Macaé (RJ), sexta-feira, 26 de junho de 2015, Ano XL, Nº 8743
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Fundador/Diretor: Oscar Pires
CADERNO DOIS O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ
50 anos de aplausos e muito talento
Primeiro estrondoso sucesso
Assim, no dia 6 de julho de 1965, uma terça-feira, estreia com absoluto sucesso o espetáculo ‘O Diário de um Fracassado”, superlotando o Teatro Santa Isabel de Macaé. E no dia seguinte à peça, logo cedo, Moadyr foi levar ao Sr. Paulo Manhães o valor combinado pelo aluguel do teatro, produto da venda dos ingressos. O elenco era formado por Moadyr Victorino (autor, diretor, produtor e ator), Tânia Jardim, Ricardo Meirelles, Nilma Ribeiro Moura, César Jardim, Branca Maria Lima, Lincoln Gil, Maria Helena Agostinho (Leninha), David Pereira, entre outros. E a equipe técnica era composta por Sérvulo Miranda e José Peixoto do Vale, responsáveis pelo cenário. Nasce aí a sua grande paixão pelo teatro, que se fortaleceu pela ótima receptividade do público, e ganhou mais força a cada montagem teatral. “Com a ótima aceitação do público, retornei ao cinema para fazer reprise da festa, e o dono abriu as portas do teatro para a data que eu quisesse."
O ator, diretor e produtor teatral Moadyr Victorino comemora 50 anos de palco Isis Maria Borges Gomes isismaria@odebateon.com.br
C
om múltiplos talentos desenvolvidos ao longo de sua carreira, ator, diretor e produtor teatral retorna à cena para comemorar uma vida dedicada ao teatro. Trata-se de Moadyr Victorino, que celebra 50 anos de palco, no próximo dia 6 de julho, com festa fechada a convidados no Teatro Municipal de Macaé. O espetáculo comemorativo às Bodas de Ouro do ator terá início às 20h30, exibindo em telão a peça ‘Fero-Cidade’, de Ricardo Meirelles, montada por ele em 1988, alcançando recorde de 55 montagens. Em seguida, acontecerá o cerimonial numa restrospectiva de sua carreira, inclusive com um grandioso show de muito brilho e luzes vindo especialmente do Rio de Janeiro, que Moadyr prefere
manter surpresa. Logo após haverá um coquetel. “A noite será tipo entrega do Oscar em ambiente ‘hollywoodiano’, com tapete vermelho e refletores desde a entrada do teatro, flashes por todos os lados, contando com a participação de várias empresas, cinegrafistas e fotógrafos. Moadyr esclarece que o cerimonial irá contar a sua história desde os 17 anos, revelando também fatos ocorridos nos bastidores das peças ao longo dos anos, erros e episódios engraçados. A PAIXÃO PELO TEATRO
Moacyr Victorino conta que o teatro surgiu em sua vida em 1964, quando tinha 16 anos e cursava o Ginásio no Colégio Estadual Luiz Reid, além de fazer o curso de Datilografia com Dona Mirtes. Naquela época, começou a escrever a peça ‘O Diário de um Fracassado”. No
ano seguinte, já estudando o Curso Científico, Moadyr decidiu montar a peça. Reuniu-se com rapazes, moças e funcionários do Luiz Reid para formar o elenco da peça, e pediu ao diretor José Domingues para fazer os ensaios nas dependências da escola. Assim, durante quatro meses os ensaios transcorreram de forma muito animada. O primeiro desafio enfrentado pelo macaense foi conquistar a credibilidade do Sr. Paulo Manhães, proprietário do Cine Teatro Santa Isabel, para alugar o espaço. Logo, perguntou a sua idade e quando Moadyr disse que tinha 17 anos, que era estudante e não tinha trabalho, ele tentou fazer com que o jovem desistisse da ideia e ponderou que o aluguel seria o valor correspondente a uma sessão de cinema normal. “É pura paixão pelo teatro, dedicação total, que vem de dentro de mim”, ressaltou.
Espetáculos montados e encenados
a trajetória do ator, diretor e produtor Moadyr Victorino é formada pelas seguintes montagens: 1965 - peça ‘O Diário de um Fracassado”, de sua autoria; 1966 ‘Ciúme - Prova de Amor’, de José Fernandes (duas montagens); 1967 ‘O que é que há, Gatinha?’, de Wood Allan (montagens em Macaé, Conceição de Macabu e Rio Bonito, tendo no elenco Beth Maia (oito montagens); 1968 ‘Toda Donzela tem um pai que é uma Fera’, de Glaucio Gil, tendo no elenco Cristina Borges (inúmeras montagens nas décadas de 60, 80 e 90); 1970 ‘Mulher Zero Quilômetro’, de Edgard G. Alves (uma montagem); 1970 ‘Dois Perdidos numa Noite Suja’, de Plínio Marcos (18 montagens); 1971 ‘Pluft, o Fan-
Moadyr anunciando os espetáculo na cidade
Escrivão de Polícia
ao completar a maioridade, Moadyr Victorino fez o concurso público para Escrivão de Polícia, foi aprovado e exerceu o cargo durante 30 anos, tendo se aposentado. “Nunca visei lucro com o teatro. Sempre encarei a arte de interpretar com amor. Ao contrário, sempre tirei dinheiro do próprio bolso para cumprir alguns compromissos com montagens teatrais”, afirmou o ator. AGRADECIMENTOS
Moadyr nos palcos da cidade
“Quero agradecer a memória do prefeito Claudio Moacyr, que me apoiou em tudo, inclusive concedendo o patrocínio em Cabo Frio. Agradeço também ao jornal O DEBATE, que sempre me ajudou”, concluiu Moadyr.
tasminha’, de Maria Clara Machado (25 montagens); 1972 ‘Chapeuzinho Vermelho’, de Maria Clara Machado (duas montagens); 1978 ‘O Assalto’, de José Vicente, montado no Teatro Santa Cecília de Petrópolis (16 montagens); 1983 ‘O Crime Roubado’, de João Bethencourt (seis montagens); 1984 ‘A Venerável Madame Goneau’, de João Bethencourt (três montagens); 1986 ‘Motel Paradiso’, de Juca de Oliveira (30 montagens); 1988 ‘Fero-Cidade’, de Ricardo Meirelles (recorde 55 montagens); 1991 ‘A Cinderela do Petróleo’, de João Bethencourt (20 montagens); 1992 ‘Eu te Amo’, de Arnaldo Jabor (25 montagens). A partir daí foram incontáveis remontagens das peças apresentadas.