Novos treinadores na AD Ninense e Ribeirão FC Apesar de conciliar a modalidade com outro trabalho, José Azevedo foi um dos ciclistas nacionais de eleição
Consagrado como papa-títulos mesmo sem ser profissional Filipe Jesus Meio século de uma rica história desportiva. Cumprem-se, por esta altura, 50 anos de um dos pontos mais altos da carreira do ciclista José Azevedo. Corria o ano de 1966 quando o famalicense venceu o Campeonato Nacional de Fundo, terminou a clássica “Porto-Lisboa” em 2º lugar e foi selecionado para o Campeonato do Mundo, onde seria considerado um dos 24 melhores atletas em termos internacionais. Tudo isto já depois de se ter sagrado o primeiro campeão português de profissionais. Escreviam-se assim capítulos marcantes de um trajeto ímpar e que irão perdurar eternamente na história do ciclismo nacional. Estas proezas serviram de mote para uma conversa exclusiva com o ciclista famalicense. Um desfiar de memórias que estão ainda bem frescas na mente de José Azevedo e que o enchem de orgulho por ter protagonizado “uma carreira de autêntico ouro”. Um dos ícones do ciclismo nacional nas décadas de 60 e 70 faznos viajar no tempo e relembra os sacríficos e obstáculos que o obrigaram a palmilhar terreno. A partida no mundo do ciclismo foi dada em 1959, quando tinha 19 anos. Natural de Ruivães, José Azevedo considera ter sido o ciclismo a chamar por ele e que o fez sonhar com uma bicicleta de corrida. Já de-
pois de ter vencido grande parte das provas de pequena dimensão em que intervinha, o famalicense foi convidado a participar em provas concelhias e distritais que se disputavam em Guimarães e Braga. A inegável qualidade era imposta na região minhota e José Azevedo começava a ter os principais clubes nacionais no seu encalço. Uma boa classificação numa competição em Lisboa dissipou todas as dúvidas e, desse modo, “os resultados fizeram com que nunca mais parasse”. Por influência de Carlos Carvalho, outro famalicense que deixou marca na modalidade, o ciclista treinou no Futebol Clube (FC) do Porto e ingressou nas chamadas categorias
revelaram proveitosas para a sua aprendizagem desportiva. O fim da Cedemi motivou novo ingresso no FC Porto e, desta feita, para enriquecer substancialmente o palmarés: Campeonato Nacional de Rampa e de Cross e Campeonato Regional de Estrada, Pista (2 anos consecutivos) e Rampa (4 títulos seguidos). Nesta última vertente, José Azevedo ainda detém o recorde de vitórias consecutivas, o que ajuda a engrandecer este feito. Bom comunicador e com uma memória de fazer inveja aos mais novos, o famalicense ressalva que as suas qualidades foram ainda apreciadas além-fronteiras: “obtive ainda bons resultados em dois camPedalar ao ritmo das vitórias peonatos do mundo, em duas VolA etapa na equipa de Viana do tas à Cantabria e numa Volta à Castelo durou três épocas, que se Suíça”.
populares. No entanto, a obrigatoriedade de prestação do serviço militar mudou-lhe os planos, mas não a sua destreza para se manter no topo: “acabei por ser feliz pois rumei ao Sporting Clube (SC) de Portugal e isso foi muito importante para o meu futuro”. Cumprido o dever militar, José Azevedo regressa para perto de casa e opta por voltar a vestir de azul e branco. Desta passagem pela formação portista regista-se apenas a sua primeira participação numa Volta a Portugal, dado ter sido dispensado para a Cedemi, uma equipa mais modesta em relação aos restantes clubes por onde passou.
O ciclismo deixa de contar com as suas pedaladas em 1973, numa altura em que representava o Sport Comércio e Salgueiros e onde assumia igualmente funções de treinador. José Azevedo colocava assim ponto final numa carreira brilhante e que permitiu ser um dos distintos ciclistas da história deste desporto em Portugal. Estas recordações, carregadas de saudade e emoção, fizeram, ainda assim, com que o famalicense não deixasse escapar uma certa mágoa pelo facto de nunca ter conseguido viver exclusivamente para o ciclismo. Autointitulado como “profissional camuflado”, pois conciliava a paixão pelo ciclismo com o trabalho na Riopele, o famalicense, pese todos as vitórias, deixou uma confissão: “havia momentos em que precisava de ser profissional a 100 por cento para conquistar ainda mais campeonatos”. Um lamento que se junta ao desânimo por assistir atualmente a “uma minivolta a Portugal”. José Azevedo julga que a realidade atual é bem diferente à do passado, pois a competição “perdeu alguma essência”. Ainda assim, reconhece que o ciclismo poderá recuperar a aura de outros tempos com o regresso de clubes como Sporting CP e FC do Porto à alta roda do ciclismo nacional, desejando que Tiago Machado não seja, no futuro próximo, o único representante famalicense ao mais alto nível da modalidade.
Alex Ryu Jitsu: Academia Cavalões conquista Taça de Portugal A Academia Alex Ryu Jitsu de Cavalõe s teve uma participação triunfante na Taça de Portugal. A competição, que decorreu no Pavilhão Municipal das Lameiras, no passado sábado, é tida como uma das provas oficiais de maior relevo da Federação Portuguesa de Alex Ryu Jitsu e, desse modo, foi natural a presença de um elevado número de atletas de ambos os sexos, que representaram várias associações e academias federadas a nível nacional nos escalões de Juniores e Seniores. Perante um público entusiasta, as academias Alex Ryu Jitsu tiveram uma atuação muito positiva. A academia de Cavalões acabou assim por ser a que teve um papel de maior destaque, ao assegurar a desejada vitória na Taça de Portugal. Os restantes lugares de pódio foram igualmente ocupados por coletividades famalicenses, nomeadamente a academia de Nine (2º) e a de Vermoim (3º).