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ARC V.S. Cosme vence 28ª S. Silvestre de Esmeriz Depois de anunciar a saída por razões pessoais, diretor desportivo do FC Famalicão decide manter-se no cargo

Rui Borges recua na intenção de se demitir Filipe Jesus* A última semana ficou marcada por alguma agitação e indecisão no departamento de futebol sénior do Futebol Clube (FC) de Famalicão. Após o final do encontro com o Feirense, na quarta-feira da passada semana, Rui Borges comunicou o fim do seu ciclo no clube por “razões pessoais”. A situação gerou alguma surpresa mas uma conversa entre a direção e o diretor desportivo originou um volte-face na tomada de posição e Rui Borges mantémse ao serviço do FC Famalicão. Todo a controvérsia em torno da situação de Rui Borges teve assim início depois do jogo referente à Taça CTT. O diretor desportivo evocou “razões particulares” e que apenas a ele diziam respeito para abandonar um cargo que exercia há um ano e onze meses. Nessa conferência, lembrou que, aquando da sua entrada, “o FC Famalicão andava a lutar para não descer de divisão”, enfatizando assim a atual conjuntura do clube a nível desportivo. Desse modo, Rui Borges garantiu sair “com a sensação de dever cumprido” e endereçou um “agradecimento especial a todas as pessoas do departamento do futebol sénior e de formação”, bem como “a todos os adeptos do clube, principalmente à claque, que teve sempre uma palavra de carinho e incentivo”. Tendo em conta esta inesperada notícia, o OPINIÃO SPORT conversou com o presidente do clube instantes depois do anúncio. Jorge Silva não escondeu a surpresa por esta decisão mas mantinha-se convicto que a mesma não seria definitiva. “Ainda vamos conversar, nada de anormal se passou e acredito que o bom senso vai imperar”. O líder do FC Famalicão apenas entendia esta decisão pela “forma de ser e de estar de cada um” e mostrava-se preocupado com o futuro do clube: “Com a eventual saída do Rui Borges, o clube fica perneta pois desempenha um papel fundamental e é um elemento de difícil substituição. É um homem a quem o FC Famalicão deve imenso pelo seu profissionalismo e conhecimento profundo do futebol”.

“Convergência de vontades” dita permanência O reconhecimento da importância de Rui Borges por parte de Jorge Silva poderá ter sido assim o principal trunfo usado para conseguir demovê-lo da decisão de sair do clube. A admiração do presidente pelo trabalho do diretor desportivo já havia sido percetível no recente ato eleitoral, dado que Rui Borges viu os seus poderes serem reforçados com a eleição de Jorge Silva. Desta forma, todos os esforços desenvolvidos para que a estrutura se mantivesse intacta acaba por ser encarada com naturalidade. “Depois de reunir com o Rui Borges e de compreender as razões que evocou, percebemos que ainda tem um largo caminho pela frente na qualidade de diretor desportivo no clube”, ressalvou o presidente em conferência de imprensa realizada no passado sábado. Mostrando-se sempre crente que o diretor desportivo iria reconsiderar a sua posição, Jorge Silva destacou ainda o amor de Rui Borges por “um clube que lhe vai ficar para a vida”. O presidente rejeitou que o FC Famalicão possa ficar fragilizado com esta situação e reiterou que “toda a família famalicense está feliz pois esta continuidade era vital”. Já Rui Borges relevou “o carinho e vontade demonstrada pela direção para que ficasse” e explicou o facto de não ter feito uma prévia comunicação ao presidente: “Sabia que se tivesse uma conversa com o presidente, ele não me deixaria abandonar o clube em nenhum momento”. O diretor desportivo reafirmou que a decisão se deveu “a questões do foro pessoal” e não demonstrou “receio de perder credibilidade” junto dos adeptos famalicenses. Rui Borges escudou-se assim no “profissionalismo, seriedade e compromisso” exibido até ao momento e revelou o “desejo de cumprir os objetivos e fazer crescer o clube”. A finalizar, o diretor desportivo aproveitou ainda para agradecer a todos os adeptos pelas várias mensagens enviadas e que o fizeram “sentir-se especial”. *Com José Clemente e José Carlos Fernandes pub


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