O Hospital de Campanha da Força Aérea Brasileira (HCAMP) demonstra elevada capacidade de resposta e excelência no atendimento emergencial, atuando em desastres, crises sanitárias e calamidades.
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ENTREVISTA
O Comandante-Geral do Pessoal, TenenteBrigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares, destaca o trabalho desenvolvido na administração e no aprimoramento dos militares da Força Aérea Brasileira.
SISTEMA DE SAÚDE DA AERONÁUTICA
Investimentos da Aeronáutica em tecnologia e inovação para aprimorar a saúde dos militares e dependentes, incluindo telemedicina e cirurgia robótica.
24 LEGADO DOS VETERANOS
A trajetória dos veteranos da FAB e seu impacto na aviação militar, com destaque nos 80 anos do retorno da Itália.
FORÇA E ESPORTE
A história e a rotina da equipe de paraquedismo Falcões, que representa a FAB em competições esportivas e promove a cultura do alto rendimento.
38 FORMAÇÃO NA FAB
O caminho para ingressar na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, na Academia da Força Aérea e na Escola de Especialistas de Aeronáutica, desde o processo seletivo até a rotina intensa de estudos e treinamentos.
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O papel do Instituto de Psicologia da Aeronáutica no suporte emocional e no bem-estar das pessoas.
58 APOIO PSICOLÓGICO MILITAR
PRESERVANDO A HISTÓRIA
A importância do Centro de Documentação da Aeronáutica na conservação da memória e da identidade da Força Aérea.
66 VOO MENTAL
O Coordenador Nacional de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Cruz Vermelha Brasileira, Felipe de Souza Martins, compartilha sua experiência junto à FAB no auxílio durante a tragédia no Rio Grande do Sul em 2024.
Publicação oficial da Força Aérea Brasileira, a revista Aerovisão é produzida pela Agência Força Aérea, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER).
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PILAR DE PROTEÇÃO, SUPORTE E ESPERANÇA PARA
A SOCIEDADE
Manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional com vistas à defesa da Pátria. Esta é a missão da Força Aérea Brasileira (FAB), uma instituição que carrega mais de 80 anos de história, marcados por transformações e desafios superados com coragem e dedicação. E, engana-se quem imagina que essa Instituição representa apenas aviões e tecnologia. Sua verdadeira força reside nas pessoas – militares e civis – que trabalham com dedicação para transformar desafios em soluções.
Nesta edição, em uma entrevista especial, o Comandante-Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares, detalha as atividades da Organização Militar que exerce um papel crucial em áreas como administração de pessoal, saúde operacional, assistência social e educação, garantindo o bem-estar e o desenvolvimento contínuo de seus integrantes.
A matéria sobre a Saúde Operacional da Força Aérea traz exemplos inspiradores do trabalho incansável de nossos profissionais em missões desafiadoras, como as operações Raízes do Cedro, Taquari 2 e Yanomami. Ainda no âmbito da saúde, exaltamos o trabalho realizado pelo Instituto de Psicologia da Aeronáutica (IPA), que desenvolve ações nos diversos campos da Psicologia, oferecendo suporte especializado às Organizações Militares e ao pessoal no âmbito do Comando da Aeronáutica (COMAER).
Manter viva a memória dos veteranos da FAB foi outro ponto relevante que destacamos ao trazer as contribuições do legado que esses heróis do passado e pilares do futuro deixam às novas gerações de militares. E por falar nessas gerações, enfatizamos a excelência na formação e capacitação promovidas pelas instituições de ensino da FAB, que detêm padrão internacional. Escolas que não apenas formam militares altamente qualificados, mas também proporcionam educação continuada e cursos de pósgraduação que visam ao desenvolvimento permanente dos seus profissionais.
Você também poderá conferir os detalhes da rotina de treinamento da equipe de paraquedismo da FAB, Equipe de Paraquedismo da Força Aérea Brasileira - Equipe Falcões, que compete sob a Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA) e tem conquistado inúmeras vitórias em campeonatos pelo Brasil e pelo mundo. Nas páginas desta publicação, também é possível ficar por dentro da importância da gestão documental realizada pelo Centro de Documentação da Aeronáutica (CENDOC), que guarda em seu acervo histórico uma verdadeira riqueza e herança do país.
“Semprepronta.Semprepresente.SempreFAB!”
Brigadeiro do Ar
Daniel Cavalcanti de Mendonça
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
PalavrasdoComandante
FORÇA AÉREA BRASILEIRA: COMPROMISSO COM A SOBERANIA E O PROGRESSO
É indiscutível que a Força Aérea Brasileira desempenha um papel vital na defesa da Pátria e no desenvolvimento nacional. Entretanto, sua missão transcende o campo militar, abrangendo a prestação de apoio humanitário, o fomento à inovação tecnológica e o fortalecimento da presença do país no cenário internacional.
No campo operacional, a FAB mantém um alto nível de prontidão para proteger nossas fronteiras e garantir a segurança do espaço aéreo. Por meio do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), monitoramos e controlamos milhares de voos diariamente, assegurando que o tráfego aéreo nacional transcorra com segurança e eficiência. Além disso, operações conjuntas com outras Forças Armadas reforçam nossa capacidade de resposta a ameaças e desafios emergentes.
Nos últimos anos, a modernização tem sido um pilar estratégico da FAB. A incorporação de aeronaves como o KC-390 Millennium e o F-39 Gripen fortalece nossa capacidade operacional, garantindo maior eficiência em missões de transporte, reabastecimento em voo e defesa aérea. Além disso, investimentos no setor espacial, como o desenvolvimento do Satélite de Defesa e Comunicação Estratégica (SGDC), que este ano completa 8 anos no Espaço, reforçam a soberania nacional no campo das comunicações e da vigilância.
O compromisso da FAB também se estende ao apoio humanitário e à integração nacional. Operações de transporte aeromédico, resgate em áreas remotas e distribuição de insumos essenciais em situações de emergência demonstram a importância da aviação para salvar vidas.
Nesse contexto, o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) desempenha um papel fundamental na formação, capacitação e bem-estar dos militares da Força Aérea. Programas de valorização profissional, assistência social e saúde garantem que nossos homens e mulheres estejam sempre preparados para cumprir suas missões com excelência.
Além disso, iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento técnico e operacional fortalecem a qualificação dos efetivos, assegurando a contínua evolução da FAB e sua capacidade de enfrentar desafios cada vez mais complexos.
GESTÃO DE PESSOAL
Integrando a estrutura do Comando da Aeronáutica (COMAER), o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) é responsável por planejar, gerenciarecontrolarasatividadesrelacionadasaopessoalcivilemilitar da Força Aérea Brasileira (FAB). Sua atuação é essencial para atender às demandas técnicas e operacionais da Instituição. Nesta entrevista, o Comandante-Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares, destaca a importância de uma Força Aérea cada vez mais qualificada e preparada para os desafios do presente e do futuro.
TENENTE JORNALISTA MYREA CALAZANS
Ao assumir o cargo de ComandanteGeral do Pessoal, a nossa FAB encontrava-se em plena fase de algumas importantes mudanças estruturais, dentre elas, a da área da saúde. O senhor poderia nos dizer um pouco mais sobre os desafios enfrentados e como se deu a reestruturação dessa área fundamental para o bem-estar do nosso efetivo?
A reestruturação da saúde foi, e ainda é, um grande desafio, tendo sido dividida em três etapas: Conhecer, Transformar e Avançar. A fase Conhecer teve início com a criação do Grupo de Trabalho em 2019, o que possibilitou a concepção do processo de reestruturação e o entendimento de como o Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU) estava, e possíveis mudanças.
Na etapa Transformar (2020-2022), logo no início, foi necessário alterar alguns conceitos, pois, na prática, identificamos alguns erros de processos que causariam erros na gestão. A premissa básica para início da reestruturação foi a implementação do sistema de prontuário eletrônico AGHUse, uma plataforma de TI essencial para a obtenção de dados e a visualização do Sistema de Saúde como um todo. Além disso, foram realizadas a atualização e criação de normas e procedimentos, o planejamento de investimentos em equipamentos, o ajuste de pessoal — realocando militares para funções administrativas e permitindo que os profissionais de saúde se dedicassem exclusivamente ao atendimento dos beneficiários —, bem como obras e projetos de infraestrutura
O processo de implementação e consolidação da reestruturação foi facilitado pelo comprometimento e seriedade da equipe. A atuação na Chefia do Estado-Maior do COMGEP em 2020 e, posteriormente, no cargo de Comandante-Geral do Pessoal possibilitou uma ampla visão para a tomada de decisões estratégicas.
Nesse contexto de mudança, a contribuição de uma equipe qualificada e motivada, como a da Diretoria de Saúde, foi essencial para a busca de melhores resultados para os beneficiários e para o
fortalecimento das bases necessárias ao cumprimento da missão constitucional da FAB.
Nesse sentido, após análise por complexidade de cada hospital (baixa, média e alta) foram adquiridos diversos equipamentos hospitalares pertinentes a abrangência desta complexidade, ampliando a capacidade tecnológica e contribuindo para a melhoria da resolutividade do atendimento. Entre eles, destacam-se tomógrafos, gama câmara, neuronavegador e, especialmente, o equipamento de cirurgia robótica, inaugurado em 18 de outubro de 2024, no HFAG.
Atualmente, está em andamento a fase Avançar, iniciada a partir das discussões em reuniões no COMGEP no ano de 2022, com o objetivo de consolidar ações estratégicas. Esse processo se materializa por intermédio do QUALI SISAU 100, um programa de contínuo aperfeiçoamento, ou seja, que nunca acaba, um programa de desenvolvimento do Sistema de Saúde da Aeronáutica. Dentre os projetos estabelecidos em 2022, com início de implementação em 2023 destacamse: Projeto Acolhendo o Acolhedor, que visa contribuir, principalmente, para o cuidado da saúde mental dos profissionais de saúde; Hospital Modelo, cujo objetivo é fortalecer significativamente a capacidade de atendimento às necessidades da comunidade, aprimorando os recursos e a qualidade dos serviços prestados, para que a unidade hospitalar se torne um centro de excelência e referência em saúde. Este modelo busca não apenas melhorar a infraestrutura, mas também estabelecer um padrão elevado de cuidado e de eficiência no atendimento à população.
Linha de Cuidado do Transtorno do Espectro Autista, que busca promover o aprimoramento e a excelência assistencial para pacientes que necessitam desse tipo de atendimento; Odontologia Hospitalar, que busca implementar o conceito de odontologia hospitalar integral, realizar a busca ativa de pacientes de alta complexidade,
priorizar o preparo odontológico especializado para transplantes de medula, tratamentos quimioterápicos, radioterápicos, imunoterápicos, doenças osteometabólicas e cirurgias eletivas, além de inserir oficiais dentistas no atendimento de cuidados paliativos e na laserterapia odontológica profilática durante a quimioterapia; OSA Digital, que busca implantar a digitalização, readequar os processos físicos, aumentar a eficiência operacional, reduzir custos e respeitar dispositivos legais e a LGPD; Música que Cura, que promove o bemestar e a humanização do ambiente dos
elos do SISAU por meio da música ao vivo, proporcionando momentos de acolhimento e conforto aos beneficiários, acompanhantes e ao efetivo.
Esses projetos contam com o total e irrestrito apoio do nosso Comandante, alinhados com sua Diretriz.
Como se trata de um processo de melhoria contínua, foram lançados mais quatro projetos a serem implantados a partir de 2025: Projeto IA no Atendimento Ambulatorial, uma solução de IA que reduz a carga burocrática e aumenta a produtividade de serviços em saúde, utilizando modelos especializados
e uma interface simplificada; Projeto Concilia Saúde, uma ferramenta de IA que atua na análise de prescrições e na prevenção de erros de medicação, priorizando pacientes críticos; Projeto Rede Integrada de Imagem do SISAU, que visa otimizar o armazenamento, o acesso e a análise de imagens médicas, como radiografias, tomografias e ressonâncias, buscando melhorar a eficiência dos fluxos de trabalho, reduzir os custos associados ao armazenamento físico de exames e garantir um atendimento mais rápido e preciso aos pacientes do SISAU; Projeto Centro de Comando e Controle
do SISAU, que busca centralizar e automatizar a gestão de operações hospitalares para maximizar o uso dos recursos, reduzir desperdícios, aumentar a eficiência no atendimento e promover a consciência situacional do tomador de decisão em tempo real.
Todos os projetos têm como objetivo buscar um crescimento contínuo e melhorar a gestão hospitalar, a saúde operacional, a saúde pericial, a saúde digital e a saúde mental, sempre visando o bem-estar dos nossos beneficiários. Acredito que o conceito de atendimento integral à saúde passa, antes de tudo, pelo
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Arquivo
acolhimento e pelo amor à profissão.
Ainda nesse cenário, vivenciamos importantes avanços na saúde operacional. As participações de nossa FAB em operações e exercícios em apoio a catástrofes naturais, como foram as operações Taquari 2 e Todos Unidos Pelo Sul, mostraram o verdadeiro avanço que vimos e a diferença que nossa FAB pode fazer em apoio à sociedade brasileira. O senhor poderia explicitar os avanços que tivemos e as potencialidades de nossa saúde operacional no cumprimento da nossa missão?
Nos últimos anos, alcançamos importantes avanços na Saúde Operacional, destacando-se a aquisição e o uso das maletas operacionais para telemedicina. Esses equipamentos possibilitam o
atendimento médico remoto em cenários onde o suporte tradicional seria inviável ou demorado, como nas operações do HCAMP e nas atividades dos Grupos de Saúde da Aeronáutica em cidades como Boa Vista-RR, Porto Velho-RO e Alcântara-MA. As maletas são capazes de realizar exames de ultrassonografia e outros procedimentos, oferecendo diagnósticos rápidos e suporte à tomada de decisões médicas, especialmente em manobras, exercícios e áreas de difícil acesso.
Outro destaque foi o fortalecimento da operacionalidade do HCAMP, com ênfase no atendimento às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Na cidade, foram instalados dois hospitais de campanha e, além disso, psicólogos
foram disponibilizados para prestar atendimento às pessoas necessitadas. Nesse diapasão, em decorrência da participação de psicólogos compondo as tripulações da Força Aérea nas operações, que repatriaram centenas de brasileiros, em 2023 e 2024, o Instituto de Psicologia da Aeronáutica idealizou e ministrou o 1º Curso de Primeiros Cuidados Psicológicos em Acidentes, Emergências e Desastres, o qual capacitou aproximadamente 100 psicólogos no manejo de vítimas em situações de vulnerabilidade. O aprendizado obtido durante o curso pôde ser colocado em prática durante operações, como a Taquari. A saúde operacional na Força Aérea Brasileira (FAB) tem apresentado uma evolução significativa, com foco na
capacitação contínua dos profissionais de saúde, garantindo que estejam preparados para atuar em ambientes de alta exigência física e psicológica. Isso assegura o apoio necessário ao efetivo, ao mesmo tempo em que fortalece a participação em missões e treinamentos no teatro de operações. Os avanços dessa área incluem: Tecnologia e Inovação no Monitoramento de Saúde, com a aquisição de equipamentos de telemedicina, garantindo atendimento de excelência mesmo em campanhas, com especialistas a quilômetros de distância; Implementação do Prontuário Único, que possibilita o acesso rápido ao histórico de militares atendidos em missões operacionais; Capacitação contínua dos militares de
saúde, tanto física quanto psicológica e doutrinária, promovendo um apoio mais qualificado e eficiente em missões operacionais e assistenciais; Aquisição de mais materiais e estruturas para o Hospital de Campanha, visando garantir uma resposta rápida e eficaz em casos de acidente aéreo ou missões reais de resgate; Otimização do apoio à saúde nas missões da FAB, assegurando uma atuação cada vez mais eficiente.
Esses avanços refletem o compromisso com a saúde do efetivo e com a melhoria contínua dos serviços prestados em missões operacionais e assistenciais.
Inegáveis são as conquistas que estamos presenciando no tocante à gestão de pessoas, nosso bem mais precioso. O senhor poderia comentar os avanços na área de recursos humanos, como programas e ferramentas criadas, sempre pensando no bem-estar de nossos militares e civis?
A gestão de pessoas no Comando da Aeronáutica tem avançado, priorizando a eficácia dos processos, o desenvolvimento e o bem-estar dos militares e seus dependentes, bem como dos funcionários civis e pensionistas. Entre as principais iniciativas, destacam-se as plataformas digitais, especialmente os aplicativos para dispositivos móveis e os sistemas computacionais, que otimizam a administração dos recursos humanos, considerados o bem mais precioso da Instituição. Essas ações reforçam o compromisso com uma gestão mais eficiente, moderna e inovadora. Nesse contexto, destacam-se a implementação do App Minha FAB e do SIGPES NG. O aplicativo facilitou e facilitará ainda mais os processos administrativos e os requerimentos dos militares, tramitando as informações de maneira mais ágil. Seu lançamento facilitou processos como a habilitação à Pensão Militar, Atualização Cadastral, Direitos Financeiros Diversos e Serviço de
Identificação, tanto presencialmente nas Unidades de Vinculação, como de forma remota. Já o SIGPES NG consiste em uma ferramenta que abrangerá todos os aspectos da gestão de pessoal e interligará diversos sistemas da Força Aérea Brasileira, possibilitando um fluxo aprimorado de dados e informações em áreas como movimentações, promoções e auxílios, entre outras. Destaco ainda o SISLAER, disponível na intranet, na internet e também em dispositivos móveis, viabilizando o acesso e a consulta aos atos normativos do COMAER.
A valorização aos que nos antecederam está sempre à frente nas ações do nosso COMGEP. Percebe-se, com clareza cristalina, a preocupação constante com nossos veteranos, visando permanentemente levar produtos e serviços que tragam conforto e praticidade ao dia a dia. O senhor poderia trazer alguns exemplos dessas importantes ações implementadas?
No apoio aos veteranos, em 30 de julho de 2024, foi lançado o Aplicativo Minha FAB, o qual trouxe diversas facilidades. Dois exemplos práticos desses benefícios são: na área de Pensão Militar, tivemos uma requerente, moradora de Rio Branco, no Acre, que fez o procedimento de maneira remota e foi habilitada em menos de duas semanas; e, no que se refere à prova de vida, utilizamos o Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (SIRC), bem como os sistemas informatizados da própria Força (SIDENT, AGHUSE, etc.), permitindo que a Administração convoque apenas os vinculados com indícios. Desta maneira checamos com segurança e assertividade mais de 85000 pessoas todos os meses, e não apenas em seus aniversários, como antes. Além disso, foi aprovada pelo Alto-Comando a criação de uma Diretoria própria, a DIRVEP, com o intuito de melhor atender aos anseios dos veteranos e pensionistas, aguardando apenas a assinatura do decreto para a entrada em vigor.
Na área de ensino, vislumbramos grandes avanços e conquistas. No ano de 2024, a EPCAR foi elevada à condição de melhor escola pública de ensino médio do Brasil, a nossa Escola de Especialistas de Aeronáutica vem modernizando sua infraestrutura e competências técnicas. A nossa Academia da Força Aérea recebeu novos simuladores de voo e viu seus vetores T-27 Tucano e T-25 Universal sofrerem modernizações. Como o senhor vê esses avanços e conquistas e como projeta o futuro promissor que se avizinha?
Os avanços e os resultados positivos na área de ensino refletem o compromisso com a excelência na formação dos militares, promovendo uma educação continuada e bem estruturada. Na realidade, estamos colhendo os frutos de anos de trabalho muito bem estruturado e planejado, consolidando ações bem sucedidas e fazendo as devidas correções e adequações para manter o rumo da modernização e do aperfeiçoamento, tão necessários para manter o desenvolvimento de nossa Força.
Também é o resultado da dedicação e da qualidade do trabalho de professores, monitores e instrutores que, ao longo do tempo, esforçaram-se para transmitir conhecimentos, valores e, principalmente, a importância do desempenho individual para a construção de uma Instituição forte.
Partindo deste forte alicerce, o Comando da Aeronáutica tem investido pesado na modernização de equipamentos, na aquisição e desenvolvimento de treinadores e simuladores, na modernização das aeronaves de instrução e na capacitação de todo o pessoal envolvido.
Tudo isso representa a possibilidade de continuarmos avançando na formação dos futuros militares da Força, com segurança e eficiência, sempre alinhados às necessidades operacionais.
A concepção do ensino da Força Aérea é estar sempre “voando ala” com o que há de mais moderno em termos de educação na nossa sociedade, observando, claro, nossas especificidades. Nesse sentido, estamos implantando o conceito da educação 5.0, que é um amadurecimento em relação à implantação de recursos digitais avançados,
acrescido da necessidade de se trabalhar as competências socioemocionais de nossos alunos, sejam nossas escolas de formação ou mesmo de nossas escolas assistenciais. Isso significa trabalhar temas relevantes para nossas vidas, como empatia, resiliência e estabilidade emocional, responsabilidade, entre tantos outros. Remete também trabalhar atributos essenciais não somente para o desempenho profissional do militar, mas, principalmente, para a sua vida pessoal, como parte da sociedade.
Em relação ao ensino por competências na formação e pós-formação, adotamos diversas metodologias ativas, entre as quais o que chamamos de “sala de aula invertida”. Esse método consiste em uma abordagem pedagógica na qual os alunos são incentivados a explorar o conteúdo previamente, fora do ambiente de sala de aula, seja através de materiais didáticos fornecidos pelo professor, ferramentas digitais, videoaulas e/ou outras fontes. O tempo presencial, então, é dedicado a debates, resolução de problemas e atividades práticas, sob a orientação e mediação do instrutor. Essa abordagem promove um aprendizado mais ativo e participativo, além de contribuir para o desenvolvimento de pensamento crítico, mentalidade colaborativa e autonomia. Essa migração para um ensino baseado na obtenção de competências, acrescido do incentivo ao desenvolvimento de pesquisas científicas em áreas estratégicas, permitirá ao Comando da Aeronáutica obter excelentes resultados, com oficiais melhores capacitados a assumir cargos de comando e funções de assessoria em seu mais alto nível.
De igual modo, nossas escolas assistenciais obtiveram resultados expressivos recentemente, refletindo a qualidade do ensino proporcionado aos nossos alunos. O senhor poderia falar em poucas linhas sobre esses resultados alcançados?
Nossas Escolas Assistenciais têm alcançado resultados notáveis, evidenciando o compromisso com a formação intelectual e o desenvolvimento do caráter do corpo discente. O objetivo não é apenas formar bons alunos, mas
também cidadãos exemplares, preparados para fazer a diferença na sociedade. Os altos níveis de desempenho acadêmico, aliados aos valores transmitidos em sala de aula, refletem a dedicação de docentes, apoiadores e gestores. Entre os principais destaques dessas instituições, ressaltam-se os índices obtidos pelo Colégio Tenente Rêgo Barros, que recebeu premiações em âmbito estadual e nacional, e, pelo Colégio Brigadeiro Newton Braga, com a conquista da medalha de ouro por um aluno na Olimpíada Internacional de Matemática e o aumento de 100% nas aprovações em universidades federais, entre tantas outras conquistas.
Em relação ao conceito da educação 5.0, iniciamos, em 2024, a introdução das ideias e ações para a efetiva implantação do ensino de competências socioemocionais no contexto das Escolas Assistenciais, que, sem sombra de dúvida, será um dos grandes diferenciais oferecidos aos nossos alunos.
Nossa intenção é trabalhar os alunos para manter a consciência e a responsabilidade social enquanto exploram novas tecnologias, algo extremamente importante nos dias atuais, onde percebemos que as mídias sociais acabam por substituir parte das interações pessoais. Na pós-formação de nossos efetivos, de igual forma, nossa FAB vem se esforçando e investindo em inovação e modernizando nossos cursos e escolas. Em que medida esses investimentos vêm qualificando nossos resultados?
A atualização constante das grades curriculares e a educação continuada, aliadas ao uso de novas tecnologias e metodologias ativas de ensino, têm proporcionado uma capacitação mais alinhada às necessidades da Força nos cursos de pós-formação.
Um exemplo desse avanço é a reativação do Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais (CPEA), o curso contemplou instruções nas áreas de Poder Aeroespacial, Política, Estratégia e Gestão Institucional, demandando uma readequação tanto na infraestrutura da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR) quanto no corpo de instrutores.
Outro ponto que tem demandado grande esforço por parte do ComandoGeral de Pessoal e da Diretoria de Ensino tem sido a implementação de ações que garantam a evolução do ensino e da capacitação dos nossos graduados, através da Escola de Especialistas da Aeronáutica. Seja pela validação das competências previstas em nossas legislações ou mesmo pela busca de parcerias estratégicas com Instituições de grande expertise em inovação e tecnologia, busca-se determinar as necessidades da Força e capacidades, atuais e futuras, para a formação de nossos graduados.
Em relação aos militares temporários, os quais correspondem atualmente a metade da força de trabalho do COMAER, o investimento contínuo no aprimoramento da formação dos mesmos por meio da adoção de métodos didáticos modernos e maior capacitação dos Corpos Docentes tem dado excelentes resultados. A partir de agosto do corrente ano, a formação desses militares passará a ser centralizada nos Serviços de Recrutamento e Preparo de Pessoal da Aeronáutica (SEREP), o que permitirá uma maior padronização e aumento da qualidade da formação.
Considerando que o COMGEP é o responsável pela gestão documental do COMAER, por meio do CENDOC, quais medidas ou ações foram implementadas para tornar mais efetiva e eficiente essa atividade de gestão documental?
O Centro de Documentação da Aeronáutica (CENDOC) tem adotado diversas medidas para aprimorar a gestão documental do Comando da Aeronáutica (COMAER), tornando-a mais efetiva, ágil e eficiente. Entre as principais ações, destacam-se a digitalização e a modernização dos processos, reduzindo a dependência de documentos físicos e agilizando o acesso às informações. A implementação de sistemas eletrônicos de gestão documental tem proporcionado maior controle, segurança e rastreabilidade dos registros, facilitando a organização e a recuperação de dados estratégicos. Destaca-se, nesse contexto, a implementação do SIGADAER 7, que se integra ao tramita.gov.br e permite a
assinatura digital sem a necessidade de token. Além disso, o sistema conta com funcionalidades como caixa de entrada unificada e classificação arquivística obrigatória. Outra iniciativa relevante é a intensificação de vistorias técnicas e a capacitação contínua dos elos responsáveis pela gestão documental nas organizações da Força Aérea Brasileira (FAB), assegurando a aplicação das melhores práticas no manuseio e arquivamento de informações. A gestão documental é fundamental para o assessoramento na melhor tomada de decisão, permeando todas as Organizações Militares da FAB. O CENDOC vem trabalhando junto aos elos do SISDOC na melhor maneira de organizar e facilitar o acesso à informação para os militares, ex-militares, servidores e a sociedade civil.
No tocante à sua maior competência de planejar, gerenciar e controlar as atividades relacionadas com o pessoal civil e militar do COMAER, no que diz respeito à gestão de pessoas, o senhor poderia explanar sobre os benefícios da plataforma Banco de Talentos, tanto para o efetivo quanto para a sociedade civil?
O Banco de Talentos tem como objetivo facilitar a inserção e integração de militares do Comando da Aeronáutica (COMAER) no mercado de trabalho, como por exemplo, soldados e militares temporários. Esse Banco possibilitará que os militares continuem a contribuir de maneira significativa para a sociedade. A integração dos militares à sociedade civil é de extrema importância, e o COMAER desempenha um papel crucial nesse processo. Nesse contexto, O COMAER devolve a sociedade profissionais melhor capacitados, o que se efetiva por meio de uma formação sólida e do fortalecimento de valores durante o período em que fazem parte do efetivo da Força. Um exemplo concreto dessa iniciativa ocorreu em 23 de setembro de 2024, com a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre o Comando da Aeronáutica e a empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras. A ferramenta possibilita um melhor aproveitamento das potencialidades e competências dos
egressos da Força, otimizando alocações e promovendo o desenvolvimento profissional com base nos conhecimentos, habilidades e experiências de cada militar. Para a sociedade civil, o Banco de Talentos amplia as oportunidades de acesso a mão de obra qualificada, facilitando a captação e a identificação de profissionais especializados para atender às necessidades institucionais. A plataforma fortalece a eficiência na gestão de recursos humanos e promove maior transparência nos processos seletivos.
O senhor poderia comentar sobre o planejamento visando ao ingresso de atletas de alto rendimento para o próximo ciclo olímpico e Jogos Mundiais Militares?
Em 2024, houve o incremento de 40 novos integrantes no Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) em diversas modalidades, como atletismo, natação, triatlo e tiro esportivo, totalizando mais
de 120 atletas. Esses competidores têm como objetivo tanto a participação nas Olimpíadas de Paris quanto a disputa por vagas nos Jogos Mundiais Militares, que ocorrerão neste ano, na China. Além disso, estarão envolvidos no ciclo olímpico para Los Angeles 2028. Além de representarem a Força Aérea Brasileira (FAB) em competições nacionais e internacionais, esses militares têm participado de ações voltadas ao incentivo da prática esportiva pelo efetivo, promovendo saúde e bemestar.
Os cuidados com as pessoas e a constante preocupação com o bemestar são notórios. Nesse cenário, o IPA vem promovendo seminários e desenvolvendo programas importantes para que nosso efetivo esteja preparado para enfrentar os desafios desse mundo intenso que vivemos hoje. O senhor poderia explicitar algumas dessas ações e programas que estão em curso no IPA?
O principal programa do Instituto de Psicologia da Aeronáutica (IPA) é o Programa de Valorização da Vida (PVV), composto por três módulos.
O Módulo I é voltado para a prevenção do suicídio, buscando evitar que o efetivo seja afetado por esse grave problema social. As palestras e campanhas realizadas pelo IPA sobre o tema têm desempenhado um papel fundamental na preservação de vidas.
O Módulo II trata da prevenção do uso abusivo de álcool, tabaco e outras substâncias psicoativas, promovendo conscientização e apoio aos militares.
O Módulo III, por sua vez, aborda o Apoio Emocional e ganhou maior relevância em 2023, com a entrada em vigor da Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) - 30-10. Esse documento regulamenta o Apoio Socioemocional e Humanístico ao efetivo do Comando da Aeronáutica (COMAER).
A partir desse marco, foi estabelecido pelo Comandante da Aeronáutica um cronograma de trabalho conjunto entre psicólogos, capelães e assistentes sociais, com o objetivo de promover o bemestar dos militares, oferecendo apoio psicológico, espiritual e social.
Outra ação em andamento e de suma importância é o desenvolvimento do Projeto Ametista, que proporcionará a autonomia do IPA na criação de testes psicológicos para os candidatos a ingressarem na Força Aérea Brasileira (FAB). Esse projeto marcará a história do IPA e o levará a outro patamar na psicologia dentro da FAB e de todo o país. Portanto, temos plena certeza de que estaremos sempre capacitados para apoiar nossa Força Aérea, planejando, gerenciando e controlando as atividades relacionadas ao pessoal civil e militar do Comando da Aeronáutica, com total compromisso com a excelência e lealdade aos princípios militares.
Foto: Sargento Muller Marin / CECOMSAER
SISTEMA DE SAÚDE DA AERONÁUTICA:
INOVAÇÕES
E
COMPROMISSO COM A EXCELÊNCIA
O Serviço de Saúde da Aeronáutica, instituído em 2 de dezembro de 1941, nasceu integrado por Oficiais Médicos oriundosdasociedadecivil,daMarinhadoBrasiledoExército Brasileiro, tendo como primeiro Diretor de Saúde, e hoje patrono,oBrigadeiroMédicoÂngeloGodinhodosSantos.
TENENTE JORNALISTA JOHNY VASCONCELOS
Com 83 anos de existência, o Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU), estabelecido juntamente com o Ministério da Aeronáutica, evoluiu para se tornar referência em assistência integral e coordenada, atuando com inovação, modernização e excelência no cuidado à saúde de cerca de 290 mil pessoas em todo o Brasil.
O Diretor de Saúde da Aeronáutica, Major-Brigadeiro Médico Laerte Lobato de Moraes, destaca o impacto das transformações implementadas no sistema ao longo dos últimos
anos. “Durante a minha gestão, estou dando continuidade, com o apoio do Comandante-Geral do Pessoal, TenenteBrigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares, a essa empreitada iniciada em 2019. Nesse período, o Tenente-Brigadeiro do Ar Luís Roberto do Carmo Lourenço, ex-Comandante-Geral do Pessoal, e o Major-Brigadeiro Médico Cloer Vescia Alves, ex-Diretor de Saúde, que na época ocupava o cargo de Subdiretor Técnico da Diretoria de Saúde, iniciaram as mudanças técnicas, tecnológicas e sustentáveis, a fim de que o projeto se
tornasse realidade. Hoje, a partir da adoção de novos modelos de saúde, como foco na atenção primária, conseguimos oferecer cuidados preventivos, diagnóstico precoce, além de promover uma abordagem de saúde mais integrada e contínua. Essa estratégia permite lidar de forma mais eficiente com a atenção especializada, ampliando as condições de saúde em longo prazo. Caminhamos, rumo ao futuro, aprimorando meios com intuito de prestar uma assistência integral e um serviço de excelência àqueles que defendem o nosso país”, enfatizou.
O SISAU oferece atendimento integral em diversas áreas da saúde, como medicina, odontologia, farmácia, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina veterinária, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, serviço social, além de técnicos especializados em enfermagem, laboratório, radiologia e saúde bucal. Os atendimentos abrangem militares da ativa e veteranos, bem como seus dependentes, reforçando o compromisso do sistema com aqueles que servem ou serviram ao Brasil.
A reestruturação do SISAU, iniciada
em 2019, trouxe mudanças técnicas e tecnológicas que transformaram a gestão e os serviços oferecidos. Com foco na atenção primária, o sistema promove cuidados preventivos, diagnóstico precoce e uma abordagem de saúde integrada e contínua.
A primeira Oficial-General das Forças Armadas brasileiras de três estrelas, Major-Brigadeiro Médica Carla Lyrio Martins, destacou o compromisso do SISAU. “O SISAU é um sistema moderno, ágil, inovador, tecnológico e de pronta resposta, representando as características
da própria Força Aérea Brasileira. Parabéns aos guerreiros do bem, homens e mulheres da Saúde, nossos maiores valores, que se dedicam diuturnamente ao cuidado de outros seres humanos com profissionalismo e amor”, disse.
Outro ponto de destaque do SISAU é a atuação na Medicina Aeroespacial, que investiga e promove a saúde em deslocamentos aéreos, viagens espaciais e condições extremas. Esse campo de atuação prepara médicos e profissionais de saúde para enfrentar os desafios únicos do ambiente aeroespacial.
Entre as inovações tecnológicas implementadas, o SISAU destaca as teleconsultas e as maletas de telemedicina, que ampliam o acesso de pacientes em áreas remotas. Essas ferramentas permitem consultas e avaliações especializadas à distância, reduzindo a necessidade de deslocamentos e agilizando o atendimento.
O Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG) também se posiciona como pioneiro ao adotar o sistema de cirurgia robótica Da Vinci, utilizado em procedimentos minimamente invasivos. Com mais de 13 milhões de cirurgias realizadas no mundo, a tecnologia oferece maior precisão, menor trauma tecidual e melhores resultados para os pacientes.
A introdução do sistema cirúrgico Da Vinci no HFAG coloca a instituição em um seleto grupo mundial capaz de operar essa tecnologia. A iniciativa proporciona acesso a um sistema moderno com resultados aprimorados, além de promover o crescimento tecnológico dos profissionais e equipamentos institucionais e a projeção do hospital no meio médico.
A saúde operacional da FAB alcança excelência por meio do Hospital de Campanha (HCAMP), que se destaca em diversas missões humanitárias. Entre elas, a Operação Yanomami, que proporcionou atendimento médico emergencial à população indígena; as operações Voltando em Paz e Raízes do Cedro, oferecendo suporte a brasileiros repatriados em cenários de crise; e a Operação Taquari 2, realizada em
resposta às enchentes no Rio Grande do Sul, levando assistência médica e humanitária às comunidades atingidas. Além disso, no combate à dengue no Distrito Federal, o HCAMP executou ações de prevenção e atendimento médico, reafirmando o compromisso humanitário da Força Aérea Brasileira.
“A saúde operacional abrange atividades como evacuação aeromédica, atendimento pré-hospitalar tático e
a atuação de hospitais de campanha. Essas ações ocorrem durante exercícios operacionais, missões cívico-sociais, humanitárias e em resposta a desastres. Em exercícios, profissionais de saúde aplicam doutrinas, prestando atendimento no teatro de operações e garantindo a continuidade das missões”, destacou a Coordenadora de odontologia do HCAMP, Capitão Dentista Aline Reinozo Gonçalves.
Missões humanitárias
VETERANOS DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA
: HERÓIS DO PASSADO,
PILARES DO FUTURO
O legado dos pioneiros da Segunda Guerra: Como os VeteranosdaFABpavimentaramocaminhoparauma ForçaAéreatecnológica,modernaeestratégica.
TENENTE JORNALISTA ENIELE SANTOS
Foto: Sargento
Em 2025, o Brasil celebra os 80 anos do retorno dos veteranos da Força Aérea Brasileira (FAB) da Itália, um marco histórico que conecta o passado heroico da aviação militar brasileira com a Força Aérea moderna e tecnologicamente avançada que temos hoje. Liderados por figuras como o então Major Nero Moura, os pilotos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) da FAB, durante a Segunda Guerra Mundial, mostraram ao mundo a garra e a competência dos militares brasileiros. Entre os nomes que marcam
a história da FAB, o do Major Nero Moura se destaca como símbolo de bravura, disciplina e liderança. Ao comandar os pilotos do 1º GAVCA, o militar não apenas garantiu vitórias estratégicas para os Aliados durante a Segunda Guerra Mundial, mas também pavimentou o caminho para o desenvolvimento da aviação de caça no Brasil.
Com mais de 440 missões de combate realizadas pelo Esquadrão e sob o comando do Major Nero Moura, o grupo dos lendários caças
P-47 Thunderbolt desempenhou um papel central na luta contra as forças do Eixo. Sua liderança não se restringiu ao campo de batalha, mas também moldou a identidade da FAB, que viria a se destacar internacionalmente pelas suas táticas e pela qualidade de seus aviadores. A experiência adquirida na Itália, com sua dedicação à precisão e à disciplina, garantiu o respeito das forças aliadas e lançou as bases para o crescimento da Força Aérea Brasileira.
Passados 80 anos, a FAB tem demonstrado uma transformação impressionante, com foco na modernização e inovação tecnológica, sempre mantendo o legado dos veteranos da Segunda Guerra como base de sua cultura organizacional. O surgimento de aeronaves como o F-39 Gripen e o KC-390 Millennium simboliza um salto tecnológico e estratégico para o país, refletindo o compromisso da Força com a excelência e a capacidade de adaptação aos novos desafios do cenário global.
O F-39 Gripen, por exemplo, é uma das aeronaves mais avançadas
do mundo, com capacidade de operar em condições extremas e de realizar missões de múltiplas capacidades. Esta aquisição marca um novo capítulo na história da FAB, permitindo ao Brasil não só aumentar a sua capacidade de defesa, mas também garantir a soberania do espaço aéreo em um mundo cada vez mais dinâmico e globalizado.
Da mesma forma, o KC-390 Millennium, avião militar multimissão, coloca a FAB entre as nações mais avançadas no campo da logística aérea.
O KC-390 é um exemplo de inovação tecnológica 100% desenvolvido no
Brasil, que representa o esforço da Força Aérea em se manter à frente em termos de autossuficiência e tecnologia nacionais.
Essas aquisições não seriam possíveis sem o legado dos veteranos da FAB. A coragem e o profissionalismo dos pilotos brasileiros, durante a Segunda Guerra, a experiência e a dedicação ao desenvolvimento de novas táticas e tecnologias criaram uma fundação sólida para que a Força Aérea pudesse dar esses passos ousados em direção ao futuro.
“Claro que todos nós que passamos pela Força procuramos plantar alguma
coisa, mas o que eu vejo nesse instante é que estão plantando com olhos voltados para o futuro. E é necessário que isso aconteça, é necessário que essa programação, essa visão de longos períodos exista pela própria natureza da atividade de Força Aérea”, afirmou o Tenente-Brigadeiro do Ar Lélio Viana Lobo, ex-ministro da Aeronáutica (1992 – 1995 e 1995 a 1999), refletindo sobre a importância dessas figuras fundadoras para a instituição.
Manter viva a memória dos veteranos da FAB é fundamental para que as novas gerações compreendam
o valor de sua contribuição para a segurança e a soberania do Brasil. “Os veteranos da FAB plantaram as sementes do que somos hoje. Eles deram exemplos de patriotismo e profissionalismo que ainda são seguidos por todos os militares da Força Aérea”, declarou o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno. Assim como os militares da Segunda Guerra Mundial enfrentaram adversidades e mostraram ao mundo a capacidade da Força Aérea Brasileira, os integrantes de hoje continuam a
honrar esse legado, enfrentando os desafios do século XXI com a mesma dedicação e coragem.
Em 2025, ao comemorarmos os 80 anos do retorno dos veteranos, celebramos não apenas um capítulo importante da nossa história, mas também a continuidade de um legado que, como o voo de um caça moderno, não conhece limites. A história da FAB é feita de coragem e visão, e é com essa base sólida que a Força Aérea Brasileira continua a voar alto, rumo ao futuro, com os olhos voltados para o horizonte.
Foto: Sargento Vanessa
Sonaly/ CECOMSAER
Alunos da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP), realizam atividade prática na área de mecânica de aeronaves, aprimorando suas habilidades técnicas.
EQUIPE FALCÕES PRECISÃO E EXCELÊNCIA NO PARAQUEDISMO DA FAB
A Equipe Falcões representa o espírito militar da FAB, unindo precisão, coragem e excelência nos céus do mundo. Desde sua criação, vem construindo um legado de conquistas, com membrosselecionadosentreosmelhoresparaquedistasmilitares, submetidos a treinamentos específicos para aprimoramento de técnicasdesalto,formaçõesemquedalivreepousosdeprecisão.
TENENTE
RELAÇÕES PÚBLICAS WANESSA LIZ
Criada em 2007, a Equipe de Paraquedismo da Força Aérea Brasileira - Falcões é composta por militares que se destacam pela capacidade de executar saltos de extrema complexidade. Com disciplina, superação e precisão, os Falcões são reconhecidos nacional e internacionalmente por sua alta performance e técnicas avançadas de paraquedismo. Mais do que atletas de alto rendimento, representam a FAB e o Brasil em demonstrações que encantam o público e inspiram novas gerações.
A Equipe Falcões nasceu
com a responsabilidade de dar continuidade ao legado da lendária Equipe Boinas Azuis, fundada na Escola de Especialistas de Aeronáutica em 1969. Essa equipe brilhou ao representar a FAB e o Brasil em competições e demonstrações ao longo dos anos.
“A missão da Equipe Falcões é divulgar a imagem da Força Aérea Brasileira em demonstrações, representar o Brasil e a FAB em competições nacionais e internacionais, apoiar o treinamento de lançamento de paraquedistas dos pilotos da
FAB, realizar a formação em salto livre para militares e fomentar o Paraquedismo Desportivo no âmbito da FAB”, destaca o Chefe da Equipe, Capitão Especialista em Fotografia Rodrigo Gonçalves. Atualmente, a sede dos Falcões está localizada na Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), no Campo dos Afonsos (RJ). Os atletas recebem suporte integral para sua preparação técnica e física, contando com uma equipe multidisciplinar de educadores físicos, nutricionistas e fisioterapeutas.
Foto: Tenente Enilson/ FORÇA AÉREA BRASILEIRA
Desde sua criação, a Equipe Falcões vem construindo um legado de conquistas. Seus integrantes são selecionados entre os melhores paraquedistas militares da FAB, passando por rigorosos treinamentos para aperfeiçoamento das técnicas de salto, controle de formações em queda livre e pousos de precisão.
Com participações em competições nacionais e internacionais, os Falcões colecionam títulos e recordes, elevando o nome do Brasil no cenário mundial do paraquedismo. Entre as conquistas mais recentes, destacam-se: hexacampeonato
brasileiro das Forças Armadas na Modalidade Precisão de Aterragem por equipe (2024); participação na equipe brasileira campeã latino-americana no Paraguai (2023) e vice-campeã em Cuba (2024); além da histórica 3ª colocação no Mundial das Forças Armadas na Áustria (2022 - Masculino) e na Hungria (2024 - Feminino).
O treinamento dos Falcões é intenso e envolve uma combinação de habilidades físicas, técnicas e psicológicas. Durante as competições, os paraquedistas disputam três modalidades: - Formação em Queda Livre (FQL):
uma equipe de cinco paraquedistas, sendo um cinegrafista, realiza o maior número de figuras possíveis, previamente sorteadas, em até 35 segundos, após lançamento a 12.000 pés.
- Estilo: o atleta deve saltar de 7.000 pés e realizar seis manobras préestabelecidas no menor tempo possível.
- Precisão de Aterragem: caracterizada pelo toque preciso do atleta, no momento do pouso, em um alvo de apenas dois centímetros, localizado em um prato eletrônico sobre um colchão de espuma ou inflável, após lançamento a 3.300 pés.
Saiba mais sobre a Equipe Falcões de Paraquedismo da FAB.
A atuação dos Falcões vai além das competições. A equipe também participa de eventos militares e cívicos, incluindo demonstrações aéreas e solenidades oficiais. Nessas apresentações, seus saltos são acompanhados por milhares de pessoas, reforçando a imagem da FAB e promovendo seus valores. Para os jovens interessados na carreira militar, os Falcões são uma fonte de inspiração. Sua dedicação
e profissionalismo exemplificam os princípios da Força Aérea Brasileira, demonstrando que, com disciplina e treinamento, é possível superar desafios e atingir padrões de excelência.
Com a evolução das técnicas de paraquedismo e o avanço tecnológico, a Equipe Falcões segue se modernizando. Novos equipamentos, materiais mais seguros, treinamentos em simuladores de queda livre e aumento na quantidade
de saltos de aeronaves são algumas das iniciativas adotadas para manter o alto padrão da equipe.
A Equipe Falcões é um verdadeiro símbolo do espírito militar da FAB, levando a precisão, a coragem e a determinação brasileira aos céus do mundo inteiro. Seja em competições, demonstrações, instruções ou treinamentos, seu legado continua a inspirar e elevar o nome da Força Aérea Brasileira.
EXCELÊNCIA NA FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO
A Força Aérea Brasileira (FAB) se destaca na formação e capacitaçãodeseusmilitares,pormeiodeinstituiçõesdeensino depadrãointernacional.
TENENTE JORNALISTA MÔNICA LOPES
Foto: Sargento Muller Marin/ CECOMSAER
Localizada em Barbacena (MG), a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) é a porta de entrada para jovens que sonham em seguir carreira na Força Aérea Brasileira (FAB) como Oficiais Aviadores. Reconhecida como uma das mais tradicionais escolas do país, a EPCAR alia ensino médio de excelência à formação militar inicial, proporcionando uma base sólida para os futuros Cadetes da Academia da Força Aérea (AFA).
Com mais de 75 anos de história, a EPCAR é um berço de valores como disciplina, ética e dedicação à pátria.
Escola Preparatória de Cadetes do Ar
Seu compromisso com a excelência educacional foi reconhecido pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2023, que a classificou como a melhor escola pública do Brasil. “O reconhecimento é reflexo da excelência de nossos alunos, selecionados em um dos concursos mais concorridos do país, e da qualidade do nosso ensino. Contamos com um corpo docente altamente qualificado, com a maioria dos Professores titulados como Mestres e Doutores, além de instrutores militares que transmitem valores fundamentais, como disciplina,
liderança e compromisso. Essa combinação de fatores garante uma formação acadêmica e moral de alto nível, preparando nossos alunos para servir ao Brasil com competência e honra”, destacou o Comandante da EPCAR, Brigadeiro do Ar André Luiz Alves Ferreira.
A instituição conta com aproximadamente 380 alunos e tem como missão não apenas preparar jovens para a carreira de piloto militar, mas também formar cidadãos íntegros, desenvolvendo suas capacidades acadêmicas, físicas e morais.
O ingresso na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) ocorre por meio de um processo seletivo anual, aberto a jovens de ambos os sexos, que estejam concluindo ou tenham concluído o ensino fundamental. O concurso é composto pelas seguintes etapas: prova escrita, com questões de Língua Portuguesa, Matemática, Língua Inglesa e Redação; Inspeção de Saúde; Exame de Aptidão Psicológica; e Teste de Avaliação do Condicionamento Físico.
Os candidatos aprovados ingressam no Curso Preparatório de Cadetes do
Ar (CPCAR), que tem duração de três anos. Durante esse período, os alunos cursam o ensino médio regular e recebem instrução militar, adquirindo conhecimentos sobre a carreira e a conduta exigida pelos regulamentos da Força Aérea Brasileira.
No campo acadêmico, os alunos estudam Português, Matemática, História, Geografia, Biologia, Física, Química, Inglês, Artes, Desenho e Informática. Já no campo militar, recebem formação básica sobre a carreira e os regulamentos militares.
Para ingressar no CPCAR, é necessário atender aos seguintes requisitos: ser voluntário, ser brasileiro nato, ter entre 14 e 18 anos no ano da matrícula, ter concluído o ensino fundamental e apresentar o certificado de conclusão no ato da matrícula, além de ser aprovado em todas as etapas do concurso.
Ao concluir o CPCAR, os alunos obtêm um certificado equivalente ao do ensino médio e podem ingressar no Curso de Formação de Oficiais Aviadores da AFA, dependendo de sua classificação na turma.
Foto:
Sargento
Localizada em Pirassununga (SP), a Academia da Força Aérea (AFA) é o centro de excelência responsável pela formação dos Oficiais Aviadores, Intendentes e Infantes da Força Aérea Brasileira (FAB). Com um currículo que integra teoria e prática, a Academia prepara
Academia da Força Aérea
seus Cadetes para os desafios das operações aéreas, administrativas e de defesa.
Durante os quatro anos de formação, os futuros Oficiais Aviadores passam por um rigoroso treinamento, que inclui instrução em aeronaves e simuladores, garantindo
uma preparação eficiente e segura para as exigências da aviação militar. Os Cadetes Intendentes, por sua vez, recebem uma sólida capacitação em logística e administração, sendo responsáveis pelo planejamento e gestão de recursos essenciais para o funcionamento da FAB.
Já os Cadetes Infantes são treinados para atuar em missões de defesa territorial, segurança de instalações estratégicas e operações especiais, desempenhando um papel fundamental na proteção da soberania nacional.
O ingresso na Academia da Força
Aérea (AFA) ocorre por meio de um concurso público anual, destinado a candidatos que tenham concluído o ensino médio e atendam aos requisitos específicos de cada especialidade. Os aprovados se unem aos alunos formados na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR).
O processo seletivo inclui as seguintes etapas: prova escrita, abrangendo Língua Portuguesa, Matemática, Física, Língua Inglesa e Redação; Inspeção de Saúde; Exame de Aptidão Psicológica; Teste de Avaliação do Condicionamento Físico; e Exame de Habilitação para o Serviço Militar.
Foto: Sargento Muller Marin/ CECOMSAER
Modernização e Inovação
O compromisso da Força Aérea Brasileira com a excelência na formação dos seus futuros oficiais se reflete nos constantes investimentos em tecnologia e inovação. A modernização das aeronaves T-25 Universal (foto abaixo) e T-27 Tucano (foto ao lado),
juntamente com a implementação do novo Simulador de Voo dessas aeronaves, eleva ainda mais o nível de instrução oferecido na Academia da Força Aérea (AFA).
Essas atualizações proporcionam aos cadetes maior segurança e eficiência
operacional durante as missões de treinamento, tecnologia de ponta para simulações realistas e aprimoramento das habilidades de pilotagem, além da adaptação ao cenário da aviação moderna, preparando-os para operar aeronaves. cada vez mais avançadas.
Escola de Especialistas de Aeronáutica
A Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), localizada em Guaratinguetá (SP), conhecida como “Berço dos Especialistas”, é a maior escola de ensino técnico militar da América Latina, responsável pela formação e capacitação de sargentos especializados da FAB.
A Força Aérea Brasileira oferece duas principais formas de ingresso para aqueles que desejam atuar como Sargentos especialistas: o Curso de Formação de Sargentos (CFS) e o Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos (EAGS). Ambos são ministrados na Escola de Especialistas
de Aeronáutica, instituição referência na formação militar e técnica.
O CFS é destinado a candidatos com ensino médio completo, tem duração de dois anos e prepara especialistas para diversas áreas da FAB. Já o EAGS é voltado para aqueles que possuem formação técnica em áreas específicas, com duração aproximada de um ano. O objetivo dos cursos é formar Sargentos Especialistas para o Comando da Aeronáutica (COMAER), proporcionando instrução nos campos Geral, Militar e TécnicoEspecializado.
Para concorrer a uma vaga, é necessário atender a alguns requisitos. Podem se inscrever candidatos de ambos os sexos, que tenham nível médio completo, idade mínima de 17 anos e máxima de 24 anos para o CFS e 25 anos para o EAGS até 31 de dezembro de 2026.
O processo seletivo inclui diversas etapas eliminatórias e classificatórias. Os candidatos realizam prova escrita, com questões de Língua Portuguesa, Matemática, Física e Língua Inglesa, seguida por Inspeção de Saúde, Exame de Aptidão Psicológica, Teste de Avaliação do
Condicionamento Físico, procedimento de heteroidentificação complementar e validação documental.
Ao longo da carreira, os militares também podem participar de cursos e estágios oferecidos pela EEAR, que visam ao aperfeiçoamento e especialização profissional. O CFS e o EAGS preparam especialistas para diferentes áreas da FAB, distribuídas entre os quadros de Aeronavegantes, Não-Aeronavegantes e Controle de Tráfego Aéreo. A escolha da especialidade ocorre conforme a classificação no concurso, sendo que os
primeiros colocados têm prioridade na seleção.
As especialidades do CFS incluem Controle de Tráfego Aéreo, Estrutura e Pintura, Equipamento de Voo, Eletricidade e Instrumentos, Comunicações, Fotointeligência, Mecânica de Aeronaves, Material Bélico, Meteorologia, Suprimento, Cartografia, Desenho, Eletromecânica, Guarda e Segurança, Informações Aeronáuticas e Metalurgia.
Já as especialidades do EAGS abrangem Eletrônica, Administração, Eletricidade, Enfermagem, Música, Obras e Informática.
A carreira dos militares formados na EEAR oferece oportunidades de ascensão, com postos que vão de TerceiroSargento, Segundo-Sargento e PrimeiroSargento até Suboficial. Além disso, há a possibilidade de ingresso no Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF).
Com tradição e excelência na formação de profissionais altamente capacitados, a EEAR segue garantindo a qualidade operacional da Força Aérea Brasileira, preparando militares para atuar em funções estratégicas e essenciais à defesa do país.
Saiba Mais sobre as Formas de ingresso na FAB
Centro
O Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), localizado em Lagoa Santa (MG), tem como missão desenvolver atividades de ensino para a formação e adaptação de pessoal, preparando profissionais qualificados para atuar no Comando da Aeronáutica (COMAER). Além disso, é um dos principais centros de formação militar da Força Aérea Brasileira (FAB), oferecendo uma ampla gama de cursos e estágios voltados para a capacitação de novos Oficiais e Especialistas. O CIAAR é a instituição responsável por formar e adaptar Oficiais em diversas áreas da FAB, proporcionando uma base sólida de conhecimento teórico e prático para o exercício das funções militares.
Entre os cursos oferecidos pelo CIAAR, está o Curso de Formação de Oficiais Especialistas (CFOE),
voltado para cidadãos brasileiros natos, graduados da ativa do Grupamento Básico do Quadro de Sargentos Especialistas da Aeronáutica. O CFOE tem como público-alvo profissionais interessados em ingressar nos Quadros de Oficiais Especialistas da Aeronáutica, com especialidades que incluem armamentos, meteorologia, controle de tráfego aéreo, fotografia, comunicações, entre outras. Durante o curso, os alunos passam por uma formação intensiva que inclui treinamento físico, instruções de ordem unida e o uso de armamento. Outro curso disponível é o Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF), destinado a Suboficiais e PrimeirosSargentos da ativa, voluntários que atendem aos pré-requisitos para ingressar no Quadro de Oficiais Especialistas da Aeronáutica. O EAOF prepara os
militares para assumir funções de Oficiais nas diversas especialidades de apoio da FAB.
Além dos cursos voltados para as especialidades gerais, o CIAAR também oferece programas de adaptação para profissionais de áreas específicas, como saúde e engenharia. O Curso de Adaptação de Médicos da Aeronáutica (CAMAR), por exemplo, é destinado a médicos brasileiros que desejam ingressar no Quadro de Oficiais Médicos da Aeronáutica. Similarmente, o Curso de Adaptação de Dentistas da Aeronáutica (CADAR) e o Curso de Adaptação de Farmacêuticos da Aeronáutica (CAFAR) seguem a mesma linha de formação, visando adaptar médicos, dentistas e farmacêuticos às funções militares específicas da FAB.
Para os engenheiros, o Estágio de
Adaptação de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica (EAOEAR) prepara os profissionais das áreas de engenharia para atuarem nas funções de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica, garantindo que estejam prontos para contribuir com a infraestrutura e a manutenção das operações da Força Aérea.
Outros cursos oferecidos pelo CIAAR incluem o Estágio de Adaptação de Oficiais de Apoio (EAOAp), voltado para a adaptação de especialistas das mais diversas áreas de apoio da Aeronáutica, e o Estágio de Instrução e Adaptação de Capelães (EIAC), destinado a oficiais capelães que atuam no suporte religioso e espiritual dos militares da FAB.
Esses programas garantem que todos os Oficiais, independente da sua área de atuação, sejam treinados para desempenharem suas funções com
eficiência dentro da estrutura militar.
Além dos cursos de formação e adaptação, o CIAAR oferece cursos de qualificação profissional para os militares da FAB e de outras Forças Armadas. O Curso de Pós-Graduação em Medicina Aeroespacial (CPGMAE), por exemplo, é direcionado aos oficiais médicos da ativa, e visa aprimorar seus conhecimentos na área de medicina aeronáutica, com foco na saúde e no bem-estar dos pilotos e tripulantes de aeronaves. Para aqueles que atuam em doutrina e instrução militar, o Curso de Preparação de Instrutores de Doutrina e Instrução Militar (CPIDIM) capacita oficiais, suboficiais e sargentos para a função de instrutores no contexto da formação de novos militares.
O Curso Prático para Aspirante a Oficial de Infantaria (CPAINF) é
destinado aos alunos que já concluíram com aproveitamento o Curso de Formação de Oficiais de Infantaria (CFOINF), e tem como objetivo aprimorar as habilidades práticas dos futuros oficiais de infantaria, preparandoos para a atuação em campos de batalha.
Todos os cursos e estágios oferecidos pelo CIAAR são estruturados para garantir uma formação de excelência, com foco no desenvolvimento físico, intelectual e moral dos futuros oficiais da Força Aérea Brasileira. Através desses programas, a FAB assegura a capacitação de seus Oficiais para lidar com os desafios exigidos pela carreira militar, seja em especialidades técnicas, de apoio, ou de saúde, além de formar líderes comprometidos com a missão de garantir a defesa e a segurança aérea do Brasil.
Foto: Sargento Muller Marin/ CECOMSAER
Localizada no Rio de Janeiro (RJ), a Universidade da Força Aérea (UNIFA) é um centro de referência na capacitação dos Oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB), oferecendo cursos voltados ao desenvolvimento de habilidades de liderança, gestão e planejamento estratégico. A UNIFA abriga escolas de ensino militar avançado, entre elas a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica (EAOAR) e a
Universidade da Força Aérea
Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR), responsáveis pelo aperfeiçoamento e especialização de Oficiais em diferentes estágios da carreira.
A EAOAR tem como missão aprimorar os Capitães da FAB, preparando-os para exercer funções de comando, chefia e assessoramento em suas respectivas áreas de atuação. - O curso oferecido inclui: Curso de
Aperfeiçoamento de Oficiais (CAP) –Obrigatório para a progressão na carreira O CAP visa ao aprimoramento de habilidades essenciais como liderança, trabalho em equipe, comunicação oral e pesquisa científica. Além disso, o Curso de Aperfeiçoamento é uma especialização lato sensu, reconhecida como MBA em Liderança com Ênfase em Gestão no Comando da Aeronáutica (COMAER).
Voltada para Majores e TenentesCoronéis, a ECEMAR tem como objetivo preparar os oficiais para ocuparem cargos de alta responsabilidade dentro da FAB, com ênfase em planejamento estratégico e operações militares. A escola oferece os seguintes cursos:
- Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais (CPEA) – Direcionado a oficiais superiores, aprofunda conhecimentos sobre geopolítica,
defesa nacional e gestão de projetos estratégicos.
- Curso de Comando e Estado-Maior (CCEM) – Essencial para a progressão ao oficialato superior, o CCEM é um curso de carreira e que visa a capacitar Oficiais Superiores para o exercício das funções de Estado-Maior e para os cargos de Comando, Direção e Chefia.
Desde a sua criação, até o ano de 2013, inclusive, a Escola formou, em
seus diversos Cursos, 16 Civis e 7.851 Oficiais Superiores, sendo 335 Oficiais de Nações Amigas.
Além desses cursos, a UNIFA também oferece programas de Mestrado e Doutorado, além de promover regularmente seminários, simpósios e cursos de curta duração, ampliando as oportunidades de capacitação e atualização para os militares.
Militares da FAB participam de exercício operacional de Evacuação Aeromédica (EVAM) voltado para a Defesa Biológica, Química, Radiológica e Nuclear (DBQRN).
EXCELÊNCIA EM APOIO E GESTÃO PSICOLÓGICA
OInstituto de PsicologiadaAeronáutica(IPA)tempormissãodesenvolver açõesnosdiversoscamposdaPsicologia,oferecendosuporteespecializadoàs OrganizaçõesMilitareseaopessoalnoâmbitodoComandodaAeronáutica (COMAER).
TENENTE-CORONEL AVIADOR ALLAN BUCH
O IPA foi criado em 14 de março de 1967, à época sob a denominação de Serviço de Seleção e Orientação (SESO). Esse marco permitiu que a psicologia – cujos profissionais haviam sido regulamentados no país há apenas cinco anos – pudesse contribuir para a seleção de candidatos aos diversos cursos e estágios então oferecidos pela Força Aérea Brasileira.
Seguindo os passos do Coronel Aviador Rui Bandeira de Abreu, primeiro psicólogo militar da Força Aérea Brasileira, e com a energia característica dos jovens, o recém-criado SESO trouxe inovações e mostrou que havia espaço para crescer.
As modificações vivenciadas pela Força Aérea exigiram da Organização uma atuação mais abrangente, além dos limites da seleção psicológica. A partir de 1970, foram realizadas alterações na missão, nomenclatura, estruturação e subordinação, necessários para acompanhar a evolução da Força Aérea, que passava a executar atividades mais complexas, operando equipamentos de maior padrão tecnológico. Essas atualizações propulsaram o desenvolvimento da Ciência Psicológica na Aeronáutica.
Fundado em 1988, o IPA nasceu com o compromisso de preservar seu espírito inovador e de acompanhar de perto as contínuas transformações na missão da
FAB. Atualmente, o Instituto possui cinco Divisões Técnicas (DT), com áreas distintas de atuação: Divisão de Seleção (seleção), Pesquisas e Desenvolvimento (pesquisa), Psicologia Operacional Aplicada (suporte em operações), Prevenção Psicológica (prevenção) e Desenvolvimento de Recursos Humanos (capacitação).
Apesar das especificidades de cada DT, a sinergia entre elas produz um trabalho pautado na teoria e na prática, eficiente e silencioso, similar às mudanças pessoais impactadas por uma condução psicoterápica eficiente.
À medida em que as ações empreendidas pelos profissionais do IPA produziram os primeiros efeitos desejados, o Instituto começa a participar de operações de maior relevância para o cumprimento da missão da Força Aérea.
Em 2003, militares do IPA foram engajados nas atividades de investigação relativas ao acidente com o Veículo Lançador de Satélite (VLS), ocorrido no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Em 2011, iniciou-se o acompanhamento das tropas da Força Aérea que integraram o Contingente Militar Brasileiro da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), com o objetivo de prestar apoio psicológico para os militares na missão.
Em 2020, iniciou-se o acompanhamento psicológico aos militares da FAB designados para Missões de Paz da ONU, desde a seleção até o acompanhamento meses após o retorno. Os aspectos psicossociais envolvidos em uma missão desta natureza são trabalhados para que o desempenho dos militares antes, durante e após a missão seja efetivo e eficaz, sem prejuízo da segurança e saúde ocupacionais deles.
Desde 2022, psicólogos do IPA compõem os contingentes da Operação Acolhida e prestam suporte psicológico aos militares do Exército,
Marinha e da Aeronáutica engajados na Operação, visando assim, garantir o apoio emocional e o bem-estar necessários ao sucesso da missão.
O apoio prestado às tripulações e passageiros dos voos de repatriação das Operações Voltando em Paz e Raízes do Cedro vieram confirmar a importância do apoio psicológico em operações prolongadas em ambientes de alto estresse. Essa ação, coordenada em conjunto com a Diretoria de Saúde da Aeronáutica, proporcionou o suporte psicológico tanto para os brasileiros que estavam sendo repatriados, quanto às tripulações
envolvidas na operação.
Tratando-se de um cenário real de guerra, as ações visaram identificar pessoas que estivessem em sofrimento emergencial e promover o gerenciamento emocional, evitando a instalação de um quadro crítico mais grave. A inclusão dos psicólogos na tripulação foi uma inovação que se mostrou valiosa ao longo da missão. Percebe-se, pois, que a atuação dos psicólogos da FAB precisa ir além do que é ensinado na academia, dadas as peculiaridades do ambiente militar. Dessa forma, capacitações ministradas pelo IPA, como o Curso de Psicologia
da Aviação (CPAv) e o Curso de Primeiros Cuidados Psicológicos em Acidentes, Emergências e Desastres (PCP) apresentam-se como ferramentas fundamentais para, respectivamente, o incremento da segurança das operações e da capacidade da tropa para lidar com as frequentes situações desafiadoras a ela impostas.
Concebido, inclusive, com base na atuação operacional do IPA e posteriormente ofertado para as demais organizações do COMAER, o Levantamento de Perfil Organizacional (LPO) é um importante instrumento
que busca identificar, a partir da análise do cotidiano de trabalho da OM, as potencialidades, necessidades e limitações dos recursos humanos e seus respectivos instrumentos de trabalho. Além disso, compreender a dinâmica da interação e as condições de trabalho existentes na Organização, objetivando assessorar o Comandante da OM com indicadores que lhe permitam promover mudanças na organização do trabalho ou aperfeiçoar o gerenciamento dos processos organizacionais em curso, com vistas à promoção da Qualidade de Vida no Trabalho e da Segurança Operacional.
No campo da pesquisa, destacase o Projeto Ametista. Atento às necessidades específicas da profissão das armas, o projeto visa criar uma bateria própria de testes psicológicos para o COMAER. Os novos instrumentos permitirão uma avaliação mais precisa das habilidades cognitivas e dos traços de personalidade preditivos do desempenho profissional, contribuindo também para a segurança operacional. A autonomia no desenvolvimento dessas ferramentas representa um avanço estratégico, garantindo maior precisão na seleção de militares e impulsionando a modernização dos processos seletivos da FAB.
Foto: Sargento Muller Marin/ CECOMSAER
O ARQUIVO É UM LUGAR DE INSPIRAÇÃO
Conheça a importância da gestão documental realizada pelo Centro de Documentação da Aeronáutica (CENDOC), que guarda em seu acervo histórico uma verdadeira riqueza e herança para o país.
Na era da informação, é inegável que dados e documentos são recursos estratégicos fundamentais para qualquer Organização, principalmente, devido à necessidade de uma gestão eficiente para garantir acesso rápido e seguro.
Nesse contexto, a gestão documental desempenha um papel fundamental ao estruturar processos que organizam, armazenam e disponibilizam informações de forma ágil e com segurança. O Centro de Documentação da Aeronáutica (CENDOC), subordinado ao ComandoGeral do Pessoal (COMGEP), é o responsável por essa importante atividade, de gestão documental, no âmbito do Comando da Aeronáutica (COMAER).
Criado em 20 de maio de 1969, como Núcleo da Diretoria de Documentação e Histórico da Aeronáutica (DIRDOC), o CENDOC passou a ser denominado Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica em 12 de maio de 1970. Por
fim, com a transferência das atribuições, como as de heráldica, música e histórico, do CENDOC para o Instituto HistóricoCultural da Aeronáutica (INCAER), o Centro alcançou a atual denominação em 19 de setembro de 2012.
Situado no Campo dos Afonsos (RJ), berço da aviação militar brasileira, sua sede encontra-se no Pavilhão Van Ness. Inaugurado em 17 de maio de 1946, o prédio passou a compor o conjunto arquitetônico da antiga Escola de Aeronáutica e abriga parte relevante da história do COMAER que é construída dia a dia.
Para realizar o planejamento, gerenciamento, controle e execução de atividades relacionadas à documentação do COMAER, o Centro atua com base em três principais pilares, sendo eles a Arquivologia, a Biblioteconomia e a Difusão Cultural, que constituem a base do Sistema de Documentação do
Comando da Aeronáutica (SISDOC). Este encontra-se vinculado ao Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo (SIGA), organizado pelo Decreto no 4.915, de 12 de dezembro de 2003.
Para cada documento histórico cuidadosamente preservado, há um trabalho contínuo de divulgação, com o objetivo de extrair conhecimentos históricos, literários, artísticos, científicos e outros, que fluem para uma única corrente: a valorização da nossa memória coletiva.
Sob o lema “Documentar para Perpetuar”, o Centro constitui um acervo histórico que representa uma verdadeira riqueza e herança para o país. Sua relevante documentação original é anterior até mesmo ao Ministério da Aeronáutica. Entre os arquivos, destaca-se, por exemplo, o Fundo Santos Dumont, que reúne documentos que contam uma parte significativa da vida e obra do Pai da Aviação.
Foto: Arquivo FORÇA AÉREA BRASILEIRA
VOO MENTAL
A resposta a uma tragédia nunca começa apenas quando o desastre acontece. Ela se constrói nos bastidores da preparação, na experiência adquirida ao longo dos anos e, principalmente, nas parcerias que transformam um desastre em uma missão concreta.
A água subiu como quem não avisa. Na última semana de abril de 2024, o céu desabou sobre o Rio Grande do Sul e, com ele, vieram os números que, mais do que estatísticas, eram histórias interrompidas, deixando milhares de pessoas desabrigadas e cidades inteiras isoladas.
A Cruz Vermelha Brasileira (CVB) precisou agir rapidamente. Para alcançar aqueles que mais precisavam, era necessário voar.
Foi nesse momento que a Força Aérea Brasileira (FAB) se tornou um pilar essencial nesta missão. Por meio da Operação Taquari 2, toneladas de doações e insumos emergenciais foram transportados, garantindo a chegada e a rotatividade de centenas de voluntários que atuaram diretamente no socorro às vítimas desse desastre.
A Cruz Vermelha é a maior organização humanitária do mundo, presente em mais de 190 países e guiada por princípios de humanidade, imparcialidade e neutralidade. No Brasil, a CVB é reconhecida por decreto presidencial e tem a missão de auxiliar as autoridades públicas
Felipe de Souza Martins é coordenador nacional de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Cruz Vermelha Brasileira, presidente do Instituto Saúde Sustentável, cuja missão é promover ações de saúde para populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Além disso, ocupa o cargo de diretor de ESG (Environmental, Social and Governance - Ambiental, Social e Governança) da Water is Life Brasil, organização dedicada a levar soluções de acesso à água potável para comunidades em todo o país. Formado em Educação Física, Felipe atualmente cursa Gestão Ambiental e possui pós-graduação na área de ESG e Sustentabilidade pela Stanford University. Ele também é professor convidado da disciplina de ESG em uma universidade.
em momentos de crise.
Assim, ao primeiro sinal do desastre, com base no monitoramento das unidades locais, a operação no Rio Grande do Sul foi montada com logística complexa e mobilização nacional.
Apenas nas primeiras semanas, 60 municípios foram atendidos por meio da distribuição de cerca de 500 mil donativos, entre cestas básicas, água potável, kits de higiene e roupas, materiais de limpeza, além de toneladas de ração animal, pois o impacto de uma tragédia também atinge os animais.
Além disso, um esforço especial foi direcionado às comunidades indígenas, muitas das quais perderam não apenas suas casas, mas também suas fontes de sustento. Mais de 8 mil famílias nativas receberam suporte com água, alimentos e itens essenciais. Certamente, essa foi a missão mais desafiadora do ano.
No entanto, o maior desafio não era apenas levar suprimentos: era garantir que as equipes chegassem a tempo e se mantivessem operantes. Voluntários de diversas áreas, como médicos, enfermeiros, psicólogos e especialistas em gestão de desastres, precisavam ser deslocados rapidamente. Esses voluntários não podiam permanecer em campo por longos períodos devido ao desgaste físico e emocional. O peso da tragédia impactou a todos que com ela tiveram contato.
Neste momento, o apoio da FAB se tornou mais que crucial, sendo essencial para a continuidade da ajuda. A logística aérea desencadeada pela parceria entre as instituições permitiu, então, que
mais de 400 voluntários fossem levados às áreas afetadas. Foram mais de 50 voos ao longo do período mais fatigante da missão. Dessa forma, esse transporte foi fundamental para a rotatividade de profissionais, garantindo que equipes descansadas substituíssem aquelas que já haviam atingido o limite de atuação.
A cada decolagem, novas esperanças pousavam nas comunidades atingidas. A cada pouso, um novo ciclo de ajuda se iniciava. A operação se tornou um exemplo de coordenação entre uma força militar e uma organização humanitária, mostrando que, em momentos de crise, o que realmente importa é o esforço conjunto.
Testemunhamos de perto a força da solidariedade. Cada voo da FAB que pousava trazia não apenas suprimentos e voluntários, mas a certeza de que ninguém enfrentaria essa tragédia sozinho. Ao unirmos forças, aprendemos que somos capazes de transformar desespero em esperança e reconstrução em realidade.
Se há algo que essa missão provou, foi que a solidariedade pode voar longe e pousar exatamente onde é necessária. O que começou como uma catástrofe sem precedentes se transformou em uma mobilização histórica, não apenas pelas vidas salvas, mas pelo impacto humano que essa colaboração deixou para o futuro da resposta humanitária no Brasil.
Que continuemos olhando para frente. E que, quando o socorro for necessário, ele chegue com ainda mais força, rapidez e preparo.