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Especial 1ª Divisão AFB: ADJ Mouquim, CRP Delães, GD Fradelos e Operario FC Arranque positivo da AD Oliveirense não desvia as atenções do treinador

Tonau foca-se na permanência e na valorização de atletas Filipe Jesus Integrada na série unanimemente considerada como a mais forte do Campeonato Nacional de Seniores, a Associação Desportiva (AD) Oliveirense tem sido uma das revelações da prova. Num campeonato em que Felgueiras, Fafe, Vizela e Trofense são apontados como sérios candidatos à subida, a turma famalicense ultrapassou algumas limitações iniciais e promete dificultar a vida a estas equipas. Neste arranque, a AD Oliveirense tem, ainda assim, evidenciado alguma intermitência a nível de resultados. A formação orientada por Tonau aparenta ser uma equipa de duas faces, uma vez que tem sido irrepreensível nos jogos no Campo de Ribes, mas tem sentido enormes dificuldades nas partidas em que atua fora de portas. O técnico aponta algumas razões para este registo, nomeadamente “a juventude do plantel e as dificuldades sentidas na sua constituição”. Com um grupo totalmente renovado em relação à temporada anterior, Tonau teve que lidar com a entrada tardia de alguns reforços devido “às atuais limitações do clube em termos financeiros”. Ainda assim, o técnico não se lamenta deste cenário e refere “ter-se adaptado a uma realidade que exigiu bastante critério na elaboração do plantel”. Após este início algo turbulento, a AD Oliveirense conseguiu formar “um plantel jovem e com enorme margem de crescimento”. Esta juventude poderá, no entanto, ter os seus prós e contras, uma vez que à “irreverência e à frescura física na-

tural dos jovens se pode contrapor alguma inexperiência”, refere Tonau. Face a este fator, o técnico apela “à paciência e tolerância dos adeptos”, de modo a que os jovens possam “crescer de forma saudável e sustentável”. Tonau tece rasgados elogios à qualidade do seu plantel e confessa que alguns jogadores já despertaram a cobiça de clubes do primeiro escalão do futebol português. Revelando sempre um discurso prudente, o treinador reconhece que “a permanência é o objetivo principal”. Dessa forma, o foco passa por “amealhar o máximo de pontos possíveis”, embora admita que uma “eventual entrada na fase de subida seria fantástico”. Por fim, Tonau afirma “sentir-se bem no clube” e louva o trabalho da direção ao longo das últimas temporadas. *com José Clemente

Onze atletas estrangeiros com o objetivo de ajudar a equipa famalicense e afirmar-se no panorama europeu

Na AD Oliveirense à procura de um sonho Filipe Jesus A Associação Desportiva (AD) Oliveirense é literalmente um clube à escala planetária. Nos seus quadros, encontram-se atletas provenientes dos quatro cantos do mundo. A língua portuguesa é o idioma mais falado no balneário do clube famalicense, mas o inglês entra igualmente no léxico dos responsáveis do clube. Esta realidade deve-se à presença de nigerianos e chineses. A estes acrescentem-se três brasileiros e a AD Oliveirense poderia assim formar um onze composto apenas por atletas de origem estrangeira. Este conjunto de jogadores partem dos seus países em busca de concretizar o sonho de se projetarem e se tornarem profissionais de futebol. Nessa perspetiva, encaram a equipa famalicense como o clube ideal para se darem a conhecer na Europa. A grande maioria destes atletas acaba por ver abrir-selhe as portas do Velho Continente através da ajuda de alguns empresários. Observados nos seus países de origem, muitas vezes em condições precárias, os jogadores captam a atenção de agentes, que esperam posteriormente colher alguns frutos desta aposta. Esta foi uma realidade vivenciada pelos nigerianos James e Isaiah. Provenientes de clubes modestos do seu país, os médios entraram em Portugal pela via do GD de Ribeirão. Após meses de “difícil adaptação”, sobretudo devido ao frio, os dois atletas sentem-se “felizes na AD Oliveirense” pois são acarinhados e alvo da atenção dos responsáveis do clube. Nas suas

mentes, emerge a esperança de “dar o salto para clubes de maior dimensão em Portugal ou no resto da Europa”. Para isso, garantem “dar o máximo” para ajudar o clube famalicense a ficar na melhor posição possível e só depois pensam nos interesses individuais. Um sentimento partilhado pelo compatriota Jacob. O médio confessa “que o mais difícil é a língua” mas diz sentir-se “bem” em Oliveira Santa Maria. O nigeriano tem os objetivos pessoais bem definidos, com a I Liga a ser uma meta no seu horizonte. Ainda assim, reconhece ser “preciso muito trabalho” e, nessa perspetiva, pretende retribuir “todo o apoio dos colegas, treinadores e diretores da AD Oliveirense” para conseguir esse desiderato. Originário de uma cultura totalmente diferente mas cada vez mais em voga em Portugal, Rui Li encontra-se em território luso há dois anos. A passagem pelos lisboetas do 1º Dezembro cativou o interesse do Desportivo das

Aves no chinês, mas a direção avense decidiu cedê-lo ao clube famalicense. O atacante sublinha que a AD Oliveirense “lhe oferece todas as condições” e que encontrou “um ambiente fantástico no clube”. Nesta pequena Sociedade das Nações, a equipa técnica assume um papel fundamental. O treinador Tonau admite que a sua função passa por “perceber as diferentes culturas e formas de estar” para que “consiga ter todos os jogadores a trabalhar de forma séria”. O técnico entende que, em muitos casos, “os atletas portugueses não aproveitam as oportunidades concedidas”. Por contraponto, Tonau defende que “muitos estrangeiros revelam outra atitude e querer”. Segundo o técnico, esta imagem de superação é transmitida pelos vários atletas estrangeiros da AD Oliveirense, com Tonau a louvar “o bom acolhimento e tratamento” proporcionado pela estrutura do clube. *com José Clemente pub


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