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Direção-Geral da Saúde afirma que a carne é um alimento importante

Carne? Claro, com moderação

Num Especial dedicado às carnes, o melhor é começarmos pela polémica em relação a este alimento. Há menos de um mês a Organização Mundial de Saúde (OMS) trouxe toda uma nova perspetiva sobre as carnes, sobretudo as salsichas, bacon e chouriço. Estas carnes processadas, bem como a carne vermelha, passaram a estar na lista dos produtos potencialmente cancerígenas, associados sobretudo ao cancro do colo-retal. Mas, antes deste estudo não saberíamos nós que tudo o que é em excesso é nocivo para o corpo? Uns sim, outros não. Justamente, no seguimento de um conjunto de notícias publicadas sobre este estudo da OMS sobre os efeitos do consumo de carne processada, a Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, publicou, recentemente, um texto sobre “Alimentação e Cancro”. De acordo com a evidência científica, os cidadãos podem reduzir o risco de cancro se adotarem comportamentos saudáveis de alimentação e atividade física. Assim, pelo menos um terço dos tipos mais comuns de cancro pode ser prevenido através da cessação do consumo de tabaco, redução do consumo de álcool, adoção de uma alimentação saudável e prática regular de exercício físico. A eficácia destas medidas será tanto maior quanto mais precocemente se inicie, preferencialmente logo na infância. Estas medidas estão inscritas no Código Europeu Contra o Cancro. São medidas que os cidadãos podem tomar individualmente, contribuindo, assim, para a prevenção do cancro.

Para a Direção-Geral da Saúde a carne continua a ser considerada um alimento importante para ser incluído moderadamente na dieta humana e numa alimentação diversificada pelo seu elevado valor proteico, vitamínico e mineral.

Mais especificamente no caso da carne, e tendo em conta a evidência científica reunida recentemente pela OMS e a Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro, devemos reduzir o consumo de carne processada (enchidos, carne de fumeiro, chouriços, salsichas, carne enlatada). Ou seja, recomenda-se que que se guarde estes produtos para momentos ocasionais ao longo do mês. Podemos também reduzir, por precaução, o consumo de carne vermelha (vaca,

porco, cabrito, outros) para valores até 500 gramas por semana. Contudo, a dose acima da qual existe risco comprovado ainda não está totalmente definida. Na verdade, segundo a Direção-Geral da Saúde a carne continua a ser considerada um alimento importante para ser incluído moderadamente na dieta humana e numa alimentação diversificada pelo seu elevado valor proteico, vitamínico e mineral. Se gostar de carne, não prescinda dela, mas consuma-a moderadamente.

Também a Associação Portuguesa dos Nutricionistas recomenda o consumo diário alimentos que nos protegem contra o cancro como as frutas, vegetais, cereais completos (obtidos a partir de farinhas menos refinadas, os mais escuros, ou mesmo integrais) e leguminosas (feijão, grão de bico, lentilhas). O consumo de carne vermelha e carnes processadas poderá ser incluído no âmbito de um padrão alimentar saudável, desde que se procure que o mesmo seja variado, equilibrado e completo. pub


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