que tenham prestado destacados serviços à Força Aérea Brasileira, e para distinguir aqueles que, por suas qualidades ou valor em relação à aeronáutica, forem julgados merecedores dessa condecoração.
- Deslocamento da tropa
- Hasteamento da insígnia de Marechal do Ar
- Leitura da Ordem do Dia
- Canto do Hino dos Aviadores
- Imposição da medalha “Mérito Santos Dumont”
- Des le militar
- Encerramento
COMANDANTE DA AERONÁUTICA
Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno
COMANDANTE DE PREPARO
Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida
CHEFE DO GABINETE DO COMANDANTE DA AERONÁUTICA
Major-Brigadeiro do Ar Ary Soares Mesquita
COMANDANTE DO VI COMAR
Major-Brigadeiro do Ar Je erson Cesar Darolt
CHEFE DO CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA AERONÁUTICA
Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo Da Silva Junior
COMANDANTE DA ACADEMIA DA FORÇA AÉREA
Brigadeiro do Ar Marcello Lobão Schiavo
COMANDANTE DA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
Brigadeiro do Ar Antonio Marcos Godoy Soares Mioni Rodrigues
DIRETOR DO MUSEU AEROESPACIAL
Brigadeiro do Ar R/1 Maurício Carvalho Sampaio
COMANDANTE DA BASE AÉREA DE BRASÍLIA
Coronel Miguel Angelo Cortes Salvio Junior
Tenente-Coronel Nicolas Silva Mendes
Candida Cavalheiro Schwaab
LOCUÇÃO
Capitão Ibsan Deyse Santos Silva
Nilson Gonçalves
Willian Alves
PRODUÇÃO E DIREÇÃO MUSICAL
Primeiro-Tenente Paulo César Ramos Rezende e OSFAB
DIREÇÃO DE VÍDEO
Capitão Felipe Henriques de Paula
PRODUÇÃO TEATRAL
O cina de Atores Brasília
DIREÇÃO TEATRAL
Bárbara Zorzo Mandarino
PREPARAÇÃO DE ELENCO E FIGURINO
Kell Maya
FIGURINOS MILITARES
Segundo-Tenente Janaína Rocha Elvas de Oliveira
ELENCO ENCENAÇÃO
Gabriel Lima da Silva
Lorena Augusta
Bruno Amorim
Joice Estrela
Mateus Macambira
Vidal Chinalli
Luiza Melo
Maria Sol
Maria Mariah de Souza
Herbert Gonçalves de Almeida
Kell MayaDavi Raulino
Bianca Vale
Giovana Rheingantz
Natasha Novaes
Naron Deyvson
Capitão R/1 Marcelo Faria Morier
Segundo-Tenente Vinícius dos Santos
Segundo-Tenente Nayara Gomes Rodrigues
Segundo-Tenente Roberta Nunes Lindberg
Subo cial R/1 Daniel Alves dos Reis Filho
Subo cial Alexandre Marcos Lia Alves
Subo cial Alex Sander de Brito Terra Nova
Segundo-Sargento Danielle Cunha Moraes Galvão
Segundo-Sargento Lucas Santos Salles Oliveira
Segundo-Sargento Felipe dos Santos Torres
Segundo-Sargento Jéssica Ramos Pedreira
Segundo-Sargento Andressa Cristina Rosa Costa
Terceiro-Sargento aynã Francielle Conceição Santiago
Terceiro-Sargento Glauber Pires dos Santos
Terceiro-Sargento aís Lima dos Santos
Terceiro-Sargento Caroline Cordeiro Oliveira
Terceiro-Sargento Régis Nei Alves Júnior
Terceiro-Sargento Daniel Pereira da Silva
Terceiro-Sargento Kelven dos Reis da Cunha Candido
Terceiro-Sargento Lucas Dantas da Silva
Terceiro-Sargento Gabriel Oliveira Aredo Rodrigues dos Santos
Terceiro-Sargento Marcelo Luiz Golombiewski Soares
Terceiro-Sargento Phlávio Nayron Bastos Fortes
Taifeiro Marques de Oliveira Santa da Silva Junior
Soldado José Gabriel Modesto Cabral
Tenente-Coronel Nicolas Silva Mendes
Tenente-Coronel Bruno Graciolli Xavier
Major Miguel Lis Bruno
Major Marcelo Augusto Xavier de Almeida
Segundo-Tenente Janaína Rocha Elvas de Oliveira
WCandida Cavalheiro Schwaab
Primeiro-Sargento Bianca Amalia Viol
Segundo-Sargento Jéssica da Silva Marinho
Segundo-Sargento Monica Daniele dos Santos Silva
Segundo-Sargento Luciana de Carvalho Monteiro
Terceiro-Sargento R/1 Nivaldo Nunes de Oliveira
Soldado Alisson Júnio Santos Marinho Cordeiro
Tenente-Coronel Leonardo Amorim de Oliveira
Major Ricardo Ydehara Júnior
Subo cial Rogério Carvalho de Souza
Primeiro-Sargento Rommel Barbosa Mathias
Primeiro-Sargento Ana Maria Silva Perônico
Segundo-Sargento Raul Izidoro da Silva
Segundo-Sargento Elton Lessa Pinto
Terceiro-Sargento George Alves de Albuquerque Junior
Tenente-Coronel Bruno Perrut Gomes Garcez dos Reis
Major Rodolfo de Meneses Oliveira
Segundo-Tenente Gabriel José Mesquita Monteiro Dias
Segundo-Tenente Rodney Amorim Calazans
Segundo-Tenente Je erson Lima Feitosa
Subo cial Johnson Jonas La Ruina de Barros
Subo cial R/1 Edmilson Alves Maciel
Terceiro-Sargento Maclaudio Gomes Pereira
Terceiro-Sargento Bruno dos Santos Curcino
Terceiro-Sargento Paulo Marcelo Cavalcante
Terceiro-Sargento R/1 Ednaldo da Silva