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João Costa, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal

“O made in Portugal é sinónimo de qualidade, criatividade e inovação” Sofia Abreu Silva OPINIÃO PÚBLICA: Qual o balanço que podemos fazer do desempenho da Indústria Têxtil e Vestuário? João Costa: O balanço de 2015 é positivo, apesar de o setor viver, como o resto das atividades económicas, num contexto que permanece difícil e desafiante, não apenas por razões de conjuntura internacional, mas igualmente nacional, atendendo à incerteza que a atual situação política veio criar. Não obstante, as exportações da fileira têxtil cresceram, em 2015, cerca de 4,5%, atingindo 4,8 mil milhões de euros, um valor que se aproxima do recorde que as vendas ao exterior desta indústria tinham registado em 2001. Só que, então, com o dobro das empresas e dos trabalhadores ao serviço. Aliás, no Plano Estratégico que a ATP elaborou em 2014 para o setor Têxtil e Vestuário, com um horizonte temporal até 2020, o cenário mais favorável, previsto para o final da década, seria de 5 mil milhões de euros de exportações, e agora, face ao bom e sustentado comportamento que se verifica, podemos prever alcançar esse valor já em 2016 ou em 2017, ou seja, três ou quatro anos antes do que as melhores projeções apontavam.

Podemos afirmar que o setor está no caminho certo? Sim, julgamos que o setor está no caminho certo, se bem que, perante uma realidade volátil e em permanente mutação como é a desta atividade, e cujo nível de imprevisibilidade se acentuou pelas condições de instabilidade em que vivemos, haja sempre necessidade de realizar ajustamentos. Operada uma difícil e exigente reestruturação na década passada, determinada pelos intensos choques competitivos decorrentes da globalização, as empresas que a realizaram e se reconverteram e modernizaram com sucesso, encontram-se hoje muito mais bem preparadas para atuar no mercado internacional. A aposta foi a incorporação de fatores críticos de competitividade, como a inovação tecnológica, a criatividade, o design e a marca, tudo muito sustentado na intensidade, qualidade e flexibilidade do serviço, e na internacionalização das atividades. Porque esta é a única forma de as empresas escaparem à armadilha do preço e a uma concorrência que, assente nessa via, é destrutiva. A diferenciação é o caminho para um posicionamento diverso e com sucesso. »»»»»continua

O setor português do têxtil e do vestuário passou por momentos difíceis, mas as empresas portuguesas não se redimiram, reconverteram-se e modernizaram-se com sucesso, encontrando-se hoje bem preparadas para atuar no mercado internacional. Na verdade, a diferenciação tem sido caminho escolhido. A prova disso é que as exportações da fileira têxtil cresceram, em 2015, cerca de 4,5%, atingindo 4,8 mil milhões de euros. Em entrevista ao OPINIÃO ESPECIAL, João Costa, refere que o Plano Estratégico da ATP para o setor até 2020 aposta num “cenário de ouro”. pub


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