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pública: 11 de fevereiro de 2016

praça pública

Chão Autárquico Vieira Pinto

O tempo quaresmal, com castigo severo? O ex-primeiro ministro, Passos Coelho, por aí anda a pregar a “sua” social-democracia aos fiéis. Mas, causa espanto ao homem comum, este desvirtuamento de valores que sempre estiveram ausentes nos princípios e valores sociais-democratas deste político, agora convertido. Mais parece um agitador da onda dos “cristãos novos”. Não se nos afigura concebível que uma pessoa que exerceu o cargo de primeiroministro, ao longo de 4 anos, a vender o país aos bocados, designadamente naqueles vetores produtivos: que escondeu das pessoas os escândalos dos corruptos banqueiros; manipulando do conhecimento das pessoas a situação insolvente de outros bancos; que procedeu a nomeações de banqueiros da sua confiança, indiciados, para ajudar a esconder das pessoas a manobra insolvente de outros bancos. Entregou quase uma centena de milhões a um banco que viria beneficiar, um banco de faz parte, Miguel Relvas; tudo com a ajuda do governador do BdP que, por aí, se diz que se vendeu para conseguir um favor de Passos Coelho, com a nomea-

ção para um outro mandato de cinco anos à frente do Banco de Portugal. De facto, este neo liberalismo à solta do ex-primeiro ministro, estas benesses, por um lado e por outro, o ataque aos salários de seiscentos euros com gordos descontos aos trabalhadores, para impostos e descontos sociais, ao mesmo tempo que abençoa o aumento de 150% dos seus senhores mandantes das empresas públicas, veja-se só: aumentos de 150%!!! Tudo isto e, muito mais, se permitiu, este ex-primeiro ministro sobre o chapéu do neoliberalismo e a coberto da Troika limpa (com o lixo debaixo dos tapetes), em que tratou os portugueses com castigo severo da severa austeridade que nos impôs. Depois, com os fundamerntalistas de Bruxelas (acompanhados por Paulo Rangel), vai afinando a linha carrasca, contra Portugal, numa altura em que o governo trabalha, em Portugal, na aprovação do Orçamento mais social. Grandes patriotas, estes políticos de mediana doméstica!!! Anda agora pelo país, a pregar aos seus fiei a doutrina da social.democracia, pre-

gando estes valores e princípios com as vestes farisaicas, com que se vestiam os vendilhões do Templo. Com o fardo que carrega, hoje, Passos Coelho, conseguirá passear na passadeira vermelha do congresso, isso é óbvio. Porém, será carga a mais, para carregar até abrir o mercado político eleitoral, para aí vender mais algumas ilusões da sua mestria aos já “calejados” portugueses. Razão de sobeja terá Rui Rio, o Social Democrata, da Social Democracia, do PPD, que há algumas semanas dizia que Passos Coelho dificilmente ganharia umas eleições, dada a carga da sua governação virada, sem medida, à direita, no

seio do neo liberalismo, no seio dos interesses económico-financeiros do país. Afinal de contas, por ali também há luz, há lucidez. Se este ex-político voltasse ao poder, seria o castigo mais severo que uma penitência quaresmal, poderia infligir sobre os seus professos, no seu pior rigor. P.S. Vi, algumas passagens do Relatório da Troika, que, esteve há umas semanas em Portugal. Porém, não vi ali qualquer referência à situação financeira do país no que respeita aos bancos. Nem sequer no que respeita ao Banif, que nos vai atacar os nossos bolsos. Não acham estranha, esta troyKada, pass(os)ada?

Com o fardo que carrega, hoje, Passos Coelho, conseguirá passear na passadeira vermelha do congresso, isso é óbvio

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Connosco Firmino Costa*

A somar A apresentação das linhas gerais do Orçamento de Estado para 2016 bem poderia ser visto como um documento em que a palavra somar esteve em destaque, quer pelo número de contas que tiveram de ser feitas, quer pelo número de esboços que foram sendo feitos. Após alguns dias de discussão, especulação e incerteza, a verdade é que parece que temos um Orçamento que olha para a receita como forma de suportar as promessas eleitorais, uma receita que vai diretamente ao bolso dos Portugueses, mesmo que à primeira vista o atual Governo e seus parceiros de coligação queiram fazer transparecer o contrário. O custo de oportunidade das reposições, das 35 horas de trabalho e do aumento do salário mínimo, entre outras medidas populistas, terão de ter um custo elevado, visto que a soma destas políticas requerem receitas elevadas para se conseguir manter as contas do estado equilibradas. Ora se é necessário aumentar as receitas é necessário somar medidas que suportem estas decisões, logo é necessário subcarregar mais uma vez os portugueses com impostos diretos que subtraem o rendimento disponível das famílias. Coloca-se a questão se valerá a pena tamanho custo de oportunidade para suportar as promessas populistas deste Governo e seus parceiros que o suportam. Falar do aumento do salário mínimo, é falar de um “falso” aumento, visto que, por exemplo, uma simples deslocação para o trabalho em viatura própria ficará consideravelmente mais caro. Ao fazer-

mos um exercício simples, tomando como exemplo este aumento, a verba que poderia ficar livre para outros tipos de gastos acabará por ser absorvida por estas despesas. É justo que exista um aumento dos salários para aumentar o poder de compra das famílias e assim impulsionar a economia, mas não é justo que tal aumento seja perdido para impostos, ficando a ser pouca ou até se calhar nula a diferença de rendimento disponível para outros gastos. É de todo importante refletir sobre estas contas e perceber o que realmente poderá acontecer à economia portuguesa, mas à partida já sabemos que o anunciado fim das medidas de austeridade não terão afinal um fim, serão apenas substituídas por outras medidas que apelidam de restritivas. A promessa de acabar com a austeridade afinal não será cumprida como seria de esperar, visto que uma economia como a nossa que está a recuperar aos poucos a sua vitalidade, não conseguiria continuar este seu caminho de recuperação sem medidas que segurem e suportem a saúde económica do nosso país. Faltará saber se este Orçamento servirá os interesses do país, se Portugal terá a capacidade de continuar a recuperação económica que vinha a ser positiva e que abria perspetivas mais animadoras para o futuro ou se o esforço dos portugueses será deitado abaixo e voltemos a repetir caminhos do passado que deixaram marcas e que ninguém quererá de certeza voltar a passar. Vice-presidente, JSD VN Famalicão

Falar do aumento do salário mínimo, é falar de um “falso” aumento

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