Voleibol: Arranque promissor do Famalicão Vólei-AVC no playoff do Campeonato Nacional Atleta do GD Natação de Famalicão está a 47 décimos de segundo de carimbar o passaporte para o Rio de Janeiro
Luís Vaz suspira por atingir os mínimos para os Jogos Olímpicos Filipe Jesus O presente ano é, inegavelmente, especial para o desporto. Milhares de atletas das mais diversas modalidades e originários de múltiplos países sonham em garantir bilhete para o Rio de Janeiro, no Brasil, para participar nos Jogos Olímpicos. O certame que reúne o maior número de provas, de distintas vertentes, preenche o imaginário de uma grande maioria de desportistas e o famalicense Luís Vaz também pretende viver este conto de fadas. O nadador do Grupo Desportivo (GD) de Natação de Famalicão encontra-se a 47 décimos de segundo de repetir o feito de João Araújo, em 2004, e ser assim um dos habitantes da famosa aldeia olímpica durante o mês de agosto. Embora a marca possa parecer, à priori, facilmente concretizável, o nadador prefere ser prudente. Luís Vaz frisa, em conversa exclusiva com o OPINIÃO SPORT, que este registo representa “uma distância comprida” e atingi-lo significa o concretizar de “um forte objetivo”, que não foi alcançado em 2012. Nesse ano, a qualificação esteve prestes a concretizar-se, mas uma prestação menos conseguida de um colega na prova de estafetas de 4x200 Livres fez esfumar o sonho, por apenas 16 décimos de segundo. Nesse sentido, as baterias do famalicense estão todas apontadas para a obtenção dos mínimos para competir na prova de 200 metros livres na cidade maravilhosa, admitindo que, por isso, “a atual época é de maior pressão”. Tendo em conta tratar-se de um registo apenas dependente da sua perfor-
veis encaram o hipotético apuramento de Luís Vaz como a prenda mais desejada para 2016. O presidente da coletividade, José Fernandes, mostra-se confiante que o nadador “faça das tripas coração” para seguir as pisadas de João Araújo (presente nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004), e elevar assim o nome do clube ao mais alto patamar do desporto mundial. “Enche-me de orgulho o GD Natação de Famalicão facto de liderar o único clube de à espreita de mais uma proeza Famalicão com um atleta olímO GD Natação de Famalicão pico nas suas fileiras”, rejubila celebrou, recentemente, o seu o líder diretivo. 23º aniversário e os responsáO treinador Pedro Faia alinha mance, Luís Vaz confessa que a referida meta requer cuidados redobrados e algumas privações. “Dispenso maior esforço e atenção para pequenos detalhes, nomeadamente ao nível do descanso e da alimentação”, realça o nadador. Aspetos, por vezes, desvalorizados mas que se podem tornar trunfos fundamentais para alcançar ambiciosos desideratos.
pelo mesmo diapasão e ambiciona que Luís Vaz atinja rapidamente os mínimos. Por isso, o técnico revela que o nadador “tem treinado com maior qualidade e frequência” e é alvo de “constante apoio em termos fisiológicos, nutricionais e sujeito a trabalhos suplementares de ginásio”. Nessa perspetiva, apela “à capacidade de superação” do atleta, para que consiga obter os desejados resultados. A caminhada de Luís Vaz rumo ao Rio de Janeiro serve de inspiração aos restantes atletas do clube. Beatriz Martins, nadadora a quem auguram um futuro promissor, admite que Luís Vaz “é visto como um orgulho e exemplo”. Consciente das dificuldades para conciliar a natação com as tarefas estudantis, a atleta alimenta o sonho de se tornar campeã nacional e garantir os mínimos para o Campeonato da Europa de Juniores, estando a menos de 2 segundos nas provas de 400 Estilos e 200 Mariposa. Beatriz Martins espera, deste modo, repetir os recentes resultados, com especial destaque para o título europeu conquistado no Desporto Escolar, em Malta, nos 200 e 400 metros estilos e 200 metros mariposa. Um clube habituado a ganhar… mesmo sem piscina olímpica. Luís Vaz é a figura de maior relevo de um emblema habituado a granjear fama pelo número de títulos arrecadados. Apesar dos resultados de excelência, no discurso do presidente sobressai uma certa desilusão pelo facto de Famalicão não ter ainda uma piscina para treino com medidas olímpi-
cas. José Fernandes realça que a construção de duas ou três pistas de 50 metros “seria a situação ideal e adequada para os nossos nadadores treinarem”. Nessa perspetiva, o recurso às piscinas da Póvoa de Varzim é a via preferencial para colmatar esta situação. “Não sei se vamos ter, tão cedo, as condições que queremos”, lamenta José Fernandes. Já o técnico Pedro Faia enaltece o contributo do GD Natação de Famalicão para o facto de a natação se cotar como a segunda modalidade com maior número de atletas federados no panorama desportivo nacional. A equipa famalicense tem nas suas fileiras entre 110 a 120 nadadores, distribuídos desde os escalões de Cadetes até Seniores. O treinador demonstra assim orgulho pelo palmarés do clube e pelas constantes chamadas de atletas às seleções nacionais. Pedro Faia aponta os títulos de campeão nacional nas diversas categorias como a meta para esta temporada, bem como a obtenção de mínimos para provas internacionais. Contudo, o líder técnico reconhece que existem cada vez mais dificuldades para “coordenar a relação escola/desporto, duas áreas que absorvem muito tempo aos alunos e praticantes”. O treinador reconhece mesmo o facto de persistir um curioso paradoxo, pois “a escola retira disponibilidade de tempo para treinar e o treino retira tempo para estudar”. Desta forma, conjugar este binómio contribui para engrandecer os feitos alcançados pelo GD Natação de Famalicão e ajuda a formar os atletas em termos desportivos e humanos. pub