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Feliz Páscoa Celebração do triunfo de Cristo

PÁSCOA da morte à ressurreição Faltam poucos dias para a Páscoa. A Páscoa celebra-se a 20 de abril. Ao contrário do que possamos pensar, a Páscoa é muito mais marcante do que o próprio Natal, já que o acontecimento determinante para o mundo cristão é celebrado na Páscoa: a ressurreição de Jesus. As origens da Páscoa residem no judaísmo, tendo-se, posteriormente, fundido, na Europa, com as festas germânicas tradicionais da deusa Astarte. Esta era a deusa da renovação e da fertilidade, pelo que a Páscoa é também, claramente, a festa da Primavera. A palavra Páscoa tem origem no hebraico Peseach, que significa passagem, transição. A Páscoa cristã é ela própria uma adaptação das celebrações judaicas da Páscoa, em que se celebra a libertação do povo Judeu e a passagem do Egipto para a Terra Prometida através do Mar Vermelho, chefiada por Moisés. Os primeiros cristãos, sendo principalmente judeus que abraçaram a nova religião, continuaram a celebrar a libertação do povo judeu mas atribuíram-lhe um novo significado, utilizando como mote um outro tipo de passagem – a da morte para a vida, com a ressurreição de Jesus que, por coincidência, teve lugar na altura em que os judeus celebravam a sua Páscoa. A tradição de celebrar esta passagem, ou Pessah, manteve-

se até hoje entre os judeus. É para essa celebração que Jesus se dirige a Jerusalém, onde entra montando num burro e é recebido apoteoticamente com ramos de oliveiras. Aliás, são estes ramos que dão origem à festa do Domingo de Ramos, que se celebra neste domingo, uma semana antes da Páscoa. A última ceia, a derradeira refeição tomada por Jesus Cristo e os apóstolos antes da sua morte, visava celebrar precisamente a Páscoa judaica, dando também origem ao momento mais sagrado da missa católica, a comunhão. Tendo a traição a Jesus ocorrido nesse dia, ele é julgado e crucificado na sexta-feira, tendo ressuscitado ao terceiro dia, de acordo com a tradição religiosa. Por isso, a ressurreição é celebrada pelos cristãos precisamente no Domingo de Páscoa, antecedido da solene sexta-feira Santa, dia em que terá decorrido a Paixão de Cristo, ou seja o seu julgamento, flagelo e crucificação, num sacrifício redentor que o transforma em Cordeiro de Deus. Ou seja, o Domingo de Páscoa, ou a Vigília Pascal, é o dia em que até a Igreja se reveste com seus melhores ornamentos. É, na verdade, o ápice do ano litúrgico. É o aniversário do triunfo de Cristo.

Tradições pascais Com passo: a limpeza da casa na Páscoa é famosa de norte a sul do país. Nesta altura limpam-se e decoram-se as casas para receber a visita pascal, o Compasso, que simboliza a entrada de Jesus Cristo no lar, com a bênção do padre que benze a casa e todos os que ali habitam. A mesa costuma conter amêndoas e doces da Páscoa, e licores e vinho do Porto para oferecer às pessoas do Compasso. J e j um : na quaresma, no tempo antes da Páscoa, é altura de jejum: evita-se comer carne às sextas-feiras, por respeito a Jesus Cristo que foi crucificado numa sexta-feira. Mas o domingo de Páscoa já é dia de festa e ressurreição, voltando-se a comer carne como cabrito ou borrego, à imagem dos tempos antigos. Os doces da Páscoa também não podem faltar. Procissões: entre os cristãos, a semana anterior à Páscoa é a Semana Santa, com início no domingo de Ramos (próximo domingo), que assinala a entrada de Jesus em Jerusalém. É então tradição fazer procissões neste dia e altura, com diferentes tipos de procissões pelo país fora. Em Braga a imagem de Nossa Senhora é transportada por uma burrinha, na Procissão da Burrinha e em São Brás de Alportel (Algarve) realiza-se uma procissão de flores (Procissão das Tochas Floridas no domingo de Páscoa). No Alentejo, em Castelo de Vide, além das procissões benzem-se os borregos e fazem-se chocalhadas, com as pessoas a sair à rua com chocalhos, guizos e sinos. Of er tas: além de oferecer uma prenda aos afilhados, a tradição passa também por oferecer algo a familiares e a pessoas das quais se gosta, resultando em grandes trocas de amêndoas, folares, pão-de-ló, e até vinho do Porto.

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